Fanfic finalizada

Capítulo Único

4 de Julho, 1998.

— Meu Deus, em que andar eles moram? – null perguntou cansada.
— No sexto – Sophie respondeu, um pouco ofegante.
— Eu nem queria vir, e você ainda me arrasta por milhares de andares de escada – bufou.
— Vai ser legal, e você precisa superar e seguir em frente, e uma festa é um ótimo começo para isso – retrucou a amiga.
null parou no meio da escada para trocar as sacolas de mão. A garota não estava acostumada a subir tantas escadas assim, desde que se entendia por gente havia morado em uma casa, e não conhecia ninguém que morasse em um apartamento. Na verdade, agora conhecia Mason, namorado de Sophie. Era para o apartamento dele que estavam indo.
— Vem, null , é no próximo andar – Sophie avisou do outro patamar. – Vou deixar a porta aberta para você.
null terminou de subir, agradecendo mentalmente por Mason não morar no último andar e imaginando como a mudança deve ter sido trabalhosa, ao mesmo tempo que jurava nunca morar em um prédio.
Entrou no apartamento que tinha a porta aberta e a fechou atrás de si. Deixou as sacolas com bebidas e petiscos na bancada que dividia a cozinha da sala, e cumprimentou Mason assim que o viu.
null ! Bem-vinda ao meu apartamento! – cumprimentou ele, empolgado.
— Nosso apartamento – corrigiu um rapaz alto e de cabelos castanhos, que estava mexendo no aparelho de som que ficava no canto da sala.
Mason revirou os olhos, rindo.
— Nosso apartamento, que seja – falou em direção ao rapaz, e então voltou-se para null . – Esse é null , meu melhor amigo, colega de trabalho e, agora, colega de casa.
null veio até eles. null lembrou de tê-lo visto algumas vezes em festas, ou então junto com Mason e seus amigos nas vezes que haviam saído juntos, mas nunca havia falado com ele, apesar de tê-lo achado realmente atraente. Era alto, devia ter mais de 1,85, cabelos e olhos castanhos, mas era o sorriso que havia chamado a atenção de null . Era um dos sorrisos mais lindos que já havia visto, era acolhedor e convidativo ao mesmo tempo, o que quase a fez desejar que fosse direcionado a ela.
— Você é a melhor amiga da Sophie, certo?
— Desde que tínhamos uns 7 anos. Sou a null , mas pode me chamar de null .
— Como é que vocês conseguem ficar juntos tanto tempo? – Sophie perguntou a Mason e null – Acho que nem eu consigo ficar com o Mason por tanto tempo sem pirar, e olha que eu realmente o amo.
— Nosso bromance é épico – null respondeu, e então abraçou Mason pelo pescoço – Sem contar que eu sou maior que ele e sempre posso ameaçá-lo.
Isso fez com que Sophie e null caíssem na risada e Mason revirasse os olhos.
— Até parece que eu tenho medo de você – Mason deu um soquinho em null , que revidou, o que logo se transformou em uma briga de brincadeira.
— Que horas as pessoas vão começar a chegar? – Sophie perguntou ao namorado – Precisamos começar a arrumar tudo logo.
— Enviei um e-mail pedindo que chegassem as sete, já que a queima de fogos vai ser a oito da noite – explicou Mason.
— Temos uma hora e meia então, — null falou, depois de consultar seu relógio de pulso. – O que eu posso fazer?
— Eu e Mason vamos terminar de tirar os móveis da sala para termos mais espaço, acho que vocês podem ver a decoração.
— Decoração? – null ergueu uma sobrancelha.
— Ouvi Sophie dizendo que queria fazer uma decoração – null levantou as mãos, como que querendo se eximir da culpa.
— É 4 de Julho, null ! Temos que comemorar! Viva a América! – Sophie falou, empolgada. – Você sabe que eu gosto de tudo decorado. Quero tirar muitas fotos! Comprei até um filme de 36 poses e trouxe a minha Polaroid.
null suspirou, se dando por vencida.
— Tudo bem, o que você pensou?
— Bexigas!
Enquanto as meninas enchiam as bexigas azuis e vermelhas, os garotos terminavam de tirar os sofás e a mesinha com a grade televisão de tubo e o aparelho de VHS da sala. Colocaram a mesa da cozinha no centro e enquanto Mason trazia os copos de plástico vermelhos e os petiscos até a mesa, null foi terminar de conectar as caixas de som ao aparelho.
— Acho que está tudo certo, — falou null , para ninguém em particular – Vou testar um dos CD’s que gravei especialmente para a festa. Que bandas você gosta? – dirigiu a pergunta à null , que estava perto dele.
— Adoro Green Day, Blink 182, Aerosmith, Oasis. Gosto de uma porção de coisas, — ela respondeu. – O que você tem aí?
