O frio era uma coisa muito rara na cidade em que morava, mas nesse inverno, estava tudo tão frio que muitas pessoas deixavam de sair de casa para ficar debaixo das cobertas.
Mas – ou , como gostava de ser chamada –, estava determinada a sair de casa para ver seu time de coração jogar.
Até porque, se tinha alguma coisa que amava, era o futebol.
Não se sabe ao certo como a menina pegou essa paixão pelo futebol, já que nenhum de seus familiares e nem amigos ligam para futebol.
Mas na realidade, tudo começou quando tinha dez anos de idade e teve sua primeira ida ao estádio em um passeio da escola. Foram ver e jogar. E quando a menina viu o time do entrar em campo, simplesmente se apaixonou.
Desde então, é completamente apaixonada pelo .
- Eu simplesmente não consigo acreditar que você vai sair de casa nesse frio só para ver o jogar. – A mãe de , dona Amelia, disse ao ver a filha com a camisa do time, e também com uma bandeira na mão.
- Mãe, a senhora sabe o quanto eu amo ir ao estádio.
- Eu sei que você ama, filha, mas olha o frio que está, e tenho certeza que vai chover.
- Eu não me importo em tomar chuva – disse abraçando a mãe – Agora tenho que ir, senão pego trânsito.
- Se cuida. - sorriu para a mãe, e desceu para a portaria, pedindo o Uber logo em seguida.
Não teve muito trânsito até o estádio, o que fez a menina agradecer mentalmente, porque eram raras as vezes que não tinha trânsito a caminho do estádio. Nunca tinha chegado tão rápido no destino assim.
- Obrigada, moço – disse sorrindo para o motorista, que tinha acabado de estacionar perto do estádio.
- Eu que agradeço – o motorista falou, retribuindo o sorriso para – Bom jogo.
E assim ela esperava, que hoje tivesse um bom jogo.
Andou um pouco até a entrada da torcida do , e teve acesso ao estádio com o seu cartão de sócio torcedor, onde estava o seu ingresso.
Ela se surpreendeu do estádio não estar tão cheio como de costume, mas ficou feliz por ter conseguido pegar um lugar perto do campo, que era um lugar muito concorrido e adorava quando conseguia ficar com ele.
O jogo de hoje é contra o , outro time da cidade, e o time que a menina simplesmente odeia. odeia tudo em relação a esse time, principalmente seus jogadores.

Acabou o primeiro tempo com um empate de 0 a 0, a menina estava tão nervosa para começar logo o segundo tempo, que pra se distrair pegou seu celular, que tinha uma mensagem de , sua amiga.
“A galera vai sair hoje”
Viu a mensagem e riu, já sabia o que pretendia com aquela mensagem.
“E...?”
“Idiota! Vem com a gente.”
“Ai amiga, não sei! Já viu o frio que está?”
“Para de inventar desculpas, , sei que o frio não é desculpa pra você, vi sua foto no Instagram e sei que você tá no estádio!”
“Mas é diferente”
“Diferente por quê?”
“Porque isso é ”
“Você tá na faculdade , poxa! Tenta curtir a vida como uma universitária normal”
“Vou pensar, ok? Agora deixa eu ir que vai começar o segundo tempo”
Ela sabia que tinha razão, sabia que tinha que aproveitar mais. Só que por mais que tentasse, ela não gostava disso, não gostava de festas.
O segundo tempo começou bem melhor que no primeiro, o técnico do fez ótimas substituições, o que fez o time começar a atacar muito mais.
- QUAL É, ISSO FOI UM PÊNALTI CLARÍSSIMO! – falava ao ver o jogador de seu time caído na grande área – O DERRUBOU O DIEGO E GANHOU APENAS UM CARTÃO AMARELO? TINHA QUE SER NO MÁXIMO UM VERMELHO! ESSE FUTEBOL ESTÁ UM ROUBO MESMO.
xingou o juiz e de todas as formas possíveis. O juiz por não ter dado o pênalti e nem o cartão vermelho. E por ter derrubado Diego de um jeito que ele teve que ser levado na maca, provavelmente podendo ter fraturado o joelho. O não podia ficar sem seu melhor jogador.
O jogo terminou 0 a 0, porém o resultado poderia ter sido diferente, se o juiz tivesse dado aquele pênalti.

