Capítulo Único
O universo traz de volta tudo que é nosso. Descobri isso dia desses quando um casal se reencontrou depois de anos. Eles se conheceram novos, se amavam, mas a vida planejou caminhos diferentes pra cada um. Ela foi estudar em outra cidade, começou a sair com outra galera, passou a curtir as festas, a vida. Ele ficou famoso, conheceu outra pessoa, se envolveu, mas não deu certo. Ela volta pra cidade. Os dois se vêem numa pre-party e desde então não pararam mais de conversar. Estão juntos de novo. Quando eu soube, fiquei pensando: o amor é isso, né?! Quando é pra ser, pode até demorar, mas dá certo no final. Só que as vezes o certo não é o final feliz. Não com o casal.
Era a vigésima vez que, mesmo em turnê, se encontrava pensando em depois de um show animado. A turnê Sounds Live Feels Live estava ocupando todas as rádios. Foi eleita a turnê mais esperada na Billiboard, mas mesmo com todos esses fatores só conseguia pensar na ex namorada, na qual cobria diversas revistas de modelos com frases típicas na capa e algumas entrevistas que ela dava; e para ele a última lembrança que rondava sua mente, era quando ele teve que ir embora. Viver a vida que sempre sonhou e deixá-la. Quando ele pensou que era preciso deixá-la para viver a vida que sempre quis, e se afundou na ‘putaria’ e festas cobertas de bebidas.
Flashback
- Nós não precisamos terminar por isso.
- , não tem nenhuma forma de continuarmos juntos, com você aqui e eu em Londres.
- Tem de haver alguma forma, já li mil histórias na internet em que isso acontece.
- Eu preciso seguir meu sonho.
- E eu deixei de ser parte dele desde quando?
- Desde que o mundo lá fora me espera.
- Você não tem que terminar comigo, !
- Eu não tenho, . Esse é problema.
- Você quer terminar comigo? Você cansou do que a garota da sua cidade tem a te oferecer? - Ela o encarava com lágrimas nos olhos e ele suspirava impaciente olhando em direção a janela. - Fala, . Você me ama? Você quer terminar, não é?
- É. - Ele disse simplesmente e saiu do quarto batendo a porta. E aquele era o fim.
//Flashback
E agora só conseguia se arrepender amargamente de tê-la deixado lá. De não terem seguido os planos juntos, de estarem sendo felizes juntos e traçando o futuro que sempre planejaram. Ela sendo modelo e ele cantor, mas agora todas suas tentativas de encontrar a moça haviam sido fracassadas. Ela tinha mudado de número, de endereço de e-mail. Não morava mais na mesma cidade e ele sequer sabia onde encontrar. Buscou falar com amigas que eram próximas da mesma e elas diziam ter perdido o contato de fato. Buscou o telefone antigo da mãe dela e quem atendeu foi alguma Berenic alegando que esse telefone já era a dela há quase dois anos.
Onde diabos ele ia conseguir ir atrás dela?
Sabia que a turnê outrora acabaria e ele voltaria para Londres, que no início era a cidade iluminada para ele. Onde encontrava diversão, mulheres, bebidas e agora era só o lugar onde vivia mais parte do tempo pensando no quão tinha sido burro. Sim, burro. Era a única palavra o definia.
- Vemos aqui, meus caros amigos, depressivo de novo. - Callum disse ao adentrar a suíte de no hotel. Ashton gargalhou e Michael encarou o amigo se recordando do porquê aquilo acontecia. Ele havia deixado a cidade juntamente com e sabia de toda história de e .
- Vemos aqui, meus amigos otários. - resmungou.
- Cara, tem pre-party hoje a noite.
- Podem ir.
- Não, você não vai perder isso de forma nenhuma!
- Eu tenho perdido 98% das festas e não posso perder essa.
- Estou sentindo que essa é onde você sai da fossa e da seca. - Callum gargalhou, dando um tapa na cabeça do amigo.
Mal sabia ele que aquela festa lhe guardava várias surpresas.
No camarim do desfile recém acabado da Dior, havia acabado de se trocar e encarou as colegas de trabalho enquanto pensava nos próximos planos. E ouviu Isabeli caminhar cantando animadamente após se trocar.
- Let's get out, let's get out cuz It's dead beat town's only here just to keep us down.
- Pare de cantoria. - Isabeli botou língua para fora, ignorando a idade que tinha e continuou.
- While I was out i found myself alone just thinking if I showed up with a plane ticket and a shiny diamond ring with your name on it.
- Isabeli, pelo amor de Deus.
- Would you wanna run away too?
- Essa música me irrita profundamente.
- Qualquer coisa te irrita.
- Não vou te mandar calar a boca de novo.
- Você anda muito irritadinha, vamos para uma festa hoje e não é um pedido.
- Dispenso.
- Não perguntei, você vai e pronto.
- O que diabos eu quero em uma festa?
- Se divertir? - Isabeli a encarou como se fosse obvio. - E eu tenho que te apresentar meu novo gatinho.
- Você e seus crush’s.
- Esse é meu novo amor. Eu juro
- Tudo bem Isabeli.
Ela sabia que Isabeli tinha razão, quem cantava a música que a irritava. O timbre da voz, os olhares do clipe. Era ele. Exatamente quem havia a deixado a anos atrás e nem sequer teve a preocupação de aparecer mais. Nem procurá-la. E mesmo diante daquilo, da raiva que ela havia guardado, também havia guardado amor e isso só a torturava todos os dias.
Flashback
- Seria típica aquela quinta feira se ela não estivesse encaixada no abraço de enquanto ele dormia. As lembranças do dia anterior vieram fortes e ela sorriu boba a lembrar.
- Eu amo você e não precisa se sentir pressionada, você sabe, não é?
- Não estou sendo pressionada, e eu também te amo.
Foi então que as mãos de desceram pela cintura da moça que relaxou e sentiu se enterrar dentro dela, provocando uma sensação de dor e prazer. Mas ela se sentia bem, era ele ali. E nada importava.
//Flashback
calçou os saltos pretos que combinavam com vestido nude e o cabelo preso em um rabo de cavalo com cachos nas pontas e saiu finalmente, se livrando de Isabeli gritando de dois em dois minutos que elas estavam atrasadas.
- Achei que não ia sair daqui.
- A festa começa as nove, agora é nove e dez ninguém chega super adiantado em algum lugar.
- Eu marquei com o boy.
- E eu marquei com o bar. - Isabeli a encarou sem entender. - Ué, acha que eu ia segurar vela sem bebida no sangue?
- Eu te apresento os amigos dele!
- Não, obrigada!
- Vamos lá, .
- Já disse não.
- Por favorzinho.
- Talvez.
- Por mim…
- Tá bom, tá bom..
….
O tapete preto destacado e lotado de flash’s em que atravessava com Isabeli respondendo sobre algumas questões do mundo da moda deram certeza pra menina de que aquele tinha sido o inicio de uma longa noite. Ela não gostava tanto de ir pra festas depois dos desfiles, não soava algo bom pra ela. A música alta não era um lucro, ela não queria conhecer nenhum novo amor. Era um lugar vazio com gente cheia de álcool pra suprir falta de algo.
Mas naquele dia em especial Isabeli havia a arrastado pra lá e tinha que beber. Por isso largou a amiga trocando mensagens com alguém enquanto pegava bebida. Pegou dois Sex on the beach e voltou para onde havia deixado Isabeli.
Mas o sorriso que ela usava pra cumprimentar os conhecidos ali sumiu rapidamente ao avistar Isabeli.
Não podia ser.
- Amiga, esse é o Michael. Meu namorado! - Isabeli falou na empolgação presente em sua voz e Michael e se encaravam sérios. Eles eram grandes amigos, na verdade eram um grupo. Ela e uma antiga amiga, Yasmin. Michael e . Ela de fato não sabia o que fazer naquele momento, se abraçava o velho amigo. Ou se refletia pelo fato de que se ele estava ali, a banda estaria também e com isso estava mais próximo que devia, mas precisava falar com Isabeli sobre isso, não podia deixar a amiga ali com cara de tacho.
