Capítulo Único
Então eu vou voltar e te deixar de joelhos
Se você não é a pessoa certa para mim
Por que eu odeio a idéia de ser livre?
Segundo a física quântica estamos todos entrelaçados por átomos, em um embrenhado de conexões infinitas, então vejamos bem... se eu e o outro estamos ligados/vibrando a uma mesma energia é possível dizer que estaremos nos comunicando, mesmo com a distância, o que fizer, pensar ou sentir o será reproduzido no outro. Disso surge a atração e a afinidade, nesse caso são atraídos energeticamente. Complicado, eu sei. Só que quem disse que o amor seria algo simples? Se você um dia acreditou nisso... você foi muito iludido. Com eles não era diferente, a física sempre esteve presente ali, desde a profissão a paixão, nunca foi fácil de se entender ou simples de se explicar, talvez nem eles mesmos entendiam o que aconteceu ali, apenas só sabiam de seus sentimentos, crenças, dores e amor. E naquele exato momento apenas uma palavra definia tudo. Na bíblia encontramos coisas como “O amor entre um casal é uma grande bênção de Deus para ser desfrutado dentro do casamento. Deus criou o homem e a mulher para estarem juntos. O amor mantém o casal unido, mesmo nos momentos mais difíceis (Cânticos 8:7).” “Deus criou o amor entre um casal para ser um relacionamento de respeito e cuidado, um pelo outro. O homem cuida da mulher e a mulher cuida do homem. Em 1 Coríntios 13:4- 7”, o amor é puro. É paciente – ninguém é perfeito, o homem e a mulher precisam ter paciência com as falhas do outro, não inveja, não se vangloria, não se orgulha, não, não procura seus interesses, não se irá facilmente, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça –, se alegra com a, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, ambos lados com sua opinião e tudo se resumia ao amor. Frio. Essa era a palavra que representava muito bem o clima lá fora e principalmente o clima naquele quarto, que a muito tempo passou a ser um local sombrio, aquela casa em si tinha virado algo sombrio. Mais uma noite na cidade onde ninguém dorme e aquela garota estava concordando como aquele lugar, quando anoitecia não conseguia dormir, apenas ficava olhando pela janela do seu quarto que ficava no 6º andar, os carros iam e vinhas, pessoas passavam pelas calçadas, umas rindo, já outras alcoolizadas e entre eles as solitárias e o que aquela garota tinha todas as noites olhando era curiosidade de saber a história de cada um que passava por ali, queria poder sentar e saber da sua história, o porquê de vagar pelas ruas àquela hora, ela queria algo que a fizesse rir ou pensar em algo que não fosse frio, algo que a distraísse e não a fizesse pensar em seus problemas, que estavam ali, a cercando e fechando como se fosse uma caixa, já pensou em apenas pegar seu casaco e se juntar aquelas pessoas e ser abraçada pelo frio e a solidão que a tempos a acompanhava.
Estava cansada, tinhas olheiras fortes, pesadelos quando conseguia dormir e então a sua antiga amiga se fez presente, aquela da qual ela nem lembrava, a insônia, que a atormentou durante tantos anos e quando pensou por uma fração de tempo ter se livrado... puf, lá estava ela de novo, mais presente do que nunca. Então voltou a se mexer na cama e vendo que não tinha resultado apenas desistiu e levantou com cuidado, não queria acordar aquele que ao contrário dela tinha um sono pesado, ele sim conseguia dormir tranquilamente enquanto ela tinha que torcer por uma noite de sono. E então enquanto saia pelo quarto sentiu frio. O frio pela janela aberta da sala, o frio na espinha ao ver a bagunça da briga de algumas horas atrás e frio ao lembrar do seu grande amor.
Foi juntando cada caquinho de vidro do chão, torcendo pra que alguém juntasse cada caquinho dela, cada pequeno caco do que restou do seu coração, ou o que sobrou dele, não sabia se ali dentro teria algo salvo em meio as ruínas e que os segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, palavras e atitudes causaram nela, no meio de destroços que nem a própria sabia como se achar, aquilo causa uma dor profunda. Era como ser queimada viva e ela apenas tinha que controlar as lágrimas e não deixar sua fraqueza exposta, só que noites como aquela a faziam chorar até o primeiro raio de sol refletir pela janela. O amor que ela sentia estava igual ao seu coração... ao destroço e ela não sabia se tinha mais forçar pra aguentar, não sabia se queria continuar a viver naquilo, ela sabia que não tinha solução, apenas estavam insistindo em algo fadado ao fracasso e ela queria e torcia muito pra que o universo dissesse que aquilo era certo e que no final tudo ficaria bem, queria que aquilo fosse só uma fase. Não era só uma fase, mesmo que ela insistisse em pensar o contrário.
Aquela foto no canto da sala mostrava duas pessoas, com sorrisos tão grandes, mostrando uma felicidade que não mais existia, um olhar apaixonado que não se tinha mais ali e trazia duas pessoas que não mais existiam, dois jovens que ficaram no passado, cresceram e esqueceram como tinha chegado ali, esqueceram também do amor que sentiam um pelo outro, os motivos de terem se casado e os porque de um dia serem felizes, juntos. Tinham esqueci o tanto de coisa que tiveram pelo caminho, a diferença de idade, as crenças, a ira e o ódio. Desconhecidos, essa era outra a palavra, eles agora eram dois desconhecidos, estavam juntos pela aparência, ou pelo costume de ter sempre aquela pessoa ali, ou só talvez pelo restinho de amor que ficou nos dois. Isso só Deus poderia explicar ou os cosmos, a física talvez. Ela acreditava em um Deus que a tiraria daquela dor, curaria sua dor e a confortaria e ele a chamava de tola. Eram diferentes em suas crenças e isso nunca foi problema, até o dia em que tudo ao redor deles se torno motivo. E então aquilo virou rotina. Brigas pela noite. Silêncio pela manhã. Copos quebrados, cacos por toda lado, gritos, batidas de porta e logo depois de toda a tempestade ficava os destroços e o frio, sabemos que para a arrumar os destroço de uma tempestade levava tempo e aquilo parecia nunca acabar. Então ela colocou a foto na mesinha de centro, levando os cacos em uma mão e indo para cozinha jogar aquilo fora, preparou um café e foi sentar- se com a xícara em mãos no sofá. O relógio marcava exatamente 03:48 horas da manhã, sabia que em menos de dali a mais 3 horas teria que preparar outro café e algo pra comer, enquanto ele iria acordar, tomar seu banho, vestir sua tão usual camisa social e calça jeans, ou talvez naquele dia uma gola pólo, entrar pela cozinha sem dizer uma palavra e assim depois de comer em silêncio sair, deixando- a para atrás, sabia também que teria que terminar uma matéria do jornal onde trabalhava antes daquele dia acabar e esse era o único momento onde ela esquecia tudo e apenas passava horas escrevendo, chegando a passar horas a mais no prédio onde trabalhava, sabia que seu marido não sentiria sua falta em casa, isso se ele estivesse em casa. Então ai vai uma pergunta: seria o amor forte o suficiente pra superar tudo? Seria ele verdadeiro a ponto de fazer com que eles lembrem o motivo de estarem ali? Quem seria capaz de ceder? Quem seria o primeiro a desistir? Qual dos dois lembraria o porquê que decidiram passar o resto da vida juntos? Nessa guerra de sentimentos apenas um irá vencer, seria os dois capazes de jogas do mesmo lado? Ou um lutaria contra o outro? Deus ou a Física? Fé ou ciência? Foi dada a larga Então que vença o mais forte...
Flashback ON
5 anos atrás
- , você sabe que eu não suporto ela...- sussurrou enquanto seus olhos enchiam de lágrimas. – Será que uma vez nessa droga de vida você pode me escutar? - E o homem a sua frente apenas abaixou a cabeça, não querendo encarar os olhos furiosas da menina a sua frente. – Eu te fiz uma pergunta...- Ela fechou seus punhos, controlando seu tom de voz, enquanto sentia seu coração apertar dentro do seu peito, estava furiosa, triste, decepcionada e ele não dizia uma palavra sequer, fazendo com que tudo aquilo apenas se confirmasse. – Você é ridículo. – falou isso balançando a cabeça negativamente deixando as lágrimas rolarem, enquanto dava uma risada irônica. Apenas pegou suas coisas e bateu a porta da casa do seu, até então, namorado.
A chuva fina caia naquela noite, pessoas andavam apressadas tentando se proteger da chuva onde pudessem, outras corriam pelas ruas, algumas continuavam rindo e aproveitando aquele clima e ali estava ela, abraçada a seu corpo, deixando todas as lágrimas caírem, não se importava com a chuva e sabia muito bem que a ninguém a reparava, estava todo mundo submerso em seu mundo e ela estava afundando em seu mundo particular. E ela se afundou, depois do ocorrido, passou dias a ignorando pelo colégio, ele era o tão desejado professor de física, ele não ligava para ela, não mandava mensagem, apenas a encarava por poucos segundos na sala ou até mesmo no corredor, era como se ele tivesse sumido, como se estivessem no início de tudo e ela torcia muito pra que ele sumisse, sentia raiva dele e ao mesmo tempo sentia a falta, sabia que o amava e talvez o perdoasse, só não era capaz de o encarar naquele momento... o perdoaria por ele ser o seu primeiro amor, o cara que a ajudou no momento em que ela mais precisou de colo e foi ele que nunca a deixou cair, então ela se sentia “completa” ao lado dele, era como a criptônima, era capaz de matá- la e ela se deixaria morrer pra está ali, com ele o mundo parecia não ter problema nenhum, todos os defeitos dele pareciam se anular com tudo que fazia por ela e então ele falhou... sua primeira falha em seu curto “namoro” e ela sentiu como se uma parte de si mesma tivesse morrendo e sentiu medo de desmoronar, pois sabia que ele não estaria lá e sentiu raiva por ele não lembrar dela e ter feito aquilo, então ela estava ali afundando em seus pensamentos, pensando em mil e uma possibilidades pra ele ter se deixado levar por um momento e no dia seguinte ela apenas saber por pessoas que o seu “namorado” tinha ficado com uma universitária, todos os garotos daquela escola o veneravam por aquilo, todos queriam ser ele e ela odiava aquilo tudo, sabia como era ser a aluna nos braços do tão desejado professor e sabia muito bem como aquela garota havia se sentindo nos braços dele, ela queria saber se a culpa era dela, ou se ele era apenas um babaca fraco, se questionava dos motivos e passavam mil e um motivos. Tinha medo da resposta e não queria acabar com tudo, ela queria um tempo para processar tudo. E mais um fim de dia em que andava sozinha até sua casa depois da escola, hoje era o dia de folga dele, isso a deixava um pouco feliz por não ter que cruzar com ele no corredor e então para sua surpresa lá estava ele em sua varanda, usava uma blusa branca, jeans e tênis, o cabelo como sempre bagunçado, uma barba por fazer, os olhos escuros e com olheiras que a muito tempo não se via ali e então ele levantou e caminhou na direção dela e só quando ele estava perto o bastante ela percebeu que prendia a respiração e não tinha andado um passo sequer desde que o viu ali.
- Podemos conversar? – disse tentando prender o olhar no dela.
- O que você quer? - Ela tentou responder com um tom de voz rude, falhando miseravelmente, já que sua voz falhou na segunda palavra, apenas passou por ele e continuou andando até as escadas da varanda, largando a bolsa por ali e sentando de qualquer jeito, ele por outro lado ficou em pé na frente dela com uma mão repousada no bolso.
- Eu sei que foi errado e... - Ele começou e foi interrompido pela risada da garota a sua frente, ela sabia que ele começaria daquele jeito e apenas sentiu vontade de rir da cara dele e de toda a situação a sua volta. – Da pra parar um minuto e me escutar? – Ela nada disse, apenas secou a lágrima que o riso a causou e esperou que ele continuasse. – Eu sei que foi errado e me culpo 100% pelo que fiz, sei que nessa sua cabecinha passou a possibilidade que a culpa foi sua, só que não foi... eu...- então a postura dele ficou tensa, ele estava nervoso enquanto andava de um lado para o outro e gesticulava, ela apenas observava calada, prestando atenção em cada palavra...- Eu sou um babaca, eu faço as coisas erradas e quero tentar arrumar um justificativa que nem eu mesmo sei o porquê de ter feito aquilo, eu só queria me sentir por uma única noite como o cara que eu era, queria lembrar sobre a bebida, as mulheres e por um instante eu quis viver aquilo outra vez, por naquele instante eu esqueci de quem eu era, o que eu queria e quem eu amava. E te peço perdão por isso, por ter te esquecido, mesmo que por um instante. Eu me deixei levar e foi errado...
- Era só isso? – Ela falou e viu ele confirmar com a cabeça, então ela levantou e quando ia virando em direção a porta escutou ele falar.
- Você tem uma risada estranha e uma mania feia de querer nunca pisar nas linhas quando anda, seu quarto aos sábados está cheio de folhas amassados e livros para todo lado, seu cabelo tem cheiro de chocolate nesses dias, acho que é por causa desse seu amor por chocolate quente... ah e você tem chulé, quando você dorme costuma falar e não de dormir sem um coberto - ele dizia, atraindo e conseguindo a atenção dela - eu conheço suas manias e sabe o que tudo isso é pra mim? - ele falou e ela nada disse - Isso é o que mais tenho de importante. Você é como sopro de vida e ao mesmo tempo consegue ser tempestade, você me traz paz, conforto, alegria e ao mesmo tempo me mostra a realidade, me faz conhecer a dor e perceber que toda a destruição tem algo poético... você é poesia, um enigma que ninguém desvenda, é esperança no final do caos... você e a junção do inferno e o paraíso...- Ele subiu a escada, ficando atrás dela e sussurrou. – E eu sei que sou o cara errado pra você, eu sei que não te dou metade do que você merece, só que eu amo você... eu amo cada detalhe seu, cada pequena coisa em você é perfeito e eu quero viver ao seu lado até você me mandar pro inferno... - Soltou o ar no pescoço dela, vendo a mesma se arrepiar e fechar os olhos. – Pode me mandar pra lá e eu voltarei pra você, porque você é o inferno e eu enfrentarei todos seus demônios e esperarei seu paraíso... você é tudo... e eu sou só um idiota e se existe realmente um Deus eu rezo pra que ele não te tire de mim... Porque você é a minha fé.
- Você é um completo idiota. – ela disse depois de um tempo, virando aos poucos em sua direção. – E eu me odeio...- Disse deixando seus corpos ficarem cada vez mais perto. - ... por aceitar você...- Foi chegando mais perto do seus lábios- ... por amar você...
E então ele a beijou e teve certeza que era ela a mulher com queria passar o resto da sua vida, era com ela que queria acordar todas as manhãs e faria de tudo por ela, mostraria que era merecedor de todo o seu amor....
E ela não queria nunca sair dos braços dele, ele era seu ponto de equilíbrio em dias de caos e ela precisava de alguém para arrumar a bagunça que ela era.
Flashback OFF
Você tem que parar de me segurar da maneira como você faz
Oh, e se eu não sou a pessoa certa para você
Por que nós passamos pelo que nós passamos?
Escutou o barulho de passos pela casa e acabou acordando, apenas abriu os olhos e percebeu que estava sozinho naquele quarto, sabia que teria que teria que ter uma noite de sono boa, pois naquele dia teria o dia todo de aulas e no final uma longa reunião, tinha aceitado aquele cargo como professor universitário pouco antes de acabar o ensino médio e em seguida se casaram, ele era bom naquele trabalho, tinha nascido para aquilo e agradecia muito a por ter feito sua cabeça a aceitar o cargo, por o fazer a largar aquela vidinha de professor de ensino médio e mostrar que ele era capaz o suficiente para algo maior, era realizado profissionalmente, tinha uma carreira estável, um apartamento confortável em uma área bem localizada e uma casamento completamente fracassado. Então ele se mexeu mais uma vez na cama vendo o porta retrato na cômoda que revelava uma garota sorridente, usando uma beca, enquanto segurava um canudo e ela olhava pra o homem ao seu lado, olhos pequenos de tanto que ela sorria, ele apenas a beijava na teste enquanto um de seus braços estavam envolta de sua cintura. Ele lembrava daquele dia e sabia de tudo que tinha feito para estar naquele momento tão importante da vida dela, sabia que aquilo na época significou muito para ela e para ele foi gratificante ver a garota que amava tão feliz... lembrou também que a pediu em casamento naquela noite, talvez um dos dias mais especiais do qual eles tiveram... Tinha planejado cada mínimo detalhe para ficar do jeito que ela iria gostar.
Era o último ano dela no ensino médio, talvez não conseguisse ir pra formatura dela, já que seu trabalho na faculdade estava corrido, a verdade é que fazia meses que não se viam e não se falavam direito a dias, sempre que os horários batiam um tinha que correr pra alguma aula ou tinham que estudar. estava na verdade sempre dando aulas, planejando suas aulas e corrigindo inúmeros relatórios, a diferença de idade entre os dois era de 7 anos, eles começaram a namorar quando a garota tinha 17 anos apenas e ele já tinha seus quase 26 anos. Ele havia terminado a faculdade a pouco tempo e já era destaque com seus métodos, com sua tese do mestrado e doutorado, agora ele tinha 31 anos e ela 24. Ele havia decidido começar a lecionar na faculdade após muita insistência da sua namorada, que dizia sobre o futuro brilhante que ele teria e que os dois juntos iriam ser muitos feliz, o mesmo não ligava muito pra essas coisas, sua meta era da suas aulas ali mesmo em sua cidade natal e não voltar para um lugar movimentado, casar com sua garota e realizar alguns sonhos dela... e então ela sonhou aquilo por eles e ele não a queria ver triste, aceitando a sua proposta de ao mesmo tentar e para sua surpresa ele havia conseguido. Depois de um tempo aquela proposta foi mais que bem vinda, já que a notícia de que o professor de física estava namorando a aluna, a mãe dela não aceitava e todo o corpo acadêmico o olhava estranho, aquela proposta se tornou tentadora, então ele foi e esperou por ela.
Hoje ela já tinha terminado a faculdade e trabalhava para um jornal local, ela amava aquilo. Sempre foi destaque pela suas escritas e mesmo sendo muito nova se destacava em seu emprego, talvez fosse por descarregar seus sentimentos ali e nunca se arrependeria da sua escolha profissional.
Cansado de ficar deitado levantou, pegou seu notebook e foi terminar de revisar alguns e-mails da faculdade e escutava o barulho baixo do outro comando, já deveria estar preparando o café, já era 05:40 da manhã e logo o despertador iria tocar. Foi então que mexendo em suas pastar encontro uma foto da sua mulher em seu antigo apartamento, eles tinha começado o “relacionamento” a pouco tempo, vestia apenas a blusa social dele, encostada do outro do balcão com uma xícara, enquanto sorria para ele, os cabelos preso de qualquer jeito...
Flashback ON
- Você é linda. – ele disse a vendo uma música imaginaria, ela apenas riu continuando a fazer a comida. – Serio, você é demais. - deu um beijo no pescoço dela, arrancando um riso de leve dela.
- Exagerado...- ela cantarolou. – Agora senta ai que eu terminei.
Eles comiam em silêncio e ele notava cada detalhe dela, cada coisa a tornava especial e cada vez mais percebia que a amava, cada vez mais aquele sentimento crescia dentro dele e sabia que era recíproco, mesmo que aquilo fosse errado, mesmo que ela fosse sua aluna, ele sempre a amaria, ela sempre seria a sua fé. Ela era a sua religião.
- Eu amo você...- ele falou tão baixo que pensou que ela não tinha escutado, só quando ela parou de mastigar percebeu, ela segurava o sorriso.
Eles fizeram amor repetidas vezes naquele dia, tinha um toque completamente diferente, tinha sentimos ali, tinha fogo, paixão e muito amor, queimava por dentro, os fazia nunca querem desistir daquilo, seria sempre um pelo outro e isso era o que importava, eles sempre se amariam e com o tempo o sentimos só fez crescer, cada vez mais e mais...
Flashback OFF
Eu quero que você seja meu guardião
Mas não se você for tão imprudente
Flashback ON
Era tarde, havia ficado na faculdade resolvendo pendências das aulas, resolvendo algumas questões e tirando dúvidas dos alunos, só queria chegar em casa e passar o resto da noite com sua mulher.
A casa estava escura, apenas uma luz fraca vinha do quarto de hospedes.
- ? - ele chamou e não houve resposta alguma. – ? – tentou de novo e não teve resposta. Largou a bolsa no sofá, foi desabotoando a camisa social, desafivelou o cinto e foi andando pelo corredor. Ao chegar na porta do quarto de hospedes parou e percebeu a silhueta de sua mulher, entrou e a abraçou pela cintura beijando seu pescoço. - Eu senti sua falta...
- Babe... – ela falou e parou. Foi então que ele olhou para cama e viu uma roupa de bebê, estava surpreso e nada disse. – Eu sei que não planejamos nada, só que aconteceu e... droga.
Ela estava nervosa, havia descoberto sobre a gravidez naquela manhã e o resto do dia foi pensando em qual seria a reação do seu marido, sabia que estava nova pra ser mãe, havia terminado a faculdade a pouco tempo e um filho estava nos planos muito futuros ainda, sabia que seu não a abandonaria e iria ficar feliz, só que mesmo o conhecendo tão bem se sentia insegura, talvez fosse os hormônios ou algo da sua cabeça, só que era um sentimento real que atormentou sua cabeça o resto do dia.
- É sério? – Ele perguntou enquanto mexia na roupa do bebê. Ela confirmou com a cabeça e ele sorriu, fazendo com que ela respirasse aliviada, correu pra abraçá- la, beijando todo o seu rosto enquanto ela ria, o seu coração estava acelerado. Por Deus como o amava. - Você é incrível. E eu amo você.
- Eu amo você.
