05. True Love
Finalizada em: 30/09/2018

Capítulo Único

- Você PRECISA vir pro aniversário do null.
null diz no telefone enquanto eu terminava de cortar as cenouras da salada que eu faria pro jantar daquela noite.
- O que eu ganho com isso? – indago, colocando um punhado na vasilha, mexendo com uma colher de pau.
- null, ele é seu afilhado! Ele sente sua falta, já que você anda muito ocupado com o trabalho nos últimos meses.
null e null, depois do casamento, anunciaram a gravidez. Um lindo menino e, bom, eu fui cotado a ser o padrinho, assim como null era madrinha.
null estava viajando. Depois de tudo aquilo, ela terminou o seu noivado e foi conhecer o mundo, indo contra tudo o que seu pai e os homens da sua família queriam. Era uma mulher guerreira, maravilhosa e, coincidentemente, ainda dominava todo o meu coração.
- Eu vou aparecer aí. Qual presente eu levo? – indago antes de acender o fogo.
- Ah, você que sabe. Não vou ficar pedindo presente, já que ele já tem coisa demais. E você não vai ficar mimando ele. Já não basta o null.
- Ok. – falo, gargalhando em seguida. – Preciso desligar pra fazer o jantar.
- Esqueci que sua mãe está indo pra sua casa ver essa zona que você chama de lar. Boa sorte, null. Até amanhã?
- Até, sua idiota! – exclamo, rindo e encerrando a chamada, colocando o celular no meu bolso.
Enquanto eu alternava entre o frango assado no forno e os legumes na panela, pensava em como seria reencontrar null. Talvez ela esteja mais bonita. Ou com um novo penteado, já que ela adorava mudar o cabelo. Talvez esteja com outra pessoa, e tenha esquecido totalmente o que aconteceu na última vez que nos vimos.
Ouço a porta da sala se abrir e meu cachorro começa a latir, fazendo uma festa ao ver minha mãe.
- Querido! – ela exclama assim que entra na cozinha, sorrindo ao me encarar. – Você está mais bonito. Está malhando mais?
- Sim. A senhora está bem? – indago, beijando sua testa e abraçando-a em seguida. – E meu pai?
- Você sabe como ele é, né? Ficou lá, detesta cidades assim. – ela diz, rolando os olhos em seguida. – O que você está fazendo?
- Estou cozinhando, estou terminando, na verdade. – falo e ela sorri, sentando na cadeira.
- E aquela garota? Como era o nome dela? – mamãe indaga após alguns minutos de silêncio.
- null? null? – indago, desligando o forno.
- Isso. Como está null? – indaga, sorrindo em seguida. – Vocês ainda são amigos?
- Ah, acho que não. Ela terminou o noivado. – falo, colocando a travessa de frango na mesa. – Viajou e não tive mais notícias. Isso foi antes do null nascer, e ele já vai fazer 1 ano.
- E você ainda gosta dela? – mamãe indaga e eu suspiro, ficando em silêncio, apenas olhando pra ela. – Quem cala, consente.
- Mãe, não seria capaz de esquecer null. – falo e ela sorri, segurando minha mão. – Mesmo se eu quisesse. Eu que pedi para nos afastarmos. Eu que não era e nem sou digno de ser amado por ela.
- Querido, você sabe que não é verdade. – mamãe diz, acariciando e mexendo com o seu polegar. – Você é o rapaz mais maravilhoso que eu já conheci. Não digo apenas por ser sua mãe, mas por saber que é a verdade. E, se essa garota te ama, vocês DEVEM ficar juntos.
- Não é só pelo amor. – sussurro, mexendo na comida em meu prato, sem vontade alguma de comer.
- Não, eu sei que não, só que vocês já têm tudo. Não merecem sofrer por isso. – ela diz, sorrindo de lado.
Durante o jantar, tentava não pensar em como iria encontrar null, em como eu iria reagir e, principalmente, como ela iria reagir.
Poderia ficar feliz, ou com raiva, ou apenas ignorar.
Aquela dúvida me atormentava, junto das perguntas e da insegurança, algo que eu só tive com ela.
Por que ela faz isso comigo? Por que justo ela?

(...)


- Olha quem chegou, null! – null exclama assim que passo por ela.
O pequeno olha em minha direção, sorrindo e caminhando em passos apressados e desgovernados o suficiente para um bebê de apenas 1 ano.
O peguei no colo antes que ele pudesse cair, bagunçando seu cabelo e beijando sua testa.
- Titio! – ele exclama, tentando pegar o embrulho enorme da minha mão. – Meu?
- Sim, seu. – falo, colocando o rapazinho no chão, entregando seu presente em seguida.
- Como que fala, meu amor? – null indaga, segurando em uma de suas mãozinhas.
- De nada. – ele fala, me fazendo gargalhar.
- É obrigado, querido. – null fala, rindo fraco. – Agora vem, temos que arrumar essa roupa.
Ela logo some do meu campo de visão. null estava conversando com alguns caras do trabalho, enquanto eu procurava pelo rosto conhecido e adorável de, bom, todos já sabem.
Peguei uma cerveja, cumprimentando familiares de meus amigos, desviando de crianças que corriam para todos os lados e procurando por alguma companhia.
Detestava ser o amigo sem companhia. Era oficial.
Ouço a campainha tocar e eu caminho até a porta, abrindo a mesma em seguida.
Quase caio para trás ao ver quem estava ali, na minha frente, segurando um embrulho enorme nos braços.
- null? – indago, sentindo meus batimentos cardíacos acelerarem de imediato.
- null! – ela exclama, sorrindo. – Ah, cadê o null?
- Ele está com a null. – falo, dando espaço para ela poder entrar na residência.
Droga, como ela continuava bonita. E eu continuava um babaca apaixonado que não conseguia esconder a felicidade em vê-la.
Ela estava diferente. O cabelo estava mais claro, longo. Ela não usava os saltos que tanto via em seus pés, e eu achava que era por causa da festa.
- Você já a viu? – null indaga, parando ao meu lado.
- Eu abri a porta pra ela. – falo, pegando um salgadinho que estava em sua mão.
- O que você vai fazer agora? – ele indaga, dando dois tapinhas em meu ombro.
- Eu? O que eu tenho que fazer? – indago, arqueando uma das sobrancelhas.
- Agarrar? Beijar? Declarar seu amor? São muitas opções. – null fala, me fazendo gargalhar ironicamente. – Você sabe o que deve fazer.
Antes que eu pudesse responder ironicamente, null nos chama para irmos até a mesa do bolo, onde tinha uma decoração totalmente exagerada de dinossauros e verde, tudo na mesma proporção.
- Precisamos tirar foto. – null fala, colocando null de pé numa cadeira. O pequeno parecia estar entediado de ainda estar ali, tirando fotos, e não podendo aproveitar as crianças para brincar e explorar o quintal gigantesco que havia lá fora.
- O que foi carinha? – indago ao parar do lado do pequeno.
- Cansado. – ele dispara, me fazendo rir. – Titia!
Levanto o rosto, vendo null ali, parada, com um sorriso no rosto, olhando em minha direção.
- Vamos tirar foto pra você ir brincar logo. – null fala, abraçando de lado null, que bufou antes de sorrir para a câmera.
Tiramos cerca de quatro fotos, antes que null o liberasse para brincar por alguns minutos antes do tão esperado parabéns.
- Ele está crescendo tão rápido. – null fala, apoiando sua cabeça em meu ombro. – Só quero ver quando ele souber do irmãozinho ou irmãzinha.
- Do que você está falando? – indago e ela bufou, olhando em meus olhos. – Você está grávida?
- Ah, sim. – ela fala, sorrindo em seguida. – Ainda não descobrimos o sexo.
- Você e null esperaram o casamento acontecer pra ter filho? – indago, arrancando uma risada de minha melhor amiga. – Fico feliz que esteja feliz. null vai pirar com isso.
- Nós queremos contar, mas queremos saber o sexo primeiro. – null fala. – Ele é um menino tão bom, e sei que vai ficar feliz com a notícia.
- Ele vai mesmo! – exclamo.
- E você e null? – ela indaga. – Já foi falar com ela?
- Sobre o quê? – indago, comendo um salgadinho.
- Não sei, vocês precisam conversar. – ela fala, me fazendo rolar os olhos. – Não digo sobre declaração, mas sei que tem algo entre vocês.
- Você e null são insuportáveis quando se trata da minha vida amorosa. – falo, rolando os olhos em seguida.
- Só queremos que você seja feliz. E nós sabemos que ela é capaz de fazer isso. – null fala, caminhando para longe pra chamar null pro parabéns.
null colocou meu afilhado na cadeira, fazendo com que ele ficasse de pé. null pegava um isqueiro para acender a vela, tomando distância assim que o fogo subiu, assustando até mesmo null, que gargalhou e começou a bater palmas.
- Ele está radiante. – null fala quando para ao meu lado, me fazendo assentir. – Parece que foi ontem que null anunciou a gravidez.
- Quase dois anos. – falo e ela assente. – Eu não tenho muitas notícias suas desde então.
- Resolvi viver minha vida. – ela fala, dando de ombros. – Kabir está noivo de alguém que o ama verdadeiramente. E isso me deixa feliz.
- Você tem alguém que ama? – indago, olhando em seus olhos pela primeira vez.
Ignorei totalmente o parabéns e todas as outras canções que cantavam em aniversários, encarando aquela mulher na minha frente.
- Isso não importa. – ela fala, caminhando para longe de mim.
Meu coração acelerou, quase saiu pela boca. null caminhava para longe, me deixando parado.
Será que ela ainda me ama?
null começou a agradecer a todos pela presença, atraindo minha atenção, assim como de todos ao redor.
- Quero agradecer também aos padrinhos do null, null e null, que nos ajudaram muito nesse último ano de nossas vidas. – ela fala, ameaçando chorar. – Eu e null não poderíamos escolher padrinhos melhores para o nosso menino, sério! A gente ama vocês.
Sorri agradecido, sendo alvo de olhares de todos ali.
A festa continuou. null já estava quase dormindo em meu colo, enquanto as pessoas se despediam, indo para suas casas.
- Ele é lindo demais, né? – null indaga ao parar do meu lado, acariciando os cabelos do pequeno, que se remexeu no meu colo.
- Imagina quando null for ter mais um filho. – falo e null arregala os olhos. – Ela está grávida!
- E eu não sabia disso! – ela exclama, me fazendo rir. – Quer beber?
- Não, estou dirigindo. – falo e ela sorriu de lado, concordando e indo para a cozinha, voltando minutos depois.
- null, ele já dormiu e você não avisou? – null indaga, colocando um embrulho no chão, vindo em minha direção.
- Deixa ele que o null leva. Você não pode carregar peso, esqueceu? – indago e ela bufa.
- Esqueceu também de comentar sobre isso comigo. – null fala, me fazendo rir. – Qual o sexo? É uma menina? Eu posso ser madrinha novamente?
- Infelizmente não sabemos o sexo e você não pode ser madrinha. – null fala, gargalhando em seguida. – null, null dormiu!
- Já volto. – null fala, pegando o pequeno do meu colo, caminhando para o andar superior.
- Como null reagiu quando contaram da gravidez? – null indaga assim que null senta ao nosso lado.
- Eu ainda não contei. Estamos esperando para saber o sexo. – null fala, acariciando a barriga. – Espero que seja uma menina.
Conversamos por mais ou menos trinta minutos, até que percebi que estava tarde e amanhã eu trabalhava bem cedo, assim como o casal.
- Você realmente não se importa de me levar, null? – null indaga pela milésima vez desde que entramos no carro.
- Claro que não. – falo e ela suspira aliviada. – Onde você está hospedada?
- Ah, eu iria pedir pra ficar na casa de null, já que pretendo ir embora amanhã. – ela fala, e eu sorrio de lado.
No meu subconsciente, uma voz berrava pedindo para impedi-la de partir e me deixar mais uma vez. Eu não queria ouvir, mas também não conseguia ignorar.
- Finn irá ficar feliz com sua vinda. Ele sente muito a sua falta. – falo após algum tempo em silêncio. – Ok, eu também estou.
- Eu também estava sentindo sua falta. – ela fala, tocando minha mão que estava na marcha, acariciando por alguns segundos, que não foram o suficiente para mim.
Avisto o meu prédio e estaciono, desligando o motor e encarando o volante.
- Eu amo você, null. – sussurro, chamando a atenção da mulher ao meu lado. – Eu te amei noiva, e continuo te amando, mesmo que você não me ame.
- null... – ela começa. – Depois de tanto tempo.
- Eu sei, eu sei. Eu só achava que Kabir era o homem certo para você. Eu não sou digno de nenhum sentimento, null, você sabe disso. O que eu fiz com você, com nós dois, foi cruel, e eu aprendi. – falo, olhando em seus olhos pela primeira vez nos últimos minutos. – Eu só queria dizer isso para você e...
E antes que eu pudesse continuar, ela me beijou, vindo para cima de mim. Arrastei o banco para trás, colocando-a em meu colo corretamente, a medida em que nos beijávamos e acariciávamos nossos corpos quentes.
- Eu sou um policial. Eu não posso fazer isso. – falo enquanto ela beija meu pescoço, e ela logo ri, levantando seu rosto e olhando em meus olhos. – É contra a lei querer fazer isso num carro sendo uma pessoa que cumpre as leis?
- Acho que sim. – ela fala, me fazendo beijar seus lábios rapidamente. – Eu me sinto em casa novamente, e olha que estamos num carro.
- Eu te entendo, também estou assim. – falo e ela sorri, acariciando meu rosto.
Beijei seus lábios mais uma vez, sentindo a necessidade de algo a mais.
- Um passo de cada vez. – ela sussurra assim que separamos nossos lábios.
- Que tal dar um passo de cada vez até o meu apartamento? – indago e ela gargalhou, batendo em meu ombro. – Você vai dormir no meu carro?
- Claro que não. – ela fala, rolando os olhos em seguida. – Mas você entendeu muito bem o que eu quis dizer.
- Eu sei. Nós vamos com calma. – falo e ela sorri, concordando com a cabeça. – Então, vamos? Eu arrumo uma cama pra você.
- Eu prefiro dormir com você. – ela fala, me fazendo rir.
- É isso que você fala “ir com calma”? – indago, fazendo null gargalhar. – Eu sentia falta disso.
- E eu também, null null. – ela diz, antes de me beijar mais uma vez, deixando claro seus sentimentos e eu deixando os meus, com a certeza de que passaríamos o resto de nossos dias juntos.




FIM!



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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