“Você vai ou não?”
Outra mensagem de apareceu na tela de seu celular quando estava no Uber.
“Você viu o jogo? Como você quer que eu me distraia depois de um jogo horrível daqueles?”
“Tá de sacanagem que você vai deixar de sair só porque o perdeu?”
“Empatou, não perdeu! E outra: o Diego pode ficar de fora por 2 meses por conta da lesão que o jogador daquele time nojento fez nele”
“Que seja, !”
Por mais que tivesse um carinho muito grande por , sabia que ela nunca entenderia o amor que sente pelo time. E muito menos, que o humor de depende do , ou seja, se o time não jogava bem, provavelmente passaria a semana inteira irritada.
Mas a menina não gostava de deixar a amiga chateada, então teria que tentar sair, mesmo estando irritada.
“Ok, eu vou, satisfeita?”
“Muito! Passo na sua casa às 20h, leva suas coisas porque você vai dormir na minha casa depois”
Suspirou e bloqueou seu celular.
Pra muitos, era fácil de influenciar, mas na verdade não era isso, ela só não gostava de magoar quem ela gosta.
- Preciso aprender a dizer não. – disse esquecendo que estava dentro do Uber.
- Desculpe? – O motorista falou olhando pelo retrovisor.
- Estava falando sozinha, desculpa – sorriu.
Chegando em casa, teve que escutar piadinhas de sua mãe pelo jogo de hoje. Apesar da mãe da menina não dar a mínima para o futebol, adorava zoar a filha quando o time perdia.
- Você? Sair?
- Parece surpresa.
- E eu estou, você nunca sai, sempre prefere ficar em casa.
- Pois é mãe, mas acho que já está na hora de eu me divertir.
- Filha, você tem que se divertir com o que você gosta, não com o que os outros querem.
- Eu até prefiro ficar em casa vendo uma série, mas preciso começar a fazer amizade com o povo da faculdade, já estou no quarto semestre, e a única pessoa que eu tenho amizade, é com a .
- Você que sabe, só não quero te ver incomodada.
- Não vou ficar, mãe. Agora tenho que ir.
- Vai voltar que horas?
- Vou dormir na casa da hoje.
- Ok então, só toma cuidado.
Dona Amélia confiava completamente em sua filha. Bem, nunca deu trabalho algum, ela nunca teve a fase de fugir de casa, ou a fase das festas, então nunca teve o porquê de se preocupar.

- Oi – disse assim que viu entrando no carro.
- Oi, .
- Sabe quem vai estar lá? – negou – O Kaio.
- Tá, mas o que eu tenho a ver? – gargalhou com a resposta da amiga.
- Ele gosta de você.
- , eu só falei com ele umas duas vezes na vida, ou menos.
- E daí? É bom pegar alguém às vezes.
- Você tá doida? Primeiro que ele é da torcida organizada do .
- E o que tem isso?
- Nunca ficaria com um rival, .
- Vai me dizer que sempre que conhecer algum cara, vai perguntar o time dele primeiro?
- Provavelmente.
- É por isso que você continua solteira, – falou, e as duas riram.
- Pra onde a gente vai?
- Boate All In.
- E onde é isso?
- Como assim você não conhece a All In, ? É a melhor boate da cidade.
- E tem lugar pra sentar?
- – riu – Você parece aquelas velhas falando.

Chegando lá, foi direto para o único sofazinho que tinha para sentar, que para sua sorte, ainda estava vazio.
já estava com os outros amigos da faculdade, não a culpava, ela foi chamada para ficar com eles, mas como sempre, a timidez da menina falou mais alto.
- Sozinha aqui?
- Começou – falou revirando os olhos, e dando de cara com um rosto que reconheceu de cara. Só faltava essa!
- – falou, se sentando junto com .
- E?
- Nossa, por que tão irritada?
- Deve ser porque um certo jogador machucou o melhor jogador do meu time.
- Em minha defesa, aquilo foi sem querer.
- Não importa, ele pode ficar de fora nessa temporada.
- Mas...
- E sabe o que é pior? – o interrompeu – O juiz não deu o pênalti, e principalmente não deu o cartão vermelho que você merecia.
Falou e se levantou, indo até .
- Resolveu se socializar?
- É, pode se dizer isso.
odiava ser grossa com alguém, odiava tratar uma pessoa mal. Mas merecia.
- O que o estava falando com você? – perguntou, fazendo quase se engasgar com sua bebida.
- Você conhece o ?
- Claro, ele é meu vizinho.
- Quando você ia me contar que seu vizinho é jogador do ?
- É? – perguntou com expressão confusa, e afirmou com a cabeça – Eu sabia que ele era jogador, só não sabia que ele era do .
era definitivamente a pessoa mais desligada que conhecia.

