Eu sei que é óbvio, 
então, para que não pareça algo sem importância,
irei te dizer essas palavras…

Rose Bay, Austrália — alguns anos atrás.

— , nós precisamos ir.
Ouviu a voz de sua mãe ecoando pelo cômodo vazio da casa.
despertou de seus pensamentos ao se dar conta de que parte da mobília e caixas empacotadas já não ocupavam mais espaço por ali e seu coração parecia um pouco menor dentro do peito.
As palavras de sua mãe ativaram um alarme silencioso. Ela olhou para o relógio, seu coração acelerando à medida que as informações se conectavam.
Sua mente estava longe dali, tentando convencê-la a ter coragem suficiente para encontrar seu melhor amigo, , onde sempre costumavam se encontrar na cidade para passar um bom tempo juntos.
Não queria se despedir do rapaz. Não queria cair em si de que não o veria tão cedo.
Aquilo doía.
havia sido seu melhor amigo desde que foram apresentados, ainda bebês, como vizinhos. O tempo só havia fortalecido aquele vínculo entre os dois, fazendo com que o sentimento de proteção e afeto crescesse imensamente.
Juntos, haviam descoberto a emoção de conseguir andar de bicicleta pela primeira vez, a excitação dos primeiros segredos e o acalento do primeiro machucado. E, com o tempo passando, embora nunca tivesse confessado em voz alta, também havia se tornado seu primeiro amor.
Nunca havia confessado a alguém tal coisa. As borboletas no estômago, as mãos suadas, as batidas descompassadas do coração — tudo isso era uma parte silenciosa e preciosa de sua relação.
E, se arrependendo amargamente por nunca ter contado aquilo, a única forma que havia encontrado de dizer para o rapaz havia sido através de uma carta curta, que carregava no bolso do seu jeans.
Não deu muita explicação aos seus pais. Movida pela agitação de seu coração e a determinação que começava a lhe tomar conta, ajeitou o bilhete cuidadosamente para que não amassasse tanto e saiu de casa, com sua bicicleta, em direção ao local que a garota sabia que encontraria .
Pensou no que havia escrito. As palavras deixavam claro o sentimento mais íntimo que ela nutria pelo rapaz junto de suas esperanças e sonhos.
Era uma carta de despedida. Mas também, o juramento de uma amizade que ela nunca iria esquecer.
Uma promessa de que, não importava onde a vida os levasse, o vínculo entre eles nunca se romperia.
Era o que ela esperava que acontecesse.
O sol começava a se pôr quando deixou sua casa. A garota pedalava com calma entre as ruas da cidadezinha costeira, sua mente fixa em encontrar o mais rápido possível e foi impossível não sorrir minimamente com a brisa salgada do oceano que acariciava seu rosto ao se aproximar do local.
amava aquele lugar tanto quanto amava .
E deixar os dois lhe partia o coração.
A praia. O lugar onde tinham compartilhado risadas, feito castelos de areia e contemplado o horizonte muitas tardes juntos. A beira-mar de Rose Bay seria o cenário perfeito para confessar todos os seus sentimentos à .
Quando deixou a bicicleta estacionada no paraciclo da orla, notou que como esperado estava mesmo no lugar, mas algo em sua postura a incomodou.
O rapaz estava sozinho, sentado na areia, com o corpo um pouco curvado. Seus dedos brincavam com algumas conchas e espalhavam a areia por todo lado.
Parecia irritado.
Parecia magoado.
Um aperto doloroso atingiu seu peito. Odiava vê-lo daquela forma, ainda mais ao saber que ela provavelmente era o motivo.
Ele parecia estar tão perdido em seus próprios pensamentos que nem percebeu que a garota estava se aproximando.
ficou parada por um momento, observando-o de longe. As palavras que havia preparado para ele pareciam perder força diante da visão do rapaz daquele jeito.
Sem que percebesse, levou a mão até o bolso do short, a depositando acima da carta dobrada. Começava a sentir um conflito interno se formar dentro de si.
já parecia inteiramente devastado com sua partida, a carta seria só mais um motivo para quebrar seu coração de vez.
Respirou fundo e decidiu se aproximar de vez. Quando parou ao lado do amigo, pôde sentir o olhar do rapaz queimar sobre si por poucos segundos. não teve coragem de olhá-lo nos olhos, mas percebeu que ele tinha olheiras perceptíveis e o semblante pesado.
— Oi.
Disse, suave. Seu coração se apertava cada vez mais.
piscou, como se a presença de o trouxesse de volta à realidade. Forçou um sorriso, mas seus olhos conseguiam mostrar o quão tempestuoso sua mente estava.
— Ei, .
A garota não disse mais nada. Se sentou a seu lado, deixando que a maresia lhe fizesse companhia junto de . O silêncio pairou entre eles por um momento, pesado e cheio de emoções.
— , eu… Eu sei que você está se sentindo mal com tudo isso.
Ele suspirou ainda com os olhos castanhos focados no mar.
— É difícil, . A ideia de você ir embora... Nada vai ser como antes.
As palavras atingiram a garota como um soco no estômago. Não queria sequer imaginar perder o contato com . Ele era seu melhor amigo.
Queria confortá-lo, dizer que não era o fim de sua amizade, mas as palavras pareciam insuficientes naquele ponto.
— Eu não quero que você vá. Pôde ouvir a voz de sussurrar, dessa vez mais falha do que costumava ser. O coração da garota disparou.
Ela não queria ir.
Ela sabia que a qualquer momento começaria a chorar, só de perceber que ele estava sofrendo mais do que imaginava. Olhou para , a dor tomando conta de sua expressão despedaçando seu coração.
Engoliu em seco e estendeu sua mão até a dele, em um afago.
— Eu sinto muito.
deixou que seus olhos pousassem sobre ela ao ouvir a voz embargada da amiga.
— Você não pode ficar? Nós podemos dar um jeito, só… Eu falo com minha mãe, com seus pais, não sei. Acho que dá pra dar um jeito, não? — soltou, como se aquilo de alguma forma lhe trouxesse esperança. Mas, notou os olhos avermelhados da melhor amiga e seu peito comprimiu. — Eu não quero te perder, .
A garota sentiu um nó em sua garganta, as lágrimas finalmente escapando de seus olhos. Sabia o quanto aquelas palavras significavam para ele.
— Não quero ir embora. Não quero mesmo, mas… Não é algo que eu posso controlar, . — fungou, olhando para as mãos do rapaz. Ela apertou um pouco mais. — A gente pode visitar um ao outro também…
— Você vai para o Canadá, . — a cortou, pressionando os lábios. — Não é como se meia hora de viagem fosse resolver isso.
— Eu sei, só… Queria pensar positivo de alguma forma.
Ele balançou a cabeça, assentindo.
— Eu sei que queria. — esticou seu braço até ela. logo entendeu o recado e se aproximou, aconchegando o corpo no abraço do amigo. — Pelo menos você vai aproveitar um pouco a neve.
balançou a cabeça, em negação.
— Não ligo para a neve.
Ela apertou minimamente o corpo do amigo, em um abraço reconfortante. se permitiu relaxar, suas emoções transbordando.
Ficaram ali, juntos, na praia onde haviam compartilhado tantos momentos bons e essenciais. O sol mergulhou abaixo do horizonte e a brisa ao entardecer os envolveu como um abraço caloroso.
Não havia necessidade de dizer qualquer outra coisa. Sabiam o quanto significavam um para o outro e, certamente, continuariam a significar mesmo longe.

Eu espero que você seja mais feliz,
Você que costumava estender a mão para mim quando eu caia…

Montreal, Canadá — atualmente.

O inverno em Montreal trazia consigo um ar nítido e gelado, e os flocos de neve dançavam suavemente do céu enquanto arrumava suas malas no aconchego de seu apartamento. Os raios fracos de luz do inverno penetravam pelas cortinas, criando uma atmosfera agradável.
O cômodo estava repleto de caixas e sacolas, tudo meticulosamente organizado para sua viagem de feriado que se aproximava e só conseguia sentir a animação se misturar com a ansiedade de visitar sua família em Rose Bay, sua cidade natal.
O apartamento estava cheio de fotografias e lembranças, mas seus pensamentos estavam a milhares de quilômetros de distância, voltando-se para a cidade que ela deixou para trás anos atrás.
Enquanto dobrava uma blusa, os pensamentos de inevitavelmente se voltaram para os últimos acontecimentos antes da garota, com o coração partido, embarcar no avião para o Canadá.
.
Ele era uma parte fundamental de suas memórias de infância e adolescência.
Seu melhor amigo, o único que conhecia todos os seus segredos e sonhos desde que eram mais novos. O rapaz ainda ocupava um espaço enorme em seu coração, mesmo com a distância e os anos que haviam se passado.
Brook sempre se perguntava como ele deveria estar, se sua família estava bem e se ele ainda lembrava dos momentos em que passaram juntos.
Ela sentia tanta saudade…
Balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos tristonhos. Em pouco tempo estaria embarcando no avião para visitar seus pais em Rose Bay, aproveitando para descansar um pouco em mais um feriado e não queria que suas emoções a sobrecarregassem.
Com um suspiro pesado, fechou a mala com certa dificuldade pela quantidade de roupas que levaria, pegou a bolsa e verificou se algo mais estava faltando antes de trancar seu apartamento cuidadosamente e seguir em direção ao aeroporto Pierre Elliott Trudeau.
Não poderia estar mais ansiosa para voltar ao lugar que tanto desejou.

Porque não sabemos os dias que nos esperam,
é um pouco assustador, dá medo, mas…
Nunca se esqueça de que estamos juntos…

Rose Bay, Austrália — atualmente.

O fim de tarde estava ameno quando alcançou a varanda de entrada da casa de seus pais, junto deles. A fachada familiar, ainda com os mesmos detalhes minimalistas que ela tanto gostava e o cheiro da brisa marinha a recepcionaram como abraços calorosos, com a nostalgia de que ela tanto se lembrava.
olhou ao redor, com o mesmo misto de emoções preenchendo o peito.
Com todas as memórias em mente, a mulher não tinha como ter mais certeza que amava aquele lugar.
— Finalmente, em casa.
Ouviu seu pai exclamar e sorriu. Ele descarregava suas malas e adentrava ao local junto de Brook e sua mãe.
O entusiasmo de seus pais era contagiante. Sabia certamente como estavam felizes de ter a filha em casa por um tempo. Mas, ainda que estivesse feliz, existia um nervosismo silencioso. Era como voltar no tempo, um lugar onde suas raízes estavam profundamente fincadas e as lembranças de uma amizade inesquecível não a deixavam se esquecer de como sentia falta de .
Respirou fundo e caminhou até a sala, depositando o restante de suas coisas ali, sem ter muita pressa em subi-las para seu quarto.
A sala estava iluminada por uma luz suave e amarelada, sendo preenchida pelos assuntos aleatórios e cheios de novidades. E, à medida que o entardecer avançava, Brook se pegou sozinha com sua mãe, em um silêncio reconfortante.
— Você tem estado distante, querida. — sua mãe comentou.
A mulher piscou os olhos algumas vezes, como se aquilo a fizesse acordar de um transe e sorriu, balançando sua cabeça.
— Ainda tem pensado nele? A pergunta não a pegou de surpresa. Ela sabia exatamente a quem sua mãe se referia — . Tinha ouvido dizer que ele havia se tornado um profissional renomado, um destaque em sua área médica.
Um sorriso nostálgico surgiu em seus lábios.
— É impossível não se lembrar de algumas coisas. Nós passávamos a maior parte do tempo juntos. Não tem como não sentir falta. — mencionou, com a voz murchando à medida em que terminava de falar.
Sua mãe continuava a olhando. Sabia como gostava da amizade de e que também, significava muito mais que aquilo.
— Entendo, minha filha. E sinto muito por ter deixado isso acontecer com vocês. Na época, não tínhamos muita escolha a não ser nos mudarmos.
— Não precisa se desculpar. De verdade. — disse, sincera. Entendia que seus pais tinham seus motivos para tal tomada de decisão. — Só espero que ele esteja bem. E feliz. Isso que importa.
Sua mãe assentiu, a compreensão brilhando em seus olhos. sabia que sua mãe entendia as emoções que ela mantinha guardadas, as lembranças da amizade deles e tudo o que ela havia deixado para trás.
Afagou a mão da mais velha por alguns segundos e a viu sumir ao fim do corredor, deixando ainda na sala, pensando no que faria em sua estadia na cidade de sua infância.
Queria procurar por . Queria tentar descobrir por onde ele andava, como estava sua vida, se também sentia falta dela e principalmente, entregar a carta que tanto queria ter entregue em sua despedida. A figura do rapaz continuava a ecoar em seus pensamentos, por mais que ela se esforçasse em tentar esquecê-lo em algum momento.
Resolveu por tentar fazer algo que lhe distraísse um pouco e sabendo que a orla da praia ficava próxima de onde morava, mudou suas roupas para um conjunto mais leve, não deixando de pegar o envelope com as palavras que a mulher havia escrito anos atrás, com esperança de ainda encontrar por ali.
E em poucos minutos, já se encontrava podendo sentir o vento fraco da maresia e o cheirinho do mar exalando por ali.
A areia macia sob seus pés a fez se sentir em casa, enquanto as ondas quebrando suavemente na costa traziam a mesma sensação de tranquilidade de anos atrás.
Abraçou seu próprio corpo, como se aquilo a reconfortasse.
Não conseguia parar de pensar em como sentia saudade de tantas coisas. De tantos momentos. Sentia falta de como as coisas pareciam ser tão fáceis e imersas em alegrias, como risadas bobas em sua infância e brincadeiras sem muito sentido.
Sentindo um aperto no peito, se deixou sentar na areia, suas mãos afundando no grão macio.
Fechou os olhos por breves segundos, quase esquecendo de todas as preocupações que lhe tomavam conta e se permitiu sentir saudade de verdade. Saudade do tempo que nunca poderia ser recuperado com seu melhor amigo, saudade da amizade profunda que tinha com ele.
Se deixou ficar ali, imersa em suas emoções, enquanto o sol dourado mergulhava no horizonte. Se pudesse desejar qualquer coisa, sabia que no fundo da sua mente, queria uma nova chance para dizer tudo o que sentia à . O silêncio pairou sobre o lugar e, como se a linha entre o sonho e a realidade se dissolvesse, ouviu algo que jamais imaginava ouvir tão cedo.
A voz familiar que tanto havia sentido falta.
— ?
A mulher virou o rosto, atordoada. Demorou que sua ficha caísse e ela se desse conta de quem realmente estava parado à sua frente.
estava lá, parado a poucos passos de distância com seu olhar se alternando entre surpresa e alegria. A barba por fazer tomando conta de parte de seu rosto, o mesmo mais maduro pelo tempo.
Não tinha como ser outra pessoa.
Era .
— . — murmurou.
Os dois se olharam brevemente, como se tentassem gravar os menores detalhes um do outro. Os traços do rosto, o jeito de sorrir e olhar.
Céus, como puderam ficar há tanto tempo longe um do outro?
— Antes de qualquer outra coisa, preciso te entregar algo. Algo que deveria ter entregue há muito tempo. — mencionou, se aproximando. tinha a ponta dos dedos trêmulas pela emoção. — Não fazia ideia que te encontraria aqui, mas… Eu não posso deixar essa chance passar mais uma vez.
a olhou por um pouco mais de tempo, tentando assimilar o que acontecia.
Estendeu a mão e pegou o envelope, pouco amassado e minimamente amarelado. Parecia algo guardado há muito tempo.
O rapaz desviou o olhar do papel para ela e sorriu.
Havia sentido muita falta da mulher. Queria esquecer tudo e simplesmente abraçá-la, matando toda a saudade que havia acumulado nos últimos anos.
Sem esperar mais, abriu a carta. E seu coração se aquecia à medida que lia o bilhete.

“Ei ,

Não sei por onde começar, mas há algo que tenho guardado no meu coração por tanto tempo, e acho que finalmente é hora de te dizer.
Você é meu único e melhor amigo. É meu porto seguro e sempre esteve lá quando eu mais precisei, principalmente quando tropeçava e caía. E me fazia rir quando alguma coisa não saía do meu jeito.
Você sempre me ajudou.
À medida que crescemos, percebi que o que eu sentia por você era maior que uma simples amizade. Cada sorriso compartilhado, cada conversa significativa, tudo isso foi moldando meus sentimentos.
Sempre me peguei olhando para você de uma maneira diferente de quando eu olhava para Michael ou os outros meninos. Você sempre me deu um friozinho na barriga bom. Meu coração sempre acelerou quando estávamos juntos.
E aí eu me dei conta de que não podia tentar fingir que não acontecia algo, porque na verdade, eu já estava apaixonada por você, .
Apesar disso, mesmo sentindo tudo isso, tive muito medo. Medo de arruinar nossa amizade e de perder algo tão especial que nós tínhamos juntos. Então resolvi guardar todos os meus sentimentos até hoje.
Mas agora eu não quero esconder mais eles. Quero que você saiba que, apesar de qualquer coisa que nos aconteça, esse sentimento nunca vai sumir.
Eu vou entender se você não gosta de mim também. Vou continuar sendo sua melhor amiga nesse mundo.
Eu te amo, .
Te amo tanto que meu coração chega a doer só de pensar nisso.
Então o que quer que você sinta, saiba que sempre guardarei você em meu coração.

Com amor,
.”

Ao terminar de ler a carta, permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos fixos nas palavras escritas à mão. Sua expressão oscilava entre surpresa, emoção e um profundo entendimento. As memórias do passado e os sentimentos que ele tinha mantido em seu coração por tanto tempo ressurgiram, inundando-o com uma mistura de sentimentos.
Ele não podia negar que havia sido seu primeiro e único amor. E aquele carta só deixava aquilo ainda mais evidente.
Seus dedos seguravam a carta com delicadeza, como se o papel contivesse algo precioso que ele estava prestes a entender completamente.
Quando finalmente ergueu o olhar em direção ao de , pôde notar que seus olhos brilhavam mais do que o costume.
— …
Ela iniciou, sendo interrompida pelo rapaz que havia dado um passo à frente.
Soltou um suspiro suave e sorriu. — . — a voz parecia carregada de emoção. — Eu nunca deixei de amar você.
As palavras caíram ao ar como uma melodia suave, fazendo o frio na barriga voltar outra vez. Aquilo era mais do que apenas palavras; eram uma confissão profunda e honesta. Singular.
sentiu um aperto caloroso em seu peito, suas próprias emoções se entrelaçando com as dele.
— Eu também nunca deixei de te amar, . Nunca.
O rapaz se deu por vencido e diminuiu o restante de espaço que havia entre os dois, a puxando para um abraço apertado. Sentir o cheiro da melhor amiga depois de tantos anos o fazia querer tê-la por perto para sempre.
Afagou seus cabelos, a apertando um pouco mais.
— A vida pode ter te levado para longe de mim, , mas eu sabia que nos encontraríamos outra vez. — sussurrou, voltando a olhá-la. Os dois trocaram olhares e sorrisos cúmplices sabendo no que aquilo resultaria. — E eu não pretendo te deixar escapar de novo.
sentia seu corpo formigar, em um sentimento inexplicável de felicidade e alívio. Como se, finalmente, depois de tanto tempo, algo começasse a fazer sentido.
Deixou qualquer pensamento eufórico que tomava conta de sua mente de lado e, sem pensar muito, levou suas mãos no rosto do rapaz, decidida a fazer o que deveria ter feito há muito tempo.
— Eu conto com isso, .

iEu sei que é óbvio,
então, para que não pareça algo sem importância,
irei te dizer essas palavras…

Nota da autora: Oi, pessoal! Aqui estou com mais uma fic para vocês! Espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar um pequeno feedback com o que acharam!
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