Capítulo Único
21 de Dezembro de 2010 — 19 horas e 9 minutos.
A mulher suspirou e encostou suas costas na cadeira, olhando para o chão de seu escritório. null estava já preocupada com null, que, estranhamente, estava atrasado. Ele se tornara uma pessoa diferente desde que tinha começado a namorar Natasha, a médica (sim, era dessa maneira que ela era conhecida entre null, null e null). null nunca foi de se atrasar, no entanto, acabara de mostrar que para tudo tinha uma primeira vez.
Desde que abriram a editora Stern, null e null têm dado o melhor de si. Depois de null perder o emprego na antiga editora que trabalhava, Amare, uma grande editora, ela se juntou à sua melhor amiga, null, que teve a brilhante, mas arriscada, ideia de abrir a Stern. A ideia para o nome em alemão foi de null, que pensou naquilo que mais amava: as estrelas.
Elas estavam fechando as contas do ano da editora nesse dia de 21 de dezembro de 2010, assim se preparando para os feriados que estavam por vir. null já tinha saído e null null ficou um pouco mais, pois tinha combinado com seu melhor amigo que sairiam para comemorar o ano incrível que ambos tiveram. null não poderia se juntar a eles pelo motivo de que ela queria passar essa noite com sua filha, Clarke — que, à propósito, era quem ela mais amava nesse mundo.
Então ficou null no escritório, depois de todos os poucos funcionários terem ido para suas casas nessa terça-feira, aguardando null null aparecer com uma boa desculpa do porquê de seu atraso. Ela já estava entediada e não aguentava mais ficar lendo revistas quaisquer que tinham ali. Queria logo ir jantar no Johnny’s e pedir um grande hambúrguer vegetariano, como era de costume desde que ela e null tinham 16 anos, depois daquele fatídico dia em que a usaram para fazer ciúmes em uma de suas colegas de colegial, Carla. null a consolou e ficaram conversando no parque Lincoln até resolverem comer algo em uma lanchonete próxima — que calhou de ser o Johnny’s.
O que null estava omitindo de seus pensamentos era o fato de que ela tinha dado um selinho no canto da boca de null naquele dia. Depois disso, as coisas mudaram, ela se lembrava, null se tornara mais gentil ainda... Até o dia da formatura do colegial em que eles tinham combinado de ir juntos, em que null trocou null em um último momento para ir com Jennifer, uma outra colega deles. Isso fez com que null voltasse a ter os pés no chão e notar que ela e null eram apenas bons amigos e que não valia a pena sofrer por ele.
Entretanto, nesse momento, ela não podia negar que estava, sim, sofrendo — de forma reduzida — por seu melhor amigo estar atrasado. Ele pode ter a trocado por outra naquela época, mas null nunca foi de se atrasar desse jeito, como já foi dito anteriormente. Por isso, além de sofrer, null estava preocupada.
O celular Motorola apitou e ela olhou para a sua tela, lendo a mensagem de que null tinha finalmente chegado e a esperava no saguão do prédio. Ela deu graças e pegou suas coisas, descendo pelo elevador até o andar que seu amigo se encontrava. Assim que as portas se abriram, ela o avistou de costas, apoiado na bancada da recepção e olhando a neve cair na cidade de Chicago.
— Oi, estranho — ela disse com um sorriso contido nos lábios. null se virou na hora e ela notou em seu rosto um inchaço e olhos cansados. Ele havia chorado. — null, o que aconteceu?
— Ela me deu um fora, null — ele disse, desolado. Seu coração se entristeceu naquele exato momento que seu amigo disse essas palavras, e respirou fundo.
— Bom, então vamos encher a cara.
21 de Dezembro de 2010 — 20 horas e 3 minutos.
— O.k., e você se lembra daquela vez que null resolveu jogar futebol americano? — null riu. Ela e null estavam no táxi, a caminho do pub mais próximo.
Seu amigo riu também ao se lembrar da situação.
— Quer dizer da vez que ele quebrou o braço e teve que ficar um mês sem jogar beisebol? — ele disse, sorrindo e ela assentiu.
— Ai, que saudade disso — ela respondeu e o carro parou em frente ao local destinado. Eles pagaram o motorista e saíram em direção ao pub.
Entraram no estabelecimento e foram em direção ao bar. Sentaram-se de frente para o balcão de bebidas e pediram cada um uma dose de vodca para começar.