— Tenho praticamente de tudo – respondeu enquanto abria a bandeja do aparelho, que comportava 5 CD’s, era o mais moderno do mercado, e escolheu os cinco do porta CD que tinha e fechava a bandeja. A primeira música que tocou foi Semi-Charmed Life, do Third Eye Blind.
— Adoro essa música – comentou null .
— Então você vai adorar os mixes que gravei – null sorriu. Ela reparou em seus dentes brancos e retos, e pensou que o rapaz tinha um sorriso muito bonito. Sorriu de volta.
Enquanto terminavam de arrumar tudo, puderam ouvir TLC, New Radicals, Matchbox Twenty, Counting Crows, NSYNC e Blink 182.
— Depois eu quero uma cópia desse CD – null pediu a null , e ele concordou.
As pessoas começaram a chegar, em sua maioria, colegas e amigos de null e Mason. Eles trabalhavam em uma grande loja de departamentos, cuidando da parte de TI.
As pessoas estavam espalhadas pela sala e cozinha, algumas bebendo e conversando, e outras dançando.
— Então, você e o null ... – Sophie falou de forma acusadora para a amiga enquanto levantava as sobrancelhas.
— O que tem?
— Eu vi você flertando.
— Se é assim que você flerta, você é péssima – respondeu null , rindo.
— É sério, null , eu sei o que você tá fazendo. Ou o que pretende fazer.
— Ah, é? O que eu pretendo fazer?
— Flertar com o null , e até ficar com ele, para esquecer Noah. Mas o null é legal, não vá magoá-lo – pediu Sophie.
— Eu nem gosto mais de Noah – defendeu-se null .
null revirou os olhos. É claro que havia se sentido atraída por null , mas não estava flertando com ele. Ainda. Ele era incrivelmente legal e tinha um ótimo gosto musical. Que mal poderia haver em um flerte inocente?
— Só estou muito brava com ele por causa do que ele fez com o meu carro – continuou null . – Prometo que vou arrebentar a cara dela na próx... – Mas não pode continuar a ameaça, pois Sophie a interrompeu.
— Por favor, sem brigas hoje, ainda mais porque ele acabou de chegar.
null virou-se e viu o loiro de camisa de manga curta estampada e jeans de lavagem clara chegando com uma menina ruiva, que usava um vestido preto de alcinhas finas por cima de uma camiseta branca.
— Ugh, odeio essa moda de usar vestido por cima de camisetas, quem inventou isso? – comentou Sophie. null revirou os olhos.
— Nem um soco?
— Não! – exclamou a amiga. – Vá flertar com alguém, mas não faça nenhum escândalo.
— Acho melhor ir embora, então – olhou no relógio de pulso. Faltavam 10 minutos para as 8 da noite. Se saísse agora, chegaria em casa a tempo de ver os fogos do telhado de casa.
null , tem certeza? Você não precisa ficar perto dele – Sophie tentava convencer a amiga, mas mal havia terminado a frase e Noah veio até elas.
— Boa noite, Sophie, como está? E você, null ? – tentou colocar a mão na cintura da garota, que desviou.
— Me conta tudo no ICQ amanhã – pediu null à Sophie, ignorando o rapaz completamente. – E se despede do Mason por mim, ok? – pegou a bolsa e enquanto ia em direção a porta pensou ter ouvido alguém chamar seu nome, mas ignorou e saiu do apartamento. Estava descendo as escadas quando null apareceu no topo da escada.
null ! Onde você está indo?
— Para casa.
— Mas os fogos já vão começar, e além do mais, temos muita bebida – tentou persuadi-la.
— Consigo chegar em casa a tempo de ver – deu de ombros.
— Por que fazer isso quando a melhor vista é daqui? – null levantou uma sobrancelha, convidando-a a ficar.
— Eu adoraria ficar, mas não vou me sentir bem com No... – null começou a explicar, mas null a interrompeu.
— Por favor, você não vai se arrepender. E além do mais, a vista é maravilhosa do terraço, e se a gente for agora, podemos trancá-los para fora e ficar com o terraço só para nós – sugeriu, abrindo um sorriso largo. null pensou que esse sorriso era o mais bonito que já havia visto até agora.
Foi o que a fez aceitar o convite, mas antes de subirem, null pediu que ela esperasse por alguns momentos e voltou até o apartamento. Dois minutos depois, voltou com uma sacola com cervejas e petiscos para eles. E então subiram os quatro lances de escada o mais rápido que podiam, e quando chegaram lá, null pegou a chave que ficava ao lado da porta e trancou o terraço para que ninguém mais pudesse entrar.
— Vou deixar as luzes apagadas, para que ninguém perceba que estamos aqui – avisou o rapaz, — então cuidado com o chão, tem várias coisas largadas por aí por causa da reforma que fizeram.
— Uau, — comentou null assim que seus olhos se acostumaram com a penumbra – Tem uma vista realmente incrível.
— Eu disse. Você teria se arrependido de não vir comigo – o rapaz sorriu de lado. – Vem aqui – disse enquanto pegava na mão de null para guiá-la até algumas cadeiras de praia que estavam do outro lado do terraço.
Se acomodaram nas cadeiras, e antes que pudessem começar qualquer assunto, a queima de fogos começou. Era possível ver os fogos de todos os lados da cidade. E por 12 minutos, eles admiraram as explosões coloridas enquanto fingiam não ouvir as pessoas batendo na porta e gritando para que abrissem, o que causou um ataque de risos nos dois, tão logo as batidas pararam.
Era uma das noites mais quentes das últimas semanas, e o céu estava limpo e estrelado, então decidiram ficar mais um tempo deitados nas cadeiras bebendo a cerveja que ainda tinham enquanto conversavam e comiam os salgadinhos que trouxeram.
— Então, qual é a história com Noah? – null perguntou. – Se você quiser contar, é claro.
null tomou um gole de sua cerveja e soltou um suspiro. null a observou, pensando em como ela era bonita. Estava usando um shorts de cintura alta e uma regata de gola alta, eram as roupas da moda, todas as garotas se vestiam assim, mas de alguma forma, nela parecia muito mais bonito. Reparou nas longas pernas de null , e também em como seu cabelo enrolava apenas nas pontas, mas deteve-se nos olhos dela, eram castanhos e profundos.
— Começamos a sair ano passado, e eu estava completamente apaixonada por ele, já tinha até o apresentado aos meus pais – ela riu com desdém – então descobri que ele tinha outra namorada. A oficial, a que ele leva nas festas dos amigos e nos jantares da família dele.
— Emma – null falou, referindo-se a loira que havia chegado com Noah mais cedo.
— Ela mesma – null soltou outro suspiro.
— Faz quanto tempo? – o garoto perguntou.
null pensou por alguns momentos e então respondeu.
— Já faz uns três meses.
— E você ainda gosta dele?
— Já superei, só estou com muita raiva dele por ter batido meu carro e ficado com alguns dos meus discos favoritos. Foi a pessoa mais babaca que já passou pela minha vida.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, então null perguntou.
— E você?
— Eu o que?
— Me conte algo sobre você agora – pediu a garota. – Eu já contei sobre minha decepção amorosa.
— Bom, — começou o garoto. – Faz tanto tempo que não me apaixono e que não fico com ninguém que nem sei mais o que é isso. Da última vez achei mesmo que tinha encontrado o amor – riu sozinho do ocorrido – mas não foi nada disso. Porém se você ainda quiser saber algo sobre mim, lá vai; tenho 24 anos, faz mais ou menos dois meses que saí da casa dos meus pais para morar com meu melhor amigo, tenho uma irmã mais nova e passo boa parte do meu tempo livre no computador – gravando CD’s ou jogando.
— Nem sei como gravar um CD! – comentou null – o máximo que faço são mixtapes, tenho várias fitas cassetes. A pior parte é quando estou gravando alguma música da rádio e o locutor fala no meio – o comentário fez com que null risse, e ela riu também. – Ainda prefiro os discos de vinil.
— Não é difícil, posso te ensinar a fazer isso. Os CD’s são o futuro! São mais difíceis de riscar, ao contrário dos discos de vinil, e as músicas nunca tem um locutor falando no meio – null começou a rir.
— Eu adoraria. Está combinado então? – Ela perguntou e o rapaz concordou com um grande sorriso e um sinal de positivo.
— Mas então, me conte sobre você – pediu null .
— Bom, deixe-me pensar... Eu ainda moro com meus pais, tenho 24 anos também e sou libriana. Não tenho irmãos, mas tenho um coelho de estimação. Eu passo boa parte do meu tempo livre com a Sophie e planejando coisas diferentes para fazermos.
— Que tipo de coisas?
— Na verdade são só viagens de fim de semana para ver alguma banda tocar, ou então ir a algum festival interessante que esteja acontecendo. Também já levei Sophie para acampar e fazer trilha comigo. Ainda estou tentando convencê-la a ir até a cachoeira que fica perto da saída da cidade.
— Ouvi dizer que é muito bonita – comentou null .
— Sim, é realmente linda! E o caminho também. Queria ir de bicicleta, por isso Sophie está tão relutante. Ela odeia andar de bicicleta.
— Talvez ela não saiba – sugeriu null e null riu.
— Ela até sabe, mas é péssima – o comentário fez o garoto rir.
— Sabe, quando você disse que fica planejando coisas diferentes para fazerem, imaginei que vocês saiam pichando a cidade, ou então transformando a sala de alguém em uma grande piscina de bolinhas, esse tipo de coisa.
— O quê? – perguntou null , rindo. – De onde você tirou essas ideias? É esse o tipo de coisas que você faz?
