Capítulo Único
Puxei o ar pela milésima vez desde que me encontrava parada ali, esperando que meu nome fosse anunciado, e apertei os nós dos meus dedos com força. O local encontrava-se lotado e aquilo só contribuía para que o meu nervosismo aumentasse. Eu tinha sonhado com aquilo por anos e estar ali, diante de todas aquelas pessoas, significa um mundo de coisas para mim. Meu coração batia tão forte que eu achei por um momento que as pessoas à minha volta poderiam ouvir as batidas que ele dava.
Eu precisava me acalmar.
Troquei o peso entre as pernas, porque era um hábito que eu tinha sempre que passava por algum momento de tensão, e mordi a parte interna da boca, conforme passava meus olhos pelo ambiente. O som das pessoas falando era contagiante, assim como as luzes que batiam no palco, além de toda aquela decoração.
Tudo estava exatamente como eu queria, como eu havia planejado, e, ao notar aquilo, deixei que um sorriso tomasse conta das minhas feições.
Mal conseguia acreditar que meu sonho estava finalmente se realizando depois de todos aqueles anos. Havia chegado a um ponto onde eu sequer conseguia acreditar que conseguiria voltar a cantar depois de todos os traumas que eu tinha passado, entre abusos por parte do meu empresário, noites sem dormir e comer direito, eu tentava acreditar que um dia conseguiria sair dali.
Quando o dia chegou, foi como se eu tivesse renascido.
— , você está pronta? — Angela, minha produtora, perguntou, fazendo com que eu virasse para encará-la.
Nem tinha me dado conta do quanto estava distraída.
— Sim, mais do que pronta — respondi, abrindo um sorriso caloroso. — Nem acredito que isso está mesmo acontecendo. — Eu tinha certeza de que meus olhos brilhavam e encontravam-se até um pouco marejados, mas não me importei.
Ela sorriu e olhou para os lados, então me puxou para um abraço. Correspondi ao gesto, apertando para aumentar o contato e sorri com aquilo. Angela era, além de a melhor empresária que eu poderia ter pedido, uma amiga.
— Obrigada, por tudo — falei baixinho.
— Você merece tudo isso e muito mais — falou, interrompendo o contato físico, e me soltou. — Agora vai lá e arrasa!
Assenti àquilo, então passei por ela, indo em direção ao canto esquerdo do palco para que pudesse fazer a minha entrada. Escutei que ela havia sido anunciada e, depois disso, os gritos no ambiente ficaram ainda mais intensos, só ajudando para que a adrenalina em meu corpo fosse liberada de forma ainda mais rápida.
Meu momento tinha de fato chegado.
Os sons da intro começaram e eu nem sei como, mas, quando me dei conta, eu já me encontrava no meio daquele balcão, dizendo palavras de boas-vindas e passando meus olhos pelas milhares de pessoas que se encontravam ali só para me ouvir cantar. A energia era simplesmente indescritível, algo que eu tinha sequer vivido nos meus primeiros anos como cantora e eu queria chorar, desabar ali no meio daquele lugar e dizer o quanto eu estava grata pelo que acontecia ali.
— Boa noite, Barcelona — gritei no microfone, sorrindo calorosamente.
As respostas calorosas ecoaram e eu pisquei algumas vezes, tomando nota de tudo o que acontecia.
— Como vocês sabem, esse é meu primeiro show desde o meu anúncio que interromperia minha carreira como cantora. — Respirei fundo, fazendo uma pausa para que pudesse processar tudo aquilo. — Desde que vocês descobriram o que se passava de verdade na minha vida. Eu só queria poder dizer algumas coisas para vocês, para todas as pessoas que já tiveram o desprazer de viver o que eu vivi, mas eu acho que com uma música, vocês vão conseguir compreender muito melhor.
Um assistente de palco trouxe um violão para mim, ao qual agradeci afastando minha boca do microfone e então voltei a olhar minha plateia. Troquei alguns olhares e acenei para algumas pessoas, então dei início à música.
— They look for picture perfect. Don't look deeper than the surface… — Fechei meus olhos para que pudesse deixar a energia tomar conta de mim. — Bubble-gum always pops. And stars they fade out, life never stops…
Eu sabia que a letra estava passando no telão, pois aquela era a primeira vez que a cantava para o meu público e foi contagiante ver que quanto mais eu avançava, mais eles acompanhavam e deixei que as lágrimas rolassem.
— This ain't another pop song 'bout fallin' in love... Or a party song 'bout drinks and drugs. — Voltei a abrir meus olhos, vendo que as pessoas ali estavam tão emocionadas quanto eu e aquilo só me motivou. — Not a pop song (ooh, ooh)... I don't give a what (oh no, no, oh woah)! — Dei tudo de mim, terminando a música e ouvindo que a salva de palmas só aumentava.
Era difícil de acreditar, mas eu finalmente estava livre.
Eu precisava me acalmar.
Troquei o peso entre as pernas, porque era um hábito que eu tinha sempre que passava por algum momento de tensão, e mordi a parte interna da boca, conforme passava meus olhos pelo ambiente. O som das pessoas falando era contagiante, assim como as luzes que batiam no palco, além de toda aquela decoração.
Tudo estava exatamente como eu queria, como eu havia planejado, e, ao notar aquilo, deixei que um sorriso tomasse conta das minhas feições.
Mal conseguia acreditar que meu sonho estava finalmente se realizando depois de todos aqueles anos. Havia chegado a um ponto onde eu sequer conseguia acreditar que conseguiria voltar a cantar depois de todos os traumas que eu tinha passado, entre abusos por parte do meu empresário, noites sem dormir e comer direito, eu tentava acreditar que um dia conseguiria sair dali.
Quando o dia chegou, foi como se eu tivesse renascido.
— , você está pronta? — Angela, minha produtora, perguntou, fazendo com que eu virasse para encará-la.
Nem tinha me dado conta do quanto estava distraída.
— Sim, mais do que pronta — respondi, abrindo um sorriso caloroso. — Nem acredito que isso está mesmo acontecendo. — Eu tinha certeza de que meus olhos brilhavam e encontravam-se até um pouco marejados, mas não me importei.
Ela sorriu e olhou para os lados, então me puxou para um abraço. Correspondi ao gesto, apertando para aumentar o contato e sorri com aquilo. Angela era, além de a melhor empresária que eu poderia ter pedido, uma amiga.
— Obrigada, por tudo — falei baixinho.
— Você merece tudo isso e muito mais — falou, interrompendo o contato físico, e me soltou. — Agora vai lá e arrasa!
Assenti àquilo, então passei por ela, indo em direção ao canto esquerdo do palco para que pudesse fazer a minha entrada. Escutei que ela havia sido anunciada e, depois disso, os gritos no ambiente ficaram ainda mais intensos, só ajudando para que a adrenalina em meu corpo fosse liberada de forma ainda mais rápida.
Meu momento tinha de fato chegado.
Os sons da intro começaram e eu nem sei como, mas, quando me dei conta, eu já me encontrava no meio daquele balcão, dizendo palavras de boas-vindas e passando meus olhos pelas milhares de pessoas que se encontravam ali só para me ouvir cantar. A energia era simplesmente indescritível, algo que eu tinha sequer vivido nos meus primeiros anos como cantora e eu queria chorar, desabar ali no meio daquele lugar e dizer o quanto eu estava grata pelo que acontecia ali.
— Boa noite, Barcelona — gritei no microfone, sorrindo calorosamente.
As respostas calorosas ecoaram e eu pisquei algumas vezes, tomando nota de tudo o que acontecia.
— Como vocês sabem, esse é meu primeiro show desde o meu anúncio que interromperia minha carreira como cantora. — Respirei fundo, fazendo uma pausa para que pudesse processar tudo aquilo. — Desde que vocês descobriram o que se passava de verdade na minha vida. Eu só queria poder dizer algumas coisas para vocês, para todas as pessoas que já tiveram o desprazer de viver o que eu vivi, mas eu acho que com uma música, vocês vão conseguir compreender muito melhor.
Um assistente de palco trouxe um violão para mim, ao qual agradeci afastando minha boca do microfone e então voltei a olhar minha plateia. Troquei alguns olhares e acenei para algumas pessoas, então dei início à música.
— They look for picture perfect. Don't look deeper than the surface… — Fechei meus olhos para que pudesse deixar a energia tomar conta de mim. — Bubble-gum always pops. And stars they fade out, life never stops…
Eu sabia que a letra estava passando no telão, pois aquela era a primeira vez que a cantava para o meu público e foi contagiante ver que quanto mais eu avançava, mais eles acompanhavam e deixei que as lágrimas rolassem.
— This ain't another pop song 'bout fallin' in love... Or a party song 'bout drinks and drugs. — Voltei a abrir meus olhos, vendo que as pessoas ali estavam tão emocionadas quanto eu e aquilo só me motivou. — Not a pop song (ooh, ooh)... I don't give a what (oh no, no, oh woah)! — Dei tudo de mim, terminando a música e ouvindo que a salva de palmas só aumentava.
Era difícil de acreditar, mas eu finalmente estava livre.
FIM
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