Capítulo Único
6:50 P.M.
— Tia, vamos! — Hyun Soon disse enquanto balançava os pés, irritada por ter que esperar.
A garotinha de seis anos estava sentada observando a irmã de sua mãe andar os quatros canto do quarto, enquanto se arrumava.
— Calma, Soon! A exposição só começa daqui meia hora. — A mulher disse, passando algum tipo de maquiagem no rosto. A menor achava ser rímel.
— Mas quero chegar lá cedo! — Hyun cruzou os braços e fez bico.
— Você é tão chata quanto sua mãe! — Elise retrucou dando língua, recebendo o mesmo ato da menina. — Aliás, por que tenho que ir com você?
— Ela disse que você é nova e pode aguentar essa coisa! — A menor deu os ombros. — Bora, tia!
— Tá bom, tá bom!
+++
— Cara, ‘tô legal? — perguntou ao seu amigo pela vigésima vez em dez minutos, enquanto se olhava no espelho.
— Está é atrasado para sua própria exposição, isso sim! — disse impaciente, mexendo no celular.
— Por isso preciso estar, no mínimo, apresentável.
— E não atrasado…
— Estou pronto já!
7:37 P.M.
Todos os dias, quando o dia termina
Há uma coisa que eu desenho
É o seu rosto que sorria brilhantemente como uma criança
contou nos dedos, foram exatos sete minutos de muita falácia.O dono nova galeria da cidade não parava de falar o quanto sua adolescência foi inspiradora para as suas obras de arte, principalmente uma “ex namorada muito especial”. sempre soube que fora muito namoradeira quando adolescente, mas lembrava bem pouco dessa época da sua vida, pois foi atropelada há alguns anos atrás e com a força que bateu a cabeça no chão, seu cérebro decidiu que esqueceria de uma parte de sua vida. Porém lembrava-se de um namoro bem conturbado, que o término teria sido porque ela preferiu ir embora da cidade com sua mãe ao invés de continuar ali, com ele, mas também lembrava-se de várias brigas e ciúmes excessivo, dela quebrando vasos de raiva e chorando de desespero. Achava que no fim, não era para dar certo.
O tempo que nos permitiu nos conhecermos
É o mesmo tempo que nos permitiu irmos embora.
Não conseguia lembrar do nome dele, e talvez seu rosto tivesse mudado um pouco desde do que sua mente ainda conseguia recordar.
Ela podia afirmar com toda certeza que forçar sua mente para encontrar pequenos feixes de memória não estava programado para aquela noite, e nem queria já que sempre surgia dores de cabeça, mas estava ali pela sua sobrinha, uma menina que era tão pequena, mas amava arte. E ela fazia de tudo para ver Hyun Soon sorrir.
— Olha que lindo, tia! — Sentiu a menor puxar a barra do seu vestido enquanto andava pela galeria.
A pintura se tratava de uma casa no campo, nela era possível ver vários tons de verde, além de amarelo e branco.
— Muito bonita, mesmo!
+++
observava a movimentação das pessoas enquanto olhava para os quadros, os quais ele mesmo pintou. Estava muito orgulhoso de si mesmo.
— Cara, olha aquela mulher! — chamou sua atenção, apontando para uma moça que estava acompanhada por uma pequena garota. — Parece a menina do seus quadros, só que mais velha. Como era o nome da sua musa mesmo?
Naquele momento era como se o mundo estivesse em câmera lenta, a moça abriu um sorriso para uma das telas que estavam parede e ali mesmo sabia que era realmente ela. Aquele sorriso era o que mais gostava de desenhar, de pincelar sobre as telas. O sorrir da garota nunca sairia da mente do pintor.
observou a menina andar até mesa em que estava sentado na sala de aula, no fim da fileira, lugar perfeito para desenhar sem ser interrompido pelo professor.
— Acho que isso é seu. — colocou o desenho sobre a mesa. Lá tinha um sorriso esboçado a lápis.
— Por que acha que é meu?
— Observei seus traços na aula de artes. — A garota deu os ombros, achando graça a situação — Por que um sorriso?
— Não sei… Só quis desenhar algo mais bonito que pude visualizar.
+++
observou sua sobrinha parar o andar de vez e esboçar uma cara de espanto, como se visse algo assustador. A menor observa um quadro enorme, a principal obra do artista, de forma paralisada.
— Hyun, tudo bem? — Perguntou preocupada. — Você está me assustando, Soon!
A menina virou o rosto em sua direção, visivelmente emocionada.
— Foi você, tia? — Soon abriu um sorriso enorme, feliz demais para se conter.
— Eu o que, menina? — disse mais relaxada ao ver que sua sobrinha estava visivelmente bem.
— A musa do pintor! É VOCÊ! — A menor bateu palmas animada, chamando atenção de quem estava ao redor.
— Como?
— Olha! — Hyun Soon apontou para o gigante quadro em destaque na parede.
Assim que a maior colocou os olhos naquela pintura, seu coração parou de bombear sangue para o corpo, até ele teria ficado em choque. Não podia ser. Sua mente ficou turva e sentiu as pernas fraquejarem, flashes de memória invadiram mais rápido que uma luz se acende.
