Capítulo Único
Formatura.
Acho que nem é necessário comentar que toda viagem de formatura é uma lou-cu-ra. É o momento em que os jovens se sentem mais livres, mais adultos...e mais irresponsáveis. Para que se preocupar em andar na linha se não tem ninguém olhando? Até porque o intuito da viagem é badernar.
estava animadíssima desde que acordara naquela quinta-feira. Até ela chegar no aeroporto. Suas mãos suavam feito cachoeiras e as pernas tremiam feito britadeiras. A garota morria de medo de avião, não por conta da altura, mas sim porque a aeronave viajava acima do oceano. Maldita síndrome do mar azul.
- Amiga, calma. - tentava adiar o ataque cardíaco que previa tomar conta da melhor amiga. - Você nem entrou no avião ainda.
- Então! É melhor eu surtar aqui e desistir antes de entrar do que eu atrasar tudo quando quiser sumir lá dentro. Porque eu sei que eu vou querer. - a olhou feio. - Pede para eles voarem por cima da terra? Ai eu não vou ter problema nenhum em ir!
- , não acha melhor o avião cair no oceano do que nas cidades? Vai morrer muito menos gente, pensa no lado bom.
- LADO BOM? Você tá dizendo que o avião vai cair e pesando na balança quantas pessoas vão morrer, mas isso vai matar a gente de qualquer jeito. Não tá ajudando, querida! - A histeria já tomava conta de seu corpo novamente e sentia o café da manhã voltar.
- Tá, desculpa. Deixa eu ver. - Pensava em pontos positivos e convincentes. - As festas! Pense nas festas super legais que vão ter lá, nos lugares que você nunca foi e talvez nunca mais tenha a oportunidade de ir, os meninos maravilhosos que você vai poder ficar, hein? Não é tentador? - Disse sugestivamente.
- Festas têm aqui, meninos também e cartão de crédito para parcelar em 1800x uma viagem de helicóptero para ser por terra. Aliás, helicóptero viaja por terrané? Eu poderia ver com os agentes de viagem se eles podem...- perdeu a paciência.
- ! Você pagou 4 mil reais nessa merda de viagem, falou dela o ano todo e me arrastou para cá ainda que eu não tivesse dinheiro para ir. Eu trabalhei as férias inteiras, gastei cada tostão furado que eu encontrei na minha casa, levei cachorros para passear, limpei a casa da minha vó, passei roupa da minha tia, subornei minha madrinha, fiz as unhas dos pés do meu pai e quase tive que vender meu corpinho lindo. - Contava nos dedos os sacrifícios que fizera para estar ali. - EU FIZ AS UNHAS DO MEU PAI, tem noção do que é aquilo? Agora você vai e eu não quero nem saber. Você senta no corredor central, coloca o fone no último volume e dorme. Se quiser, eu te acordo quando o avião já estiver lá em cima porque ai se você quiser sair, vai ter que ser dentro do mar mesmo, se não, durma pela eternidade e a aeromoça te acorda quando a gente chegar lá. Fechou? - sabia como convencer a amiga das coisas e, mesmo morrendo de medo, ela concordou.
- Fechou.
Enquanto isso os carros dos universitários do segundo ano de medicina paravam na entrada do aeroporto e todos seguiam para fazer o check-in. Estavam atrasados.
- Vem, cara. Vamos logo ou a gente não termina isso antes de chamarem o voo. Já viu o tamanho desse lugar? Já me perdi só de olhar o mapa.
- Você é um idiota mesmo, Jonathan. - gargalhou do amigo que era um palhaço. - Fica tranquilo que ninguém vai perder voo nenhum aqui.
- Como você sabe? Seu brasileiro desgraçado. Sua pontualidade me surpreende, ela consegue ser mais atrasada que a menstruação da Katherine.
- Ei! Eu ouvi isso. – Kate disse. – Eu tomo anticoncepcional, palhaço. E o que você tem a ver com o que eu menstruo ou deixo de menstruar? Vai cuidar da Melanie.
- Se ela quisesse... – John era apaixonado pela garota desde o começo da faculdade, mas ela nunca deu bola para o coitado. Isso porque ele era um pedaço. Um ótimo pedaço de mal caminho.
- Cara, sem depre. A gente vai para Cancun, melhora esse humor ai. Você nem vai lembrar dela lá.
- Você que pensa.
- Então para que você tá indo? Se for para ficar com a cabeça nela aqui, nem vai. – Deu um ultimato no drama do melhor amigo. – Depois reclama de eu ser atrasado, apaixonadinho dramático.
- Cala a boca! – Seguiram rindo pela fila do check-in.
Seria uma longa viagem.
- Quero ir na janela.
- A janela é do , Jenny. Tá no número da cadeira. – Jonhatan informou.
- Mas se ele deixar, não vai ter problema nenhum. Ou eu posso sentar no meio e aí a gente vê a janela juntos.
Jennyfer era o pior dos pesadelos de . A menina que não cresceu e entrou na faculdade pela influência do paizinho rico e que ficava no pé dele 280 horas por dia. Ela conseguia fazer a eternidade caber em alguns segundos quando estava por perto.
- Tô fora.
- Mas, , é só um lugar.
- Exatamente. Só um lugar, fique com o seu.
- Por favorzinho? – implorou dengosa.
- Não te devo favorzinho. - Debochou. – Agora vá se sentar antes que alguém venha te dar bronca.
- Ai eu digo que você não quer me deixar sentar. – ameaçou.
- Sentar em um lugar que não te pertence. Vão te colocar daqui para fora se começar com frescura. Anda, vai sentar. – E a garota saiu batendo o pé pelo corredor. – Eu mereço. Vou no banheiro, já venho. – Avisou Jonhatan e saiu.
