Última atualização: Fanfic finalizada.

Prólogo

Em silêncio a vi partir, a pintura sobre o cavalete era minha única companhia naquele farol, abaixo eu observei adentrar o carro e deixar a cidade. Ela estava livre, seu maior pesadelo agora apodreceria na cadeia; aquela cidade não era o lar de , eles a abandonaram, viraram as costas a uma adolescente em situação de risco e criaram rumores para lhe negar qualquer chance de resgate. Brenehal, uma bela cidade costeira, com habitantes de vida mediana, nada acontecia por aqui. Uma cidade dividida em duas, o lar dos motoqueiros onde a verdadeira diversão ocorria para os jovens e adultos que não se prendiam a uma farsa de cidadãos perfeitos; no bar mais famoso e respeitoso da cidade encontrou uma família de verdade, mas não pode se abrigar por lá devido a quantidade de pessoas que seu próprio pai possuía em sua lista de pagamento. Preconceitos, falsidades, uma névoa de mentiras era o que verdadeiramente banhava aquela cidade…


"Eu a observei queimar em silêncio antes de ir contra meu instinto covarde e tímido; me aproximar de havia sido como aprender a respirar outra vez."


Meu oásis em meio a escassez do deserto escaldante, meu sol após uma noite sombria, as cores que coloriam minha pacata e sem graça vida se perdeu no horizonte e além. Agora que havia me tirado dessa zona de conforto tinha que viver sobre minhas duas próprias pernas, eu não poderia voltar a ser a versão antes de conhecê-la! Franz, meu irmão mais velho, meu torturante carcereiro, um cúmplice dos crimes que se encobrem sob a sombra de perfeição do outro lado da cidade, encarava juízes e verdadeiros carcereiros.
Nossos pais não conseguiam acreditar no que ele havia feito, o papel de filho exemplar era tão bem interpretado que chocou toda a comunidade da cidade, do lado oposto aos dos motoqueiros; Franz poderia ter escapado de ser preso quando a mãe de fora descoberta no esquema de narcotráfico, o caos parecia particularmente apegado a figura da garota que eu amava. Sua vida desde o princípio não fora fácil, a arte da sobrevivência era sua melhor amiga, o que eu tive de vivenciar não poderia se comparar a trajetória de vida dela.
Olhei para o oceano, as cores do entardecer coloriam as águas do Atlântico, do alto daquele farol, um refúgio, um esconderijo, um abrigo e o nosso lugar, meu e de , seu retrato parecia majestoso. Minhas mãos estavam manchadas de tintas, por algum milagre havia pegado o avental marrom, um impulso, um desejo, uma promessa, o qual um mero item comprado por impulso e que geralmente mantinha fora de vista de meus pais, apenas meus amigos e sabiam sobre minha paixão pela pintura, poderia um dia significar…Havia tanto que eu desejava mas a separação era necessária, quando se ama verdadeiramente alguém, mesmo distantes, mesmo que tomassem rumos opostos, sempre o carregamos conosco, memórias são as pedras preciosas que ninguém poderia nos roubar.

— Eu te encontrarei um dia , até que eu possa andar com a cabeça altiva, espere por mim querida.

Sussurrei ao vento, confidenciando meu maior anseio e esperando que de alguma maneira minhas palavras chegassem a onde quer que ela fosse.