Então se beijaram, um beijo que deixava todos os sentimos ali, estavam felizes e fariam de tudo por aquele bebê. Naquela noite fizeram amor repetida vezes, até seus corpos não aguentarem, dormiram agarrados e acordaram do mesmo jeito. Felicidade era algo que ali seria eternamente presente.
Flashback OFF
Não finja que você não me quer
Nosso amor não é águas passadas
Se você vai me deixar triste, me deixe triste com cuidado
Não finja que você não me quer
Nosso amor não é águas passadas
Woah, woah
Diga que nosso amor não é águas passadas
- Bom dia. – Disse indo até ela e dando um beijo no topo da sua cabeça, ele puxou todo o cheiro que pode dos cabelos dela... como sempre o cheiro de chocolate. Enquanto ela puxou todo ar que pode, sentindo outra vez o seu cheiro de perto do seu grande amor, o calor dele ali.
- Bom dia. – Ela disse em um sussurro baixo, apenas aproveitando aquele leve contato. Queria tudo de volta outra vez e não seria só por aquele contato que cederia fácil.
Ela terminou de arrumar a mesa e começaram a tomar o café em silêncio, era algo comum de uns tempo pra cá esse silêncio, acabaram se acostumando com aquilo, ela checando alguns e-mails em seu notebook e ele com algum livro revisando mais uma vez a aula do dia. E ele estava disposto a mudar aquilo. Queria levantar a bandeira branca.
- Você volta cedo hoje? - Ele chamou a atenção dela. Ela tirou os olhos do notebook e ele permaneceu olhando sua grade de aula do dia.
- Sim, não tenho muitas coisas hoje. – Disse dando de ombros, depois tomou um grande gole do seu suco, estava nervosa e não sabia o porquê.
- Certo, farei o jantar hoje, não terei o dia todo de aula. – ele disse enquanto juntava as coisas, deu um outro beijo na cabeça de sua amada e saiu dela porta.
Deixou para trás uma mulher confusa, que tentava entender o que realmente estava acontecendo, com mil pensamentos ela arrumou a mesa e em seguida foi se arrumar, tinha que terminar algumas coisas no jornal e estaria em casa. Estava em seu carro a caminho do trabalho quando o celular tocou.
- Alo?
- Senhora ? Bom dia, é o James.
- Bom dia, James.
- Queria informar que seus documentos já estão prontos e se a senhora pode busca-los em meu escritório hoje?
- Claro. Na hora do almoço passarei aí.
- Okay, tenha um bom dia.
Passou a manhã inteira apenas tentando se concentrar em seu trabalho e esquecendo o que havia acontecido mais cedo, já tinha tomado a sua decisão a alguns dias e tinha que se manter firme nela. Ele não poderia mudar aquilo e ela não deixaria que mudasse. Passou o dia no automático, estava com os documentos em mãos e torcia pra que pra que o dia não terminasse, não queria ir pra casa e ter que encarar seu grande amor, queria ficar ali, sentada com a xícara de chocolate quente ao seu lado enquanto escrevia, queria escrever até seus dedos não aguentarem. Até que não tinha como mais ficar lá, já tinha feito tudo que era possível. Pegou suas coisas e foi pra casa, dirigia devagar, não tinha pressa pra chegar e quando chegou no prédio preferiu ir de escadas do que pegar o elevador. Abriu com cuidado a porta e encontrou a mesa posta, tinha um buque no sofá e velas apagadas por todo o espaço, ela foi andando devagar, largou a bolsa no sofá e encostou as mãos no balcão se sentindo tonta. Ele havia feito aquilo, ele estava levantando a bandeira branca e ela não sabia o que fazer, havia tomado uma decisão e não seria um jantar que a faria mudar de ideia, ainda se sentia machucada pelas brigas e por tudo que havia acontecido até ali.
- Você chegou. - ele entrou na sala com os cabelos ainda molhados, usando uma regata e bermuda, tinha um sorriso no rosto que faria qualquer mulher ficar boba, ela não consiga falar, nem se mexer e ele andou até ela beijando sua testa. – Eu fiz macarrão, minha especialidade. – ele foi falando e acendendo as velas.
- O que é isso? - Ela conseguiu pronunciar.
- Eu...- ele parou o que estava fazendo. – Só quero um pouco de paz, vamos parar, tentar pelo menos, eu quero fazer isso aqui dá certo, então nem que seja por essa noite, vamos tentar. Vamos ser o que éramos há uns anos, eu sinto a sua falta e estou cansado de ignorar você ou de brigar. Eu não quero mais brigas.
Ela nada disse, apenas chegou perto dele e grudou seus lábios no dele, se ela iria mesmo pedir o divórcio teria pelo menos ele pela última vez, iria aproveitar aquela que talvez fosse a última noite deles, iria telo nem que fosse pela última vez. Então se desgrudaram, passaram o jantar inteiro conversando assuntos sobre o dia, viagens, filmes, alguns projetos que tinham em mente e assuntos que os fazia rir, já tinham terminado o jantar e apenas jogavam conversa fora.
- Eu preciso de um banho. – Ela disse limpando uma lágrima que escorreu de tanto que riu.
- Eu vou colocar isso aqui na lava louça, depois vou escolher um filme, a gente assiste.
Ela apenas concordou, levantou e pegou sua bolsa que parecia pesar 4x mais e foi até o quarto, entrou no closet e escondeu a bolsa, escolheu um conjunto de lingerie e pegou um moletom antigo de , tomou um banho demorado, lavou os cabelos, passou hidratante e secou um pouco do cabelo, precisava ir em um salão, estava com os cabelos secos e grandes demais, tinha deixado de se cuidar como antes, se olhou no espelho e viu que estava precisando engordar, arrumar o cabelo e dá um jeito naquelas olheiras. Voltou pro quarto e encontrou seu marido deitado mexendo no notebook e a TV do quarto já com o filme escolhido. Ela apenas deitou ao seu lado e ele deixou de lado o notebook e assistiram em silêncio, ele fazia um carinho leve nos cabelos dela e a mesma só tentava bloquear os pensamentos ruins. Não soube ao certo em que momento foi parar deitar nos braços dele, apenas estava ali, levantou o olhar e o viu com o seu óculos de grau concentrado no filme, tinha um olhar terno, ombros relaxados e parecia calmo, seu coração tinha batidas calmas e então ele a olhou e sorrio, ela o amava, sempre o amaria, só não sabia se conseguiria continuar com o casamento. Bloqueou tudo que queria aparecer em sua cabeça e o beijou, com toda a intensidade, com toda a saudade que estava, sentou no colo dele e desceu os beijos pelo seu pescoço, as mãos dele percorriam suas coxas e adentraram o moletom, ele apertava o seio direito dela com vontade e ela o mordia por toda a extensão do seu pescoço. Então voltou a beijá-lo, parando apenas para ele arrancar aquele moletom dela, a segurou firme pela cintura trocando de posição, admirando seus seios e foi a livrando das últimas peças de roupas, enquanto beijava todo o seu corpo, quando não havia nada a beijou, descendo pelo seu pescoço, a marcando por todo lugar que passava, chupou seu seios, desceu por sua barriga, beijou o interior de suas coxas soltando o ar quente em sua intimidade, ela suspirou. E então ele a beijou na sua intimidade, a lambia e chupava enquanto se deliciava com os gemidos dela, a penetrou com dois dedos e assim começou a sincronia, não parou até a sentir se contraindo em seu dedos. Se livrou da sua camisa e bermuda, ficou por cima dela e a penetrou devagar, arrancando outra vez um gemido de prazer. Então eles se amaram pelo resto daquela noite, repetidas vezes, matando o pouco da saudades que sentiam um do outro, deixando por aquela noite os problemas de lado e apenas a lua foi testemunha daquele momento. Adormeceram nos braços um do outro, cansados, porem com o coração em paz, ela enfim havia conseguido dormir, depois de semanas. A paz era nos braços um do outro.
Você nunca parece conseguir ir embora
E de quem você está se escondendo?
Não há vida para viver como se estivesse em fuga
Eu já pedi demais pra você?
A única coisa que eu quero é seu amor
- , você não sabe como está sendo bom. É como se tivéssemos recém casados outra vez. – falava enquanto almoçava com sua melhor amiga.
- Ele te ama, está tentando de verdade e você ainda não conseguiu seguir. Talvez essa seja a hora de seguir. – falou, precisava ajudar a amiga a esquecer o que havia acontecido.
- Só que as vezes não da. Dói ainda e ...- parou de falar ao sentir que a comida estava voltando. Correu até o banheiro e vomitou tudo. Quando voltou a mesa estava um pouco assustada. – Conversar sobre isso me causa ânsia.
- , você está se cuidando, certo?
- É, sabe... na primeira semana que ainda não tinha voltado com os remédios, só que não tem como, eu não estava em período fértil e bem... eu não vou mais ter tanta facilidade de engravidar. – deu uma risada triste.
- Mesmo assim, quando é da vontade Dele não tem ciência no mundo. - voltou a dizer.
- Acontece que Ele me deixou a muito tempo, me abandonou quando eu estava jogada no chão daquela avenida. – disse começando a ficar com raiva do rumo da conversa.
- Não fale assim. – ficava triste com a forma que havia deixado de acreditar em Deus, logo ela que sempre teve uma fé muito grande.
- Eu tenho que voltar pro trabalho, depois conversamos. – beijou a bochecha de e caminhou até a saída do restaurante.
Pelo caminho até o jornal parou em uma farmácia e comprou 3 testes, iria ter certeza daquilo, ela sabia que daria negativo, ela não poderia mais ter filhos e isso sempre iria doer nela.
Não finja que você não me quer
Nosso amor não é águas passadas
Se você vai me deixar triste, me deixe triste com cuidado
Não finja que você não me quer
Nosso amor não é águas passadas
Woah, woah
Diga que nosso amor não é águas passadas
- ? - Chamou e não ouve resposta, a luz do quarto estava ligada e quando entrou ali o encontrou, ele estava com os ombros tensos e ela se aproximando, quando viu em suas mãos os papeis. Ele então virou e tinha os olhos vermelhos, havia chorado.
- Quando você ia me dizer que tinha tomado essa decisão? – Ele perguntou.
- Eu não tinha certeza...- ela disse abaixando a cabeça
- Ah, você não tinha? Agora você tem? É isso? - ele se aproximava, ela nada disse. – Eu precisava de você e sabe o que você fez? Você foi embora, me deixou sozinho. Eu fiquei aqui e tive que aguentar o mundo por nós dois e você na primeira oportunidade foi embora. Eu precisei de você, .
- Eu precisava me encontrar. Eu precisava ter uma razão pra voltar, eu só queria alguém que me levantasse.
- EU TE LEVANTARIA. SÓ QUE VOCÊ. VOCÊ DECIDIU O QUE SERIA DA GENTE, VOCÊ SEMPRE FEZ ISSO E FOI VOCÊ QUE DECIDIU SE EU IRIA FICAR BEM SOZINHO, VOCÊ SEMPRE ME DEIXOU.
- NUNCA TE ABANDONEI, EU PRECISAVA FICAR. MEU FILHO MORREU, .
- O NOSSO FILHO! NOSSO! ELE NÃO ERA SÓ SEU. EU TAMBÉM SOFRI, SABIA? ELE TAMBÉM ERA MEU FILHO E A ÚNICA PESSOA QUE EU TINHA ERA VOCÊ, DROGA.
Ela chorava compulsivamente e ele já havia deixado as lágrimas rolarem, andava de um lado pro outro mexendo nos cabelos, não saberia se iria suportar mais uma partida.
- Eu sempre amei você, eu só não sabia iria conseguir continuar. - Ela disse baixo, chegando perto dele. – O nosso filho morreu e um pedaço meu foi junto com ele. Você não mereço meus destroços. Eu ainda não estou inteira.
- Você é tudo que eu preciso, droga. – Ele disse. - Você pode até não poder ter mais filhos, e daí? Eu não ligo, podemos adotar, adotamos quantos você quiser, iremos amar do mesmo jeito e ter um ao outro. Eu só não esperava que você fosse desistir, não da gente.
- Eu não sei se consigo...
- O ARTHUR NÃO SOBREVIVEU. VOCÊ SIM, PORRA. EU TAMBÉM SINTO, DÓI MUITO, SÓ QUE TEMOS QUE SEGUIR E NÃO FICAR PRESOS A MORTE DO NOSSO FILHO.
- Eu estou grávida.
Flashback ON
Estava com quase 7 meses e a barriga pesava, o quarto estava pronto a espera do pequeno Arthur, e estavam felizes e ansiosos, passavam horas conversando imaginando como seria a carinha do seu bebê. Naquela manhã ela acordou cedo, preparou o café e se arrumou, fez a mesma coisa e tomaram café.
- Babe, a consulta é hoje as 12 horas, depois podemos almoçar? - perguntou
- Chegarei um pouquinho mais tarde. - disse.
- Tudo bem, eu te espero na clínica.
Ele deu um beijo demorado nela e um em sua barriga e foi para universidade. Ela passou o dia todo escrevendo artigos e perto do horário arrumou suas coisas e um guarda-chuvas, iria andando até a clínica que era li perto e o clima estava meio chuvoso, alisava sua barriga, seu bebê estava um pouco agitado naquele dia.
- Arthur, calma bebê, o papai já já estará com a gente.
Então o sinal abriu para os pedestre e ela deu 5 passos pela faixa e apenas escutou gritos dizendo “cuidado”, quando virou o rosto viu uma moto em alta velocidade e quando tentou se mexer já era tarde, a moto a havia acertado e ela sentia seu corpo todo doer, suas pernas tremiam e no seu ventre uma dor aguda, o motociclista apenas continuou a correr em sua moto enquanto todos gritavam ao seu redor, chamaram a ambulância e ela só fazia chorar.
- Salva meu bebê - repetia sem parar. Agarrou o braço de uma loira que a tentava acalmar e perguntou. – Eu estou sangrando? Não minta, por favor.
- Um pouco. – a garota parecia nem ter 18 anos direitos, tentava deixar o mais quieta possível. - Ele vai sobreviver, ele é forte, apenas fique calma, a ambulância já está chegando, converse comigo, pode ser? – confirmou. – Qual o seu nome?
- .
- E do seu bebê?
- Arthur. - então gemeu de dor, seu ventre doía.
- É um lindo nome, agora a ambulância chegou e eu preciso que você me solte, certo? - a soltou e então começaram a trabalhar nela. A dor só aumentava cada vez mais e a visão de já era cada vez mais embaçada. Ela apenas escutava de longe pessoas falando sobre ela estar perdendo muito sangue, algo sobre o coração ficando com batimentos mais baixo e ela se entregou a escuridão. ficou louco com a ligação, saiu o mais rápido que pode da universidade e quando chegou no hospital soube do que tinha acontecido, estava na mesa de cirurgia, estavam fazendo uma cesariana de risco e por sorte ela não tinha sofrido nada além de arranhões e um machucado na parte de trás da cabeça, porém o bebê deles era o que mais sofria agora, ela havia perdido muito sangue, o choque havia sido certeiro em sua barriga e o bebê talvez não aguentasse. As horas eram terríveis, ele não parava de andar pelo corredor, estava lá sentada, apenas observando cada movimento pelo corredor, não poderia fazer nada pela sua amiga e isso doía nela. E então o médico chegou, eles prenderam a respiração e esperaram.
- teve hemorragia interna, o choque da moto com o seu corpo acabou afetando principalmente o bebê, depois da cesariana percebemos que um ovário estava muito inflamado e fizemos a remoção, ela agora está bem. Quanto ao bebê já foi encaminhado pra UTI neonatal, porém não os daremos muita esperança, ele ainda é muito pequeno e não está completamente formado, logo uma pediatra vira falar com você.
E então com a mesma velocidade que apareceu o médico se foi, os dois ficaram parados, em choque, não conseguiam se mover e respirar parecia algo impossível, até que ele tomou o primeiro passo, saiu daquele hospital e dirigiu sem rumo algum, ficar ali seria algo impossível. Então passou horas, fazendo voltas e voltas pela cidade, parou apenas quando chegou na frente do prédio onde um grande conhecido morava, a muito tempo havia deixado de ir ali, não tinha coragem de aparecer desde a última briga, só que dessa vez ele precisava do ombro de alguém que amava. Estacionou e informou ao porteiro quem era, tendo acesso com facilidade, entrou no elevador e apertou o botão do andar, foi sem pressa até a porta e não precisou tocar a campainha, o seu irmão havia sido informado que ele subia.
- Mark...- tentou falar, não conseguindo, apenas deixou as lágrimas que tanto prendia rolar e abraçou seu irmão. Mark era seu irmão mais velho, o único parente vivo dele, seus pais haviam morrido pouco antes dele terminar a faculdade em um acidente e depois daquilo um era a família do outro. Mark era casado, tinha 2 filhas e logo quando assumiu o seu relacionamento eles tiveram uma discussão que custou muito, ofenderam um ao outro e passaram anos sem a menos uma ligação, até aquele dia.
- Calma... entra. - Mark o guiava até a sala, deixou seu irmão sentado e foi até a cozinha pegar um copo de água. Quando voltou viu sua esposa no corredor encarando o outro sentado, Mark apenas sorriu pra ela e a mesma entendeu, voltando pro quarto. – Agora me conta.
- A cara...- e então soluçou. - ... o Arthur pode morrer... eu não sei se aguento.
- Arthur? O que houve coma ?
- Eu sou pai, ou era. – riu irônico enquanto as lágrimas rolavam. – A estava gravida, sofreu um acidente e...- voltou a chorar compulsivamente e seu o irmão abraçou de lado, deixando que o outro liberasse tudo, cuidaria do caçula como sempre fez e sabia que o mesmo seria forte, como sempre foi.
- Ela como está? - Mark perguntou depois que o irmão estava mais calmo
- Eu não sei, não consegui ficar lá. Ela perdeu muito sangue e tiveram que tirar o ovário ou seja lá o que, eu só precisava sair dali, eu posso perder duas pessoas hoje e não sei como ser forte.
- Você sabe, sempre conseguiu ser forte e não vai cair dessa vez, busque na sua garota a sua força. Faça dela sua força, seja o que ela precisa nesse momento.
- Eu não sei se consigo...- abaixou a cabeça.
- Vamos, eu vou com você até lá. Não vou te deixar sozinho. - Levantou e foi até o quarto trocar de roupa, avisou toda a situação brevemente a sua esposa e voltou a sala. – Vamos.
Foram no carro de , Mark dirigia enquanto o outro ficou o caminho inteiro com a cabeça encostada na janela, chegaram no hospital e permaneceram em um silêncio, quando chegaram na porta do quarto Mark apenas apertou o ombro do irmão que suspirou e entrou, os soluços baixos de era o único som daquele lugar, apenas alisava os cabelos dela, conteve todas as lágrimas e cedeu o lugar pra ele, os deixando a sós.
- Ele vai...- tentou terminar a frase e não conseguiu, voltando a chorar, seu coração parecia que iria explodir, seu corpo todo dia e nem mesmo toda morfina existente iria fazer parar aquela dor da perda.
- Shi, eu tô aqui. Não vou te deixar. - a abraçava, seu mundo estava em seus braços. Segurava cada lágrima que ousasse cair. – Eu não vou te deixar.
Depois de muito chorar ela conseguiu dormir e ao acordar o que menos se esperava havia acontecido, seu filho não havia aguentado. Eles agora teriam que conviver com toda aquela dor e ausência.
Flashback OFF
- Como? – a voz dele falhava, não conseguia pensar direito.
- Eu estou grávida, talvez seja o grande milagre, ou talvez seja apenas uma pobre criança que não vai aguentar. – Ela ria irônica, tentava não se apegar a ideia de que seria mãe outra vez, tinha medo de acabar acontecendo tudo outra vez, não iria suportar enterrar outro filho.
- Eu...Droga. - e então ele esmurrou a parede. Sentia raiva por toda a situação. – Você quer mesmo a droga desse divórcio?
- Eu...- ela tentou falar.
Flashback ON
Fazia exatamente 3 semanas desde o ocorrido, não saia de casa, não falava com ninguém e não se alimentava direito, sempre no quarto do bebê, na cadeira olhando pra janela, não dormia e acordava diversas noites com ela soluçando baixo, ela tinha pesadelos quando conseguia dormir e negava a ajuda de todos e estava sendo um inferno pra ele, não podia desmoronar pra não a deixar pior.
- Amor...- chamou por ela que nem um músculo se moveu, continuou com os olhos vidrados na janela. – Eu deixei café pronto, por favor coma um pouco. Eu vou demorar um pouco hoje e volto com o jantar. - Beijou o topo da sua cabeça.
- Eu queria ter ido com ele...- ela disse serena, não olhava se quer pra ele. – Você não sente nenhum um pingo que seja? Não dói?
- Nunca mais diga isso, eu o amava e me dói todos os dias quando lembro, só que você está aqui e isso é motivo pra que um pouco dessa dor diminua.
- Vai embora, eu não quero te ver, sai. – Ela o empurrava. E ele deixou as lágrimas caírem e acatou seu pedido.
Passou o dia no automático, procurava diversas soluções e nada parecia ter jeito, até mesmo a amiga ela havia mandado embora. Então ele pensou em sua mãe, e os pais não se falavam direito, já que ela havia escolhido o caminho oposto do que seus pais queriam, no dia do casamento eles não vieram e nem a procuravam mais, mandava cartões nas datas comemorativas e nunca recebia uma resposta. então ligou para a mãe dela.
- Alo?!
- Lucy? Aqui é o .
E então contou tudo que havia acontecido, a mulher o informou que no final do dia estaria no apartamento deles e iria levar para ficar um tempo ao lado deles, assim que chegou em casa encontrou dando um banho em e ele foi preparar uma mala para ela, colocou roupas o suficiente pra umas 2 semanas e foi preparar um café, estava exausto, precisava dormir e tirar os pensamentos ruins da cabeça.
