Introdução
03 de Agosto de 2020.
"Feliz Aniversário, ."
E foi assim! Quando eu pensei que tinha superado o fim do meu relacionamento e tentei ter uma amizade com ele.
Eu cresci em uma cidade muito frequentada, mas com pouco investimento, no litoral de São Paulo. E eu sempre fui a típica garota inocente e sonhadora que acreditava que ia sair de casa aos 18 anos, entraria na faculdade, me casaria aos 20 e seria mãe aos 23. O plano já estava formado, mas quando completei 18 anos percebi que eu era muito nova para me casar, ser mãe e dona de casa. Eu tinha muito o que viver! Dar a volta ao mundo, conhecer pessoas e lugares que eu só via na TV… com isso, eu podia realizar meu sonho de aprender inglês no exterior. Na minha cabeça de jovem mimada, estava tudo certo. Eu faria 18 anos e o dinheiro iria aparecer de repente, de forma fácil e inocente.
Eu só precisava ter um emprego, um companheiro, para criar uma família e estava tudo certo! Foi no meio dessa socialidade que eu nasci, não tinha como dar errado. Não tinha dado errado pra outras pessoas! Mas, por que agora que eu já estava com 18 anos, tudo parecia impossível? Por que o mundo não é como eu sempre vi e conheci?
"Feliz Aniversário, ."
E foi assim! Quando eu pensei que tinha superado o fim do meu relacionamento e tentei ter uma amizade com ele.
Eu cresci em uma cidade muito frequentada, mas com pouco investimento, no litoral de São Paulo. E eu sempre fui a típica garota inocente e sonhadora que acreditava que ia sair de casa aos 18 anos, entraria na faculdade, me casaria aos 20 e seria mãe aos 23. O plano já estava formado, mas quando completei 18 anos percebi que eu era muito nova para me casar, ser mãe e dona de casa. Eu tinha muito o que viver! Dar a volta ao mundo, conhecer pessoas e lugares que eu só via na TV… com isso, eu podia realizar meu sonho de aprender inglês no exterior. Na minha cabeça de jovem mimada, estava tudo certo. Eu faria 18 anos e o dinheiro iria aparecer de repente, de forma fácil e inocente.
Eu só precisava ter um emprego, um companheiro, para criar uma família e estava tudo certo! Foi no meio dessa socialidade que eu nasci, não tinha como dar errado. Não tinha dado errado pra outras pessoas! Mas, por que agora que eu já estava com 18 anos, tudo parecia impossível? Por que o mundo não é como eu sempre vi e conheci?
Capítulo 1
Aos meus 14 anos eu me apaixonei de verdade, pela primeira vez. E eu não sabia lidar com o que eu estava sentindo. E o pior é que o sujeito aparentava querer ficar comigo, mas eu estraguei tudo.
Mas eu queria acreditar que eu ainda teria uma história de amor com todo o engajamento que eu lia nos livros ou assistia nos filmes. Eu me prendi naquela ideia de "viveram felizes para sempre'' e achava que meu príncipe encantado iria aparecer a qualquer momento, de forma inesperada. Resumindo, eu nunca encontrei o príncipe encantado na escola. E agora todos estavam me pressionando para ir à faculdade. E eu tive a oportunidade de morar na, tão sonhada, cidade de São Paulo.
Fevereiro de 2015
Mesmo não conhecendo nada da cidade que tinha acabado de me mudar, eu sentia que tudo ia dar certo. Arrumei um emprego e entrei na faculdade. Eu estava vivendo um verdadeiro sonho e tudo graças a minha tia que tinha me chamado pra morar com ela.
No primeiro mês que morei ali, minha tia sempre me influenciou a querer ter minha própria casa com minhas coisinhas. No começo eu pensei que ela estava querendo apenas me incentivar, mostrar que agora eu era maior de idade e responsável por mim mesma, mas depois, da pior forma possível, descobri que era uma forma de ela me mandar embora da casa dela.
A gente não entende porque as pessoas são assim, porque a gente não pensa como elas. Mas naquele momento me senti sozinha no mundo. Eu não consigo entender o porquê de repente ela ter sido tão grossa e ríspida comigo, me mandando embora, mesmo ela sabendo que eu era nova na cidade e minha família estava passando por uma barra pesada. Mas segui com meu caminho. Eu tinha fé de que nada era em vão, e que tudo era aprendizado.
Quando eu saí de sua casa, eu já tinha alguns meses de trabalho em uma certa empresa, onde fiz amizades, entre elas uma especial. Evy, uma garota cheia de si, que conseguia se expressar claramente, diferente de mim. E eu passei a admirar muito ela, tanto que ela passou a ser um ponto forte pra mim em muitos momentos difíceis que precisei, e me ajudou a me divertir e amadurecer. Ela sempre foi quase uma mãe pra mim, se não fosse pelo fato de às vezes eu ter que tomar conta dela e a idade dela ser tão próxima da minha. Mas com certeza nós somos irmãs.
E foi através dela que conheci o , meu primeiro namorado. Ele era um cara muito engraçado e nerd. Ele me fazia rir, me tratava bem e me esperava para ir embora todos os dias… resumindo ele tava me paquerando e eu gostava daquilo. Quem não gosta de ser cativada?
Agora, eu tinha 19 anos. Se eu fosse seguir meu plano pré-existente, teria que conhecer alguém agora, para criar confiança e me casar aos 20 ou 21 anos.
Só que tudo estava fácil demais. Não tinha uma barreira para nos fazer (eu e o ) lutar pelo nosso amor. E eu era bem insegura, também. Então eu queria esperar e esperar e esperar… para ter certeza se ele seria o certo pra mim. E ele também me esperou. Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, quando eu estava 99,9% pronta, ele desistiu. Só que eu estava determinada a fazer acontecer. E fiz.
Ele me cativou por 1 ano inteiro, e respeitou meu tempo, tem prova de amor verdadeiro maior?
Atualizando informações sobre esse 1 ano (2016) que passou…
Eu tinha saído da faculdade e resolvido viver a vida adoidada, literalmente. Queria perder a timidez e ter uma galera pra sair e me divertir, coisa que eu nunca tive. Conheci novas pessoas, passei a noite em baladas, fazendo meu recorde de 12 horas de rave. Alô, clube A! Eu realmente me diverti e beijei sem medo, mas tudo com cautela. Então, em dezembro de 2016, me enviou um vídeo engraçado do Bob Esponja cantando o seguinte refrão: Então me ajuda a segurar, essa barra que é gostar de você. De "Cheia de Mania", do Raça Negra.
Ele disse que não foi a intenção dele dizer que "é difícil gostar de mim sozinho", mas aquele vídeo foi o que fez eu mudar de ideia em relação a ter medo de ter um relacionamento, afinal eu já tinha 20 anos, já considerava ter vivido bastante coisa na vida. Eu me dava a permissão de namorar sem me preocupar com as pessoas me discriminando ou falando de mim pelas costas. Eu só queria ser feliz do jeito que eu achava certo.
Eu simplesmente respondi o vídeo com a mensagem "Eu te ajudo".
Ele resistiu um pouco e então eu agi com alguns argumentos fortes e acabamos saindo. Uma, duas, três vezes. E basicamente foi assim que se iniciou nossa história.
As pessoas achavam a gente fofo juntos. Isso me dava mais certeza sobre estar no caminho certo e com a pessoa certa.
No dia 31 de dezembro daquele ano, fomos para a casa de uma amiga, a Danny. E eu bebi e dancei mais que qualquer pessoa ali na festa. Comemoramos a virada de ano e quando era por volta da 1 hora da madrugada do dia 1 de janeiro de 2017, a Danny, também mais pra lá do que pra cá, viu que eu e o conversamos sozinhos no canto e então me perguntou.
— , você não vai beijar o não?
Eu pensei "Por que não?", a antiga eu apenas continuaria comendo sua lentilha para dar sorte, mas aquela era a nova eu. E a nova eu era cheia de atitude.
— , você gosta de lentilha? — Eu disse.
— Eu não sei. — Ele respondeu sincero e distraído.
Eu coloquei a lentilha de lado e simplesmente coloquei a mão em seu rosto e o beijei. Ficamos algum tempo ali, se beijando pra todo mundo ver. No dia seguinte fiz aquela coisa feia que os homens fazem: mandei mensagem dizendo que estava bêbada e que queria continuar apenas amiga dele. E quando ele concordou eu me senti aliviada. É impressionante o que o medo faz com as pessoas. Eu sempre julguei essa atitude como errada, mas só depois que o fiz percebi que podia ter cortado o coração dele como eu assistia nos filmes juvenis.
Mas, o que eu estava fazendo? A gente não ia namorar?
Apesar disso, nós dois continuamos saindo. Um dia, quando estávamos indo embora do cinema, ele simplesmente me convidou pra ir pra casa dele conhecer a mãe e o padrasto dele. Eu senti um medo diferente, e, uma alegria. Para ele estar querendo me apresentar pra sua família, quer dizer que estava disposto a fazer de tudo pra me ter ao seu lado, então as coisas estavam ficando sérias mesmo. E era o que eu queria. Parece que o um ano de espera não foi em vão.
Sua mãe, Noema é super comunicativa e agitada, ela também é um amor de pessoa que desde o primeiro dia, mesmo ainda não sendo a namorada de seu filho, ela me tratou como filha. E seu padrasto, Gilberson, era engraçado e parecia sempre tentar me deixar à vontade.
Bom, naquela noite, ficamos de bobeira e como eu não tinha roupa, me emprestou uma camiseta e uma bermuda que não servia mais nele. A camiseta ficou parecendo um vestido e eu adorei. (Sim, ele era g0rd1nh0 e eu não me importo com o excesso de gostosura dele). Outro dia, saímos e eu acabei indo de novo pra casa dele. Isso se repetiu algumas vezes, por volta de 1 mês. Então, voltei para a minha cidade para visitar minha família e chamei ele, mas mais como uma troca de "conhecer família". Saímos e levamos minha sobrinha de 3 anos junto. Parecíamos uma família feliz. E a essa altura já estávamos "ficando" sem compromisso, então, eu não podia estar mais iludida possível.
Eu estava amando tudo. Depois de ter me sentido sozinha e até não amada, por algum tempo, ali estava eu me sentindo acolhida e pensando que tudo que sempre sonhei, pudesse se tornar realidade logo.
Eu já sentia o gostinho de dever cumprido.
Namoramos por alguns meses e eu já tinha certeza de que queria passar o resto da minha vida com ele. Mesmo ele sendo o meu primeiro namorado, ele parecia ser o certo pra mim. Trabalhávamos na mesma empresa e às vezes eu ia dormir na casa dele e pegávamos o mesmo ônibus para o trabalho. Eu odiava quando passava alguma mulher com a bunda grande porque mesmo ela estando fora do ônibus ele a olhava descaradamente. Ou quando eu tinha que implorar pra ele me esperar pra irmos embora juntos e podermos dar um passeio. Ele sempre queria sair do trabalho e ir direto para casa tomar banho e jogar no computador. Mas apesar disso, fui relevando tudo. Eu precisava que aquilo desse certo.
Mas com o passar do tempo ele começou demonstrar que não ficava mais animado ou até mesmo se divertia nos passeios, até que para não incomodar ele, acabei aceitando ser deixada de lado. Trocada por um jogo. Eu tinha que aceitar ele como ele era, se ele prefere jogar videogame ao invés de sair de casa pra ir no parque ou comer em um lugar diferente, então, eu como namorada, deveria entender e aceitar. É isso ou correr o risco de fracassar mais uma vez na vida.
Com o passar do tempo parecia que eu não podia ser eu mesma porque o incomodava. Eu sempre acreditei que um relacionamento tem que ser uma via de mão única, na qual os dois devem correr juntos. Mas também deveria ceder quando fosse preciso. Mas eu cedia e ele não.
Alguns meses se passaram e eu estava tentando ignorar tudo o que ele podia ter de errado. Eu queria que pelo menos uma coisa desse certo. Eu queria ser dependente dele e que ele fosse de mim. Eu não tinha experiência com relacionamento, e achava que eu quem tinha que me encaixar no jeito dele, fazer tudo como ele queria. O que me incomodava, eu simplesmente ignorava. Se tivéssemos aquele amor que eu sempre vi nos livros que eu lia, talvez as coisas fossem diferentes.
2017
3 meses de namoro...
Um dia, quando o expediente do trabalho acabou, ele me esperou e me chamou para sair. Ele não era tão engraçado como sempre, mas me levou em um restaurante fast-food, como eu sempre quis e pagou meu lanche. Eu fiquei realmente feliz. Senti que eu podia flutuar a qualquer momento. Parecia que ele tinha ouvido minhas preces e tinha mudado, pelo menos um pouco. Quando eu acabei, ainda estávamos sentados na mesa, ele me solta.
— , eu quero terminar.
E então ele arruinou meu dia feliz. Meu castelo de areia desmoronou. Eu que estava flutuando, caí de bunda no chão de uma altura incalculável. Fechei a cara e caminhei sem falar nada para o ponto de ônibus. Ele veio atrás querendo saber se estava tudo bem pra mim a gente terminar.
— Eu não quero terminar. — Foi a única coisa que eu consegui dizer enquanto segurava a vontade de chorar.
Pra mim, a gente tinha muito o que viver até que pudéssemos cada um se encaixar no jeitinho do outro, até porque, por mais que eu tenha lido histórias de amores perfeitos, com o tempo eu descobri que nem tudo é perfeito. A outra metade da sua laranja pode ser um abacaxi. Mas a minha outra parte estava começando a parecer um limão azedo.
— Mas você não se abre comigo. Você nunca disse "eu te amo" pra mim. — Ele argumentou. Eu não queria dizer algo do qual não me sentisse preparada para dizer. Ali eu percebi que não tinha o que argumentar, que talvez, tudo já estava perdido.
Não me lembro muito bem o final daquela conversa, mas depois de o encarar por algum tempo, cada um foi para sua casa ainda como namorados.
Mas eu queria acreditar que eu ainda teria uma história de amor com todo o engajamento que eu lia nos livros ou assistia nos filmes. Eu me prendi naquela ideia de "viveram felizes para sempre'' e achava que meu príncipe encantado iria aparecer a qualquer momento, de forma inesperada. Resumindo, eu nunca encontrei o príncipe encantado na escola. E agora todos estavam me pressionando para ir à faculdade. E eu tive a oportunidade de morar na, tão sonhada, cidade de São Paulo.
Fevereiro de 2015
Mesmo não conhecendo nada da cidade que tinha acabado de me mudar, eu sentia que tudo ia dar certo. Arrumei um emprego e entrei na faculdade. Eu estava vivendo um verdadeiro sonho e tudo graças a minha tia que tinha me chamado pra morar com ela.
No primeiro mês que morei ali, minha tia sempre me influenciou a querer ter minha própria casa com minhas coisinhas. No começo eu pensei que ela estava querendo apenas me incentivar, mostrar que agora eu era maior de idade e responsável por mim mesma, mas depois, da pior forma possível, descobri que era uma forma de ela me mandar embora da casa dela.
A gente não entende porque as pessoas são assim, porque a gente não pensa como elas. Mas naquele momento me senti sozinha no mundo. Eu não consigo entender o porquê de repente ela ter sido tão grossa e ríspida comigo, me mandando embora, mesmo ela sabendo que eu era nova na cidade e minha família estava passando por uma barra pesada. Mas segui com meu caminho. Eu tinha fé de que nada era em vão, e que tudo era aprendizado.
Quando eu saí de sua casa, eu já tinha alguns meses de trabalho em uma certa empresa, onde fiz amizades, entre elas uma especial. Evy, uma garota cheia de si, que conseguia se expressar claramente, diferente de mim. E eu passei a admirar muito ela, tanto que ela passou a ser um ponto forte pra mim em muitos momentos difíceis que precisei, e me ajudou a me divertir e amadurecer. Ela sempre foi quase uma mãe pra mim, se não fosse pelo fato de às vezes eu ter que tomar conta dela e a idade dela ser tão próxima da minha. Mas com certeza nós somos irmãs.
E foi através dela que conheci o , meu primeiro namorado. Ele era um cara muito engraçado e nerd. Ele me fazia rir, me tratava bem e me esperava para ir embora todos os dias… resumindo ele tava me paquerando e eu gostava daquilo. Quem não gosta de ser cativada?
Agora, eu tinha 19 anos. Se eu fosse seguir meu plano pré-existente, teria que conhecer alguém agora, para criar confiança e me casar aos 20 ou 21 anos.
Só que tudo estava fácil demais. Não tinha uma barreira para nos fazer (eu e o ) lutar pelo nosso amor. E eu era bem insegura, também. Então eu queria esperar e esperar e esperar… para ter certeza se ele seria o certo pra mim. E ele também me esperou. Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, quando eu estava 99,9% pronta, ele desistiu. Só que eu estava determinada a fazer acontecer. E fiz.
Ele me cativou por 1 ano inteiro, e respeitou meu tempo, tem prova de amor verdadeiro maior?
Atualizando informações sobre esse 1 ano (2016) que passou…
Eu tinha saído da faculdade e resolvido viver a vida adoidada, literalmente. Queria perder a timidez e ter uma galera pra sair e me divertir, coisa que eu nunca tive. Conheci novas pessoas, passei a noite em baladas, fazendo meu recorde de 12 horas de rave. Alô, clube A! Eu realmente me diverti e beijei sem medo, mas tudo com cautela. Então, em dezembro de 2016, me enviou um vídeo engraçado do Bob Esponja cantando o seguinte refrão: Então me ajuda a segurar, essa barra que é gostar de você. De "Cheia de Mania", do Raça Negra.
Ele disse que não foi a intenção dele dizer que "é difícil gostar de mim sozinho", mas aquele vídeo foi o que fez eu mudar de ideia em relação a ter medo de ter um relacionamento, afinal eu já tinha 20 anos, já considerava ter vivido bastante coisa na vida. Eu me dava a permissão de namorar sem me preocupar com as pessoas me discriminando ou falando de mim pelas costas. Eu só queria ser feliz do jeito que eu achava certo.
Eu simplesmente respondi o vídeo com a mensagem "Eu te ajudo".
Ele resistiu um pouco e então eu agi com alguns argumentos fortes e acabamos saindo. Uma, duas, três vezes. E basicamente foi assim que se iniciou nossa história.
As pessoas achavam a gente fofo juntos. Isso me dava mais certeza sobre estar no caminho certo e com a pessoa certa.
No dia 31 de dezembro daquele ano, fomos para a casa de uma amiga, a Danny. E eu bebi e dancei mais que qualquer pessoa ali na festa. Comemoramos a virada de ano e quando era por volta da 1 hora da madrugada do dia 1 de janeiro de 2017, a Danny, também mais pra lá do que pra cá, viu que eu e o conversamos sozinhos no canto e então me perguntou.
— , você não vai beijar o não?
Eu pensei "Por que não?", a antiga eu apenas continuaria comendo sua lentilha para dar sorte, mas aquela era a nova eu. E a nova eu era cheia de atitude.
— , você gosta de lentilha? — Eu disse.
— Eu não sei. — Ele respondeu sincero e distraído.
Eu coloquei a lentilha de lado e simplesmente coloquei a mão em seu rosto e o beijei. Ficamos algum tempo ali, se beijando pra todo mundo ver. No dia seguinte fiz aquela coisa feia que os homens fazem: mandei mensagem dizendo que estava bêbada e que queria continuar apenas amiga dele. E quando ele concordou eu me senti aliviada. É impressionante o que o medo faz com as pessoas. Eu sempre julguei essa atitude como errada, mas só depois que o fiz percebi que podia ter cortado o coração dele como eu assistia nos filmes juvenis.
Mas, o que eu estava fazendo? A gente não ia namorar?
Apesar disso, nós dois continuamos saindo. Um dia, quando estávamos indo embora do cinema, ele simplesmente me convidou pra ir pra casa dele conhecer a mãe e o padrasto dele. Eu senti um medo diferente, e, uma alegria. Para ele estar querendo me apresentar pra sua família, quer dizer que estava disposto a fazer de tudo pra me ter ao seu lado, então as coisas estavam ficando sérias mesmo. E era o que eu queria. Parece que o um ano de espera não foi em vão.
Sua mãe, Noema é super comunicativa e agitada, ela também é um amor de pessoa que desde o primeiro dia, mesmo ainda não sendo a namorada de seu filho, ela me tratou como filha. E seu padrasto, Gilberson, era engraçado e parecia sempre tentar me deixar à vontade.
Bom, naquela noite, ficamos de bobeira e como eu não tinha roupa, me emprestou uma camiseta e uma bermuda que não servia mais nele. A camiseta ficou parecendo um vestido e eu adorei. (Sim, ele era g0rd1nh0 e eu não me importo com o excesso de gostosura dele). Outro dia, saímos e eu acabei indo de novo pra casa dele. Isso se repetiu algumas vezes, por volta de 1 mês. Então, voltei para a minha cidade para visitar minha família e chamei ele, mas mais como uma troca de "conhecer família". Saímos e levamos minha sobrinha de 3 anos junto. Parecíamos uma família feliz. E a essa altura já estávamos "ficando" sem compromisso, então, eu não podia estar mais iludida possível.
Eu estava amando tudo. Depois de ter me sentido sozinha e até não amada, por algum tempo, ali estava eu me sentindo acolhida e pensando que tudo que sempre sonhei, pudesse se tornar realidade logo.
Eu já sentia o gostinho de dever cumprido.
Namoramos por alguns meses e eu já tinha certeza de que queria passar o resto da minha vida com ele. Mesmo ele sendo o meu primeiro namorado, ele parecia ser o certo pra mim. Trabalhávamos na mesma empresa e às vezes eu ia dormir na casa dele e pegávamos o mesmo ônibus para o trabalho. Eu odiava quando passava alguma mulher com a bunda grande porque mesmo ela estando fora do ônibus ele a olhava descaradamente. Ou quando eu tinha que implorar pra ele me esperar pra irmos embora juntos e podermos dar um passeio. Ele sempre queria sair do trabalho e ir direto para casa tomar banho e jogar no computador. Mas apesar disso, fui relevando tudo. Eu precisava que aquilo desse certo.
Mas com o passar do tempo ele começou demonstrar que não ficava mais animado ou até mesmo se divertia nos passeios, até que para não incomodar ele, acabei aceitando ser deixada de lado. Trocada por um jogo. Eu tinha que aceitar ele como ele era, se ele prefere jogar videogame ao invés de sair de casa pra ir no parque ou comer em um lugar diferente, então, eu como namorada, deveria entender e aceitar. É isso ou correr o risco de fracassar mais uma vez na vida.
Com o passar do tempo parecia que eu não podia ser eu mesma porque o incomodava. Eu sempre acreditei que um relacionamento tem que ser uma via de mão única, na qual os dois devem correr juntos. Mas também deveria ceder quando fosse preciso. Mas eu cedia e ele não.
Alguns meses se passaram e eu estava tentando ignorar tudo o que ele podia ter de errado. Eu queria que pelo menos uma coisa desse certo. Eu queria ser dependente dele e que ele fosse de mim. Eu não tinha experiência com relacionamento, e achava que eu quem tinha que me encaixar no jeito dele, fazer tudo como ele queria. O que me incomodava, eu simplesmente ignorava. Se tivéssemos aquele amor que eu sempre vi nos livros que eu lia, talvez as coisas fossem diferentes.
2017
3 meses de namoro...
Um dia, quando o expediente do trabalho acabou, ele me esperou e me chamou para sair. Ele não era tão engraçado como sempre, mas me levou em um restaurante fast-food, como eu sempre quis e pagou meu lanche. Eu fiquei realmente feliz. Senti que eu podia flutuar a qualquer momento. Parecia que ele tinha ouvido minhas preces e tinha mudado, pelo menos um pouco. Quando eu acabei, ainda estávamos sentados na mesa, ele me solta.
— , eu quero terminar.
E então ele arruinou meu dia feliz. Meu castelo de areia desmoronou. Eu que estava flutuando, caí de bunda no chão de uma altura incalculável. Fechei a cara e caminhei sem falar nada para o ponto de ônibus. Ele veio atrás querendo saber se estava tudo bem pra mim a gente terminar.
— Eu não quero terminar. — Foi a única coisa que eu consegui dizer enquanto segurava a vontade de chorar.
Pra mim, a gente tinha muito o que viver até que pudéssemos cada um se encaixar no jeitinho do outro, até porque, por mais que eu tenha lido histórias de amores perfeitos, com o tempo eu descobri que nem tudo é perfeito. A outra metade da sua laranja pode ser um abacaxi. Mas a minha outra parte estava começando a parecer um limão azedo.
— Mas você não se abre comigo. Você nunca disse "eu te amo" pra mim. — Ele argumentou. Eu não queria dizer algo do qual não me sentisse preparada para dizer. Ali eu percebi que não tinha o que argumentar, que talvez, tudo já estava perdido.
Não me lembro muito bem o final daquela conversa, mas depois de o encarar por algum tempo, cada um foi para sua casa ainda como namorados.
Capítulo 2
Quando tínhamos um ano de namoro, parecia que a poeira tinha abaixado e eu tinha me aberto de verdade com o . Tinha conseguido dizer "eu te amo" pra ele, do fundo do meu coração. Ele pareceu mais compreensível comigo e tudo estava indo bem. Um dia comum, eu fui para a casa dele e quando cheguei percebi que a mãe dele estava desanimada, na verdade ela estava bem pra baixo. Nem falou direito com a gente e eu achei estranho, e fiquei preocupada. Pedi pro depois ir falar com ela a sós, porque, com certeza, tinha acontecido alguma coisa. Mais tarde, naquele dia, descobri que foi por causa do aparecimento do pai do , o senhor Eduardo. E que ele não era uma boa peça, porém não me falaram nada tão específico e eu não quis forçar a barra. Essa foi a primeira vez que percebi que um relacionamento não é só entre duas pessoas.
O pai dele entrou em contato com a mãe do , para pegar o número de telefone do filho. Ele queria reatar a relação de pai e filho, depois de ter sumido por alguns anos. Eu ainda não tinha o que pensar e até achei que não deveria opinar. Afinal, eu não o conhecia.
O acabou voltando a falar com o pai. Combinaram de se encontrarem, falou sobre mim pro pai dele e o Eduardo achou legal, segundo as palavras do . Porém, alguns dias depois, acabou deixando escapar que o pai dele disse que a mulher só serve para lhe dar herdeiros. E que não era para ele se prender tão cedo. E que o tinha que seguir os passos do pai, afinal, ele era o primogênito.
Parecia até que ele tinha escutado meu plano de vida. Só que a essa altura da vida eu já tinha mudado de ideia. Eu não queria mais só me casar, ter minha casa, marido e filhos. Eu tinha aprendido a ser independente. Não queria que homem nenhum comprasse coisas pra mim, eu nem gostava de ganhar presente. Mas eu tinha uma obsessão com o , que eu chegava a ser cega.
Ele discordou a princípio, porque o acreditava que o que eu queria era o que qualquer mulher quer. Só que eu não era mais tão comum. Minha cabeça estava mudando e eu tinha planos novos. Eu me sentia jovem demais para ser mãe e dona de casa. Eu queria viajar o mundo e ter o ao meu lado.
Alguns dias depois o pai dele disse que queria me conhecer. E eu estava pronta para enfrentá-lo, mas ele acabou me levando no papo. Eu nunca tinha conhecido uma pessoa tão manipuladora a ponto de me levar no papo. Aquela noite foi um desastre.
Depois daquele encontro eu senti vergonha de mim mesma e comecei a reparar detalhes do Eduardo no . Atitudes machistas, da qual eu antes acreditava que era normal, mas com o amadurecimento percebi que não.
Eu cresci rodeada por um sistema machista, e ainda estava evitando nadar contra a maré, mas parecia que em breve eu não aguentaria, e precisaria seguir esse caminho.
Mas continuei vivendo contra meus princípios, agora existentes.
percebeu que eu não estava gostando de certas coisas… na verdade, não estava mais dando certo, e ele começou a falar coisas que eu não queria ouvir de uma pessoa com quem eu queria passar o resto da vida. Eram coisas que iam de acordo com o pensamento do pai dele, como "se eu tenho dinheiro, posso fazer o que quiser". Isso me deixou muito triste. Eu conheci o e ele sempre foi um garoto esforçado, educado e respeitoso comigo, pelo menos na frente dos outros, ele não era perfeito, ninguém é, mas a partir do momento que ele se juntou com o pai dele, ele pareceu acreditar que eu iria querer fazer tudo que ele quisesse e como quisesse só pelo fato dele ter mais dinheiro agora. Mas pra mim o que importa não são os bens materiais e sim as atitudes. E eu comecei a acreditar que nós não daríamos certo, porém ao mesmo tempo eu não queria fracassar. Só, que não dependia só de mim.
Seu pai tinha mesmo conseguido influenciar e mudar o que eu conhecia. E por umas 5 vezes ele terminou comigo e depois de alguns dias pediu pra voltar. Nós estávamos perdidos. E continuamos fazendo isso.
Terminar… querer só a amizade… dá saudade… voltar... e era sempre essa música chata.
Passei a ter raiva do pai dele, mas depois percebi que era o jeito dele. Ele não iria mudar agora e o filho dele tinha grande porcentagem de ser como o pai. Então, o que me restou foi chorar sozinha no canto e talvez ter a amizade dele, até porque eu estava com ele todos os dias e o amava, então sentia falta dele.
2018
Eu me esforçava tanto, que literalmente corria atrás dele… um dia eu o vi indo embora sem me esperar, como era de costume e corri atrás dele dentro da empresa, caí na escada e me machuquei, mas quando levantei só queria ver onde ele estava, fingir que nada aconteceu, e ir embora com ele. Eu fazia o máximo pra cuidar dele, tudo que ele queria que estivesse ao meu alcance; e em troca só queria a companhia dele e que ele quisesse o mesmo de mim. E me amasse do mesmo jeito que eu o amava. Mas ele queria terminar e eu sentia que não podia fazer nada mais para mudar o que ele queria.
(N/A: Não sei como pude ser tão cega por tanto tempo).
Uma das vezes que a gente voltou, eu estava argumentando sobre como podíamos namorar mesmo estando em outro país por 1 ano.
— você nem conheceu outros caras, nunca fez sexo com outras homens. Como pode saber que quer viver o resto da sua vida comigo?
Quando ele disse isso, meu chão se abriu. Eu não conhecia aquele cara na minha frente. Ele nunca tinha falado comigo daquele jeito.
Eu preferiria que ele tivesse me ligado tarde da noite para cuspir aquelas coisas, que ele nem iria se lembrar no dia seguinte, mas que eu me lembraria por muito tempo; do que ter dito na minha cara. Ele não fazia questão que eu ficasse com ele e parecia que ele tinha acabado de me dispensar, mas eu ignorei tudo isso e me calei. Talvez ele estivesse confuso e não quis dizer aquilo. Ele nem se desculpou por isso, mas tudo bem. Eu chorei no banheiro, mas deve ser TPM.
Nós estávamos perdidos em um círculo. Como em uma música entediante e repetitivamente chata. E eu não sabia como iria acabar.
Eu sentia que o amava, mas às vezes eu não queria ver a cara dele nem pintado de diamante. O jeito dele de gastar dinheiro como se não houvesse o amanhã, ou sempre comprar alguma coisa para o computador dele, ou deixar louça na pia para a mãe dele lavar, e o pior de todos, fazer xixi na tampa da privada. Aaahh, isso me matava! Ele tinha mudado drasticamente e eu ainda queria o amar. Conversei várias vezes com ele sobre isso, mas para ele era tudo de torrar a paciência. Eu queria estar com ele, eu nunca tinha amado alguém assim, eu não queria ser a pessoa que ia destruir tudo o que tivemos juntos. Fiquei quieta de novo, como a mãe dele ficava. Eu queria tanto ser como ela, mas não consegui mudar tudo em mim. Ele terminou comigo. E eu passei o dia todo chorando e assistindo filmes tristes. Chorei até cair no sono. Depois chorei na rua, no ônibus, no trabalho. Chorei por dias. Passou 1 mês e saí com meus amigos. Eu não chorava mais, mas sentia vontade às vezes, por isso sempre queria me distrair. Andei com má influência do trabalho, todo fim de semana ia pra bebedeira. E eu comecei a gostar daquilo. Eu sempre me divertia e dava risada. Me sentia bem como não sentia a algum tempo. Gostava da sensação de ser livre e poder me divertir e conhecer outras pessoas, ficar com outras pessoas; mas nada nem ninguém era aquele cara que meu coração queria, então optei por uma amizade colorida com ele, mas na hora H eu senti raiva dele por ter terminado comigo e tudo desmoronou, não quis mais beijá-lo, não quis mais nada. Fui embora. Eu queria ser uma mulher super desenvolvida, que consegue usar os homens sem sentimento algum por eles, mas com o não dava. Eu não queria só uma noite de sexo com aquele idiota. Eu queria uma vida toda.
Meus amigos de roles de fim de semana tiveram que mudar de cidade. E eu me senti deslocada. Para não me sentir mais sozinha ou continuar vivendo aquela vida sem expectativas, decidi que era melhor eu voltar a focar no meu intercâmbio e fui morar com meus pais da minha cidade natal. Isso também me garantiria que eu não iria voltar com o .
(N/A: Ele não estava me fazendo bem, mas eu não conseguia enxergar na época).
Antes de ir embora, ele pediu pra voltar comigo, pediu desculpas e disse que seria tudo diferente dessa vez, eu acreditei. Como tinha saído do trabalho e desocupado a casa que eu estava, passei alguns dias na casa dele. A mãe dele não se importava, na verdade ela até gostava, porque tinha uma nova filha para a ajudar em casa. E acredite, eu nunca disse "não" para ela. Ela é uma mulher maravilhosa e sempre mereceu que eu fizesse tudo que estivesse ao meu alcance, por ela.
Eu queria começar com o pé certo com ele dessa vez, tentando mudar o que estava ao meu alcance, eu. Ele pediu pra voltar comigo 2 dias antes do Dia dos Namorados então, comprei um creme de pele já que ele estava com a pele seca, e chocolate que ele amava. Como forma de comemorar mais uma volta, e também mostrar que eu tinha mudado. Eu sempre gostei de comprar coisas que as pessoas iriam usar no dia-a-dia. Ele agradeceu e nem usou o creme, depois eu vi o creme no armário da mãe dele. E adivinhe só, ele terminou comigo um dia depois. Eu já estava começando a ficar louca, achando que estava fazendo tudo errado, mas não sabia o que. E por mais que eu quisesse acertar e fazer as coisas do jeito que ele queria, não conseguia. Isso era muito frustrante. Eu jurava que estava dando tudo de mim, mas nunca era o suficiente para ele. Então, depois que me mudei para a casa dos meus pais, recebi a notícia de que ele tinha viajado para a Ásia à procura de sócios para a empresa de seu pai. Ou seja, eu não podia fazer meu intercâmbio, mas ele sim, podia viajar para o outro lado do mundo.
Eu estava desempregada, em uma pequena cidade onde eu não tinha muitos conhecidos, com raiva daquele desgraçado que tinha viajado porque o pai dele pediu e pra completar, meu sonho estava longe de ser realizado. Eu sentia que não tinha apenas voltado 1, 2, 3 degraus para trás, mas sim, que tinha despencado uma escada inteira. E eu me senti um lixo pelos 10 meses seguintes. Ninguém acreditava em mim, eu não acreditava mais em mim, os planos que eu tive para minha vida tinham se quebrado, não conseguia trabalho fixo, apesar do meu esforço, e me sentia cada vez mais sem ânimo.
Eu era uma peça perdida no jogo da vida e estava à espera de uma mão que pudesse me tirar daquele lugar escuro, que minha mente se transformará.
Eu sabia que, por mais que eu desejasse que ele, pelo menos uma vez, corresse atrás de mim, ele não viria. Sabe, não precisava de flores, uma coroa e um cavalo branco, só precisava que ele mostrasse que tinha mudado e me queria acima de qualquer obstáculo.
E eu realmente acreditava que era isso que eu precisava. Mas a vida estava me preparando para algo grande e cheio de cores, como eu nunca tinha visto antes.
O pai dele entrou em contato com a mãe do , para pegar o número de telefone do filho. Ele queria reatar a relação de pai e filho, depois de ter sumido por alguns anos. Eu ainda não tinha o que pensar e até achei que não deveria opinar. Afinal, eu não o conhecia.
O acabou voltando a falar com o pai. Combinaram de se encontrarem, falou sobre mim pro pai dele e o Eduardo achou legal, segundo as palavras do . Porém, alguns dias depois, acabou deixando escapar que o pai dele disse que a mulher só serve para lhe dar herdeiros. E que não era para ele se prender tão cedo. E que o tinha que seguir os passos do pai, afinal, ele era o primogênito.
Parecia até que ele tinha escutado meu plano de vida. Só que a essa altura da vida eu já tinha mudado de ideia. Eu não queria mais só me casar, ter minha casa, marido e filhos. Eu tinha aprendido a ser independente. Não queria que homem nenhum comprasse coisas pra mim, eu nem gostava de ganhar presente. Mas eu tinha uma obsessão com o , que eu chegava a ser cega.
Ele discordou a princípio, porque o acreditava que o que eu queria era o que qualquer mulher quer. Só que eu não era mais tão comum. Minha cabeça estava mudando e eu tinha planos novos. Eu me sentia jovem demais para ser mãe e dona de casa. Eu queria viajar o mundo e ter o ao meu lado.
Alguns dias depois o pai dele disse que queria me conhecer. E eu estava pronta para enfrentá-lo, mas ele acabou me levando no papo. Eu nunca tinha conhecido uma pessoa tão manipuladora a ponto de me levar no papo. Aquela noite foi um desastre.
Depois daquele encontro eu senti vergonha de mim mesma e comecei a reparar detalhes do Eduardo no . Atitudes machistas, da qual eu antes acreditava que era normal, mas com o amadurecimento percebi que não.
Eu cresci rodeada por um sistema machista, e ainda estava evitando nadar contra a maré, mas parecia que em breve eu não aguentaria, e precisaria seguir esse caminho.
Mas continuei vivendo contra meus princípios, agora existentes.
percebeu que eu não estava gostando de certas coisas… na verdade, não estava mais dando certo, e ele começou a falar coisas que eu não queria ouvir de uma pessoa com quem eu queria passar o resto da vida. Eram coisas que iam de acordo com o pensamento do pai dele, como "se eu tenho dinheiro, posso fazer o que quiser". Isso me deixou muito triste. Eu conheci o e ele sempre foi um garoto esforçado, educado e respeitoso comigo, pelo menos na frente dos outros, ele não era perfeito, ninguém é, mas a partir do momento que ele se juntou com o pai dele, ele pareceu acreditar que eu iria querer fazer tudo que ele quisesse e como quisesse só pelo fato dele ter mais dinheiro agora. Mas pra mim o que importa não são os bens materiais e sim as atitudes. E eu comecei a acreditar que nós não daríamos certo, porém ao mesmo tempo eu não queria fracassar. Só, que não dependia só de mim.
Seu pai tinha mesmo conseguido influenciar e mudar o que eu conhecia. E por umas 5 vezes ele terminou comigo e depois de alguns dias pediu pra voltar. Nós estávamos perdidos. E continuamos fazendo isso.
Terminar… querer só a amizade… dá saudade… voltar... e era sempre essa música chata.
Passei a ter raiva do pai dele, mas depois percebi que era o jeito dele. Ele não iria mudar agora e o filho dele tinha grande porcentagem de ser como o pai. Então, o que me restou foi chorar sozinha no canto e talvez ter a amizade dele, até porque eu estava com ele todos os dias e o amava, então sentia falta dele.
2018
Eu me esforçava tanto, que literalmente corria atrás dele… um dia eu o vi indo embora sem me esperar, como era de costume e corri atrás dele dentro da empresa, caí na escada e me machuquei, mas quando levantei só queria ver onde ele estava, fingir que nada aconteceu, e ir embora com ele. Eu fazia o máximo pra cuidar dele, tudo que ele queria que estivesse ao meu alcance; e em troca só queria a companhia dele e que ele quisesse o mesmo de mim. E me amasse do mesmo jeito que eu o amava. Mas ele queria terminar e eu sentia que não podia fazer nada mais para mudar o que ele queria.
(N/A: Não sei como pude ser tão cega por tanto tempo).
Uma das vezes que a gente voltou, eu estava argumentando sobre como podíamos namorar mesmo estando em outro país por 1 ano.
— você nem conheceu outros caras, nunca fez sexo com outras homens. Como pode saber que quer viver o resto da sua vida comigo?
Quando ele disse isso, meu chão se abriu. Eu não conhecia aquele cara na minha frente. Ele nunca tinha falado comigo daquele jeito.
Eu preferiria que ele tivesse me ligado tarde da noite para cuspir aquelas coisas, que ele nem iria se lembrar no dia seguinte, mas que eu me lembraria por muito tempo; do que ter dito na minha cara. Ele não fazia questão que eu ficasse com ele e parecia que ele tinha acabado de me dispensar, mas eu ignorei tudo isso e me calei. Talvez ele estivesse confuso e não quis dizer aquilo. Ele nem se desculpou por isso, mas tudo bem. Eu chorei no banheiro, mas deve ser TPM.
Nós estávamos perdidos em um círculo. Como em uma música entediante e repetitivamente chata. E eu não sabia como iria acabar.
Eu sentia que o amava, mas às vezes eu não queria ver a cara dele nem pintado de diamante. O jeito dele de gastar dinheiro como se não houvesse o amanhã, ou sempre comprar alguma coisa para o computador dele, ou deixar louça na pia para a mãe dele lavar, e o pior de todos, fazer xixi na tampa da privada. Aaahh, isso me matava! Ele tinha mudado drasticamente e eu ainda queria o amar. Conversei várias vezes com ele sobre isso, mas para ele era tudo de torrar a paciência. Eu queria estar com ele, eu nunca tinha amado alguém assim, eu não queria ser a pessoa que ia destruir tudo o que tivemos juntos. Fiquei quieta de novo, como a mãe dele ficava. Eu queria tanto ser como ela, mas não consegui mudar tudo em mim. Ele terminou comigo. E eu passei o dia todo chorando e assistindo filmes tristes. Chorei até cair no sono. Depois chorei na rua, no ônibus, no trabalho. Chorei por dias. Passou 1 mês e saí com meus amigos. Eu não chorava mais, mas sentia vontade às vezes, por isso sempre queria me distrair. Andei com má influência do trabalho, todo fim de semana ia pra bebedeira. E eu comecei a gostar daquilo. Eu sempre me divertia e dava risada. Me sentia bem como não sentia a algum tempo. Gostava da sensação de ser livre e poder me divertir e conhecer outras pessoas, ficar com outras pessoas; mas nada nem ninguém era aquele cara que meu coração queria, então optei por uma amizade colorida com ele, mas na hora H eu senti raiva dele por ter terminado comigo e tudo desmoronou, não quis mais beijá-lo, não quis mais nada. Fui embora. Eu queria ser uma mulher super desenvolvida, que consegue usar os homens sem sentimento algum por eles, mas com o não dava. Eu não queria só uma noite de sexo com aquele idiota. Eu queria uma vida toda.
Meus amigos de roles de fim de semana tiveram que mudar de cidade. E eu me senti deslocada. Para não me sentir mais sozinha ou continuar vivendo aquela vida sem expectativas, decidi que era melhor eu voltar a focar no meu intercâmbio e fui morar com meus pais da minha cidade natal. Isso também me garantiria que eu não iria voltar com o .
(N/A: Ele não estava me fazendo bem, mas eu não conseguia enxergar na época).
Antes de ir embora, ele pediu pra voltar comigo, pediu desculpas e disse que seria tudo diferente dessa vez, eu acreditei. Como tinha saído do trabalho e desocupado a casa que eu estava, passei alguns dias na casa dele. A mãe dele não se importava, na verdade ela até gostava, porque tinha uma nova filha para a ajudar em casa. E acredite, eu nunca disse "não" para ela. Ela é uma mulher maravilhosa e sempre mereceu que eu fizesse tudo que estivesse ao meu alcance, por ela.
Eu queria começar com o pé certo com ele dessa vez, tentando mudar o que estava ao meu alcance, eu. Ele pediu pra voltar comigo 2 dias antes do Dia dos Namorados então, comprei um creme de pele já que ele estava com a pele seca, e chocolate que ele amava. Como forma de comemorar mais uma volta, e também mostrar que eu tinha mudado. Eu sempre gostei de comprar coisas que as pessoas iriam usar no dia-a-dia. Ele agradeceu e nem usou o creme, depois eu vi o creme no armário da mãe dele. E adivinhe só, ele terminou comigo um dia depois. Eu já estava começando a ficar louca, achando que estava fazendo tudo errado, mas não sabia o que. E por mais que eu quisesse acertar e fazer as coisas do jeito que ele queria, não conseguia. Isso era muito frustrante. Eu jurava que estava dando tudo de mim, mas nunca era o suficiente para ele. Então, depois que me mudei para a casa dos meus pais, recebi a notícia de que ele tinha viajado para a Ásia à procura de sócios para a empresa de seu pai. Ou seja, eu não podia fazer meu intercâmbio, mas ele sim, podia viajar para o outro lado do mundo.