Capítulo I

Alguns meses depois…


As mesas permaneceram as mesmas, o refeitório prosseguia com o mesmo número de alunos, conversas corriqueiras, banais, superficiais. Nada parecia mudado após a partida de , com a clara exceção de que agora eles não possuíam uma ovelha negra na instituição; desde a agitação das duas grandes prisões, Franz e o pai de , nada acontecia…Bem para a maioria dos estudantes daquela instituição, eu ainda prosseguia a olhar em volta, como se pudesse encontrá-la circulando pelos corredores com a face altiva, destemida, uma tempestade em forma humana. Desde sua partida, eu me sentia estranhamente vazio, isso me levou a questionar todas as minhas escolhas.
Eu não poderia olhar de cabeça erguida se permanecesse dependente das pessoas para me defender, precisava encontrar minha própria força, e em meio a essa jornada, acabei me afastando de meus amigos, apenas Olive continuava a conversar comigo normalizou. Esperava que meus velhos amigos, um dia , entendessem o que eu estava passando, naquele momento precisava encontrar quem eu era. Meus dias se resumiam a assistir às aulas, por obrigação, minhas notas já haviam garantido a média necessária para me graduar naquele ano. Assim passava todo tempo livre com a família adotiva de , os gêmeos, Alexis e Brix, pareciam particularmente acolhedores, Henzel manteve seu olhar afiado sobre mim mas não se intrometeu nas escolhas de seus filhos ao me colocarem para trabalhar durante o verão na oficina e também no bar.
Joguei as embalagens vazias no lixo mais próximo deixando o refeitório, meus pés me encaminharam para o pequeno espaço que meu professor de artes conseguiu arrumar para que eu pudesse exercitar um talento que descobrira por acaso, uma paixão silenciosa, uma dose de oxigênio em meio ao caos. As escadas que levavam ao terraço sempre me pareceram melancólicas, mas não mais. Encarei o exato ponto em que e eu estivemos dias, semanas, meses atrás…Eu sentia a falta dela, cada parte daquela instituição me remetia a garota que virou o meu mundo de cabeça para baixo. Suspirei fechando a porta, vesti o avental antes de começar a pintar, o próximo período era artes e meu professor saberia onde me encontrar…
— Imaginei que estaria aqui. — A voz de Vincent me assustou.
Limpei o suor de minha fronte com o antebraço esquerdo para então olhar para Vincent, meu velho amigo estava parado no umbral da porta, sua postura indicava que já estava assim por algum tempo. Depois de Oli, Vincent era quem me conhecia melhor, alcancei o pano limpando o excesso de tinta de minhas mãos antes de tomar água, minha garganta estava absurdamente seca. Indiquei com um gesto a banqueta no canto da salinha.
, todos estamos preocupados com a sua mudança, você mal parece com o garoto que nos conhecemos. — Vincent se pronunciou quebrando o silêncio que havia se instalado.
— O processo de evolução depende de mudanças, eu não posso depender de vocês o resto da minha vida Vincent, com vocês me defendendo como eu poderia aprender a lidar com os meus problemas? — O questionei calmamente, eu entendia que ele estava apenas preocupado.
, eu entendo, mas você não precisava afastar todo mundo. — Vincent se levantou agitado. — Day tem se contido para não mandar mensagem, você afastou cada um de seus amigos…Você me afastou, eu pensei que fossemos melhores amigos.
— Eu sempre estive aqui, vocês conhecem a minha rotina, eu somente resolvi ser mais independente Vincent. — Respirei fundo, o respondendo sem levantar o tom de voz, eu realmente o entendia. — Antes era como se eu fosse um filhotinho, precisando de proteção e atenção, você sabe muito bem disso; agora estou tentando me entender.
, todos sentimos a sua falta. — Vincent se levantou, cansado, seu olhar era pesaroso.
— Você sente a minha falta, eles não. — Meneei a cabeça, antes de voltar meu olhar para a tela no cavalete. — Eles estariam aqui se realmente importasse, fique tranquilo Vincent, eu não sou o desalmado que está pensando…Pela primeira vez em muito tempo, posso dizer tudo o que sinto sem medo.
Sem dizer uma palavra, Vincent partiu, olhei para a janela e sorri calmamente, eu não o culpava, a pressão por conta das universidades, o conflito de interesses e ter que lidar com os próprios pais…Vincent estava tentando se manter sobre controle.
— Espero que um dia você me entenda, meu caro amigo.


Capítulo II

— Então assim que o verão acabar, você irá se mudar para Paris. — A voz de Alexis soou baixa porque ele estava debaixo do carro analisando o que havia de errado.
— Fui aceito na academia de artes da França, preciso ir além das fronteiras dessa cidade. — O respondi sem tirar os olhos do motor que eu estava consertando naquele instante.
— Eu vejo o porque da minha irmãzinha o adorar, . — Alexis riu, sorrindo preguiçosamente assim que saiu debaixo do automóvel.
— Brix utilizou essa mesma frase no dia anterior. — Ajustei o boné em minha cabeça antes de voltar a mexer no motor do carro.
— O que eu posso fazer, ter uma irmã gêmea é assim. — Ouvi Alexis rir antes de seguir para o telefone preto que soava estridente naquela tarde.


Após a formatura, Olive partiu para São Francisco, Vincent não falava comigo, assim como o restante de meus velhos amigos, meus pais estavam ansiosos pela minha viagem…As mudanças não foram de todo modo ruim, por conta do que houve, agora havia um relacionamento de confiança entre nós, meus pais sabiam que Henzel manteve seu negócio aberto por todo esse tempo devido ao seu bom caráter, era esse uma das razões pelas quais podia passar algumas noites na casa dos gêmeos. Com a partida de , e seus escassos telefonemas, nenhum deles dirigidos a mim, a pequena família de três membros me adotaram.
Olhei para Alexis após ouvi-lo explodir em uma gargalhada, apenas uma pessoa conseguia tal feito, a pessoa do outro lado da linha era a garota que eu amava e que por alguma razão desconhecida, não entrou em contato desde a sua partida. Era insuportável ouvir notícias sobre ela, mas era ainda mais doloroso não saber como ela estava. Suspirei limpando o suor de minha tez com o antebraço concentrando minha atenção no que fazia, tentando me impedir de cair em devaneios sem sentido.


— Hey Romeu, sua Julieta pediu para te avisar que ela ainda não pode te ligar ou entrar em contato por conta de Franz, a mãe dela está sendo julgada outra vez e isso poderia afetar a sentença. — Alexis se pronunciou de repente me assustando, por reflexo deixei a chave de fenda cair ao lado dos alicates no chão.
— Era por isso…— Minha voz se perdeu enquanto a razão pela falta de notícias sobre ela.
— Ela te ama , nunca vi olhar para alguém como ela olha para você. — Alexis deu umas batidinhas em meus ombros em apoio. — Agora vamos focar nesses carros porque temos que entregar eles funcionando até o final dessa semana.
— Obrigada Alexis, enfim compreendo seu silêncio. — O respondi sorrindo agradecido, não estava me evitando porque queria, a esperança era uma agradável chama em meu peito, um dia a encontraria novamente, até que o dia chegasse iria lutar até alcançar meus objetivos.
—Você é da família . — Alexis riu enquanto voltava para debaixo do carro, agora com as ferramentas ao seu alcance.


A tarde agradável se estendeu para uma noite fresca, o dia cheio na oficina mudou para a tranquila noite, o bar estava fechado e o jantar havia terminado horas atrás, meus pensamentos rondavam a figura da mulher que eu havia entregado o meu coração ao mesmo tempo em que terminava as malas para a viagem da minha vida…encarar o que futuro não parecia assustador quando enfim poderia tomar decisões por conta própria, um dia aprenderia a perdoar cada um dos que me feriram mas até que esse dia chegasse, viveria, respirei o ar daquela noite, passaria a noite pro ali e de alguma maneira que eu não sabia explicar, a cada vez que estava perto de Henzel, Alexis e Brix, sentia-me mais próximo de .


— Que você esteja alcançando vôo .


Capítulo III

Alguns anos depois…

A música ambiente era agradável, uma canção de um artista local inundava a galeria de exibições, as esculturas dividiam espaços com os quadros e obras sensoriais; aquela exibição em si era uma junção dos trabalhos dos formandos daquele ano. Cinco anos se passaram, cinco anos que havia deixado Brenehal para trás, aproximadamente 65 meses que havia visto pela última vez…Alexis e Brix, até mesmo Henny estariam em Paris no dia seguinte, meus pais haviam comparecido à cerimônia, e agora circulavam pela galeria, era nítido em suas faces o quanto estavam felizes por eu ter seguido meus sonhos. Suspirei e deixei a taça de champanhe sob uma das bandejas dos garçons que circulavam; havia criado laços naquela cidade, me aventurado entre os bistrôs e cafés, conhecido a culinária francesa mas também gexplorado boa parte da europa, ampliando meu olhar para a arte e conhecendo mais a fundo as vertentes artísticas…eu poderia dizer que era feliz, meu novo estúdio seria na Holanda, perto do canal, meu nome estava crescendo no âmbito da arte mesmo sendo tão jovem.
Eu ansiava pelo reencontro com , não importou as inúmeras vezes em que busquei ir em frente, ou quanto eu lutava para não procurá-la em cada maldita rede social. Ela estava tão profundamente inserida em casa obra que produzi! Os montes , meu primeiro trabalho na faculdade, se alguém cuidadoso observasse a paisagem, conseguiria ver o perfil da mulher que eu amava. A obra atual, meu último trabalho naquela instituição, era o farol em que me dei conta de que estava apaixonada por , fora onde vi sua verdadeira face, seu eu mais sincero. O farol se destacava, como o brilho de uma chama, em meio a uma tempestade, me questionava sobre a ausência de , seu silêncio era o pior dos sons, as inseguranças inundavam meu pobre e inseguro coração. O julgamento que a impossibilitava de entrar em contato, havia se encerrado já três anos, os últimos dois anos foram os piores para suportar, antes havia uma razão, agora o silêncio era perturbador. O garoto tímido de 17 anos teria seu ser esmigalhado ao receber essa notícia, era óbvio que eu sentia-me mal, a obra expressava uma pequena parcela do caos e dor dentro de mim ao mesmo tempo em que buscava a esperança, amar alguém além de nunca passou pela minha cabeça mas como o ditado já bem diz: quem poderá adivinhar o que a vida nos reserva?! As conversas eram o segundo som predominante, os passos dos indivíduos que compareceram a exposição, seus arquejos e ruídos surpresos ao encontrar algo que os extasiaram…e então o mais completo silêncio, apenas a música prosseguia a tocar, meu corpo ainda estava de frente para a pintura, o meu último grito de socorro. A curiosidade nata, havia se esvaído naqueles últimos anos. Então mesmo que a galeria houvesse se silenciado, continuei na mesma posição.
— Meu pintor, você me fará permanecer nesta posição por mais quanto tempo?
Havia um sorriso na voz do fantasma que eu tanto esperava em reencontrar, um gracejo característico da única mulher que me provocou sentimentos tão intensos, a única a me tirar o fôlego apenas com um único olhar, a qual estava ajoelhada com roupas pretas, olhos faiscantes e um sorriso travesso que me fez desejar me perder em seus lábios, nas mãos estendidas em minha direção, uma caixa carmesim, de veludo, com um par de alianças douradas que brilhavam sob as luzes da galeria.
. — Seu nome soou como uma súplica, um desejo reprimido, um pedido para que não fosse apenas um sonho.
— Eu estou bem aqui, meu caro pintor. — Ela piscou apenas um olho, seu sorriso ampliou ao me ver me colocar sob o mesmo nível.
— Se estiver perguntando se eu desejo passar o resto dos meus dias ao seu lado, me sentirei ofendido por ousar perguntar quando a resposta sempre foi óbvia. — Retirei a caixinha da mão dela, erguendo a face dela com uma mão, olhando dentro dos olhos dela. — Você aceita ser a minha mulher, a minha eterna musa, e aquela a quem dedicarei toda a minha vida , ?
Ela sorriu soprando um sim em meus lábios antes de me beijar, meus braços foram moldados para abraçá-la, seu corpo era o encaixe perfeito do meu, seu tronco se acomodava perfeitamente em meu peito. Seu perfume era inebriante, sedutor e transmitia a sensação de lar, com ela, para qualquer lugar que fossemos, eu estaria em casa.
— Você se tornou ousado. — Ela riu, escondendo sua face em meu peito. — E cresceu, meu adorável pintor se tornou um homem.
— Você me ensinou a lutar por eles sonhos, eu consegui mas nada do que eu conquistei teria se realizado se não fosse por você, minha amada. — Sorri retirando as mechas de cabelo que caíram sobre os olhos dela antes de nos pôr de pé outra vez.
— Você merece todo mérito querido. — Ela sorriu, em seus olhos havia orgulho.
— Temos que começar a organizar a cerimônia. — Brix surgiu com os olhos marejados, ao seu lado estava Thomas, o homem que a fascinou eles estavam juntos desde então.
— Meu menino vai se casar. — Minha mãe se aproximou, olhando diretamente para , em sua face havia um sorriso gentil. — Precisamos conversar mais tarde. —Ela piscou rindo, secando algumas lágrimas que percorriam sua bochecha.
— Eu já adianto, eu quero ser o padrinho. — Alexis riu se aproximando para parabenizar.
A confusão se instaurou por aquela galeria, algumas pessoas chegaram como curiosas, outras eram amigos e familiares que se aproximaram para comentar sobre o casamento e parabenizar sobre a formatura, outros eram meus colegas de turma, amigos que fiz durante os anos ali na França…