- Quanto tempo, Michael. - Ela soltou após longos segundos.
- Vocês se conhecem? - Isabeli a encarou confusa.
- Ela é minha melhor amiga de infância. Ex namorada do .
- Oh meu Deus.
- E a propósito, eu não mereço nem um abraço, tampinha? - riu sem graça e olhou pra Isabeli que a encarou sorrindo e então ela abraçou o amigo, que guardava tantas lembranças.
Flashback
- Eu não vou pular nesse lago.
- Vamos lá, , isso é limpo.
- Está frio!
- Eu vou. A Yasmin e também.
- Eu vou morrer congelada!
- Ta bom, se meu amor não entra eu saio. - disse, estendendo a mão á ela que segurou e sentiu o gelado da água após ser puxada. Michael e jogaram água nela.
- Eu vou matar vocês!
- Você não mataria seu melhor amigo. - Michael disse, mostrando cara de convencido.
- Pior que não mesmo, amo você demais pra isso. Não sei o que faria sem você.
//Flashback
- Sumir no meio da festa pode é, viado? - praguejou e apertou ao abraço de Michael ao ouvir a voz que tanto sentia falta.
- É ele, não é? - Ela sussurrou sem se soltar.
- Sim e você não pode fugir. Por isso me solte e se vire e depois a gente vê o que faz. - Ela respirou fundo, pensando no que aconteceria ali, pensou em correr, pensou em encará-lo e dizer que sentiu falta. Pensou em fingir que não o conhecia, mas nada parecia cabível. Então apenas se virou vendo paralisar e encará-la sem tirar os olhos dos dela. Sabendo que ali e agora todas as lembranças viriam a tona, todos os sentimentos pareciam fortes demais pra sequer parar de olhar pra ele.
Michael a encarou, vendo que precisava dar espaço pra eles e puxou Isabeli dali.
Eles não se movimentavam. Era olho no olho e mil lembranças até que deu um passo a frente e ela se libertou do transe, dando um passo atrás.
- Acho que precisamos conversar.
- Pois é.
- Aqui?
- Não
- Onde?
- Não sei. - disse, seguindo a linha de respostas curtas. Queria abraçá-lo e largar todo aquele papo pra lá, mas não podia.
- Vamos lá pra fora?
- ...
- Eu só quero falar com você.
cogitou a ideia de não ouvi-lo, mas queria saber o que ele sentiu e pensou todos aqueles anos. O que ele sentiu ao vê-la agora e o que aconteceria dali pra frente. Então fechou os olhos e acenou com a cabeça para o banheiro no segundo andar dali. Lá fora estava cheio de fotógrafos e confusões. Lá dentro cheio de conhecidos e tinha certeza que só por estar falando com renderia uma matéria. Então só seguiu o garoto sentindo o coração acelerar e os músculos ficarem contraídos com a ideia de estar num lugar fechado com o babaca da cara mais linda que ela já havia visto. Detestava o fato de puxar o band-aid que escondia todas as cicatrizes internas que tinha desde que havia a deixado. Parecia que de alguma forma todas as torres que ela tivesse construído, caíssem por terra. Mas não queria deixar com que elas caíssem ali. Então respirou fundo.
- Eu sei que eu tenho muito o que falar e o que explicar, tenho que me desculpar também. Mas eu só preciso ressaltar que eu senti tanto sua falta , puta merda. – Não se derreta. – Ela pensava internamente e fechou os olhos com a frase e tentou tão agarra-lo ali mesmo. Não queria parecer fraca. Lutou por anos por aquilo e encontrá-lo ali parecia desarmá-la e isso não era romântico. Era ridículo na verdade. Ouvira dizer uma vez que se alguém vai embora por vontade própria é porque não tinha motivos pra ficar e se não tinha achado motivo nela pra ficar, não acharia pra voltar pra ela. Não queria ser um passatempo, não queria derrubar todas suas torres, queria se reestruturar sozinha. E estava fazendo isso muito bem, até aquela festa. Aquela maldita festa.
- Eu sei de toda essa falta, . Eu senti durante anos antes de ir embora da cidade.
- E depois disso acabou?
- O quê?
- Seu amor.
- Meu amor não acabou, eu só o transferi para quem o merecia. E não era você.
- ..
- Não, , você queria conversar e agora vai me ouvir. Eu perdi meu pai, sabe? Há sete meses e você sequer retornou as 23 ligações no seu telefone. Eu passei por mil e um problemas, eu enfrentei médicos. Eu fiz sucesso, eu me reergui e aqui estou eu. E você quer me dizer que sentiu minha falta?
- Eu senti, . Eu me arrependi de tudo isso, me arrependi de ter ido embora. Eu sei que ter ido fez de mim o que eu sou e de você também.
- Você não precisava ter desistido de nós dois.
- Eu sei.
- Mas o fez e agora não tem mais o que fazer, . Nossa vida passou.
- , se lembra de tudo que passamos, das tardes e das noites no telhado de casa. Lembra das conversas e das sessões de cinema. Pensa em nós.
- Eu passei anos sentindo sua falta, sabe? Chorei todos os dias. Sonhei em te ver entrando pela porta do camarim ou estar na platéia de um show. Mas hoje eu entrei e te vi e te ouço pedir pra pensar em nós, mas eu nunca parei de pensar. Somos dois corações assustados e um amor perfeito que deu errado.
- Como faço pra consertar? – Não consegui evitar de deixar as lagrimas caírem, eu queria sair de lá. Mas paro novamente para ouvi-lo. – Nada vai mudar a gente, Rah.
- Não é mais questão de nós dois, .
- Nós deixamos de ser prioridade?
- No dia que você decidiu ir embora.
- Mas agora eu estou aqui e não quero só brigar com você.
- Eu já cansei de escutar todas suas desculpas. Dessa vez suas frases bonitas não irão resolver toda a situação. Eu até sinto alguma coisa por você, . Mas estão guardadas nas profundezas, porque acima disso tudo tem o meu amor próprio. E isso me tem sido o suficiente.
- E se eu tentar fazer dar certo?
- Eu vou te entender, mas não vou te prometer nada. – Ele riu fraco e deu um beijo em minha bochecha com uma cara triste.
- Tudo poderia ter sido nosso, mas você já vai tarde demais agora meu coração não sente nada, absolutamente nada.
Deslizei pela parede do banheiro e reencostei a cabeça, a curvei para trás e simplesmente deixei todas minhas lágrimas escorrerem. Não tinha o que esconder mais. Só que ali pensando em tudo que eu havia pensado há anos atrás eu me lembrei o que me levou a fazer o que eu tinha feito. Eu parei de querer encontrar uma explicação, uma justificativa, um motivo. A gente não tinha dado certo e tudo bem, paciência, acontece. Foi bom por um tempo, né?! Teve amor de verdade na nossa história, pelo menos por um tempo mas de repente estar junto ficou ruim e não tinha o que nenhum dos dois fazer pra mudar isso. Nós tentamos de tudo, mas o amor também acaba. O nosso acabou. Pelo menos por ora. E eu precisava entender isso sozinha. Quando o luto passou, eu voltei a sentir vontade de ser feliz por mim. Voltei a ser eu inteira. E aquilo era o suficiente, se ele queria fazer parte da minha vida. Ele que me transbordasse. Eu era inteira, eu tinha torres dentro de mim e cada torre simbolizava uma batalha pelo qual eu passei. E eu era cheia delas.
Era a vigésima vez que, mesmo em turnê, se encontrava pensando em depois de um show animado. A turnê Sounds Live Feels Live estava ocupando todas as rádios. Foi eleita a turnê mais esperada na Billiboard, mas mesmo com todos esses fatores só conseguia pensar na ex namorada, na qual cobria diversas revistas de modelos com frases típicas na capa e algumas entrevistas que ela dava; e para ele a última lembrança que rondava sua mente, era quando ele teve que ir embora. Viver a vida que sempre sonhou e deixá-la. Quando ele pensou que era preciso deixá-la para viver a vida que sempre quis, e se afundou na ‘putaria’ e festas cobertas de bebidas.
Flashback
- Nós não precisamos terminar por isso.
- , não tem nenhuma forma de continuarmos juntos, com você aqui e eu em Londres.
- Tem de haver alguma forma, já li mil histórias na internet em que isso acontece.
- Eu preciso seguir meu sonho.
- E eu deixei de ser parte dele desde quando?
- Desde que o mundo lá fora me espera.
- Você não tem que terminar comigo, !
- Eu não tenho, . Esse é problema.
- Você quer terminar comigo? Você cansou do que a garota da sua cidade tem a te oferecer? - Ela o encarava com lágrimas nos olhos e ele suspirava impaciente olhando em direção a janela. - Fala, . Você me ama? Você quer terminar, não é?
- É. - Ele disse simplesmente e saiu do quarto batendo a porta. E aquele era o fim.
//Flashback
E agora só conseguia se arrepender amargamente de tê-la deixado lá. De não terem seguido os planos juntos, de estarem sendo felizes juntos e traçando o futuro que sempre planejaram. Ela sendo modelo e ele cantor, mas agora todas suas tentativas de encontrar a moça haviam sido fracassadas. Ela tinha mudado de número, de endereço de e-mail. Não morava mais na mesma cidade e ele sequer sabia onde encontrar. Buscou falar com amigas que eram próximas da mesma e elas diziam ter perdido o contato de fato. Buscou o telefone antigo da mãe dela e quem atendeu foi alguma Berenic alegando que esse telefone já era a dela há quase dois anos.
Onde diabos ele ia conseguir ir atrás dela?
Sabia que a turnê outrora acabaria e ele voltaria para Londres, que no início era a cidade iluminada para ele. Onde encontrava diversão, mulheres, bebidas e agora era só o lugar onde vivia mais parte do tempo pensando no quão tinha sido burro. Sim, burro. Era a única palavra o definia.
- Vemos aqui, meus caros amigos, depressivo de novo. - Callum disse ao adentrar a suíte de no hotel. Ashton gargalhou e Michael encarou o amigo se recordando do porquê aquilo acontecia. Ele havia deixado a cidade juntamente com e sabia de toda história de e .
- Vemos aqui, meus amigos otários. - resmungou.
- Cara, tem pre-party hoje a noite.
- Podem ir.
- Não, você não vai perder isso de forma nenhuma!
- Eu tenho perdido 98% das festas e não posso perder essa.
- Estou sentindo que essa é onde você sai da fossa e da seca. - Callum gargalhou, dando um tapa na cabeça do amigo.
Mal sabia ele que aquela festa lhe guardava várias surpresas.
No camarim do desfile recém acabado da Dior, havia acabado de se trocar e encarou as colegas de trabalho enquanto pensava nos próximos planos. E ouviu Isabeli caminhar cantando animadamente após se trocar.
- Let's get out, let's get out cuz It's dead beat town's only here just to keep us down.
- Pare de cantoria. - Isabeli botou língua para fora, ignorando a idade que tinha e continuou.
- While I was out i found myself alone just thinking if I showed up with a plane ticket and a shiny diamond ring with your name on it.
- Isabeli, pelo amor de Deus.
- Would you wanna run away too?
- Essa música me irrita profundamente.
- Qualquer coisa te irrita.
- Não vou te mandar calar a boca de novo.
- Você anda muito irritadinha, vamos para uma festa hoje e não é um pedido.
- Dispenso.
- Não perguntei, você vai e pronto.
- O que diabos eu quero em uma festa?
- Se divertir? - Isabeli a encarou como se fosse obvio. - E eu tenho que te apresentar meu novo gatinho.
- Você e seus crush’s.
- Esse é meu novo amor. Eu juro
- Tudo bem Isabeli.
Ela sabia que Isabeli tinha razão, quem cantava a música que a irritava. O timbre da voz, os olhares do clipe. Era ele. Exatamente quem havia a deixado a anos atrás e nem sequer teve a preocupação de aparecer mais. Nem procurá-la. E mesmo diante daquilo, da raiva que ela havia guardado, também havia guardado amor e isso só a torturava todos os dias.
Flashback
- Seria típica aquela quinta feira se ela não estivesse encaixada no abraço de enquanto ele dormia. As lembranças do dia anterior vieram fortes e ela sorriu boba a lembrar.
- Eu amo você e não precisa se sentir pressionada, você sabe, não é?
- Não estou sendo pressionada, e eu também te amo.
Foi então que as mãos de desceram pela cintura da moça que relaxou e sentiu se enterrar dentro dela, provocando uma sensação de dor e prazer. Mas ela se sentia bem, era ele ali. E nada importava.
//Flashback
calçou os saltos pretos que combinavam com vestido nude e o cabelo preso em um rabo de cavalo com cachos nas pontas e saiu finalmente, se livrando de Isabeli gritando de dois em dois minutos que elas estavam atrasadas.
- Achei que não ia sair daqui.
- A festa começa as nove, agora é nove e dez ninguém chega super adiantado em algum lugar.
- Eu marquei com o boy.
- E eu marquei com o bar. - Isabeli a encarou sem entender. - Ué, acha que eu ia segurar vela sem bebida no sangue?
- Eu te apresento os amigos dele!
- Não, obrigada!
- Vamos lá, .
- Já disse não.
- Por favorzinho.
- Talvez.
- Por mim…
- Tá bom, tá bom..
O tapete preto destacado e lotado de flash’s em que atravessava com Isabeli respondendo sobre algumas questões do mundo da moda deram certeza pra menina de que aquele tinha sido o inicio de uma longa noite. Ela não gostava tanto de ir pra festas depois dos desfiles, não soava algo bom pra ela. A música alta não era um lucro, ela não queria conhecer nenhum novo amor. Era um lugar vazio com gente cheia de álcool pra suprir falta de algo.
Mas naquele dia em especial Isabeli havia a arrastado pra lá e tinha que beber. Por isso largou a amiga trocando mensagens com alguém enquanto pegava bebida. Pegou dois Sex on the beach e voltou para onde havia deixado Isabeli.
Mas o sorriso que ela usava pra cumprimentar os conhecidos ali sumiu rapidamente ao avistar Isabeli.
Não podia ser.
- Amiga, esse é o Michael. Meu namorado! - Isabeli falou na empolgação presente em sua voz e Michael e se encaravam sérios. Eles eram grandes amigos, na verdade eram um grupo. Ela e uma antiga amiga, Yasmin. Michael e . Ela de fato não sabia o que fazer naquele momento, se abraçava o velho amigo. Ou se refletia pelo fato de que se ele estava ali, a banda estaria também e com isso estava mais próximo que devia, mas precisava falar com Isabeli sobre isso, não podia deixar a amiga ali com cara de tacho.
- Quanto tempo, Michael. - Ela soltou após longos segundos.
- Vocês se conhecem? - Isabeli a encarou confusa.
- Ela é minha melhor amiga de infância. Ex namorada do .
- Oh meu Deus.
- E a propósito, eu não mereço nem um abraço, tampinha? - riu sem graça e olhou pra Isabeli que a encarou sorrindo e então ela abraçou o amigo, que guardava tantas lembranças.
Flashback
- Eu não vou pular nesse lago.
- Vamos lá, , isso é limpo.
- Está frio!
- Eu vou. A Yasmin e também.
- Eu vou morrer congelada!
- Ta bom, se meu amor não entra eu saio. - disse, estendendo a mão á ela que segurou e sentiu o gelado da água após ser puxada. Michael e jogaram água nela.
- Eu vou matar vocês!
- Você não mataria seu melhor amigo. - Michael disse, mostrando cara de convencido.
- Pior que não mesmo, amo você demais pra isso. Não sei o que faria sem você.
//Flashback
- Sumir no meio da festa pode é, viado? - praguejou e apertou ao abraço de Michael ao ouvir a voz que tanto sentia falta.
- É ele, não é? - Ela sussurrou sem se soltar.
- Sim e você não pode fugir. Por isso me solte e se vire e depois a gente vê o que faz. - Ela respirou fundo, pensando no que aconteceria ali, pensou em correr, pensou em encará-lo e dizer que sentiu falta. Pensou em fingir que não o conhecia, mas nada parecia cabível. Então apenas se virou vendo paralisar e encará-la sem tirar os olhos dos dela. Sabendo que ali e agora todas as lembranças viriam a tona, todos os sentimentos pareciam fortes demais pra sequer parar de olhar pra ele.
Michael a encarou, vendo que precisava dar espaço pra eles e puxou Isabeli dali.
Eles não se movimentavam. Era olho no olho e mil lembranças até que deu um passo a frente e ela se libertou do transe, dando um passo atrás.
- Acho que precisamos conversar.
- Pois é.
- Aqui?
- Não
- Onde?
- Não sei. - disse, seguindo a linha de respostas curtas. Queria abraçá-lo e largar todo aquele papo pra lá, mas não podia.
- Vamos lá pra fora?
- ...
- Eu só quero falar com você.
cogitou a ideia de não ouvi-lo, mas queria saber o que ele sentiu e pensou todos aqueles anos. O que ele sentiu ao vê-la agora e o que aconteceria dali pra frente. Então fechou os olhos e acenou com a cabeça para o banheiro no segundo andar dali. Lá fora estava cheio de fotógrafos e confusões. Lá dentro cheio de conhecidos e tinha certeza que só por estar falando com renderia uma matéria. Então só seguiu o garoto sentindo o coração acelerar e os músculos ficarem contraídos com a ideia de estar num lugar fechado com o babaca da cara mais linda que ela já havia visto. Detestava o fato de puxar o band-aid que escondia todas as cicatrizes internas que tinha desde que havia a deixado. Parecia que de alguma forma todas as torres que ela tivesse construído, caíssem por terra. Mas não queria deixar com que elas caíssem ali. Então respirou fundo.
- Eu sei que eu tenho muito o que falar e o que explicar, tenho que me desculpar também. Mas eu só preciso ressaltar que eu senti tanto sua falta , puta merda. – Não se derreta. – Ela pensava internamente e fechou os olhos com a frase e tentou tão agarra-lo ali mesmo. Não queria parecer fraca. Lutou por anos por aquilo e encontrá-lo ali parecia desarmá-la e isso não era romântico. Era ridículo na verdade. Ouvira dizer uma vez que se alguém vai embora por vontade própria é porque não tinha motivos pra ficar e se não tinha achado motivo nela pra ficar, não acharia pra voltar pra ela. Não queria ser um passatempo, não queria derrubar todas suas torres, queria se reestruturar sozinha. E estava fazendo isso muito bem, até aquela festa. Aquela maldita festa.
- Eu sei de toda essa falta, . Eu senti durante anos antes de ir embora da cidade.
- E depois disso acabou?
- O quê?
- Seu amor.
- Meu amor não acabou, eu só o transferi para quem o merecia. E não era você.
- ..
- Não, , você queria conversar e agora vai me ouvir. Eu perdi meu pai, sabe? Há sete meses e você sequer retornou as 23 ligações no seu telefone. Eu passei por mil e um problemas, eu enfrentei médicos. Eu fiz sucesso, eu me reergui e aqui estou eu. E você quer me dizer que sentiu minha falta?
- Eu senti, . Eu me arrependi de tudo isso, me arrependi de ter ido embora. Eu sei que ter ido fez de mim o que eu sou e de você também.
- Você não precisava ter desistido de nós dois.
- Eu sei.
- Mas o fez e agora não tem mais o que fazer, . Nossa vida passou.
- , se lembra de tudo que passamos, das tardes e das noites no telhado de casa. Lembra das conversas e das sessões de cinema. Pensa em nós.
- Eu passei anos sentindo sua falta, sabe? Chorei todos os dias. Sonhei em te ver entrando pela porta do camarim ou estar na platéia de um show. Mas hoje eu entrei e te vi e te ouço pedir pra pensar em nós, mas eu nunca parei de pensar. Somos dois corações assustados e um amor perfeito que deu errado.
- Como faço pra consertar? – Não consegui evitar de deixar as lagrimas caírem, eu queria sair de lá. Mas paro novamente para ouvi-lo. – Nada vai mudar a gente, Rah.
- Não é mais questão de nós dois, .
- Nós deixamos de ser prioridade?
- No dia que você decidiu ir embora.
- Mas agora eu estou aqui e não quero só brigar com você.
- Eu já cansei de escutar todas suas desculpas. Dessa vez suas frases bonitas não irão resolver toda a situação. Eu até sinto alguma coisa por você, . Mas estão guardadas nas profundezas, porque acima disso tudo tem o meu amor próprio. E isso me tem sido o suficiente.
- E se eu tentar fazer dar certo?
- Eu vou te entender, mas não vou te prometer nada. – Ele riu fraco e deu um beijo em minha bochecha com uma cara triste.
- Tudo poderia ter sido nosso, mas você já vai tarde demais agora meu coração não sente nada, absolutamente nada.
Deslizei pela parede do banheiro e reencostei a cabeça, a curvei para trás e simplesmente deixei todas minhas lágrimas escorrerem. Não tinha o que esconder mais. Só que ali pensando em tudo que eu havia pensado há anos atrás eu me lembrei o que me levou a fazer o que eu tinha feito. Eu parei de querer encontrar uma explicação, uma justificativa, um motivo. A gente não tinha dado certo e tudo bem, paciência, acontece. Foi bom por um tempo, né?! Teve amor de verdade na nossa história, pelo menos por um tempo mas de repente estar junto ficou ruim e não tinha o que nenhum dos dois fazer pra mudar isso. Nós tentamos de tudo, mas o amor também acaba. O nosso acabou. Pelo menos por ora. E eu precisava entender isso sozinha. Quando o luto passou, eu voltei a sentir vontade de ser feliz por mim. Voltei a ser eu inteira. E aquilo era o suficiente, se ele queria fazer parte da minha vida. Ele que me transbordasse. Eu era inteira, eu tinha torres dentro de mim e cada torre simbolizava uma batalha pelo qual eu passei. E eu era cheia delas.
Fim?
Nota da autora: Essa foi uma história curta, não era o plano pra inicio de conversa. Mas complementando as 10 paginas a autora que vos fala precisava falar algo. Eu vim até aqui disposta á mostrar pra vocês que o fim de um amor, de uma amizade, ou de um crush não é o fim do mundo. E eu preciso te avisar que ele não vai estar aii quando o ano novo chegar, nem quando você se formar na faculdade, nem nas datas importantes e nos aniversários. Ele não vem mais. Vocês não vão casar, nem ter filhos, nem ir ao cinema e andar de mãos dadas. Ele nunca quis nada de verdade com você, entende? Toda essa história de amor que você criou nunca deixou de ser fruto da sua imaginação. Essa fantasia de casal apaixonado só rolou aí dentro, seu coração ludibriado de esperança não te deixou ver que tudo aquilo que vocês tiveram foi qualquer coisa, menos amor. Amor só é real quando é recíproco, esse seu amor unilateral é perder de tempo. Entende? Tua vida ta parada enquanto a dele segue e tá na hora de tu seguir a sua. Seja lá quem for você, essa história não acabou é um inicio e se quiser entender o que acontece depois de colocar-se em primeiro lugar, apenas fique atenta ao nome “Rah”. xoxo
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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