- Ela está pronta. – informou entrando na cozinha. – Será que Lucy irá demorar?
- Ela disse que estava chegando a uns 10 minutos atrás. - conferiu olhando o relógio.
- Será que é uma boa ideia? - falou servindo uma xícara de café.
- Não sei, só que não vejo outra solução...- disse a campainha tocou. – Agora que tudo começa.
Ao abrir a porta, Lucy apenas adentrou sem esperar convite e perguntou:
- Cadê minha menina?
a guiou até o quarto e Lucy começou a chorar indo abraçar a sua garota, que ao notar a mãe não aguentou, demorou outra vez e mais tarde naquele mesmo dia ele viu o seu amor ir embora, sem data pra volta e os meses passaram, e eles não se falavam direito, apenas breves mensagens e conversas curtas pelo telefone, estavam se perdendo. E ninguém queria confessar isso.
Flashback OFF
Eu quero que você seja meu guardião
Mas não se você for tão imprudente
- A escolha é sua...- Ele disse. Pegou seu casaco e bateu a porta do quarto.
Ela caiu, não tinha forças e seu coração parecia que iria explodir, dói tudo e ela não sabia como se manter de pé, apenas se arrostou pela cama, abraçando o travesseiro dele e chorou, mais um pedaço seu foi tirado e dessa vez por culpa dela, por escolha dela e sabia que iria se arrepender. Ela só achou que naquele momento era coisa certa a se fazer com eles.
Flashback ON
tinha chegado cedo na casa da sua amiga, tinha que conversar com . havia dito que voltaria para casa em breve e eles precisavam tirar dali tudo que a faria sofrer. estava exalto, mais magro e com olheiras, pra ele estava sendo complicado não ter o apoio de ninguém naquele momento. Depois de conversarem brevemente decidiu dizer o motivo de ter ido até lá.
- Nós precisamos fazer algo antes que ela venha, pode ser difícil pra você. - disse mexendo em sua xícara de café.
- O que seria? - a questionou enquanto respondia um e- mail.
- Desmontar o quarto do bebê.
- Eu acho que eu comecei a fazer isso...- A algumas noite não estava aguentando e decidiu desmontar tudo, até que não aguentava a dor que sentia e acabou quebrando boa parte dos moveis.
- É... talvez seja um pouco difícil agora. - disse ao ver o estado do quarto, o berço estava destruído, assim como o abajur, roupinhas estavam espalhadas por todos os lados e eles começaram a tirar tudo que era utilizável ainda e colocar em caixas, iria tudo para a adoção e tudo que havia se perdido iria para o lixo.
Naquele momento o peito de doía, estava limpando a única coisa viva do seu filho, juntos com aquelas coisas iria embora uma parte do seu pequeno garotinho, as lágrimas silenciosas rolavam e ele não as conteve, precisava liberar tudo que guardava nos últimos dias e depois apenas levantar a cabeça e seguir. Sua mulher voltaria em breve e iriam tentar outra vez, afinal a culpa não foi de nenhum dos dois.
- Terminamos. Essa é a última. – anunciou ao colocar a última caixa na mala do seu carro. - Você vai ficar bem? – Ele confirmou. – até mais, qualquer coisa me ligue. – e então se foi.
E ele voltou para o seu silencioso apartamento e dormiu em meio a lembranças do que poderia ter sido sua vida.
Flashback OFF
Não finja que você não me quer
Nosso amor não é águas passadas
Se você vai me deixar triste, me deixe triste com cuidado
Não finja que você não me quer
Nosso amor não é águas passadas
Lá estavam eles frente a frente, ambos com seus advogados, estava feito. Tinham assinado aqueles papéis e não eram mais um casal. Ela havia ficado com a apartamento a pedido dele, a única exigência foi em relação ao filho que ela esperava, a guarda seria compartilhada assim que o bebê não estivesse mais dependendo do leite materno.
- Então é isso mesmo que você quer? - Ele perguntou mais uma vez e ela apenas confirmou, ele pegou suas coisas e saiu porta a fora, não queria passar mais um minuto naquele lugar, queria apenas ir até a universidade e afundar sua cabeça em todos os livros possíveis.
Ela por outro lado depois da audiência foi ao médico ter certeza que seu bebê estava bem e ele estava, tinha um coração forte. E ela seria forte por ele.
Meses depois...
Estava perto de completar o nono mês e não aguentava nem andar direito, sua barriga pesava, a coluna doía e seus pés estavam inchados, fazia cerca de um 1 mês que sua mãe havia ido passar esse final de gestação com ela, assim como passaria mais um tempo depois do nascimento e isso era algo necessário, não iria aguentar sozinha.
- Mãe, eu não aguento mais. Essa coisinha deveria sair logo. – dizia enquanto acariciava sua barriga.
- Já está perto, paciência.
Naquela mesma noite, foi até o antigo apartamento deles e conversou com coisas sobre a gravidez, como estava se sentindo e se precisava de algo. Acontece que desde o divórcio o único assunto deles era sobre o bebê e nada mais que isso, ele estava se mostrando prestativo e imparcial em relação a ela. Eles haviam optado por não saber o sexo do bebê até o nascimento e aquele pequeno ser sempre se agitava com a presença do pai o que sempre arrancava risadas dele e a cara fechada de , o bebê ficava daquele jeito apenas com a presença dele, era só escutar a voz dele ou as batidas fortes do coração da sua mãe que se agitava.
Aqueles dois... loucos um pelo outro e o orgulho não os deixava em paz, ele não cedia e nem ela e assim ficavam nessa confusão. A mãe dela havia aprendido a gostar dele depois das muitas vistas semanais e até dado conselho para filha tinha feito, reconhecera que era um homem admirável e faria filha feliz, abrindo mão até mesmo da própria felicidade. Ele faria tudo por aqueles dois e nunca deixaria de amar , ela era seu grande amor. Só que nem sempre ficamos com quem amamos de verdade, irá sempre haver esses desencontros.
- , eu vou no mercado, volto já. - Lucy avisou.
estava deitada no sofá assistindo algo sobre o clima da cidade, sentia em especial uma dor mais forte naquele dia, porém nada que não fosse suportável, levantou pra beber água e sentiu algo molhar suas pernas seguido de uma dor aguda, a bolsa havia rompido e ela estava sozinha.
- Droga. – Disse enquanto andava com cuidado, soltando gemidos baixos de dor. Sua mãe não atendia o telefone e nem . – Merda, grr- tentava respirar, tendo dificuldade e então a última opção era , que a atendeu no segundo toque. – Pelo amor de Deus, aahhh - E então outra contração.
- , o que está acontecendo?
- A BOLSA ESTOROU, ISSO DÓI, VEM ME AJUDAR. - chorava de dor pelas contrações que estavam mais constantes.
Ela nem esperou a reposta, segurando onde podia, tentando conter os gemidos de dor. Enquanto isso...
- Desculpa eu ter que sair assim, só que bem, meu filho está nascendo nesse exato momento. – A loira a sua frente parecia confusa. - É complicado, te ligo? - Ela apenas confirmou e ele saiu correndo até seu carro, dirigiu o mais rápido que pode e por sorte estava perto. – ?
- Seu idiota, eu nunca mais quero engravidar. – dizia enquanto vinha outra contração, ele riu da cena. – Arghhhh
- Calma. Vou pegar a bolsa, está tudo pronto?
- AAAAAH - Ela tentou dizer e veio outra dor. Ele correu até o quarto do bebê e pegou as coisas que precisava.
- Vem. – Ele a ajudou a sair de casa, a entrar no carro e caminho o mais rápido que pôde.
Assim que chegou ao hospital começaram a prepará-la, e gemia de dor, estava suada e o xingava muito, as enfermeiras riam de toda situação.
- Você não vai entrar? – A enfermeira perguntou
- É LOGICO QUE ELE VAI, FOI ELE QUE BOTOU AQUI DENTRO AGORA VAI AHHHHHHHHHHHH- gritava – VAI VER SAINDO. PELO AMOR DE DEUS EU QUERO A ANESTESIA, POR FAVOR EU NÃO QUERO ASSIM.
- Querida, seu bebê já está saindo e ...- A enfermeira tentou falar.
- O COLOQUE PRA DENTRO E ME CORTE. - estava suada e sentindo dor
- Eu estou aqui, ok? Aperte a minha mão, apenas fique calma. – falou.
Depois de todos prontos, foram pra sala onde aconteceria, gritava, apertava a mão de , enquanto todos a motivavam a continuar, ela não aguentava mais empurrar.
- Eu não aguento mais. – Sussurrou
- Olhe pra mim e tenta. – escutou falar e o obedeceu, colocando força. Tentou mais 4 vezes e então o chorou ecoou por toda a sala, ela sorriu pra ele em alivio e ele ria sem parar.
- Parabéns, papais, vocês tem uma linda menina. – o médico anuncio, fazendo eles rirem mais. – Vem aqui, papai, cortar. – soltou a mão de e cortou o cordão. O médico a embrulhou em uma manta e a colocou em seus braços, sua menina era branquinha, tinha cabelos rasos em tom claro e era bochechuda igual a mãe.
- Seja bem-vinda, Teodora...- ele disse a balançando de leve enquanto levava até .
- Teodora? – sorria, ela havia comentado sobre esse nome, só não esperava que ele fosse aceitar.
- Sim, eu posso não acreditar, só que você sim. E se você acredita que Deus a enviou... então eu aceito esse nome. E aceito que ela possa ser um presente de Deus. - embalava sua filha que não mais chorava.
- Ela é linda...- disse.
- Tem suas bochechas grandinhas. – disse recebendo uma careta da outra.
E ali eles renasceram outra vez. Junto com o choro daquela pequena garotinha. O motivo pelo qual eles seriam felizes outra vez, a pequena Teodora. Um pequeno anjo.
(Diga que não é assim, diga que não é assim)
Diga que nosso amor não é águas passadas
(Diga que não é assim, diga que não é assim)
3 anos mais tarde...
Era aniversário da pequena Teodora e a casa estava um loucura, as crianças da escolinha dela corriam por todos os lados, alguns amigos de e circulavam por toda a área e eles conversavam com o máximo de gente possível, já haviam falado com todos os pais presentes, a comida estava sendo servida, bebida em ordem e só faltava as fotos antes que a pequena estivesse totalmente bagunçada, a parou enquanto ela corria.
- Vem cá, meu amor. - começou a arrumar. – Vamos tirar umas fotos, okay? - Teodora apenas confirmou com a cabeça
e Teodora tiravam diversas fotos e de longe observava a cena sorrindo, amava sua filha. Ela de fato havia puxado a mãe, os olhos grandes castanhos esverdeados, bochechas rosadas e apenas o cabelo que era de um loiro impecável, isso havia herdado da família dele, já que sua mãe tinha o cabelo naquele mesmo tom. E então ele parou o olhar no seu grande amor... o tempo havia de fato feito bem a , seu corpo estava com mais curvas que ficaram bem marcadas no vestido floral que usava, os cabelos agora batiam um pouco abaixo dos ombros e os olhos sempre naquele tom de castanho que o hipnotizavam... ele sempre a amaria com todas as forças. E então os olhares se cruzaram e ela o chamou com a mão, ele pediu licença e caminhou até elas. Teodora pulou em seus braços, sempre fora muito apaixonada pelo pai, ele era como calmante para os dias agitados delas e no fundo sentia ciúmes...
- Hey, meu amor, está se divertindo? - perguntando beijando a bochecha da sua filha.
- Tô...- Ela respondendo o agarrando pelo pescoço.
Tiraram diversas fotos, cantaram o parabéns e observaram a lua nascer enquanto os convidados iam embora, sobrando apenas os dois e . Estavam todos limpando a bagunça quando Teodora começou a se queixar de sono e pegou a mesma no colo levando para um banho, na verdade mesmo só queria deixar os dois sozinhos, havia notado o olhar de um para o outro e sabia que ali ainda tinha sentimentos e faria o que pudesse pela felicidade da amiga.
- A única parte ruim é a bagunça...- ele comentou enquanto empilhava as mesas.
- Tudo se anula quando lembro do sorriso dela...- disse sorrindo ao lembrar do sorriso da filha.
- Teodora é encantadora, consegue ser pior que você, só com aquele sorrisinho dela convence qualquer um. – ele comentou rindo a fazendo rir.
- Ela será uma menina esperta, fizemos um bom trabalho. - Ela comentou terminando com o lixo que estava espalhado.
- Sempre tivemos excelência em tudo que fazíamos juntos. – Ele disse se gabando
- Verdade. - riu – O que você acha de tomarmos um vinho?
- Seria uma boa. – Ele respondeu.
E então eles terminaram com toda a bagunça e entraram, ele foi para sala enquanto ela pegava o vinho e taças, conversaram sobre diversos assuntos, riram, relembraram o passado e quando perceberam já tinha ido duas garrafas, estavam mais leves e com riso mais fácil.
- Você lembra aquela vez na sua aula que eu, bem... deixei bem claro minhas intenções no meio da sala? - Ela dizia rindo.
- Eu nunca te odiei tanto como naquele momento, eu só pensava em te agarrar e não podia, segui aquela droga de ética por muito tempo...- ele disse rindo.
- Até que não resistiu a esse corpinho aqui. – disse.
- Até eu perceber que estava apaixonado. – Os risos cessaram. Os dois apenas se olharam e ninguém teve coragem de dizer uma palavra se que, eram covardes demais para ceder. – Acho melhor eu ir. - E então levantou, pegou a chaves e a carteira, quando estava prestes a sair escutou te chamar.
- Fica...- Ela disse. – fica nem que seja só por essa noite... eu errei, confesso que me precipitei e te perdi. Se eu pudesse voltar no tempo eu juro que mudaria tudo, não deixaria você e lutaria por nós dois. – Ela se aproximou. – E eu torço todos os dias...- Chegou mais perto – para que não seja tarde demais...- ela colou seu corpo no dele- ... pra que você me ame ainda, assim como eu te amo. Porque não tem um dia sequer que eu não pense em você e no quanto eu sinto sua falta.
- Você é minha fé. E eu sempre irei amar você. – ele disse
E então eles se beijaram, mostraram um ao outro a falta que sentiam um do outro. Não tiveram medo, era apenas eles outra vez. E sempre seria eles. e , os dois jovens que enfrentaram muitas coisas para ficarem juntos. Seriam eles para além daquele mundo ou além daquela vida. Então me diz... qual a sua Fé?
(Diga que não é assim, diga que não é assim)
Diga que nosso amor não é águas passadas
(Diga que não é assim, diga que não é assim)
Diga que nosso amor não é águas passadas
Faça do amor a sua religião...