Finalizada em: 19/06/2021

#1 — BIG TOWN, SYNTHETIC APPARITIONS OF NOT BEING LONELY

Ao passar pelo portão de desembarque, abriu um sorriso de orelha a orelha ao ver seus familiares, seu pai, Christian, segurando uma placa com o seu nome, seu irmão, Ravi, de cinco anos, com outra placa cheia de corações que ele mesmo havia pintado com o seu nome dentro, e, ao seu lado, também agachada, estava sua melhor amiga, Bexley, que transmitia a chegada da amiga para a mãe dela, que não conseguiu uma brecha no trabalho para buscar a filha.
! — O irmão correu, agarrando suas pernas e a garota o pegou em seus braços. — Eu senti sua falta. — Ele a encheu de beijos enquanto era girado no ar.
— Eu estou aqui agora, meu amor — respondeu, o levando ao chão para receber um abraço de urso de seu pai.
— O que aconteceu com o seu rosto? — o mais velho perguntou, arqueando a sobrancelha.
— No meu último dia de praia, acabei dormindo tomando Sol. — Revirou os olhos ao confessar o motivo de estar com o rosto daquele jeito, fazendo sua melhor amiga Bexley rir.
— Se tivesse escolhido fazer o intercâmbio comigo na Inglaterra, nada disso teria acontecido! — Bexley não perdeu a chance de dizer ao abraçar fortemente a amiga, a fazendo resmungar por estar com a pele queimada.
— Esqueceu do nosso combinado? — perguntou.
— “Cada uma vai pra um lugar diferente fazer intercâmbio” — Bexley repetiu o combinado que haviam feito anos atrás. — Olhe, sua mãe quer falar com você.
pegou o celular das mãos da amiga, seguindo conversando com a sua mãe até o estacionamento onde o carro de seu pai estava. Desligou antes de entrar no banco da frente ao lado de seu pai, feliz por estar de volta aos Estados Unidos, ou melhor, por estar de volta à sua querida New York.
Contemplou a cidade acendendo-se ao cair o Sol, sentia saudades daquelas luzes, de toda aquela movimentação noturna. Fez um rápido story, mostrando aos seus amigos do intercâmbio que estava de volta ao lar.
Ao perceber que o trajeto não era o mesmo que estava acostumada a fazer para o apartamento que morava com seu pai, estranhou, olhando para Bexley no banco de trás, que se fingia de desentendida.
— Aonde estamos indo? — perguntou para o pai.
— Para o seu apartamento! — Ravi respondeu da sua cadeirinha, deixando o pai boquiaberto.
— Ravi! — Christian e Bexley repreenderam o pequeno antes de caírem na risada, deixando sem entender absolutamente nada.
— Como assim? E-eu posso saber o que está acontecendo?
— Lembra da conversa que tivemos semanas atrás? — Christian perguntou e ela negou mentalmente por não se lembrar, mas concordou com a cabeça. — Você disse que iria voltar e se inscrever para a faculdade NYU, que concidentemente é a mesma faculdade que a Bex vai começar.
— Sério? — perguntou, a olhando.
— Sim! Eu voltei na semana passada, fiz minha entrevista e passei! — Bexley contou animada, batendo palminhas, comemorando com Ravi ao seu lado.
— Sabendo disso, eu e o pai da Bex conversamos e achamos uma boa ideia vocês duas morarem em um apartamento próximo à faculdade! Vocês já se viram sozinhas em intercâmbio desde os dez anos de idade mesmo.
não podia acreditar no que estava acontecendo, sua ficha só começou realmente a cair quando Christian estacionou em frente ao prédio onde seria seu novo lar. Ela desceu do carro, olhando para o prédio sem acreditar e Bexley deu a volta no carro, segurando a mão da amiga, que sabia de tudo e a puxava para atravessar a rua em direção ao hall de entrada.
Aquilo só poderia ser um sonho.
Esperou pelo seu pai, que vinha com Ravi nos braços, e subiram no elevador até o décimo andar. Ao parar em frente à porta do apartamento, pôde notar que eram apenas dois apartamentos por andar.
Bexley abriu a porta, revelando a sala do apartamento que dividiria com a amiga totalmente do jeito que sempre imaginavam, a sala branca com detalhes em vermelho e preto, as cores favoritas das amigas. Ao entrar pôde ver que a cozinha era no mesmo ambiente e a mesa redonda de seis lugares contava com uma vista privilegiada com a janela que ia do chão até o teto.
— É incrível — disse, andando pelo cômodo, observando a vista.
— Vem ver o seu quarto. — Bex puxou a amiga por um corredor com três portas. — Aqui é o nosso banheiro de visitas. — Apontou para a porta no fim do corredor. — Esse é o meu quarto. — Apontou para a porta vermelha com a sua inicial à esquerda. — E esse aqui é o seu. Espero que goste. Eu pedi para decorar com base nesse nosso desenho. — Bex puxou do bolso da calça uma folha com um desenho que fez quando era criança, mostrando como queria seu quarto.
Ela sorriu com os olhos cheios de lágrimas, abrindo a porta do quarto e se deparando com o quarto dos sonhos. Na parede ao lado da porta, um mural com todas as suas polaroides dos intercâmbios, com um papel de parede de mapa mundi e um pisca na cor branca passava entre as fotos até chegar ao espelho de corpo inteiro. Na próxima parede, uma televisão e uma cômoda com os aparelhos elétricos e um quadro de sua família, a foto de Natal que mais amava.
Bexley viu que a amiga se aproximava da janela e pegou o controle no criado mudo da cama, abrindo as cortinas, a presenteando com a mesma vista da cozinha.
se surpreendeu ao ver aquilo e sentou-se na mesa branca que continha o logo da faculdade por baixo do vidro, passando sua mão por cima. A cama era ao centro, com colchas em tons claros, que estavam sendo bagunçadas pelo irmão e seu pai, e ao lado a porta que levava ao seu banheiro reservado.
— Isso é um sonho — constatou ainda deslumbrada ao ver as luzes da cidade.
— Este é o nosso sonho, . — Bex abraçou a amiga, que retribuiu o abraço.