Eu estava desempregada, em uma pequena cidade onde eu não tinha muitos conhecidos, com raiva daquele desgraçado que tinha viajado porque o pai dele pediu e pra completar, meu sonho estava longe de ser realizado. Eu sentia que não tinha apenas voltado 1, 2, 3 degraus para trás, mas sim, que tinha despencado uma escada inteira. E eu me senti um lixo pelos 10 meses seguintes. Ninguém acreditava em mim, eu não acreditava mais em mim, os planos que eu tive para minha vida tinham se quebrado, não conseguia trabalho fixo, apesar do meu esforço, e me sentia cada vez mais sem ânimo.
Eu era uma peça perdida no jogo da vida e estava à espera de uma mão que pudesse me tirar daquele lugar escuro, que minha mente se transformará.
Eu sabia que, por mais que eu desejasse que ele, pelo menos uma vez, corresse atrás de mim, ele não viria. Sabe, não precisava de flores, uma coroa e um cavalo branco, só precisava que ele mostrasse que tinha mudado e me queria acima de qualquer obstáculo.
E eu realmente acreditava que era isso que eu precisava. Mas a vida estava me preparando para algo grande e cheio de cores, como eu nunca tinha visto antes.
Capítulo 3
Alguns meses depois...
Eu estava em mais um dia comum, naquela rotina de garota fracassada, que tinha voltado a morar com os pais. Minhas sobrinhas estavam fazendo uma tremenda bagunça no quarto, a TV estava em um volume muito alto, minha mãe conversava com minha tia e eu estava deitada assistindo algum filme no celular. Apertei o pause pra ir ao banheiro, e pulei da minha cama (beliche). Quando me aproximei da TV não me importei muito, estava no meu modo automático de todo dia, mas a música que começou a tocar chamou a atenção dos meus ouvidos e eu olhei para os 7 garotos que cantavam na tela. Dei alguns passos para fora do quarto e então voltei pra dentro de volta. Boy With Luv tinha um som totalmente diferente do que eu estava vivendo nos últimos tempos. Eu já tinha passado pela era Restart, uma vez, mas aqueles garotos de cabelo colorido dançando e cantando na TV eram coisa de outro mundo. Eles tinham estilo, dançavam e cantavam bem e ainda por cima eram super lindos. Naquele dia, quando o anúncio do YouTube acabou, eu só queria ouvir aquela música de novo, e assim o fiz. E depois ouvi mais algumas músicas, pesquisei sobre eles… dancei… e acabei fazendo parte do exército de fãs deles.
E foi com o Bangtan Boys que eu acabei sentindo as cores de novo. Conhecer aqueles 7 garotos talentosos me trouxe a perspectiva de vida. E eu não entendia nada de Coreano, mas eu sentia que aquela era a mão que eu esperava da vida e ela vinha carregada de amor, incentivo, coragem e alegria.
Os meninos transmitiam coisas boas em palavras e em atitudes.
Agora eu me sentia uma pessoa renovada que lutava de um jeito ou de outro para viver a vida em direção ao meu sonho. E eu estava cada vez mais perto dele. Eu sentia que tudo ia dar certo, me sentia leve e sempre alegre. E de repente, pra completar minha alegria, o me convidou para uma viagem com seu pai, sua nova madrasta e sua irmã. Eu sei, o pai dele ia estar lá, mas era o me chamando. Eu aceitei de última hora, me arrumei correndo e fui de encontro com ele. Quando ele apareceu na minha frente me senti flutuar até ele. Ele se aproximou e falou comigo sem nem encostar em mim. Achei estranho, mas fiz de conta que nem percebi.
Fomos para um sítio comemorar o aniversário do amigo do pai dele. me largou e nem quis saber se eu estava bem ou não, então eu fui pra cozinha e ajudei as senhorinhas que cozinhavam. Eu estava alegre por estar ali, mas algo me dizia que o estava distante.
Servimos a comida, comi e observei o só bebendo com os amigos do pai dele. Então, chegou a tia dele que é super animada e eu comecei a beber umas cervejas, depois o Eduardo fez uma caipirinha de limão pra mim… e eu fiquei animada e solta, começaram a tocar algumas músicas dos anos 2000 que eu conhecia a coreografia, e tava tão bêbada a ponto de errar os passos mais bobos. Mas dancei! Ri e me diverti muito. Quando tivemos uma pausa da dança, apareceu e ficou me encarando e no meio de todo mundo me chamou e entregou 20 reais. Eu estava bêbada e não entendi o porquê daquilo na hora, pensei que fosse pra guardar pra ele. Depois me senti uma palhaça por ter aceitado.
No final da noite quando fomos para a pousada, que estávamos hospedados, eu me sentei no carro e senti que tudo girava e meu corpo estava anestesiado, só sentia a bebida, do meu estômago, querendo sair. Fechei os olhos e tentei me concentrar em não vomitar. Assim que desci do carro dei alguns passos e pensei que conseguiria chegar no banheiro, mas na entrada da pousada eu coloquei tudo pra fora. Como eu estava com as chaves, fui andando sozinha para o quarto e de certa forma eu sabia que o não estava preocupado. Tomei banho e me deitei pra dormir deixando a porta aberta pro entrar quando ele parasse de conversar com o pai. Quando já estava quase dormindo, ele entrou no quarto e foi tomar banho. Depois ainda quis fazer graça querendo sexo, mas eu não dei liberdade.
No dia seguinte alguém contou pra ele que eu passei mal e ele veio perguntar se eu queria alguma coisa, se estava bem. Eu só concordei, afinal estava bem. Tirando o fato dele estar me tratando como uma "dama da noite".
Foi só mais tarde que caí em mim e percebi que tinha sido ingênua, até demais, em aceitar aqueles 20 reais.
Eu juro, futuramente vou ter o gosto de pagar a ele todo dinheiro que eu lembro que ele gastou comigo. Ele aceitando ou não, eu não ia ficar com esse dinheiro pra mim. Eu vou mostrar que não sou quem ele pensa.
Eu tinha me prometido muitas outras coisas, que me manteriam longe daquele desgraçado, mas ao mesmo tempo tinha certeza de que ele me ligaria e me faria esquecer tudo de novo.
Eu estava em mais um dia comum, naquela rotina de garota fracassada, que tinha voltado a morar com os pais. Minhas sobrinhas estavam fazendo uma tremenda bagunça no quarto, a TV estava em um volume muito alto, minha mãe conversava com minha tia e eu estava deitada assistindo algum filme no celular. Apertei o pause pra ir ao banheiro, e pulei da minha cama (beliche). Quando me aproximei da TV não me importei muito, estava no meu modo automático de todo dia, mas a música que começou a tocar chamou a atenção dos meus ouvidos e eu olhei para os 7 garotos que cantavam na tela. Dei alguns passos para fora do quarto e então voltei pra dentro de volta. Boy With Luv tinha um som totalmente diferente do que eu estava vivendo nos últimos tempos. Eu já tinha passado pela era Restart, uma vez, mas aqueles garotos de cabelo colorido dançando e cantando na TV eram coisa de outro mundo. Eles tinham estilo, dançavam e cantavam bem e ainda por cima eram super lindos. Naquele dia, quando o anúncio do YouTube acabou, eu só queria ouvir aquela música de novo, e assim o fiz. E depois ouvi mais algumas músicas, pesquisei sobre eles… dancei… e acabei fazendo parte do exército de fãs deles.
E foi com o Bangtan Boys que eu acabei sentindo as cores de novo. Conhecer aqueles 7 garotos talentosos me trouxe a perspectiva de vida. E eu não entendia nada de Coreano, mas eu sentia que aquela era a mão que eu esperava da vida e ela vinha carregada de amor, incentivo, coragem e alegria.
Os meninos transmitiam coisas boas em palavras e em atitudes.
Agora eu me sentia uma pessoa renovada que lutava de um jeito ou de outro para viver a vida em direção ao meu sonho. E eu estava cada vez mais perto dele. Eu sentia que tudo ia dar certo, me sentia leve e sempre alegre. E de repente, pra completar minha alegria, o me convidou para uma viagem com seu pai, sua nova madrasta e sua irmã. Eu sei, o pai dele ia estar lá, mas era o me chamando. Eu aceitei de última hora, me arrumei correndo e fui de encontro com ele. Quando ele apareceu na minha frente me senti flutuar até ele. Ele se aproximou e falou comigo sem nem encostar em mim. Achei estranho, mas fiz de conta que nem percebi.
Fomos para um sítio comemorar o aniversário do amigo do pai dele. me largou e nem quis saber se eu estava bem ou não, então eu fui pra cozinha e ajudei as senhorinhas que cozinhavam. Eu estava alegre por estar ali, mas algo me dizia que o estava distante.
Servimos a comida, comi e observei o só bebendo com os amigos do pai dele. Então, chegou a tia dele que é super animada e eu comecei a beber umas cervejas, depois o Eduardo fez uma caipirinha de limão pra mim… e eu fiquei animada e solta, começaram a tocar algumas músicas dos anos 2000 que eu conhecia a coreografia, e tava tão bêbada a ponto de errar os passos mais bobos. Mas dancei! Ri e me diverti muito. Quando tivemos uma pausa da dança, apareceu e ficou me encarando e no meio de todo mundo me chamou e entregou 20 reais. Eu estava bêbada e não entendi o porquê daquilo na hora, pensei que fosse pra guardar pra ele. Depois me senti uma palhaça por ter aceitado.
No final da noite quando fomos para a pousada, que estávamos hospedados, eu me sentei no carro e senti que tudo girava e meu corpo estava anestesiado, só sentia a bebida, do meu estômago, querendo sair. Fechei os olhos e tentei me concentrar em não vomitar. Assim que desci do carro dei alguns passos e pensei que conseguiria chegar no banheiro, mas na entrada da pousada eu coloquei tudo pra fora. Como eu estava com as chaves, fui andando sozinha para o quarto e de certa forma eu sabia que o não estava preocupado. Tomei banho e me deitei pra dormir deixando a porta aberta pro entrar quando ele parasse de conversar com o pai. Quando já estava quase dormindo, ele entrou no quarto e foi tomar banho. Depois ainda quis fazer graça querendo sexo, mas eu não dei liberdade.
No dia seguinte alguém contou pra ele que eu passei mal e ele veio perguntar se eu queria alguma coisa, se estava bem. Eu só concordei, afinal estava bem. Tirando o fato dele estar me tratando como uma "dama da noite".
Foi só mais tarde que caí em mim e percebi que tinha sido ingênua, até demais, em aceitar aqueles 20 reais.
Eu juro, futuramente vou ter o gosto de pagar a ele todo dinheiro que eu lembro que ele gastou comigo. Ele aceitando ou não, eu não ia ficar com esse dinheiro pra mim. Eu vou mostrar que não sou quem ele pensa.
Eu tinha me prometido muitas outras coisas, que me manteriam longe daquele desgraçado, mas ao mesmo tempo tinha certeza de que ele me ligaria e me faria esquecer tudo de novo.
Capítulo 4
Mais um ano se passou em um piscar de olhos.
Com esse tempo que passei solteira, tive um pequeno caso com um cara legal, que me tratava com carinho, mas não passou disso porque eu estava focada nas minhas metas pessoais e no meu intercâmbio. Depois de arrumar vários bicos juntei dinheiro o suficiente e paguei a agência de viagens. Já estava tudo nos trilhos para eu seguir meu sonho. Discretamente eu comecei a me despedir dos meus amigos e familiares. Passei alguns dias na casa da minha amiga, Evy, e o , que tinha voltado da viagem do exterior recentemente, foi nos encontrar. O encontro foi divertido, mas tinha 25% de constrangimento. Apesar de tudo eu estava gostando de como eu estava reagindo aquela situação. Eu estava mais confiante e conseguia me concentrar em ser apenas amiga dele.
Depois ele foi embora pra casa dele. Quando penso que não ele me envia uma mensagem de áudio perguntando se eu não queria me encontrar com ele como em um encontro. Meu sistema todo bugou. Eu já tinha me prometido não aceitar ter nenhum relacionamento com ele além de amizade, e até acreditei que tinha superado, mas aquela pergunta mexeu comigo… e eu aceitei.
E mais uma vez entrei naquele ciclo sem fim. Eu não conseguia dizer não pra ele. E mesmo dizendo não, depois eu voltava atrás da minha própria palavra… Eu não era mais confiável pra mim mesma.
Por mais que eu não quisesse chamar aquilo de amor, lá estava eu, fingindo pra todo mundo que tudo estava bem.
Alguns dias se passaram e eu fui percebendo que não queria mais, de verdade, ter alguma coisa com ele de novo. E foi o que eu disse pra ele. E ele aparentemente concordou. O que eu poderia esperar, né. Que ele realmente quisesse ficar comigo?
Depois dessa decisão, pensei que nunca encontraria alguém como ele.
Tudo bem se for uma escolha ruim. Porque eu prefiro olhar para as suas costas ao voltar a me sentir perdida.
E esse foi o melhor passo pra trás que eu dei na vida.
Alguns meses depois, eu embarquei para o meu intercâmbio, nos Estados Unidos. Lá passei a morar em uma cidade tranquila e nada glamourosa, onde os cidadãos pareciam ser unidos e sempre querer te ajudar. As casas tinham 2 andares e uma vista linda para o pôr, ou nascer, do sol. E lá estava eu sozinha e cheia de esperanças, na terra do tio Sam. Estava tudo bem, mas depois de um mês comecei sentir saudades de casa, de ter alguém pra conversar, rir de piadas de brasileiros, a comida típica do meu país. Então, me recomendaram ir no grupo jovem da igreja que tinha ali no bairro. No primeiro dia conheci o Adam Williams. Ele é uma pessoa totalmente extrovertida, que gosta de cantar e cuidar das pessoas mais próximas. Sua mãe, uma dentista com a própria rede de consultórios no Estado, era amiga da minha anfitriã e isso meio que deixou Adam mais próximo de mim.
Mas eu não sabia disso ainda...
Na véspera de Natal, o clima estava fresco, saia fumaça da boca quando falávamos e precisávamos de roupas quentes para não congelar, mas dentro de casa o ar era aquecido por lareiras e xícaras de chocolate quente.
— , você pode ir na casa dos Williams entregar a torta de amora que eu fiz, enquanto eu tomo banho? — Mônica, minha anfitriã, disse tirando o avental e lambendo alguns dedos sujos do doce da torta. Era noite de Natal e eu não tinha nada pra fazer, a casa da família Williams era do outro lado da rua quase chegando na esquina. Descobri mais tarde que a família Simpsons, a minha anfitriã, e a família Williams criaram entre si, a tradição de todo Natal trocarem alguma refeição no dia da ceia.
Quando apertei a campainha da casa, pude ouvir um som suave vindo de dentro. Mesmo com a porta fechada, eu conseguia sentir o cheiro de biscoito de gengibre e a música de Natal. Quando a porta se abriu, eu dei um passo pra trás. E por uma grande eternidade me perdi naquela íris verde. Seu sorriso deixava seus olhos pequenos.
— Você é a menina nova no grupo de jovens da igreja, né? — Eu o encontrei na última reunião do grupo.
Eu estava no elevador e vi ele vindo em minha direção e as portas começaram a fechar, aí eu apertei o botão para abrir as portas e ele entrou "Obrigado" ele disse sorrindo e eu resmunguei um "por nada". Quando a porta abriu eu esperei que ele fosse na frente, já que era o último andar, ele segurou as portas com uma mão e esticou a outra em gesto para que eu fosse na frente. Havia várias pessoas querendo entrar no elevador e eu saí passando no meio delas me sentindo privilegiada por causa da gentileza do rapaz, mas ao mesmo tempo fiquei tão tímida que nem o agradeci. "Achei aquilo tão lindo! Geralmente as pessoas saem do elevador e vão para seus afazeres. E agora descobri que ele mora a algumas casas de distância de mim. Eu estava eufórica por dentro.
— S-sim! — Gaguejei.
— A Mônica disse que você viria trazer a torta. Entre, por favor! Minha mãe tá preparando algumas coisas na cozinha. — Passei por ele de cabeça baixa sentindo minhas bochechas esquentarem.
— Quem é, filho? — Uma senhora, por volta dos 50 anos, disse aparecendo na sala. — ! — Ela abriu um sorriso brilhante e ajeitou os cabelos loiros, como o do filho.
— Ela trouxe a torta que a tia Mônica fez. — Adam disse. Adam, esse é o nome dele.
— Ah, obrigada querida. Pode colocar na cozinha pra mim? Vou me arrumar para o jantar. — Ela pediu, mesmo aparentando já estar arrumada. — Adam acompanhe a , por favor, filho.
— Claro, mãe. — Ele sorriu mais uma vez.
— Obrigada mais uma vez, . Fique à vontade. — E subiu as escadas.
Eu queria gritar, por não ter conseguido dizer nada. Mas a culpa não foi minha… ela falava muito rápido.
— Vamos, por aqui! — Ele foi na frente e eu o segui. Adam não tinha os olhos da mãe, mas parecia ter puxado toda a energia dela. — Então, você é do Brasil? — Ele puxou assunto. Com essa pergunta eu esperei que ele iria perguntar sobre o Neymar, ou samba, ou falar caipirinha, ou se no Brasil tem girafas, ou algo do tipo.
Isso me deu uma broxada.
— Sim. Faz um mês que me mudei. — Por incrível que pareça eu pareci tranquila ao falar.
— Que legal! Ouvi dizer que tem muitos lugares bonitos e vocês comem arroz e feijão todos os dias. — Meu Deus! Ele sabe o que é arroz? — Minha mãe sempre faz arroz aqui em casa, e não é porque ela é minha mãe, mas o arroz é muito bom! — Será mesmo? Rsrs. Ela é americana! — Por que você tá sorrindo? Eu tô falando sério! — Ele sorriu também, e entramos na cozinha. O balcão estava cheio de biscoitos de formatos diferentes e tinha algumas coberturas coloridas, que provavelmente a senhora Williams ainda iria usar para decorar. Eu coloquei a torta no primeiro espaço que encontrei no balcão. E fiquei olhando os biscoitos. Achei tão bonitos e fofos. Eu só tinha visto em filmes. — Quer provar um? — Ele disse mordendo um biscoito.
— Eu posso? — Sorri ao perguntar.
— Claro! Escolhe um. — Ele disse esticando a forma com os biscoitos. — Esses estão mais frios. — Eu escolhi um. — Mas come logo. Tem que ser escondido da minha mãe. — E ele diz isso só agora que já mordi o biscoito?! Arregalei os olhos. Que impressão vou passar pra eles? — Relaxa! É nosso segredinho. — Ele colocou o dedo sobre os lábios da boca, em sinal de silêncio. Eu sorri por fim e degustei daquele biscoito que era diferente de todos que eu já havia provado antes.
— Uau! — Soltei sem querer.
— Eu sei! São incríveis. — Ele sorriu orgulhoso. — Você vai fazer alguma coisa agora?
— Não, por que?
— Eu pensei se você gostaria de me ajudar a decorar os biscoitos. O que você acha?
— Legal! Eu gostaria.
E foi assim que passei os minutos seguintes. Decorando biscoitos. Os primeiros ficaram um pouco tortos, porque eu não conseguia apertar corretamente a bisnaga com o creme colorido, então Adam me abraçou por trás, segurou minha mão e me ensinou como se faz. Naquela hora meu coração quase saiu pela boca. Ele ficou tão perto de mim que eu pude sentir seus batimentos.
Eu vim pra cá pra estudar, não pra namorar. Além do mais, como um menino tão lindo como ele poderia querer alguma coisa comigo?
Fui embora com alguns biscoitos que decorei. A Mônica disse que eu tinha talento artístico para confeitar e eu fiquei toda felizinha em ouvir aquilo. Depois fui me arrumar para a ceia de Natal.
Não era porque era um Natal nos Estados Unidos, mas foi um dos melhores Natais que já tive. Só poderia ficar melhor se minha família estivesse aqui.
Com esse tempo que passei solteira, tive um pequeno caso com um cara legal, que me tratava com carinho, mas não passou disso porque eu estava focada nas minhas metas pessoais e no meu intercâmbio. Depois de arrumar vários bicos juntei dinheiro o suficiente e paguei a agência de viagens. Já estava tudo nos trilhos para eu seguir meu sonho. Discretamente eu comecei a me despedir dos meus amigos e familiares. Passei alguns dias na casa da minha amiga, Evy, e o , que tinha voltado da viagem do exterior recentemente, foi nos encontrar. O encontro foi divertido, mas tinha 25% de constrangimento. Apesar de tudo eu estava gostando de como eu estava reagindo aquela situação. Eu estava mais confiante e conseguia me concentrar em ser apenas amiga dele.
Depois ele foi embora pra casa dele. Quando penso que não ele me envia uma mensagem de áudio perguntando se eu não queria me encontrar com ele como em um encontro. Meu sistema todo bugou. Eu já tinha me prometido não aceitar ter nenhum relacionamento com ele além de amizade, e até acreditei que tinha superado, mas aquela pergunta mexeu comigo… e eu aceitei.
E mais uma vez entrei naquele ciclo sem fim. Eu não conseguia dizer não pra ele. E mesmo dizendo não, depois eu voltava atrás da minha própria palavra… Eu não era mais confiável pra mim mesma.
Por mais que eu não quisesse chamar aquilo de amor, lá estava eu, fingindo pra todo mundo que tudo estava bem.
Alguns dias se passaram e eu fui percebendo que não queria mais, de verdade, ter alguma coisa com ele de novo. E foi o que eu disse pra ele. E ele aparentemente concordou. O que eu poderia esperar, né. Que ele realmente quisesse ficar comigo?
Depois dessa decisão, pensei que nunca encontraria alguém como ele.
Tudo bem se for uma escolha ruim. Porque eu prefiro olhar para as suas costas ao voltar a me sentir perdida.
E esse foi o melhor passo pra trás que eu dei na vida.
Alguns meses depois, eu embarquei para o meu intercâmbio, nos Estados Unidos. Lá passei a morar em uma cidade tranquila e nada glamourosa, onde os cidadãos pareciam ser unidos e sempre querer te ajudar. As casas tinham 2 andares e uma vista linda para o pôr, ou nascer, do sol. E lá estava eu sozinha e cheia de esperanças, na terra do tio Sam. Estava tudo bem, mas depois de um mês comecei sentir saudades de casa, de ter alguém pra conversar, rir de piadas de brasileiros, a comida típica do meu país. Então, me recomendaram ir no grupo jovem da igreja que tinha ali no bairro. No primeiro dia conheci o Adam Williams. Ele é uma pessoa totalmente extrovertida, que gosta de cantar e cuidar das pessoas mais próximas. Sua mãe, uma dentista com a própria rede de consultórios no Estado, era amiga da minha anfitriã e isso meio que deixou Adam mais próximo de mim.
Mas eu não sabia disso ainda...
Na véspera de Natal, o clima estava fresco, saia fumaça da boca quando falávamos e precisávamos de roupas quentes para não congelar, mas dentro de casa o ar era aquecido por lareiras e xícaras de chocolate quente.
— , você pode ir na casa dos Williams entregar a torta de amora que eu fiz, enquanto eu tomo banho? — Mônica, minha anfitriã, disse tirando o avental e lambendo alguns dedos sujos do doce da torta. Era noite de Natal e eu não tinha nada pra fazer, a casa da família Williams era do outro lado da rua quase chegando na esquina. Descobri mais tarde que a família Simpsons, a minha anfitriã, e a família Williams criaram entre si, a tradição de todo Natal trocarem alguma refeição no dia da ceia.
Quando apertei a campainha da casa, pude ouvir um som suave vindo de dentro. Mesmo com a porta fechada, eu conseguia sentir o cheiro de biscoito de gengibre e a música de Natal. Quando a porta se abriu, eu dei um passo pra trás. E por uma grande eternidade me perdi naquela íris verde. Seu sorriso deixava seus olhos pequenos.
— Você é a menina nova no grupo de jovens da igreja, né? — Eu o encontrei na última reunião do grupo.
Eu estava no elevador e vi ele vindo em minha direção e as portas começaram a fechar, aí eu apertei o botão para abrir as portas e ele entrou "Obrigado" ele disse sorrindo e eu resmunguei um "por nada". Quando a porta abriu eu esperei que ele fosse na frente, já que era o último andar, ele segurou as portas com uma mão e esticou a outra em gesto para que eu fosse na frente. Havia várias pessoas querendo entrar no elevador e eu saí passando no meio delas me sentindo privilegiada por causa da gentileza do rapaz, mas ao mesmo tempo fiquei tão tímida que nem o agradeci. "Achei aquilo tão lindo! Geralmente as pessoas saem do elevador e vão para seus afazeres. E agora descobri que ele mora a algumas casas de distância de mim. Eu estava eufórica por dentro.
— S-sim! — Gaguejei.
— A Mônica disse que você viria trazer a torta. Entre, por favor! Minha mãe tá preparando algumas coisas na cozinha. — Passei por ele de cabeça baixa sentindo minhas bochechas esquentarem.
— Quem é, filho? — Uma senhora, por volta dos 50 anos, disse aparecendo na sala. — ! — Ela abriu um sorriso brilhante e ajeitou os cabelos loiros, como o do filho.
— Ela trouxe a torta que a tia Mônica fez. — Adam disse. Adam, esse é o nome dele.
— Ah, obrigada querida. Pode colocar na cozinha pra mim? Vou me arrumar para o jantar. — Ela pediu, mesmo aparentando já estar arrumada. — Adam acompanhe a , por favor, filho.
— Claro, mãe. — Ele sorriu mais uma vez.
— Obrigada mais uma vez, . Fique à vontade. — E subiu as escadas.
Eu queria gritar, por não ter conseguido dizer nada. Mas a culpa não foi minha… ela falava muito rápido.
— Vamos, por aqui! — Ele foi na frente e eu o segui. Adam não tinha os olhos da mãe, mas parecia ter puxado toda a energia dela. — Então, você é do Brasil? — Ele puxou assunto. Com essa pergunta eu esperei que ele iria perguntar sobre o Neymar, ou samba, ou falar caipirinha, ou se no Brasil tem girafas, ou algo do tipo.
Isso me deu uma broxada.
— Sim. Faz um mês que me mudei. — Por incrível que pareça eu pareci tranquila ao falar.
— Que legal! Ouvi dizer que tem muitos lugares bonitos e vocês comem arroz e feijão todos os dias. — Meu Deus! Ele sabe o que é arroz? — Minha mãe sempre faz arroz aqui em casa, e não é porque ela é minha mãe, mas o arroz é muito bom! — Será mesmo? Rsrs. Ela é americana! — Por que você tá sorrindo? Eu tô falando sério! — Ele sorriu também, e entramos na cozinha. O balcão estava cheio de biscoitos de formatos diferentes e tinha algumas coberturas coloridas, que provavelmente a senhora Williams ainda iria usar para decorar. Eu coloquei a torta no primeiro espaço que encontrei no balcão. E fiquei olhando os biscoitos. Achei tão bonitos e fofos. Eu só tinha visto em filmes. — Quer provar um? — Ele disse mordendo um biscoito.
— Eu posso? — Sorri ao perguntar.
— Claro! Escolhe um. — Ele disse esticando a forma com os biscoitos. — Esses estão mais frios. — Eu escolhi um. — Mas come logo. Tem que ser escondido da minha mãe. — E ele diz isso só agora que já mordi o biscoito?! Arregalei os olhos. Que impressão vou passar pra eles? — Relaxa! É nosso segredinho. — Ele colocou o dedo sobre os lábios da boca, em sinal de silêncio. Eu sorri por fim e degustei daquele biscoito que era diferente de todos que eu já havia provado antes.
— Uau! — Soltei sem querer.
— Eu sei! São incríveis. — Ele sorriu orgulhoso. — Você vai fazer alguma coisa agora?
— Não, por que?
— Eu pensei se você gostaria de me ajudar a decorar os biscoitos. O que você acha?
— Legal! Eu gostaria.
E foi assim que passei os minutos seguintes. Decorando biscoitos. Os primeiros ficaram um pouco tortos, porque eu não conseguia apertar corretamente a bisnaga com o creme colorido, então Adam me abraçou por trás, segurou minha mão e me ensinou como se faz. Naquela hora meu coração quase saiu pela boca. Ele ficou tão perto de mim que eu pude sentir seus batimentos.
Eu vim pra cá pra estudar, não pra namorar. Além do mais, como um menino tão lindo como ele poderia querer alguma coisa comigo?
Fui embora com alguns biscoitos que decorei. A Mônica disse que eu tinha talento artístico para confeitar e eu fiquei toda felizinha em ouvir aquilo. Depois fui me arrumar para a ceia de Natal.
Não era porque era um Natal nos Estados Unidos, mas foi um dos melhores Natais que já tive. Só poderia ficar melhor se minha família estivesse aqui.
Capítulo 5
No Brasil eu não tinha o compromisso de ir à igreja toda semana. Na verdade, eu não gostava, mas aqui, parecia que o ar tinha mudado e com ele eu tinha sofrido uma mutação. Eu acordava e não via a hora de chegar na igreja e interagir com os outros jovens. A gente conversava sobre coisas bobas e riamos com muita naturalidade. Antes eu era reservada, mas agora eu falo com todo mundo, vou a encontro na casa de alguns colegas, depois da aula de inglês.
Semana retrasada o encontro foi na casa do Julian, semana passada na casa da Lawrence, essa semana é na casa do Adam, e é pra lá que estou indo agora.
Estamos planejando e ensaiando para uma apresentação para a Páscoa, que chegará logo. A nossa turma tem 20 jovens e fomos divididos em 4 turmas. No meu grupo são eu, que fiquei de ajudar com a decoração já que sou nova no grupo, Adam, guitarra e segunda voz, Lawrence, com a voz principal, Julian, o baterista desde que nasceu, Michael, o que entendia do assunto e nos guiaria no que precisássemos, inclusive no figurino e na decoração. O figurino tinha sido encomendado para os costureiros voluntários, com a previsão de entrega para uma semana antes da apresentação. Tudo estava nos trilhos!
