Capítulo único
A minha vida se resumia em muitas escolhas erradas.
Definitivamente não era fácil olhar para trás e ver tudo o que eu havia feito para chegar onde estava: uma modelo de carreira pouco estável, viciada em drogas, sem amigos ou família que pudesse dar o devido suporte e sem um relacionamento verdadeiro para pôr na conta.
Mas não se deixe enganar por estas palavras comoventes de como minha vida virou uma bola de neve que perdeu o controle e virou uma avalanche, eu sou totalmente responsável por absolutamente tudo que aconteceu comigo. Minha vida pode ser separada em alguns estágios bem específicos.
O primeiro, foi minha carreira de modelo, que nasceu como a de várias mulheres que conheço, o olheiro que vai nas escolas ver quem tem pinta de garota que vai crescer e não vai ser a mulher mais linda do mundo, mas tem um quê diferenciado que podia ser o ponto de partida. Afinal, nenhuma modelo pode ser linda o suficiente para ofuscar a roupa que ela veste, não pode ter curvas demais, ou atitude demais, pois ninguém gosta de trabalhar com uma rebelde. E, infelizmente, o último requisito eu preenchia bem. Vi minha carreira desmoronar diante dos meus olhos, quando todos os estilistas famosos começaram a conversar sobre como Emma Flowers era “difícil de lidar”.
Uma rebelde, uma diva, uma drogada.
E então chegamos ao segundo estágio, onde fiz uma escolha da qual não me orgulho nem um pouco, mas que é inevitável na vida de qualquer pessoa minimamente famosa: o uso de remédios. No começo são só umas pílulas para dormir, que se transformam em pílulas para acordar, então você descobre que um remédio de diabetes faz perder peso, e descobre também que quando se tem dinheiro e é bonita as coisas chegam em você com mais facilidade e, ah, olá, heroína.
Com isso, chegamos ao terceiro estágio, o afastamento iminente da minha família e amigos, afinal, quem quer ter qualquer tipo de contato com uma drogada e completamente insana? Os tabloides falavam por si só, eu não precisava mais fazer nada, eles mesmo faziam por mim. Meus pais cortaram contato e meus amigos foram se afastando, um por um, até eu me ver completamente sozinha. Bom, não completamente, afinal eu ainda tinha Sean, meu agente e Steven, meu segurança particular que me acompanhava em todos os eventos dos quais eu ainda era convidada.
Na verdade, eu sempre era convidada para eventos de celebridades, pois era uma figura conhecida entre os famosos, quase como uma celebridade que não faz nada, mas está sempre na boca do povo, uma It Girl. Era isso que eu era.
Meninas queriam ser eu, se vestir como eu e namorar os caras que eu namorava.
Timothée Chalamet. Pete Davidson. Jacob Elordi. Nicholas Galitzine.
Os sites de fofoca me adoravam, o puro suco do entretenimento, me chamavam de Taylor Swift sem talento, tinham fotos minhas cheirando pó na curva da mão, entre o polegar e o indicador, tinham fotos minhas mostrando os seios em uma foto íntima e tinham fotos minhas batendo em um paparazzi com um anel de soco inglês.
Eu era esse tipo de pessoa.
E era por causa disso que o estágio quatro existia: eu não conseguia manter nenhum relacionamento saudável, sendo uma pessoa difícil de lidar. Todos os meus términos vinham acompanhados de “não consigo te acompanhar Emma, você é... muito”.
Descobri que precisava de ajuda no dia em que acordei em uma cama desconhecida, nua, com dois homens e três mulheres, meu cabelo estava sujo de vômito e eu nem sabia dizer se era meu ou não. Em minha frente havia mais vômito e aquela poça eu tinha certeza que era minha pois fazia o desenho perfeito de um balão de fala de uma história em quadrinhos saindo da minha boca.
Saí de lá ligando para o meu agente, pedi para ele cancelar todos os compromissos que eu tinha, apagar todas as minhas redes sociais, e me colocar em uma clínica de reabilitação. Eu não iria morrer afogada pelo meu próprio vômito aos 28 anos, eu me negava a entrar nessa lista.
Fiquei lá por oito meses.
Sem internet, sem tabloides, sem tecnologia que fosse mais do que uma TV de tubo gradeada que não podia ser trocada de canal.
Porém tive acesso a psicólogos, psiquiatras e pessoas de bem que, assim como eu, estavam tentando voltar a ter uma vida normal. Eu sabia que nunca teria uma vida normal, mas podia tentar.
No dia que me liberaram, meu segurança foi me buscar. Não sei quem estava pagando ele e na verdade nem me interessava muito, meu terapeuta disse que era para eu me concentrar em mim, e no que eu precisava para me manter lúcida e sóbria.
O abracei com força, Steven era o mais próximo de um amigo que eu tinha no momento.
— Entre, entre. — Ele disse abrindo a porta de trás do carro. — Fiquei sabendo que estão pagando caro pela primeira foto sua depois da reabilitação.
Steven fechou a porta e deu a volta no carro.
— Como você está, florzinha? — Ele me chamava assim por conta do meu sobrenome.
— Estou... diferente. — Admiti falando a verdade.
— Eu já consigo perceber isso. — Falou virando o rosto para trás para me olhar, sorriu sincero sem mostrar os dentes.
Steven sempre foi um amor comigo, me mantinha confortável fazendo eu me sentir segura sem que ele precisasse realmente fazer alguma demonstração de força.
Ele tinha o porte de uma pessoa que praticava algum tipo de esporte, mas não era musculoso. Sempre o imaginei lutando com alguém no estilo John Wick meio “frio e calculista”.
Ele dirigiu durante algumas horas, conversamos durante todo o trajeto, ele me colocou por dentro dos babados mais fortes da indústria, comentou alguns filmes que eu deveria assistir e colocou algumas músicas para eu ouvir.
— E o que você fez nesse meio tempo? — Perguntei em certo momento.
— Ah... Nada de muito importante.
— E como está a Maureen? — Era a sua esposa, um amor de pessoa.
— Nos divorciamos. — Ele disse inquieto, erguendo os ombros. — Há mais de um ano.
Ouch.
Eu estava tão perdida em meus próprios problemas que simplesmente ignorei o fato de Steven ter uma vida fora do meu círculo de trabalho.
— Nossa, Stev! Me desculpe por isso. — Falei genuinamente arrependida de estar tão presa com meus próprios demônios. Eu sabia que precisava de ajuda, mas isso não justifica ignorar uma das poucas pessoas no mundo inteiro que estavam ao meu lado.
— Você não tem culpa, florzinha. Era algo inevitável.
— Eu podia ter notado algo, você sempre estava comigo. Estava passando por um divórcio e eu não fui capaz de perceber!
— Você estava lidando com seus próprios problemas, ei, está tudo bem. Foi uma das melhores coisas que me aconteceram nos últimos tempos.
— Bom, fico feliz por você então. — Respondi sorrindo.
— Outra coisa que foi uma das melhores, se me permite dizer, foi ouvir você dizer que queria ser internada... — Steven sempre foi reservado, nunca se meteu na minha vida e sempre estava lá quando eu precisava.
— É, quando você acorda coberta de vômito que nem tem certeza se é seu, a vida te dá uma chance de mudar.
— Pense pelo lado bom, você já chegou no fundo do poço. Agora está saindo dele. Uma nova vida, uma nova Emma Flowers.
Uma nova Emma Flowers.
Para que isso fosse verdade, eu precisava realmente mudar.
E para isso, Sean reservou uma casa extremamente longe de tudo, longe da vida na cidade para que eu me adaptasse à nova vida, sem paparazzis, sem pessoas que poderiam me fotografar, sem luxos extremos, apenas eu e Steven.
Chegamos na casa, ele pegou meus pertences e levou para dentro de casa, me mostrou todos os cômodos, todos os armários, tinha muito refrigerante e muitas frutas. Nada que pudesse ser um gatilho para uma recaída.
Meu pior estágio foi na clínica, agora eu só precisava seguir em frente e eu sabia que Steven ia me ajudar.
Na primeira noite não consegui dormir, fui para a sala sorrateiramente e coloquei um dos filmes do ano que ele me indicou.
Na segunda noite foi a mesma coisa, só que dessa vez Steven estava me esperando com um balde de pipoca. Ele sabia que passar por aquilo sozinha não era a melhor opção.
Seguimos assim durante a primeira semana.
Em um dia, acordei no sofá sentindo cheiro de bacon, e eu levantei do jeito que eu estava direto para a cozinha. Cabelos bagunçados, olhos inchados e pijamas.
— Hey, bom dia! Você está linda, florzinha. Vem tomar café.
Assim, desse jeitinho simplório, Steven entrou em meu coração de um jeito que nunca tinha entrado.
O olhei esfregando meus olhos, uma camisa branca básica, calças de pijamas xadrez, cabelos meio compridos demais, molhados de um banho recém tomado e um sorriso realmente radiante que eu não era acostumada a ver quando ele estava em trabalho, mas aqui nessa casa de campo isolada eu via com bastante frequência.
Steven era muito bonito. E eu só havia prestado atenção nisso agora: no momento em que ele disse que eu estava linda, sendo que eu sabia que não existia a mínima possibilidade de estar linda.
A partir desse dia, comecei a notar pequenos sinais que pareciam estar ali o tempo inteiro, mas que eu nunca tinha percebido.
Stev me abraçava com frequência, sempre me fazia café da manhã, saía todas as manhãs para caminhar e trazia alguma flor silvestre para embelezar a cozinha para mim...
O problema era: ele realmente gostava de mim, ou estava apenas fazendo seu trabalho? Será que esses sinais que eu estou vendo realmente existem ou meu corpo está apenas gritando por estar a mais de oito meses sem sexo?
Bom, eu nunca fui conhecida por ser uma pessoa realmente normal, então tentei resolver aquilo da maior maneira Emma Flowers possível.
— Stev. — O chamei, e ele respondeu com um “Hm”, retirando os olhos lentamente do livro que lia para me olhar. Dessa vez, eu estava aceitável, cabelos penteados, dentes escovados e rosto limpo. Eu ainda estava me acostumando com meu rosto sem maquiagem e sem olheiras de virar a noite chapada. — Você gosta de mim?
Ele pareceu pensar um pouco, meio desconcertado pela sinceridade da pergunta.
— Do que você está falando, Ems? É claro que eu gosto de você. — Ele disse, sentando—se para frente na poltrona, apoiando seus cotovelos sobre os joelhos, o livro em uma das mãos, marcando a página com o dedo. — Eu não teria aceitado vir para cá com você se eu não gostasse de você.
Não fui clara o suficiente, merda.
— Ok, e por que você aceitou vir para cá comigo? E não me responda com “por que eu gosto de você”.
Ele riu, lambendo os lábios com deleite. Merda, Steven era muito bonito.
— Eu vim porque eu sei como é passar por isso, Ems, você não é a única pessoa que já esteve no fundo do poço na vida. E eu realmente gosto de você, sempre gostei.
— Sempre gostou?
— Sim. Não me orgulho em dizer isso, mas você foi o motivo do meu divórcio.
Minha boca secou, e antes que eu pudesse dizer algo, ele continuou:
— Eu já era casado com Maureen quando comecei a trabalhar para você, e quanto mais tempo eu passava ao seu lado, mais eu comecei a perceber que você era louca. — Ele riu negando com a cabeça. — O meu tipo de loucura, sabe? E vi você fazendo exatamente os mesmos passos que eu, indo em direção ao abismo... Olhando lá para baixo... Pensando que estava tudo sob controle e quando menos esperou, já estava muito fundo, escuro, sufocante.
Ele olhou para mim, seus olhos castanhos penetrando minha alma.
— Maureen percebeu antes que eu. — Apenas disse, me deixando interpretar da maneira que eu quisesse.
— Ok, hã.... — Pensei um pouco sem realmente saber o que dizer. — Me ajuda a fazer um bolo?
Ele uniu as sobrancelhas estranhando a minha estranheza, mas o costume de me ter por perto fez ele dar de ombros e concordar.
— Só se for de chocolate. — Disse levantando-se marcando o livro com a orelha, largando-o sobre a poltrona e estendendo a mão para mim.
Eu sorri e o acompanhei até a cozinha. Eu não sabia direito o que estava fazendo, só tinha colocado em minha cabeça que ia testar Steven, flertar um pouco sem que estragasse a nossa amizade, afinal, eu não podia contar com muitas pessoas ao meu lado no momento para querer estragar as coisas com ele também. Eu só precisava confirmar. Eu estava tão entediada que aquilo era basicamente uma maneira de não pirar.
Ele pegou uma tigela de vidro, alguns ingredientes e uma colher de pau.
— Ok, você começa peneirando os ingredientes secos. — Ele disse, me mostrando o medidor de 1 xícara. Lavei as mãos para começar e vi que ele ficou parado me observando, debruçou—se sobre a bancada de madeira, apoiou os cotovelos na mesma e o rosto na mão direita.