— Cara, é incrível ver null agora com null. — Eles chegaram a esse assunto. — Eles sempre formaram um lindo casal.
— É... — null disse e ficou se lembrando daquela noite em que eles oficialmente se beijaram, null e null. Foi na festa de Carla, aquela garota popular da época do colégio. Ele se perdeu em seus pensamentos, recordando que naquela mesma noite, null tinha lhe dado um selinho. O.k., não fora o beijo de sua vida, mas significou para ele que finalmente teria chances com sua melhor amiga.
Claro que isso não aconteceu. Mesmo null sendo cada vez mais bobo por ela, null nunca notou que ele realmente gostava dela. Até que ele resolveu que não iria mais deixar aqueles malditos 20 centímetros de distância dela decidirem se ele continuaria caidinho por ela.
A regra, que null quebrou naquele dia que ele e null se beijaram, sempre foi clara: nunca se aproximar mais do que 20 centímetros de suas melhores amigas. Eles sempre souberam que tinham uma queda por elas, mas não queriam que isso estragasse a amizade que eles tinham com elas, portanto, fizeram esse pacto para que não se transformassem em animais de estimação de null e de null — já que eles não sabiam dizer não a elas a uma distância menor do que 20 centímetros.
Tudo isso passou pela cabeça de null null, enquanto null continuava a falar sobre como null e null eram destinados um ao outro. Será que null e null teriam as mesmas chances que seus amigos?
— null — null o chamou e ele a encarou.
— Hã?
— Eu sei no que você está pensando.
— Sabe? — Ele estranhou.
— Sim, e, sabe, eu acredito que as coisas acontecem por um motivo. Então talvez você receba uma boa notícia logo! — ela disse, tentando animá-lo. Mas ele não tinha entendido que ela falava de Natasha, a médica.
— Se você diz... — ele respondeu e as bebidas chegaram.
Naquela noite eles beberam mesmo. Encheram a cara como podiam, participaram de um karaokê forçado, cantando a música Summer Nights do John Travolta no filme Grease totalmente bêbados. Até que null caiu de cima da mesa — depois de uma tentativa de cantar em cima dela — e eles foram expulsos do pub. null teve que levá-lo pendurado em seus ombros para a casa dele, que, ainda bem, não era tão distante dali.
22 de Dezembro de 2010 — 2 horas e 30 minutos.
— null, fique quieto, eu preciso pegar as chaves no seu bolso — null disse, enquanto ele se remexia ao seu lado, até que ela se soltou dele e null se encostou na parede. Olhando-a de cima, null null estava analisando sua melhor amiga e pensando em como ela era atenciosa e linda. Observou seus cabelos soltos jogados no rosto, enquanto ela tentava destrancar a porta de sua casa, quase dizendo seus pensamentos em voz alta.
null se aproximou dele e mostrou o molho de chaves para null, perguntando qual das chaves era, porque ela já tentou todas. null sorriu e isso fez null estremecer, não por seu sorriso apenas, mas pelo contexto. Ele estava incrivelmente mais bonito naquele momento, com o cabelo comprido bagunçado e barba por fazer. null começou a abrir os botões da camisa e null apenas se virou de lado, sem saber o que fazer.
null riu e disse:
— Qual é, não é como se você nunca tivesse me visto sem camisa.
null balançou a cabeça negativamente.
— Na verdade, eu não te vejo sem camisa há um bom tempo, null — ela respondeu e fingiu estar interessada nas chaves.
Ele se desencostou da parede e segurou a mão de null que estava com o molho de chaves, chamando sua atenção.
— Para tudo tem uma primeira vez — ele disse e ela riu, pois não fez o menor sentido o que ele estava dizendo. Mas, mais uma vez, essa frase apareceu em seus pensamentos.
Ela finalmente encontrou a chave certa e destrancou a porta, a abrindo em seguida e deixando null ali parado.
— Vem, senhor dançarino-barato-que-cai-de-cima-das-mesas. — Ela abriu espaço para que ele passasse. null fechou os olhos e riu.
— Uau, você se superou com o nome dessa vez — ele disse e ela estava prestes a responder, até que ele se aproximou dela e deixou seu hálito quente bater no rosto de null, respirando de forma audível e exalando ainda mais seu perfume. null não estava preparada para aquele momento, e achou estranho ele estar a menos de 20 centímetros dela.