- Eu vou morrer, todos nós vamos. Jesus, me leva. Me leva antes de eu cair. Infarto deve doer, deve doer muito e vai doer quando eu cair dentro da água e tiver um ataque cardíaco. – estava entrando pelo cano no tubo que dava acesso ao avião. sabia que a amiga não ia dar sossego por muito tempo. Estava amaldiçoando a si mesma por ter se deixado convencer a ir nessa viagem.
- ... Já estou cansada de ouvir essa ladainha. Para com isso. – Suspirou exausta.
- Eu estou com medo! – exclamou.
- E eu de saco cheio.
- Amiga, síndromes não são coisas controláveis. – explicou tentando fazer entender.
- Eu sei, meu amor. Mas você nem tá vendo o mar ainda.
- Só de imaginar, eu já estou pedindo piedade. Minha mãe não deveria ter deixado eu vir.
- Concordo.
- Nossa, grossa. Não precisava ter concordado.
- Tá bom. Olha o degrau ai. – e entraram dentro do avião.
- A gente já tá aqui dentro? Amiga, tô passando mal.
- , menos. – andava na frente.
- É sério. , me ajuda. – A amiga já havia encontrado seus lugares e sentado e estava escorada na cadeira em frente mal se aguentando em pé.
- Vem, amiga. Senta logo. – Pegou o celular na bolsa e esperou a amiga responder ou se sentar. Nada.
Olhou para cima e viu branca e sem forças quase caindo no chão.
- ! – e a mesma não ouviu mais nada.
- Que banheiro mais apertado. Como alguém pode criar um negócio desse? Não cabe uma mosca aqui. – resmungava saindo do cubículo e seguia em direção ao seu lugar quando viu uma garota pálida caindo no meio do corredor. Teve o impulso de correr e segurá-la antes de ela batesse no chão, havia desmaiado.
- Amiga! Moço, pelo amor de Deus. Me ajuda. Ajuda ela, quer dizer. – outra garota dizia desesperada. – Ai, . Desculpa. Me perdoa mesmo. Eu devia ter te dado ouvidos.
- Calma, tenho certeza de que agora ela está mais tranquila que você.
- Eu preciso chamar a enfermeira, o médico, o SAMU.
- Eu sou médico. – ela o olhou surpresa pela aparência jovem. – Quer dizer, não formado, mas estudo medicina.
definitivamente não sabia o que fazer. Parece que tudo o que estudara havia sumido de sua mente e ele se sentia como um cego em tiroteio. “ Pense, . Pense.”
“Deus, me ajuda! COMO PROCEDER EM UM DESMAIO!”
Okay. Eu lembro dessa aula.
Deitar a vítima no chão, de barriga para cima, e colocar as pernas mais altas que o corpo e a cabeça, cerca de 30 a 40 centímetros do chão.
Por a cabeça da vítima de lado, para facilitar a respiração e evitar asfixia devido ao risco de vômito.
Afrouxar as roupas e abrir os botões para facilitar a respiração.
Ir comunicando com a vítima, mesmo que ela não responda, referindo que está ali para ajudá-la."
Lembrou-se do que fazer, mas antes de conseguir colocar tudo em prática...
- Ai, tô bem. - Levantou como se tivesse simplesmente caído. - Nossa, tô muito bem. Para, parece que eu dormi por décadas. - E então se deu conta de que havia diversas pessoas olhando para si. -O que foi?
- Você desmaiou...- Um homem muito bonito levantou e segurou-a pelo braço. - Sente-se, você pode ainda estar um pouco zonza.
- E você quem é? - Perguntou incomodada com o toque autoritário dele que havia a sentado na poltrona sem a permissão dela.
- . Seu médico, para todos os efeitos. E suponho que você seja .
- Sim, doutor . Obrigada pelo tratamento relâmpago. Quanto eu te devo? - Gargalharam.
- Não quanto e sim o quê. Obediência. Agora fique sentada, quieta e relaxe o máximo possível. Sua colega me disse que você tem algum tipo de síndrome de avião.
- Síndrome do Mar Azul, para ser mais exata. Eu tenho pânico de mar aberto.
- Então não olhe pela janela e...
- ! Você morreu no banheiro, meu amor? - Jennyfer apareceu e quebrou o encanto. Tudo indicava que ela era namorada dele. "Que ótimo, agora eu dei para tarar médicos."
- Jennyfer, vá se sentar.
- Quem é essa daí?
- . Olá. - Disse simpática e estendeu a mão.
- Oi. - Respondeu seca e se voltou ao homem. recolheu a mão sem graça. - Vai demorar?
- Jennyfer, vá se sentar! - exclamou.
- Com licença. - Uma aeromoça apareceu. - Perdoe a demora, mas, se ainda for necessário, temos um médico aqui. É que nem todos os funcionários haviam embarcado ainda. - Explicou.
- Não precisa, eu estou melhor e...
- Peça para ele tirar a pressão dela, por favor. Ela teve uma queda e desmaiou. Parece estar bem, mas só por precaução.
- Claro! Pode deixar que vou chamar. E quanto ao restante, preciso que se acomodem em seus lugares para que possamos decolar.
- Que pão! - estava nostálgica depois de todo o ocorrido e a amiga estava simplesmente se acomodando com seu iPod como se nada tivesse acontecido.
- Pão? Onde? - não entendeu nada.
- O médico.
- Médico? Pão? O quê? Você bebeu, ?
- Tô dizendo que ele é um pão, lezada. Ele é gato, entendeu?
- Nossa, nem minha avó fala assim. Que droga de analogia. Que graça tem pão? Fala sério.