— Açúcar, chocolate em pó e trigo. — Ele disse indicando com a sobrancelha.
Medi os ingredientes e coloquei na tigela, misturei calmamente com o auxílio da colher.
— Sabe, eu gosto de dar um toque particular. — Disse levantando—se, foi até a prateleira, pegou o pote de sal e um condimento que não consegui ler.
Steven veio lentamente em minha direção e posicionou-se atrás de mim, senti minha respiração pesar por um momento. Ele não tocou em mim, por mais que minha pele latejasse de desejo por seu toque.
Colocou uma pitada de sal na minha mistura e abriu o pote que eu não conseguia ler, e retirou uma pitada generosa de três dedos. Reconheci pelo cheiro: canela.
— Pronto. — Sua voz soou em minha orelha, fazendo os pelinhos do meu braço se arrepiarem. — Agora seu bolo vai ficar perfeito, florzinha.
Não consegui dizer nada, apenas pigarrei e concordei com a cabeça. O que era aquilo? Aquele instinto animal dentro de mim, gritando a todos pulmões que eu devia agarrar ele naquele momento, eu devia ouvir isso?
Steven estava mesmo flertando comigo? Eu nem havia dado a minha cartada de lamber a colher suja de massa crua na sua frente para ver a sua reação! Steven já estava me deixando de pernas bambas apenas falando ao pé do meu ouvido.
Ele saiu de trás de mim, com os olhos intensos demais para o meu próprio bem e levou o dedo até o meu nariz sujando-o de canela de propósito. E sorriu, aquele sorriso de dentes bonitos que eu realmente via com bastante frequência naquele lugar.
Me fingi de indignada com a ação e em troca peguei uma pitada de trigo do pacote e joguei em seu rosto, o trigo se espalhou pela bochecha em um desenho perfeito de respingo, pontinhos da farinha estavam marcados em toda a extensão de seu rosto e quando ele soltou uma gargalhada, a maioria da farinha caiu do seu rosto deixando apenas uma camada fina de poeira.
— Você me paga. — Ele disse, se armando com o pote de chocolate em pó. Jogou um punhado em meu rosto antes que eu conseguisse entender direito o que estava acontecendo, soltei uma gargalhada alta sentindo o gosto do chocolate em meus lábios e agarrei o pacote de farinha jogando nele também.
E o que se sucedeu foi uma guerra de comida digna de uma comédia romântica pastelão, ri como não ria há meses e fiquei sem fôlego de tanto correr em volta da ilha na cozinha. Steven também se divertiu como nunca, e quando fui jogar meu último punhado de farinha meus pés deslizaram no chão e caí destrambelhada, pacote de farinha para um lado e eu para outro. Steven correu preocupado até mim.
— Ems, Ems, você está bem? — Perguntou, suas mãos na lateral do meu rosto, me fazendo olhar diretamente para ele. Seu rosto estava completamente branco e caía farinha do seu cabelo, conforme ele se movia. Seus olhos estavam intensos e preocupados.
Respondi soltando uma risada que não consegui segurar por conta da adrenalina, num primeiro momento ele uniu as sobrancelhas como se tentasse entender o que estava acontecendo e depois de um segundo, sua risada se misturou com a minha. Rimos durante incontáveis minutos, até a graça se esvair.
— Você está bem mesmo? — Perguntou ele, uma de suas mãos estava em meu pescoço, a outra estava com os dedos misturados em meu cabelo na lateral do meu rosto.
Em resposta a sua pergunta, puxei o colarinho da sua blusa e colei nossas bocas.
Liguei o foda—se quando senti seus dedos mergulharem mais fundo em meus cabelos e sua mão apertar meu pescoço com mais força, me dominando. Seus lábios não perderam tempo em aprofundar o beijo, sua língua pedindo passagem com tanta facilidade que parecia que já havíamos feito aquilo antes.
O beijo era intenso, quente e delicioso, me causando arrepios constantes em minha espinha enquanto suas mãos saiam dos locais em que estavam e seguiram para minhas axilas, onde Steven me ergueu com uma facilidade inacreditável e me pôs sentada na bancada de madeira.
Sua respiração estava pesada e eu tinha certeza de que não foi pelo esforço de me erguer.
— Você está bem? — Perguntei receosa.
— Merda Ems, você não tem ideia de como eu estou bem. — Falou espalmando as mãos no balcão em minha volta, seus braços fortes com veias saltadas me deixavam mais excitada ainda.
— O que quer dizer com isso? — Fui corajosa o suficiente para passar a mão em seu rosto e incliná-lo para que ele olhasse em meus olhos.
— Quero dizer que estou afim de fazer isso há um bom tempo. — Seu olhar era tão intenso que literalmente tremi, soltei um tremelique que iniciou em meus ombros e foi até os pés, ele sorriu de lado.
— I-isso o que? — Instiguei—o, enfiando meus dedos em seus cabelos longos, repousando minha mão em sua nuca acariciando o local. Ele fechou os olhos por um instante, sentindo minha carícia.
— Te beijar. — Sua voz saiu rouca, enquanto ele continuava de olhos fechados movendo a cabeça de acordo com o movimento que eu fazia com a mão em sua nuca. Eu nunca tinha visto Steven tão solto, tão leve e tão delicioso na minha vida. Minha calcinha estava completamente ensopada vendo ele tão... de guarda baixa.
— Só beijar? — Perguntei levada e ele sorriu, abrindo os olhos me olhando como um predador olha para a sua presa.
— O que você quiser que eu faça. Beijar, abraçar, proteger, foder... — A última palavra foi dita em um tom tão sensual que soltei um gemido baixo que o fez sorrir.
— Eu gosto da última opção. — Falei sorrindo travessa e ele puxou minha cabeça juntando nossas bocas novamente.
Steven não estava afim de perder tempo, acho que já tinha esperado demais, enquanto me beijava, usou a mão livre para empurrar os itens que estavam em cima da bancada, deu um impulso e subiu deitando-se em cima de mim, tudo isso sem separar nossas bocas. Nosso beijo era surreal, eu nunca havia beijado alguém que encaixasse tão bem, seus lábios eram macios, sua língua era na medida certa e suas mãos fortes me apalpavam do jeito que me deixava louca.
Seus lábios desceram do meu rosto para o meu pescoço e do meu pescoço para meu colo, eu já estava entorpecida quando minha regata voou para algum canto e fiquei mais zonza quando ele deslizou a mão para dentro da minha calcinha.
Os dedos dele sabiam exatamente o que fazer, o meu tesão era tanto que poucas investidas foram o suficiente para me fazer gozar.
Ele tirou a camisa, e eu o ajudei a tirar a calça. Tudo aconteceu tão rápido que quando senti seu membro entrar em mim, quente e grande, a única coisa que pude pensar foi “quanta coisa deliciosa eu perdi enquanto estava chapada”. A sensação era indescritível, o torpor tomou conta de mim e por incontáveis minutos não consegui fazer qualquer coisa que não fosse gemer, beijar Steven e arranhar suas costas largas e definidas.
Nosso clímax veio junto, repetimos a dose mais três vezes naquele dia, o bolo ficou para outro momento.
Nosso retiro durou mais duas semanas, duas semanas de sexo animal inesgotável, insaciável e inexplorado, estávamos conhecendo um ao outro finalmente e quando acabou, decidimos que nossa relação podia sim tomar um rumo mais sério, mas que primeiro podíamos esconder (principalmente de Sean e da mídia) enquanto eu voltava ao meu mundo como uma pessoa melhorada.
Porque sim, eu estava melhor.
Estava mais bonita (saudável), estava limpa de tudo (menos do novo vício delicioso chamado Steven), e finalmente havia entrado em uma relação que tinha um futuro. Steven disse que estava do meu lado, sempre esteve e que ele estava ali para garantir que eu ficaria bem, fosse com ele ou sem ele. E, mesmo antes disso tudo, eu nunca havia pensado na minha vida sem ele.
Porque Steven era assim, ele havia me visto mesmo quando eu estava na minha pior versão. Havia visto a cova que cavei para mim mesma.
Em um certo momento da nossa relação, eu acabei perguntando a ele:
— Por que você não tentou me ajudar quando eu estava perdida?
— Florzinha, você é a porra de um furacão. Você nunca teria me ouvido. Provavelmente teria me demitido se eu tivesse feito isso em um dia ruim.
— É verdade. — Ponderei por um momento.
— Eu estava ali para quando você precisasse de mim, mas eu não podia interferir nas suas decisões. — Ele disse olhando para mim, dando o sorriso de boca fechada que eu tanto amava.
— Eu te amo, Steven.
— Eu sempre te amei, Emma Flowers.