Capítulo Único
Garrafas e mais garrafas uma ao lado da outra. Latas amontoadas de uma maneira totalmente desigual. O apartamento que antes era completamente limpo agora parecia uma zona de tão desarrumado que se encontrava. Mas para ser sincero, não havia o porquê de arrumar tudo aqui. Não havia necessidade em si de deixar tudo como era antes. Assim como a felicidade acaba, algumas coisas que eram de costume nosso também vão acabando, assim como a necessidade de manter tudo limpo e no lugar. Se nem minha vida estava no lugar, porque eu me preocuparia com a aparência de onde eu moro? Bom, dizem que sua casa é um espelho de como é sua vida. E sinceramente? Minha vida estava pior do que aquela sujeira toda. O que aconteceu pra que minha vida chegasse a esse ponto? Bom, irei te contar como tudo começou e como tudo chegou ao fim, mas vou logo avisando... Não é uma história com final feliz.
FLASHBACK ON
- Cécile. – A chamei pelo nome enquanto posicionava a câmera a sua frente. – Vira um pouco pra esquerda... Isso. – Levantei a mão quando ela parou no lugar onde eu queria e tirei a foto, voltando a repetir novamente as palavras para novas poses até que todas as fotos estivessem prontas.
- Ficaram realmente boas. - José disse ao ver as fotos na tela.
- Assim, é o meu trabalho, não é? Sempre estão boas as fotos que faço. – Brinquei levantando os ombros e neguei com a cabeça. – Mas obrigado.
- Às vezes eu devera parar de te elogiar. – José negou com a cabeça e chamou Cécile pra que ela pudesse ver as fotos também.
- Você fez um ótimo trabalho, Dylan. – Sorriu a garota de um jeito angelical.
- Com uma modelo linda dessas, com certeza meu trabalho não ficaria ruim. – Brinquei com ela, dando um sorriso. – Mas é sério, não daria para ficar ruim. Eu só fiz o meu trabalho.
-Tudo bem. Vou aceitar esse elogio. – Sorriu a menina novamente e se afastou, voltando a conversar com sua empresária.
Seria estranho eu ter sentido atração por Cécile? Como posso explicar... Trabalhei com bastantes modelos, acabei saindo com algumas, mas nenhuma me atraia assim da forma como me senti atraído por ela. Parecia que em algum momento da vida nós dois já havíamos tido uma pequena conexão. Não sei. Pode ser coisa da minha cabeça também.
FLASHBACK OFF
Bom... Foi assim que eu acabei conhecendo a menina que eu me apaixonei. Me apaixonei como se fosse um adolescente encontrando uma menina pela primeira vez. Ou se não como aquelas paixões platônicas que temos por alguma cantora ou atriz (Saudades Britney Spears...). Desde então começamos a sair. Eu sei, eu não deveria fazer isso. Sair com as meninas que eu geralmente fotografo, mas eu não estava nem ai. Definitivamente eu queria aquilo mais do que tudo e não iria deixar passar assim. E consegui.
FLASHBACK ON
Sabe, Dylan... Quando eu te vi achei que você era completamente diferente dos fotógrafos que eu costumava conhecer. – Cécile enrolou os dedos em meus cabelos devagar.
- Diferente como? – Franzi o cenho em questionamento.
- Bom... Minha empresária sempre diz que eu tenho que tomar muito cuidado quando for me envolver com alguma pessoa que tem ligação com meu trabalho. Você sabe... Eu sou nova nesse ramo e poderiam tirar proveito de mim. Tipo, querer dinheiro as minhas custas. – A garota levantou os ombros devagar – Ainda mais que todo mundo ta me conhecendo. Estou indo a mais eventos. A fama.
- Ah... Esses são os maiores medos de todos. Mas pode ficar tranquila comigo. – Sussurrei depositando um beijo suave em seus lábios e a puxei para que ficasse mais perto de mim na cama.
- Isso me deixa mais tranquila. – Sorriu escondendo seu rosto entre meu peitoral e respirou fundo, começando a depositar alguns beijos por ali.
Sua boca trilhava caminhos que alternavam entre meu peitoral e meu pescoço, fazendo com que meu corpo reagisse a cada estímulo que sua boca realizava. Meus dedos tomaram a direção de seus cabelos, onde os entrelacei ali com vontade e a puxei com delicadeza, trazendo seu rosto para cima até que sua boca ficasse rente a minha.
Então eu a beijei. Beijei como se fosse à primeira vez. A primeira vez que minha boca encostou-se à dela era como se nada no mundo fosse importante além do nosso beijo. Nossas línguas brincavam em perfeita sincronia. Era um beijo lento, mas que ao mesmo tempo fazia com que nossos corpos ardessem de desejo um pelo outro.
Cécile então sentou sobre meu colo em meio ai beijo e começou a rebolar ali suavemente... Para frente e para trás... E aquilo do me deixava com mais vontade ainda de fodê-la. Desci uma de minhas mãos até sua bunda, onde fiz questão de estapeá-la com força, fazendo com que ela gemesse contra minha boca.
- Eu adoro quando você geme assim. – Sussurrei assim que parei o beijo, começando a distribuir beijos em seu pescoço.
Minha boca se alternava entre pequenos chupões e beijos molhados enquanto a mão que havia se posicionado em sua bunda, agora leva o rumo até sua intimidade. Não era a primeira vez que fazíamos aquilo, mas sempre parecia como se fosse. Cada toque, cada palavra, cada posição... Atrás de tudo aquilo havia um pequeno e gostoso friozinho na barriga de como se eu houvesse a conhecido naquele momento.
Os gemidos dela pareciam como melodias aos meus ouvidos e seu gosto explodia em minha boca como uma sensação indescritível. Nossos corpos juntos, suados, se chocando um contra os outros pareciam ser a mais bela das coisas que poderiam acontecer naquele dia. À noite lá fora silenciosa e a lua brilhante, fazendo com que um pouco de sua luz atravessasse as janelas do quarto e iluminasse o osso ato só deixavam aquilo ainda melhor. Definitivamente estar com ela era uma das melhores coisas que já me aconteceu.
FLASHBACK OFF
Com ela eu não precisava de muita coisa. Apenas uma cama, roupas no chão, lençóis bagunçados e um chamego eram as coisas essenciais para que nosso dia ou noite fosse completamente tranquilos. Ela era diferente. Diferente do que eu imaginava a e diferente das garotas com quem eu já estive. Tudo nela me fascinava de uma maneira completamente estranha. Acho que eu estava realmente apaixonado por ela. Eu estava tão entregue a ela que poderia fazer qualquer coisa que ela me pedisse. E eu fiz. Talvez essa tenha sido a maior burrada que já fiz em minha vida.
FLASHBACK ON
- Você tem certeza que realmente quer isso? – Cocei a cabeça enquanto a observava enfiei um punhado de amendoins na boca.
- Absoluta! Eu sempre tive vontade de fazer isso e confio em você. Eu só... Quero me sentir mais sexy. – Cécile enrolou os dedos na barra de sua camiseta e a puxou lentamente para baixo, fazendo com seus seios ficasse a mostra. – Por favor...
- Olha só, lá vem você me chantageando desse jeito. – Resmunguei e neguei com a cabeça, cruzando os braços. – Você já é sexy por natureza, não precisa dessas coisas.
- Preciso sim. – Ela resmungou, dando um beijo na ponta de meu nariz. – Por favorzinho... Por favor com caramelo... – Fez um bico e piscou várias vezes como uma criança.
- Olha, não se faz isso. Você sabe que eu adoro caramelo. – Resmunguei me levantando da cadeira e pegando a câmera de dentro da caixa. – Só porque você me pediu. – Mostrei a língua.
Cécile era meio mimada e não sossegava até conseguir o que queria e eu, como sempre, acabava alimentando seus desejos. Seu desejo dessa vez era fazer um ensaio ‘’nu artístico’’. Tudo bem, pode ser uma ideia estranha, mas provavelmente no futuro ela poderia ganhar uma grana bem boa com toda essa historia. Cécile era linda, tinha um corpo de dar inveja e era isso que fazia com que todas as revistas a procurassem para que pudesse a contratar. Eu tinha sorte de tê-la ali inteiramente para fotografar onde quisesse, quando quisesse e da maneira como quisesse.
Todas as fotos ficaram lindas. Algumas fotos exibindo partes íntimas de seu corpo e outras fotos apenas quase mostrando, mas fora isso todas as fotos haviam ficado ótimas. Incrível como ela conseguia até assim deixar as imagens lindas.
Ela adorou e aquilo me deixou fascinado.
Realmente fascinado.
FLASHBACK OFF
Diante de todo aquele fascínio que cresceu ainda mais a partir daquelas fotos, tive a certeza de que eu poderia fazer com que tudo aquilo fosse bem aproveitado. Eu queria que Cécile pudesse ganhar mais reconhecimento no mundo artístico. Queria que ela fosse mais conhecida e pudesse seguir o seu sonho mais do que nunca. Minha única ideia era: fazer com que essas fotos fossem ‘’vazadas’’ para que assim ela pudesse ter o reconhecimento devido e assim eu também teria um pouco de lucro nisso. Mas essa foi a pior coisa que já pensei em fazer na vida. Me custou muito caro.
FLASHBACK ON
- DYLAN! – Gritou Cécile como se tivesse achado uma pessoa morta. – O QUE VOCÊ FEZ? – Continuou a gritar, mostrando a tela do celular para mim.
- Eu? – Arqueei uma sobrancelha. – Ah, isso. – Dei de ombros a observando e neguei com a cabeça. – Uma coisinha pequena. Tipo, com essas fotos agora você vai ganhar mais reconhecimento e tal. Sabe? Mais fama. Não era isso que você queria?
- É O QUE? – Gritou ela novamente, começando a ficar desesperada. – VOCÊ FICOU LOUCO? VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE ACABOU DE FAZER? EU... Meu Deus. – Sentou-se na beira da cama e passou as mãos pelos cabelos.
- Você disse que queria fama. Eu apenas dei um jeito mais fácil disso acontecer. – Toquei seu ombro de forma suave, mas ela logo de afastou de mim.
- Eu... Eu queria ganhar reconhecimento sozinha! Ganhar reconhecimento sem precisar da ajuda de ninguém. Sem precisar de nada desse tipo. Você – Apontou o dedo para mim. – Acabou de destruir tudo o que eu estava tentando construir.
- Ah, calma ai. Agora a culpa é minha por ter mandado postarem as fotos que você pediu que eu tirasse? Não foi você que queria ser mais sexy? – Arregalei os olhos em defesa.
- EU QUERIA SER SEXY PRA VOCÊ. V-O-C-Ê. – Apontou o dedo em minha direção e meu coração apertou ao ver as lágrimas pelo seu rosto. – Eu não acredito que você fez isso. Você mandou os outros vazarem ainda. Meu Deus. Você é um MONSTRO! – Esbravejou enquanto limpava as lágrimas de seu rosto.
- Cécile... Me escuta... Eu fiz isso pelo seu bem. – Murmurei calmo na tentativa de apaziguá-la.
- Com quantas você fez isso? – Cécile se virou e me encarou, cruzando os braços. – Anda, me fala. Com quantas meninas você já fez isso. Todas com quem você já se envolveu?
- Hã? Não vai dizer que você acha que eu faço isso com todas. – Perguntei me sentindo ofendido por conta daquelas perguntas. – Você mesmo disse que eu era diferente. Diferente dos outros.
- Eu cometi um erro ao falar isso muito cedo. Você é igual aos outros. Um babaca. Egoísta. Só pensa em si mesmo e no dinheiro que pode tirar das meninas... Eu tenho NOJO de você! - Seu tom de voz mais uma vez se alterou, fazendo com que suas palavras ecoassem em minha mente.
- Baby... Por favor. Senta aqui, vamos conversar com calma. Eu posso te explicar tudo o que eu havia planejado. Só... Me dá uma chance. – Sussurrei e engoli em seco esperando sua resposta.
- Não me chame assim. Nunca mais. – Ela pegou sua bolsa e passou a mão pelo rosto para limpar as lágrimas. – A partir de hoje eu não existo mais na sua vida. Me esquece. Esquece de tudo o que tivemos e por favor, enfie todas as fotos e as fotos que tiramos no meio do seu cu. – Caminhou a passos largos até a porta e a fechou com força no momento em que saiu, me deixando desamparado e sem forças para correr atrás.
FLASHBACK OFF
Sem ligações. Sem mensagens. Sem conversas. Sem encontros. Definitivamente eu havia cavado minha própria cova sem perceber. Eu não havia feito aquilo por maldade ou querendo me sobressair sobre ela, eu só... Queria que ela fosse ainda mais feliz. Sabe... Tudo na vida acontece com um propósito. Neste momento a única coisa que consigo sentir de mim mesmo é vergonha. Vergonha de ter feito algo do qual não me orgulho. Vergonha de ter feito algo no qual acabou com minha vida. Tanto profissional quanto amorosa. Eu nunca conseguiria voltar a fotografar igual antigamente. Ela sempre vai estar em minha mente. Sempre.
Eu sei que fui besta. Foi idiota. E nada do que eu disser vai fazer com que tudo entre nós fique melhor. Diante disso tudo, deixo aqui minhas desculpas. Não sei se um dia você vai chegar, a saber, disso, mas saiba que estou profundamente arrependido de tudo o que fiz. Não espero o seu perdão, mas espero que um dia você possa me entender e ver que o que eu fiz não foi para prejudicá-la e sim, para poder a ajudar. Sei que não foi das melhores maneiras, mas pelo visto deu certo.
Hoje você deve estar feliz, com um cara que pode te oferecer tudo do bom e do melhor. Alguém melhor do que eu. E se você está feliz sem mim, eu estou feliz. Não por você estar longe de mim, mas por saber que alguém nesse mundo está conseguindo te fazer feliz da maneira como eu sempre quis. Que em toda sua vida você sempre tenha sucesso. E que esse sucesso lhe traga somente coisas boas. Este é o meu último pedido antes de partir.
Eu sempre vou te amar. Mesmo que você não me ame.
Com amor, Dylan.
Com esta carta em mãos, aquilo era a única prova que poderia dizer que a cena do suposto crime na verdade era um suicídio. Suicídio de amor ou de culpa? Com todas aquelas palavras tocantes à única certeza de que: se você ama uma pessoa o suficiente, não faça as coisas sem consultar os outros achando que sua ideia pode ser o melhor a se fazer. Talvez isso possa lhe custar mais caro futuramente. Assim como aconteceu com Dylan.
E ninguém quer isso.
Ninguém merece isso.
- Cécile. – A chamei pelo nome enquanto posicionava a câmera a sua frente. – Vira um pouco pra esquerda... Isso. – Levantei a mão quando ela parou no lugar onde eu queria e tirei a foto, voltando a repetir novamente as palavras para novas poses até que todas as fotos estivessem prontas.
- Ficaram realmente boas. - José disse ao ver as fotos na tela.
- Assim, é o meu trabalho, não é? Sempre estão boas as fotos que faço. – Brinquei levantando os ombros e neguei com a cabeça. – Mas obrigado.
- Às vezes eu devera parar de te elogiar. – José negou com a cabeça e chamou Cécile pra que ela pudesse ver as fotos também.
- Você fez um ótimo trabalho, Dylan. – Sorriu a garota de um jeito angelical.
- Com uma modelo linda dessas, com certeza meu trabalho não ficaria ruim. – Brinquei com ela, dando um sorriso. – Mas é sério, não daria para ficar ruim. Eu só fiz o meu trabalho.
-Tudo bem. Vou aceitar esse elogio. – Sorriu a menina novamente e se afastou, voltando a conversar com sua empresária.
Seria estranho eu ter sentido atração por Cécile? Como posso explicar... Trabalhei com bastantes modelos, acabei saindo com algumas, mas nenhuma me atraia assim da forma como me senti atraído por ela. Parecia que em algum momento da vida nós dois já havíamos tido uma pequena conexão. Não sei. Pode ser coisa da minha cabeça também.
Bom... Foi assim que eu acabei conhecendo a menina que eu me apaixonei. Me apaixonei como se fosse um adolescente encontrando uma menina pela primeira vez. Ou se não como aquelas paixões platônicas que temos por alguma cantora ou atriz (Saudades Britney Spears...). Desde então começamos a sair. Eu sei, eu não deveria fazer isso. Sair com as meninas que eu geralmente fotografo, mas eu não estava nem ai. Definitivamente eu queria aquilo mais do que tudo e não iria deixar passar assim. E consegui.
Sabe, Dylan... Quando eu te vi achei que você era completamente diferente dos fotógrafos que eu costumava conhecer. – Cécile enrolou os dedos em meus cabelos devagar.
- Diferente como? – Franzi o cenho em questionamento.
- Bom... Minha empresária sempre diz que eu tenho que tomar muito cuidado quando for me envolver com alguma pessoa que tem ligação com meu trabalho. Você sabe... Eu sou nova nesse ramo e poderiam tirar proveito de mim. Tipo, querer dinheiro as minhas custas. – A garota levantou os ombros devagar – Ainda mais que todo mundo ta me conhecendo. Estou indo a mais eventos. A fama.
- Ah... Esses são os maiores medos de todos. Mas pode ficar tranquila comigo. – Sussurrei depositando um beijo suave em seus lábios e a puxei para que ficasse mais perto de mim na cama.
- Isso me deixa mais tranquila. – Sorriu escondendo seu rosto entre meu peitoral e respirou fundo, começando a depositar alguns beijos por ali.
Sua boca trilhava caminhos que alternavam entre meu peitoral e meu pescoço, fazendo com que meu corpo reagisse a cada estímulo que sua boca realizava. Meus dedos tomaram a direção de seus cabelos, onde os entrelacei ali com vontade e a puxei com delicadeza, trazendo seu rosto para cima até que sua boca ficasse rente a minha.
Então eu a beijei. Beijei como se fosse à primeira vez. A primeira vez que minha boca encostou-se à dela era como se nada no mundo fosse importante além do nosso beijo. Nossas línguas brincavam em perfeita sincronia. Era um beijo lento, mas que ao mesmo tempo fazia com que nossos corpos ardessem de desejo um pelo outro.
Cécile então sentou sobre meu colo em meio ai beijo e começou a rebolar ali suavemente... Para frente e para trás... E aquilo do me deixava com mais vontade ainda de fodê-la. Desci uma de minhas mãos até sua bunda, onde fiz questão de estapeá-la com força, fazendo com que ela gemesse contra minha boca.
- Eu adoro quando você geme assim. – Sussurrei assim que parei o beijo, começando a distribuir beijos em seu pescoço.
Minha boca se alternava entre pequenos chupões e beijos molhados enquanto a mão que havia se posicionado em sua bunda, agora leva o rumo até sua intimidade. Não era a primeira vez que fazíamos aquilo, mas sempre parecia como se fosse. Cada toque, cada palavra, cada posição... Atrás de tudo aquilo havia um pequeno e gostoso friozinho na barriga de como se eu houvesse a conhecido naquele momento.
Os gemidos dela pareciam como melodias aos meus ouvidos e seu gosto explodia em minha boca como uma sensação indescritível. Nossos corpos juntos, suados, se chocando um contra os outros pareciam ser a mais bela das coisas que poderiam acontecer naquele dia. À noite lá fora silenciosa e a lua brilhante, fazendo com que um pouco de sua luz atravessasse as janelas do quarto e iluminasse o osso ato só deixavam aquilo ainda melhor. Definitivamente estar com ela era uma das melhores coisas que já me aconteceu.
Com ela eu não precisava de muita coisa. Apenas uma cama, roupas no chão, lençóis bagunçados e um chamego eram as coisas essenciais para que nosso dia ou noite fosse completamente tranquilos. Ela era diferente. Diferente do que eu imaginava a e diferente das garotas com quem eu já estive. Tudo nela me fascinava de uma maneira completamente estranha. Acho que eu estava realmente apaixonado por ela. Eu estava tão entregue a ela que poderia fazer qualquer coisa que ela me pedisse. E eu fiz. Talvez essa tenha sido a maior burrada que já fiz em minha vida.
- Você tem certeza que realmente quer isso? – Cocei a cabeça enquanto a observava enfiei um punhado de amendoins na boca.
- Absoluta! Eu sempre tive vontade de fazer isso e confio em você. Eu só... Quero me sentir mais sexy. – Cécile enrolou os dedos na barra de sua camiseta e a puxou lentamente para baixo, fazendo com seus seios ficasse a mostra. – Por favor...
- Olha só, lá vem você me chantageando desse jeito. – Resmunguei e neguei com a cabeça, cruzando os braços. – Você já é sexy por natureza, não precisa dessas coisas.
- Preciso sim. – Ela resmungou, dando um beijo na ponta de meu nariz. – Por favorzinho... Por favor com caramelo... – Fez um bico e piscou várias vezes como uma criança.
- Olha, não se faz isso. Você sabe que eu adoro caramelo. – Resmunguei me levantando da cadeira e pegando a câmera de dentro da caixa. – Só porque você me pediu. – Mostrei a língua.
Cécile era meio mimada e não sossegava até conseguir o que queria e eu, como sempre, acabava alimentando seus desejos. Seu desejo dessa vez era fazer um ensaio ‘’nu artístico’’. Tudo bem, pode ser uma ideia estranha, mas provavelmente no futuro ela poderia ganhar uma grana bem boa com toda essa historia. Cécile era linda, tinha um corpo de dar inveja e era isso que fazia com que todas as revistas a procurassem para que pudesse a contratar. Eu tinha sorte de tê-la ali inteiramente para fotografar onde quisesse, quando quisesse e da maneira como quisesse.
Todas as fotos ficaram lindas. Algumas fotos exibindo partes íntimas de seu corpo e outras fotos apenas quase mostrando, mas fora isso todas as fotos haviam ficado ótimas. Incrível como ela conseguia até assim deixar as imagens lindas.
Ela adorou e aquilo me deixou fascinado.
Realmente fascinado.
Diante de todo aquele fascínio que cresceu ainda mais a partir daquelas fotos, tive a certeza de que eu poderia fazer com que tudo aquilo fosse bem aproveitado. Eu queria que Cécile pudesse ganhar mais reconhecimento no mundo artístico. Queria que ela fosse mais conhecida e pudesse seguir o seu sonho mais do que nunca. Minha única ideia era: fazer com que essas fotos fossem ‘’vazadas’’ para que assim ela pudesse ter o reconhecimento devido e assim eu também teria um pouco de lucro nisso. Mas essa foi a pior coisa que já pensei em fazer na vida. Me custou muito caro.
- DYLAN! – Gritou Cécile como se tivesse achado uma pessoa morta. – O QUE VOCÊ FEZ? – Continuou a gritar, mostrando a tela do celular para mim.
- Eu? – Arqueei uma sobrancelha. – Ah, isso. – Dei de ombros a observando e neguei com a cabeça. – Uma coisinha pequena. Tipo, com essas fotos agora você vai ganhar mais reconhecimento e tal. Sabe? Mais fama. Não era isso que você queria?
- É O QUE? – Gritou ela novamente, começando a ficar desesperada. – VOCÊ FICOU LOUCO? VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE ACABOU DE FAZER? EU... Meu Deus. – Sentou-se na beira da cama e passou as mãos pelos cabelos.
- Você disse que queria fama. Eu apenas dei um jeito mais fácil disso acontecer. – Toquei seu ombro de forma suave, mas ela logo de afastou de mim.
- Eu... Eu queria ganhar reconhecimento sozinha! Ganhar reconhecimento sem precisar da ajuda de ninguém. Sem precisar de nada desse tipo. Você – Apontou o dedo para mim. – Acabou de destruir tudo o que eu estava tentando construir.
- Ah, calma ai. Agora a culpa é minha por ter mandado postarem as fotos que você pediu que eu tirasse? Não foi você que queria ser mais sexy? – Arregalei os olhos em defesa.
- EU QUERIA SER SEXY PRA VOCÊ. V-O-C-Ê. – Apontou o dedo em minha direção e meu coração apertou ao ver as lágrimas pelo seu rosto. – Eu não acredito que você fez isso. Você mandou os outros vazarem ainda. Meu Deus. Você é um MONSTRO! – Esbravejou enquanto limpava as lágrimas de seu rosto.
- Cécile... Me escuta... Eu fiz isso pelo seu bem. – Murmurei calmo na tentativa de apaziguá-la.
- Com quantas você fez isso? – Cécile se virou e me encarou, cruzando os braços. – Anda, me fala. Com quantas meninas você já fez isso. Todas com quem você já se envolveu?
- Hã? Não vai dizer que você acha que eu faço isso com todas. – Perguntei me sentindo ofendido por conta daquelas perguntas. – Você mesmo disse que eu era diferente. Diferente dos outros.
- Eu cometi um erro ao falar isso muito cedo. Você é igual aos outros. Um babaca. Egoísta. Só pensa em si mesmo e no dinheiro que pode tirar das meninas... Eu tenho NOJO de você! - Seu tom de voz mais uma vez se alterou, fazendo com que suas palavras ecoassem em minha mente.
- Baby... Por favor. Senta aqui, vamos conversar com calma. Eu posso te explicar tudo o que eu havia planejado. Só... Me dá uma chance. – Sussurrei e engoli em seco esperando sua resposta.
- Não me chame assim. Nunca mais. – Ela pegou sua bolsa e passou a mão pelo rosto para limpar as lágrimas. – A partir de hoje eu não existo mais na sua vida. Me esquece. Esquece de tudo o que tivemos e por favor, enfie todas as fotos e as fotos que tiramos no meio do seu cu. – Caminhou a passos largos até a porta e a fechou com força no momento em que saiu, me deixando desamparado e sem forças para correr atrás.
Sem ligações. Sem mensagens. Sem conversas. Sem encontros. Definitivamente eu havia cavado minha própria cova sem perceber. Eu não havia feito aquilo por maldade ou querendo me sobressair sobre ela, eu só... Queria que ela fosse ainda mais feliz. Sabe... Tudo na vida acontece com um propósito. Neste momento a única coisa que consigo sentir de mim mesmo é vergonha. Vergonha de ter feito algo do qual não me orgulho. Vergonha de ter feito algo no qual acabou com minha vida. Tanto profissional quanto amorosa. Eu nunca conseguiria voltar a fotografar igual antigamente. Ela sempre vai estar em minha mente. Sempre.
Eu sei que fui besta. Foi idiota. E nada do que eu disser vai fazer com que tudo entre nós fique melhor. Diante disso tudo, deixo aqui minhas desculpas. Não sei se um dia você vai chegar, a saber, disso, mas saiba que estou profundamente arrependido de tudo o que fiz. Não espero o seu perdão, mas espero que um dia você possa me entender e ver que o que eu fiz não foi para prejudicá-la e sim, para poder a ajudar. Sei que não foi das melhores maneiras, mas pelo visto deu certo.
Hoje você deve estar feliz, com um cara que pode te oferecer tudo do bom e do melhor. Alguém melhor do que eu. E se você está feliz sem mim, eu estou feliz. Não por você estar longe de mim, mas por saber que alguém nesse mundo está conseguindo te fazer feliz da maneira como eu sempre quis. Que em toda sua vida você sempre tenha sucesso. E que esse sucesso lhe traga somente coisas boas. Este é o meu último pedido antes de partir.
Eu sempre vou te amar. Mesmo que você não me ame.
Com amor, Dylan.
Com esta carta em mãos, aquilo era a única prova que poderia dizer que a cena do suposto crime na verdade era um suicídio. Suicídio de amor ou de culpa? Com todas aquelas palavras tocantes à única certeza de que: se você ama uma pessoa o suficiente, não faça as coisas sem consultar os outros achando que sua ideia pode ser o melhor a se fazer. Talvez isso possa lhe custar mais caro futuramente. Assim como aconteceu com Dylan.
E ninguém quer isso.
Ninguém merece isso.
Fim.
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