06. The Only Exception

Última atualização: Fanfic Finalizada

Prólogo

Junho de 2007
O inverno chegava e com ele mais um mês a alguns quilômetros longe do meu pai. Ele havia passado em um concurso público e decidiu se mudar sozinho e organizar tudo na nova cidade, antes de nos mudarmos também.
Eu assistia algum desenho na televisão enquanto minha mãe passava roupa, até que o telefone tocou e ela veio correndo atender, imaginando, como eu, quem devia ser: meu pai.
Assim que ela atendeu, sorridente e com os olhos brilhando, poucos segundos se passaram antes de eu ouvir o telefone atingir o chão com força, tamanho o susto de minha mãe, que agora se encontrava estática a minha frente, pálida.
“Eu conheci outra pessoa aqui, em uma festa de uma obra social, foi amor à primeira vista, e decidi ficar com ela”. Foram essas as únicas palavras de meu pai, antes de desligar e jogar fora 12 anos de relacionamento.
Ele não se preocupou com os convites do casamento que já haviam sido enviados, os planos ou a gratidão e cumplicidade com minha mãe por todo o esforço que ela desempenhou para ajudá-lo a se formar na faculdade, comprar um carro. Ele não se preocupou nem com os presentes já recebidos que precisariam ser devolvidos. Ele não se preocupou com nada, muito menos conosco.
Naquela noite, depois de ver minha mãe chorar de soluçar como nunca antes e de entender que meu pai nunca mais voltaria para nós, eu chorei. Escondida em meu quarto, quando já deveria estar dormindo, eu chorei tudo que não me permiti chorar diante de minha mãe.
Quando meu tio, para quem minha mãe havia ligado, bateu à porta do meu quarto, percebi que havia chorado um pouco alto demais. Ele não disse nada, assim que abri a porta, apenas me puxou para um abraço apertado, seguido de um cafuné, e não se importou quando eu chorei ainda mais intensamente em seu ombro.
- Eu não entendo, tio. O que a gente fez pra ele? – Perguntei entre soluços e o choro intenso. Quando meu tio nada respondeu e só olhou para a minha mãe com um olhar pesaroso, eu entendi que não havíamos feito nada.
Foi naquele dia, depois de ouvir minha mãe xingar meu pai no quarto, achando que ninguém havia ouvido, e de adormecer no colo do meu tio, cansada de tanto chorar, que eu prometi a mim mesma nunca me deixar me apegar tanto por alguém a ponto de um dia passar por aquilo de novo.

Outubro de 2007
Nos primeiros dias, eu esperei que meu pai caísse em si e percebesse que havia falado besteira, mas nada aconteceu.
Nos primeiros meses, esperei nunca mais ter que vê-lo, mas ele continuava a vir na casa da minha avó, na rua de trás da nossa, algumas vezes com a nova namorada dele, nos obrigando a ter que engolir aquela palhaçada toda.
Mas o pior não era isso. O pior eram as ligações. O pior era ter que aguentar minha mais nova madrasta ligar inúmeras vezes ao dia para o telefone de minha casa e ficar rindo do outro lado da linha, sempre que minha mãe atendia, quando não resolvia falar algo para ofendê-la.
Até o dia que a minha tia atendeu o telefone. A irmã de minha mãe nunca foi exemplo de educação, mas acho que era disso que precisávamos naquele dia, pois, quando a mulherzinha ligou, minha tia não deixou que ela falasse um “a” antes de xingá-la dos mais diversos palavrões.
Aquela lá nunca mais ligou.

Dezembro de 2007
Era véspera de Natal. Minha mãe e eu estávamos em casa e ela me arrumava para que eu fosse à ceia na casa da minha avó. Claro que meu pai estaria lá e por isso ela defendia tanto que eu fosse. “Não importa o que aconteceu, ele ainda é o seu pai” ela repetia, enquanto penteava meu cabelo.
Eu fui descobrir depois apenas, mas a maior insistência dela se dava pelo fato de que nós estávamos com pouco dinheiro – já que meu pai, enquanto advogado, estava atrasando ao máximo a definição da pensão a ser paga pra mim - e apenas um pacote de gelatina no armário e ela não queria que eu passasse necessidade na ceia de Natal, não igual a ela.


Capítulo Único

Março de 2017
O Ensino Médio se passou sem muitos acontecimentos, pelo menos academicamente falando.
Já minha vida pessoal, pode-se dizer que fora uma confusão.
Meu pai se casou, tão rápido que nem parecia que havia enrolado minha mãe durante 12 anos. O auge foi ele querer que eu fosse sua daminha. A de 8 anos quase riu na cara de nossa avó quando ela mencionou essa “hipótese” e eu adoraria que tivesse feito.
Enquanto isso, minha mãe e eu descobríamos o quão forte éramos enquanto vendíamos doces nas lojas para ajudá-la a pagar a faculdade e eu virava a mascote da turma dela enquanto ia estudar com ela, aproveitando as aulas dela para fazer minhas tarefas ou pintar algum livro de desenhos que eu tinha.
Com o passar dos anos, o que era de se esperar aconteceu. Meu pai se afastou cada vez mais, apenas para nos mostrar o babaca que realmente era, pois, toda vez que era questionado por esse distanciamento, ele protestava dizendo que a culpa era de minha mãe que não me deixava vê-lo. Típico.
Por alguns anos, eu atendi o pedido de minha mãe e o chamei para o dia dos pais na escola, e preciso dizer que nas primeiras vezes ele veio. Porém, com o passar do tempo ele começou a inventar desculpas ou a simplesmente não aparecer ou chegar muito atrasado, me deixando na escola esperando, passando vergonha. Depois de um tempo, até trauma da data eu passei a ter, adotando-a como um novo dia das mães e dando a minha mãe os presentes que a escola entregava.
Mas tudo mudou quando eu entrei na faculdade. Na faculdade, pude finalmente me permitir curtir a vida. Comecei a beber, sair, e ignorar meu pai babaca se tornou cada vez mais fácil. Eu mal parava em casa, dividindo meu tempo entre atividade extracurriculares e festas universitárias.
Nunca fiz nada ilícito, minha mãe havia me criado suficientemente regrada para aquilo, mas eu sabia aproveitar as festas como ninguém, mesmo assim. Ali, em uma balada lotada de jovens bêbados, universitários ou não, era fácil cumprir a minha promessa, era fácil querer nunca me envolver tanto com alguém a ponto de me tornar tão vulnerável quanto minha mãe havia sido. Porém, quando a festa acabava, o efeito do álcool passava e meus amigos iam cada um para suas casas, eu me sentia meio vazia. E acho que foi isso que me fez baixar um app de namoros pela primeira vez.

***

We Found Love tocava alto já do lado de fora da república, me fazendo imaginar como devia estar dentro da casa. Depois de alguns matches, dez contatos novos no whatsapp e cinco convites para sair ainda aquela semana e a perda quase que completa da minha disposição em continuar com aquilo, eu havia me rendido ao charme de um universitário da minha cidade e decidido ir à festa da república dele.
Um rapaz de cabelo raspado de forma irregular, denunciando que era um bixo, abriu a porta pouco depois que toquei a campainha pela segunda vez. Ele me olhou de cima a baixo, finalizando com um sorriso ladino cheio de segundas, terceiras e quartas intenções, antes de me dar passagem para entrar.
Ignorei o rapaz mais jovem que eu, deixando à porta, e segui rumo ao interior da casa; eu tinha uma diversão melhor me esperando. Fui desviando de objetos e pessoas, até chegar ao quintal, onde uma grande mesa com uma série de bebidas baratas diferentes se encontrava. Caminhei até a mesma e peguei uma gelapinga, engolindo o conteúdo do copinho de uma só vez logo em seguida e pegando outro copinho pouco depois.
- Mal chegou e já está no bar, não sei se isso é bom ou ruim. – Uma voz masculina falou atrás de mim, me fazendo virar, surpresa, e encarar , o universitário insistente do app de relacionamento.
- Eu preciso aproveitar a festa em todos os sentidos. – Respondi, encarando de cima a baixo, enquanto enrolava uma mexa de meu cabelo com o dedo e mordia meu lábio inferior.
Um funk começou a tocar, me tirando de minha pequena brincadeira de provocação e me fazendo ouvir gritos de animação vindos de dentro da casa. Então logo eu estava correndo mais dentro da casa, com um copo de caipirinha na mão e um em meu encalço. Sabia que devia ter vindo de short eu pensava, enquanto quebrava de lado e descia até o chão, subindo devagar, encarando por cima do ombro.
Quando a música trocou para outro funk, me puxou pela cintura, colando nossos corpos. Com dois dedos, em um movimento lento, ele jogou meu cabelo todo por cima de meu ombro esquerdo e começou a assoprar a lateral de meu pescoço, a uma distância tão curta que fazia meu corpo inteiro se arrepiar. Percebendo que estava perdendo a brincadeira, me virei de frente pra ele, deixado nossos lábios a milímetros de distância, enquanto alternávamos nossos olhares entre a boca e o olhar transbordando luxúria do outro. À menor menção de voltar a dançar, me segurou mais forte pela cintura e me beijou.
A partir dali, a noite resultou em mais alguns beijos, funks e um sexo gostosinho pouco depois.
O problema foi no dia seguinte, quando acordei em casa, de ressaca, e com uma série de mensagens de , avisando que estava sozinho na casa e queria que eu fosse lá passar o dia com ele. A simples ideia de programinha de casal no fim de semana fez meu estômago embrulhar, então desliguei o celular e voltei a dormir.

Outubro de 2017
Não consegui ficar mais uma semana inteira com aquele aplicativo no celular. Eu não tinha paciência para aquilo e devia ter percebido logo, quando entrava no whatsapp pela manhã e encontrava ao menos cinco bom dia’s de rapazes diferentes, com os quais eu já havia me envolvido e não queria mais nada.
Depois de algum tempo ignorando-os, a maioria parou de tentar puxar conversa, mas as vezes eu encontrava com algum deles na balada e rolava pelo menos um beijo de remember, não posso negar – a carne é fraca e a minha é mais fraca ainda.
Passei meses indo a baladas, beijando desconhecidos e transando com alguns, fora as escapadas no intervalo para o bar perto da faculdade, que também resultavam em uma interação social de uma noite apenas. Eu não queria me envolver seriamente com ninguém, devido à faculdade e ao meu trauma de relacionamentos, mas era como se parte de mim – a parte que curtia filmes Disney, livros de romance e comédias românticas – quisesse alguém para passar a tarde de domingo nem que fosse assistindo futebol na casa da sogra.
O problema era que as vezes essa parte ganhava força dentro de mim e eu cometia besteiras, como baixar pela segunda vez o aplicativo de relacionamentos. Dessa vez, eu teimava que seria diferente, pois meus gostos para homens tinham mudado um pouco e eu tinha melhorado meus pré requisitos. Claro que nada mudou. Fiquei três dias com o app no celular, sendo que na metade do segundo dia eu já nem entrava mais no app, por esquecimento e também por falta de disposição.
Logo no primeiro dia, eu tinha selecionado três cara apenas para passar meu whatsapp. Desses três, dois a conversa acabou no mesmo dia, com um boa noite, beijos, que nunca virou bom dia da parte dele e muito menos da minha. O último se manteve por tempo suficiente para eu cogitar sair com ele, ato que me arrependo até hoje e que me atormenta toda vez que posto algo no insta e ele responde, querendo chamar minha atenção. Acho que nunca o bloqueei pensado que um dia posso precisar dele de novo, mas desejando sinceramente que esse dia nunca chegue.