— Nunca pichei nada – fez uma pausa – mas não posso dizer nada quanto a piscina de bolinhas.
— Não acredito! Aposto que Mason foi quem o ajudou! – null disse em meio a risos, e null concordou, rindo também. – Você não tem cara de quem faz esse tipo de coisa.
Ele deu de ombros.
— Vai dizer que você nunca fez nada do tipo? – Ele perguntou, e ela negou com a cabeça. – Nada mesmo? Nem com alguém que você não gostava?
— Não, mas eu sempre quis fazer algo do tipo... – Ela começou a dizer, e de repente teve uma ideia. Virou de frente para null . – Você me ajudaria?
— O que você está pensando? – Ela sorriu com a pergunta.


Quase meia hora depois estavam na frente da casa de Noah, com pelo menos uns 50 rolos de papel higiênico. A casa estava com as luzes apagadas, já era quase 01:00 da manhã. Assim que saíram do prédio de null , foram até o 7-Eleven mais próximo comprar papel higiênico. Estacionaram o carro de null em frente à casa de Noah, ela não se importava de ser reconhecida.
— Antes de jogar o rolo é melhor desenrolar um pedaço, para que o papel saia mais fácil – explicou null . – Quer fazer a honras?
null assentiu e jogou o rolo com toda força que tinha em cima de uma das arvores que ficava em frente à casa. O rolo fez uma curva no ar, enquanto o papel ia se desenrolando, e aterrissou no topo da árvore, deixando um rastro do papel branco.
null soltou um gritinho excitado, mas foi silenciada por null logo em seguida.
— Calma aí, ou todos esses rolos serão desperdiçados.
— Claro, porque isso que estamos fazendo não é desperdício, não é mesmo?
— Você tem um bom argumento.
Antes de continuar jogando os rolos de papel junto com null , null notou o carro de Noah na entrada da garagem, e correu até ali após ter uma ideia. Voltou antes que null notasse sua ausência.
Continuaram jogando os rolos por cima da casa e em cima das árvores do jardim por alguns minutos. Faltava apenas alguns rolos para que terminassem o estoque que haviam trazido, quando as luzes da frente de casa se acenderam e um Noah irritado saiu de lá de dentro junto com Emma e sua mãe.
— Mas que merda, o que é que voc... – falava Noah irritado, vendo toda a bagunça, mas se interrompeu no meio da frase quando percebeu quem era. – null ! – esbravejou – Ficou louca?
— Run, Forest, run! – gritou null , antes de jogar um último rolo em direção a Noah, e que acabou acertando-o no meio da cara. – Isso é pelo meu carro! – gritou enquanto corria até o seu próprio.
— Eu estou ligando para a polícia! – ameaçou Noah. Mas já era tarde, pois já haviam arrancado com o carro.
null e null estavam rindo a plenos pulmões.
— Eu não acredito que fiz isso – comentou a garota. – Por que eu nunca fiz isso antes?
— Eu também nunca fiz isso antes – contou null , rindo. – Se pretende fazer isso de novo, pode me chamar.
— Pode ter certeza que vou chamar sim – respondeu ela, enquanto ligava o som do carro.
— O que é isso? – perguntou null , quando chutou algo pesado no chão do carro.
— Roubei as calotas do carro dele – null virou-se para olhar null , e tão logo seus olhares se encontraram, eles caíram no riso. – Agora vou te mostrar uma das minhas mixtapes, para provar como fitas cassete são melhores do que CDs – Colocou uma de suas fitas para tocar.
— Eu duvido, mas tudo vai depender do conteúdo da fita e se algum locutor vai falar no meio das músicas – provocou null .
— Essa fita não tem nenhuma interrupção, pode ficar tranquilo. É a minha fita favorita – comentou null . – Prepare-se para cantar.
— Isso é Chumbawamba? – perguntou Shanw.
— Sim, é a música nova deles, Tubthumping – respondeu null . – Essa é a fita perfeita para se animar.
— I GET KNOCKED DOWN, BUT I GET UP AGAIN – os dois cantaram a plenos pulmões. E continuaram cantando e dirigindo pela cidade com as janelas abertas para sentir o vento fresco da madrugada. Riram até a barriga doer e planejaram outras pegadinhas.


Já passava das 02:30 quando null estacionou em frente ao prédio de null .
— Obrigada por hoje, foi o melhor dia que tive em muito tempo – ela agradeceu, sincera.
— Estou sempre à disposição para novas experiências – ele ergueu as sobrancelhas, sugestivo, e null riu.
— Você está flertando comigo? – perguntou, fingindo estar chocada.
— Já faz um tempo, na verdade – ele respondeu, levando a mão até sua nunca, um pouco envergonhado.
— Não sei se é um bom momento para eu fazer isso – desculpou-se null .
— Tudo bem então – concordou null , esperando não demonstrar a decepção que estava sentindo. – Mas se você mudar de ideia, sabe onde me encontrar.
Ela assentiu.
null saiu do carro, e null observou ele ir até a porta do prédio. Pensou em como tinha se sentido feliz com ele, e no quanto rira. E pensou também no quanto queria null . Desceu do carro e foi correndo até ele.
null – chamou, ele virou-se para ela. – Talvez só por essa noite esteja tudo bem? – ela sugeriu.
— Se estiver tudo bem por você – concordou o rapaz, feliz. Pensou que uma noite com ela era melhor do que nada.
null então passou os braços pela nuca de null , puxando-o para si, e colando seus lábios nos dele; em resposta, ele a abraçou, colando seus corpos e intensificando o beijo.


19 de Setembro de 1998

null observava null dormir, com a mão sob o seu peito nu. O dia estava amanhecendo e o sol entrava pela janela, já fazia alguns meses que havia se mudado e sempre esquecia de comprar cortinas, acordava quase todos os dias por conta da claridade.
— Você precisa dar um jeito nessa janela – resmungou null , o que fez null soltar um risinho.
— Eu sempre esqueço disso quando vou até o centro – falou, enquanto se espreguiçava. null aconchegou-se em seu peito.
— Podemos ir na segunda feira, tem uma loja ótima no centro que vende coisas para casa. Vocês precisam de bem mais coisas – apontou null .
— O que eu faria sem você? – disse null , então beijou o topo da cabeça da garota.
null mexeu-se na cama, debruçando-se, para que ficasse de frente para null . Aproximou-se dele, tão perto que seus narizes estavam se tocando. null colocou uma das mãos nas costas nuas de null , e com a outra colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.
— Provavelmente nunca compraria cortinas ou panelas – observou null , e null riu. Ela então beijou-lhe os lábios suavemente.
null ... – sussurrou null , entre os beijos. Já fazia alguns dias que queria dizer a ela como se sentia. Sabia que o relacionamento dos dois ainda era relativamente recente, mas estar com ela era incrível. Sentia as borboletas se alvoroçarem no estômago e o seu coração disparavam cada vez que ele olhava para aqueles olhos e notava a felicidade dela.
— Hm? O que foi? – quis saber ela, olhando-o nos olhos. Ele sentia seu coração batendo com força, e se perguntou se ela podia sentir também.
Não sabia como pôr o sentimento em palavras, então apenas tocou o rosto de null com uma das mãos, a puxando para mais um beijo intenso e apaixonado, que logo foi interrompido pelo telefone que tocava na cozinha.
— Ugh, quem liga assim tão cedo para a casa dos outros? – reclamou null . Olhou para o relógio no criado mudo e viu que eram 10:07. – Para um sábado de manhã é cedo – disse que antes null falasse algo.
null levantou-se e colocou uma cueca antes de ir atender ao telefone. null resolveu levantar-se também. Vestiu uma camiseta azul com várias estampas do Pernalonga e do Patolino, e um macaquinho jeans.
null ! – Ouviu null chamando-a – Sophie quer falar com você.
Foi até a cozinha e pegou o telefone que ele havia deixado em cima da bancada.
— Oi, Soph — falou enquanto sentava-se em uma banqueta.
null ! Preciso que você pegue as fitas que alugamos na quinta e devolvam na locadora antes das duas da tarde, ou vão cobrar uma multa.
— Por que vocês não devolveram ontem?
— Porque achamos que vocês queriam ver.
— Esquecemos dos filmes, ficamos jogando Mario até tarde ontem.
— Não acredito! Sabe que depois de semanas tentando finalmente consegui alugar o Titanic e você ainda perdeu a chance de ver – reclamou Sophie, e a amiga riu.
— Tudo bem, vou tentar alugar de novo – prometeu null .
— Duvido que consiga. Mas então, que horas vamos nos encontrar para irmos ao show?
— Não sei, talvez as 19? Assim poderemos ir com calma. – Moravam em Atlantic City, em New Jersey, que ficava a duas horas de Nova York, onde seria o show.
— Pode ser! Podem passar aqui em casa? Mason está aqui também.
— Claro!
— Até depois então. Tchau!
— Tchau.
Desceu da bancada e ligou a cafeteira. Estava procurando a caixa de waffles no congelador quando null chegou na cozinha.
— O que ela queria? – perguntou, referindo-se a Sophie.
— Ela quer que a gente devolva as fitas que eles deixaram aqui, e também queria saber que horas vamos, falei para irmos as sete, tudo bem?
— Pode ser – ele concordou. – Sabe, já que teremos que ir devolver as fitas, pensei que poderia te ensinar a andar de patins. Tem um parque com uma pista ótima em frente à locadora.
— Sim! Estou com os patins no carro desde que comprei – null estava animada. Sempre quis aprender a andar de patins, mas sua mãe nunca lhe deixou ter um par para aprender a andar. – Mas não comprei joelheiras nem cotoveleiras – avisou a null .
— Deveria ter pego joelheiras, pelo menos.
— Você disse que iria me segurar caso eu fosse cair, então não comprei – sorriu e deu um selinho em null , que revirou os olhos.
Após devolverem as fitas, foram até o centro do parque que ficava em frente à locadora. Havia uma pista pavimentada onde as crianças e adolescentes costumavam andar de skate e patins.
Passaram uma tarde agradável no parque, null estava com medo no começo, tanto que conseguiu cair e levar null junto consigo até o chão em uma de suas primeiras tentativas de se deslocar com os patins. Mas quanto mais confiança ela tinha, mais rápido andava, até caiu no chão e ralou um dos joelhos.
— Por hoje chega – reclamou enquanto null a levantava do chão. – Não posso ir ao show do Oasis toda quebrada, semana que vem a gente continua – apesar dos tombos que levara, sentia-se feliz.
— Então na outra semana eu trago meus patins para andar com você – sugeriu null .
— Ah não, se consegui te derrubar assim, imagina se você estiver de patins – ironizou null , e null soltou uma gargalhada.
— Por isso te falei que você devia ter comprado as joelheiras. Mas podemos comprá-las quando a gente for procurar as cortinas do meu quarto, o que acha? – sugeriu, enquanto andavam de volta até o carro.
— Pode ser. Sabe onde eu quero ir? Naquele brechó que fica ao lado da locadora, vi duas jaquetas lindas nos manequins, uma jeans e outra de couro – null contou, empolgada – será que jaquetas de couro ainda estão na moda?
— Eu ainda uso, mas não sei se está na moda, Sophie deve saber...
— Falando em Sophie, que horas são?
Já passava das 17:40, e null então sugeriu que eles fossem até em casa para tomarem banho e se arrumarem para o show. As sete da noite estavam saindo do apartamento de null e Mason para buscarem os outros dois amigos.
— Quer ir dirigindo? – null ofereceu a null , no caminho até o carro, um Mercury Comet 1963 conversível, uma herança de seu avô paterno.
— É sério? Achei que você não deixava ninguém encostar no Freddie – null comentou, um pouco surpreso.
— Quem disse isso? – null revirou os olhos. Era verdade que tinha ciúmes de Freddie – havia batizado o carro em homenagem ao vocalista do Queen, uma de suas bandas favoritas.
— O Mason, Sophie – null ia contando nos dedos – basicamente todo mundo que te conhece.
— Então, vai perder essa chance? – ela girava as chaves no dedo.
— Claro que não – null falou, pegando as chaves da mão de null – Você sabe que quero dirigir esse carro desde que nos conhecemos, não é?
— Sei – null riu. – Me ajude a abrir a capota, está quente para andarmos assim.
Entraram no carro, e null colocou um de seus mixtapes para tocar, e em menos de 5 minutos, estavam parando em frente à casa de Sophie. null buzinou, e logo Sophie e Mason apareceram.
— Meu Deus, acho que não estou enxergando direito – começou Mason, exagerado – null está dirigindo Freddie?
— O tempo vai virar, só pode – falou Sophie, espantada – ou null está terrivelmente doente. Você bateu com a cabeça?
— Calem a boca e entrem – null respondeu, rindo.
— Achei que nunca viveria para ver o dia em que outra pessoa estaria dirigindo Freddie – Sophie comentou enquanto entrava no carro. – null , o que você com a minha amiga?
— Mas sabe, Soph, null também fez algo com null , ele nunca foi o tipo de ir em shows – provocou, Mason.
— Talvez vocês realmente devam calar a boca – falou null , — ou sinto que null vai desistir de me deixar dirigir – o comentário fez com que todos rissem.
null tem razão, a cada segundo me questiono se tomei a decisão certa em deixá-lo dirigir Freddie, ainda mais até Manhatthan.
— É claro que foi, sou um ótimo motorista – disse ele, e então deu um selinho em null , que levantou uma das sobrancelhas.
— Sim, eu sei. Mas Freddie é como se fosse meu filho, e sou uma mãe coruja.
null , coloca a fita do Oasis que eu gravei pra você – pediu Mason – assim vamos entrando no clima para o show.
null começou a procurar a fita no meio das outras cassetes que tinha.
— Nem acredito que esse dia finalmente chegou – comentou Sophie – Não aguentava mais Mason falando desse show.
— Eu sei, null estava igual – respondeu null .
— Isso é porque você não viu como eles ficaram no ano passado quando não conseguiram os ingressos – Sophie falou. – Os dois ficaram inconsoláveis! Acho que Mason até chorou.
— Essa foi você, com Backstreet Boys – rebateu o rapaz.
— Eu chorei por causa do Oasis – comentou null – Fiquei horas na fila, e quando chegou na minha vez, tinha esgotado – virou-se para trás a fim de encarar Mason. – Não estou achando a fita que me deu, vou colocar outra coisa então, pode ser?
— Depende do que é – reclamou Sophie.
— New Radicals – respondeu null , assim que os primeiros acordes de You Get What You Give começaram a tocar. – Ouvi dizer que eles vão tocar em um festival em Atlantic City, poderíamos todos ir!

Cantavam a plenos pulmões, animados com o show, enquanto sentiam o vento bater em seus rostos. null pensava em como null havia chegado de mansinho, como quem não quer nada, e como agora fazia parte de sua vida. Não conseguia imaginar como seria ficar sem vê-lo e falar com ele por mais de dois dias. Sabia que fazia pouco tempo, mas sentia que ele ocupava um espaço cada vez maior em seu coração. Gostava disso.
Enquanto isso, null , que antes de conhecer null , passava a maior parte do tempo jogando vídeo game ou jogos de computador, pensava no quanto gostava de sair e conhecer o mundo junto com null , mesmo que uma pequena parte dele. Sentia-se feliz por estar dirigindo, com a mão de null descansando em sua perna direita. Sentia-se sortudo.
A viagem de carro foi rápida, e duas horas e meia depois estavam entrando no estádio, tentando conseguir um lugar mais a frente por insistência de Mason e null . Esperaram tranquilamente até o show começar, enquanto conversavam entre si e com alguns outros fãs que estavam esperando perto deles.
A banda não se atrasou muito, e assim que a luzes se acenderam, o público começou a gritar, e após um “Olá, Nova York”, dito por Liam, os primeiros acordes de Be Here Now começaram.
null adorava ir a shows de suas bandas favoritas, e poder ver Oasis ao vivo, junto com null e seus melhores amigos era sensacional. E null , apesar de não gostar muito de estar no meio de tantas pessoas suadas pulando e gritando, sentia-se bem por ter vindo, ver a felicidade estampada no rosto de null valia a pena.
Quando Wonderwall começou, várias pessoas acenderam isqueiros, e null virou-se para abraçar null . Havia tanto que ela queria dizer a ele, mas não sabia por onde começar ou que palavras usar. Cantou a música em seu ouvido, esperando que ele entendesse o que ela queria dizer realmente. Ele entendeu. Também se sentia dessa forma.


16 de janeiro de 1999

— Eu não acredito que você esqueceu de avisar Mason que precisaríamos da ajuda dele! – null reclamava enquanto ela e null tentavam levar um sofá de três lugares até o terceiro andar, onde ficava o novo apartamento que haviam alugado.
— Eu avisei, enviei um e-mail, mas pelo jeito ele ainda não viu – justificou-se null – Por que não ligou para Sophie então?
— Porque achei que você avisaria!
— Eu avisei! Não tenho culpa que ele não viu a tempo! Ou que ainda não tenha chego.
— Só estou preocupada por causa da nevasca que está vindo – comentou null . – Não quero que nossa cama e os outros sofás molhem.
Os noticiários estavam todos anunciando uma grande nevasca que chegaria no fim de semana, e null e null tinham até dia 18, segunda-feira, para terminar a mudança, estava tudo na caçamba da camionete do pai de null , estacionada em frente ao prédio.
— Vai dar tempo, relaxa, null – dizia null – cuidado aí!
null havia acabado de tropeçar, estava indo na frente, subindo as escadas de costas enquanto ajudava com o sofá, embora o peso todo ficasse com null que estava na ponta de baixo.
null , temos que começar a virar para fazer a curva, você consegue erguer mais o sofá?
— Ai meu Deus! Por que não podemos colocar esse sofá no elevador? Por que não alugamos uma casa?
null começou a rir e soltou o sofá, null fez o mesmo. Encostaram-se no sofá ainda rindo, sem se importar com o que os vizinhos pensariam deles.
— Tô me sentindo naquele episódio de FRIENDS, quando o Ross compra o sofá – comentou null , o que fez null rir ainda mais alto.
Depois de uns 10 minutos rindo, null se levantou e voltou para a ponta de cima do sofá.
— Vamos, a gente consegue levar esse sofá, faltam só 2 andares – null riu, e concordou. – Mas assim que sairmos da escada vou buscar o telefone que está dentro do carro para poder telefonar para Mason.
— Se a linha estiver funcionando, é claro – comentou null .
— Droga! Espero que a companhia telefônica já tenha ativado a linha mesmo, ou terei que pedir para algum vizinho.
Tiveram algumas dificuldades, mas com muito esforço conseguiram levar o móvel até o primeiro andar.
— Eu tô com os braços doendo, vou ligar para o Mason agora – avisou null .
— Vou esperar aqui no sofá – disse null , sentando-se.
null correu até a camionete, e depois até o terceiro andar, no seu novo apartamento, torcendo para que a linha estivesse funcionando. Após ligar para seu amigo, desceu para esperar com null .
