FFOBS - 06. Need U, by Pâms

Only One That I Want

Definitivamente aquele foi o maior fora que levei na minha vida, porém foi o dia em que consegui entrar em seu coração.

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Era final de primavera quando a conheci, em meio às gravações de um dorama sofri uma leve contusão, um pequeno acidente que me levou ao Hospital Universitário de Yosen. Lá estava ela, com seu jaleco branco prancheta na mão e coordenando toda a equipe de enfermagem. Inicialmente meu manager pediu para que eu fosse atendido por um médico, mas fiquei tão concentrado nela que preferi ser atendido pela própria enfermeira chefe.

— Aparentemente você só deslocou o tornozelo, segundo o que vejo nesse raio X. — disse ela tranquilamente, meus olhos continuaram fixados em seu sobrenome bordado no jaleco — Está sentindo mais alguma coisa, senhor ?
— Enfermeira , — disse num tom baixo — não sinto mais nada, graças aos seus cuidados.
— Sou somente uma enfermeira, por isso recomendo que espere pelo ortopedista para que possa te examinar melhor, assim ter um diagnóstico preciso. — recomendou ela, retirando do bolso um frasco — Caso sinta algum tipo de dor relacionado ao tornozelo, um comprimido já basta, é o que os médicos recomendam.

Ela se afastou assim que eu peguei o frasco de sua mão, seguindo em direção a outro paciente que estava com o braço enfaixado. Aproveitei aquele momento de descanso para tirar um cochilo, minha jornada tripla de ator, cantor e modelo estava quase me matando, como se sugasse cada ponta de energia minha. As horas se passaram e na saída do hospital, avistei a enfermeira já sem o seu jaleco, observei bem em sua blusa verde floral, imaginando se aquela seria sua cor favorita, um jeans rasgado e all star branco.

A vendo agora com roupas comuns, percebi que sua beleza era ainda mais fascinante para mim, as curvas avantajadas do seu corpo fugiam dos padrões coreanos, algo que despertava ainda mais meu interesse, além daquele olhar singelo e suave que me hipnotizou desde o instante que ela me olhou.

— Enfermeira. — me aproximei dela discretamente, enquanto ajeitava o boné em minha cabeça para esconder meu rosto, analisei um pouco mais aquela blusa verde, pareciam margaridas estampadas no tecido.
— Você de novo, achei que o dr. Han tivesse de dado alta?! — ela me olhou surpresa — Já não deveria ter ido?
— Aproveitei o momento para descansar um pouco. — expliquei com naturalidade.
— Cuide bem de sua saúde, posso perceber o cansaço em seu rosto, vejo que está abatido pela rotina do trabalho. — ela era extremamente precisa em suas análises de mim.
— Você realmente sabe das coisas. — sorri de canto.
— Oh não, eu apenas sei como é trabalhar muito. — ela se virou para o táxi que estava estacionado perto.
— Posso dividir com você? — perguntei abrindo a porta para ela.
— Seu manager está te esperando logo mais à frente. — retrucou ela entrando no carro.
— Acho que ele sobrevive sem mim, além do mais, quero ir para outro lugar. — entrei logo atrás de forma natural — Se voltar para a agência, vão me obrigar a ensaiar.
— Não acha que é estranho uma celebridade saindo de um hospital acompanhado por uma enfermeira? — perguntou preocupada.
— Poucas pessoas sabem que estive aqui, e estou muito bem disfarçado. — respondi.
— Com esse boné sem sentido? — ela fez uma careta estranha.
— Sim. — eu ri baixo — Fique tranquila, você não terá sua privacidade violada pelos paparazzi.
— Desculpe a sinceridade, mas ela já foi violada assim que entrou no táxi. — sua voz mesmo suave, foi impactante naquela frase.
— Se quiser, posso sair. — sugeri.
— Agora que está aqui, você paga o táxi. — ela virou sua face para a rua, parecia esconder um discreto sorriso no canto o rosto.

Nos dias seguintes eu sempre dava desculpas de dores físicas para ir ao hospital ver ela, em dias alternados, mesmo em alguns momentos me rejeitando e ignorando como se eu não existisse, suas ações só me faziam querer entendê-la e saber realmente o que achava de mim. Ela era uma mulher interessante e linda, me perguntava se eu realmente conseguiria despertar sua atenção.

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— Ainda não acredito . — disse me chamando pelo sobrenome.
— Acredita no que? — o olhei sem entender.
— Como um cara com tantas mulheres aos seus pés, vai se interessar logo por uma que só te ignora? — desabafou ele se referindo a mim.
— Yah! Não é para tanto. — dei de ombros jogando minha mochila no chão ao lado do sofá.
— Há quanto tempo você está correndo atrás dela? Três meses? — perguntou — Isso está atrapalhando sua carreira, já saíram rumores por aí.
— Não ligo para rumores, e desde quando minha vida pessoal afeta a profissional? — cruzei os braços — Sempre fui pontual com cada compromisso, além do mais, para mim está sendo divertido me aproximar dela, foram os últimos seis meses mais interessantes da minha vida.
— Viu, seis meses. — enfatizou ele — Quem em sã consciência vai se arrastar por uma mulher por seis meses?
— Estou sentindo uma ponta de orgulho ferido misturado com inveja, vindo de você. — ironizei um pouco.
— Claro que não. — retrucou ele — Ela pode até ser bonita, mas vamos combinar que existem mulheres melhores, e levando em conta seu corpo, ela não é meu tipo ideal.
— Para mim, a enfermeira é perfeita! Ahhhh, aquele corpo, sonho com ele quase todas as noites. — senti uma ponta de brilho nos meus olhos, me joguei no sofá do estúdio de gravação — Nunca gostei de mulheres magrelas e padronizadas para encerrar o assunto, e a vida é minha, então não se preocupe com as minhas aventuras amorosas.
— Só estou dizendo para não sair machucado depois, ela não parece ser interessada em k-ídols. — retrucou novamente.
— Melhor ainda, não quero mulheres que se interessem pelo que tenho e sim pelo que eu sou. — sorri ao me lembrar do sorriso dela.
— Você parece confiante com isso. — ele encostou na parede e cruzou os braços — Não me leve a mal, só estou um pouco amargurado com o amor esses dias.
— Lamento pelo término do seu namoro meu amigo, mas isso não significa que vai dar errado para mim também. — me reclinei mais no sofá fechando os olhos — Tenho certeza que minha enfermeira irá corresponder meu amor.

Eu ouvi um riso de deboche vindo dele, mas não me importei com isso, meu amigo estava passando por uma desilusão amorosa, então não o julgaria. Logo à noite chegou e após finalizarmos a pré-gravação do meu primeiro álbum solo, enviei uma mensagem a ela. Nosso sétimo encontro seria em uma cafeteria pouco conhecida, meu disfarce não estava tão bom assim, mas consegui despistar as fãs que se encontravam na frente do estúdio da empresa.

Assim que entrei na cafeteria e subi as escadas para o mezanino, meu olhar já a alcançou numa mesa ao fundo, sempre discreta com o fone de ouvido e um livro de enfermagem. Era uma rotina, eu já conhecia todos os seus livros da profissão.

— Estou feliz que tenha aceitado. — disse entregando um pequeno arranjo de tulipas, havia descoberto ocasionalmente que eram suas favoritas.
— Obrigado. — disse ela ao retirar o fone do ouvido e pegar o arranjo — Chegou agora?!
— Sim, confesso que tive vontade de ficar te olhando, mas queria te entregar logo as flores. — respondi me sentando na cadeira frente a ela — Enfermagem em cardiologia, esse livro é novo.
— Anda reparando em meus livros também? — ela me olhou admirada.
— Eu reparo em tudo que a cerca. — admiti com sinceridade — Inclusive, gostei do novo corte de cabelo, te deixou ainda mais linda e jovial.
— Obrigado. — ela sorriu um pouco tímida, depois suspirou fraco — Cortei a uma semana e você é a primeira pessoa que repara.
— Não acredito que tem uma semana que não a vejo. — fiz uma cara de tristeza — Odeio quando tenho que me trancar no estúdio para algum comeback, queria poder me trancar com você!
— Pare de dizer besteiras. — ela desviou o olhar para o cardápio.
— Quantos vezes terei que dizer que estou sendo sincero em cada palavra que digo?! — reclamei um pouco frustrado — Não entendo que depois de todos esses meses ainda não acredite em minha honestidade.
— Sabe o que penso sobre isso, o que acontece entre nós… — ela hesitou em continuar.

Sim, eu sabia e odiava. Não entendia o motivo de toda aquela insegurança que ela possuía sobre sermos mais próximos e íntimos, ser mais que um simples conhecido ou amigo era o que mais queria. Após esses sete meses e muitas pesquisas discretas sobre sua vida, descobri o quanto ela era complexa quando o assunto era sua aparência física, traumas do passado que formaram cicatrizes em seu coração, o que me deixava ainda mais desejoso de poder curar todas elas.

O que mais me chateava era quando duvidava de meus elogios, ignorando que alguém como eu pudesse de fato se interessar por ela, sua preocupação por ser três anos mais velha que eu ajudava a se afastar ainda mais. Contudo, aquilo não me desmotivou nenhum pouco, eu provaria para ela que meus sentimentos eram puros e verdadeiros.

— Aqui é mesmo um bom lugar. — disse ela mudando de assunto assim que fomos servidos, pegando em sua xícara com cuidado pois estava quente — Gostei muito da decoração também.
— Eu encontrei essa cafeteria quando estava fugindo de uma sassaeng¹. — contei tranquilamente me lembrando do dia — Depois por acaso descobri que a dona estudou na mesma sala que meus pais no ensino médio.
— Que mundo pequeno. — ela sorriu naturalmente.

Toda vez que fazia aquilo era como se o mundo desaparecesse e somente existisse nós dois, meu coração se aquecia de imediato.

— Por que não medicina?! — já havia tempos que queria fazer essa pergunta.
— Médicos são um pouco frios de distantes, enfermeiros estão sempre mantendo mais contato com os pacientes, eu gosto disso. — explicou ela — A responsabilidade é a mesma, trabalhamos com vidas.
— Você parece amar o que faz. — deduzi corretamente.
— Sim, salvar vidas é fascinante. — seus olhos brilharam e ela sorriu novamente.
— Seu sorriso que é fascinante. — deixei fluir a sinceridade em minha voz.
— Ainda sinto que tem problemas com sua visão. — ela se encolheu meio sem graça — Não consigo encontrar tudo isso que você vê em mim.
— Precisamos trocar essa lente então. — eu aproximei minha mão de seu rosto e retirei seu óculos com suavidade — Você é encantadora, linda, interessante, inteligente e muito maldosa comigo.
— Está me deixando sem graça agora. — ela pegou seu óculos de volta e desviou o olhar para o prato, seu pedaço de torta de limão ainda estava pela metade.
— Ainda que não acredite , é a verdade que está em meu coração. — intensifiquei meu olhar nela.

Queria tanto que ela acreditasse, queria que ela não se sentisse inferior a ninguém, meu desejo era somente mostrar que ela era a única que verdadeiramente conquistou meu coração, sem o menor esforço e nem tentar, isso fazia ainda mais meu interesse se voltar todo nela.

— Do que está rindo? — perguntou ela curiosa.
— Pode até tentar não chamar a atenção, mas você é especial demais, é impossível estar perto de você e não ficar admirado.

Ela ficou em silêncio até o final de nossa refeição. Discretamente peguei-a pela mão e saímos pelos fundos, havia reconhecido uma sasaeng do fandom² pessoal de . Caminhamos por alguns minutos, aquele final de tarde de outono estava propício para uma declaração de amor.

— Eu realmente não quero continuar com essa brincadeira. — disse ela parando de repente, a rua estava vazia para minha surpresa.
— Que brincadeira? — não entendia suas palavras.
— Você interessado em mim.
— Acha que estou brincando? — aquilo havia me ferido por dentro.
— Sinceramente?! Acho! — a insegurança em sua voz me machucava ainda mais — Você é uma celebridade, pode ter a garota que quiser, o que um homem como você iria querer com uma mulher como eu?
— Eu não sou tudo isso, sou somente um cara comum que faz música e que se apaixonou pela mulher mais incrível que conheceu na vida. — segurei um pouco as minhas emoções em forma de lágrimas no canto dos olhos — A verdade é o que uma mulher maravilhosa como você, veria em um simples cara como eu?!

Ela ficou em silêncio, parecia estática com minha afirmação, se olhar de surpresa havia um pequeno brilho escondido.

— Deixo meu coração em suas mãos agora. — fechei meus olhos esperançoso — Se me beijar estará me dando a chance de provar que meus sentimentos por você são verdadeiros.

Os instantes que se passavam pareciam eternos, como o tempo parado no relógio, cada segundo sem um ação dela, minha reação era ficar ainda mais angustiado, pensando que novamente seria rejeitado por ela.

— Me desculpe. — sussurrou ela — Mas não consigo.

Senti um aperto no coração e abrindo meus olhos, ela já estava de costas indo embora, não me contive e tomei impulso a segurando pela mão, fazendo-a se virar para mim. A abracei sem deixar que afastasse novamente, ela foi se aninhando aos poucos em meu braços enquanto se rendia as próprias lágrimas. Foi o gatilho para perceber que sua insegurança era o que a mantinha longe de mim, o que me fazia pensar que sentia algo também.

Desta vez não a deixaria sem lutar por seu coração.

— Posso sentir que gosta de mim, como eu gosto de você. — afirmei assim que ela se agarrou ainda mais em minha camisa, como se lutasse contra si mesma para não me deixar.
— Sempre tive medo de me apaixonar de novo… — sussurrou ela — Estava segura de que não aconteceria novamente, até você aparecer… Eu…
— Não se preocupe, vou afastar todos esses sentimentos do passado que te fazem sofrer, meu amor será seu porto seguro. — sussurrei de volta transmitindo todo o meu carinho por ela naquele abraço.

Finalmente eu estava mais perto do seu coração, definitivamente não deixaria passar essa oportunidade, meu amor sincero ajudaria a cicatrizar suas feridas do passado!

"느낌부터너무달라
Você é diferente,
넌평범하지가않아
Você não é como as outras garotas
절대울리게하지않아
Eu nunca irei te fazer chorar.
그러니까이제좀안겨
Então, por favor, venha agora para os meus braços."
- Need U / Monsta X

“Chance: É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. - O Pequeno Príncipe” by: Pâms

The End!

Nota da autora:
Mais um ficstape, esse escrevi com o dobro de carinho para minha mana carioca sNowS, do Monsta X e uma canção que gosto muito *-* demorou mais chegou seu presente de aniversário!! Espero que todos gostem da história!!! Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!