5 de abril de 2018
Eu havia ido dormir com uma sensação diferente no peito. Pela terceira vez, eu havia baixado o bendito aplicativo de relacionamentos, depois que uma bebedeira sem fim e uma série de decisões erradas influenciadas pelo álcool me fizeram discutir com a minha mãe e escutar que eu precisava tomar juízo e arrumar alguém que me trata-se bem.
Dessa vez eu havia mudado consideravelmente meus pré requisitos. Havia diminuído o alcance geográfico do app, pois sabia que era extremamente difícil algum interesse em relacionamento surgir quando se tem uma grande quantidade de quilômetros entre os dois e porque eu nunca conseguiria lidar com um relacionamento a distância. Além disso, havia estipulado uma diferença mínima e máxima de idades, pois havia conhecido caras o suficiente para saber que os da minha idade dificilmente iam querer algo sério e eu não precisava de um novo pai, então nada de homens muito mais velhos. De acordo comigo mesma, o cara ideal, deveria estar a no máximo 30km em linha reta da minha casa e de dois a cinco anos de diferença de idade em relação à minha. Além disso, eu não iria me deixar guiar pelas fotos - nada de padrõezinhos!, pois quanto mais malhado o homem fosse, menos ele iria querer algo com uma menina que os únicos exercícios que faz são os da faculdade e o de levantamento de copo. Eu iria pela bio e pelas fotos diferentes!
No fim, dei match com um cara que tinha uma filha de dois anos e morava na cidade do meu pai, no qual dei um fora logo que descobri isso, afinal, eu não queria nunca ter que ir na cidade dele, que é bem pequena, diga-se de passagem, e acabar encontrando meu pai por lá. Além de alguns outros e de outro rapaz, , que tinha um sorriso bonito e uma série de fotos de intercâmbio, entre elas uma com o chapeleiro maluco da Disney Paris e outra em frente à Catedral de Southwark, em Londres.
Infelizmente, só fui ver o match com e a mensagem que ele me mandara três dias depois, quando entrei pela última vez no aplicativo, para encerrar mais uma vez minha conta. Como das outras duas vezes, entrei nas mensagens, para ver se havia mais alguém com quem eu desejaria conversar pelo whatsapp, antes de encerrar minha conta. Foi aí que vi a mensagem dele, um “Oi, . Tudo bem? Como está sendo o seu sábado?”. Como não queria continuar mais com o app me enviando notificações o dia todo, apenas enviei “Oii! Não entro muito aqui, desculpa. Me chama no whats” com meu número ao fim e desinstalei o aplicativo, torcendo para que ele realmente o fizesse.
Na manhã seguinte, lá estava ele, simpático e educado, me mandando bom dia e afirmando que realmente por ali era mais fácil conversar. E aquela conversa nunca mais teve fim.
Demorou quase um mês para ele me chamar para sair e acho que o encontro só aconteceu porque eu o chamei, depois de muito aguardar que ele o fizesse. Admito, sem sombra de dúvida, que foi o encontro mais difícil da minha vida. Parte porque durante aquele quase um mês de conversa, eu percebi o quanto em comum tínhamos e percebia o quão admirado ele ficava a cada mensagem que eu mandava, contando sobre mim ou sobre minha mãe extremamente forte e guerreira; e parte porque eu estava mais nervosa do que jamais estive. Eu que sempre tive controle sobre mim mesma e da situação, agora precisava lidar com a minha ansiedade a mil e com todas as dúvidas referentes ao real motivo daquele encontro. E se ele também achasse que seríamos bons amigos?
Sei que eu falei igual louca, mal dando espaço para o coitado falar e achando que ele estava quieto demais. Quando imagino que se cansou de ouvir meu quase monólogo, aproveitando uma fala engraçada e constrangedora minha, ele me beijou. E durante aquele beijo eu percebi que não poderia mais continuar com minha promessa, pois eu queria que aquele beijo se repetisse pelo resto da vida.
Outubro de 2018
Meu relacionamento com era ótimo, ainda que oficialmente não fosse um namoro. Veja bem: nós agíamos como namorados, nos víamos pelo menos a cada quinze dias e meio que sem querer assumimos exclusividade (ele sempre fora caseiro e na dele, então pra ele não seria difícil, enquanto eu me via cada vez mais apaixonada pelo bobalhão e passava a ignorar ainda mais os antigos contatos), mas o bendito pedido de namoro nunca vinha. Porém, nada importava, porque ele era incrível e eu me sentia super bem ao lado dele.
Até o dia que ele me disse que os pais dele estavam se separando. Naquele dia, meu mundo caiu.
Eu não estava preparada para reviver toda aquela dor de novo, ainda que indiretamente, e muito menos sabia como dar suporte ao que estava quase tão perdido quanto eu fiquei, tendo que assumir as responsabilidades da casa e amparar a mãe e a irmã.
Foram dias em que eu me mantive forte ao lado dele e ia chorar sozinha em meu quarto quando nos separávamos.
Nunca havia pensado em terminar a quele relacionamento que havia começado a poucos meses, mas naquela época eu pensei. Pensei que não seria forte o suficiente para ajudá-lo, enquanto a cada desabafo e relato dele reabria em mim uma ferida não cicatrizada o suficiente de anos atrás. Eu dava conselhos a ele que eu sabia que ele não seguiria, assim como eu não segui na época, mas que eu sabia que eram importantes.
Outubro de 2018 foi um mês pesado, e até hoje não sei como conseguimos superar ele.

Novembro de 2024
Se em 2018 me dissessem que eu me cansaria dali a seis anos, eu acho que iria rir na cara da pessoa e acreditar que ela havia enlouquecido. Mas era exatamente isso que estava para acontecer, eu iria me casar, em um mês!
havia me pedido em casamento no final de 2021, em meio a uma viagem, meu presente de aniversário, durante uma surpresa linda que me deixou dividida entre chorar e rir, onde acabei fazendo ambos enquanto quase gritava um sim e ele colocava um singelo anel em meu dedo, ao passo que meu corpo todo tremia e as pessoas à nossa volta aplaudiam.
Foi difícil chegar até aqui e hoje percebo que relacionamentos nem sempre dão certo por conta disso, pelas dificuldades e pela forma com que cada um lida com elas. É preciso muita coisa para que duas pessoas fiquem juntas, principalmente que os dois lados queiram. me ajudou muito e em vários aspectos e eu me sinto uma versão muito melhor de mim mesma ao lado dele, assim como percebo as mudanças que ele realiza em si mesmo para se tornar uma versão melhor dele para mim, a cada dia.
Ele é meu melhor amigo, a pessoa com quem compartilho tudo e que sempre está lá para mim, não importando meu humor e a ocasião, e é por isso, e muito mais, que eu lhe disse sim durante aquela viagem, assim como diria sim outras inúmeras vezes, caso fosse necessário.

- Esse é nosso bolo red velvet com recheio em duas camadas, uma em brigadeiro e outra em creme quatro leites. É um dos mais simples, com exceção da massa, mas acredito que atenda ao que pediram. – A confeiteira fala à nossa frente, enquanto parte dois pedaços de bolo, os deposita nos respectivos pratos e nos entrega.
Como faltava apenas um mês para o casamento, viemos degustar os bolos e decidir o bolo de nosso casamento. O problema maior era, eu queria algo um pouco fora do tradicional, enquanto queria algo mais simples, voltado para o tradicional.
Red velvet sempre foi minha paixão, especialmente quando havia geleia com pedaços de morango e creme quatro leites em sua composição, então minha boca até salivou quando a mulher começou a falar. O problema era: o recheio de brigadeiro.
Porém, todos os problemas foram esquecidos assim que provei o bolo. A combinação dos recheios dispensava qualquer acréscimo ou alteração que eu pudesse vir a solicitar. Na mesma hora, olhei para e ele olhou para mim.
- É esse! – Dissemos juntos e depois rimos, nos virando para a confeiteira logo em seguida e confirmando que aquele seria o bolo escolhido para a festa.

Finalizamos os procedimentos e nos despedimos da mulher, saindo da loja com um caixa degustação de doces finos e bombons para serem decididos ainda e seguindo até o carro.
Assim que ligou o carro The Only Exception, da banda Paramore, começou a tocar. Eu amava aquela música.

And I've always lived like this
Keeping a comfortable distance
And up until now I had sworn to myself
That I'm content with loneliness
Because none of it was ever worth the risk

Well, you are the only exception
You are the only exception

Assim que ouvi aquele trecho da música, eu olhei para , enquanto cantava baixinho junto com a vocalista.
- O que foi? – ele perguntou, quando sentiu meu olhar sobre ele e percebeu que eu o encarava.
- É que você a minha única exceção.
Ele ficou em silêncio algum tempo, provavelmente tentando entender o contexto da fala, já que não devia ter reparado na música que tocava, muito menos na letra. Porém, ele logo pareceu entender, pois sorriu em minha direção antes de me beijar.


Fim



Nota da autora: Oláaaaa! Acho que nunca escrevi algo tão pessoal quanto essa short, então, desde já, me desculpe se esperavam por outra coisa e foram desapontadas. Do fundo do coração, espero que tenham gostado ao menos um pouco S2
Milhões de beijos!

Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.



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