Prólogo
Era uma menina. A nova herdeira da família de Paulo era uma linda garotinha. já tinha dois meses e era neta de um dos maiores nomes daquela cidade localizada na Ilha do Marajó, mesmo a família tendo mudado para a capital, o respeito e o conhecimento ainda era o mesmo.
- Celina, quando vamos levar a menina para conhecer a nossa cidade?
- Deixe-a aqui por um tempo, meu querido. Quando for seguro, levaremos. - respondia sua mulher e sempre lhe dava um abraço apertado. Celina sabia que a capital não agradava o marido e que ele sentia falta de seus afazeres na enorme propriedade da família.
O tempo passou e finalmente a herdeira completou dois anos e ela finalmente conheceu a tal cidade de Soure. Assim que a família desceu do navio, por onde passavam eram cumprimentados sempre com sorrisos e muita alegria, já que eles estavam de volta em casa. Chegaram à propriedade e a primeira coisa que a pequena fez foi correr pelo enorme quintal lotado de árvores. A menina ria e só queria rolar pela areia do local.
- ! Venha conhecer seus colegas. - a mãe gritou e a menina fez bico, ela não queria sair dali de jeito nenhum.
- Deixe-a, Cláudia. - o avô falou ainda admirando a beleza da neta enquanto ela corria e brincava no quintal. - Ela está feliz.
- Ela precisa conhecer as pessoas. - retrucou e andou até a menina pegando-a no colo. - Vamos.
- Não quero. - respondeu a pequena empurrada.
- Quer sim. - repreendeu e levou a menina até a vizinha, sendo seguida pelos pais. - Olá!
- Como ela está linda! - dona Júlia falou assim que viu a menina no colo de Cláudia.
- Minha neta cresceu! - Paulo falou orgulhoso. - Cadê o garotão?
- Vou buscá-lo. - falou e entrou em casa. Assim que voltou, veio acompanhada por um lindo garoto de olhos azuis enormes e pele morena. - Cumprimente a neta do Seu Paulo, ande. - falou e Cláudia colocou no chão. A menina ficou parada olhando o novo estranho que havia acabado de chegar.
- Oi! Meu nome é ! - falou o garoto de quatro anos todo animado com a nova amiga.
- Olá, meu nome é e eu sou neta dele. - falou e apontou para o avô, que riu todo orgulhoso da criança.
- Quer brincar? - o garotinho perguntou e a menina prontamente correu para o quintal de sua casa sendo seguida pelo garoto .
- Celina, quando vamos levar a menina para conhecer a nossa cidade?
- Deixe-a aqui por um tempo, meu querido. Quando for seguro, levaremos. - respondia sua mulher e sempre lhe dava um abraço apertado. Celina sabia que a capital não agradava o marido e que ele sentia falta de seus afazeres na enorme propriedade da família.
O tempo passou e finalmente a herdeira completou dois anos e ela finalmente conheceu a tal cidade de Soure. Assim que a família desceu do navio, por onde passavam eram cumprimentados sempre com sorrisos e muita alegria, já que eles estavam de volta em casa. Chegaram à propriedade e a primeira coisa que a pequena fez foi correr pelo enorme quintal lotado de árvores. A menina ria e só queria rolar pela areia do local.
- ! Venha conhecer seus colegas. - a mãe gritou e a menina fez bico, ela não queria sair dali de jeito nenhum.
- Deixe-a, Cláudia. - o avô falou ainda admirando a beleza da neta enquanto ela corria e brincava no quintal. - Ela está feliz.
- Ela precisa conhecer as pessoas. - retrucou e andou até a menina pegando-a no colo. - Vamos.
- Não quero. - respondeu a pequena empurrada.
- Quer sim. - repreendeu e levou a menina até a vizinha, sendo seguida pelos pais. - Olá!
- Como ela está linda! - dona Júlia falou assim que viu a menina no colo de Cláudia.
- Minha neta cresceu! - Paulo falou orgulhoso. - Cadê o garotão?
- Vou buscá-lo. - falou e entrou em casa. Assim que voltou, veio acompanhada por um lindo garoto de olhos azuis enormes e pele morena. - Cumprimente a neta do Seu Paulo, ande. - falou e Cláudia colocou no chão. A menina ficou parada olhando o novo estranho que havia acabado de chegar.
- Oi! Meu nome é ! - falou o garoto de quatro anos todo animado com a nova amiga.
- Olá, meu nome é e eu sou neta dele. - falou e apontou para o avô, que riu todo orgulhoso da criança.
- Quer brincar? - o garotinho perguntou e a menina prontamente correu para o quintal de sua casa sendo seguida pelo garoto .
Capítulo 01
17 de Julho de 1991
- Vai ! - gritou e eu comecei a correr desesperadamente até a Laranjeira mais próxima, que ficava no final do quintal. Se eu conseguisse apanhar mais de três ganharia de , que tinha apanhado apenas duas. Cheguei à Laranjeira e comecei a escalar. Subir em árvores era coisa fácil para mim. Em todas as férias eu sempre iria para Soure e amava correr pelo quintal enorme da fazenda do meu avô, subir nas árvores ou andar nos búfalos ou cavalos. Aqueles dias eram os melhores.
- , isso tá muito alto! - gritei e apontei para a maior laranja da árvore.
- Te estica, menina!
- Não dá! - gritei novamente sem nem tentar chegar à laranja mais alta.
- Coloca o teu pé nesse galho e tenta! Anda, ! – gritou. Respirei fundo e fiz o que mandou. Consegui me manter firme no galho e puxei a tal laranja, eu já tinha duas.
- Pega aí! - falei e joguei as laranjas para ele.
- Falta uma, !
- Eu não vou conseguir! - respondi já quase para pular da árvore.
- Se você pegar outra laranja, eu deixo você montar no Sereno.
- Jura?
- Juro. - gritou e eu passei meu pé para o outro galho. Estiquei minha mão direita e puxei outra laranja. Finalmente! E finalmente eu iria montar no Sereno!
- Toma! - gritei e joguei a última laranja em sua direção.
- Desce daí! – gritou. Eu ri, desci três galhos e pulei da árvore. - Você é louca, pulou muito alto!
- Não pulei não. - retruquei e limpei a terra que estava na minha roupa.
- Não foi justo! - se manifestou e veio até nós.
- Claro que foi! Eu subi e ainda desci pulando!
- Mas o ...
- Eu não fiz nada. - falou e eu ri alto.
- Sua namorada é muito encrenqueira. - provoquei e corou. arregalou os olhos azuis e eles ficaram ainda maiores.
- Ela não é minha namorada, sua pirralha.
- Eu tenho doze anos e ela é sim! , você não disse que o te beijou embaixo da mangueira?
- Eu... eu...
- Ela mentiu, ! Você só pode estar louca né, ? Vou contar tudo para a dona Chica.
- Relaxa, . Eu não tenho ciúme não!
- Você é uma idiota! - gritou e eu comecei a rir. - Do que tu estás rindo, ? Eu não sou namorado da , tá louca?
- Tá bom, chorão. Vamos logo que eu quero andar no Sereno. - retruquei e ele jogou as laranjas para .
- Você me paga, .
- Vá lá com sua menininha da capital! - gritou e lhe mostrou o dedo do meio.
- Mimadinha. - falei e saí correndo com atrás de mim.
- Vou andar no seu cavalo depois.
- No Bentinho não, vai andar na Capitu.
- De onde você tira esses nomes?
- Machado de Assis. - respondi e me olhou sem entender nada.
- Esqueça. - falei e ele passou o braço por meus ombros, seguimos pela ruazinha de terra e começamos a ver a entrada da fazenda do pai de .
só podia ter algum tipo de retardo. Eu, namorado da ? Pelo amor de Deus. era louca, me perseguia e minha avó vivia dizendo para eu namorar com ela, já que ela vivia na mesma cidade que eu. Era um saco virar adolescente e todo mundo começar a te dizer coisas. O que eu realmente queria era ter a idade de e brincar para sempre com ela, já que ninguém falaria nada. Ali em Soure, ter 14 anos já significava pegar as menininhas da cidade e aquilo me perturbava sempre.
- Cadê o Sereno? - perguntou e tirou meu braço de seus ombros.
- Vamos lá. - respondi e a guiei até onde Sereno estava. Assim que o viu, correu até ele e começou a enchê-lo de carinho.
- Quero cavalgar! Coloque a cela dele, .
- Cuidado, entendeu? Vou pegar o Trovão para te acompanhar.
- Não precisa. - falou e passou novamente a mão pelo cavalo.
- Precisa sim. - falei e deixei-a sozinha com Sereno. Sereno era um Galiceno preto, ágil e veloz, e eu o amava. Ganhei-o quando tinha doze anos, a idade de , e desde então ele tinha se tornado o meu melhor amigo. Eu tinha ciúmes do Sereno e não deixava ninguém montá-lo, mas era diferente. Sempre tinha sido diferente e sempre iria ser. Entrei no lugar onde guardavam os utensílios da fazenda e peguei uma cela. - Voltei, . - falei e não obtive resposta, dei uma olhada e não estava mais lá. Louca. Entrei no estábulo, coloquei a cela no Trovão e montei. - Rápido Trovão, me ajude a achar aquela louca! - guiei Trovão pela fazenda e encontrei-a perto dos jambeiros. tinha descido do Sereno e comia os jambos caídos no chão. - Qual o seu problema?
- Eu disse que não precisava vir atrás de mim. - falou e lambeu os dedos.
- Você montou sem cela!
- E daí? Não dói. - falou e esticou as pernas. Suas lindas pernas morenas. - Queres um? - perguntou e pegou outro jambo.
- Obrigado. - falei, desci de Trovão, sentei ao seu lado e peguei o jambo de sua mão.
- .
- Oi? - Será que vamos ser sempre assim?
- Espero que sim. – respondi. Ela sorriu e deitou a cabeça em meu ombro.
comeu mais três jambos e eu comi cinco. Ficamos jogando conversa fora até que ela se levantou. Fiquei olhando a forma que ela subia com tanta naturalidade em Sereno, como se fizesse aquilo todos os dias, como se já tivesse nascido com o mesmo dom de seu avô. bateu os pés e Sereno começou a andar, ela ficava linda em cima daquele cavalo.
- Você não vem? - perguntou, eu me levantei, montei no Trovão e em segundos já estava ao seu lado.
- Ei! - a chamei assim que ela saiu de cima do Sereno. me olhou enquanto amarrava os longos cabelos lisos negros, eu os amava.
- O que foi?
- Qual é o seu mês favorito? - perguntei e ela pareceu pensar por um momento.
- Julho. Eu gosto de Julho. É férias, não tem aula, e eu viajo! Por quê?
- Porque o meu mês favorito também é Julho. - respondi e ela sorriu lindamente.
17 de Julho de 1994
- , tens certeza que não convidou o para ir com você?
- Mãe, vai ser preciso eu repetir quantas vezes que eu não chamei o para viajar? Ele foi para Campos do Jordão com os pais dele.
- Ainda bem, não quero esse garoto viajando sozinho contigo!
- Mãe, tá bom, que saco! – respondi. Fechei a mochila, a coloquei nos ombros, calcei a sapatilha e saí do quarto deixando minha mãe falando sozinha. Desde que ela deduziu que eu estava namorando com o , ela não falava de outra coisa, era sempre o mesmo disco: você não pode namorar, vai estudar."
- Mas se ele for, eu vou saber e você sabe disso não sabe? Todo mundo lá conhece nossa família e a neta do Paulo levando um garoto para casa ia ser comentário na boca de todos ali! Então, você que sabe.
- Tchau, mãe. Vou ficar lá com a vovó, vou andar de búfalo e de cavalo na fazenda e voltar para casa. Está bom para a senhora?
- Ótimo.
- Só não estrague minhas férias, por favor. - pedi e ela me abraçou. Minha mãe só podia ser louca.
- Eu só fico preocupada com a minha filhinha.
- Pois não fique. Quando eu chegar lá, eu te ligo.
- Tudo bem! - mamãe respondeu e eu saí de seus braços assim que escutei uma buzina. - Deve ser o táxi. Comporte-se, . - concordei mecanicamente e praticamente corri até o pátio de casa, abri o portão e entrei no táxi.
- Para o terminal hidroviário, por favor! - pedi e o motorista acelerou. Respirei aliviada. Depois de três anos eu estava finalmente voltando para o meu Marajó.
- , já terminou com o Sereno?
- Já, pai. - respondi e coloquei Sereno no seu lugar. Limpei as mãos na calça e saí do estábulo.
- Preciso de um favor.
- Fale.
- Preciso que vá buscar a neta do Seu Paulo no terminal.
- A ?
- Quem mais seria a neta preferida de Paulo ?
- Mas ela não vem mais aqui, acho que tem dois anos.
- Ela resolveu voltar, . E tu vais buscá-la.
- Tá bom. - respondi e entrei em casa. Fui para meu quarto, tirei minha roupa e andei em direção ao banheiro. Era ótimo ter um bem no meu quarto. Tomei meu banho, vesti uma calça jeans, uma blusa, me calcei, passei perfume e saí dali.
- O navio já deve estar atracando, se eu fosse você iria logo.
- Vou a cavalo ou andando?
- Como tu preferir, , só vai buscar a menina!
Resolvi ir a cavalo, o terminal era relativamente perto e talvez gostasse de montar depois de todos aqueles anos. Tirei Sereno e Trovão do estábulo e andei com eles até o terminal. Assim que cheguei pude ver várias pessoas andando apressadas, outras abraçando alguns familiares e algumas parecendo perdidas, mas ali não tinha nenhum sinal da menina dos cabelos longos e negros de três anos atrás.
- ? - uma voz conhecida me chamou e eu virei. Era . Ela estava diferente, mas continuava linda, seus cabelos continuavam negros, mas agora eram curtos e os cachos se misturavam com os fios lisos. O corpo dela também tinha mudado e ela parecia um pouco mais alta, mesmo ainda sendo menor que eu.
- ! - falei e a abracei forte, inalando seu perfume. Naquele instante me dei conta de como sentia falta daquela garota.
Esperei todas aquelas pessoas apressadas saírem do navio. Mesmo tendo passado só três anos, muita coisa ali em Soure tinha mudado. Mas tudo ainda continuava sendo o meu Marajó, a ilha e a capital que eu mais sentia falta. Respirei o ar daquela cidadezinha que tanto me trazia paz e continuei a andar. Olhei em volta e não achei ninguém conhecido. Devolvi alguns sorrisos e continuei a andar, até que vi um corpo moreno de tanto pegar sol, dono de um cabelo castanho queimado, tomando conta de dois cavalos. Sorri instantaneamente, pois só podia ser o .
- ? - perguntei e ele virou quase instantaneamente. O menino que eu brincava desde criança estava lindo. Seus olhos pareciam brilhar e agora, ele não era mais dono de um corpo magro e franzino. Era dono de músculos definidos que ainda eram perceptíveis mesmo com a blusa quadriculada. Seus cabelos pareciam queimados iguais a sua pele. deveria passar muito tempo no sol cuidando daquela fazenda.
- ! - falou e me abraçou forte. Ele cheirava a hortelã e terra molhada e eu me dei conta que amava aquele cheiro. - Estás diferente.
- Você também! - falei e andei até os cavalos. - Você continua a mesma coisa, amigão.
- Sereno sentiu a tua falta. Trovão também.
- E eu senti a falta dos dois. - falei e comecei a acariciar os dois cavalos.
- A minha falta não sentiu?
- Um pouquinho. - brinquei e ele riu. pegou minha mochila e eu agradeci.
- Tu ainda sabes montar, querida?
- Isso é como andar de bicicleta! - falei e ele riu novamente.
- Dessa vez tu vais no Trovão, entendeu?
- Você continua um chato. - retruquei e montei no lindo Andaluz castanho.
- Tu que és uma chata. - respondeu e eu ri. montou no Sereno sem dificuldade e eu o observei enquanto ele andava com o cavalo. Tudo ali parecia tão natural. Trovão começou a galopar um tempinho depois e logo eu já estava ao lado de . Ele parou em frente à fazenda do meu avô e eu desci de Trovão.
- Obrigada por ter ido me buscar.
- As ordens. - falou e eu sorri. desceu de Sereno, devolveu minha mochila e se virou para andar até a propriedade de sua família.
- !
- Oi? - virou para mim e parou os cavalos.
- Te encontro aqui daqui uma hora, ok? Quero ir até ao Sussurro. - falei e ele sorriu, passei as mãos pelos cabelos e entrei correndo em casa.
- Que cara de felicidade é essa, meu filho? - minha mãe perguntou assim que passei pela cozinha.
- Não é nada. Tenho que sair.
- Você não vai sair enquanto não comer alguma coisa. - mamãe repreendeu e praticamente me empurrou para a mesa. Peguei o menor pedaço do frango frito, coloquei só duas colheres de arroz e uma concha de feijão; comi rapidamente, bebi água na mesma velocidade e corri para o meu quarto. Troquei a calça que usava por uma bermuda e a blusa quadriculada por uma branca. Calcei as sandálias e praticamente corri para a porta de casa. - Para onde tu vais com tanta pressa, ?
- Até depois, mãe. - gritei e fui direto para o estábulo. Peguei Sereno, coloquei a cela e fui em direção a entrada da propriedade da família . demorou uns dez minutos, até que eu a vi puxando um lindo Hunter branco. Ela usava um short que deixava praticamente toda a sua coxa descoberta e uma blusa regata azul clara. Seus cabelos curtos estavam presos numa espécie de rabo de cavalo que deixavam vários fios soltos. Ela ainda continuava linda.
- Vamos. - falou simplesmente e montou com facilidade no Hunter. Deixei-a passar na minha frente e fiquei admirando aquela garota que todo mês de Julho vinha até Soure e fazia minhas férias serem as melhores. A única coisa que eu queria naquele momento era beija-la. Chegamos ao Sussurro e escolheu uma árvore próxima ao rio, deixou o cavalo um pouco mais afastado. Eu deixei Sereno no mesmo local e fui me sentar ao lado dela.
- Por que você quis vir aqui no Sussurro?
- Senti falta daqui.
Sussurro era um local afastado e incrivelmente lindo. Era ali que eu ia sempre que queria me afastar de todo mundo e pensar, ou apenas admirar aquela linda paisagem que o homem ainda não tinha encontrado. E agora, estar ali com , parecia a melhor coisa a se fazer.
- E o cavalo, é novo?
- Vovô me deu assim que cheguei, por isso demorei. Tive que almoçar com ele e minha avó. - falei e ele concordou com a cabeça. Fiquei calada e estiquei minhas pernas. colocou a cabeça em meu ombro esquerdo e também esticou as pernas, até que pousou a mão em cima da minha coxa e ficou fazendo carinho ali.
- Senti sua falta, pirralha.
- Ter 15 anos não me faz mais uma pirralha, idiota.
- Ainda sou mais velho.
- Dois anos.
- E tu continuas sendo uma pirralha. - respondeu e eu o encarei fazendo bico. sorriu e tirou a mão da minha perna e a colocou no meu ombro.
- Eu sou o quê, ?
- Uma pirralha. - respondeu e colocou a outra em minha cintura. Ele não conseguia desviar o olhar do meu e eu menos ainda. Antes que pudesse me afastar, colocou a mão no meu pescoço e selou nossos lábios com uma delicadeza que eu ainda não conhecia. Separamos nossos lábios e eu só conseguia olhar aquelas íris azuis que me pareciam tão brilhantes. - Uma pirralha linda. - falou e eu ri baixo. sorriu de canto e num gesto rápido me colocou em seu colo. Passei uma perna em cada lado do seu corpo e coloquei minhas mãos em sua nuca, puxei levemente seus cabelos e ele apertou firmemente minha cintura. - Eu vou te beijar de novo.
- Você tá esperando o quê? - perguntei, ele fechou os olhos e eu os meus. selou nossos lábios novamente só que agora a delicadeza não existia. Ele apertou ainda mais minha cintura e eu puxei seus cabelos um pouco mais forte. Ele passava suas mãos pelas minhas costas enquanto as minhas ora estavam na sua nuca, ora naquele cabelo que eu tanto gostava. Separamos nossos lábios por pura falta de fôlego.
- Eu sou o quê mesmo, ? - perguntei e ele olhou para baixo. Eu ri alto e saí do seu colo deitando na grama.
- Uma pirralha. - falou e deitou com as costas para cima, ri extremamente alto e ele bateu na minha testa. Dei-lhe um selinho e mordeu meu lábio inferior. - Uma pirralha que beija bem.
- Idiota. - gritei e ele deitou em cima de mim selando nossos lábios novamente.
- Vai ! - gritou e eu comecei a correr desesperadamente até a Laranjeira mais próxima, que ficava no final do quintal. Se eu conseguisse apanhar mais de três ganharia de , que tinha apanhado apenas duas. Cheguei à Laranjeira e comecei a escalar. Subir em árvores era coisa fácil para mim. Em todas as férias eu sempre iria para Soure e amava correr pelo quintal enorme da fazenda do meu avô, subir nas árvores ou andar nos búfalos ou cavalos. Aqueles dias eram os melhores.
- , isso tá muito alto! - gritei e apontei para a maior laranja da árvore.
- Te estica, menina!
- Não dá! - gritei novamente sem nem tentar chegar à laranja mais alta.
- Coloca o teu pé nesse galho e tenta! Anda, ! – gritou. Respirei fundo e fiz o que mandou. Consegui me manter firme no galho e puxei a tal laranja, eu já tinha duas.
- Pega aí! - falei e joguei as laranjas para ele.
- Falta uma, !
- Eu não vou conseguir! - respondi já quase para pular da árvore.
- Se você pegar outra laranja, eu deixo você montar no Sereno.
- Jura?
- Juro. - gritou e eu passei meu pé para o outro galho. Estiquei minha mão direita e puxei outra laranja. Finalmente! E finalmente eu iria montar no Sereno!
- Toma! - gritei e joguei a última laranja em sua direção.
- Desce daí! – gritou. Eu ri, desci três galhos e pulei da árvore. - Você é louca, pulou muito alto!
- Não pulei não. - retruquei e limpei a terra que estava na minha roupa.
- Não foi justo! - se manifestou e veio até nós.
- Claro que foi! Eu subi e ainda desci pulando!
- Mas o ...
- Eu não fiz nada. - falou e eu ri alto.
- Sua namorada é muito encrenqueira. - provoquei e corou. arregalou os olhos azuis e eles ficaram ainda maiores.
- Ela não é minha namorada, sua pirralha.
- Eu tenho doze anos e ela é sim! , você não disse que o te beijou embaixo da mangueira?
- Eu... eu...
- Ela mentiu, ! Você só pode estar louca né, ? Vou contar tudo para a dona Chica.
- Relaxa, . Eu não tenho ciúme não!
- Você é uma idiota! - gritou e eu comecei a rir. - Do que tu estás rindo, ? Eu não sou namorado da , tá louca?
- Tá bom, chorão. Vamos logo que eu quero andar no Sereno. - retruquei e ele jogou as laranjas para .
- Você me paga, .
- Vá lá com sua menininha da capital! - gritou e lhe mostrou o dedo do meio.
- Mimadinha. - falei e saí correndo com atrás de mim.
- Vou andar no seu cavalo depois.
- No Bentinho não, vai andar na Capitu.
- De onde você tira esses nomes?
- Machado de Assis. - respondi e me olhou sem entender nada.
- Esqueça. - falei e ele passou o braço por meus ombros, seguimos pela ruazinha de terra e começamos a ver a entrada da fazenda do pai de .
só podia ter algum tipo de retardo. Eu, namorado da ? Pelo amor de Deus. era louca, me perseguia e minha avó vivia dizendo para eu namorar com ela, já que ela vivia na mesma cidade que eu. Era um saco virar adolescente e todo mundo começar a te dizer coisas. O que eu realmente queria era ter a idade de e brincar para sempre com ela, já que ninguém falaria nada. Ali em Soure, ter 14 anos já significava pegar as menininhas da cidade e aquilo me perturbava sempre.
- Cadê o Sereno? - perguntou e tirou meu braço de seus ombros.
- Vamos lá. - respondi e a guiei até onde Sereno estava. Assim que o viu, correu até ele e começou a enchê-lo de carinho.
- Quero cavalgar! Coloque a cela dele, .
- Cuidado, entendeu? Vou pegar o Trovão para te acompanhar.
- Não precisa. - falou e passou novamente a mão pelo cavalo.
- Precisa sim. - falei e deixei-a sozinha com Sereno. Sereno era um Galiceno preto, ágil e veloz, e eu o amava. Ganhei-o quando tinha doze anos, a idade de , e desde então ele tinha se tornado o meu melhor amigo. Eu tinha ciúmes do Sereno e não deixava ninguém montá-lo, mas era diferente. Sempre tinha sido diferente e sempre iria ser. Entrei no lugar onde guardavam os utensílios da fazenda e peguei uma cela. - Voltei, . - falei e não obtive resposta, dei uma olhada e não estava mais lá. Louca. Entrei no estábulo, coloquei a cela no Trovão e montei. - Rápido Trovão, me ajude a achar aquela louca! - guiei Trovão pela fazenda e encontrei-a perto dos jambeiros. tinha descido do Sereno e comia os jambos caídos no chão. - Qual o seu problema?
- Eu disse que não precisava vir atrás de mim. - falou e lambeu os dedos.
- Você montou sem cela!
- E daí? Não dói. - falou e esticou as pernas. Suas lindas pernas morenas. - Queres um? - perguntou e pegou outro jambo.
- Obrigado. - falei, desci de Trovão, sentei ao seu lado e peguei o jambo de sua mão.
- .
- Oi? - Será que vamos ser sempre assim?
- Espero que sim. – respondi. Ela sorriu e deitou a cabeça em meu ombro.
comeu mais três jambos e eu comi cinco. Ficamos jogando conversa fora até que ela se levantou. Fiquei olhando a forma que ela subia com tanta naturalidade em Sereno, como se fizesse aquilo todos os dias, como se já tivesse nascido com o mesmo dom de seu avô. bateu os pés e Sereno começou a andar, ela ficava linda em cima daquele cavalo.
- Você não vem? - perguntou, eu me levantei, montei no Trovão e em segundos já estava ao seu lado.
- Ei! - a chamei assim que ela saiu de cima do Sereno. me olhou enquanto amarrava os longos cabelos lisos negros, eu os amava.
- O que foi?
- Qual é o seu mês favorito? - perguntei e ela pareceu pensar por um momento.
- Julho. Eu gosto de Julho. É férias, não tem aula, e eu viajo! Por quê?
- Porque o meu mês favorito também é Julho. - respondi e ela sorriu lindamente.
17 de Julho de 1994
- , tens certeza que não convidou o para ir com você?
- Mãe, vai ser preciso eu repetir quantas vezes que eu não chamei o para viajar? Ele foi para Campos do Jordão com os pais dele.
- Ainda bem, não quero esse garoto viajando sozinho contigo!
- Mãe, tá bom, que saco! – respondi. Fechei a mochila, a coloquei nos ombros, calcei a sapatilha e saí do quarto deixando minha mãe falando sozinha. Desde que ela deduziu que eu estava namorando com o , ela não falava de outra coisa, era sempre o mesmo disco: você não pode namorar, vai estudar."
- Mas se ele for, eu vou saber e você sabe disso não sabe? Todo mundo lá conhece nossa família e a neta do Paulo levando um garoto para casa ia ser comentário na boca de todos ali! Então, você que sabe.
- Tchau, mãe. Vou ficar lá com a vovó, vou andar de búfalo e de cavalo na fazenda e voltar para casa. Está bom para a senhora?
- Ótimo.
- Só não estrague minhas férias, por favor. - pedi e ela me abraçou. Minha mãe só podia ser louca.
- Eu só fico preocupada com a minha filhinha.
- Pois não fique. Quando eu chegar lá, eu te ligo.
- Tudo bem! - mamãe respondeu e eu saí de seus braços assim que escutei uma buzina. - Deve ser o táxi. Comporte-se, . - concordei mecanicamente e praticamente corri até o pátio de casa, abri o portão e entrei no táxi.
- Para o terminal hidroviário, por favor! - pedi e o motorista acelerou. Respirei aliviada. Depois de três anos eu estava finalmente voltando para o meu Marajó.
- , já terminou com o Sereno?
- Já, pai. - respondi e coloquei Sereno no seu lugar. Limpei as mãos na calça e saí do estábulo.
- Preciso de um favor.
- Fale.
- Preciso que vá buscar a neta do Seu Paulo no terminal.
- A ?
- Quem mais seria a neta preferida de Paulo ?
- Mas ela não vem mais aqui, acho que tem dois anos.
- Ela resolveu voltar, . E tu vais buscá-la.
- Tá bom. - respondi e entrei em casa. Fui para meu quarto, tirei minha roupa e andei em direção ao banheiro. Era ótimo ter um bem no meu quarto. Tomei meu banho, vesti uma calça jeans, uma blusa, me calcei, passei perfume e saí dali.
- O navio já deve estar atracando, se eu fosse você iria logo.
- Vou a cavalo ou andando?
- Como tu preferir, , só vai buscar a menina!
Resolvi ir a cavalo, o terminal era relativamente perto e talvez gostasse de montar depois de todos aqueles anos. Tirei Sereno e Trovão do estábulo e andei com eles até o terminal. Assim que cheguei pude ver várias pessoas andando apressadas, outras abraçando alguns familiares e algumas parecendo perdidas, mas ali não tinha nenhum sinal da menina dos cabelos longos e negros de três anos atrás.
- ? - uma voz conhecida me chamou e eu virei. Era . Ela estava diferente, mas continuava linda, seus cabelos continuavam negros, mas agora eram curtos e os cachos se misturavam com os fios lisos. O corpo dela também tinha mudado e ela parecia um pouco mais alta, mesmo ainda sendo menor que eu.
- ! - falei e a abracei forte, inalando seu perfume. Naquele instante me dei conta de como sentia falta daquela garota.
Esperei todas aquelas pessoas apressadas saírem do navio. Mesmo tendo passado só três anos, muita coisa ali em Soure tinha mudado. Mas tudo ainda continuava sendo o meu Marajó, a ilha e a capital que eu mais sentia falta. Respirei o ar daquela cidadezinha que tanto me trazia paz e continuei a andar. Olhei em volta e não achei ninguém conhecido. Devolvi alguns sorrisos e continuei a andar, até que vi um corpo moreno de tanto pegar sol, dono de um cabelo castanho queimado, tomando conta de dois cavalos. Sorri instantaneamente, pois só podia ser o .
- ? - perguntei e ele virou quase instantaneamente. O menino que eu brincava desde criança estava lindo. Seus olhos pareciam brilhar e agora, ele não era mais dono de um corpo magro e franzino. Era dono de músculos definidos que ainda eram perceptíveis mesmo com a blusa quadriculada. Seus cabelos pareciam queimados iguais a sua pele. deveria passar muito tempo no sol cuidando daquela fazenda.
- ! - falou e me abraçou forte. Ele cheirava a hortelã e terra molhada e eu me dei conta que amava aquele cheiro. - Estás diferente.
- Você também! - falei e andei até os cavalos. - Você continua a mesma coisa, amigão.
- Sereno sentiu a tua falta. Trovão também.
- E eu senti a falta dos dois. - falei e comecei a acariciar os dois cavalos.
- A minha falta não sentiu?
- Um pouquinho. - brinquei e ele riu. pegou minha mochila e eu agradeci.
- Tu ainda sabes montar, querida?
- Isso é como andar de bicicleta! - falei e ele riu novamente.
- Dessa vez tu vais no Trovão, entendeu?
- Você continua um chato. - retruquei e montei no lindo Andaluz castanho.
- Tu que és uma chata. - respondeu e eu ri. montou no Sereno sem dificuldade e eu o observei enquanto ele andava com o cavalo. Tudo ali parecia tão natural. Trovão começou a galopar um tempinho depois e logo eu já estava ao lado de . Ele parou em frente à fazenda do meu avô e eu desci de Trovão.
- Obrigada por ter ido me buscar.
- As ordens. - falou e eu sorri. desceu de Sereno, devolveu minha mochila e se virou para andar até a propriedade de sua família.
- !
- Oi? - virou para mim e parou os cavalos.
- Te encontro aqui daqui uma hora, ok? Quero ir até ao Sussurro. - falei e ele sorriu, passei as mãos pelos cabelos e entrei correndo em casa.
- Que cara de felicidade é essa, meu filho? - minha mãe perguntou assim que passei pela cozinha.
- Não é nada. Tenho que sair.
- Você não vai sair enquanto não comer alguma coisa. - mamãe repreendeu e praticamente me empurrou para a mesa. Peguei o menor pedaço do frango frito, coloquei só duas colheres de arroz e uma concha de feijão; comi rapidamente, bebi água na mesma velocidade e corri para o meu quarto. Troquei a calça que usava por uma bermuda e a blusa quadriculada por uma branca. Calcei as sandálias e praticamente corri para a porta de casa. - Para onde tu vais com tanta pressa, ?
- Até depois, mãe. - gritei e fui direto para o estábulo. Peguei Sereno, coloquei a cela e fui em direção a entrada da propriedade da família . demorou uns dez minutos, até que eu a vi puxando um lindo Hunter branco. Ela usava um short que deixava praticamente toda a sua coxa descoberta e uma blusa regata azul clara. Seus cabelos curtos estavam presos numa espécie de rabo de cavalo que deixavam vários fios soltos. Ela ainda continuava linda.
- Vamos. - falou simplesmente e montou com facilidade no Hunter. Deixei-a passar na minha frente e fiquei admirando aquela garota que todo mês de Julho vinha até Soure e fazia minhas férias serem as melhores. A única coisa que eu queria naquele momento era beija-la. Chegamos ao Sussurro e escolheu uma árvore próxima ao rio, deixou o cavalo um pouco mais afastado. Eu deixei Sereno no mesmo local e fui me sentar ao lado dela.
- Por que você quis vir aqui no Sussurro?
- Senti falta daqui.
Sussurro era um local afastado e incrivelmente lindo. Era ali que eu ia sempre que queria me afastar de todo mundo e pensar, ou apenas admirar aquela linda paisagem que o homem ainda não tinha encontrado. E agora, estar ali com , parecia a melhor coisa a se fazer.
- E o cavalo, é novo?
- Vovô me deu assim que cheguei, por isso demorei. Tive que almoçar com ele e minha avó. - falei e ele concordou com a cabeça. Fiquei calada e estiquei minhas pernas. colocou a cabeça em meu ombro esquerdo e também esticou as pernas, até que pousou a mão em cima da minha coxa e ficou fazendo carinho ali.
- Senti sua falta, pirralha.
- Ter 15 anos não me faz mais uma pirralha, idiota.
- Ainda sou mais velho.
- Dois anos.
- E tu continuas sendo uma pirralha. - respondeu e eu o encarei fazendo bico. sorriu e tirou a mão da minha perna e a colocou no meu ombro.
- Eu sou o quê, ?
- Uma pirralha. - respondeu e colocou a outra em minha cintura. Ele não conseguia desviar o olhar do meu e eu menos ainda. Antes que pudesse me afastar, colocou a mão no meu pescoço e selou nossos lábios com uma delicadeza que eu ainda não conhecia. Separamos nossos lábios e eu só conseguia olhar aquelas íris azuis que me pareciam tão brilhantes. - Uma pirralha linda. - falou e eu ri baixo. sorriu de canto e num gesto rápido me colocou em seu colo. Passei uma perna em cada lado do seu corpo e coloquei minhas mãos em sua nuca, puxei levemente seus cabelos e ele apertou firmemente minha cintura. - Eu vou te beijar de novo.
- Você tá esperando o quê? - perguntei, ele fechou os olhos e eu os meus. selou nossos lábios novamente só que agora a delicadeza não existia. Ele apertou ainda mais minha cintura e eu puxei seus cabelos um pouco mais forte. Ele passava suas mãos pelas minhas costas enquanto as minhas ora estavam na sua nuca, ora naquele cabelo que eu tanto gostava. Separamos nossos lábios por pura falta de fôlego.
- Eu sou o quê mesmo, ? - perguntei e ele olhou para baixo. Eu ri alto e saí do seu colo deitando na grama.
- Uma pirralha. - falou e deitou com as costas para cima, ri extremamente alto e ele bateu na minha testa. Dei-lhe um selinho e mordeu meu lábio inferior. - Uma pirralha que beija bem.
- Idiota. - gritei e ele deitou em cima de mim selando nossos lábios novamente.
Capítulo 02
17 de Julho de 1999
- Você vai viajar?
- Eu já te disse que sim, ! - respondi enquanto percorria meu quarto em busca da pulseira que meu avô havia me dado dois meses antes de falecer.
- Por que eu não posso ir com você?
- Porque eu quero passar um tempo sozinha, . Você acha que lá tem o quê? Eu só vou para a fazenda, vou cavalgar um pouco, ficar no máximo uma semana! Aquele lugar não é mais o mesmo, meu avô se foi tem quatro anos e eu não vou lá desde então.
- Desculpe, amor. - falou e me abraçou por trás. Virei-me e o beijei.
- Eu preciso desse momento, certo? Uma semana e nada mais. Além disso, tenho que cuidar do meu TCC, esqueceu?
- Tudo bem, amor. Eu te amo. - falou e me deu um selinho. Saí dos braços de e abri outra gaveta, finalmente achando a pequena embalagem preta. Abri-a e tirei a pulseira com o pingente de um cavalo, coloquei em meu pulso e devolvi a embalagem para a gaveta.
- Eu também te amo, . Prometa que você vai se comportar.
- Prometido. - falou e eu ri fraco. Peguei minha bolsa que estava em cima da cama e saí do quarto com ele. Saímos juntos de meu apartamento que ficava próximo a universidade e ele me levou de carro até o terminal hidroviário. - Eu te ligo daqui três horas ou você me liga?
- Eu ligo assim que chegar em casa. - falei e lhe dei um beijo demorado, saí do carro e fui em direção à entrada do terminal.
Conheci quando tinha 15 anos, começamos a namorar depois do meu aniversário de 16 e ele esteve comigo desde então. Ele fazia aniversário cinco dias depois do meu e era uma pessoa que eu aprendi a amar, mesmo tendo várias pessoas falando que eu não o amava da mesma forma que ele me amava. Pura mentira. Eu estava com ele todo esse tempo, isso era amor.
A fila andou e finalmente chegou a minha vez de embarcar, entrei no navio e procurei a entrada da sala VIP. Procurei uma poltrona bem ao meio da sala e sentei. Seriam longas três horas de viagem.
- , querido, a veio aqui de manhã cedo. - minha mãe falou assim que me viu entrar na cozinha. - Vá vestir uma blusa.
- Eu tô na minha casa, qual o problema?
- Daqui a pouco a aparece por aí!
- A senhora ainda está com a ideia de que eu vou casar com essa garota? Pare de tentar achar mulher para mim!
- Não vou parar, ! A única menina realmente descente era a , só que ela foi embora e nunca mais apareceu! Tem a , simples.
- Mãe, a nunca mais vem aqui. E eu não vou casar com a .
- Qual o problema da ?
- Ela não é certa para mim. - falei e abri a geladeira, peguei qualquer besteira e comecei a comer.
- Você sabe que horas são?
- Não.
- São quatro da tarde, .
- E daí?
- E daí que você acabou de acordar, tem que comer comida de verdade.
- Porra! - gritei e minha mãe me olhou assustada. - Desculpa. É só que eu fico com raiva quando a senhora começa a me dizer o que fazer.
- Eu me preocupo contigo, filho.
- Eu já tenho 22 anos, mãe. Eu sei que a senhora se preocupa, mas eu preciso me virar, certo?
- Vai tomar um banho, .
- Tudo bem. Mas eu vou sair depois, tá bom?
- Para onde, ?
- Preciso pensar. - falei e voltei para o meu quarto, tomei um banho, vesti uma bermuda, uma blusa e saí dali. - Tchau, mãe. Até mais tarde.
- Se cuida! - gritou e eu fechei o portão como resposta. Peguei a moto e comecei a dirigir em direção a praia do Pesqueiro. Naquele horário, deveria estar quase vazia, a maré já deveria estar secando e não era uma coisa agradável tomar banho com a maré seca. Passei por várias ruas até que entrei numa onde só tinha mata e a estrada, eu já estava bem próximo. Cheguei à praia, estacionei a moto num daqueles estacionamentos que alguns caras faziam para ter uma renda extra e comecei a caminhar pela areia. Nada de anormal. A beleza daquele lugar ainda era a mesma, mesmo com a maré seca. Caminhei mais um pouco e cheguei perto de uma duna, só que ali tinha uma mulher; andei um pouco mais rápido e pude reconhecê-la. Não era possível.
- ?
- ! - falei assim que o reconheci. Tirei meu óculos de sol, levantei da areia e corri para abraçá-lo. Ele estava ainda mais lindo, parecia que ele tinha crescido e seu físico só mudou junto com a altura. Seus cabelos estavam maiores e agora ele era dono de uma barba rala.
- Faz anos que não te vejo!
- Quatro anos. - respondi e ele sentou na areia, sentei ao seu lado.
- Sinto muito pelo seu avô, nunca pude te falar isso pessoalmente.
- Obrigada, foi um tempo difícil.
- Imagino. - respondeu e nós ficamos um longo tempo em silêncio.
- Mas e você? Como está?
- Eu tô bem, embora minha mãe tenha começado a se preocupar demais com minha vida amorosa.
- Sério? - perguntei e ri extremamente alto.
- Deu para falar que eu vou casar com a .
- ? - perguntei e ele concordou, ri ainda mais. - Coitada.
- Coitada? Coitado é de mim.
- E por que você não quer a ?
- Porque ela não é a pessoa certa.
- Quem seria então? – perguntei. ficou calado e começou a me encarar, eu estava novamente perdida naquelas íris azuis que me instigavam a cada minuto. Ele colocou uma mão atrás do meu pescoço e quando dei por mim, nossos lábios estavam grudados. - ... - sussurrei assim que separei nossos lábios, fiquei de joelhos na areia pronta para levantar, mas ele ficou na minha frente.
- Não negue, . Eu sei que você me quer.
- , eu não posso.
- Pode sim. - retrucou e eu gelei, eu não podia ter nenhum tipo de relação com , eu tinha o , eu amava o . - Você sabe muito bem o quer, .
Ele tinha razão, eu sabia. Eu o queria, de todas as formas, de todos os jeitos imagináveis. Empurrei na areia, coloquei uma perna em cada lado do seu corpo e enquanto ele parecia tentar entender os últimos segundos, eu selei nossos lábios com uma brutalidade que eu nem sabia que podia.
me jogou na areia e em segundos ficou em cima de mim. Fiquei duro na mesma hora. Ela grudou a boca na minha e eu apenas correspondia com a mesma intensidade. sabia o que estava acontecendo lá em baixo e se aproveitava ainda mais disso, roçando aquela bunda maravilhosa no meu pau enquanto nos beijávamos.
- Me tira daqui. - sussurrou e eu sorri.
- O quê você disse?
- Me tira daqui, . Pelo amor de Deus.
- Por quê?
- Porque eu quero ser tua. - respondeu e eu não consegui falar nada. Fechei meus olhos e senti novamente sua boca na minha. Rompemos o beijo e saiu de cima do meu corpo, juntou suas coisas que estavam na areia e estendeu a mão para mim. Levantei-me, peguei em sua mão e a guiei para um ponto distante da praia, onde só tinha uma espécie de igarapé. Quase ninguém ia ali.
Enquanto andávamos, cumprimentamos alguns rostos conhecidos que passavam por nós. Pobres pessoas, mal sabiam a atmosfera que nos cercava. Chegamos onde eu queria, e me olhava como se pedisse para possuí-la até nossas pernas cansarem. Sorri com o pensamento e a beijei. Ela iria ser minha. Na realidade, ela era. sempre tinha sido a minha garota.
- Você é. - falei segundos depois que separei nossos lábios. Puxei até uma parte mais afastada, ela ficou de joelhos na areia e eu fiquei de frente para ela, na mesma posição. tentou me beijar, mas eu apenas mordi seu lábio inferior com força.
- ... - sussurrou e eu ri fraco.
- O que tu queres? - perguntei.
- Quero você.
- Mas o que tu queres que eu faça?
- O que você quiser.
- O que eu quiser? - perguntei novamente e ela concordou com a cabeça.
- Qualquer porra que você quiser.
Meu pau estava quase para explodir dentro daquela bermuda. Suas palavras sujas só me faziam ter mais vontade de tirar aquele pedaço de pano que ela chamava de shorts e possuí-la ali. Mas não o fiz. tentou me beijar novamente e eu virei minha cabeça, ela me olhou sem entender, ri fraco e a puxei para mais perto. Mais um beijo foi recusado e eu beijei todo seu pescoço. colocou as mãos no meu peito e me olhou parecendo brava. Ri novamente e enfiei minha mão para dentro do seu short. Puta merda, ela já está molhada. ficou imóvel, mas o seu coração batia forte e parecia aumentar cada vez que apertava sua intimidade. Tirei a minha mão esquerda da sua cintura e coloquei-a em sua coxa, praticamente a induzindo a abrir mais as pernas. Aquelas lindas pernas. afastou os joelhos na areia e gemeu, me arrepiei com aquele som e comecei a mexer os dedos para dentro e para fora dela, lentamente, tirando-os e usando seu gozo para manter seu clitóris úmido. Esfreguei meu dedo médio sobre ele num movimento circular, ela parecia a ponto de enlouquecer. Mexi meus dedos dentro dela de novo, só que dessa vez mais rápido, e com o polegar fiz cada vez mais pressão em seu clitóris. Enfiei meus dedos com mais força e mais rápido, ela gemeu muito mais alto.
- Porra, .
- O que é, ? O que você quer?
- Quero que você me coma, porra. - praticamente gritou, mas sua fala foi cortada por outro gemido. Beijei seu pescoço e puta merda, ela emanava desejo. Tudo aquilo me deixavam mais louco de tesão por ela, e meu pau estava tão duro que começava a doer.
O corpo de começou a tremer e suas coxas balançavam como se ela estivesse tentando levantar o corpo. