Capítulo Único
Eu estava de volta aquela cidade que tudo me lembrava dela. Lá estava a Crystal Snow, a sorveteria preferida dela, o lugar com o "melhor sorvete de pistache do mundo" como ela dizia, mesmo nunca tendo visitado todos os países do mundo para aquela constatação. O Anpanman seu restaurante de sopas preferido também, íamos jantar lá pelo menos uma vez a cada quinze dias. O Young Forever , teatro no centro da cidade, em que ela subia aos palcos com frequência. A casa em que nasceu e cresceu com seus três irmãos mais velhos, sua adorável avó, e a mãe, que era a pessoa mais forte, criativa e independente que eu já conheci e o túmulo, onde agora descansava. Não era fácil estar de volta, mas era realmente necessário.
Quando se foi, coloquei a casa em que passamos os bons sete anos do nosso casamento à venda por uma imobiliária para que não precisasse ter que cuidar disso pessoalmente, só que houve um problema com a papelada e eu precisei voltar para resolver. Embora minha vida toda estivesse naquele lugar, Bangtan não era mais o lugar que eu conseguiria ser minimamente feliz, só de pensar em ter de voltar, meu coração já doeu, e estar aqui, fazia as coisas serem mais reais e doloridas. Nossas famílias entendiam a minha decisão, e me respeitavam, respeitavam o fato que eu não voltava nem para as festas de fim de ano, nem para aniversários, ou casamentos. Sabiam que eu os queria muito bem, tanto que podiam contar comigo para tudo, só que a dor física e emocional de estar de volta era maior, então, era aquilo, a cidade estava quase em festa quando souberam da minha volta - mesmo que breve - eu sabia das saudades que sentia e pude sentir as saudades que deixei também. Pela primeira vez com os pés aqui, depois de tudo o que aconteceu, me senti estranho, nostálgico, amado e dolorido, ainda mais por ter que revisitar um lugar que foi tão nosso. Todos, inclusive , sabiam que eu nunca fui forte o suficiente para qualquer tipo de perda, lembro do meu coelhinho de estimação que se foi quando eu tinha nove anos de idade e toda vez que ele é pauta em alguma conversa meus olhos se enchem de lágrimas e um aperto estranho abala meu coração. Mas era aquilo, eu precisava daquele dinheiro, aquela família precisava ter onde morar e criar os filhos e nós precisávamos resolver aquele problema, eu posso ser medroso e covarde, mas jamais serei egoísta a ponto de privar uma família de viver momentos felizes no lugar em que eu me senti mais feliz em toda a minha vida. São só algumas noites, o que de mal poderia acontecer?
Três dias depois e eu estava em pé, naquela mesma plataforma que me trouxe, com tudo resolvido, visitas feitas e minha pequena mala nas mãos, pensei em visitar o túmulo dela, mas não encontrei forças nem para passar daquele lado da cidade, por sorte o cemitério ficava do lado contrário da cidade, e eu não tive que ir até aquela região.
O trem chegou na hora certa 11:11 da manhã, de fato, eu nunca entendi aquele horário quebrado que existia naquela estação, mas como sempre foi assim, a gente meio que acostuma não é mesmo? Aquela hora umas poucas pessoas pegavam o trem, talvez por trabalharem em outra cidade ou iam para algum evento, já que era uma quarta feira comum e as pessoas geralmente estavam vivendo suas vidas no horário comercial como eram todos os dias naquele lugar. Meu coração batia muito forte, desde o momento que a locomotiva começou a dar a partida até aquele momento, algumas estações depois, que a luz do vagão que eu estava começou a piscar. Faltavam cerca de três estações para chegar ao meu destino e se eu conhecia as pessoas daquele lugar, como eu conhecia, todos os que embarcaram comigo, já tinham ido embora. Perto da estação mais próxima, um barulho forte atingiu meus pensamentos e pouco tempo depois senti meu corpo ser arremessado de um lado ao outro. Uma dor horrível, falta de ar como se alguma coisa tivesse perfurado meus pulmões e uma escuridão nas vistas, embora eu soubesse que meus olhos ainda estavam abertos.
Fui perdendo a consciência e só conseguia ouvir alguém chamando "" ao longe, talvez eu soubesse que tinha acontecido comigo ou podia ser só a minha mente me sabotando mais uma vez com o que meu luto queria constantemente, era difícil viver sem a minha melhor amiga, o grande amor da minha vida, minha companheira e amada . Eu já tinha sonhado com coisas como aquelas antes, claro que nada tão real quanto dessa vez, mas talvez a visita a cidade tenha desbloqueado na minha mente uma modalidade diferente de sonhos realistas.
— ! — Ouvi alguém me chamando ao longe, mas não tão longe assim, só o suficiente para que eu despertasse e não fosse um grito. — , estamos juntos novamente, meu amor, sou eu. — Era incrível como aquele sonho era real, era a voz dela, seu perfume, e as mesmas sensações que eu sentia quando estava na presença dela, eu não queria abrir meus olhos, não queria, porque talvez quando eu os abrisse os olhos, acordasse e eu precisava ficar mais alguns instantes naquele lugar confortável. — , você me prometeu amor mesmo depois da vida, você não quer mais ficar comigo? — O tom era confortável, mas carregava humor e uma forçação de drama característico de Jyiho.
Resolvi então abrir os olhos e a vi, estava linda, com seu vestido lilás favorito primaveral, uma tiara com contas brilhantes, que tinha ganhado de uma amiga e o seu melhor sorriso nós lábios, eu sabia que era seu melhor sorriso, porque já tinha vivido muitos sorrisos com ela, os melhores, os piores, os simples, os fáceis, os forçados e aquele era genuinamente aquele na categoria dos melhores. E o melhor! Ela não desapareceu quando eu abri meus olhos. Estava ali, olhando para meu rosto enquanto eu ainda permanecia deitado em algum lugar, provavelmente eu estava em coma e aquele era mesmo que um delírio, o melhor deles, e estava tudo bem para mim, aquilo parecia muito real e eu só queria chorar de felicidade, era uma ilusão? Talvez, mas eu não podia me importar menos.
— Por favor, se você for meu subconsciente tentando me fazer acordar do coma, em forma de amor da minha vida, eu imploro, não faça isso, eu sei que não posso viver essa ilusão para sempre, mas é tão real… Senti a mão dela pegar na minha e minha voz não conseguiu mais sair, aquilo era real demais para ser só uma ilusão perfeita.
— meu amor, você não sabe o que aconteceu? — Senti o pesar na voz dela e aquilo fez com que eu ficasse em alerta, ela usou aquele mesmo tom com sua mãe, quando sua avó faleceu e com seu sobrinho, quando o peixinho dourado dele não estava "só dormindo" como o pequeno imaginou.
— O acidente? — Perguntei, mas já sabia a resposta, só podia ser, foi o único risco que eu corri desde que ela se foi.
— Eu sinto muito, você ainda tinha grandes coisas para viver nessa vida, mas você sabe, a gente não controla essas coisas. — E ela sentia mesmo, eu sabia que ela torcia por mim e pela minha felicidade, mas ela era e é toda a minha felicidade, minha primavera em meio ao inverno que minha vida sempre foi, o raio de luz em meio a toda a minha escuridão, então, agora as coisas estavam certas.
— Partimos tão prematuramente. — Disse constatando que estávamos no auge de nossas vidas adultas, tudo estava se encaminhando para uma vida longa e feliz, o que não aconteceu, é claro.
— Eu estava te esperando, claro que pensei que demoraria mais, parece que fomos jovens para sempre, como costumávamos prometer ser mesmo depois de muitos natais e viradas de ano que sonhávamos juntos, não é mesmo? Seria engraçado se não fosse trágico. — Ela esboçou um sorriso com aquela conclusão, e não era atoa, as palavras tinham mesmo poder e mesmo que a nossa intenção não fosse aquela, era aquilo que o "jovens para sempre" coube em nossa caminhada naquela vida. — Mas eu precisava te ver e a gente precisava cumprir nossa promessa de amor eterno, eu sei que não era mentira, você sabe, o universo, quem guia ele e tudo mais, por isso eu obtive a permissão dessa espera para que voltemos juntos em uma nova vida. — Eu não conseguia parar de chorar, aquele discurso parecia uma nova despedida, e eu tinha acabado de chegar, ficamos juntos por muito pouco tempo.
— E se a gente não se reencontrar? — Era uma possibilidade, porque voltaríamos a vida, mas qual garantia a gente tinha de que voltaríamos para a vida um do outro? Eu não podia perder ela mais uma vez, já estávamos juntos novamente.
— A gente vai, porque uma promessa feita sobre amores eternos não podem ser quebradas e nossas almas estão ligadas, olha aqui… — Ela pegou meu rosto com as mãos para que eu olhasse dentro dos olhos dela. — eu te esperei para que voltássemos juntos e assim fazermos nossa missão na terra, seremos os melhores amigos para sempre, os melhores amores para sempre, não se preocupe, meu amor, nossas almas estão ligadas, e o nosso destino em todas as vidas é ficar juntos, eu quero ficar com você pelo resto de todas as vidas que eu puder viver.
Aquilo me encheu de esperança, embora o medo do "e se eu nunca te reconhecer, se voltarmos um em cada canto do mundo" ainda gritasse alto na minha mente. Eu sempre fui um medroso, ainda mais quando se tratava do amor da minha existência, mas era aquilo, a gente tinha que se conformar com a promessa feita não só ali, como em todos os momentos que passamos juntos em vida, e torcer para que nosso reencontro terrestre não demorasse mais que o necessário.
— As suas inúmeras palavras que me confortaram, eu ainda estou com medo , mas as suas palavras sempre foram o que me fizeram quem sou. Sim, você é a minha juventude e a minha primavera. Uma amiga para quem sou grato, a melhor amiga que eu podia ter, pedir, e contar. Meu orgulho, meu paraíso e amor, por isso em confio que vamos nos reencontrar, você sabe que eu não desisto fácil das coisas, não é mesmo? — Eu precisava retribuir todo amor e segurança que ela estava me dando, pois sei que não sou o único com receios, sei o quanto ela não demonstra, mas se sente da mesma forma que eu, eu consigo sentir seu desejo, sua vontade e o sua insegurança, a mesma que eu tenho, mas se estivermos na mesma sintonia, as coisas parecem mais fáceis.
— Até breve, meu amor! — Senti os lábios dela encontrando aos meus e assim que ela o fez, meus olhos se fecharam também.
XX
— Aiiii! — Senti um corpo se chocar ao meu e eu caí de bunda no chão, já não bastava estar atrasado para a aula, ainda provavelmente tinha sujado minha roupa.
— Me desculpe, eu não te vi, estava distraído e… — Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar e não me era um rosto estranho, talvez fosse um stalker ou alguém que estudava no mesmo campus que eu.
— Tudo bem! — Aceitei a ajuda, até porque, não queria ficar mais tempo que o necessário naquele chão, muito menos fazer um malabarismo para me colocar em pé novamente.
Quando toquei em sua mão, foi como se uma corrente de luz passasse do corpo dele para o meu, parecia que meu coração iria sair pela boca, um turbilhão de emoções e sensações atingiram meu corpo e olhando pelo modo como as bochechas dele ficaram vermelhas, acho que aconteceu o mesmo com ele.
— A gente já se conhece? — Foi a primeira coisa que ele conseguiu dizer, depois que passamos alguns minutos, parados em frente ao outro, de mãos dadas.
— Talvez de uma outra vida! — As palavras escorregaram da minha boca sem eu nem perceber, estava imersa naquele homem, como nunca tinha me sentido com ninguém, nem mesmo com meu ex, que eu jurava que era o amor da minha vida. Quando os nossos olhos se cruzaram, eu senti que já o conhecia, apesar de nunca o ter visto antes. Olhando bem para a cara dele, pelos belos e fortes traços eu saberia se tivesse visto pelo meu bairro, ou pela minha faculdade. Era como se nós já nos conhecêssemos há muito tempo, era estranho e familiar, era confortável demais ficar ali, segurando a mão de um estranho e esse estranho mexer tanto comigo.
— Vamos nos conhecer nessa também, então? Prazer, ! — Naquele momento eu soube que era ele, o homem que eu esperei todos aqueles vinte e três anos da minha vida, quando ele disse aquele nome, era como se ele me chamasse em outra vida, era com ele que eu sonhava vez ou outra, era aquilo, era a minha alma gêmea, aquela alma que junto da minha jurou amor eterno, e finalmente estávamos ali, de forma estranha e desengonçada, juntos novamente. Eu podia sentir, não explicar por que e nem encontrar uma justificação lógica, mas eu sentia que aquela pessoa fazia parte de mim, que estávamos intrinsecamente ligados, e que a nossa vida nunca mais seria a mesma depois desse encontro.
— Prazer .
Quando se foi, coloquei a casa em que passamos os bons sete anos do nosso casamento à venda por uma imobiliária para que não precisasse ter que cuidar disso pessoalmente, só que houve um problema com a papelada e eu precisei voltar para resolver. Embora minha vida toda estivesse naquele lugar, Bangtan não era mais o lugar que eu conseguiria ser minimamente feliz, só de pensar em ter de voltar, meu coração já doeu, e estar aqui, fazia as coisas serem mais reais e doloridas. Nossas famílias entendiam a minha decisão, e me respeitavam, respeitavam o fato que eu não voltava nem para as festas de fim de ano, nem para aniversários, ou casamentos. Sabiam que eu os queria muito bem, tanto que podiam contar comigo para tudo, só que a dor física e emocional de estar de volta era maior, então, era aquilo, a cidade estava quase em festa quando souberam da minha volta - mesmo que breve - eu sabia das saudades que sentia e pude sentir as saudades que deixei também. Pela primeira vez com os pés aqui, depois de tudo o que aconteceu, me senti estranho, nostálgico, amado e dolorido, ainda mais por ter que revisitar um lugar que foi tão nosso. Todos, inclusive , sabiam que eu nunca fui forte o suficiente para qualquer tipo de perda, lembro do meu coelhinho de estimação que se foi quando eu tinha nove anos de idade e toda vez que ele é pauta em alguma conversa meus olhos se enchem de lágrimas e um aperto estranho abala meu coração. Mas era aquilo, eu precisava daquele dinheiro, aquela família precisava ter onde morar e criar os filhos e nós precisávamos resolver aquele problema, eu posso ser medroso e covarde, mas jamais serei egoísta a ponto de privar uma família de viver momentos felizes no lugar em que eu me senti mais feliz em toda a minha vida. São só algumas noites, o que de mal poderia acontecer?
Três dias depois e eu estava em pé, naquela mesma plataforma que me trouxe, com tudo resolvido, visitas feitas e minha pequena mala nas mãos, pensei em visitar o túmulo dela, mas não encontrei forças nem para passar daquele lado da cidade, por sorte o cemitério ficava do lado contrário da cidade, e eu não tive que ir até aquela região.
O trem chegou na hora certa 11:11 da manhã, de fato, eu nunca entendi aquele horário quebrado que existia naquela estação, mas como sempre foi assim, a gente meio que acostuma não é mesmo? Aquela hora umas poucas pessoas pegavam o trem, talvez por trabalharem em outra cidade ou iam para algum evento, já que era uma quarta feira comum e as pessoas geralmente estavam vivendo suas vidas no horário comercial como eram todos os dias naquele lugar. Meu coração batia muito forte, desde o momento que a locomotiva começou a dar a partida até aquele momento, algumas estações depois, que a luz do vagão que eu estava começou a piscar. Faltavam cerca de três estações para chegar ao meu destino e se eu conhecia as pessoas daquele lugar, como eu conhecia, todos os que embarcaram comigo, já tinham ido embora. Perto da estação mais próxima, um barulho forte atingiu meus pensamentos e pouco tempo depois senti meu corpo ser arremessado de um lado ao outro. Uma dor horrível, falta de ar como se alguma coisa tivesse perfurado meus pulmões e uma escuridão nas vistas, embora eu soubesse que meus olhos ainda estavam abertos.
Fui perdendo a consciência e só conseguia ouvir alguém chamando "" ao longe, talvez eu soubesse que tinha acontecido comigo ou podia ser só a minha mente me sabotando mais uma vez com o que meu luto queria constantemente, era difícil viver sem a minha melhor amiga, o grande amor da minha vida, minha companheira e amada . Eu já tinha sonhado com coisas como aquelas antes, claro que nada tão real quanto dessa vez, mas talvez a visita a cidade tenha desbloqueado na minha mente uma modalidade diferente de sonhos realistas.
— ! — Ouvi alguém me chamando ao longe, mas não tão longe assim, só o suficiente para que eu despertasse e não fosse um grito. — , estamos juntos novamente, meu amor, sou eu. — Era incrível como aquele sonho era real, era a voz dela, seu perfume, e as mesmas sensações que eu sentia quando estava na presença dela, eu não queria abrir meus olhos, não queria, porque talvez quando eu os abrisse os olhos, acordasse e eu precisava ficar mais alguns instantes naquele lugar confortável. — , você me prometeu amor mesmo depois da vida, você não quer mais ficar comigo? — O tom era confortável, mas carregava humor e uma forçação de drama característico de Jyiho.
Resolvi então abrir os olhos e a vi, estava linda, com seu vestido lilás favorito primaveral, uma tiara com contas brilhantes, que tinha ganhado de uma amiga e o seu melhor sorriso nós lábios, eu sabia que era seu melhor sorriso, porque já tinha vivido muitos sorrisos com ela, os melhores, os piores, os simples, os fáceis, os forçados e aquele era genuinamente aquele na categoria dos melhores. E o melhor! Ela não desapareceu quando eu abri meus olhos. Estava ali, olhando para meu rosto enquanto eu ainda permanecia deitado em algum lugar, provavelmente eu estava em coma e aquele era mesmo que um delírio, o melhor deles, e estava tudo bem para mim, aquilo parecia muito real e eu só queria chorar de felicidade, era uma ilusão? Talvez, mas eu não podia me importar menos.
— Por favor, se você for meu subconsciente tentando me fazer acordar do coma, em forma de amor da minha vida, eu imploro, não faça isso, eu sei que não posso viver essa ilusão para sempre, mas é tão real… Senti a mão dela pegar na minha e minha voz não conseguiu mais sair, aquilo era real demais para ser só uma ilusão perfeita.
— meu amor, você não sabe o que aconteceu? — Senti o pesar na voz dela e aquilo fez com que eu ficasse em alerta, ela usou aquele mesmo tom com sua mãe, quando sua avó faleceu e com seu sobrinho, quando o peixinho dourado dele não estava "só dormindo" como o pequeno imaginou.
— O acidente? — Perguntei, mas já sabia a resposta, só podia ser, foi o único risco que eu corri desde que ela se foi.
— Eu sinto muito, você ainda tinha grandes coisas para viver nessa vida, mas você sabe, a gente não controla essas coisas. — E ela sentia mesmo, eu sabia que ela torcia por mim e pela minha felicidade, mas ela era e é toda a minha felicidade, minha primavera em meio ao inverno que minha vida sempre foi, o raio de luz em meio a toda a minha escuridão, então, agora as coisas estavam certas.
— Partimos tão prematuramente. — Disse constatando que estávamos no auge de nossas vidas adultas, tudo estava se encaminhando para uma vida longa e feliz, o que não aconteceu, é claro.
— Eu estava te esperando, claro que pensei que demoraria mais, parece que fomos jovens para sempre, como costumávamos prometer ser mesmo depois de muitos natais e viradas de ano que sonhávamos juntos, não é mesmo? Seria engraçado se não fosse trágico. — Ela esboçou um sorriso com aquela conclusão, e não era atoa, as palavras tinham mesmo poder e mesmo que a nossa intenção não fosse aquela, era aquilo que o "jovens para sempre" coube em nossa caminhada naquela vida. — Mas eu precisava te ver e a gente precisava cumprir nossa promessa de amor eterno, eu sei que não era mentira, você sabe, o universo, quem guia ele e tudo mais, por isso eu obtive a permissão dessa espera para que voltemos juntos em uma nova vida. — Eu não conseguia parar de chorar, aquele discurso parecia uma nova despedida, e eu tinha acabado de chegar, ficamos juntos por muito pouco tempo.
— E se a gente não se reencontrar? — Era uma possibilidade, porque voltaríamos a vida, mas qual garantia a gente tinha de que voltaríamos para a vida um do outro? Eu não podia perder ela mais uma vez, já estávamos juntos novamente.
— A gente vai, porque uma promessa feita sobre amores eternos não podem ser quebradas e nossas almas estão ligadas, olha aqui… — Ela pegou meu rosto com as mãos para que eu olhasse dentro dos olhos dela. — eu te esperei para que voltássemos juntos e assim fazermos nossa missão na terra, seremos os melhores amigos para sempre, os melhores amores para sempre, não se preocupe, meu amor, nossas almas estão ligadas, e o nosso destino em todas as vidas é ficar juntos, eu quero ficar com você pelo resto de todas as vidas que eu puder viver.
Aquilo me encheu de esperança, embora o medo do "e se eu nunca te reconhecer, se voltarmos um em cada canto do mundo" ainda gritasse alto na minha mente. Eu sempre fui um medroso, ainda mais quando se tratava do amor da minha existência, mas era aquilo, a gente tinha que se conformar com a promessa feita não só ali, como em todos os momentos que passamos juntos em vida, e torcer para que nosso reencontro terrestre não demorasse mais que o necessário.
— As suas inúmeras palavras que me confortaram, eu ainda estou com medo , mas as suas palavras sempre foram o que me fizeram quem sou. Sim, você é a minha juventude e a minha primavera. Uma amiga para quem sou grato, a melhor amiga que eu podia ter, pedir, e contar. Meu orgulho, meu paraíso e amor, por isso em confio que vamos nos reencontrar, você sabe que eu não desisto fácil das coisas, não é mesmo? — Eu precisava retribuir todo amor e segurança que ela estava me dando, pois sei que não sou o único com receios, sei o quanto ela não demonstra, mas se sente da mesma forma que eu, eu consigo sentir seu desejo, sua vontade e o sua insegurança, a mesma que eu tenho, mas se estivermos na mesma sintonia, as coisas parecem mais fáceis.
— Até breve, meu amor! — Senti os lábios dela encontrando aos meus e assim que ela o fez, meus olhos se fecharam também.
XX
— Aiiii! — Senti um corpo se chocar ao meu e eu caí de bunda no chão, já não bastava estar atrasado para a aula, ainda provavelmente tinha sujado minha roupa.
— Me desculpe, eu não te vi, estava distraído e… — Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar e não me era um rosto estranho, talvez fosse um stalker ou alguém que estudava no mesmo campus que eu.
— Tudo bem! — Aceitei a ajuda, até porque, não queria ficar mais tempo que o necessário naquele chão, muito menos fazer um malabarismo para me colocar em pé novamente.
Quando toquei em sua mão, foi como se uma corrente de luz passasse do corpo dele para o meu, parecia que meu coração iria sair pela boca, um turbilhão de emoções e sensações atingiram meu corpo e olhando pelo modo como as bochechas dele ficaram vermelhas, acho que aconteceu o mesmo com ele.
— A gente já se conhece? — Foi a primeira coisa que ele conseguiu dizer, depois que passamos alguns minutos, parados em frente ao outro, de mãos dadas.
— Talvez de uma outra vida! — As palavras escorregaram da minha boca sem eu nem perceber, estava imersa naquele homem, como nunca tinha me sentido com ninguém, nem mesmo com meu ex, que eu jurava que era o amor da minha vida. Quando os nossos olhos se cruzaram, eu senti que já o conhecia, apesar de nunca o ter visto antes. Olhando bem para a cara dele, pelos belos e fortes traços eu saberia se tivesse visto pelo meu bairro, ou pela minha faculdade. Era como se nós já nos conhecêssemos há muito tempo, era estranho e familiar, era confortável demais ficar ali, segurando a mão de um estranho e esse estranho mexer tanto comigo.
— Vamos nos conhecer nessa também, então? Prazer, ! — Naquele momento eu soube que era ele, o homem que eu esperei todos aqueles vinte e três anos da minha vida, quando ele disse aquele nome, era como se ele me chamasse em outra vida, era com ele que eu sonhava vez ou outra, era aquilo, era a minha alma gêmea, aquela alma que junto da minha jurou amor eterno, e finalmente estávamos ali, de forma estranha e desengonçada, juntos novamente. Eu podia sentir, não explicar por que e nem encontrar uma justificação lógica, mas eu sentia que aquela pessoa fazia parte de mim, que estávamos intrinsecamente ligados, e que a nossa vida nunca mais seria a mesma depois desse encontro.
— Prazer .
FIM
Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Ai ai, eu não sei nem o que sentir com essa fanfic, foi dificil escrever e não sair só dor e depressão, preciso agradecer as meninas do grupo desse ficstape que abriram a minha mente para esse final menos doído, espero que gostem.
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.
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