Capítulo Único
- Você PRECISA vir pro aniversário do .
diz no telefone enquanto eu terminava de cortar as cenouras da salada que eu faria pro jantar daquela noite.
- O que eu ganho com isso? – indago, colocando um punhado na vasilha, mexendo com uma colher de pau.
- , ele é seu afilhado! Ele sente sua falta, já que você anda muito ocupado com o trabalho nos últimos meses.
e , depois do casamento, anunciaram a gravidez. Um lindo menino e, bom, eu fui cotado a ser o padrinho, assim como era madrinha.
estava viajando. Depois de tudo aquilo, ela terminou o seu noivado e foi conhecer o mundo, indo contra tudo o que seu pai e os homens da sua família queriam. Era uma mulher guerreira, maravilhosa e, coincidentemente, ainda dominava todo o meu coração.
- Eu vou aparecer aí. Qual presente eu levo? – indago antes de acender o fogo.
- Ah, você que sabe. Não vou ficar pedindo presente, já que ele já tem coisa demais. E você não vai ficar mimando ele. Já não basta o .
- Ok. – falo, gargalhando em seguida. – Preciso desligar pra fazer o jantar.
- Esqueci que sua mãe está indo pra sua casa ver essa zona que você chama de lar. Boa sorte, . Até amanhã?
- Até, sua idiota! – exclamo, rindo e encerrando a chamada, colocando o celular no meu bolso.
Enquanto eu alternava entre o frango assado no forno e os legumes na panela, pensava em como seria reencontrar . Talvez ela esteja mais bonita. Ou com um novo penteado, já que ela adorava mudar o cabelo. Talvez esteja com outra pessoa, e tenha esquecido totalmente o que aconteceu na última vez que nos vimos.
Ouço a porta da sala se abrir e meu cachorro começa a latir, fazendo uma festa ao ver minha mãe.
- Querido! – ela exclama assim que entra na cozinha, sorrindo ao me encarar. – Você está mais bonito. Está malhando mais?
- Sim. A senhora está bem? – indago, beijando sua testa e abraçando-a em seguida. – E meu pai?
- Você sabe como ele é, né? Ficou lá, detesta cidades assim. – ela diz, rolando os olhos em seguida. – O que você está fazendo?
- Estou cozinhando, estou terminando, na verdade. – falo e ela sorri, sentando na cadeira.
- E aquela garota? Como era o nome dela? – mamãe indaga após alguns minutos de silêncio.
- ? ? – indago, desligando o forno.
- Isso. Como está ? – indaga, sorrindo em seguida. – Vocês ainda são amigos?
- Ah, acho que não. Ela terminou o noivado. – falo, colocando a travessa de frango na mesa. – Viajou e não tive mais notícias. Isso foi antes do nascer, e ele já vai fazer 1 ano.
- E você ainda gosta dela? – mamãe indaga e eu suspiro, ficando em silêncio, apenas olhando pra ela. – Quem cala, consente.
- Mãe, não seria capaz de esquecer . – falo e ela sorri, segurando minha mão. – Mesmo se eu quisesse. Eu que pedi para nos afastarmos. Eu que não era e nem sou digno de ser amado por ela.
- Querido, você sabe que não é verdade. – mamãe diz, acariciando e mexendo com o seu polegar. – Você é o rapaz mais maravilhoso que eu já conheci. Não digo apenas por ser sua mãe, mas por saber que é a verdade. E, se essa garota te ama, vocês DEVEM ficar juntos.
- Não é só pelo amor. – sussurro, mexendo na comida em meu prato, sem vontade alguma de comer.
- Não, eu sei que não, só que vocês já têm tudo. Não merecem sofrer por isso. – ela diz, sorrindo de lado.
Durante o jantar, tentava não pensar em como iria encontrar , em como eu iria reagir e, principalmente, como ela iria reagir.
Poderia ficar feliz, ou com raiva, ou apenas ignorar.
Aquela dúvida me atormentava, junto das perguntas e da insegurança, algo que eu só tive com ela.
Por que ela faz isso comigo? Por que justo ela?
(...)
- Olha quem chegou, ! – exclama assim que passo por ela.
O pequeno olha em minha direção, sorrindo e caminhando em passos apressados e desgovernados o suficiente para um bebê de apenas 1 ano.
O peguei no colo antes que ele pudesse cair, bagunçando seu cabelo e beijando sua testa.
- Titio! – ele exclama, tentando pegar o embrulho enorme da minha mão. – Meu?
- Sim, seu. – falo, colocando o rapazinho no chão, entregando seu presente em seguida.
- Como que fala, meu amor? – indaga, segurando em uma de suas mãozinhas.
- De nada. – ele fala, me fazendo gargalhar.
- É obrigado, querido. – fala, rindo fraco. – Agora vem, temos que arrumar essa roupa.
Ela logo some do meu campo de visão. estava conversando com alguns caras do trabalho, enquanto eu procurava pelo rosto conhecido e adorável de, bom, todos já sabem.
Peguei uma cerveja, cumprimentando familiares de meus amigos, desviando de crianças que corriam para todos os lados e procurando por alguma companhia.
Detestava ser o amigo sem companhia. Era oficial.
Ouço a campainha tocar e eu caminho até a porta, abrindo a mesma em seguida.
Quase caio para trás ao ver quem estava ali, na minha frente, segurando um embrulho enorme nos braços.
- ? – indago, sentindo meus batimentos cardíacos acelerarem de imediato.
- ! – ela exclama, sorrindo. – Ah, cadê o ?
- Ele está com a . – falo, dando espaço para ela poder entrar na residência.
Droga, como ela continuava bonita. E eu continuava um babaca apaixonado que não conseguia esconder a felicidade em vê-la.
Ela estava diferente. O cabelo estava mais claro, longo. Ela não usava os saltos que tanto via em seus pés, e eu achava que era por causa da festa.
- Você já a viu? – indaga, parando ao meu lado.
- Eu abri a porta pra ela. – falo, pegando um salgadinho que estava em sua mão.
- O que você vai fazer agora? – ele indaga, dando dois tapinhas em meu ombro.
- Eu? O que eu tenho que fazer? – indago, arqueando uma das sobrancelhas.
- Agarrar? Beijar? Declarar seu amor? São muitas opções. – fala, me fazendo gargalhar ironicamente. – Você sabe o que deve fazer.
Antes que eu pudesse responder ironicamente, nos chama para irmos até a mesa do bolo, onde tinha uma decoração totalmente exagerada de dinossauros e verde, tudo na mesma proporção.
- Precisamos tirar foto. – fala, colocando de pé numa cadeira. O pequeno parecia estar entediado de ainda estar ali, tirando fotos, e não podendo aproveitar as crianças para brincar e explorar o quintal gigantesco que havia lá fora.
- O que foi carinha? – indago ao parar do lado do pequeno.
- Cansado. – ele dispara, me fazendo rir. – Titia!
Levanto o rosto, vendo ali, parada, com um sorriso no rosto, olhando em minha direção.
- Vamos tirar foto pra você ir brincar logo. – fala, abraçando de lado , que bufou antes de sorrir para a câmera.
Tiramos cerca de quatro fotos, antes que o liberasse para brincar por alguns minutos antes do tão esperado parabéns.
- Ele está crescendo tão rápido. – fala, apoiando sua cabeça em meu ombro. – Só quero ver quando ele souber do irmãozinho ou irmãzinha.
- Do que você está falando? – indago e ela bufou, olhando em meus olhos. – Você está grávida?
- Ah, sim. – ela fala, sorrindo em seguida. – Ainda não descobrimos o sexo.
- Você e esperaram o casamento acontecer pra ter filho? – indago, arrancando uma risada de minha melhor amiga. – Fico feliz que esteja feliz. vai pirar com isso.
- Nós queremos contar, mas queremos saber o sexo primeiro. – fala. – Ele é um menino tão bom, e sei que vai ficar feliz com a notícia.
- Ele vai mesmo! – exclamo.
- E você e ? – ela indaga. – Já foi falar com ela?
- Sobre o quê? – indago, comendo um salgadinho.
- Não sei, vocês precisam conversar. – ela fala, me fazendo rolar os olhos. – Não digo sobre declaração, mas sei que tem algo entre vocês.
- Você e são insuportáveis quando se trata da minha vida amorosa. – falo, rolando os olhos em seguida.
- Só queremos que você seja feliz. E nós sabemos que ela é capaz de fazer isso. – fala, caminhando para longe pra chamar pro parabéns.
colocou meu afilhado na cadeira, fazendo com que ele ficasse de pé. pegava um isqueiro para acender a vela, tomando distância assim que o fogo subiu, assustando até mesmo , que gargalhou e começou a bater palmas.
- Ele está radiante. – fala quando para ao meu lado, me fazendo assentir. – Parece que foi ontem que anunciou a gravidez.
- Quase dois anos. – falo e ela assente. – Eu não tenho muitas notícias suas desde então.
- Resolvi viver minha vida. – ela fala, dando de ombros. – Kabir está noivo de alguém que o ama verdadeiramente. E isso me deixa feliz.
- Você tem alguém que ama? – indago, olhando em seus olhos pela primeira vez.
Ignorei totalmente o parabéns e todas as outras canções que cantavam em aniversários, encarando aquela mulher na minha frente.
- Isso não importa. – ela fala, caminhando para longe de mim.
Meu coração acelerou, quase saiu pela boca. caminhava para longe, me deixando parado.
Será que ela ainda me ama?
começou a agradecer a todos pela presença, atraindo minha atenção, assim como de todos ao redor.
- Quero agradecer também aos padrinhos do , e , que nos ajudaram muito nesse último ano de nossas vidas. – ela fala, ameaçando chorar. – Eu e não poderíamos escolher padrinhos melhores para o nosso menino, sério! A gente ama vocês.
Sorri agradecido, sendo alvo de olhares de todos ali.
A festa continuou. já estava quase dormindo em meu colo, enquanto as pessoas se despediam, indo para suas casas.
- Ele é lindo demais, né? – indaga ao parar do meu lado, acariciando os cabelos do pequeno, que se remexeu no meu colo.
- Imagina quando for ter mais um filho. – falo e arregala os olhos. – Ela está grávida!
- E eu não sabia disso! – ela exclama, me fazendo rir. – Quer beber?
- Não, estou dirigindo. – falo e ela sorriu de lado, concordando e indo para a cozinha, voltando minutos depois.
- , ele já dormiu e você não avisou? – indaga, colocando um embrulho no chão, vindo em minha direção.
- Deixa ele que o leva. Você não pode carregar peso, esqueceu? – indago e ela bufa.
- Esqueceu também de comentar sobre isso comigo. – fala, me fazendo rir. – Qual o sexo? É uma menina? Eu posso ser madrinha novamente?
- Infelizmente não sabemos o sexo e você não pode ser madrinha. – fala, gargalhando em seguida. – , dormiu!
- Já volto. – fala, pegando o pequeno do meu colo, caminhando para o andar superior.
- Como reagiu quando contaram da gravidez? – indaga assim que senta ao nosso lado.
- Eu ainda não contei. Estamos esperando para saber o sexo. – fala, acariciando a barriga. – Espero que seja uma menina.
Conversamos por mais ou menos trinta minutos, até que percebi que estava tarde e amanhã eu trabalhava bem cedo, assim como o casal.
- Você realmente não se importa de me levar, ? – indaga pela milésima vez desde que entramos no carro.
- Claro que não. – falo e ela suspira aliviada. – Onde você está hospedada?
- Ah, eu iria pedir pra ficar na casa de , já que pretendo ir embora amanhã. – ela fala, e eu sorrio de lado.
No meu subconsciente, uma voz berrava pedindo para impedi-la de partir e me deixar mais uma vez. Eu não queria ouvir, mas também não conseguia ignorar.
- Finn irá ficar feliz com sua vinda. Ele sente muito a sua falta. – falo após algum tempo em silêncio. – Ok, eu também estou.
- Eu também estava sentindo sua falta. – ela fala, tocando minha mão que estava na marcha, acariciando por alguns segundos, que não foram o suficiente para mim.
Avisto o meu prédio e estaciono, desligando o motor e encarando o volante.
- Eu amo você, . – sussurro, chamando a atenção da mulher ao meu lado. – Eu te amei noiva, e continuo te amando, mesmo que você não me ame.
- ... – ela começa. – Depois de tanto tempo.
- Eu sei, eu sei. Eu só achava que Kabir era o homem certo para você. Eu não sou digno de nenhum sentimento, , você sabe disso. O que eu fiz com você, com nós dois, foi cruel, e eu aprendi. – falo, olhando em seus olhos pela primeira vez nos últimos minutos. – Eu só queria dizer isso para você e...
E antes que eu pudesse continuar, ela me beijou, vindo para cima de mim. Arrastei o banco para trás, colocando-a em meu colo corretamente, a medida em que nos beijávamos e acariciávamos nossos corpos quentes.
- Eu sou um policial. Eu não posso fazer isso. – falo enquanto ela beija meu pescoço, e ela logo ri, levantando seu rosto e olhando em meus olhos. – É contra a lei querer fazer isso num carro sendo uma pessoa que cumpre as leis?
- Acho que sim. – ela fala, me fazendo beijar seus lábios rapidamente. – Eu me sinto em casa novamente, e olha que estamos num carro.
- Eu te entendo, também estou assim. – falo e ela sorri, acariciando meu rosto.
Beijei seus lábios mais uma vez, sentindo a necessidade de algo a mais.
- Um passo de cada vez. – ela sussurra assim que separamos nossos lábios.
- Que tal dar um passo de cada vez até o meu apartamento? – indago e ela gargalhou, batendo em meu ombro. – Você vai dormir no meu carro?
- Claro que não. – ela fala, rolando os olhos em seguida. – Mas você entendeu muito bem o que eu quis dizer.
- Eu sei. Nós vamos com calma. – falo e ela sorri, concordando com a cabeça. – Então, vamos? Eu arrumo uma cama pra você.
- Eu prefiro dormir com você. – ela fala, me fazendo rir.
- É isso que você fala “ir com calma”? – indago, fazendo gargalhar. – Eu sentia falta disso.
- E eu também, . – ela diz, antes de me beijar mais uma vez, deixando claro seus sentimentos e eu deixando os meus, com a certeza de que passaríamos o resto de nossos dias juntos.
diz no telefone enquanto eu terminava de cortar as cenouras da salada que eu faria pro jantar daquela noite.
- O que eu ganho com isso? – indago, colocando um punhado na vasilha, mexendo com uma colher de pau.
- , ele é seu afilhado! Ele sente sua falta, já que você anda muito ocupado com o trabalho nos últimos meses.
e , depois do casamento, anunciaram a gravidez. Um lindo menino e, bom, eu fui cotado a ser o padrinho, assim como era madrinha.
estava viajando. Depois de tudo aquilo, ela terminou o seu noivado e foi conhecer o mundo, indo contra tudo o que seu pai e os homens da sua família queriam. Era uma mulher guerreira, maravilhosa e, coincidentemente, ainda dominava todo o meu coração.
- Eu vou aparecer aí. Qual presente eu levo? – indago antes de acender o fogo.
- Ah, você que sabe. Não vou ficar pedindo presente, já que ele já tem coisa demais. E você não vai ficar mimando ele. Já não basta o .
- Ok. – falo, gargalhando em seguida. – Preciso desligar pra fazer o jantar.
- Esqueci que sua mãe está indo pra sua casa ver essa zona que você chama de lar. Boa sorte, . Até amanhã?
- Até, sua idiota! – exclamo, rindo e encerrando a chamada, colocando o celular no meu bolso.
Enquanto eu alternava entre o frango assado no forno e os legumes na panela, pensava em como seria reencontrar . Talvez ela esteja mais bonita. Ou com um novo penteado, já que ela adorava mudar o cabelo. Talvez esteja com outra pessoa, e tenha esquecido totalmente o que aconteceu na última vez que nos vimos.
Ouço a porta da sala se abrir e meu cachorro começa a latir, fazendo uma festa ao ver minha mãe.
- Querido! – ela exclama assim que entra na cozinha, sorrindo ao me encarar. – Você está mais bonito. Está malhando mais?
- Sim. A senhora está bem? – indago, beijando sua testa e abraçando-a em seguida. – E meu pai?
- Você sabe como ele é, né? Ficou lá, detesta cidades assim. – ela diz, rolando os olhos em seguida. – O que você está fazendo?
- Estou cozinhando, estou terminando, na verdade. – falo e ela sorri, sentando na cadeira.
- E aquela garota? Como era o nome dela? – mamãe indaga após alguns minutos de silêncio.
- ? ? – indago, desligando o forno.
- Isso. Como está ? – indaga, sorrindo em seguida. – Vocês ainda são amigos?
- Ah, acho que não. Ela terminou o noivado. – falo, colocando a travessa de frango na mesa. – Viajou e não tive mais notícias. Isso foi antes do nascer, e ele já vai fazer 1 ano.
- E você ainda gosta dela? – mamãe indaga e eu suspiro, ficando em silêncio, apenas olhando pra ela. – Quem cala, consente.
- Mãe, não seria capaz de esquecer . – falo e ela sorri, segurando minha mão. – Mesmo se eu quisesse. Eu que pedi para nos afastarmos. Eu que não era e nem sou digno de ser amado por ela.
- Querido, você sabe que não é verdade. – mamãe diz, acariciando e mexendo com o seu polegar. – Você é o rapaz mais maravilhoso que eu já conheci. Não digo apenas por ser sua mãe, mas por saber que é a verdade. E, se essa garota te ama, vocês DEVEM ficar juntos.
- Não é só pelo amor. – sussurro, mexendo na comida em meu prato, sem vontade alguma de comer.
- Não, eu sei que não, só que vocês já têm tudo. Não merecem sofrer por isso. – ela diz, sorrindo de lado.
Durante o jantar, tentava não pensar em como iria encontrar , em como eu iria reagir e, principalmente, como ela iria reagir.
Poderia ficar feliz, ou com raiva, ou apenas ignorar.
Aquela dúvida me atormentava, junto das perguntas e da insegurança, algo que eu só tive com ela.
Por que ela faz isso comigo? Por que justo ela?
- Olha quem chegou, ! – exclama assim que passo por ela.
O pequeno olha em minha direção, sorrindo e caminhando em passos apressados e desgovernados o suficiente para um bebê de apenas 1 ano.
O peguei no colo antes que ele pudesse cair, bagunçando seu cabelo e beijando sua testa.
- Titio! – ele exclama, tentando pegar o embrulho enorme da minha mão. – Meu?
- Sim, seu. – falo, colocando o rapazinho no chão, entregando seu presente em seguida.
- Como que fala, meu amor? – indaga, segurando em uma de suas mãozinhas.
- De nada. – ele fala, me fazendo gargalhar.
- É obrigado, querido. – fala, rindo fraco. – Agora vem, temos que arrumar essa roupa.
Ela logo some do meu campo de visão. estava conversando com alguns caras do trabalho, enquanto eu procurava pelo rosto conhecido e adorável de, bom, todos já sabem.
Peguei uma cerveja, cumprimentando familiares de meus amigos, desviando de crianças que corriam para todos os lados e procurando por alguma companhia.
Detestava ser o amigo sem companhia. Era oficial.
Ouço a campainha tocar e eu caminho até a porta, abrindo a mesma em seguida.
Quase caio para trás ao ver quem estava ali, na minha frente, segurando um embrulho enorme nos braços.
- ? – indago, sentindo meus batimentos cardíacos acelerarem de imediato.
- ! – ela exclama, sorrindo. – Ah, cadê o ?
- Ele está com a . – falo, dando espaço para ela poder entrar na residência.
Droga, como ela continuava bonita. E eu continuava um babaca apaixonado que não conseguia esconder a felicidade em vê-la.
Ela estava diferente. O cabelo estava mais claro, longo. Ela não usava os saltos que tanto via em seus pés, e eu achava que era por causa da festa.
- Você já a viu? – indaga, parando ao meu lado.
- Eu abri a porta pra ela. – falo, pegando um salgadinho que estava em sua mão.
- O que você vai fazer agora? – ele indaga, dando dois tapinhas em meu ombro.
- Eu? O que eu tenho que fazer? – indago, arqueando uma das sobrancelhas.
- Agarrar? Beijar? Declarar seu amor? São muitas opções. – fala, me fazendo gargalhar ironicamente. – Você sabe o que deve fazer.
Antes que eu pudesse responder ironicamente, nos chama para irmos até a mesa do bolo, onde tinha uma decoração totalmente exagerada de dinossauros e verde, tudo na mesma proporção.
- Precisamos tirar foto. – fala, colocando de pé numa cadeira. O pequeno parecia estar entediado de ainda estar ali, tirando fotos, e não podendo aproveitar as crianças para brincar e explorar o quintal gigantesco que havia lá fora.
- O que foi carinha? – indago ao parar do lado do pequeno.
- Cansado. – ele dispara, me fazendo rir. – Titia!
Levanto o rosto, vendo ali, parada, com um sorriso no rosto, olhando em minha direção.
- Vamos tirar foto pra você ir brincar logo. – fala, abraçando de lado , que bufou antes de sorrir para a câmera.
Tiramos cerca de quatro fotos, antes que o liberasse para brincar por alguns minutos antes do tão esperado parabéns.
- Ele está crescendo tão rápido. – fala, apoiando sua cabeça em meu ombro. – Só quero ver quando ele souber do irmãozinho ou irmãzinha.
- Do que você está falando? – indago e ela bufou, olhando em meus olhos. – Você está grávida?
- Ah, sim. – ela fala, sorrindo em seguida. – Ainda não descobrimos o sexo.
- Você e esperaram o casamento acontecer pra ter filho? – indago, arrancando uma risada de minha melhor amiga. – Fico feliz que esteja feliz. vai pirar com isso.
- Nós queremos contar, mas queremos saber o sexo primeiro. – fala. – Ele é um menino tão bom, e sei que vai ficar feliz com a notícia.
- Ele vai mesmo! – exclamo.
- E você e ? – ela indaga. – Já foi falar com ela?
- Sobre o quê? – indago, comendo um salgadinho.
- Não sei, vocês precisam conversar. – ela fala, me fazendo rolar os olhos. – Não digo sobre declaração, mas sei que tem algo entre vocês.
- Você e são insuportáveis quando se trata da minha vida amorosa. – falo, rolando os olhos em seguida.
- Só queremos que você seja feliz. E nós sabemos que ela é capaz de fazer isso. – fala, caminhando para longe pra chamar pro parabéns.
colocou meu afilhado na cadeira, fazendo com que ele ficasse de pé. pegava um isqueiro para acender a vela, tomando distância assim que o fogo subiu, assustando até mesmo , que gargalhou e começou a bater palmas.
- Ele está radiante. – fala quando para ao meu lado, me fazendo assentir. – Parece que foi ontem que anunciou a gravidez.
- Quase dois anos. – falo e ela assente. – Eu não tenho muitas notícias suas desde então.
- Resolvi viver minha vida. – ela fala, dando de ombros. – Kabir está noivo de alguém que o ama verdadeiramente. E isso me deixa feliz.
- Você tem alguém que ama? – indago, olhando em seus olhos pela primeira vez.
Ignorei totalmente o parabéns e todas as outras canções que cantavam em aniversários, encarando aquela mulher na minha frente.
- Isso não importa. – ela fala, caminhando para longe de mim.
Meu coração acelerou, quase saiu pela boca. caminhava para longe, me deixando parado.
Será que ela ainda me ama?
começou a agradecer a todos pela presença, atraindo minha atenção, assim como de todos ao redor.
- Quero agradecer também aos padrinhos do , e , que nos ajudaram muito nesse último ano de nossas vidas. – ela fala, ameaçando chorar. – Eu e não poderíamos escolher padrinhos melhores para o nosso menino, sério! A gente ama vocês.
Sorri agradecido, sendo alvo de olhares de todos ali.
A festa continuou. já estava quase dormindo em meu colo, enquanto as pessoas se despediam, indo para suas casas.
- Ele é lindo demais, né? – indaga ao parar do meu lado, acariciando os cabelos do pequeno, que se remexeu no meu colo.
- Imagina quando for ter mais um filho. – falo e arregala os olhos. – Ela está grávida!
- E eu não sabia disso! – ela exclama, me fazendo rir. – Quer beber?
- Não, estou dirigindo. – falo e ela sorriu de lado, concordando e indo para a cozinha, voltando minutos depois.
- , ele já dormiu e você não avisou? – indaga, colocando um embrulho no chão, vindo em minha direção.
- Deixa ele que o leva. Você não pode carregar peso, esqueceu? – indago e ela bufa.
- Esqueceu também de comentar sobre isso comigo. – fala, me fazendo rir. – Qual o sexo? É uma menina? Eu posso ser madrinha novamente?
- Infelizmente não sabemos o sexo e você não pode ser madrinha. – fala, gargalhando em seguida. – , dormiu!
- Já volto. – fala, pegando o pequeno do meu colo, caminhando para o andar superior.
- Como reagiu quando contaram da gravidez? – indaga assim que senta ao nosso lado.
- Eu ainda não contei. Estamos esperando para saber o sexo. – fala, acariciando a barriga. – Espero que seja uma menina.
Conversamos por mais ou menos trinta minutos, até que percebi que estava tarde e amanhã eu trabalhava bem cedo, assim como o casal.
- Você realmente não se importa de me levar, ? – indaga pela milésima vez desde que entramos no carro.
- Claro que não. – falo e ela suspira aliviada. – Onde você está hospedada?
- Ah, eu iria pedir pra ficar na casa de , já que pretendo ir embora amanhã. – ela fala, e eu sorrio de lado.
No meu subconsciente, uma voz berrava pedindo para impedi-la de partir e me deixar mais uma vez. Eu não queria ouvir, mas também não conseguia ignorar.
- Finn irá ficar feliz com sua vinda. Ele sente muito a sua falta. – falo após algum tempo em silêncio. – Ok, eu também estou.
- Eu também estava sentindo sua falta. – ela fala, tocando minha mão que estava na marcha, acariciando por alguns segundos, que não foram o suficiente para mim.
Avisto o meu prédio e estaciono, desligando o motor e encarando o volante.
- Eu amo você, . – sussurro, chamando a atenção da mulher ao meu lado. – Eu te amei noiva, e continuo te amando, mesmo que você não me ame.
- ... – ela começa. – Depois de tanto tempo.
- Eu sei, eu sei. Eu só achava que Kabir era o homem certo para você. Eu não sou digno de nenhum sentimento, , você sabe disso. O que eu fiz com você, com nós dois, foi cruel, e eu aprendi. – falo, olhando em seus olhos pela primeira vez nos últimos minutos. – Eu só queria dizer isso para você e...
E antes que eu pudesse continuar, ela me beijou, vindo para cima de mim. Arrastei o banco para trás, colocando-a em meu colo corretamente, a medida em que nos beijávamos e acariciávamos nossos corpos quentes.
- Eu sou um policial. Eu não posso fazer isso. – falo enquanto ela beija meu pescoço, e ela logo ri, levantando seu rosto e olhando em meus olhos. – É contra a lei querer fazer isso num carro sendo uma pessoa que cumpre as leis?
- Acho que sim. – ela fala, me fazendo beijar seus lábios rapidamente. – Eu me sinto em casa novamente, e olha que estamos num carro.
- Eu te entendo, também estou assim. – falo e ela sorri, acariciando meu rosto.
Beijei seus lábios mais uma vez, sentindo a necessidade de algo a mais.
- Um passo de cada vez. – ela sussurra assim que separamos nossos lábios.
- Que tal dar um passo de cada vez até o meu apartamento? – indago e ela gargalhou, batendo em meu ombro. – Você vai dormir no meu carro?
- Claro que não. – ela fala, rolando os olhos em seguida. – Mas você entendeu muito bem o que eu quis dizer.
- Eu sei. Nós vamos com calma. – falo e ela sorri, concordando com a cabeça. – Então, vamos? Eu arrumo uma cama pra você.
- Eu prefiro dormir com você. – ela fala, me fazendo rir.
- É isso que você fala “ir com calma”? – indago, fazendo gargalhar. – Eu sentia falta disso.
- E eu também, . – ela diz, antes de me beijar mais uma vez, deixando claro seus sentimentos e eu deixando os meus, com a certeza de que passaríamos o resto de nossos dias juntos.