Algumas horas mais tarde…


Enfim eu estava sozinho com ,a garota que eu conheci deu forma a uma bela mulher, seus fios de cabelo emolduravam sua face, olhos instigantes, com um leve toque de ironia, ela era deslumbrante. Os lábios inchados eram apenas um reflexo de como estavam os meus, eu não pude controlar o anseio, a saudade fora, enfim saudada. Aquela noite de transformou em uma festa, uma junção de família e amigos, e uma confusão harmoniosa de certa maneira, meus dedos deslizavam a face dela, gravando sob a ponta do dedo cada uma de suas feições, não importava os anos que passamos distantes, ela era o meu amor insuperável, eu a ouvi atentamente antes de me perder em seus lábios deleitosos.
— Ainda me sinto como se estivesse sonhando. — Sua voz soou baixa, como um leve suspirar.
— Eu entendo, me sinto da mesma maneira. — Encostei minha testa sobre a dela. — Eu sinto que acordarei a qualquer momento, isso me deixa aflito na mesma intensidade que me extasia, , minha amada e futura esposa, eu nem sei por onde começar a te dizer a intensidade do meu amor por você.
— Você não precisa , meu adorável pintor. — Ela sorriu selando seus lábios nos meus antes de voltar a se pronunciar. — Eu vi seu amor em cada pincelada, em cada obra que você já fez, você foi o primeiro a me olhar e enxergar de verdade, meu adorável pintor, minha vida há esperança graças a sua bondade, esses anos em que ficamos separados foram os piores de minha existência, somente em seus braços eu me sinto em casa outra vez.
— Eu te amo agora e agora sempre.
— A cada respirar.


FIM



Nota da autora: Essa short tem um peso muito importante, ela é um encerramento de uma outra short. Fanfiqueira adora ficstape que dá para encaixar tudo o que precisa em várias faixas, voltando aos protagonistas, eles são da short Turned Cold, espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar aquele recadinho quentinho nos comentários 🥰😌😎.




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