Eu estava super ansiosa para o dia que mostraria meu talento decorativo para os demais.
— "Eu sei, eu sei, você está chegando e nós vamos festejar com alegria…" — Eu cantarolei a música que escutei Lawrence cantar, milhares de vezes, enquanto cortava algumas figuras de nuvem.
— Sua voz é linda! — Adam disse me dando um susto. — Você deveria entrar para o grupo de canto da igreja. — Ele continuou sem perceber.
— Não, não. — Eu disse sem graça.
— Por quê? Todos deveriam escutar sua voz! — ele se aproximou tão delicado quanto suas as palavras soavam.
— Eu só canto pra mim. — Disse um pouco sem jeito.
— Tudo bem! Mas você pode tentar quando quiser.
Apesar de eu não me sentir à vontade em cantar na frente de outras pessoas, Adam me fez refletir e querer tentar fazer isso. Depois da apresentação eu vou criar coragem, para entrar no grupo de canto. Prometo a mim mesma.
No dia da apresentação todos estávamos com os nervos à flor da pele. E gritávamos em tom irônico para libertar a ansiedade entre si. Julian passou horas no banheiro, e nem era ele quem ficaria na frente do palco. Lawrence, estava linda e não parava de sorrir, com um vestido azul clarinho que brilhava quase quanto seus olhos. Adam estava concentrado nas partituras. E eu seguia Michael pra ver se estava tudo ok.
— , avisa o pessoal que vão entrar em 15 minutos. — Disse Michael me chamando pelo meu apelido.
— Ok! — Corri para o camarim improvisado atrás do palco e quando abri a porta Lawrence estava sentada com o rosto vermelho e cheio de lágrimas, sendo consolada pelos garotos da banda. Adam estava na sua frente segurando sua mão. — O que tá acontecendo? Vocês entram em 15 minutos.
Julian se aproximou de mim sorrateiramente.
— Lawrence viu o menino que ela gosta com outra, logo hoje que ela iria se declarar. E acabou rasgando o vestido.
— Ai meu Deus! — Eu soltei colocando a mão na testa. Peguei meu celular e comecei a ligar para o Michael e disse o que estava acontecendo.
— Acho que é a chance da nossa cantora secreta aparecer. O que você acha?
— Acho uma ótima ideia! — concordei com ele. — Mas quem é ela? Ela vai conseguir chegar a tempo?
— Adam me contou que você tem talento. Conto com você, .
— O QUÊ? — Eu gritei antes que ele desligasse.
Fiquei parada atônita, segurando o celular na orelha até Adam me sacudir e me perguntar sobre o que fazer.
— Michael disse para eu entrar no lugar de Lawrence. — Falei roboticamente.
— E o que você está esperando? Precisa de um figurino. — Julian disse agitado.
Michael abriu a porta e todos o olharam.
— Aqui. — ele esticou um vestido rose todo rendado. — Você vai ficar linda. — Eu sentia que iria congelar, mas lembrei que deveria encarar meus medos para aprender a lidar com eles. Peguei o cabide com o vestido e respirei fundo olhando pro mesmo. — Você vai arrasar, eu tenho certeza.
Quando me vi dentro daquele vestido, senti que estava no lugar certo e mesmo sentindo um grande frio na barriga ao olhar o palco de trás das cortinas, tudo parecia que ia dar certo. Lawrence, mesmo triste, me ajudou com a maquiagem.
— Você tem certeza que…? — Eu lhe questionei, mas antes de terminar a frase ela respondeu.
— Eu não estou com cabeça, agora. Mas vou ficar bem.
Eu não sabia a história dos dois, mas esperava que se resolvessem. Lawrence não merecia passar por isso.
Nossos nomes foram anunciados e todos passaram por mim em direção ao palco. Adam passou por último.
— Vem! — Ele me chamou estendendo a mão. Era tão suave a forma que ele me atraiu, quando dei por mim estava ao seu lado, em cima do palco e em frente ao microfone. Os primeiros acordes foram tocados e eu estava congelada olhando pra plateia. Meu coração parecia, mesmo, que ia sair pela minha boca. Então, fechei meus olhos e comecei a cantar suavemente, como tinha de ser. Tudo estava indo bem, meu peito tinha se acalmado e eu me sentia mais confiante. Abri meus olhos e tudo ficou em câmera lenta. O que eu temia aconteceu: eu paralisei. As pessoas cochichavam umas às outras e pareciam notar que eu estava estragando a apresentação que todos levavam tão a sério. Foi quando eu tive a ideia de sair correndo, mas ouvi a voz de Adam continuar a música e olhando para seus olhos claros, eu segurei o microfone e cantei junto. Fiz toda a performance de como eu vi eles treinando e fomos aplaudidos no final.
Até que não foi tão ruim! Acho que consigo fazer de novo.
Depois da apresentação, o sorriso de Adam era tão alegre e ele estava um pouco mais inquieto que o comum. Tinha uma roda de pessoas nos parabenizando. "Eu não imaginava que você cantava tão bem!" "Sua voz é linda!" "Pensei que a Lawrence iria cantar, mas você arrasou!".
Comemoramos o sucesso da apresentação em uma lanchonete ali perto. Lawrence, mesmo que estivesse triste, não deixou transparecer e se divertiu com a gente. Michael foi o primeiro a ir embora, depois Julian levou Lawrence pra casa e Adam e eu conversamos mais um pouco e então fomos embora juntos, no carro que Mônica me emprestou.
— Eu sei que todos devem ter te dito isso, mas você estava linda no palco. — Ele disse antes de descer do carro. Eu gostei da sensação de me sentir na cena de High School Musical, mas eu fiquei muito nervosa. Não sei se conseguiria de novo. — Eu gostaria de saber se poderíamos sair amanhã. Só nós dois. Podíamos ir ao Parque de Diversões World Full. — Ele estava me chamando pra um encontro? Uau! Não consegui segurar um sorriso.
— Eu adoraria!
— Okay! Te encontro às 17hrs, na frente da sua casa?
— Combinado!
E ele saiu do carro com um sorriso que era visível, até mesmo de costas.
O que eu estava fazendo? Pensei que não iria ter um relacionamento.
Eu sei, eu sei!
Mas, eu me divirto muito com o Adam e ele faz eu me sentir bem.
"Sacudi a cabeça".
Ah! Eu não sei!
Eu só quero passar um tempo com ele.
Semana retrasada o encontro foi na casa do Julian, semana passada na casa da Lawrence, essa semana é na casa do Adam, e é pra lá que estou indo agora.
Estamos planejando e ensaiando para uma apresentação para a Páscoa, que chegará logo. A nossa turma tem 20 jovens e fomos divididos em 4 turmas. No meu grupo são eu, que fiquei de ajudar com a decoração já que sou nova no grupo, Adam, guitarra e segunda voz, Lawrence, com a voz principal, Julian, o baterista desde que nasceu, Michael, o que entendia do assunto e nos guiaria no que precisássemos, inclusive no figurino e na decoração. O figurino tinha sido encomendado para os costureiros voluntários, com a previsão de entrega para uma semana antes da apresentação. Tudo estava nos trilhos!
Eu estava super ansiosa para o dia que mostraria meu talento decorativo para os demais.
— "Eu sei, eu sei, você está chegando e nós vamos festejar com alegria…" — Eu cantarolei a música que escutei Lawrence cantar, milhares de vezes, enquanto cortava algumas figuras de nuvem.
— Sua voz é linda! — Adam disse me dando um susto. — Você deveria entrar para o grupo de canto da igreja. — Ele continuou sem perceber.
— Não, não. — Eu disse sem graça.
— Por quê? Todos deveriam escutar sua voz! — ele se aproximou tão delicado quanto suas as palavras soavam.
— Eu só canto pra mim. — Disse um pouco sem jeito.
— Tudo bem! Mas você pode tentar quando quiser.
Apesar de eu não me sentir à vontade em cantar na frente de outras pessoas, Adam me fez refletir e querer tentar fazer isso. Depois da apresentação eu vou criar coragem, para entrar no grupo de canto. Prometo a mim mesma.
No dia da apresentação todos estávamos com os nervos à flor da pele. E gritávamos em tom irônico para libertar a ansiedade entre si. Julian passou horas no banheiro, e nem era ele quem ficaria na frente do palco. Lawrence, estava linda e não parava de sorrir, com um vestido azul clarinho que brilhava quase quanto seus olhos. Adam estava concentrado nas partituras. E eu seguia Michael pra ver se estava tudo ok.
— , avisa o pessoal que vão entrar em 15 minutos. — Disse Michael me chamando pelo meu apelido.
— Ok! — Corri para o camarim improvisado atrás do palco e quando abri a porta Lawrence estava sentada com o rosto vermelho e cheio de lágrimas, sendo consolada pelos garotos da banda. Adam estava na sua frente segurando sua mão. — O que tá acontecendo? Vocês entram em 15 minutos.
Julian se aproximou de mim sorrateiramente.
— Lawrence viu o menino que ela gosta com outra, logo hoje que ela iria se declarar. E acabou rasgando o vestido.
— Ai meu Deus! — Eu soltei colocando a mão na testa. Peguei meu celular e comecei a ligar para o Michael e disse o que estava acontecendo.
— Acho que é a chance da nossa cantora secreta aparecer. O que você acha?
— Acho uma ótima ideia! — concordei com ele. — Mas quem é ela? Ela vai conseguir chegar a tempo?
— Adam me contou que você tem talento. Conto com você, .
— O QUÊ? — Eu gritei antes que ele desligasse.
Fiquei parada atônita, segurando o celular na orelha até Adam me sacudir e me perguntar sobre o que fazer.
— Michael disse para eu entrar no lugar de Lawrence. — Falei roboticamente.
— E o que você está esperando? Precisa de um figurino. — Julian disse agitado.
Michael abriu a porta e todos o olharam.
— Aqui. — ele esticou um vestido rose todo rendado. — Você vai ficar linda. — Eu sentia que iria congelar, mas lembrei que deveria encarar meus medos para aprender a lidar com eles. Peguei o cabide com o vestido e respirei fundo olhando pro mesmo. — Você vai arrasar, eu tenho certeza.
Quando me vi dentro daquele vestido, senti que estava no lugar certo e mesmo sentindo um grande frio na barriga ao olhar o palco de trás das cortinas, tudo parecia que ia dar certo. Lawrence, mesmo triste, me ajudou com a maquiagem.
— Você tem certeza que…? — Eu lhe questionei, mas antes de terminar a frase ela respondeu.
— Eu não estou com cabeça, agora. Mas vou ficar bem.
Eu não sabia a história dos dois, mas esperava que se resolvessem. Lawrence não merecia passar por isso.
Nossos nomes foram anunciados e todos passaram por mim em direção ao palco. Adam passou por último.
— Vem! — Ele me chamou estendendo a mão. Era tão suave a forma que ele me atraiu, quando dei por mim estava ao seu lado, em cima do palco e em frente ao microfone. Os primeiros acordes foram tocados e eu estava congelada olhando pra plateia. Meu coração parecia, mesmo, que ia sair pela minha boca. Então, fechei meus olhos e comecei a cantar suavemente, como tinha de ser. Tudo estava indo bem, meu peito tinha se acalmado e eu me sentia mais confiante. Abri meus olhos e tudo ficou em câmera lenta. O que eu temia aconteceu: eu paralisei. As pessoas cochichavam umas às outras e pareciam notar que eu estava estragando a apresentação que todos levavam tão a sério. Foi quando eu tive a ideia de sair correndo, mas ouvi a voz de Adam continuar a música e olhando para seus olhos claros, eu segurei o microfone e cantei junto. Fiz toda a performance de como eu vi eles treinando e fomos aplaudidos no final.
Até que não foi tão ruim! Acho que consigo fazer de novo.
Depois da apresentação, o sorriso de Adam era tão alegre e ele estava um pouco mais inquieto que o comum. Tinha uma roda de pessoas nos parabenizando. "Eu não imaginava que você cantava tão bem!" "Sua voz é linda!" "Pensei que a Lawrence iria cantar, mas você arrasou!".
Comemoramos o sucesso da apresentação em uma lanchonete ali perto. Lawrence, mesmo que estivesse triste, não deixou transparecer e se divertiu com a gente. Michael foi o primeiro a ir embora, depois Julian levou Lawrence pra casa e Adam e eu conversamos mais um pouco e então fomos embora juntos, no carro que Mônica me emprestou.
— Eu sei que todos devem ter te dito isso, mas você estava linda no palco. — Ele disse antes de descer do carro. Eu gostei da sensação de me sentir na cena de High School Musical, mas eu fiquei muito nervosa. Não sei se conseguiria de novo. — Eu gostaria de saber se poderíamos sair amanhã. Só nós dois. Podíamos ir ao Parque de Diversões World Full. — Ele estava me chamando pra um encontro? Uau! Não consegui segurar um sorriso.
— Eu adoraria!
— Okay! Te encontro às 17hrs, na frente da sua casa?
— Combinado!
E ele saiu do carro com um sorriso que era visível, até mesmo de costas.
O que eu estava fazendo? Pensei que não iria ter um relacionamento.
Eu sei, eu sei!
Mas, eu me divirto muito com o Adam e ele faz eu me sentir bem.
"Sacudi a cabeça".
Ah! Eu não sei!
Eu só quero passar um tempo com ele.
Capítulo 6
Algumas semanas depois…
Adam e eu já havíamos saído algumas vezes, mas nada passou de um encontro de amigos. Eu achava impressionante o fato dele ser tão energético e mesmo assim, amar tomar aquela típica xícara de café 3 vezes por dia e a noite, quando me ligava para dar boa noite ele conseguia dormir antes de mim. O fato que ele morava na mesma rua que eu, ajudava na quantidade de encontro entre nós.
Adam adorava me desenhar, quando eu estava distraída. Não era nada profissional, mas toda vez ele dizia que era o melhor desenho de todo.
A algumas semanas viajamos juntos com o grupo da igreja para uma pousada de retiro, perto de um lago de águas calmas. Tivemos algumas atividades e Adam sempre estava por perto. Teve um desafio de matemática e eu vi Lawrence sozinha, então, pedi pra ficar com ela. Ela, também, é boa em cálculos. Então não pude perder a oportunidade.
— Pensei que você fosse fazer dupla com seu namorado. — Ela disse.
— Quê? — Disse quando percebi que ela falava comigo.
— O Adam. — Ela olhou pra ele e eu segui seu olhar. Adam parecia um pouco desanimado.
— Bom, eu não sabia que a gente estava namorando! — Respondi com um sorriso presunçoso.
— Como assim? Vocês estão juntos o tempo todo, e quando não estão, Adam fica falando de você o tempo todo.
— Pra mim, éramos apenas amigos. Ele nunca demonstrou nada. Nem me pediu em namoro...
— Entendi… então, no seu país é assim? Precisa pedir em namoro?
Expliquei pra ela como funcionam as coisas no Brasil, e conseguimos uma ótima nota no desafio.