Sim, ela sabia do acordo entre null e null. Descobriu por meio de null, que contou para a amiga depois de saber de null. null pode até acreditar que não ligava mais para o acordo, entretanto, ele ainda tinha sua validade. Afinal, era de null que estávamos falando e ela sempre foi e sempre será o primeiro amor dele.
— null — ela o chamou, ele não parava de olhá-la e intercalava a visão entre sua boca e seus olhos sem parar.
— Hã? — ele respondeu.
— O que estamos fazendo? — ela sussurrou. null fechou os olhos assim que null passou a fazer um carinho em seu rosto.
— Qual é, null. Dá para você se levar pelo momento uma vez apenas? — ele disse e ela sentiu seu coração pesar.
— Você não está pensando direito, null...
— Nunca pensei direito perto de você, null. — Ele abriu os olhos e fitou os dela.
null soltou o ar de seus pulmões.
— Eu tenho que ir — ela disse, soltando o rosto do amigo e contornando-o na direção da saída.
Porém null segurou sua mão e a puxou de volta para perto de si, agora ele segurando o rosto de null. O coração da mulher parou de bater, assim como o dele.
— Fica — ele disse, baixinho. Ela tentou responder, mas ele a impediu. — Vamos, fica. Só por uma noite, uma vez.
— null... — Ela segurou a mão dele que estava repousada no rosto dela. — Eu não sei... Se... — Ela se aproximava dele cada vez mais.
null roçou os lábios nos dela e null null fechou os olhos.
— Sabe de uma coisa, null?
— null, se você me mostrar que eu devo mesmo ficar...
— ... Só... se você... se atrever a se aproximar — ele disse, por fim, e ela juntou suas bocas em um beijo quase desesperado.
null, ainda com a mão no rosto de sua melhor amiga, aprofundou o beijo e as mãos de null foram diretamente para o cabelo dele, os puxando na região da nuca. Ele começou a trazê-la para mais perto ainda, até que começaram a caminhar na direção do sofá, onde null se deitou e null se deitou por cima.
Ele passou as mãos no corpo por baixo do tecido da blusa dela, enquanto null terminava de desabotoar a camisa dele, ainda o beijando. Ela interrompeu o beijo para olhar para ele, que lançou o olhar de volta. null sorriu e ele também, e estavam prestes a continuar o que estavam fazendo, até que o celular de null começou a tocar.
Eles ignoraram por alguns segundos, mas não conseguiram se manter concentrados e o clima foi se perdendo. Então null parou o beijo e null pegou o celular do bolso, atendendo-o, finalmente.
— Alô? — ele disse meio grogue e olhou para null, fazendo um carinho em seu rosto. null ficou pálido e não soube o que responder quando ouviu um “null, eu ainda te amo, me desculpa” de Natasha do outro lado da linha.
null null entendeu no momento quem era e tentou ter o maior sangue frio nesse momento, saindo de cima de seu melhor amigo e o deixando conversar com a mais nova ex dele.
null olhava para ela enquanto respondia para a mulher no telefone, tentando entender o que estava acontecendo. Mas null entendeu antes dele e notou que ele voltaria para Natasha, a médica, naquele instante.
Assim que null desligou a ligação, eles ficaram em silêncio.
— null, eu... — ele começou e ela assentiu, se levantando do sofá.
— Tudo bem, acho que eu vou embora — null pensou em voz alta, se dirigindo para a porta, e null foi seguindo-a.
— null, me desculpa, eu...
— Boa noite, null — ela disse e fechou a porta atrás de si.
E era por esses e outros motivos que ele deveria se atentar aos 20 malditos centímetros. Pelo menos, era a isso que ele atribuía esse acontecimento, e não por uma possibilidade de null ter sentimentos por ele.
Ela não tinha, certo?
A mulher suspirou e encostou suas costas na cadeira, olhando para o chão de seu escritório. null estava já preocupada com null, que, estranhamente, estava atrasado. Ele se tornara uma pessoa diferente desde que tinha começado a namorar Natasha, a médica (sim, era dessa maneira que ela era conhecida entre null, null e null). null nunca foi de se atrasar, no entanto, acabara de mostrar que para tudo tinha uma primeira vez.
Desde que abriram a editora Stern, null e null têm dado o melhor de si. Depois de null perder o emprego na antiga editora que trabalhava, Amare, uma grande editora, ela se juntou à sua melhor amiga, null, que teve a brilhante, mas arriscada, ideia de abrir a Stern. A ideia para o nome em alemão foi de null, que pensou naquilo que mais amava: as estrelas.