— O que você está pintando? — disse, abraçando o garoto por trás. Ele estava em frente a seu cavalete pintando um novo quadro. E esse era enorme.
— Você! — Disse simples, dando os ombros.
— Por que eu? — Perguntou curiosa, sorrindo de uma maneira que nunca tinha feito antes.
— Porque você é a minha maior musa inspiradora! — Falou antes de virar e pintar o nariz da moça.
Odiava não conseguir lembrar o rosto, ou pior, nem lembrar do nome. Era frustrante, mas o raio não podia cair duas vezes no mesmo lugar, podia?
Sentiu alguém puxar mais uma vez a barra do seu vestido. — Tia, você está bem?
— Eu… — Não conseguia bolar nenhuma frase. Procurou um banco para se sentar e por lá ficou, precisava se recuperar. Sua cabeça começou a latejar, o que a fez fechar os olhos com força.
— Ajuda aqui! — Hyun Soon começou a andar aperriada, chamando a atenção das pessoas.
— Para, Hyun, estou bem!
— É você, tia? Na pintura?
— É, Soon. Sou eu nessa pintura!
se aproximou das meninas o mais rápido possível para atender o chamado da mais nova, mas quando chegou perto percebeu que o desespero a garota mudou para felicidade.
— Não é legal ficar comemorando o estado de saúde de outra pessoa. — Ele fez graça com a menina que comemorava algo, agachando perto do banco em que a mulher estava sentada. — Você está bem?
— Estou sim, Hyun fez alarme a toa! Obrigada! — Sorriu em agradecimento.
— Aconteceu algo por aqui?
Sem pensar, eu corro até você
Se eu abraçasse você com meus braços
Os argumentos emocionais inúteis
Se tornariam explicáveis?
Naquele momento, o mundo de parou mais uma vez, aquela voz. Levantou-se como se a gravidade não fizesse efeito sobre seu corpo, ficando frente a frente com ele.
Seus olhos encontraram os dele e foi como se sua adolescência passasse na sua frente em instantes. As lembranças vieram na velocidade da luz.
não conseguia acreditar que o mundo foi tão pequeno daquela maneira. Sua inspiração para suas telas estava ali, na abertura da sua galeria. A rotação da terra o trouxe de volta algo que ela mesma tinha levado, sua musa.
Transbordantes mal-entendidos
Levaram você embora de novo
Mas na mente de só uma pergunta passava naquele momento.
— Afinal, quem é você?
— Você não se lembra?
Você se lembra de mim?
Então você não lembra.
— Tia, vamos! — Hyun Soon disse enquanto balançava os pés, irritada por ter que esperar.
A garotinha de seis anos estava sentada observando a irmã de sua mãe andar os quatros canto do quarto, enquanto se arrumava.
— Calma, Soon! A exposição só começa daqui meia hora. — A mulher disse, passando algum tipo de maquiagem no rosto. A menor achava ser rímel.
— Mas quero chegar lá cedo! — Hyun cruzou os braços e fez bico.
— Você é tão chata quanto sua mãe! — Elise retrucou dando língua, recebendo o mesmo ato da menina. — Aliás, por que tenho que ir com você?
— Ela disse que você é nova e pode aguentar essa coisa! — A menor deu os ombros. — Bora, tia!
— Tá bom, tá bom!
— Cara, ‘tô legal? — perguntou ao seu amigo pela vigésima vez em dez minutos, enquanto se olhava no espelho.
— Está é atrasado para sua própria exposição, isso sim! — disse impaciente, mexendo no celular.
— Por isso preciso estar, no mínimo, apresentável.
— E não atrasado…
— Estou pronto já!
7:37 P.M.
Há uma coisa que eu desenho
É o seu rosto que sorria brilhantemente como uma criança
contou nos dedos, foram exatos sete minutos de muita falácia.O dono nova galeria da cidade não parava de falar o quanto sua adolescência foi inspiradora para as suas obras de arte, principalmente uma “ex namorada muito especial”. sempre soube que fora muito namoradeira quando adolescente, mas lembrava bem pouco dessa época da sua vida, pois foi atropelada há alguns anos atrás e com a força que bateu a cabeça no chão, seu cérebro decidiu que esqueceria de uma parte de sua vida. Porém lembrava-se de um namoro bem conturbado, que o término teria sido porque ela preferiu ir embora da cidade com sua mãe ao invés de continuar ali, com ele, mas também lembrava-se de várias brigas e ciúmes excessivo, dela quebrando vasos de raiva e chorando de desespero. Achava que no fim, não era para dar certo.
É o mesmo tempo que nos permitiu irmos embora.
Não conseguia lembrar do nome dele, e talvez seu rosto tivesse mudado um pouco desde do que sua mente ainda conseguia recordar.
Ela podia afirmar com toda certeza que forçar sua mente para encontrar pequenos feixes de memória não estava programado para aquela noite, e nem queria já que sempre surgia dores de cabeça, mas estava ali pela sua sobrinha, uma menina que era tão pequena, mas amava arte. E ela fazia de tudo para ver Hyun Soon sorrir.