Depois tivemos um tempo livre e os jovens foram para as margens do lago.
As águas eram cristalinas. O clima estava muito quente, e todo mundo estava na água, claro que eu não ficaria de fora. Tirei minha roupa e entrei na água. Tinha um balanço feito de corda e um pneu de carro onde algumas pessoas se penduravam e pulavam no lado. Todos pareciam crianças, correndo de um lado pro outro, falando alto, rindo. Sentei-me em uma pedra e deixei o sol secar as gotas que escorriam pela minha pele, enquanto observava tudo à minha volta.
— Não vai mais entrar na água? — Adam disse se sentando ao meu lado. Lembrei do que conversei com Lawrence e quase esqueci de lhe responder.
— Daqui a pouco eu vou. — Sorri um pouco sem graça.
— … — Ele engoliu em seco. — Eu conversei com Lawrence. — Abraçou suas pernas enquanto me olhava. — Eu gosto de você. Quero saber se você aceita namorar comigo?
Por tudo que eu tinha vivido com Adam, eu já tinha esquecido a promessa de não namorar ninguém. O que ficou no passado, ficou pra trás. Eu tinha que aproveitar o presente e esperar coisas boas do futuro.
— Aceito! — Eu disse sentindo um friozinho na barriga. Como as coisas seriam a partir de agora? Eu nem tive tempo de pensar e Adam avançou em cima de mim e colou seus lábios nos meus. Só ouvi o som dos nossos corações acelerados. Quando ele se afastou um pouco, eu ainda estava parada, agora olhando dentro de seus olhos. Ele sorriu e desviou o olhar.
— Agora você é minha namorada. — Ele entrelaçou nossos dedos e beijou minha mão. Eu conseguia sentir sua mão trêmula… ou era a minha?
Com o passar dos dias, eu ainda podia ser eu mesma, desengonçada no dia a dia, ou nervosinha sem razão na tpm, e ele sempre era compreensível comigo, era delicado com as palavras e adorava me ensinar sobre o idioma e a cultura local, enquanto lhe ensinava sobre mim. Adorávamos caminhar de mãos dadas, pelas ruas.
A vida com Adam era tão fácil que às vezes eu me questionava se era possível algo dar errado.
Claro que tínhamos nossas desavenças, afinal nossas culturas e criações eram diferentes, mas apesar disso conseguimos passar por tudo de mãos dadas e com muito humor. Ele sempre estava disposto a tentar me entender, ele era claro e sutil com as palavras, e eu com ele. Parecíamos nos conhecer a anos.
Eu não precisava quebrar minha cabeça para tentar desvendá-lo. Ele sempre era sincero comigo sobre tudo, falava do que gostava e do que não gostava, do que queria e do que não queria, sempre me inclui nos seus planos, respeitava minha vontade, concordava comigo sem ser apenas pra me agradar, sempre queria que eu estivesse ao seu lado e isso acabava me dando tranquila quanto ao nosso relacionamento. O relacionamento com ele era coisa de outro nível. E eu podia confiar que ele iria correr comigo até o fim.
Eu estava muito feliz.
Nesse tempo de namoro, nossas brigas eram bobas, tipo:
— Eu sei que o médico disse que eu tinha que ter uma alimentação mais saudável e que minha mãe falou com você, mas eu não gosto de comer brócolis.
Essa foi uma das raras vezes que Adam falou realmente bravo comigo.
— Mas você tem que comer alguma coisa. Você gosta de cenoura? — Eu disse no mesmo tom e ele fez careta ao ouvir o nome do legume. — Eu preparei com tanto carinho e você vai fazer uma desfeita dessas? — peguei um pedaço de cenoura. — Você sabe como foi difícil deixar a cenoura no formato de coração? — Ele começou a coçar a cabeça. — E o brócolis, pra ele ficar sequinho desse jeito eu tive que fazer no vapor e…
—Tá bom, tá bom, tá bom!!! — Ele se sentou à mesa e começou a se servir. — Eu sei que você se esforçou. — Ele colocou um legume na boca. — Hummm. Que delícia. — Ele falou em tom irônico e eu sorri por ter conseguido fazer ele comer.
Mais tarde naquele dia ele me pediu desculpas por ter sido egoísta e mimado e disse que valorizava o cuidado que eu tinha com ele. Me agradeceu e confessou que me amava. Essa foi a minha briga favorita.
Outra vez, brigamos para decidir qual casa do Game Of Thrones era a melhor. Não chegamos em um acordo até hoje, mas não discutimos mais sobre.
Na convivência aprendi a fazer sua comida favorita, e ele começou a gostar de dramas asiáticos, como eu.
Resumindo: nós 2 parecíamos um casal de velhinhos.
Adam e eu já havíamos saído algumas vezes, mas nada passou de um encontro de amigos. Eu achava impressionante o fato dele ser tão energético e mesmo assim, amar tomar aquela típica xícara de café 3 vezes por dia e a noite, quando me ligava para dar boa noite ele conseguia dormir antes de mim. O fato que ele morava na mesma rua que eu, ajudava na quantidade de encontro entre nós.
Adam adorava me desenhar, quando eu estava distraída. Não era nada profissional, mas toda vez ele dizia que era o melhor desenho de todo.
A algumas semanas viajamos juntos com o grupo da igreja para uma pousada de retiro, perto de um lago de águas calmas. Tivemos algumas atividades e Adam sempre estava por perto. Teve um desafio de matemática e eu vi Lawrence sozinha, então, pedi pra ficar com ela. Ela, também, é boa em cálculos. Então não pude perder a oportunidade.
— Pensei que você fosse fazer dupla com seu namorado. — Ela disse.
— Quê? — Disse quando percebi que ela falava comigo.
— O Adam. — Ela olhou pra ele e eu segui seu olhar. Adam parecia um pouco desanimado.
— Bom, eu não sabia que a gente estava namorando! — Respondi com um sorriso presunçoso.
— Como assim? Vocês estão juntos o tempo todo, e quando não estão, Adam fica falando de você o tempo todo.
— Pra mim, éramos apenas amigos. Ele nunca demonstrou nada. Nem me pediu em namoro...
— Entendi… então, no seu país é assim? Precisa pedir em namoro?
Expliquei pra ela como funcionam as coisas no Brasil, e conseguimos uma ótima nota no desafio.
Depois tivemos um tempo livre e os jovens foram para as margens do lago.
As águas eram cristalinas. O clima estava muito quente, e todo mundo estava na água, claro que eu não ficaria de fora. Tirei minha roupa e entrei na água. Tinha um balanço feito de corda e um pneu de carro onde algumas pessoas se penduravam e pulavam no lado. Todos pareciam crianças, correndo de um lado pro outro, falando alto, rindo. Sentei-me em uma pedra e deixei o sol secar as gotas que escorriam pela minha pele, enquanto observava tudo à minha volta.
— Não vai mais entrar na água? — Adam disse se sentando ao meu lado. Lembrei do que conversei com Lawrence e quase esqueci de lhe responder.
— Daqui a pouco eu vou. — Sorri um pouco sem graça.
— … — Ele engoliu em seco. — Eu conversei com Lawrence. — Abraçou suas pernas enquanto me olhava. — Eu gosto de você. Quero saber se você aceita namorar comigo?
Por tudo que eu tinha vivido com Adam, eu já tinha esquecido a promessa de não namorar ninguém. O que ficou no passado, ficou pra trás. Eu tinha que aproveitar o presente e esperar coisas boas do futuro.
— Aceito! — Eu disse sentindo um friozinho na barriga. Como as coisas seriam a partir de agora? Eu nem tive tempo de pensar e Adam avançou em cima de mim e colou seus lábios nos meus. Só ouvi o som dos nossos corações acelerados. Quando ele se afastou um pouco, eu ainda estava parada, agora olhando dentro de seus olhos. Ele sorriu e desviou o olhar.
— Agora você é minha namorada. — Ele entrelaçou nossos dedos e beijou minha mão. Eu conseguia sentir sua mão trêmula… ou era a minha?
Com o passar dos dias, eu ainda podia ser eu mesma, desengonçada no dia a dia, ou nervosinha sem razão na tpm, e ele sempre era compreensível comigo, era delicado com as palavras e adorava me ensinar sobre o idioma e a cultura local, enquanto lhe ensinava sobre mim. Adorávamos caminhar de mãos dadas, pelas ruas.
A vida com Adam era tão fácil que às vezes eu me questionava se era possível algo dar errado.
Claro que tínhamos nossas desavenças, afinal nossas culturas e criações eram diferentes, mas apesar disso conseguimos passar por tudo de mãos dadas e com muito humor. Ele sempre estava disposto a tentar me entender, ele era claro e sutil com as palavras, e eu com ele. Parecíamos nos conhecer a anos.
Eu não precisava quebrar minha cabeça para tentar desvendá-lo. Ele sempre era sincero comigo sobre tudo, falava do que gostava e do que não gostava, do que queria e do que não queria, sempre me inclui nos seus planos, respeitava minha vontade, concordava comigo sem ser apenas pra me agradar, sempre queria que eu estivesse ao seu lado e isso acabava me dando tranquila quanto ao nosso relacionamento. O relacionamento com ele era coisa de outro nível. E eu podia confiar que ele iria correr comigo até o fim.
Eu estava muito feliz.
Nesse tempo de namoro, nossas brigas eram bobas, tipo:
— Eu sei que o médico disse que eu tinha que ter uma alimentação mais saudável e que minha mãe falou com você, mas eu não gosto de comer brócolis.
Essa foi uma das raras vezes que Adam falou realmente bravo comigo.
— Mas você tem que comer alguma coisa. Você gosta de cenoura? — Eu disse no mesmo tom e ele fez careta ao ouvir o nome do legume. — Eu preparei com tanto carinho e você vai fazer uma desfeita dessas? — peguei um pedaço de cenoura. — Você sabe como foi difícil deixar a cenoura no formato de coração? — Ele começou a coçar a cabeça. — E o brócolis, pra ele ficar sequinho desse jeito eu tive que fazer no vapor e…
—Tá bom, tá bom, tá bom!!! — Ele se sentou à mesa e começou a se servir. — Eu sei que você se esforçou. — Ele colocou um legume na boca. — Hummm. Que delícia. — Ele falou em tom irônico e eu sorri por ter conseguido fazer ele comer.
Mais tarde naquele dia ele me pediu desculpas por ter sido egoísta e mimado e disse que valorizava o cuidado que eu tinha com ele. Me agradeceu e confessou que me amava. Essa foi a minha briga favorita.
Outra vez, brigamos para decidir qual casa do Game Of Thrones era a melhor. Não chegamos em um acordo até hoje, mas não discutimos mais sobre.
Na convivência aprendi a fazer sua comida favorita, e ele começou a gostar de dramas asiáticos, como eu.
Resumindo: nós 2 parecíamos um casal de velhinhos.
Capítulo 7
Estamos completando mais um mês de namoro, então viajamos juntos para a Carolina do Sul. Ele disse que o pôr do sol lá é maravilhoso, e não mentiu. Ficamos na casa de verão dos pais deles, compramos algumas coisas e levamos outras. A casa era aconchegante e extremamente bonita. E de frente para a areia da praia de Myrtle Beach.
Da varanda, enquanto observamos o pôr do sol da praia, de repente ele se ajoelhou e estendeu a mão com uma caixinha de veludo azul escura, onde continha uma aliança cheia de pedrinhas de brilhante, e disse: ", quer se casar comigo?" Foi o pedido mais romântico e inesperado que eu já vi, e eu nunca tinha imaginado que pudesse acontecer comigo. Claro, eu aceitei. Eu já não conseguia ver minha vida sem Adam, e nós fazíamos planos para o futuro. Apesar que minha volta para o Brasil estava prevista para dali 2 meses.
Teríamos que correr contra o tempo para formalizar tudo, mas por enquanto só aproveitamos um ao outro.
Fui para o Brasil, por uma semana, antes que meu visto fosse vencido. As crianças tinham crescido, as cores das casas tinham mudado. Mas nada demais. Eu sentia que tinha passado tanto tempo fora e mesmo sem saber ao certo o que esperar, eu esperava que tivessem alguma novidade exuberante para me contar.
Levei algumas lembrancinhas incluindo o fato de que minha mão direita estava mais brilhante.
Antes de ir embora, fui convidada para uma festa onde alguns amigos meus iriam. Eu estava revendo muitas pessoas que conhecia, mas não esperava encontrar ali na minha frente.
E lá estava o que eu conhecia, rindo com algumas pessoas e ao lado dele uma mulher super maquiada que segurava um copo de bebida e ria escandalosamente.
Conversamos um pouco e fui falar com outras pessoas. Quando algumas pessoas foram embora, no fim da noite, ele, que não era de beber antes, mal estava conseguindo se segurar em pé. Eu passei no corredor para ir ao banheiro e ele tentou me chamar, mas tropeçou e quase caiu. Eu o segurei e o levei para um lugar mais tranquilo pra ele descansar.
— Você está linda hoje. — Ele disse enquanto eu o ajeitava no sofá.
— Obrigada. — Sorri um pouco. — Cadê a Emily que não está aqui para te ajudar?
— Deve estar bebendo com alguém por aí. — Ele parecia não se importar com o que dizia.
— Eu vou procurar ela pra vir cuidar de você. — Me virei e ele segurou minha mão. Tão clássico nos romances e eu não consegui evitar.
— Não vai. Fica aqui comigo.
— Não sei se a Emily vai gostar de ver o namorado dela aqui a sós a ex.
— Ela não vai se importar. Fica vai. Só um pouco. — Ele parecia estar quase dormindo, então me sentei ao lado dele no sofá e fiquei sem saber do que podíamos conversar. — De todas as minhas histórias, você sabe que é minha favorita, né?! — Seu olhar estava perdido em algum lugar na sala. Dessa vez não tinha demorado muito pra ele começar a falar da gente. — Eu admito que quase cruzei a linha. Eu senti sua falta e queria te ligar, perguntar como você estava e cheguei a pensar em ir até você, mas eu sou seu ex-namorado. Eu tinha que seguir em frente, mesmo que ninguém conseguisse ocupar o lugar que você tem aqui dentro. — Ele tocou o próprio peito. — Mas querida, me diga uma coisa. Quando você está sentada ao meu lado, desse jeito. O que você sente? Você sente o mesmo que antes? Você me acei…
— Você é um provocador! Não sei por que demorei tanto pra perceber isso. — ele me olhava sem entender. — Você gosta de usar as pessoas para tudo que você quer e depois simplesmente as dispensam sem pensar nos sentimentos delas, como se elas não tivessem significado nada para você. — Cuspi as palavras que nem sabia que estavam guardadas. Pela primeira vez me sentia certa de que cortar qualquer tipo de relação com ele, era o melhor a se fazer. — Eu demorei, mas aprendi. Você nunca vai querer só minha amizade e também não vai me querer ao seu lado.
— , amor. Eu te amo! Eu sempre vou te amar. — Disse como se fosse óbvio.
— Eu não quero esse amor que só serve pra mostrar aos outro que você tem alguém que te ame. Eu não quero esse amor. Não é assim que se ama ! E agora eu tenho alguém que me ama. Ele cuida de mim desde o primeiro dia que estamos juntos, ele me respeita e compreende cada lado meu.
— Eu sei que você também me ama, do contrário, não teríamos namorado por tanto tempo. — Ele tentou me convencer.
— O que tivemos ficou no passado. Aquele círculo que estávamos, eu não faço mais parte dele. Eu não quero mais isso pra mim! Não quero chamar isso de amor. Eu não me sentia bem com aquela relação. Quer saber, vou procurar seu novo troféu. Ela que deveria estar aqui. — Saí sem esperar que ele falasse alguma coisa. Me senti tão aliviada em dizer aquelas coisas pra ele.
Encontrei Emily sentada quase no colo de um dos caras que estavam rindo com o mais cedo. Era óbvio que ela só estava com ele por causa do dinheiro, mas eu não tinha mais nada a ver com isso.
— Emily seu namorado não tá se sentindo muito bem, então eu o levei para a sala. — Eu disse sem conseguir olhar pra ela direito. Olhei feio para os caras ao seu lado. Ela deu um pulo de onde estava e de repente estava de pé na minha frente.
— O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, INDO PRA UM LUGAR MAIS RESERVADO COM MEU NAMORADO? — Ela gritou atraindo os olhares da festa toda.
— O que você está fazendo? — Disse depois que soltei o ar que não sabia que segurava. — Eu só queria ajudar. Por isso vim aqui… — Ela avançou em minha direção e me empurrou. Ela com certeza não estava sóbria, mas também não estava tão bêbada assim.
— EU SEI MUITO BEM QUEM VOCÊ É. VOCÊ É A EX DELE QUE APARECE TODA VEZ ATRÁS DELE, COMO UMA CACHORRINHA SEM DONO. — Ela gritava ferozmente enquanto caminhava em minha direção e eu tentava manter distância ao digerir tudo. — VOCÊ NÃO PERCEBEU QUE ELE TEM NAMORADA, AGORA?
— Que bela namorada ele arrumou! — Eu deixei escapar por entre um sorriso irônico.
— PARA DE AGIR COMO UMA CADELA, SUA VAGABUNDA.
— Olha, eu só queria ajudar, mas se você não quer minha ajuda, não posso fazer nada. — Levantei os ombros ainda sorrindo pra ela. Eu sabia que todos estavam nos olhando, mas não me importei. A adrenalina já estava agindo no meu corpo.
— NÃO ME VEM COM ESSA! VOCÊ É A MAIOR BISCATE QUE EU JÁ CONHECI.
— Quer saber? Eu vou embora! — Estiquei minhas mãos em sua direção e as sacudi de um lado pro outro, com a intuição de tentar a impedir de continuar a caminhar em minha direção.
— O QUE FOI? NÃO CONSEGUE OUVIR A VERDADE? EU VOU TE ENSINAR A NÃO MEXER COM O MEU HOMEM. — Ela disse tirando os brincos. Eu não acreditava na situação que tinha me metido.
— EU NÃO SABIA QUE ELE NAMORAVA MULHERES LOUCAS AGORA. PUTA, QUE NEM PRA CUIDAR DO HOMEM QUE TÁ PAGANDO TUDO PRA VOCÊ, SERVI. — Não consegui me segurar, eu tinha que dizer algo também. Desculpe não ser boa de briga, eu não brigo desde criança. Mas continuando… virei de costas para ela e Emily puxou meu ombro e acabou rasgando a minha blusa deixando a mostra a alça do meu sutiã.
— ONDE VOCÊ PENSA QUE VAI? EU NÃO TERMINEI. — Ela gritou.
Era a blusa que eu comprei com Adam, mês passado. Quando lembrei disso, meu sangue esquentou e dessa vez quem avançou foi eu. Dei um tapa estalado na cara dela e a vi cambalear quase caindo no chão.
Um dos caras que estavam com ela no sofá a pouco tempo atrás a segurou e não sei de onde saiu e me segurou.
— ME SOLTAA! EU VOU ACABAR COM ESSA GAROTA! — Ela gritou tentando me alcançar. Não consegui responder, porque estava tentando me desgrudar da pessoa que estava me segurando. Então gritei com ele.
— ME SOLTA! — Ele obedeceu. — BONITO NÉ . VOCÊ INFERNIZA MINHA VIDA E DIZ PRA TODO MUNDO QUE EU QUE CORRO ATRÁS DE VOCÊ?! — Ele olhou para as pessoas sem graça. — ISSO É A MAIOR MENTIRA! — Eu gritei para as pessoas ouvirem. — POR QUÊ EU CORRERIA ATRÁS DE VOCÊ, SE EU TENHO UM NOIVO? — Levantei minha mão e mostrei meu anel. Ele se encostou na pilastra. — Eu cansei das suas mentiras e quer saber de uma coisa? Não quero nem sua amizade. Você é muito tóxico! — Peguei minha bolsa que tinha caído perto do meu pé e saí ao som do pessoal da festa vaiando e gritando.
— , ESPERA! NÃO É O QUE VOCÊ TÁ PENSANDO. — Ele veio atrás de mim.
— , ME ESQUECE, TÁ BOM! VAI ATRÁS DA SUA NAMORADA!
Quando voltei para os EUA eu me sentia um pouco desnorteada, mas assim que encontrei Adam no aeroporto, me esperando eu tive a certeza de que tudo iria dar certo.
— Obrigada pelas flores. Elas são lindas! — Eu disse depois de abraçar Adam e receber um beijo acompanhado de um abraço demorado.
— Senti sua falta, meu amor. — Seu sorriso me animou até a alma.
Eu não poderia ter feito uma escolha melhor!
Da varanda, enquanto observamos o pôr do sol da praia, de repente ele se ajoelhou e estendeu a mão com uma caixinha de veludo azul escura, onde continha uma aliança cheia de pedrinhas de brilhante, e disse: ", quer se casar comigo?" Foi o pedido mais romântico e inesperado que eu já vi, e eu nunca tinha imaginado que pudesse acontecer comigo. Claro, eu aceitei. Eu já não conseguia ver minha vida sem Adam, e nós fazíamos planos para o futuro. Apesar que minha volta para o Brasil estava prevista para dali 2 meses.
Teríamos que correr contra o tempo para formalizar tudo, mas por enquanto só aproveitamos um ao outro.
Fui para o Brasil, por uma semana, antes que meu visto fosse vencido. As crianças tinham crescido, as cores das casas tinham mudado. Mas nada demais. Eu sentia que tinha passado tanto tempo fora e mesmo sem saber ao certo o que esperar, eu esperava que tivessem alguma novidade exuberante para me contar.
Levei algumas lembrancinhas incluindo o fato de que minha mão direita estava mais brilhante.
Antes de ir embora, fui convidada para uma festa onde alguns amigos meus iriam. Eu estava revendo muitas pessoas que conhecia, mas não esperava encontrar ali na minha frente.
E lá estava o que eu conhecia, rindo com algumas pessoas e ao lado dele uma mulher super maquiada que segurava um copo de bebida e ria escandalosamente.
Conversamos um pouco e fui falar com outras pessoas. Quando algumas pessoas foram embora, no fim da noite, ele, que não era de beber antes, mal estava conseguindo se segurar em pé. Eu passei no corredor para ir ao banheiro e ele tentou me chamar, mas tropeçou e quase caiu. Eu o segurei e o levei para um lugar mais tranquilo pra ele descansar.
— Você está linda hoje. — Ele disse enquanto eu o ajeitava no sofá.
— Obrigada. — Sorri um pouco. — Cadê a Emily que não está aqui para te ajudar?
— Deve estar bebendo com alguém por aí. — Ele parecia não se importar com o que dizia.
— Eu vou procurar ela pra vir cuidar de você. — Me virei e ele segurou minha mão. Tão clássico nos romances e eu não consegui evitar.
— Não vai. Fica aqui comigo.
— Não sei se a Emily vai gostar de ver o namorado dela aqui a sós a ex.
— Ela não vai se importar. Fica vai. Só um pouco. — Ele parecia estar quase dormindo, então me sentei ao lado dele no sofá e fiquei sem saber do que podíamos conversar. — De todas as minhas histórias, você sabe que é minha favorita, né?! — Seu olhar estava perdido em algum lugar na sala. Dessa vez não tinha demorado muito pra ele começar a falar da gente. — Eu admito que quase cruzei a linha. Eu senti sua falta e queria te ligar, perguntar como você estava e cheguei a pensar em ir até você, mas eu sou seu ex-namorado. Eu tinha que seguir em frente, mesmo que ninguém conseguisse ocupar o lugar que você tem aqui dentro. — Ele tocou o próprio peito. — Mas querida, me diga uma coisa. Quando você está sentada ao meu lado, desse jeito. O que você sente? Você sente o mesmo que antes? Você me acei…
— Você é um provocador! Não sei por que demorei tanto pra perceber isso. — ele me olhava sem entender. — Você gosta de usar as pessoas para tudo que você quer e depois simplesmente as dispensam sem pensar nos sentimentos delas, como se elas não tivessem significado nada para você. — Cuspi as palavras que nem sabia que estavam guardadas. Pela primeira vez me sentia certa de que cortar qualquer tipo de relação com ele, era o melhor a se fazer. — Eu demorei, mas aprendi. Você nunca vai querer só minha amizade e também não vai me querer ao seu lado.
— , amor. Eu te amo! Eu sempre vou te amar. — Disse como se fosse óbvio.
— Eu não quero esse amor que só serve pra mostrar aos outro que você tem alguém que te ame. Eu não quero esse amor. Não é assim que se ama ! E agora eu tenho alguém que me ama. Ele cuida de mim desde o primeiro dia que estamos juntos, ele me respeita e compreende cada lado meu.
— Eu sei que você também me ama, do contrário, não teríamos namorado por tanto tempo. — Ele tentou me convencer.
— O que tivemos ficou no passado. Aquele círculo que estávamos, eu não faço mais parte dele. Eu não quero mais isso pra mim! Não quero chamar isso de amor. Eu não me sentia bem com aquela relação. Quer saber, vou procurar seu novo troféu. Ela que deveria estar aqui. — Saí sem esperar que ele falasse alguma coisa. Me senti tão aliviada em dizer aquelas coisas pra ele.
Encontrei Emily sentada quase no colo de um dos caras que estavam rindo com o mais cedo. Era óbvio que ela só estava com ele por causa do dinheiro, mas eu não tinha mais nada a ver com isso.
— Emily seu namorado não tá se sentindo muito bem, então eu o levei para a sala. — Eu disse sem conseguir olhar pra ela direito. Olhei feio para os caras ao seu lado. Ela deu um pulo de onde estava e de repente estava de pé na minha frente.
— O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, INDO PRA UM LUGAR MAIS RESERVADO COM MEU NAMORADO? — Ela gritou atraindo os olhares da festa toda.
— O que você está fazendo? — Disse depois que soltei o ar que não sabia que segurava. — Eu só queria ajudar. Por isso vim aqui… — Ela avançou em minha direção e me empurrou. Ela com certeza não estava sóbria, mas também não estava tão bêbada assim.
— EU SEI MUITO BEM QUEM VOCÊ É. VOCÊ É A EX DELE QUE APARECE TODA VEZ ATRÁS DELE, COMO UMA CACHORRINHA SEM DONO. — Ela gritava ferozmente enquanto caminhava em minha direção e eu tentava manter distância ao digerir tudo. — VOCÊ NÃO PERCEBEU QUE ELE TEM NAMORADA, AGORA?
— Que bela namorada ele arrumou! — Eu deixei escapar por entre um sorriso irônico.
— PARA DE AGIR COMO UMA CADELA, SUA VAGABUNDA.
— Olha, eu só queria ajudar, mas se você não quer minha ajuda, não posso fazer nada. — Levantei os ombros ainda sorrindo pra ela. Eu sabia que todos estavam nos olhando, mas não me importei. A adrenalina já estava agindo no meu corpo.
— NÃO ME VEM COM ESSA! VOCÊ É A MAIOR BISCATE QUE EU JÁ CONHECI.
— Quer saber? Eu vou embora! — Estiquei minhas mãos em sua direção e as sacudi de um lado pro outro, com a intuição de tentar a impedir de continuar a caminhar em minha direção.
— O QUE FOI? NÃO CONSEGUE OUVIR A VERDADE? EU VOU TE ENSINAR A NÃO MEXER COM O MEU HOMEM. — Ela disse tirando os brincos. Eu não acreditava na situação que tinha me metido.
— EU NÃO SABIA QUE ELE NAMORAVA MULHERES LOUCAS AGORA. PUTA, QUE NEM PRA CUIDAR DO HOMEM QUE TÁ PAGANDO TUDO PRA VOCÊ, SERVI. — Não consegui me segurar, eu tinha que dizer algo também. Desculpe não ser boa de briga, eu não brigo desde criança. Mas continuando… virei de costas para ela e Emily puxou meu ombro e acabou rasgando a minha blusa deixando a mostra a alça do meu sutiã.
— ONDE VOCÊ PENSA QUE VAI? EU NÃO TERMINEI. — Ela gritou.
Era a blusa que eu comprei com Adam, mês passado. Quando lembrei disso, meu sangue esquentou e dessa vez quem avançou foi eu. Dei um tapa estalado na cara dela e a vi cambalear quase caindo no chão.
Um dos caras que estavam com ela no sofá a pouco tempo atrás a segurou e não sei de onde saiu e me segurou.
— ME SOLTAA! EU VOU ACABAR COM ESSA GAROTA! — Ela gritou tentando me alcançar. Não consegui responder, porque estava tentando me desgrudar da pessoa que estava me segurando. Então gritei com ele.
— ME SOLTA! — Ele obedeceu. — BONITO NÉ . VOCÊ INFERNIZA MINHA VIDA E DIZ PRA TODO MUNDO QUE EU QUE CORRO ATRÁS DE VOCÊ?! — Ele olhou para as pessoas sem graça. — ISSO É A MAIOR MENTIRA! — Eu gritei para as pessoas ouvirem. — POR QUÊ EU CORRERIA ATRÁS DE VOCÊ, SE EU TENHO UM NOIVO? — Levantei minha mão e mostrei meu anel. Ele se encostou na pilastra. — Eu cansei das suas mentiras e quer saber de uma coisa? Não quero nem sua amizade. Você é muito tóxico! — Peguei minha bolsa que tinha caído perto do meu pé e saí ao som do pessoal da festa vaiando e gritando.
— , ESPERA! NÃO É O QUE VOCÊ TÁ PENSANDO. — Ele veio atrás de mim.
— , ME ESQUECE, TÁ BOM! VAI ATRÁS DA SUA NAMORADA!
Quando voltei para os EUA eu me sentia um pouco desnorteada, mas assim que encontrei Adam no aeroporto, me esperando eu tive a certeza de que tudo iria dar certo.
— Obrigada pelas flores. Elas são lindas! — Eu disse depois de abraçar Adam e receber um beijo acompanhado de um abraço demorado.
— Senti sua falta, meu amor. — Seu sorriso me animou até a alma.
Eu não poderia ter feito uma escolha melhor!
FIM
Nota da autora: Sem nota.
Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro no layout dessa fanfic, notifique-me somente por e-mail.
Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.