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No dia seguinte, acordou com sua cabeça latejando, a fazendo se arrepender profundamente de ter saído na noite anterior.
Nem bebeu assim, foram apenas duas pina colada, mas era extremamente fraca para bebida.
- , me lembre de nunca mais sair com você.
- Quem mandou ser fraca para bebida?
- E pensar que eu poderia ter ficado em casa com minhas séries.
- Nem vem que eu sei que você se divertiu.
- Um pouquinho.
- Admite, foi melhor que ficar em casa fazendo suas maratonas.
- Não exagera – riu –, nada é melhor do que uma maratona de Harry Potter.
- Quer fazer o que hoje? – perguntou.
- O dia mal começou e você já tá pensando em sair?
- Não falei de ir pra rua, calma – ela riu – Pensei em ficarmos em casa assistindo uma série.
- Você assistindo série?
- Bem, como ontem fizemos uma coisa que eu gosto, pensei em hoje você escolher nosso programa.
- Adorei. Sabia que um dia ia conseguir te arrastar para o mundo das séries.
- Não se anima muito não, eu vou tentar.
- Você vai gostar, tenho certeza.
- Já pensou em alguma?
- Acho que você deve gostar de Supernatural.
- É DE TERROR?
- Calma, não é de terror não, pelo menos eu nunca senti medo.
- Olha lá, se eu tomar um susto vou te bater.
- Para de ser medrosa.
- Então, vamos começar a ver?
- , você não entende nada de maratona mesmo, né? Como você quer fazer uma maratona sem comer besteira?
- E precisa disso?
- Claro, vamos no mercado que tem aqui embaixo?
- Tô com preguiça.
- Nisso você tem preguiça né, ? Agora duvido se fosse pra beber você teria preguiça.
- Aí já é outra coisa. – riu e jogou uma almofada na amiga.
- Eu vou rapidinho, e depois começamos a maratona, ok?
sempre se animava quando o assunto era séries ou filmes, ou até mesmo livros. Não sabia como foi se tornar amiga de , que era totalmente o seu oposto.
Entrou no elevador e apertou o “A” que daria acesso até a portaria do prédio. As portas já estavam se fechando quando um homem colocou o braço, o impedindo de fechar.
- Bom dia.
- Bom dia – respondeu, e ao ver quem era logo abaixou a cabeça para não ser reconhecida.
Ela que não queria falar com depois do caso que criou ontem.
- Olha só quem é.
- Se não é o jogador que acabou com o joelho do melhor jogador do meu time.
- Se serve de consolo, eu já me desculpei, e me sinto mal por aquilo, realmente não foi a minha intenção.
- E isso vai fazer o Diego jogar no próximo jogo? – riu.
- Você mora nesse prédio? – Mudou completamente de assunto.
- Minha amiga mora.
- Certo! Por isso nunca te vi por aqui.
- Sorte a minha.
- É sempre tão irritada assim?
- , meu humor depende do , quando ele ganha, pode ter certeza que eu sou a pessoa mais simpática do mundo.
As portas do elevador se abriram, e saiu sem falar nada.
riu da reação da menina, ela estava realmente muito brava com ele por ter fraturado a perna de Diego. E ela tinha toda razão de ficar brava, a culpa realmente tinha sido dele, e nada podia tirar a culpa que estava sentindo.
E ele continuou com o sorriso no rosto quando as portas do elevador se fecharam novamente, o levando até a garagem do prédio.
Entrou em seu carro, dando partida até a CT do , para uma coletiva de emergência, para explicar a confusão que estava dando com Diego, jogador do . A internet só falava disso, e a reputação de não estava nada boa.
Mas a única coisa que ele queria saber, era quem era aquela menina, que estava com tanta raiva dele, e era tão cheia de atitude.
Ele adorava mulheres que gostavam de futebol, já tinha ficado com muitas torcedoras do .
Mas se interessar por uma torcedora do time rival? Essa era a primeira vez.