— Olha que lindo, tia! — Sentiu a menor puxar a barra do seu vestido enquanto andava pela galeria.
A pintura se tratava de uma casa no campo, nela era possível ver vários tons de verde, além de amarelo e branco.
— Muito bonita, mesmo!
observava a movimentação das pessoas enquanto olhava para os quadros, os quais ele mesmo pintou. Estava muito orgulhoso de si mesmo.
— Cara, olha aquela mulher! — chamou sua atenção, apontando para uma moça que estava acompanhada por uma pequena garota. — Parece a menina do seus quadros, só que mais velha. Como era o nome da sua musa mesmo?
Naquele momento era como se o mundo estivesse em câmera lenta, a moça abriu um sorriso para uma das telas que estavam parede e ali mesmo sabia que era realmente ela. Aquele sorriso era o que mais gostava de desenhar, de pincelar sobre as telas. O sorrir da garota nunca sairia da mente do pintor.
observou a menina andar até mesa em que estava sentado na sala de aula, no fim da fileira, lugar perfeito para desenhar sem ser interrompido pelo professor.
— Acho que isso é seu. — colocou o desenho sobre a mesa. Lá tinha um sorriso esboçado a lápis.
— Por que acha que é meu?
— Observei seus traços na aula de artes. — A garota deu os ombros, achando graça a situação — Por que um sorriso?
— Não sei… Só quis desenhar algo mais bonito que pude visualizar.
observou sua sobrinha parar o andar de vez e esboçar uma cara de espanto, como se visse algo assustador. A menor observa um quadro enorme, a principal obra do artista, de forma paralisada.
— Hyun, tudo bem? — Perguntou preocupada. — Você está me assustando, Soon!
A menina virou o rosto em sua direção, visivelmente emocionada.
— Foi você, tia? — Soon abriu um sorriso enorme, feliz demais para se conter.
— Eu o que, menina? — disse mais relaxada ao ver que sua sobrinha estava visivelmente bem.
— A musa do pintor! É VOCÊ! — A menor bateu palmas animada, chamando atenção de quem estava ao redor.
— Como?
— Olha! — Hyun Soon apontou para o gigante quadro em destaque na parede.
Assim que a maior colocou os olhos naquela pintura, seu coração parou de bombear sangue para o corpo, até ele teria ficado em choque. Não podia ser. Sua mente ficou turva e sentiu as pernas fraquejarem, flashes de memória invadiram mais rápido que uma luz se acende.
— O que você está pintando? — disse, abraçando o garoto por trás. Ele estava em frente a seu cavalete pintando um novo quadro. E esse era enorme.
— Você! — Disse simples, dando os ombros.
— Por que eu? — Perguntou curiosa, sorrindo de uma maneira que nunca tinha feito antes.
— Porque você é a minha maior musa inspiradora! — Falou antes de virar e pintar o nariz da moça.
Odiava não conseguir lembrar o rosto, ou pior, nem lembrar do nome. Era frustrante, mas o raio não podia cair duas vezes no mesmo lugar, podia?
Sentiu alguém puxar mais uma vez a barra do seu vestido. — Tia, você está bem?
— Eu… — Não conseguia bolar nenhuma frase. Procurou um banco para se sentar e por lá ficou, precisava se recuperar. Sua cabeça começou a latejar, o que a fez fechar os olhos com força.
— Ajuda aqui! — Hyun Soon começou a andar aperriada, chamando a atenção das pessoas.
— Para, Hyun, estou bem!
— É você, tia? Na pintura?
— É, Soon. Sou eu nessa pintura!
se aproximou das meninas o mais rápido possível para atender o chamado da mais nova, mas quando chegou perto percebeu que o desespero a garota mudou para felicidade.
— Não é legal ficar comemorando o estado de saúde de outra pessoa. — Ele fez graça com a menina que comemorava algo, agachando perto do banco em que a mulher estava sentada. — Você está bem?
— Estou sim, Hyun fez alarme a toa! Obrigada! — Sorriu em agradecimento.
— Aconteceu algo por aqui?
Se eu abraçasse você com meus braços
Os argumentos emocionais inúteis
Se tornariam explicáveis?
Naquele momento, o mundo de parou mais uma vez, aquela voz. Levantou-se como se a gravidade não fizesse efeito sobre seu corpo, ficando frente a frente com ele.
Seus olhos encontraram os dele e foi como se sua adolescência passasse na sua frente em instantes. As lembranças vieram na velocidade da luz.
não conseguia acreditar que o mundo foi tão pequeno daquela maneira. Sua inspiração para suas telas estava ali, na abertura da sua galeria. A rotação da terra o trouxe de volta algo que ela mesma tinha levado, sua musa.
Levaram você embora de novo
Mas na mente de só uma pergunta passava naquele momento.
— Afinal, quem é você?
— Você não se lembra?
Fim.
Nota da autora: Espero que tenham gostado, desculpa se ficou curtinho de mais, mas eu fiz o que a música me guiou!
xoxo,
Ríthe
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
xoxo,
Ríthe