- , foco no médico.
- Tá, ele é um pão mesmo, mas um pão que tem namorada.
- Como você sabe? - inconformou-se. - Merda, nunca conheço um cara gato, ai quando conheço, ele, além de gato, é médico, prestativo, atencioso, mas, como tudo o que é bom não vem de graça, ele tem namorada.
- Aquela loira falando com ele daquele jeitinho meloso só pode ser algo assim.
- Ou não.
- A gente nunca mais vai ver o cara, . Menos.
- Será? O voo não tem escala. - sorriu sugestiva.
- Vai dormir, sua safada. Apaga esse fogo que eu vou tentar não ter outro ataque aqui. - e ambas foram dormir. não teve mais nenhum piripaque e agradeceu aos 1800 céus por isso, ainda que a ideia de ter o Doutor cuidando de si fosse tentadora.
Três dias.
Três dias de festa, bebida, pegação e as duas não estavam nem perto de estarem cansadas. Estavam a caminho da balada principal do festival de verão e não esperavam nada menos do que algo incrível.
esperava a mesma coisa e estava na mesma festa. Não havia encontrado a garota dos cabelos longos desde o voo e os dias vinham sendo uma loucura que até se esquecera dela. Mas a lua estava querendo fazê-los se verem novamente naquela noite.
dançava loucamente na pista montada na praia já um tanto alta pelos drinks com em seu encalço.
- Cara, aquela ali não é a menina do desmaio? - Jonathan avisou apontando para .
- É sim. - Analisou a garota de cima a baixo.
- Nossa, ela não parecia ser tão linda.
- Não mesmo... - A fitava intensamente
- Ih, cara. Apaixonou? - Debochou.
- Não sou você, babaca. Fica ai pelos cantos suspirando pela Melanie. - Fez feição apaixonada e suspirou tirando sarro. Jonathan deu-lhe o dedo.
- Vai dançar com ela. - riu.
- Não estou tão bêbado ainda.
- Qual é. Não é Macarena e você quer, sabe disso. Já dançou com quantas nesses dias? Eu nem conto mais.
- Jonhatan, eu...
- Faz assim, toma essa garrafa aqui. - Estendeu o meio litro de vodka pura. - Não pergunta o que é, pergunta difícil. Vira e vai.
- Você é chato. O que eu ganho com isso?
- A Nathalia.
- . - corrigiu.
- Ai, tá vendo. Até o nome dela você lembra. Vai logo.
- Tá. - deu-se por vencido.
- Amiga, eu vou buscar alguma coisa para beber, tá? - foi saindo. - Fica aqui.
- Também quero, vou com você. - Mas alguém puxou pelo braço.
- Oi. - O médico gato!
- Oi!
- Oi, Liza, né? - chutou.
- É . Oi. - Trocou olhares com . - Amiga, fica ai que eu trago para você. -Piscou.
- Então, desmaiou de novo?
- Não estive tão perto assim da água. - riram.
- Quer dançar? - ela o olhou desconfiada
- Mas e a menina que estava com você?
- Que menina?
- A que parecia ser sua namorada.
- Ah! A Jennyfer? Amor platônico. Não tenho nada com ela.
- Entendi... Tá bom.
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
Após algum tempo, nenhum dos dois tinha controle sobre si. Já haviam bebido mais do que era recomendado para a sanidade e dançavam como se não houvesse amanhã.
Oh oh, te guardo como um juramento
Nada além da morte pode nos separar?
Ela quer dançar como a Uma Thurman
O tempo parecia não passar e eles estavam cada vez mais envolvidos. Cada música parecia só fazer com que os movimentos ficassem mais íntimos, mais próximos, mais quentes. Eles riam das bobagens que diziam e se provocavam sem precedentes.
Mas o mundo continuava girando e a mente de Jennyfer piscava em alerta procurando por em todos os lugares.
- ! Me leva embora? - puxou o homem pela camisa e pediu sem nem se importar com a presença de , que ficou sem graça na frente da loira como da última vez.
- Pega o carro e vai. Eu não posso dirigir, tô bem bêbado. Ou vai de táxi. - disse tirando as mãos dela de sua roupa.
- Vai me deixar ir sozinha?
- Tá escrito pai na minha testa? Você já tá bem grandinha, não acha?
- Eu quero que você vá comigo. Por favor.
- Eu queria muitas coisas, como ser rico, me formar logo, me livrar de você, mas não dá pra se ter tudo o que se quer. Agora se me dá licença, eu estou acompanhado. Boa noite, Jennyfer. - puxou pelo braço e foi para a beira da praia deixando uma loira desolada e furiosa para trás.
Me enterrar até eu confessar
Ela quer dançar como a Uma Thurman
E não consigo te tirar da minha cabeça
- Não precisava ter falado daquele jeito com ela.
- Ah, precisava sim. Ela sempre faz isso e eu já não aguento mais. Nunca dei liberdade para ela achar que me tem como se fosse propriedade dela.
- Que barra.
- Pois é. - Foi andando com a garota até a água. - Fica tranquila que a gente só vem até aqui, não precisa desmaiar de novo. - brincou.
- Não vou. - riu. Começou uma nova música e se movia no ritmo novamente. Nem ela sabia de onde vinha tanta energia.
- Tá animada, hein?
- Uhum. - estava de olhos fechados se movendo para lá e para cá ao som de Like A G6 até que sentiu algo gelado tomar toda a sua perna nua por conta do shorts que usava. - Ei!
gargalhava da garota que estava chocada quando a mesma chutou a água em todo o seu quadril.
- Calma ai! Não molha a minha camiseta. - Puxou o tecido para cima ressaltando seu abdômen definido e o estômago de deu pulinhos. - Quer tirar a sua também? Depois vai dar frio.
Não sabia se podia confiar no homem a sua frente, mas ele tinha cuidado dela sem nem a conhecer e estava sendo tão legal com ela. "É só um banho de mar."
- Tá bom. - Tirou a blusinha, estava de biquíni e ele foi até a areia e deixou onde as ondas não poderiam alcançar.
- Mas voltando ao que fazíamos, acho que eu ia te molhar. - Foi mais fundo e puxou a água com as mãos, molhando todo o tronco dela que gritou pela temperatura baixa.
Uma guerra de água começou e os dois riam feito crianças. saiu correndo e a pegou pela cintura a rodando no ar.
- Me solta, não! Não me molha.
- Você me encharca e eu não posso?
- Você que começou. - se virou de frente para ele que ainda mantinha os braços ao redor dela e parou de rir aos poucos. Clima mode on.
- Só por que eu comecei eu não tenho o direito de revidar? - perguntou com a voz baixa e rouca, sem conseguir escolher se olhava nos olhos ou na boca da menina.
- Depende da situação. - colou seus corpos e ela espalmou as mãos no peitoral dele.
- Que tipo de situação? - aproximou seu rosto do dela e sua respiração quente batia na boca da garota que estava perdendo a sanidade.
- Se eu te beijar agora, eu acho que tenho o direito de revidar se você me beijar também.
- Boa. - riu e colou a boca na dela. O beijo iniciou com cautela e calor que depois virou audácia e combustão. As mãos passeavam pelos corpos quentes e inebriados pelo álcool e, principalmente, pelo desejo. A situação estava saindo do controle.
- É melhor a gente sair daqui. - Ele sugeriu.
- Aham. - concordou ofegante e os dois foram correndo para o hotel dela que era bem em frente à praia.
O fedor, o fedor do sexo de verão
E o perfume da CK eternity, ah é isso aí
Me divida na menor parte em que eu possa ficar
pegou a chave do quarto na recepção enquanto chamava o elevador, inquieto.
Entraram no cubículo vazio e iniciaram um amasso quente de novo com direito a beijos, mãos e tudo mais. O elevador parou no quinto andar e eles saíram sem sequer se separarem. abriu a porta sem ver a fechadura de fato e o empurrou para dentro. Fechou o quarto e a pegou no colo indo em direção ao quarto. Olhou-a com um desejo ardente e então ele apagou a luz.
Coloque o seu veneno em mim?
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
Oh oh, te guardo como um juramento
Nada além da morte pode nos separar?
Ela quer dançar como a Uma Thurman
Me enterrar até eu confessar
Ela quer dançar como a Uma Thurman
E não consigo te tirar da minha cabeça?
O sangue, o sangue, o sangue do cordeiro
Vale mais que dois leões, mas aqui estou eu
- Bom dia! - abriu as cortinas enrolada em uma toalha de banho e saudou o homem jogado em sua cama.
- Bom dia. - respondeu sonolento sentindo a ressaca tomar conta de si. Como ela conseguia estar tão bem?
- Tem café e aspirina na mesa de cabeceira. Pode acreditar que vai fazer essa sua dor de cabeça melhorar, Doutor. - gritou do banheiro enquanto se trocava.
- Me chame de Doutor novamente e eu não vou deixar você sair dessa cama pelo restante do dia. - disse tomando o remédio.
- Até que não seria má ideia. - apareceu pela porta. - Se o voo de volta não fosse hoje à noite e eu não tivesse que arrumar as minhas coisas.
- Vai embora hoje?
- Sim. Quatro dias nunca duraram tão pouco. - se jogou na cama.
- Eu que o diga. - deitou ao lado dela.
- Vai embora quando?
- Amanhã à tarde.
- Pelo menos tem a noite de hoje ainda.
- Sim.
E eu dormi com a roupa que usei ontem
E os sonhos de amanhã
Não são o que parecem ser?
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
Oh oh, te guardo como um juramento
Nada além da morte pode nos separar?
Você encontrará o seu caminho
E a morte pode encontrá-la viva
- Acho melhor eu ir embora. - saiu do banheiro de banho tomado, cabelo molhado e devidamente vestido.
- Você que sabe. - estava ajoelhada no chão guardando suas roupas na mala. - Estou aqui até as 19:00.
- Se eu ficar aqui, provavelmente você não vai conseguir sair daqui até as 19:00. - sentou-se a frente dela.
- É verdade. - riu.
Me leve ao final da linha
Na Gem City, reivindicamos a corrente
Você encontrará o seu caminho
E a morte pode encontrá-la viva
Me leve ao final da linha Na Gem City, reivindicamos a corrente.
- Espero ser seu doutor daqui a algum tempo. - estavam na porta se despedindo.
- Vai ser meu doutor sempre. Não dá para esquecer essa viagem.
- Vou atrás de você para assistir uma aula de anatomia humana lá na faculdade.
- Pelo menos não é no mar. - gargalharam.
a beijou pela última vez antes de ir embora.
- Foi legal ficar aqui hoje. - disse na frente do elevador.
- É. A gente podia se ver de novo, quando voltarmos.
- Verdade.
- Estará muito ocupado na terça, doutor?
- Vou checar com as enfermeiras do hospital. - riram e o elevador chegou. - Não tenho nada para fazer não.
- E onde eu te encontro?
- Não sei.
?
Ela quer dançar como a Uma Thurman
E não consigo te tirar da minha cabeça?
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
- Te vejo no aeroporto, então? - segurava a porta do cubículo.
- Vai virar ponto de encontro? - debochou.
- Ai a gente aproveita, volta para cá e faz um replay. - piscou sugestivamente e ela riu.
- No aeroporto então?
- No aeroporto.
Oh oh, te guardo como um juramento
Nada além da morte pode nos separar?
Acho que nem é necessário comentar que toda viagem de formatura é uma lou-cu-ra. É o momento em que os jovens se sentem mais livres, mais adultos...e mais irresponsáveis. Para que se preocupar em andar na linha se não tem ninguém olhando? Até porque o intuito da viagem é badernar.
estava animadíssima desde que acordara naquela quinta-feira. Até ela chegar no aeroporto. Suas mãos suavam feito cachoeiras e as pernas tremiam feito britadeiras. A garota morria de medo de avião, não por conta da altura, mas sim porque a aeronave viajava acima do oceano. Maldita síndrome do mar azul.
- Amiga, calma. - tentava adiar o ataque cardíaco que previa tomar conta da melhor amiga. - Você nem entrou no avião ainda.
- Então! É melhor eu surtar aqui e desistir antes de entrar do que eu atrasar tudo quando quiser sumir lá dentro. Porque eu sei que eu vou querer. - a olhou feio. - Pede para eles voarem por cima da terra? Ai eu não vou ter problema nenhum em ir!
- , não acha melhor o avião cair no oceano do que nas cidades? Vai morrer muito menos gente, pensa no lado bom.
- LADO BOM? Você tá dizendo que o avião vai cair e pesando na balança quantas pessoas vão morrer, mas isso vai matar a gente de qualquer jeito. Não tá ajudando, querida! - A histeria já tomava conta de seu corpo novamente e sentia o café da manhã voltar.
- Tá, desculpa. Deixa eu ver. - Pensava em pontos positivos e convincentes. - As festas! Pense nas festas super legais que vão ter lá, nos lugares que você nunca foi e talvez nunca mais tenha a oportunidade de ir, os meninos maravilhosos que você vai poder ficar, hein? Não é tentador? - Disse sugestivamente.
- Festas têm aqui, meninos também e cartão de crédito para parcelar em 1800x uma viagem de helicóptero para ser por terra. Aliás, helicóptero viaja por terrané? Eu poderia ver com os agentes de viagem se eles podem...- perdeu a paciência.
- ! Você pagou 4 mil reais nessa merda de viagem, falou dela o ano todo e me arrastou para cá ainda que eu não tivesse dinheiro para ir. Eu trabalhei as férias inteiras, gastei cada tostão furado que eu encontrei na minha casa, levei cachorros para passear, limpei a casa da minha vó, passei roupa da minha tia, subornei minha madrinha, fiz as unhas dos pés do meu pai e quase tive que vender meu corpinho lindo. - Contava nos dedos os sacrifícios que fizera para estar ali. - EU FIZ AS UNHAS DO MEU PAI, tem noção do que é aquilo? Agora você vai e eu não quero nem saber. Você senta no corredor central, coloca o fone no último volume e dorme. Se quiser, eu te acordo quando o avião já estiver lá em cima porque ai se você quiser sair, vai ter que ser dentro do mar mesmo, se não, durma pela eternidade e a aeromoça te acorda quando a gente chegar lá. Fechou? - sabia como convencer a amiga das coisas e, mesmo morrendo de medo, ela concordou.
- Fechou.
Enquanto isso os carros dos universitários do segundo ano de medicina paravam na entrada do aeroporto e todos seguiam para fazer o check-in. Estavam atrasados.
- Vem, cara. Vamos logo ou a gente não termina isso antes de chamarem o voo. Já viu o tamanho desse lugar? Já me perdi só de olhar o mapa.
- Você é um idiota mesmo, Jonathan. - gargalhou do amigo que era um palhaço. - Fica tranquilo que ninguém vai perder voo nenhum aqui.
- Como você sabe? Seu brasileiro desgraçado. Sua pontualidade me surpreende, ela consegue ser mais atrasada que a menstruação da Katherine.
- Ei! Eu ouvi isso. – Kate disse. – Eu tomo anticoncepcional, palhaço. E o que você tem a ver com o que eu menstruo ou deixo de menstruar? Vai cuidar da Melanie.
- Se ela quisesse... – John era apaixonado pela garota desde o começo da faculdade, mas ela nunca deu bola para o coitado. Isso porque ele era um pedaço. Um ótimo pedaço de mal caminho.
- Cara, sem depre. A gente vai para Cancun, melhora esse humor ai. Você nem vai lembrar dela lá.
- Você que pensa.
- Então para que você tá indo? Se for para ficar com a cabeça nela aqui, nem vai. – Deu um ultimato no drama do melhor amigo. – Depois reclama de eu ser atrasado, apaixonadinho dramático.
- Cala a boca! – Seguiram rindo pela fila do check-in.
Seria uma longa viagem.
- Quero ir na janela.
- A janela é do , Jenny. Tá no número da cadeira. – Jonhatan informou.
- Mas se ele deixar, não vai ter problema nenhum. Ou eu posso sentar no meio e aí a gente vê a janela juntos.
Jennyfer era o pior dos pesadelos de . A menina que não cresceu e entrou na faculdade pela influência do paizinho rico e que ficava no pé dele 280 horas por dia. Ela conseguia fazer a eternidade caber em alguns segundos quando estava por perto.
- Tô fora.
- Mas, , é só um lugar.
- Exatamente. Só um lugar, fique com o seu.
- Por favorzinho? – implorou dengosa.
- Não te devo favorzinho. - Debochou. – Agora vá se sentar antes que alguém venha te dar bronca.
- Ai eu digo que você não quer me deixar sentar. – ameaçou.
- Sentar em um lugar que não te pertence. Vão te colocar daqui para fora se começar com frescura. Anda, vai sentar. – E a garota saiu batendo o pé pelo corredor. – Eu mereço. Vou no banheiro, já venho. – Avisou Jonhatan e saiu.
- Eu vou morrer, todos nós vamos. Jesus, me leva. Me leva antes de eu cair. Infarto deve doer, deve doer muito e vai doer quando eu cair dentro da água e tiver um ataque cardíaco. – estava entrando pelo cano no tubo que dava acesso ao avião. sabia que a amiga não ia dar sossego por muito tempo. Estava amaldiçoando a si mesma por ter se deixado convencer a ir nessa viagem.
- ... Já estou cansada de ouvir essa ladainha. Para com isso. – Suspirou exausta.
- Eu estou com medo! – exclamou.
- E eu de saco cheio.
- Amiga, síndromes não são coisas controláveis. – explicou tentando fazer entender.
- Eu sei, meu amor. Mas você nem tá vendo o mar ainda.
- Só de imaginar, eu já estou pedindo piedade. Minha mãe não deveria ter deixado eu vir.
- Concordo.
- Nossa, grossa. Não precisava ter concordado.
- Tá bom. Olha o degrau ai. – e entraram dentro do avião.
- A gente já tá aqui dentro? Amiga, tô passando mal.
- , menos. – andava na frente.
- É sério. , me ajuda. – A amiga já havia encontrado seus lugares e sentado e estava escorada na cadeira em frente mal se aguentando em pé.
- Vem, amiga. Senta logo. – Pegou o celular na bolsa e esperou a amiga responder ou se sentar. Nada.
Olhou para cima e viu branca e sem forças quase caindo no chão.
- ! – e a mesma não ouviu mais nada.
- Que banheiro mais apertado. Como alguém pode criar um negócio desse? Não cabe uma mosca aqui. – resmungava saindo do cubículo e seguia em direção ao seu lugar quando viu uma garota pálida caindo no meio do corredor. Teve o impulso de correr e segurá-la antes de ela batesse no chão, havia desmaiado.
- Amiga! Moço, pelo amor de Deus. Me ajuda. Ajuda ela, quer dizer. – outra garota dizia desesperada. – Ai, . Desculpa. Me perdoa mesmo. Eu devia ter te dado ouvidos.
- Calma, tenho certeza de que agora ela está mais tranquila que você.
- Eu preciso chamar a enfermeira, o médico, o SAMU.
- Eu sou médico. – ela o olhou surpresa pela aparência jovem. – Quer dizer, não formado, mas estudo medicina.
definitivamente não sabia o que fazer. Parece que tudo o que estudara havia sumido de sua mente e ele se sentia como um cego em tiroteio. “ Pense, . Pense.”
“Deus, me ajuda! COMO PROCEDER EM UM DESMAIO!”
Okay. Eu lembro dessa aula.
Deitar a vítima no chão, de barriga para cima, e colocar as pernas mais altas que o corpo e a cabeça, cerca de 30 a 40 centímetros do chão.
Por a cabeça da vítima de lado, para facilitar a respiração e evitar asfixia devido ao risco de vômito.
Afrouxar as roupas e abrir os botões para facilitar a respiração.
Ir comunicando com a vítima, mesmo que ela não responda, referindo que está ali para ajudá-la."
Lembrou-se do que fazer, mas antes de conseguir colocar tudo em prática...
- Ai, tô bem. - Levantou como se tivesse simplesmente caído. - Nossa, tô muito bem. Para, parece que eu dormi por décadas. - E então se deu conta de que havia diversas pessoas olhando para si. -O que foi?
- Você desmaiou...- Um homem muito bonito levantou e segurou-a pelo braço. - Sente-se, você pode ainda estar um pouco zonza.
- E você quem é? - Perguntou incomodada com o toque autoritário dele que havia a sentado na poltrona sem a permissão dela.
- . Seu médico, para todos os efeitos. E suponho que você seja .
- Sim, doutor . Obrigada pelo tratamento relâmpago. Quanto eu te devo? - Gargalharam.
- Não quanto e sim o quê. Obediência. Agora fique sentada, quieta e relaxe o máximo possível. Sua colega me disse que você tem algum tipo de síndrome de avião.
- Síndrome do Mar Azul, para ser mais exata. Eu tenho pânico de mar aberto.
- Então não olhe pela janela e...
- ! Você morreu no banheiro, meu amor? - Jennyfer apareceu e quebrou o encanto. Tudo indicava que ela era namorada dele. "Que ótimo, agora eu dei para tarar médicos."
- Jennyfer, vá se sentar.
- Quem é essa daí?
- . Olá. - Disse simpática e estendeu a mão.
- Oi. - Respondeu seca e se voltou ao homem. recolheu a mão sem graça. - Vai demorar?
- Jennyfer, vá se sentar! - exclamou.
- Com licença. - Uma aeromoça apareceu. - Perdoe a demora, mas, se ainda for necessário, temos um médico aqui. É que nem todos os funcionários haviam embarcado ainda. - Explicou.
- Não precisa, eu estou melhor e...
- Peça para ele tirar a pressão dela, por favor. Ela teve uma queda e desmaiou. Parece estar bem, mas só por precaução.
- Claro! Pode deixar que vou chamar. E quanto ao restante, preciso que se acomodem em seus lugares para que possamos decolar.
- Que pão! - estava nostálgica depois de todo o ocorrido e a amiga estava simplesmente se acomodando com seu iPod como se nada tivesse acontecido.
- Pão? Onde? - não entendeu nada.
- O médico.
- Médico? Pão? O quê? Você bebeu, ?
- Tô dizendo que ele é um pão, lezada. Ele é gato, entendeu?
- Nossa, nem minha avó fala assim. Que droga de analogia. Que graça tem pão? Fala sério.
- , foco no médico.
- Tá, ele é um pão mesmo, mas um pão que tem namorada.
- Como você sabe? - inconformou-se. - Merda, nunca conheço um cara gato, ai quando conheço, ele, além de gato, é médico, prestativo, atencioso, mas, como tudo o que é bom não vem de graça, ele tem namorada.
- Aquela loira falando com ele daquele jeitinho meloso só pode ser algo assim.
- Ou não.
- A gente nunca mais vai ver o cara, . Menos.
- Será? O voo não tem escala. - sorriu sugestiva.
- Vai dormir, sua safada. Apaga esse fogo que eu vou tentar não ter outro ataque aqui. - e ambas foram dormir. não teve mais nenhum piripaque e agradeceu aos 1800 céus por isso, ainda que a ideia de ter o Doutor cuidando de si fosse tentadora.
Três dias.
Três dias de festa, bebida, pegação e as duas não estavam nem perto de estarem cansadas. Estavam a caminho da balada principal do festival de verão e não esperavam nada menos do que algo incrível.
esperava a mesma coisa e estava na mesma festa. Não havia encontrado a garota dos cabelos longos desde o voo e os dias vinham sendo uma loucura que até se esquecera dela. Mas a lua estava querendo fazê-los se verem novamente naquela noite.
dançava loucamente na pista montada na praia já um tanto alta pelos drinks com em seu encalço.
- Cara, aquela ali não é a menina do desmaio? - Jonathan avisou apontando para .
- É sim. - Analisou a garota de cima a baixo.
- Nossa, ela não parecia ser tão linda.
- Não mesmo... - A fitava intensamente
- Ih, cara. Apaixonou? - Debochou.
- Não sou você, babaca. Fica ai pelos cantos suspirando pela Melanie. - Fez feição apaixonada e suspirou tirando sarro. Jonathan deu-lhe o dedo.
- Vai dançar com ela. - riu.
- Não estou tão bêbado ainda.
- Qual é. Não é Macarena e você quer, sabe disso. Já dançou com quantas nesses dias? Eu nem conto mais.
- Jonhatan, eu...
- Faz assim, toma essa garrafa aqui. - Estendeu o meio litro de vodka pura. - Não pergunta o que é, pergunta difícil. Vira e vai.
- Você é chato. O que eu ganho com isso?
- A Nathalia.
- . - corrigiu.
- Ai, tá vendo. Até o nome dela você lembra. Vai logo.
- Tá. - deu-se por vencido.
- Amiga, eu vou buscar alguma coisa para beber, tá? - foi saindo. - Fica aqui.
- Também quero, vou com você. - Mas alguém puxou pelo braço.
- Oi. - O médico gato!
- Oi!
- Oi, Liza, né? - chutou.
- É . Oi. - Trocou olhares com . - Amiga, fica ai que eu trago para você. -Piscou.
- Então, desmaiou de novo?
- Não estive tão perto assim da água. - riram.
- Quer dançar? - ela o olhou desconfiada
- Mas e a menina que estava com você?
- Que menina?
- A que parecia ser sua namorada.
- Ah! A Jennyfer? Amor platônico. Não tenho nada com ela.
- Entendi... Tá bom.
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
Após algum tempo, nenhum dos dois tinha controle sobre si. Já haviam bebido mais do que era recomendado para a sanidade e dançavam como se não houvesse amanhã.
Nada além da morte pode nos separar?
Ela quer dançar como a Uma Thurman
O tempo parecia não passar e eles estavam cada vez mais envolvidos. Cada música parecia só fazer com que os movimentos ficassem mais íntimos, mais próximos, mais quentes. Eles riam das bobagens que diziam e se provocavam sem precedentes.
Mas o mundo continuava girando e a mente de Jennyfer piscava em alerta procurando por em todos os lugares.
- ! Me leva embora? - puxou o homem pela camisa e pediu sem nem se importar com a presença de , que ficou sem graça na frente da loira como da última vez.
- Pega o carro e vai. Eu não posso dirigir, tô bem bêbado. Ou vai de táxi. - disse tirando as mãos dela de sua roupa.
- Vai me deixar ir sozinha?
- Tá escrito pai na minha testa? Você já tá bem grandinha, não acha?
- Eu quero que você vá comigo. Por favor.
- Eu queria muitas coisas, como ser rico, me formar logo, me livrar de você, mas não dá pra se ter tudo o que se quer. Agora se me dá licença, eu estou acompanhado. Boa noite, Jennyfer. - puxou pelo braço e foi para a beira da praia deixando uma loira desolada e furiosa para trás.
Ela quer dançar como a Uma Thurman
E não consigo te tirar da minha cabeça
- Não precisava ter falado daquele jeito com ela.
- Ah, precisava sim. Ela sempre faz isso e eu já não aguento mais. Nunca dei liberdade para ela achar que me tem como se fosse propriedade dela.
- Que barra.
- Pois é. - Foi andando com a garota até a água. - Fica tranquila que a gente só vem até aqui, não precisa desmaiar de novo. - brincou.
- Não vou. - riu. Começou uma nova música e se movia no ritmo novamente. Nem ela sabia de onde vinha tanta energia.
- Tá animada, hein?
- Uhum. - estava de olhos fechados se movendo para lá e para cá ao som de Like A G6 até que sentiu algo gelado tomar toda a sua perna nua por conta do shorts que usava. - Ei!
gargalhava da garota que estava chocada quando a mesma chutou a água em todo o seu quadril.
- Calma ai! Não molha a minha camiseta. - Puxou o tecido para cima ressaltando seu abdômen definido e o estômago de deu pulinhos. - Quer tirar a sua também? Depois vai dar frio.
Não sabia se podia confiar no homem a sua frente, mas ele tinha cuidado dela sem nem a conhecer e estava sendo tão legal com ela. "É só um banho de mar."
- Tá bom. - Tirou a blusinha, estava de biquíni e ele foi até a areia e deixou onde as ondas não poderiam alcançar.
- Mas voltando ao que fazíamos, acho que eu ia te molhar. - Foi mais fundo e puxou a água com as mãos, molhando todo o tronco dela que gritou pela temperatura baixa.
Uma guerra de água começou e os dois riam feito crianças. saiu correndo e a pegou pela cintura a rodando no ar.
- Me solta, não! Não me molha.
- Você me encharca e eu não posso?
- Você que começou. - se virou de frente para ele que ainda mantinha os braços ao redor dela e parou de rir aos poucos. Clima mode on.
- Só por que eu comecei eu não tenho o direito de revidar? - perguntou com a voz baixa e rouca, sem conseguir escolher se olhava nos olhos ou na boca da menina.
- Depende da situação. - colou seus corpos e ela espalmou as mãos no peitoral dele.
- Que tipo de situação? - aproximou seu rosto do dela e sua respiração quente batia na boca da garota que estava perdendo a sanidade.
- Se eu te beijar agora, eu acho que tenho o direito de revidar se você me beijar também.
- Boa. - riu e colou a boca na dela. O beijo iniciou com cautela e calor que depois virou audácia e combustão. As mãos passeavam pelos corpos quentes e inebriados pelo álcool e, principalmente, pelo desejo. A situação estava saindo do controle.
- É melhor a gente sair daqui. - Ele sugeriu.
- Aham. - concordou ofegante e os dois foram correndo para o hotel dela que era bem em frente à praia.
E o perfume da CK eternity, ah é isso aí
Me divida na menor parte em que eu possa ficar
pegou a chave do quarto na recepção enquanto chamava o elevador, inquieto.
Entraram no cubículo vazio e iniciaram um amasso quente de novo com direito a beijos, mãos e tudo mais. O elevador parou no quinto andar e eles saíram sem sequer se separarem. abriu a porta sem ver a fechadura de fato e o empurrou para dentro. Fechou o quarto e a pegou no colo indo em direção ao quarto. Olhou-a com um desejo ardente e então ele apagou a luz.
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
Oh oh, te guardo como um juramento
Nada além da morte pode nos separar?
Ela quer dançar como a Uma Thurman
Me enterrar até eu confessar
Ela quer dançar como a Uma Thurman
E não consigo te tirar da minha cabeça?
O sangue, o sangue, o sangue do cordeiro
Vale mais que dois leões, mas aqui estou eu
- Bom dia! - abriu as cortinas enrolada em uma toalha de banho e saudou o homem jogado em sua cama.
- Bom dia. - respondeu sonolento sentindo a ressaca tomar conta de si. Como ela conseguia estar tão bem?
- Tem café e aspirina na mesa de cabeceira. Pode acreditar que vai fazer essa sua dor de cabeça melhorar, Doutor. - gritou do banheiro enquanto se trocava.
- Me chame de Doutor novamente e eu não vou deixar você sair dessa cama pelo restante do dia. - disse tomando o remédio.
- Até que não seria má ideia. - apareceu pela porta. - Se o voo de volta não fosse hoje à noite e eu não tivesse que arrumar as minhas coisas.
- Vai embora hoje?
- Sim. Quatro dias nunca duraram tão pouco. - se jogou na cama.
- Eu que o diga. - deitou ao lado dela.
- Vai embora quando?
- Amanhã à tarde.
- Pelo menos tem a noite de hoje ainda.
- Sim.
E os sonhos de amanhã
Não são o que parecem ser?
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
Oh oh, te guardo como um juramento
Nada além da morte pode nos separar?
Você encontrará o seu caminho
E a morte pode encontrá-la viva
- Acho melhor eu ir embora. - saiu do banheiro de banho tomado, cabelo molhado e devidamente vestido.
- Você que sabe. - estava ajoelhada no chão guardando suas roupas na mala. - Estou aqui até as 19:00.
- Se eu ficar aqui, provavelmente você não vai conseguir sair daqui até as 19:00. - sentou-se a frente dela.
- É verdade. - riu.
Na Gem City, reivindicamos a corrente
Você encontrará o seu caminho
E a morte pode encontrá-la viva
Me leve ao final da linha Na Gem City, reivindicamos a corrente.
- Espero ser seu doutor daqui a algum tempo. - estavam na porta se despedindo.
- Vai ser meu doutor sempre. Não dá para esquecer essa viagem.
- Vou atrás de você para assistir uma aula de anatomia humana lá na faculdade.
- Pelo menos não é no mar. - gargalharam.
a beijou pela última vez antes de ir embora.
- Foi legal ficar aqui hoje. - disse na frente do elevador.
- É. A gente podia se ver de novo, quando voltarmos.
- Verdade.
- Estará muito ocupado na terça, doutor?
- Vou checar com as enfermeiras do hospital. - riram e o elevador chegou. - Não tenho nada para fazer não.
- E onde eu te encontro?
- Não sei.
?
E não consigo te tirar da minha cabeça?
Posso mover montanhas
Posso fazer um milagre, fazer um milagre
- Te vejo no aeroporto, então? - segurava a porta do cubículo.
- Vai virar ponto de encontro? - debochou.
- Ai a gente aproveita, volta para cá e faz um replay. - piscou sugestivamente e ela riu.
- No aeroporto então?
- No aeroporto.
Nada além da morte pode nos separar?
Fim.
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