Elas estavam fechando as contas do ano da editora nesse dia de 21 de dezembro de 2010, assim se preparando para os feriados que estavam por vir. null já tinha saído e null null ficou um pouco mais, pois tinha combinado com seu melhor amigo que sairiam para comemorar o ano incrível que ambos tiveram. null não poderia se juntar a eles pelo motivo de que ela queria passar essa noite com sua filha, Clarke — que, à propósito, era quem ela mais amava nesse mundo.
Então ficou null no escritório, depois de todos os poucos funcionários terem ido para suas casas nessa terça-feira, aguardando null null aparecer com uma boa desculpa do porquê de seu atraso. Ela já estava entediada e não aguentava mais ficar lendo revistas quaisquer que tinham ali. Queria logo ir jantar no Johnny’s e pedir um grande hambúrguer vegetariano, como era de costume desde que ela e null tinham 16 anos, depois daquele fatídico dia em que a usaram para fazer ciúmes em uma de suas colegas de colegial, Carla. null a consolou e ficaram conversando no parque Lincoln até resolverem comer algo em uma lanchonete próxima — que calhou de ser o Johnny’s.
O que null estava omitindo de seus pensamentos era o fato de que ela tinha dado um selinho no canto da boca de null naquele dia. Depois disso, as coisas mudaram, ela se lembrava, null se tornara mais gentil ainda... Até o dia da formatura do colegial em que eles tinham combinado de ir juntos, em que null trocou null em um último momento para ir com Jennifer, uma outra colega deles. Isso fez com que null voltasse a ter os pés no chão e notar que ela e null eram apenas bons amigos e que não valia a pena sofrer por ele.
Entretanto, nesse momento, ela não podia negar que estava, sim, sofrendo — de forma reduzida — por seu melhor amigo estar atrasado. Ele pode ter a trocado por outra naquela época, mas null nunca foi de se atrasar desse jeito, como já foi dito anteriormente. Por isso, além de sofrer, null estava preocupada.
O celular Motorola apitou e ela olhou para a sua tela, lendo a mensagem de que null tinha finalmente chegado e a esperava no saguão do prédio. Ela deu graças e pegou suas coisas, descendo pelo elevador até o andar que seu amigo se encontrava. Assim que as portas se abriram, ela o avistou de costas, apoiado na bancada da recepção e olhando a neve cair na cidade de Chicago.
— Oi, estranho — ela disse com um sorriso contido nos lábios. null se virou na hora e ela notou em seu rosto um inchaço e olhos cansados. Ele havia chorado. — null, o que aconteceu?
— Ela me deu um fora, null — ele disse, desolado. Seu coração se entristeceu naquele exato momento que seu amigo disse essas palavras, e respirou fundo.
— Bom, então vamos encher a cara.
21 de Dezembro de 2010 — 20 horas e 3 minutos.
— O.k., e você se lembra daquela vez que null resolveu jogar futebol americano? — null riu. Ela e null estavam no táxi, a caminho do pub mais próximo.
Seu amigo riu também ao se lembrar da situação.
— Quer dizer da vez que ele quebrou o braço e teve que ficar um mês sem jogar beisebol? — ele disse, sorrindo e ela assentiu.
— Ai, que saudade disso — ela respondeu e o carro parou em frente ao local destinado. Eles pagaram o motorista e saíram em direção ao pub.
Entraram no estabelecimento e foram em direção ao bar. Sentaram-se de frente para o balcão de bebidas e pediram cada um uma dose de vodca para começar.
— Cara, é incrível ver null agora com null. — Eles chegaram a esse assunto. — Eles sempre formaram um lindo casal.
— É... — null disse e ficou se lembrando daquela noite em que eles oficialmente se beijaram, null e null. Foi na festa de Carla, aquela garota popular da época do colégio. Ele se perdeu em seus pensamentos, recordando que naquela mesma noite, null tinha lhe dado um selinho. O.k., não fora o beijo de sua vida, mas significou para ele que finalmente teria chances com sua melhor amiga.
Claro que isso não aconteceu. Mesmo null sendo cada vez mais bobo por ela, null nunca notou que ele realmente gostava dela. Até que ele resolveu que não iria mais deixar aqueles malditos 20 centímetros de distância dela decidirem se ele continuaria caidinho por ela.