#2 — YOU KNOW I’M LOVE WITH THIS CITY

Não demorou muito para a mãe de e os pais de Bexley se juntarem a uma pizza party no apartamento das amigas, comemorando a chegada de e o novo passo na vida de ambas. estava feliz, mas ao mesmo tempo preocupada com as expectativas impostas por seus pais com o fato de estudar na NYU.
Afinal, o que ela iria estudar? Sendo que sentia em seu peito a exorbitante vontade de sair conhecendo o mundo afora? Antes de dormir, observou o mapa mundi no papel de parede de seu quarto. Ainda tinha tanto para conhecer... O que faria presa em uma faculdade durante três ou quatro anos?
Dormiu pensando no futuro e acordou assustada com Bexley com o som no último volume. Não se importou com o horário, apenas gritou para que a Alexa abaixasse o som, colocando o travesseiro sob a cabeça.
Bexley riu ao entender que a amiga estava sofrendo com o jet lag, mas era sábado e precisavam comemorar tudo de bom que vinha acontecendo nos últimos dias, então pediu para que a Alexa aumentasse o volume da televisão, correndo para o quarto da amiga, agradecendo aos céus pela porta estar destrancada, correndo para cima da cama da amiga e pulando ao seu lado.
— Boa noite, princesa do meu castelo — Bex gritou, abaixando-se para pegar o controle e abrindo as cortinas do quarto.
— BEXLEY. — tirou o travesseiro da cabeça, fechando os olhos com força para não serem atingidos pelo Sol, mas estranhou, os abrindo para encarar a janela surpresa. — Ainda está de noite? Eu não dormi nada, é isso?
— Não! Pelo contrário, você dormiu um dia inteiro — Bexley contou, sentando com as pernas cruzadas na cama. — Eu achei melhor deixar você dormir para podermos sair hoje à noite.
— Sem chances — negou, cobrindo até a cabeça. — Estou morta de cansaço.
, eu não aceito não como resposta! — Bexley tirou o edredom da cabeça da amiga. — É o nosso primeiro sábado em New York, voltamos do nosso intercâmbio, estamos na faculdade que sempre sonhamos, temos nosso próprio apartamento... Quantos motivos você quer para levantar e comemorar?
— Um namorado? — fez biquinho, já com saudades do boy brasileiro com quem ficava.
— Podemos arrumar um nesta noite. — Bexley deu de ombros, levantando-se da cama.
— Quem sabe? Precisamos estrear os quartos. — riu da própria ideia pervertida, levantando-se da cama, fazendo a amiga gritar “aleluia”. Seguiu para o banheiro, onde tomou um banho rápido, lavando os cabelos. — Aonde vamos? — perguntou ao sair do quarto e gritar no corredor à amiga.
— A um show — Bexley gritou de volta. — Os ingressos estão no balcão da cozinha.
seguiu até a cozinha ainda enrolada nas toalhas, pegando o envelope com o seu nome e de Bexley e um coração, constatando que quem havia arranjado aqueles ingressos era Max, o irmão de Bexley que trabalhava com eventos. Pegou duas credenciais todas pretas com detalhes em vermelho como se fosse sangue, eram passagens para o backstage e ingressos com o nome do artista chamado .
Não fazia ideia de quem poderia ser, mas provavelmente Bexley deveria conhecer. Voltou para o quarto, escolheu o look que iria usar, optando por uma saia jeans de lavagem clara, com alguns rasgos em sua extensão e uma camiseta preta, escrito Just Approve, que pegou de sua mala que trouxe do Brasil, deu um nó na barra, a deixando mais justa e marcando sua cintura, e optou por usar um coturno holográfico. Secou os cabelos, esperando Bexley aparecer no quarto para maquiá-la como nos velhos tempos.
Após estarem prontas com uma maquiagem que Bexley dizia combinar com a vibe do show, olhos com lápis de olho preto, delineador e sombra preta e um belo batom vermelho, seguiram de taxi até o local do show, conversando sobre alguns amigos do tempo do colégio e onde estavam estudando atualmente.
Bexley entregou a seu ingresso e credencial, cortando a fila de mãos dadas e entrando sem muitas complicações no local enquanto ela tentava contatar o irmão mais velho. , por sua vez, prestava atenção às luzes do palco sendo testadas e aos fãs do tal artista que chegavam aos poucos, até ser puxada por Bexley para um corredor às pressas, passando por alguns seguranças até encontrarem Max, que tinha uma prancheta em sua mão e escrevia algo, equilibrando o celular entre a orelha e o ombro para responder a irmã.
— Bex, finalmente — Max disse e pediu para que a irmã guardasse seu celular e ela o abraçou como podia. — Olha só quem voltou da terra do carnaval e futebol — ele disse ao olhar , que revirou os olhos ao beijar o rosto do mais velho.
— Péssima visão do Brasil, Max. — Negou com a cabeça. — Aquele país é muito mais que isso.
— Vou adorar ouvir todas as suas histórias, , mas em uma outra hora — Max disse e ela concordou com a cabeça, imaginando o caos em que ele se encontrava no momento. — Aqui está uma loucura hoje, é o primeiro show da turnê aqui na América, todos estão eufóricos.
— Eu posso imaginar. Quando fui ao show dele em Londres, estava lotado — Bex disse ao irmão.
— Aqui também. A bilheteria está fechada, ninguém mais entra! — Max comentou, ouvindo o seu rádio preso na cintura apitar. Ele clicou no botão, ouvindo no ponto em seu ouvido. — OK, OK. Meninas, venham comigo. Tem um camarim pronto que vocês podem ficar.
Bexley e se entreolharam e seguiram Max até o camarim, onde estavam mais algumas pessoas da produção. não perdeu tempo em pegar uma cerveja na geladeira, oferecendo à amiga, que negou com a boca cheia após ter pegado um sanduíche da bandeja.
Se acomodaram em um sofá ao canto do camarim, voltando a colocar a conversa em dia sem ver o tempo e as cervejas passarem.
— Vou ao banheiro — disse e Bexley concordou animada com o seu drink que um dos rapazes gatos da produção preparou para ela.
saiu pelo corredor, seguindo as plaquinhas no teto e se arrependeu de não ter colocado suas lentes, pois sua visão era péssima e ao achar a placa que pedia para virar o corredor em direção ao banheiro, acabou trombando com uma pessoa tão forte que acabou derrubando sua garrafa de cerveja e molhando sua roupa, fazendo o maior barulho e atraindo a atenção dos demais no corredor, inclusive de Max, que arregalou os olhos ao perceber a amiga da irmã batendo o pé, prestes a explodir.
— Olha só o que você fez — esbravejou, balançando a mão na intenção de limpar a cerveja e dando um passo para trás de onde estava molhado. — Não olha por onde anda, não?
— Desculpe, eu estou atrasado para as entre... — ele tentou se explicar, totalmente sem graça pelo acontecido, olhando o estrago que tinha feito.
— Problema é seu — o interrompeu, seguindo para o banheiro em passos firmes. — Idiota! — murmurou, sentindo a cerveja escorrer por suas pernas.
— Max disse, puxando a garota antes que ela entrasse no banheiro. — O que está acontecendo? — perguntou entredentes e ela conseguiria imaginar que era pelo show que estava dando naquele momento.
— Esse idiota que não olha por onde anda, trombou comigo. Olha só isso. — Apontou para sua roupa e Max sorriu sem graça para o rapaz.
— Eu já pedi desculpas — ele disse com o seu sotaque carregado antes de ser afastado por um segurança e os demais voltavam a circular.
— Foda-se. — revirou os olhos, soltando-se da mão de Max e entrando no banheiro para limpar sua roupa. Aproveitou para usar o banheiro e se acalmar antes de sair, olhando para os dois lados e constatando que o corredor estava vazio, podendo andar tranquilamente de volta ao camarim com Bexley. — Você não vai acreditar no que me aconteceu.
— Você já me conta, agora vamos assistir as entrevistas com o Max no outro camarim perto do palco — Bexley disse à amiga mais animada que o normal e percebeu uma proximidade maior do rapaz que lhe fazia os drinks, sem falar nada, pois deveria ser algum amigo do irmão dela. os acompanhou, sentando em uma das cadeiras no final do camarim na lateral perto da porta, não queria atrapalhar o trabalho de nenhum fotógrafo ou jornalista.
— Pelo amor de Deus, não arrume mais brigas — Max disse ao se aproximar de . — Fique quietinha aqui.
— Max, eu não sou mais criança. — revirou os olhos, cruzando os braços. — Não é minha culpa que aquele otário é da sua equipe.
, ele não é da minha equipe — Max negou. — Você só pode estar brincando em não saber quem era!
— O que rolou? — Bex perguntou, sentando ao lado da amiga.
— Eu estava do outro lado do oceano, não me peça para saber sobre os novos artistas daqui — rebateu irritada com Max.
Antes que Max pudesse contar à irmã sobre o ocorrido, uma mulher em cima do palco anunciou o início das entrevistas e o artista foi conduzido à sala, sentando-se na mesa em frente ao poster de sua turnê. arregalou os olhos em choque.
Ela tinha brigado com ninguém mais ninguém menos que o próprio artista.
O rapaz, por sua vez, sorria para as câmeras, olhando para todos com bastante calma e os cumprimentando e posando para fotos, sorrindo e fazendo caretas, até chegar ao ponto perto da porta do camarim, constatando a presença da mesma garota que havia encontrado no corredor lhe olhando boquiaberta. Quando seus olhos se cruzaram, ela desviou o olhar, abaixando a cabeça e fingindo mexer nos cabelos para disfarçar. Aquilo prendeu a atenção do cantor pelos próximos trinta minutos de entrevista.
Ao saírem do camarim, voltou para o outro como se estivesse em um piloto automático, pegando duas cervejas de uma só vez na geladeira, enquanto Max contava à irmã o que tinha rolado antes.
— Porra, , que bunda virada pra lua. Vai pegar logo o ! — Bex comentou, dando um tapinha nas costas da amiga.
— Eu não vou pegar aquele sem educação — negou. — Ele jogou cerveja em mim.
— Foi um acidente — Max pontuou. — E ele não parava de te encarar agora na outra sala.
— Da onde esse garoto surgiu que eu não o conheço e a música dele nem chegou ao Brasil?
— Olha, amiga, com certeza a música dele chegou ao Brasil, mas, pelo que a gente conversou, você estava interessada em outras coisas além de se atualizar no mundo da música. — Bex fez corar na frente de Max. — é a nova sensação das paradas britânicas. Ele faz parte da trilha sonora de 13 Reasons Why, tem uma porrada de músicas boas com artistas incríveis que a gente cresceu ouvindo, é a primeira vez dele aqui nos Estados Unidos e você recebe o cara o xingando!
Se eles queriam fazer a consciência de sentir-se pesada, tinham conseguido. A garota tentou não demonstrar, abrindo uma garrafa de cerveja e a tomando quase inteira em um gole, com seu pé esquerdo batendo freneticamente no chão.
Para sua sorte, o show estava prestes a começar, o que fez Max se despedir, dizendo que se veriam após a apresentação no after party. Bexley e se acomodaram no mezanino na lateral do palco, vendo aquele mar de fãs ansiosos pela apresentação que estava prestes a começar a qualquer momento. terminou mais uma de suas cervejas, sentindo o seu corpo ficar levemente mais solto. Ela olhou para a amiga toda risonha, que já entendia perfeitamente quem estava bêbada ali.
A contagem regressiva no telão fez o coração de palpitar. O blackout, seguido de um forte jogos de luzes e ao centro estava o tão famoso , vestindo-se todo de preto. Sua jaqueta toda fechada tinha a estampa de um esqueleto e sua calça toda rasgada. Estava apenas com as meias na cor rosa, que chamaram bastante a atenção da garota. Ele segurava uma bandeira também da mesma cor, que jogou ao chão assim que a cortina sobre o palco veio abaixo.
A sua aparição vez o público ir à loucura enquanto ele corria de um lado para o outro do palco, pulando com a bateria tocando ao fundo junto à sua banda, composta por um baixo, guitarra e um teclado. Quando ele começou a tocar, já pulava com Bex, deixando-se levar pela onda de prazer que o álcool as proporcionava.
Bex cantava as letras, mostrando à amiga conhecer bem o cantor britânico.
Não demorou muito para ele tirar a jaqueta preta, ficando apenas com uma camisa de mangas longas, feita de tule preto, que deixava à mostra seus músculos e abdômen. ria do estilo dele ao comentar com Bex, que apenas disse que ele era assim mesmo e usava o que ele quisesse.
A voz de era rouca e aveludada e aquilo de certa forma hipnotizava a assistir o seu show, mas quando a sua vontade de ir ao banheiro falou mais alto, ela avisou Bex mais uma vez, correndo pelas escadas de volta à passagem ao backstage e indo para o banheiro mais próximo. Ouvia a batida do banheiro, mas não conseguia ouvir o britânico cantar. Ao sair, lavou as mãos, secando a maquiagem. Ainda sentia seu coração acelerado e a embriaguez ao olhar-se no espelho, rindo ao acertar o batom nos lábios, antes de sair correndo para voltar ao show.
Foi quando, mais uma vez, , que estava voltando do camarim após trocar de roupa, ajeitando o ponto novamente em seu ouvido, trombou com , derrubando seu microfone, que estrondou para a arena toda. Ela perdeu o equilíbrio, caindo ao chão e batendo a cabeça na parede, sentindo tudo girar.
— Você de novo? — ele perguntou, pegando o seu microfone do chão e ajudando com a ajuda de seu assistente de palco a se levantar, ainda encostada na parede. — Está tudo bem?
— Você precisa voltar para o palco, vamos. — A assistente o puxou e ele se esquivou, preocupado com a garota.
— Relaxa, eu vou sobreviver! — respondeu, forçando um sorriso. Ele apenas concordou, voltando correndo para o palco. A garota seguiu de volta para as escadas do mezanino, sentindo-se zonza e sem forças para subir. Mandou uma mensagem para Bex, avisando onde estava, sentando no primeiro degrau da escada com as mãos sobre a cabeça.
Foi quando o assistente, a mando de , pediu para que ele levasse a garota até seu camarim e por sorte ele a encontrou mais rápido do que o esperado, podendo voltar à assistência o palco após guiá-la até o camarim com um paramédico à sua espera.
insistiu ao paramédico, dizendo que estava bem e ele constatou uma leve contusão em sua cabeça, formando um faço de um galo. Ele pediu para que ela se deitasse no sofá e logo Max apareceu assustado com a notícia que ela estava recebendo atendimento médico.
, você quer me matar do coração? — Max ralhou ao entrar no camarim. — O que aconteceu?
— A culpa foi dele. — apontou para o cantor na televisão onde passava o show que acontecia lá fora. — Trombamos de novo e dessa vez acabei batendo a cabeça e está doendo muito, muito, muito.
Pelo jeito mole de falar, Max sabia que ela estava bêbada. Ele riu, negando com a cabeça e ligando para que a irmã viesse ao camarim.
— Espero que seja importante, Max, ele estava cantando I Think I’m Okay — Bex choramingou, secando as lágrimas. — O que está acontecendo aqui? — não perdeu a chance de apontar novamente para a televisão, indicando que a culpa era do cantor. Max explicou o que tinha acontecido e a mais nova só conseguia rir, aproveitando para pegar uma cerveja e comer um doce do camarim.
Acabaram assistindo ao show até o final no camarim. O álcool ia sumindo do corpo de graças às garrafinhas de água que Bex estava lhe dando e quando despediu-se do público, era a hora perfeita para irem embora.
— Vamos! — sentou-se no sofá, sentindo tudo girar.
— Aonde? — questionou a amiga.
— Embora — disse parecendo óbvio. — Vai ficar aqui pra esperar ser expulsa?
— Você foi convidada! — constatou. — E eu quero tirar foto com ele. — Deu de ombros. — Sou fã mesmo.
— Eu não fui convidada, eu fui atacada, é bem diferente — tentou se explicar, perdendo totalmente sua linha de raciocínio ao ver o cantor passar pela porta com o assistente, tirando o ponto passado por seu corpo e a camiseta de mangas longas, a jogando no chão do camarim. Para a surpresa de , ele usava uma saia preta, toda quadriculada com linhas brancas e a tirou junto aos seus sapatos para tomar uma ducha rápida, ainda eufórico pelo fim do show.
Sentiu o fôlego ir voltando aos poucos e os ânimos acalmando ao refrescar seu corpo com a água gelada do chuveiro, esfregou o rosto, tirando toda a maquiagem que usava e fechou o registro, enrolando uma toalha em sua cintura e com a toalha de rosto terminou de tirar toda a maquiagem, deixando a toalha branca levemente preta. Riu, a jogando em cima da pia e se trocando rapidamente, voltando para o camarim de camiseta branca e calça preta, secando seus cabelos na toalha.
Olhou para o sofá, onde minutos atrás a garota que tinha trombado duas vezes o esperava, e para sua surpresa ela tentava sair do camarim e era arrastada a ficar por uma amiga.
riu com aquela voz rouca, fazendo parar no lugar, arrepiando-se por inteira.
— Aonde estão indo? — ele perguntou curioso.
— Embora. Não queremos te perturbar — respondeu sem graça, puxando Bex.
— Eu quero perturbar ele — Bex choramingou.
achava graça da situação e os demais companheiros de equipe também.
— Por mim, podem ficar — ele disse, fazendo Bexley virar em sua direção com um sorriso de orelha a orelha. — Eu gosto de companhia, é chato ficar sozinho. — Deu de ombros, sentando-se no sofá onde estava deitada um pouco antes. — E aí, gostaram do show?
— Eu amei. — Bexley andou em sua direção. — Acho que esse é o terceiro ou quarto show seu que eu assisto.
— Sério? Isso é demais — ele disse animado. — Fico muito grato por esse carinho. Qual seu nome?
— Bexley, mas pode me chamar apenas por Bex.
— Certo, Bex. — Ele sorriu para a garota e olhou para , parada ao lado da porta, de braços cruzados. — E o seu nome?
— Pra que quer saber? — rebateu, arqueando a sobrancelha.
— Ela é sempre sem educação assim? — ele virou para perguntar a Bex, que se surpreendeu. — Primeiro esbarra comigo e me xinga, depois a gente tromba de novo e ela bate a cabeça e agora só me maltrata.
Antes mesmo que Bexley pudesse responder pela amiga, ela se aproximou, sentindo o peso na consciência quase esmagá-la, parando em frente ao rapaz, que a olha de baixo para cima lentamente.
— Desculpa — suspirou. — Não quis te tratar dessa maneira, acabei exagerando... Posso colocar a culpa no álcool? — perguntou, mordendo os lábios.
— Podemos — ele ponderou. — Dessa vez podemos.
— A propósito, me chamo . — Esticou a mão em direção ao cantor. — Eu não conhecia você, mas o seu show foi incrível.
— É um enorme prazer conhecê-la, ! — tomou a liberdade para apelidá-la, lhe arrancando um sorriso ao canto dos lábios, que não passou despercebido por Bex.


#3 — I JUST LOOK PATHETIC NOW

Já passava das dez da manhã quando Bexley saiu do quarto, ainda bocejando ao ver a desordem que acontecia em seu apartamento. Bexigas pretas e rosas ainda decoravam o chão junto aos copos plásticos em cima da bancada da cozinha. Olhou para o sofá, onde Max, seu irmão mais velho, dormia todo torto, acompanhado do rapaz que lhe fez drinks a noite toda.
Ela demorou para entender que o alvo da noite não era ela, e sim seu irmão bissexual.
Ela andou até a cozinha, perguntando para a Alexa que horas eram, abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de água. Já se passavam das onze da manhã, então tomou a liberdade para acordar os demais, imaginando que o acompanhante de deveria ter diversos compromissos durante o dia.
— Alexa, toca Parents — Bexley pediu ao tomar um pouco da sua água, antes de alcançar o saco plástico em uma das últimas gavetas da cozinha e começar a recolher toda aquela bagunça.
Dentro do quarto de , era possível ver as peças de roupa jogadas ao chão ao lado da cama. Meias rosas, saia jeans, calça preta, camiseta preta e uma branca, roupas íntimas.
dormia tranquilamente, coberta pelo edredom, abraçando um de seus travesseiros e virada para a porta do banheiro, enquanto o cantor britânico com quem havia estreado a cama dormia de bruços, com o edredom apenas em sua cintura para baixo.
Ao começar os primeiros acordes da música, gemeu ao tentar abrir os olhos, constatando as cortinas abertas iluminando todo o quarto. Virou-se de costas, batendo sua perna sem querer no abdômen do cantor, que reclamou, virando a cabeça em sua direção.
abriu os olhos, acostumando-se com o Sol, e respirou fundo ao se espreguiçar, observando a garota em sua frente lhe encarando timidamente. Ele sorriu, fazendo o coração da americana palpitar de uma maneira estranha.
— É realmente muito estranho acordar ouvindo minha própria música como despertador.
— Essa música é sua? — rebateu, fazendo-se de desentendida na intenção de irritar o cantor, que não perdeu tempo ao puxá-la para perto de seu corpo, falando em seu ouvido.
— Acho que ontem você ouviu bastante minha voz em seu ouvido para não reconhecer — ele disse, a fazendo arrepiar. revirou os olhos, mordendo o rosto do cantor.
— Você gemeu bastante no meu ouvido, não cantou — rebateu risonha, sendo apertada entre os braços do cantor britânico. Eles se beijaram, olhando um para o outro.
— Isso é patético. Vim parar na cama da garota que nem sabia quem eu era. — Ele negou com a cabeça, tamanha ironia.
— Por que é patético? — questionou. — Isso afeta seu ego, ? — Logo após ganhar um apelido do cantor, resolveu perguntar o seu verdadeiro nome e começou a chamá-lo por ele.
— Nem um pouco. Porque mesmo você não me conhecendo, gostou de mim pelo que eu sou. — passou a mão entre os cabelos da garota, olhando em seus olhos. Não conseguia entender a estranha conexão estabelecida com aquela conversa no camarim, muito menos como acabou parando em um after party em seu novo apartamento. Tudo aconteceu tão rápido naquela realidade paralela em que estavam que somente o celular vibrando incessantemente no chão, enrolado às roupas, foi capaz de trazê-lo de volta.
Separaram-se e ela levantou, indo ao banheiro enrolada ao edredom, que largou jogado no chão da porta ao fechá-la, seguindo para o chuveiro. levantou-se, revirando suas roupas, encontrando seu celular e atendeu, recebendo os xingos de uma equipe mega preocupada com o seu paradeiro, com entrevistas atrasadas e cobrando o profissionalismo do cantor. Ele apenas se desculpou, enviando por mensagem sua localização para que viessem lhe buscar.
Vestiu-se, observando a vista de New York antes de prender sua atenção ao painel de polaroides.
— O que está fazendo com a minha camiseta? — perguntou ao sair do banho enrolada na toalha, vendo o rapaz usar sua camiseta preta de ontem.
— Humm... Peguei emprestada! — Ele deu de ombros, ainda olhando foto por foto. Ela tinha viajado por muitos lugares.
— Eu te emprestei? — questionou, seguindo até sua mala aberta no chão, pegando uma calça de moletom xadrez e uma camisa de mangas longas branca. Vestiu sua roupa sem se importar em ser observada pelo cantor, ele já tinha visto ela da mesma forma na noite anterior.
— Entenda esse empréstimo como uma forma de dizer que eu irei voltar. — se aproximou de , a puxando pela cintura e a beijando seus lábios, ela correspondeu, inclinando seu corpo até cair na cama novamente, com por cima de seu corpo.
— Você venceu, pode ficar com a minha camiseta — constatou entre o beijo.


#4 — ARE YOU FEELING THE SAME?

“Então, , me conte, como está sendo a sua passagem por aqui? Estamos o acompanhando muito nos últimos dias. Você sempre volta a NY mesmo com os shows em outras cidades pela noite.”
“Eu conheci uma fã chamada Bexley, ela mora em um apartamento legal com uma amiga.
Eu tenho voltado a NY pela manhã para aproveitar ao máximo essa cidade e viajo para os shows à noite. Estou muito feliz com todo o carinho dos meus fãs americanos. Está sendo maravilhoso.”


“Você parece estar bem próximo dessa sua amiga Bexley. Podemos esperar um romance vindo por aí?”

“Cara, eu sou romântico, mas com Bex... Não, acho que não. Somos bons amigos.”



— Errou feio. Errou rude — Max disse ao assistir com a irmã a entrevista de .
— Não posso acreditar que estou sendo apontada como o affair dele — Bex negou, se juntando ao irmão no sofá, com um pote de sorvete em mãos. — Esse povo é muito burro.
tinha chegado aos Estados Unidos para sua turnê de shows há duas semanas e nesse meio tempo o cantor fazia seus shows e voltava para se encontrar com as amigas durante o dia, jogando conversa fora no apartamento ou visitando alguns pontos turísticos da cidade.
— Eu não ficaria com ele.
— Bexley, até eu ficaria com ele — Max repreendeu a irmã, lembrando como foi trabalhar nos dois shows naquele fim de semana se contendo para não o agarrar entre os intervalos que trocava de roupa.
— Tá bem. Eu ficaria com ele, se a não tivesse pegado — Bex chamou a amiga pelo apelido que ela ganhou do cantor.
— Onde está , falando nisso? Com ele? — Max perguntou ao pegar uma colher da mão da irmã para pegar um pouco de sorvete.
— Não. Ela saiu para caminhar. Disse que precisava organizar seus pensamentos e ficar um pouco sozinha. — Bex revirou os olhos. Tinha discutido mais cedo com a amiga devido aos seus conflitos internos.
— Ela está assim por causa da NYU?
— Sim — Bex confirmou. — Ela ainda não sabe o que quer estudar, me disse que tem vontade de viajar por mais um tempo antes de se prender em um só lugar — a amiga transparecia sua mágoa para o irmão, não queria que partisse novamente, a queria ao seu lado para curtir aquela fase de sua vida.

visitou o apartamento dos pais, passando uma parte da tarde brincando com o seu irmão Ravi, até receber a mensagem de , lhe informando que hoje era sua única noite da turnê americana que ele estaria de folga antes de voltar para os shows, que infelizmente começavam a dificultar sua vinda a NY com frequência.
Eles combinaram de se encontrar assim que ele chegasse, iria levá-lo para conhecer alguns lugares.
Fugiu dos assuntos de faculdade que seu pai lhe cobrava, saindo do apartamento e andando até a entrada do Washington Square Park, onde se encontraria com o cantor britânico, caso ele não se perdesse no caminho.

Uma minivan parou logo na entrada no parque e quando viu um homem todo de preto, com detalhes rosas em sua roupa, já sabia que se tratava de alguém da equipe do cantor. Olhou para os lados, constatando estar seguro para puxar a porta da van para descer. Ele estava todo de preto, sua camiseta tinha estampado o rosto de Machine Gun Kelly, vestia uma jaqueta azul por cima e seus cabelos estavam presos por um óculos escuros, os deixando para trás. Nos pés, um vans e suas inseparáveis meias rosas, que eram a marca registrada do cantor. Ele avistou sentada em um banco e se aproximou como quem não queria nada antes de agarrá-la em seus braços, a levantando do banco e dando um breve selinho em seus lábios.
— Vamos andar no parque, chapeuzinho vermelho? — perguntou ao colocá-la de volta ao chão, segurando sua mão.
— Só um pouquinho, preciso pensar em algumas coisas — confessou, andando para dentro do parque de mãos dadas com o cantor.
a olhava deslumbrado com a sua beleza. Ela usava uma calça jeans clara de cintura alta e por dentro uma camiseta branca e uma jaqueta alguns números maiores, com alguns grafites desenhados por toda a extensão das costas. Deveria ser mais uma de suas roupas do Brasil, pois ele não conseguia entender o que estava escrito. Seus cabelos estavam em uma parte presos com um pequeno coque e o resto todo solto. Ela andava na frente, o puxando pela mão, e o rapaz estranhou o seu comportamento.
— Está tudo bem? — ele questionou preocupado com a atitude de sua companheira, ela então não o respondeu e continuou andando até o centro do parque, onde parou, puxando-o para perto. não precisou explicar sobre o que a sua angústia se tratava, olhou para o prédio da faculdade de NYU, entendendo perfeitamente. — Essa é a sua faculdade.
fez uma careta em negação ao ouvir a palavra “sua” no meio daquela frase.
— Eu não sei — começou a dizer, ainda olhando para o prédio. — Eu amo essa cidade. Eu amo tudo que tem aqui. Mas, mesmo assim, , eu sinto que aqui não é o meu lugar — confessou ao cantor, engolindo a seco. — Eu deveria estar empolgada e feliz com tudo que vem acontecendo igual Bex, mas não consigo.
— Por que não consegue, ? — ele a incentivou a falar, sentando-se em um banco de frente para a faculdade. Ela ainda olhava para o prédio como se procurasse a resposta para aquela pergunta.
— Gosto da sensação que tenho ao viajar, sentir que estou explorando o mundo, conhecendo lugares incríveis, pessoas que me agregam novos valores e culturas extraordinárias. Passei duas semanas vendo sobre alguns cursos e o único sentimento que acabei tendo foi de sufocamento. Vou passar quatro anos da minha vida tendo a mesma rotina, vendo as mesmas pessoas, os mesmos conflitos que vou enjoar antes de chegar ao segundo ano, vou querer trancar o curso e ser uma decepção. Tudo bem que ter uma formação, ainda mais aqui na NYU, é importante, vai ser bom para o meu futuro, mas...
parou de falar, olhando para , que beijou suavemente sua mão, ainda com os dedos entrelaçados. Ela achou graça, desviando o olhar do prédio para ele ao seu lado.
— Mas o que, ? — sabia que era importante para a americana colocar aqueles sentimentos ruins para fora, então atreveu-se a perguntar, na intenção de ajudá-la.
— Vou passar quatros anos dentro desse prédio. Vou me formar e viver dentro de um escritório renomado que vou conseguir graças a essa faculdade. Vou dormir pouco, viver a base de cafeína e vou me apaixonar por um novato, ou um cara mais experiente em pleno horário de serviço. Nosso relacionamento vai ser baseado em almoços falando sobre trabalho e jantares na sexta à noite, falando mal das pessoas que trabalham conosco. Quando eu me der conta, estaremos morando junto em um apartamento cheio de regras, porque não suportamos um ao outro, mas permanecemos juntos devido à carência. Ele vai me pedir em casamento na confraternização de final de ano do escritório. Vamos nos casar em uma cerimônia que vai acabar com as nossas economias só para fazer feliz aquele bando que nunca torceu pela nossa felicidade. Vão me encher o saco por causa de filhos e dizer que o tempo está passando. Por pressão, eu vou parar de tomar o anticoncepcional e vou acabar engravidando tempos depois e dizendo que fui pega de surpresa. Meu filho vai ser criado por uma au pair que ele vai amar mais do que a própria mãe e quando eu me der conta, a vida passou diante dos meus olhos da maneira mais monótona possível.
sentiu o próprio peito apertar-se com o relato de . Era nítida a pressão que vinha de seus pais devido ao seu futuro e ela sentia-se livre viajando pelo mundo sem precisar de muitas satisfações, mas isso não queria dizer que ela não os amava.
A família era o ponto principal para ela, ela estava entre viver infeliz e fazê-los orgulhosos, ou ser a decepção da família e viver intensamente cada segundo da sua vida pelo mundo.
abaixou a cabeça, abraçando as próprias pernas ao soltar a mão do cantor, escondendo o rosto como podia. Sentia-se uma garotinha de quinze anos com uma crise existencial fodida, que provavelmente viraria tema de uma música revoltada na voz aguda de . Sentiu que o seu companheiro se levantou do banco e nesta mesma hora sentiu suas mãos levantarem seus ombros, encostando no banco. Ele olhava no fundo de seus olhos como se pudesse ler sua alma.
— Repita comigo. — colocou a mão sobre o rosto da garota. — Foda-se, NYU.
riu, negando com a cabeça, secando suas lágrimas. a puxou para ficar em pé e a arrastou até a calçada do outro lado da rua do prédio da faculdade, parando o seu corpo atrás da garota.
— Você não vai ter sua vida presa nesse prédio velho com pessoas medíocres e monótonas — ele sussurrou em seu ouvido. — Repita comigo, — a incentivou, abrindo seus braços. — FODA-SE, NYU.
As pessoas olhavam curiosas em volta do casal. acertava as ideias em sua mente e olhou o cantor pelo canto dos olhos ao encher o peito de ar e gritar a plenos pulmões.
— FOOOOOOODA-SE, NYU — gritou acompanhada de , sem acreditar, tampando a boca com as duas mãos, olhando para o rapaz, que a jogou sobre seus ombros e saiu correndo novamente em direção ao centro do parque. Ele gritava mais vezes e a colocou sobre o banco enquanto se pendurava em um poste de luz, a fazendo rir ao carregá-la em suas costas.
Ao colocá-la no chão, a abraçou com uma mão em sua cintura e outra segurando seu rosto, prestes a beijar seus lábios, mas a americana desviou, encostando a cabeça em seu peito.
— O-obrigada pelo apoio. Eu sinto que acabei de colocar todas as responsabilidades que estavam entaladas em minha garganta para fora agora — confessou. — Parece que agora até posso voltar a me alimentar direito.
— É. Realmente eu sempre achei estranho o fato de você não comer — zombou, beijando sua testa. — Fico feliz em ter te ajudado. Antes de começar a cantar, meus pais queriam controlar a minha vida. Eu consegui sentir exatamente o que você falou, doeu no meu peito. — Ele levou a mão dela ao coração. Ela sorriu e ele voltou a tentar beijá-la pela segunda vez e ela virou o rosto, o fazendo bufar.
— Acho que é bem provável as pessoas já tenham te reconhecido depois de toda essa gritaria — comentou, rindo contra o pescoço do rapaz, passando os braços por cima de seus ombros.
— E qual o problema com isso? — ele perguntou, assim que ela distanciou a cabeça, ainda abraçados.
— Vão nos fotografar. — Mordeu os lábios, incerta. — Pode ser um problema para você...
— Fodam-se os fotógrafos, — respondeu, antes de agarrar a americana, beijando seus lábios.


#5 — SHE’S DANCING ENTHRALLING

NYC — LOS ANGELES


observava do outro lado da sala, sentado em cima de uma mesa com uma cerveja em mãos, dançar animadamente com as garotas que acabara de fazer amizade em cima do sofá. A garota estava levemente alterada e ria de uma ruiva cheia de tatuagens derrubando bebida nas outras que dançavam no chão.
Era nítido que o cantor britânico estava apaixonado por aquela garota somente por olhá-la tão feliz e livre.
Do jeito que ela merecia ser.
Não demorou muito para seu companheiro, Machine, sentar ao seu lado com mais uma cerveja gelada para ambos beberem e um baseado entre os lábios.
— Vai, bro? — ele ofereceu para o cantor, que ponderou aceitar, mas acabou negando. E antes que Machine pudesse voltar a tragar o baseado, já tinha atravessado a sala e estava entre as pernas de , dando uma bela tragada. — Wow, vai com calma.
tombou a cabeça para trás, jogando a fumaça para cima de um jeito extremamente sexy, oferecendo novamente para , que olhou para Machine e não teve como negar, o fazendo perceber que ele acabou perdendo a sua erva.
— Droga, vou ter que bolar mais um — resmungou, ficando apenas na cerveja.
— Quando na minha vida eu imaginei que estaria em uma house party cheia dos artistas mais loucos do momento com “Lil” no nome e dividiria um baseado com MGK? — dizia, se mexendo no ritmo da música, fazendo o britânico rir da sua empolgação, abrindo a cerveja que o amigo lhe trouxe.
Machine riu de , a ajudando a subir para se sentar entre os dois.
— Minhas novas amigas dizem que vocês são muito próximos — comentou, olhando para os dois antes de tragar o baseado novamente. — Vocês já se pegaram?
— Não. — riu, negando com a cabeça. — Só costumamos compor e beber juntos.
— Mas elas me disseram que você também fica com rapazes — contou mais uma novidade que acabou descobrindo com as garotas. — Isso é verdade? Ou estão inventando coisas...
— Eu fico com todos que me façam bem, explicou à americana sem rodeios. — Se você se sentiu bem com alguma delas e tem vontade de fazer o que tem em mente, simplesmente vá lá e faça.
— Isso seria estranho? — perguntou ao Machine, passando-lhe o baseado quase no final. — A minha amiga ruiva, chamada Rob, está afim de você. Tudo bem que sou gostosa, mas não chego aos seus pés. — Fez bico para o rapper, que a localizou com os olhos em cima do sofá, lhe olhando ao mexer o gelo de sua bebida com o dedo.
— E você está a fim dela? — Machine devolveu a pergunta, jogando a bicuda do baseado fora.
— Talvez. — deu de ombros, voltando a olhar para , que achava interessante o rumo daquela conversa. — O que acha disso?
— Por que você não vai lá e a beija? — questionou o cantor, fazendo-a morder os lábios. — Experimenta, você pode se surpreender.
— Não — Machine negou, a chamando para se juntar a eles sobre a mesa. A ruiva veio sentando do outro lado. — Por que não nós três?
olhou com os olhos arregalados para , que riu da reação dela, terminando a sua cerveja. Ela estava em choque com a pergunta e esperava que ele lhe desse a resposta.
— Faça o que você tem vontade — ele respondeu, selando seus lábios antes dela aprofundar o selinho em um beijo.
— Eu tenho vontade de você murmurou entre seus lábios, olhando no fundo de seus olhos.
— Só dou um conselho. — partiu o beijo ao dizer. — Não se apaixone pelo momento. — Ela não deu atenção, voltando a beijar o cantor até subir em seu colo.
— Você tem muito que aprender, — frisou bem o seu nome antes de beijá-lo com vontade.
Ele tentou alertá-la contra se apaixonar, mas ele já estava apaixonado pela garota.


#6 — SHE’S INDUCING SLEEP TO AVOID PAIN

só não chorava de dor de cabeça, pois sabia que aquilo pioraria sua situação. Sua cabeça latejava e não havia nada que ela pudesse fazer para melhorar, levantou-se da cama sem se importar em ter empurrado ou não, seguindo para sua mala ainda aberta ao chão e procurando pela sua bolsa de mão.
— O que está fazendo, ? — sentou na cama, vendo-a com uma cartela de remédios em mãos, indo em direção ao frigobar do quarto à procura de uma água. Ele saltou na mesma hora da cama, pegando a cartela em suas mãos.
— Não... Me dá! — tentou pegar, mas ele colocou para o alto.
— Pra que você vai tomar remédio? — perguntou, arqueando a sobrancelha. — Não pode misturar álcool com medicamentos.
— As suas músicas dizem isso — rebateu, pulando para pegar a cartela sem sucesso, sentindo sua pressão cair e sua visão ficar toda preta por alguns segundos. Ela se encostou no frigobar, assustando o cantor, que a segurou de imediato. — Eu estou morrendo... Minha cabeça parece que vai explodir.
negou, a pegando pela mão, levando de volta à cama. bufou, tampando a cabeça com o travesseiro, irritada por ainda estar zonza por causa do álcool e não poder ter tomado o remédio. Mas o que ela não imaginava era que o cantor tinha outros métodos para deixá-la relaxada, a abraçando por trás e passeando com a mão por todo o seu corpo, a arrepiando por completo.
Ele a virou de barriga para cima, a amansando até tirar o travesseiro, colocando por baixo da sua cabeça. Ela acompanhou a mão do rapaz, que parou em seu ventre, brincando com o laço branco da sua calcinha de renda. Ela mexeu as pernas, dobrando uma para o lado e tomou a liberdade de passar a mão para dentro do tecido. Lentamente começou com alguns movimentos, fazendo arrumar-se na cama, lhe dando mais espaço e passando a mão por seus cabelos, começando a beijá-lo e a esquentar o clima entre eles.
Não demorou muito para os movimentos tornarem-se mais rápidos, a fazendo gemer baixo no ouvido do cantor, que não se aguentou de vontade de penetrá-la, tirando sua cueca e ficando por cima do corpo da garota, que o tratava com carinho, beijando seu corpo em pontos estratégicos. Os movimentos de vai e vem se encaixavam tão perfeitamente.
O sexo era calmo, com olhares e gestos que demonstravam uma conexão que iria muito além do que eles podiam imaginar. Ao deitar ao lado de , ela se acomodou sobre seu peito sem dizer mais nenhuma palavra e adormeceu.
Quando acordaram, já era hora de irem para o local do show daquela noite. Ele se arrumou primeiro, com uma calça xadrez amarela com preto e uma camiseta da banda Oasis. Deixou os cabelos molhados para que o cabelereiro arrumasse quando chegasse ao camarim. enrolou na cama o quanto pôde ao levantar, tomando um rápido banho. Vestiu uma calça de couro e uma das camisetas que tinha pegado da loja do cantor, o fazendo beijar seus lábios ao vê-la vestida daquele jeito.


#7 — BUT BE CAREFUL OR YOU’LL DROWN

LOS ANGELES — NYC


— Achei que não fosse mais voltar — Bex disse com a boca cheia de torrada, era pela quinta feira e a amiga parecia apressada para resolver sobre alguns papeis importantes para sua faculdade. — Voltou para a realidade?
pegou uma caneca, colocando para fazer um café na máquina e estranhando a maneira agressiva como Bexley falava. Ela nem ao menos olhava em seus olhos. Quando o café ficou pronto, ela sentou-se de frente para a amiga com os pés sob a cadeira, olhando para a janela. Não sabia a melhor forma de como começar aquele assunto, mas achou melhor ir direto ao ponto.
— Eu desisti de estudar na NYU, Bexley — começou a dizer, bebericando o seu café, vendo a amiga ficar boquiaberta e jogar a torrada sobre o prato pelo canto dos olhos. — Ontem era o dia da minha entrevista e tratei de prolongar a viagem justamente para não ir.
— Por que você fez isso, ? — A amiga tentava entender, processando o acontecido todo em sua mente, sendo tomada por uma raiva repentina.
— Não quero me prender a um lugar que vai consumir os meus dias. Eu não vou ser feliz aqui.
— Você acha mesmo que ficar cem por cento do tempo disponível para o vai fazer com que o relacionamento de vocês dure para sempre?
— Não posso acreditar que você está falando isso justamente para mim. — riu da situação. Foi a amiga mesmo que incentivou o relacionamento dos dois. — Apoiou tanto para me jogar um banho de água fria?
— Acorda, . O que vocês têm é apenas um passatempo. Do mesmo jeito que você quer ser livre, leve e solta, ele é. Não é possível que nesse meio tempo você não tenha aberto o Google e dado uma pesquisada mais a fundo sobre o seu namoradinho.
Era perceptível o ciúme de Bex.
só ficava em dúvida se era por causa dela ou dele.
— Bex, não estou desistindo da faculdade por causa do . Não seja tola.
— Tola? — Ela riu, negando com a cabeça. — Tola é você, que desde adolescente acreditou em contos de fadas e age pela emoção, não pela razão. Mantém essa postura de durona, mas é uma carente por causa da criação. Não é hora de ser uma rebelde sem causa. É a sua carreira em jogo, .
As duras palavras de Bexley a fizeram se sentir de uma forma que não se sentia há dias, acuada e apreensiva.
— Então me diga qual é a minha carreira, Bexley — aumentou o tom de voz. — Contabilidades para tentar ter o mesmo cargo que a minha mãe na empresa que ela trabalha? — Bex manteve-se calada. — Oh, é mesmo. Esse é o seu plano. Você vai estudar arquitetura para fazer o seu pai feliz, seguindo a profissão que ele tem, já que Max não conseguiu orgulhá-lo e ele pensa em não errar com mais um filho. Não saberia nem o que quer se não fossem as pessoas dizendo a você o que deve ou não fazer. Nem seu próprio intercâmbio você escolheu. Se mandou para a Inglaterra justamente porque era mais fácil e a boyband que você era fã veio de lá. — levantou da mesa com sua caneca.
— Se você não for ficar, não quero mais você dentro do meu apartamento — Bexley disse assim que ela se virou de costas. — Vou achar alguém no campus que compartilha da mesma realidade que a minha, ser alguém na vida.
— Tente procurar alguém que lhe ensine o verdadeiro propósito do que você quer, não que faça você se esconder atrás dos seus pais a vida inteira.
A discussão encerrou-se ali.
seguiu para o quarto e com sua mala pronta e seus documentos na bolsa preta que usava, rapidamente deixou o apartamento sem pensar duas vezes e sem esperar a possível desculpa que a amiga lhe daria ao constatar que o sangue lhe subiu à cabeça e palavras a mais foram ditas sem pensar.
Pegou um táxi, ligando para o seu pai, que possivelmente deveria estar trabalhando em home office pela manhã porque ele costumava ficar com o filho mais novo. Ele atendeu e ela apenas avisou que estava a caminho para uma séria conversa.
Christian, o pai de , já imaginava a conversa séria que a filha queria ter e a chegada ao apartamento com as malas, que há poucos dias tinha levado embora com uma cara aborrecida para o seu apartamento, explicava muitas coisas. Mesmo querendo que a filha tivesse uma formação, ele sabia da vontade de ser livre que ela carregava em seu peito, era a mesma que o consumia anos atrás, antes de conhecer a mãe de .
— Já sabe para onde quer viajar? — Christian perguntou curioso para constatar seu pensamento.
— Ainda não — a filha disse, o fazendo concordar com a cabeça.
— Tenho certeza de que logo irá saber. — O pai a abraçou, passando a mão por seus cabelos. — E tudo que você está passando vai ganhar um sentido novo.


#8 — SHE CALLS ON THE PHONE LIKE THE OLD DAYS

contava por ligação tudo que tinha acontecido nos últimos dias. O cantor estava de folga por alguns dias antes de voltar a cumprir a agenda de shows e curtia o seu tempo livre em Doncaster, no condado de South Yorkshire, onde sua família morava na Inglaterra. Ela não queria incomodá-lo com os seus problemas enquanto curtia todos que não via há muito tempo, mas ele insistia em saber como ela estava e não dava para deixar de contar sobre a briga com sua melhor amiga.
Para onde pensa em ir agora, ? perguntou do outro lado da linha, com sua voz rouca de quem acabou de acordar e ainda processava todas as informações que ela disparava. Por um lado, ele estava feliz com a americana, mas tinha medo de que com toda essa liberdade não o quisesse ao seu lado.
— Não sei. — deu de ombros, fazendo uma torrada com creme de amendoim, uma para o seu irmão mais novo, que esperava com o prato ao seu lado, e uma para ela, que mordeu, sentindo uma sensação estranha, mas ignorou e continuou a mastigar. — Já conheço a África do Sul, uma boa parte da Índia, passei uma curta temporada na Rússia. Definitivamente, frio não é muito a minha praia — fez um trocadilho ridículo, fazendo o cantor rir do outro lado da linha. — Viajei por vários países da América do Sul...
parou de falar, sentindo uma forte ânsia tomar conta de sua garganta e largou a torrada, jogando-a sobre o prato e saiu correndo para o banheiro do corredor, deixando o celular sobre a pia ao vomitar no vaso.
sentou-se na cama ao ouvir toda aquela correria e a garota vomitando e pediu para mudar a chamada de áudio para vídeo. Demorou alguns segundos para atender, após puxar a descarga e limpar a boca suja.
— Você não precisa ver isso — constatou, ela estava mais pálida que o normal.
O que aconteceu, ? — ele perguntou preocupado, esfregando os olhos para despertar e poder prestar atenção na garota. — Você está bem?
— Fiquei enjoada ao comer uma torrada com pasta de amendoim que tanto queria comer — comentou, levantando-se e colocando o celular em um ponto estratégico para lavar o rosto. Ela gritou ao irmão mais novo para que parasse de comer até ver a validade do pote, mas já era tarde. — Espero que o máximo que aconteça seja que ele tenha uma dor de barriga.
Hum... , você nunca me contou se alguma vez já veio para Inglaterra relatou, olhando para ela, que pegou o celular da pia, apontando para o próprio rosto.
— Nunca viajei para a Inglaterra, confessou, o fazendo arregalar os olhos no mesmo instante que uma ideia pairou em sua mente. — Por isso não tenho histórias para lhe contar na Europa, eu não a conheço.
pausou o vídeo, desacreditado da sensação que crescia em seu peito. Não perdeu tempo em abrir o aplicativo de viagens e com alguns cliques resolveu a questão do próximo destino da americana.
Blevins, eu já sei o seu próximo destino — ele disse, a fazendo arquear a sobrancelha e antes que pudesse questionar, uma mensagem chegou ao seu WhatsApp. Era uma foto. Ela carregou, constatando algo que fez o seu coração quase sair pela boca.

“NYC — UK”


FIM


Continua em "04. A Change of Heart".



Nota da autora: Espero que gostem de She’s American, pois ela entrou em disparada na minha lista de favoritas. Amei escrever essa história com o Yungblud, ele tem um lugarzinho especial no coração! Estou pensando em escrever mais fics com outros cantores e adoraria receber indicações...
Um agradecimento especial para a Mc Fanfiqueira, pela ajuda com a descrição e pelo apoio para escrever a segunda parte, você é incrível.

Outras Fanfics:
ANOBRAIN [Originais — Restrita — Em Andamento]
Desventuras em Série [Originais — Restrita — Em Andamento]
Inland [Especial Temáticas: Entre Tapas e Beijos — Shortfic — Finalizada]
I Used To Be In 1D [Especial A Whole Lof Of History — Shortfic — Finalizada]
10. Give Your Heart A Break [Ficstapes Perdidos #1 — Shortfic — Finalizada]
04. He Wasn't [Ficstape Avril Lavigne: Under My Skin — Shortfic — Finalizada]
10. The Next Best American Record [Ficstape Lana Del Rey: Norman Fucking Rockwell — Shortfic — Finalizada]
03. Venice Bitch — Continuação de 10. TNBAR [Ficstape Lana Del Rey: Norman Fucking Rockwell — Shortfic — Finalizada]
03. Maturidade [Ficstape Vitão: Ouro — Shortfic — Finalizada]
07. 7 Chamadas — Continuação de 03. Maturidade [Ficstape Vitão: Ouro — Shortfic — Finalizada]
08. A Melhor Parte de Mim — Continuação de 07. 7 Chamadas [Ficstape Nx Zero: 10 anos — Shortfic — Finalizada]
02. Family [Ficstape The Chainsmokers: World War Joy — Shortfic — Finalizada]

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