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Fanfic finalizada em maio de 2014

 Ela acordou com o pensamento insistente de que ele fazia falta. Já era de se esperar, após tanto tempo dizendo para si mesma que nada do que passaram importava. E realmente, enquanto ela saía com os amigos, não importava; quando ela ia a um encontro, não importava; durante o horário de trabalho, principalmente, não importava. Quanto mais ela via o rosto de outros homens na plateia, encantados com sua segurança e destreza no palco, mais ela se lembrava de lhe dar menos importância. Naquele dia, entretanto, levantou-se às 16h sentindo-se incompleta. Arrumou-se e saiu às 17h julgando-se vulnerável. Começou seu ensaio conjunto às 18h notando a incoerência que era aquela falta de quem não a amava, não inteiramente.
 Por semanas ela preferiu não tocar no assunto e deixar a ferida sarar. Era mais fácil conviver com a indiferença que com a dor, e cada vez que se expunha, era uma pontada que sentia. Ela não merecia passar por aquilo, era uma mulher forte, independente, e por essa razão devia-se manter de pé e em frente, caminhando sobre os destroços do que fora um relacionamento bom. Bom até certo ponto.
 Inegavelmente, ela o amava. Amava tanto que sentia o coração grande demais para o próprio peito ao falar dele, que sem dúvidas era seu par perfeito. Cada um, separado, era apenas mais um qualquer; juntos, no entanto, eram uma estrela notável dentre tantos outros milhares de pontos reluzentes no céu. Aos olhos dela, nunca mais teria alguém cuja presença traria a mesma harmonia dentro dos poucos metros quadrados em que morava, mas ninguém sabia daquilo.
se fechou e se trancou tão profundamente dentro de si mesma que achava ter esquecido o caminho até seus sentimentos por . Eles estavam lá, bem vivos, sem contato com o exterior. Mal resolvidos e não superados, pedindo para voltarem à superfície dos seus pensamentos. Naquele dia em especial, eles estavam próximos disso.
 No meio das primeiras horas do seu dia que sempre começava tarde demais, escapou da rotina e mexeu na gaveta que guardava algumas poucas coisas de , deixadas para trás com o rompimento brusco. Já não tinham mais o cheiro dele, tanto tempo sem tomar ar fresco, mas ela conseguia imaginar sem se esforçar muito. Ela usava o mesmo perfume que ele, um segredo seu guardado dos outros, que se envergonharia, caso ele soubesse. Esses dois pequenos detalhes eram o que a mantinham firme em não voltar atrás. Ela precisava apenas de uma minúscula dose de todos os meses anteriores para se dar conta de que não dariam certo, tudo andava perfeito demais. E como tudo que é perfeito, algum problema maior havia ali.
 Foi difícil para descobrir que o calcanhar de Aquiles da relação era sua maior paixão, a dança. suportava aos trancos a ideia de vê-la se apresentar, porém esperava que um dia ela parasse. Por ele. Ela o amava o suficiente para deixar para trás velhos hábitos, não? Aquela era só uma fase, depois ela se acertaria na faculdade e arrumaria um emprego de verdade, então os dois poderiam se casar. Ela não poderia ter filhos e se mostrar por aí para os outros, principalmente se “os outros” fossem homens. Ela tinha de ser uma moça de família.
 Ele sabia que ela nunca seria como a mãe, uma senhora dócil e que vivia no interior, batalhando em função dos filhos, e se orgulhava dessa diferença. adorava a capacidade de de pensar com a própria cabeça e tomar a iniciativa de começar algo, ela tinha boas ideias que ajudavam aos dois. Ele precisava tê-la do seu lado, pois sua vida progredia. Nenhuma das garotas com quem saiu depois de conseguiu se portar da mesma forma que ela conseguia. Nenhuma delas não ligou no dia seguinte, nem o fez dar valor a conversas longas por horas a fio nos finais de semana, tampouco sumiram de sua vida quando ele dissera que não daria mais. Àquela altura do campeonato, ele torcia para que cada uma tivesse seu final feliz e o deixasse em paz, o cara ranzinza que foi um babaca depois do primeiro encontro.
 E àquela altura do campeonato, por mais contraditório que parecesse, ele torcia também para que não tivesse seguido seu pedido e trocado de emprego. Ela trocara a senha da portaria, a fechadura do apartamento e pedira aos vizinhos para não o deixar entrar, caso ela não estivesse em casa. Ele tentara uma única vez na semana encontrá-la de surpresa, e ele quem fora surpreendido. Havia uma fortaleza os separando, montada por ela. Se estivesse disposto de verdade a vê-la mais uma vez, teria de contar com mais que só a boa vontade.
 Ele teve de ir até a boate em que ela costumava trabalhar e torcer para que fosse a atração principal. Não havia maior contradição que ele se ver sentado em uma das mesinhas redondas do salão, aguardando mulheres de roupas curtas e apertadas aparecerem, dentre elas a que ele pretendia se casar. Se não fosse esse pequeno detalhe, nem mesmo se importaria, seriam só mais alguns peitos e bundas, vira vários durante todo aquele tempo.
 Depois de duas horas de espera e muitas cervejas, as luzes se apagaram no palco principal. Ele não entendeu bem por que o garçom lhe pediu para limpar a mesa e segurar a própria bebida, mas o fez mesmo assim. Aos poucos notou espaços se abrindo entre os visitantes, e ao olhar para o lado, ele a viu.
 – O que você tá fazendo aqui? – a ouviu dizer, rude, sem olhá-lo.
 – Eu preciso falar com você – sua voz saiu engrolada, querendo pronunciar mais palavras que conseguiria no atual estado.
 – Já ouvi tudo que você tinha pra falar.
 – Não, eu não disse tudo. – Ele a viu rolar os olhos para outra direção e logo notou o papel que fazia. Patético.
 – Mas disse o suficiente – rebateu de imediato, respirando fundo. – Não preciso ouvir o resto.
 – Por favor, ...
 – Você está no meu local de trabalho, vá embora. Aqui não é lugar pra lavar roupa suja.
notou o que não existia nas palavras dela, notou a ausência. Ela já não sentia mais saudades. Era inconcebível ter sinal tão claro quanto aquele.
 – Eu tentei falar contigo antes, mas você se isolou – disse, amuado. Tentado a continuar ali.
 – Medida de segurança contra um babaca, nunca se sabe o que um cara como você pode fazer quando é contrariado.
 O sentimento que saía do fundo do peito de e chegava a pelo seu timbre era puro rancor. Quando alguém tão amável tinha se tornado um pedaço amargo de carne dura? Ele quem havia causado aquilo? Sua ebriedade estava-lhe pregando uma peça, não podia ser nada além.
 Ouviu-se um som de sirene ao fundo da falta de palavras dele, despertando-o.
 – Eu só...
 – Olha, se veio até aqui pra me ver, ao menos respeite a apresentação. – ele manteve a boca aberta mesmo depois de interrompido. – Depois eu penso sobre falar contigo.
 Sem saber o que esperar, a obedeceu. Em um piscar de olhos, havia desaparecido no breu, e ele se perguntava por que diabos ainda se dera ao trabalho. Ela não voltaria, tinha deixado bem nítido. Seu completo desprezo não tinha mais volta, o que ele ainda fazia ali?
“Pop...” Piscaram as luzes. “Six...” Um feixe de luz se acendeu e percorreu o palco. “Squish...” Gelo seco invadiu todas as partes do salão, irritando a vista de . “Uh uh...” Contornos de cadeiras apareceram por trás da cortina vermelha, seis cadeiras. “Cicero... Lipchitz” Ele se deu conta em pouco tempo de que teria de vê-la dançar. Teria de vê-la se exibir para todos aqueles homens que, assim como ele, estavam bêbados e tinham perdido a noção do tempo. iria pisar em seu orgulho o quanto fosse preciso, naquela noite, para fazê-lo desistir. Mas ele não queria desistir.
tentou de diversas formas evitar olhar para o palco, mas ao ver o holofote substituir um homem negro e alto por mulheres de espartilhos pretos, sua carência sexual o obrigou a assistir atentamente a cada salto e pirueta executados. Ele era mesmo um completo babaca, que estava ali implorando para que a mulher da sua vida deixasse de fazer o que ele estava adorando ver. Ela devia ser exclusividade sua, aquilo era uma tortura. Olhar ao redor e ver todos vidrados e doentes para subir no palco e agarrar o estava deixando à beira de um infarto. Ela sabia o que causava, sabia que era uma mulher desejável. Por que ela continuava tentando provar a ele o que já estava claro? Ela queria mostrar que, definitivamente, não precisava dele, pois tinha dezenas ao seu redor?
 O nervosismo de era tamanho que, em choque com a possibilidade de aquele ser a última vez que a veria, seu peito não aguentou a pressão do ar. Entre respirações sofridas, os olhos não conseguiram mais focar na imagem de distante, nem mesmo o notando ali. De todas as coisas ruins que ela poderia fazer, a única que ele não suportaria ali, naquele momento, seria esquecê-lo. Ele a amava mais que a si mesmo, embora no momento só conseguisse se odiar com todas as forças.
 Como uma criança longe do brinquedo favorito, ele chorou copiosamente. Deplorável, pensava sobre si mesmo, bêbado e fodido. Ainda conseguia se manter sobre os próprios pés e se lembrava muito bem da senha do cartão antes de ir embora, derrotado, pelo menos. Trancou-se dentro do carro e bateu a testa contra o volante, uma vez que restara somente a raiva de si mesmo. devia sentir exatamente o mesmo por ele, atualmente, e ele teria de conviver com a ideia.
 Em um estalo de consciência carregado de autopiedade, ele lembrou que ela não dissera nada. Em momento algum havia se pronunciado, ainda assim ele estava se dando por vencido. precisava saber a verdade, precisava ouvir as palavras vindas da boca dela. Precisava, queria e iria tirar dela a verdade, mesmo que custasse seu resto de amor próprio. O que os outros chamavam de obstinação, ele chamava de amor.
 Decidido a não só falar, mas conversar com ela, foi atrás da saída dos fundos da boate. Em um corredor estreito e amontoado de coisas, ele procurou alguma sala em que pudesse estar. Quando reconheceu a voz por trás de uma das portas, teve de respirar fundo antes de abri-la; havia várias outras garotas dentro do mesmo camarim. Em um segundo, que para ele pareceu uma eternidade, todos os rostos se voltaram para ele, nenhum deles sendo o que procurava.
 – Quem chegou? – indagou , aparecendo por trás de um alambrado que separava o que devia ser o banheiro. Ao ver o rosto de , ela parou.
 – O que você tá fazendo aqui? – disse a dançarina que cantou em outro idioma, como ele pôde reconhecer.
 – Essa área é restrita – acrescentou outra, de calça jeans e camiseta.
 Enquanto mais duas perguntas foram feitas a ele, e não desfizeram o contato visual. Ela notou, finalmente, o estado dele e tentou conter seu instinto de correr para acudi-lo. Aquele dia vinha sendo uma enorme recaída em sua desintoxicação de .
 – Tá tudo bem, gente – afirmou, sem toda a força que pensara ter.
 – Tem certeza? – perguntou-lhe uma morena, que conhecia toda a história e, mesmo sem uma apresentação formal, conhecia o visitante inesperado.
 – Se precisarem de mim, estarei no provador – avisou à amiga, atravessando os olhares das demais e abrindo espaço entre a porta e para passar. Agarrou a mão dele com força, sem entrelaçar seus dedos, puxando-o com pressa para uma sala muito menor que a anterior. quase o atirou contra a cadeira que havia ali, entre duas araras cheias de roupas. – Pronto, conseguiu o que queria. O que você quer tanto me falar?
 A velocidade com que as coisas aconteciam, o motivo para ele ter desabado minutos atrás, tudo que havia os colocado naquela situação... Ele novamente não sabia nem por onde começar. Sua luta era tão mesquinha que era movida apenas pelo egoísmo, ele a queria e pronto.
 – Eu não tenho a noite toda pra ficar olhando pra sua cara – ela disparou, a voz firme. – Na verdade, eu nem queria olhar pra porra da sua cara nunca mais, mas o que tenho bem na minha frente? Você achou o quê, que era só aparecer, pedir pra voltar e eu ia aceitar? Põe uma coisa na sua cabeça: eu não faço mais parte desse seu mundinho idiota. Acabou.
 – É claro que eu não achei isso – rebateu ele, aquecido pelas palavras dela. – Eu vim pra tentar conversar como alguém civilizado, e não pra receber patada atrás de patada.
 – Não enchesse a cara pra isso – riu, sarcástica, gesticulando mais que o necessário, um claro sinal de estresse. – De que adianta ensaiar um discurso e esquecer tudo quando passar o porre?
 – Se é pra você me escorraçar antes mesmo de me ouvir, melhor que seja podre de bêbado, mesmo – disse ele, incisivo, quase se levantando a cada palavra. – Se é pra esquecer que minha vida tá um inferno, que seja assim também.
 – Eu não sou culpada pelo que você fez com a sua vida – ralhou ela, o dedo apontado para o rosto dele.
 – É claro que tem, eu tô na merda por culpa sua! – disse ele ao se levantar, fazendo-a se recolher, embora continuasse a enfrentá-lo com o olhar. – A gente brigou, quer dizer, você falou mil coisas sem me ouvir direito e depois sumiu. Eu não tive nem a chance de pedir desculpas! Tive que vir até aqui pra você continuar me tratando como cachorro, mas dessa vez não vou te deixar achando que tá por cima da situação, não.
 – Você queria que eu largasse o meu trabalho – pausadamente, pronunciou as palavras com clareza. – Você não suporta a ideia de que eu danço pra viver, porque dançarina e prostituta, pra você, é a mesma coisa.
 – Não é isso – ela continuava a falar, abafando-o. – Será que pelo menos uma vez na sua vida você pode calar a boca?!
a viu parar para respirar fundo por dois segundos, o rosto vermelho e as narinas infladas. Ao que ela pareceu voltar a falar, ele disparou:
 – Eu sei que você não quer e nem vai parar de dançar, mas olha esse lugar – ele espalmou a mão à frente, induzindo-a a olhar, mesmo que rapidamente, ao redor. – Olha as pessoas pra quem você dança. Me diz quantas vezes esses caras te deram o telefone deles no fim da noite ou te chamaram pra sair? Me diz quantas vezes eles forçaram a barra contigo?
 – Por acaso eu aceitei sair com algum deles? – ela arqueou a sobrancelha. – Da última vez que fiz isso, olha no que deu.
 – O que você faz não muda o que os outros vão fazer. Você mesma disse, eu te pedi pra sair comigo mesmo sabendo que não podia – riu de si mesmo. – Eu tava bêbado, todo mundo nesse lugar também tá, e nada garante que outro cara não vai fazer o mesmo.
 – Quer dizer, então, que eu tenho que sair do meu emprego porque você não gosta que as pessoas não saibam seguir a regra de não mexer com as dançarinas, que vem escrita em placas por todos os lugares?
 Ele respirou fundo, jurando para si que aquela seria a última vez. Última chance, e então jogaria a toalha. Todos os discursos que ensaiara deviam ser postos à prova naquele exato momento.
 – Eu não te pedi isso. Eu não entendo o quanto você gosta de dançar, mas é uma coisa sua, eu respeito. Tive que encher o saco de dezenas de pessoas pra que elas me falassem sempre a mesma coisa: é o seu sonho, eu não posso te impedir. Eu não quero te impedir, se em algum momento pareceu isso, não era pra ser.
cruzou os braços, olhando-o com desdém, a cabeça inclinada em sinal de desinteresse, apesar de estar completamente ligada no que ouvia, para o caso de precisar respondê-lo à altura.
 – Você tem noção do quanto eu gosto de você, do quanto eu me importo? Do quanto eu quero que você continue feliz e forte do jeito que você é? E por acaso, só por acaso, você parou pra se colocar no meu lugar por um segundo? No que eu sinto quando te vejo dançando seminua em uma boate? “Você me conheceu assim”, você vai dizer, e eu não nego isso. Mas vamos encarar os fatos, você não vai crescer dançando pra um monte de bêbado e punheteiro, ninguém vai vir pra esse lugar atrás de uma estrela. Sua vida não é Striptease, você não é a Demi Moore.
 Ela riu a contragosto, virando o rosto para o lado.
 – Eu morro de ciúmes de você, chega a doer. Juro que tentei aguentar, mas depois de um tempo não deu mais. Eu quero saber se você tá bem, se ninguém tentou nada com você, se você tá segura. Não é pelo que você faz, mas é pelo que isso causa depois. Eu não conseguia dormir direito antes de você voltar pra casa, e até hoje eu acordo achando que a porta da sala bateu às seis. Era impossível, pra mim, ficar tranquilo sabendo que qualquer um tem acesso fácil a você. Você é a mulher mais incrível que eu já conheci, quem não reconhece isso é um idiota; eu não queria que outra pessoa descobrisse isso mais a fundo e te tirasse de mim. Esse é um risco que eu corro todos os dias, com você trabalhando aqui.
 Havia algo no que tinha dito que tocava . Ela não o enxergava mais como o babaca que queria prendê-la a uma vida infeliz. Talvez ele estivesse mesmo preocupado com seu futuro, assim como ela mesma.
 – Você tá sendo egoísta – falou, entretanto.
 – Tô, sim. – a afirmação dele a fez tornar a encará-lo. – Tô sendo egoísta porque é isso que acontece quando você ama alguém tanto quanto eu te amo. Eu não quero que ninguém mais possa te amar desse jeito, e também não quero que você ame outra pessoa. Eu tenho que me controlar todos os dias pra tentar te mostrar isso de jeitos diferentes, sem que eu precise te proibir de mil coisas, porque é algo que eu não quero que aconteça. Mas quanto a você trabalhar aqui, simplesmente não dá. Eu não consigo ficar tranquilo e quero te amar desse jeito doente, que te proíbe e acaba te afastando. Então pare de pensar que eu sou o vilão, porque sem a sua teimosia, tudo teria sido resolvido há muito tempo. Se em algum momento eu tava errado por te tratar como você não gostava, você também tava por não resolver como alguém maduro.
 Ela quis tacar a própria cabeça contra a parede ao concordar tão piamente com as palavras dele. sabia que havia muito mais emoções que devia, envolvidas na história dos dois; e justo naquele dia, que ela acordou se sentindo vulnerável, todas as emoções, reais e superficiais, conseguiram escapar. conseguira tirar cada uma delas do fundo de seu peito, sendo mais verdadeiro que ela sequer lembrava ter visto.
 A garota deu um passo à frente, soltando os braços para cruzá-los na nuca de . Em uma resposta imediata, ele segurou sua cintura, apertando-a com os polegares enquanto a beijava com saudade. Por um momento, quis que aquele fosse o primeiro beijo deles, para que não houvesse qualquer mágoa manchando a história dos dois. Ao mesmo tempo, ela quis que aquele instante continuasse com seu significado real, uma vez que poderia demonstrar o quanto sentia a falta dele. Se quando distraída ela não dava importância ao rompimento, quando sozinha, antes de dormir, não conseguia fechar os olhos antes mesmo de pensar o que havia dado errado em algo tão bom.
 – Me desculpa – murmurou ela contra os lábios dele. – Desculpa por não te ouvir e não perceber o que tava te incomodando ou tentar conciliar as coisas. Eu não aguento mais ficar sem você, , tô disposta a começar de novo.
 Ele afastou o rosto para olhá-la, envergonhada e com os olhos cintilantes.
 – Depois de te falar tanta coisa e parecer que tô sóbrio, acho que emburreci – ele riu, fazendo-a rir e deixar escapar uma lágrima que fora muito bem presa até então. – Eu te amo pra cacete, , não some da minha vida.
 – Nunca mais. – ela o beijou novamente, com a mesma intensidade de antes. – Mas tô muito a fim de sumir daqui, agora.
 – Minha casa ou sua?


FIM



Nota da autora: Hm, então, demorei exatos cinco meses pra só isso. hehe Leiam as outras fics do especial, beijos!





Outras Fanfics:
Longfics:
Theater - McFly / Finalizadas
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Shortfics/oneshots e Ficstapes:
I L.G.B.T.? - LGBTQ / Em andamento
[/independentes/i/ilgbt.html]
Theater: Three Little Words - Especial All Stars 2014 / Finalizada (Spin-Off de Theater)
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02. Lola - Ficstape #011: McFly – Memory Lane / Finalizada
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07. Jealous - Ficstape #020: Beyoncé – Self-Titled / Finalizada
[/ficstape/07jealous.html]
Estado Latente - McFly / Finalizada
[/independentes/e/estadolatente.html]
Mesmerized - Especial Dia do Sexo (The Wanted) / Finalizada
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Falling Away with You - Restritas - Originais / Finalizada (ATENÇÃO: Conteúdo sensível, suicídio.)
[/independentes/f/fallingawaywitu.htm]
Famous Last Words - LGBTQ / Finalizada (ATENÇÃO: Conteúdo sensível, suicídio. Releitura da fic acima.)
[/independentes/f/famouslastwords.htm]
Fear of Sleep - McFly / Finalizada
[/independentes/f/fearofsleep.htm]
Second Heartbeat - Restritas - Bandas (McFly) / Finalizada
[/independentes/s/secondheartbeat.htm]
Reminiscences - Originais / Finalizada
[/independentes/r/reminiscences.htm]
He's Got You High - Originais / Finalizada
[/independentes/h/hesgotyouhigh.htm]
She's Got You High - Originais / Finalizada
[/independentes/s/shesgotyouhigh.htm]
Farewell - Especial de Agosto 2013 / Finalizada
[/independentes/f/farewell.html]
Give Me a Reason - Especial FFAwards 2013 / Finalizada (Spin-Off de Give Me Novacaine)
[/independentes/g/givemeareason.html]

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