A regra, que null quebrou naquele dia que ele e null se beijaram, sempre foi clara: nunca se aproximar mais do que 20 centímetros de suas melhores amigas. Eles sempre souberam que tinham uma queda por elas, mas não queriam que isso estragasse a amizade que eles tinham com elas, portanto, fizeram esse pacto para que não se transformassem em animais de estimação de null e de null — já que eles não sabiam dizer não a elas a uma distância menor do que 20 centímetros.
Tudo isso passou pela cabeça de null null, enquanto null continuava a falar sobre como null e null eram destinados um ao outro. Será que null e null teriam as mesmas chances que seus amigos?
— null — null o chamou e ele a encarou.
— Hã?
— Eu sei no que você está pensando.
— Sabe? — Ele estranhou.
— Sim, e, sabe, eu acredito que as coisas acontecem por um motivo. Então talvez você receba uma boa notícia logo! — ela disse, tentando animá-lo. Mas ele não tinha entendido que ela falava de Natasha, a médica.
— Se você diz... — ele respondeu e as bebidas chegaram.
Naquela noite eles beberam mesmo. Encheram a cara como podiam, participaram de um karaokê forçado, cantando a música Summer Nights do John Travolta no filme Grease totalmente bêbados. Até que null caiu de cima da mesa — depois de uma tentativa de cantar em cima dela — e eles foram expulsos do pub. null teve que levá-lo pendurado em seus ombros para a casa dele, que, ainda bem, não era tão distante dali.
22 de Dezembro de 2010 — 2 horas e 30 minutos.
(Coloquem para tocar a música Big Girls Don’t Cry da Fergie)
— null, fique quieto, eu preciso pegar as chaves no seu bolso — null disse, enquanto ele se remexia ao seu lado, até que ela se soltou dele e null se encostou na parede. Olhando-a de cima, null null estava analisando sua melhor amiga e pensando em como ela era atenciosa e linda. Observou seus cabelos soltos jogados no rosto, enquanto ela tentava destrancar a porta de sua casa, quase dizendo seus pensamentos em voz alta.
null se aproximou dele e mostrou o molho de chaves para null, perguntando qual das chaves era, porque ela já tentou todas. null sorriu e isso fez null estremecer, não por seu sorriso apenas, mas pelo contexto. Ele estava incrivelmente mais bonito naquele momento, com o cabelo comprido bagunçado e barba por fazer. null começou a abrir os botões da camisa e null apenas se virou de lado, sem saber o que fazer.
null riu e disse:
— Qual é, não é como se você nunca tivesse me visto sem camisa.
null balançou a cabeça negativamente.
— Na verdade, eu não te vejo sem camisa há um bom tempo, null — ela respondeu e fingiu estar interessada nas chaves.
Ele se desencostou da parede e segurou a mão de null que estava com o molho de chaves, chamando sua atenção.
— Para tudo tem uma primeira vez — ele disse e ela riu, pois não fez o menor sentido o que ele estava dizendo. Mas, mais uma vez, essa frase apareceu em seus pensamentos.
Ela finalmente encontrou a chave certa e destrancou a porta, a abrindo em seguida e deixando null ali parado.
— Vem, senhor dançarino-barato-que-cai-de-cima-das-mesas. — Ela abriu espaço para que ele passasse. null fechou os olhos e riu.
— Uau, você se superou com o nome dessa vez — ele disse e ela estava prestes a responder, até que ele se aproximou dela e deixou seu hálito quente bater no rosto de null, respirando de forma audível e exalando ainda mais seu perfume. null não estava preparada para aquele momento, e achou estranho ele estar a menos de 20 centímetros dela.
Sim, ela sabia do acordo entre null e null. Descobriu por meio de null, que contou para a amiga depois de saber de null. null pode até acreditar que não ligava mais para o acordo, entretanto, ele ainda tinha sua validade. Afinal, era de null que estávamos falando e ela sempre foi e sempre será o primeiro amor dele.
— null — ela o chamou, ele não parava de olhá-la e intercalava a visão entre sua boca e seus olhos sem parar.
— Hã? — ele respondeu.
— O que estamos fazendo? — ela sussurrou. null fechou os olhos assim que null passou a fazer um carinho em seu rosto.
— Qual é, null. Dá para você se levar pelo momento uma vez apenas? — ele disse e ela sentiu seu coração pesar.
— Você não está pensando direito, null...
— Nunca pensei direito perto de você, null. — Ele abriu os olhos e fitou os dela.
null soltou o ar de seus pulmões.
— Eu tenho que ir — ela disse, soltando o rosto do amigo e contornando-o na direção da saída.
Porém null segurou sua mão e a puxou de volta para perto de si, agora ele segurando o rosto de null. O coração da mulher parou de bater, assim como o dele.
— Fica — ele disse, baixinho. Ela tentou responder, mas ele a impediu. — Vamos, fica. Só por uma noite, uma vez.
— null... — Ela segurou a mão dele que estava repousada no rosto dela. — Eu não sei... Se... — Ela se aproximava dele cada vez mais.
null roçou os lábios nos dela e null null fechou os olhos.
— Sabe de uma coisa, null?
— null, se você me mostrar que eu devo mesmo ficar...
— ... Só... se você... se atrever a se aproximar — ele disse, por fim, e ela juntou suas bocas em um beijo quase desesperado.
null, ainda com a mão no rosto de sua melhor amiga, aprofundou o beijo e as mãos de null foram diretamente para o cabelo dele, os puxando na região da nuca. Ele começou a trazê-la para mais perto ainda, até que começaram a caminhar na direção do sofá, onde null se deitou e null se deitou por cima.
Ele passou as mãos no corpo por baixo do tecido da blusa dela, enquanto null terminava de desabotoar a camisa dele, ainda o beijando. Ela interrompeu o beijo para olhar para ele, que lançou o olhar de volta. null sorriu e ele também, e estavam prestes a continuar o que estavam fazendo, até que o celular de null começou a tocar.
Eles ignoraram por alguns segundos, mas não conseguiram se manter concentrados e o clima foi se perdendo. Então null parou o beijo e null pegou o celular do bolso, atendendo-o, finalmente.
— Alô? — ele disse meio grogue e olhou para null, fazendo um carinho em seu rosto. null ficou pálido e não soube o que responder quando ouviu um “null, eu ainda te amo, me desculpa” de Natasha do outro lado da linha.
null null entendeu no momento quem era e tentou ter o maior sangue frio nesse momento, saindo de cima de seu melhor amigo e o deixando conversar com a mais nova ex dele.
null olhava para ela enquanto respondia para a mulher no telefone, tentando entender o que estava acontecendo. Mas null entendeu antes dele e notou que ele voltaria para Natasha, a médica, naquele instante.
Assim que null desligou a ligação, eles ficaram em silêncio.
— null, eu... — ele começou e ela assentiu, se levantando do sofá.
— Tudo bem, acho que eu vou embora — null pensou em voz alta, se dirigindo para a porta, e null foi seguindo-a.
— null, me desculpa, eu...
— Boa noite, null — ela disse e fechou a porta atrás de si.
E era por esses e outros motivos que ele deveria se atentar aos 20 malditos centímetros. Pelo menos, era a isso que ele atribuía esse acontecimento, e não por uma possibilidade de null ter sentimentos por ele.
Ela não tinha, certo?
FIM
Nota da autora: Olá, meus amores, como vão? Só digo que essa continuação de “A culpa não é das estrelas” está babadoooooo! Gostaram? Espero que sim, foi uma continuação bem curtinha, mas feita com muito amor! Por favor, me contem o que acharam dessa história, mesmo que vocês não tenham lido a primeira parte — que é “A culpa não é das estrelas” —, eu gostaria muito de saber! Beijos de luz, fiquem bem!
Outras Fanfics:
→ Como Sobreviver na Faculdade [Restritas — Cantores/Harry Styles — Em Andamento]
→ Devil's Backbone [Restritas — LGBTQIA+ — Em Andamento] — Parceria com Stephanie Pacheco e Vanessa Vasconcellos
→ Faz parte do Esquema [Restritas — Originais — Em Andamento]
→ Hopnung [Especial Vida de Princesa — Em Andamento] — Parceria com Vanessa Vasconcellos
→ Novacaine [Restritas — LGBTQIA+ — Em Andamento] — Parceria com Vanessa Vasconcellos
→ Os Diários [Harry Styles — Finalizada]
→ 15. You Wish You Knew [Ficstape Zayn — Icarus Fall]
→ A culpa não é das estrelas [Especial Extraordinário]
→ Aprendendo a falar a língua da matemática [Challenge 012]
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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