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Uma semana se passou, e desde então estava tentando tomar coragem para perguntar o número de telefone da amiga de , que até agora ele não sabia bem o nome da garota.
- Oi, – disse quando viu a porta de sua vizinha abrir.
- Oi, , bom dia.
- Sabe aquela sua amiga que veio esses dias aqui?
- Quem? A ?
- Não sei o nome, tudo que eu sei dela é que ela torce pro .
- Com certeza é a – riu.
- Tem como me passar o número dela? – falou sem jeito, fazendo rir.
- , não me leve a mal, mas a não foi muito com sua cara. – sinceridade é tudo.
- Qual é, ! Faz isso por mim, que vou ficar te devendo uma. – Ela pareceu pensar um pouco, mas logo pegou seu celular.
- Acabei de te mandar o contato dela – sorriu - Use com sabedoria.

estava assistindo a entrevista do pós-jogo do , quando viu seu celular apitar em uma menção de uma nova notificação.
“O ganhou, tá de bom humor agora?”
“Sim, mas quem é?”
“Tem certeza que não sabe?”
Então a menina decidiu ver a foto da pessoa que estava falando com ela e simplesmente não acreditou.
Por que estava mandando mensagem para ela?
“Eu vou matar a ”
“E o que te faz ter tanta certeza que foi a que me passou o seu número?”
“, eu tenho coisas melhores para fazer do que ficar falando com você”
“Tipo?”
“Vou no cinema”
“Ok! Vou me arrumar”
não entendeu o porquê desse “vou me arrumar” de , mas resolveu deixar quieto.

- O que você tá fazendo aqui? – disse quando viu entrar na fila do cinema.
- Vendo um filme?
- Você entendeu o que quis dizer.
- Querida , não é só porque você está no cinema que eu não possa vir também.
- Como você não tivesse vindo porque eu falei que estaria aqui.
- Que autoestima você tem, não é? – bufou e foi até a atendente do cinema que tinha gritado “próximo”.
Assim que comprou o ingresso do filme, foi comprar o seu.
- Que filme ela comprou? – disse apontando pra , que já estava comprando sua pipoca.
- Guerra Infinita.
- E que lugar? – a atendente achou a pergunta estranha, mas mesmo assim apontou para o lugar que havia comprado.

- Só pode estar de brincadeira! Vai me dizer que isso foi uma coincidência também? – falou ao ver se sentando do seu lado.
- Pense o que quiser.
- Eu já vi esse filme três vezes, se você falar alguma coisa vou soltar um spoiler bem alto.
- E você acha que eu me importo?

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E assim foi o mês deles, sempre arrumava uma desculpa para irritar .
Não sabia o porquê, mas irritar parecia um bom passatempo para ele.
E ela, por mais que não admitisse, também gostava da presença dele, até porque, se não gostasse, já teria arrumado um jeito de parar de falar com ele.
Eles se falavam todos os dias, sem exceção.
Podiam até se considerar amigos. Mas são muito orgulhosos para admitirem isso.
- 8 horas da manhã e você já está me enchendo o saco? – falou quando atendeu seu celular.
- , existe alguma coisa melhor do que te encher o saco?
- perdendo. – falou, e riu.
- Sonha!
- O que você quer?
- Como assim?
- Você quer alguma coisa ou me ligou só pra encher o saco?
- Só pra te encher o saco mesmo.
- Logo vi – disse rindo – Enfim, , eu estou dentro do Uber nesse frio indo pra faculdade.
- Eu tô em casa sem fazer nada.
- Sorte a sua. Daria tudo pra ficar em casa nesse frio.
- Vem pra cá.
- Olha que eu vou mesmo.
- Tô falando sério, vem, falta a faculdade hoje.
- Eu vou, mas só porque está frio.

Já na casa de , foi direto para o quarto do mesmo.
- Aqui é tão bom, pena que tem você pra me encher o saco – disse, provocando , que riu.
- Se você não gostasse de mim, não estaria aqui.
- Meu querido , você é no máximo usado pra hospedagem.
- Você gosta de mim!
- Coitado.
- Admite que você gosta.
- Shh, tô com sono, me deixa dormir. – falou rindo e abraçou , deitando em seu peito.
- Viu? Falei que você gostava.
- Eu só estou com frio. – falou e a abraçou mais forte. – Não aperta tanto.
- Para de reclamar e dorme.

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- Quando vocês vão começar a namorar?
- Oi?
- Não se faça de sonsa, . Vocês fazem tudo juntos, andam de mãos dadas, se abraçam. Vocês são namorados, que ainda não se beijaram.
- Somos só amigos.
- Você falta na faculdade pra dormir abraçada com seu amigo?
- É frio!
- !
- Vai ficar cismando com isso? – falou se levantando.
- Pra onde vai?
- Pra casa do . – a olhou - Não me olha com essa cara, eu só não quero que você fique me enchendo.

tocou a campainha milhares de vezes.
- JÁ VAI – ela continua tocando. – JÁ VAI PORRA – abriu a porta e deu de cara com – logo vi.
- O quê? – disse já passando por e entrando.
- Quem mais pra tocar uma campainha loucamente dez da noite?
- Cala boca! A estava me irritando, então vim pra cá, vantagens de você ser vizinho dela.
- Não acredito que você ainda me usa pra hospedagem.
- É pra isso que você serve.
- Agora fala, por que ela estava te irritando?
- Falou que ficamos agindo como namorados. – olhou para – Que cara é essa?
- Ela está certa.
- Nós somos só amigos.
- Qual é, . Nós agimos como namorados, todo mundo vê isso, até a mídia.
- O que você pensa da mídia achar que você está namorando uma pessoa que torce pro time rival?
- E você acha que eu ligo?
- Não interessa, porque não somos namorados.
- Vamos continuar agindo como namorados?
- Não agimos como namorados.
- Ok, podemos continuar tudo que temos – disse se aproximando –, mas dessa vez com beijos.
Ele não esperou nenhuma resposta, e na verdade, não precisava de uma. Ele sabia exatamente o que queria, então ele a beijou.
- É, ! Acho que você tem razão, somos mesmo namorados.
- namorando um jogador do .
- Cala boca – falou beijando novamente.

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e estavam namorado há exatamente um mês.
- Eu sinto muito por isso. – falou, olhando para o namorado.
- Devia estar feliz, vocês foram classificados na semana passada.
- Como posso ficar feliz, com você desse jeito?
- Vai me dizer que você iria torcer pro por minha causa?
- NUNCA! Mas odeio ver você assim.
- O que importa é que eu tenho você – falou e caiu na gargalhada – Que foi?
- Desde quando você é romântico?
- Eu sei ser romântico.
- Ah, sabe?
- Sei.
- Prova.
- Eu te amo.
- Disso eu já sabia.
- Não vai falar que me ama também?
- Sua autoestima é assim? Quem disse que eu te amo?
- Vejo nos seus olhos.
- E quem disse que nos meus olhos não é só um “, você é a pessoa mais chata desse mundo”?
- Chato, mas você me ama.
- Só um pouco, ok?
- Olha aí, temos uma iniciação.
- Cala boca.
- Eu te amo pra caralho, mano.
- Quem chama a namorada de “mano”?
- Quem tem uma namorada chata demais pra chamar de princesa.
- Ai meu deus – ela não conseguia parar de rir – Eu te amo muito.
- Diga uma coisa que eu não saiba – falou e a beijou.

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- , hoje faz 10 meses que estamos juntos.
- Faz? Nem lembrava – ela falou em tom de brincadeira. É claro que ela lembrava, e ele sabia disso.
- Seu romantismo me impressiona cada vez mais.
- Ainda bem que eu tenho você, que é romântico – o abraçou pelo pescoço – Eu te amo.
- Eu também te amo, e muito. – deu um selinho – Você quer morar comigo?
- Oi? Assim do nada?
- Não é do nada, você já fica sempre na minha casa, dorme quase todos os dias lá.
- , você não acha que estamos juntos há pouco tempo?
- 10 meses é pouco tempo?
- Pra morar junto eu acho que sim.
- Tudo bem que você não quer, eu...
- Eu nunca disse que não quero.
- Então quer dizer...
- Sim, eu aceito morar com você.

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Aquela tinha sido a primeira briga séria deles, a primeira briga que não tinha nada a ver com o resultado de uma partida de futebol.
- , eu sinto muito.
- Você não tem culpa, . É claro que os comentaristas imaginam você com uma modelo.
- Mas eles não estão certos, eu só me imagino com você.
- Qual é, vai me dizer que não queria namorar uma modelo, como a metade do seus colegas de time?
- Eu já namorei muitas modelos, mas nunca namorei uma mulher igual a você.
- Tem muitas torcedoras do que são modelos, são doidas por .
- Pena que ele já tem dono, né?
- ...
- Meu amor, não importa o que falem de você. O quanto de comentários coloquem no seu Instagram por você ser torcedora do , eu te amo, e não mudaria nada em você.
- Nem o meu time?
- Infelizmente, já me acostumei com isso – riu – Afinal, quem eu irritaria quando o perdesse?
- Você é um idiota, tem noção disso, né? – ele gargalhou e depois a beijou.

⚽️ ⚽️ ⚽️ ⚽️

- , seu idiota, o que você tá fazendo? – falou, quando seu namorado a puxava para o meio do campo.
Ela estava no jogo do e , estava com a camisa do seu time. Apesar do seu namorado estar jogando, é claro que ela estava torcendo para o .
- , eu ia fazer isso no final do jogo, mas como eu sei que seu humor depende do , resolvi fazer agora antes do jogo.
- Fazer o quê? Tá todo mundo nos olhando.
- A 2 anos atrás estávamos aqui, eu machucando o jogador do seu time, e você me xingando de tudo quanto é nome. Há 2 anos, eu encontrei uma mulher totalmente de mau humor, aquela que amava implicar comigo, pelo simples fato de eu jogar no time rival. No início foi difícil, sabe? Foi difícil me apaixonar por uma torcedora do time rival, não só uma torcedora, mas uma torcedora fanática como você. Mas nós superamos tudo, apesar de todo dia de jogo nós brigarmos por causa de time – riu – Mas eu não mudaria nada na gente.
- , o que... – Parou de falar, assim que viu o namorado se ajoelhar.
- Casa comigo, ?
- Você tá falando sério? Essa não é mais uma de suas brincadeiras, né? – falava com lágrimas nos olhos.
- Por que eu brincaria com isso?
- Do jeito que você é idiota eu não duvidaria – falou rindo. E logo se jogou em cima de , que ainda estava ajoelhado.
- Isso é um sim?
- Claro que é, porra – falou e o beijou.
Ambas torcidas, tanto do , quanto do aplaudiram aquele momento.

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6 meses depois, e se casaram, tiveram uma festa de casamento que sempre sonhou.
A alguns anos atrás, ela nunca poderia imaginar que se casaria com um jogador do seu time rival, e principalmente, nunca imaginaria que seria completamente apaixonada por esse jogador.
- Você não vai beber no seu próprio casamento? – perguntou abraçando a esposa.
- Não posso.
- Por que não?
- , que você é um idiota eu já sei, mas tão idiota a ponto de saber que grávidas não podem beber? – ele arregalou os olhos.
- Espera... você tá grávida? – afirmou sorrindo – Eu vou ser pai?
- Não, o filho é do Diego. – gargalhou, nem um momento como esse, sua esposa conseguia deixar o deboche de lado.
- EU TE AMO PORRA! – falou, e tudo que fez foi beijar sua esposa.

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- Ainda não acredito que vou ter um mini .
- Melhor do que ter uma mini .
- Só espero que ele não seja chato que nem o pai.
- Meu amor, se ele for chato, certeza que vai puxar a mãe dele.
- Mas só te digo uma coisa, o time dele vai puxar a mãe – arregalou os olhos.
- Nem morto, nosso filho vai torcer pro .
- Veremos, , veremos.

Meses depois Theo nasceu, ou “mini ” como o chamava.
Ele é uma criança completamente adorável, é o amor da vida dos pais. e são os pais mais babões desse mundo, nunca paravam de mimar o filho.

Quando Lucas fez 4 anos, começou a pressão dos pais para ele escolher um time. Ele acabou escolhendo o .
Mas, para alegria de , o segunda filha do casal, nasceu apaixonada pelo , igual a mãe, eram exatamente a cópia uma da outra.
E essa é a família deles, um pouco doida por futebol, mas completamente feliz.

Nota da autora: Espero muito que tenham gostado da fic. Eu queria tanto ter tido mais tempo para escrever uma maior, só que peguei essa música faltando pouco tempo para o prazo!
Mas quem sabe eu não faça uma longfic inspirada nessa fic? Hahaha
Apesar de ser muito curta, espero que a fic tenha agradado a vocês!
E se gostam de fics de futebol, não esqueçam de ler a minha outra fic:

• Cartão Amarelo


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