— E aí? – perguntou ele, assim que avistou null .
— Está vindo. Vai trazer Sophie para me ajudar com as malas que ficaram no outro apartamento – deitou-se no sofá com a cabeça no colo de null – assim enquanto vocês lidam com os sofás e a cama, vamos trazendo as roupas e coisas menores.
— Que bom, acho que conseguiremos terminar a tempo – comentou null , enquanto mexia nos cabelos de null .
— Mason quis saber por que não o chamamos antes – ela lançou um olhar acusar a ele, que revirou os olhos.
— De novo não.
— Só estou comentando – defendeu-se ela.
Se passaram alguns segundos quando null começou a rir, então se sentou e olhou para null .
— Nós vamos morar juntos!
— Sim, e qual é a graça? A gente já estava praticamente morando juntos.
— Eu sei, é que... Bom, não achei que chegaríamos tão longe.
null refletiu por alguns segundos.
— Se bem me lembro, era pra ser só uma noite – ele soltou um risinho – o que mudou?
— Você me chamou para ir com você ao Arcade...
— E isso fez você se apaixonar por mim? – null começou a rir, o que fez null rir.
— É claro que não! Mas foi um dia muito divertido. E depois fomos jogar cartas com Sophie e Mason... Não sei, acho que gostei da sua companhia desde o primeiro momento, quando estávamos no terraço assistindo aos fogos, e depois quando ficamos dirigindo pela cidade depois de jogar papel na casa do Noah.
null soltou uma gargalhada.
— Nunca fiz esse tipo de coisa até conhecer você – comentou null , então inclinou-se para beijar a testa de null .
— Eu também não, – admitiu ela – gosto de saber que tivemos muitas primeiras vezes juntos, desde depredar a casa de alguém até nadar pelado no meio da noite – a lembrança fez com que os dois rissem.
— Imagino qual será nossa próxima loucura...
— E se a gente fizesse uma roadtrip até a Califórnia? Podemos ir para o litoral, San Francisco, e é claro, Las Vegas! – sugeriu ela.
— Atravessar o estado de carro, null ? Acha que Freddie aguentaria?
— É claro que sim! Eu cuido muito bem dele.
— Tem muita coisa para vermos no caminho até lá, e eu sempre quis ir para San Fran. A gente podia até se casar em Vegas – comentou null , rindo.
— Isso foi um pedido, null ? – null ergueu uma sobrancelha, e começou a rir de null que enrubescia e gaguejava. – Sei que não foi, relaxa.
— Sua boba, — ele falou, rindo. – Eu teria me esforçado mais se fosse um pedido de casamento.
— Eu sei – ela respondeu, inclinando-se para beijar a boca de null .
Estavam se beijando apaixonadamente já havia alguns minutos quando ouviram alguém pigarreando, e perceberam que Sophie e Mason haviam chegado.
— Estão muito ocupados ou ainda querem ajuda com o sofá? – perguntou Mason, irônico.
null mostrou a língua para o amigo e então saiu de cima do sofá para que os dois rapazes o levassem até o apartamento enquanto ela e Sophie iam buscar as roupas e outras coisas menores na sua casa e no antigo apartamento de null .
Depois de algumas horas de mudança, null e Mason conseguiram levar os sofás, a cama e a televisão para o apartamento, enquanto Sophie e null trouxeram todas as roupas, e várias caixas recheadas com livros, CD’s, vídeo game, jogos de tabuleiros e a louça. Os amigos se despediram e foram para casa, pois já havia começado a nevar e logo seria perigoso.
— Ainda bem que não tivemos que nos preocupar com fogão e geladeira – comentou null enquanto guardava pratos e copos nos armários.
— Falei que a gente deveria ter contratado alguém para fazer a mudança – respondeu null que estava abrindo as caixas para ver o que tinha em cada uma. – Aposto que você está todo dolorido, e eu não sei onde estão os remédios.
— Não tem problema, nem está doendo tanto.
— Já sei, temos uma banheira agora, vou preparar um banho quente para você.
— Só se você vier comigo – null convidou, puxando null para um beijo.
— Vou com você para qualquer lugar – sorriu ela, beijando-o mais uma vez.





Fim!



Nota da autora: Olá, pessoal! Tudo bacana? Hehe
Espero que vocês tenham gostado de ler e tenham se divertido tanto quanto eu. Adoro os anos 90 e tentei colocar um pouquinho dessa década maravilhosa nessa fic.
Fiquei tão inspirada que até criei uma playlist, vou deixar o link para quem quiser.
Obrigada pela leitura, beijinhos!





Outras Fanfics:
Midnight Love [Atores – Shortfics]
http://fanficobsession.com.br/fobs/m/midnightlove.html
Epic Detour [Harry Styles – Em andamento]
http://fanficobsession.com.br/fobs/e/epicdetour.html



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus