06. My Happy Ending

Última atualização:31/07/2020

Capítulo Único

Uma tempestade caia do lado de fora do hotel em que estava hospedada naquele dia. Estava caindo um dilúvio e tudo o que ela conseguia pensar era nos motivos para tudo era acabado daquele jeito. Foi algo que ela fez? Foi algo que ele disse? Ela não sabia. Não conseguia entender como o seu relacionamento havia acabado e isso estava a destruindo.
Ela havia conhecido quando ele tocava baixo na banda de apoio de uma cantora famosa quando abria seus shows. Como ele era apenas contratado — não era membro fixo da banda — quando lhe foi oferecido a posição de baixista oficial de Hytes, ele não pensou duas vezes. E foi ali que eles começaram a se aproximar e a se conhecer.
Se apaixonar foi inevitável. No início, toda a equipe era contra, com medo que fosse apenas uma fagulha e que isso acabasse com o ritmo da banda, uma vez que estavam em ascensão.
Entretanto, o relacionamento de ambos era invejável. Eram o casal perfeito, para todos — até para a imprensa. E foi essa a imagem que venderam por 5 anos. Até um dia, sem explicação, no meio da maior e mais lucrativa turnê de Hytes, ele decidir que deveriam terminar. Estavam em um dos camarins em Berlim, poucos minutos antes do show. A briga havia sido feia, ela não havia conseguido cantar devido ao choque e o mesmo teve que ser cancelado.
Hoje, dois dias depois do ocorrido, ela ainda estava trancada em seu quarto com a cabeça a mil e dúzias de composições. Estava vivendo a base de café, vodka e remédios para ansiedade pois, não conseguia comer, nem dormir, nem fazer nada.
Tudo o que ela conseguia pensar era onde ela havia errado.
Hoje ela teria que fazer o show que havia sido cancelado e não sabia de onde tiraria forças para cantar e dançar por duas horas. Além de olhar para o ex namorado por todo esse tempo.
E foi assim que ela decidiu que iria resolver isso antes do concerto.
Tomou um banho e se vestiu para a passagem de som. Os olhos de todos estavam nela, em cada passo que dava. Com medo que surtasse ou algo parecido. Porém, ela havia saído do quarto determinada a ter uma resposta, mesmo que não fosse a que ela queria, sem fazer uma cena. Podia só chorar. Sem se lamentar e sem implorar para que voltassem. Ela só precisava de uma resposta. Um motivo. Para então tentar seguir em frente.
— Oi, , está bem? — Lucy, sua assistente, perguntou assim que a cantora saiu do quarto.
— Na medida do possível. O Mark já falou com você para desmarcar toda a minha agenda? A partir de hoje só farei os últimos dez shows e a passagem de som. De resto, tudo cancelado.
— Sim, ele comentou. Pediu para que quando te visse hoje, perguntasse se era a sua decisão final.
— É a minha decisão final. — Ela informou antes de entrarem no carro preto em direção a arena.

×


Ao entrar na Mercedes-Benz Arena, seu corpo todo se arrepiou e ela pode sentir seu estômago revirar. A cena de terminando com ela era como um gif em sua cabeça e parecia que ela o via em todos os lugares.
. — Ela ouviu a sua voz e imediatamente parou de andar e virou-se, dando de cara com ele. também parecia abatido, estava com os cabelos escondidos em um boné qualquer. Uma camiseta do Rolling Stones, uma calça preta e um tênis vans, seu look de sempre, que ela tanto amava.
ficou paralisada. Tinha pensando em várias coisas para falar e agora, ali, não sabia o que dizer.
— Você está bem? Se não for pedir demais, eu gostaria de falar com você um pouco.
Ela concordou com cabeça e o seguiu até um dos camarins do local.
— Bom, primeiramente eu gostaria de pedir desculpas. Acho que o jeito que falei com você aquele dia não foi certo. Não era nem o momento, nem o local. Eu deveria ter pensado melhor e me expressado melhor. Não pensei em como você reagiria e fui extremamente egoísta. Não tive respeito por você nem pelo o que tivemos juntos. Então, por favor, me perdoe.
, não quero que venha com essa ladainha de ser o bonzinho, o politicamente correto, que isso não funciona mais comigo. Vamos falar sobre isso, não é como se estivéssemos mortos afinal. Foi algo que eu fiz? Foi algo que você disse?
— Não, você não fez nada.
— Então me diga, o que aconteceu?
— Eu percebi que não te amava mais.
— Não me amava mais? — Ela perguntou.
— Sim. Um dia eu saí com os caras, bebemos e, no meio da noite, percebi que não sentia a sua falta. E que isso já estava acontecendo fazia um tempo e que era isso que estava me fazendo mal. Eu estava vivendo algo que já não fazia mais sentido pra mim e, consequentemente, estava te machucando. Comecei a viver uma mentira e isso estava me afundando.
— Mas estávamos tão bem. , não acho que seja isso e se for, podemos resolver, podemos tentar de novo.
— A minha identidade está se desfazendo, eu estou ficando louco. Eu vejo o que a minha presença, o que a minha carga emocional faz com você todos os dias desde que decidi dividir o meu fardo com você. Eu sou amaldiçoado.
— Eu sempre soube dos seus demônios e isso nunca me fez te amar menos.
— Mas isso está te afetando e eu vejo todos os dias. Você está bebendo mais, não vive sem remédios e isso é tudo culpa minha. Você sofre com a minha falta de carinho, de atenção, de compreensão e de maturidade. — A serenidade no rosto de fazia com que se sentisse cada vez pior. Era como se ele estivesse planejando isso há meses.
— Não, você está completamente errado. Você era todas as coisas que eu pensava conhecer e que eu pensava que poderíamos ser. Você era tudo, tudo que eu queria. Não sofro. Sei que as coisas não estavam como era antes, mas mesmo assim. Para mim, era o suficiente. — As lágrimas nos olhos dela, nesse momento, eram impossíveis de serem seguradas.
— Você tá vendo quão errado isso é? Eu não deveria ser o suficiente. Você só estava recebendo o monstro. E isso não é justo. Eu conversei com muitas pessoas antes de tomar essa decisão.
— Ah, que dúvida! — Ela gargalhou de nervoso. — Você tem seus amigos idiotas, eu sei o que eles falam. Eles dizem que eu sou difícil, mas eles também são. Eles não me conhecem, será que sequer conhecem você? Todas as coisas que você esconde, toda a merda que você fez e passou, eles também não sabem. Não deveriam opinar.
, nem eu consigo mais conviver comigo mesmo. Se liberte de mim, por favor.
— Há quanto tempo você está pensando nisso? — Ele perguntou.
— Desde a metade do ano passado. — Ele confessou.
— Estamos em maio, . Por Deus, você está me enganando há um ano?
— Não estou te enganando.
— Como não? Você está fingindo há todos esses meses que está tudo bem com o nosso relacionamento, isso é enganar.
— Eu não quis dizer antes porque estava com medo. Aí vi você se afundando cada vez mais na bebida e percebi que deveria resolver logo isso.
— E demorou um ano para resolver. Bem típico de você.
, eu queria estar lá por você, de algum jeito. Sabia que seria pior se terminássemos naquela época. Decidi fazer isso agora porque estava um pouco melhor. — Ele murmurou nitidamente abalado o que a deixou com mais raiva.
Não acreditava que ele estava há todo esse tempo fingindo e vivendo algo que não existia e, ainda por cima, fazendo-a acreditar que estava tudo bem.
— É ótimo saber que você estava lá. Obrigada por fingir que se importava e me fazer sentir como se eu fosse a única. É ótimo saber que tínhamos tudo. Obrigada por assistir enquanto eu caía e me avisar quando acabou.
... — Ele suplicou, aproximando-se dela e ela imediatamente se afastou.
— Não! Todo esse tempo você estava fingindo. Nós éramos feitos um pro outro. Bom, deveríamos ser, mas como você disse, acabou. Depois dos próximos shows, quero que você converse com o Mark sobre o fim do seu contrato. — Ela informou e ele concordou com a cabeça. — E arrume um substituto para os próximos shows. — Ela disse antes de sair da sala e deixá-lo ali sozinho.
Ao sair da sala, respirou fundo tentando conter as lágrimas. Pensou e ficou com saudades de alguns momentos que viveu e pecou na vontade de sentimentos que eu já senti. Pensou então que hoje era só mais um dia de chuva e amanhã ela já ia estar em outro lugar. Muito longe daqui e muito longe dele. Talvez mais próximo do seu final de feliz.





Fim!



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus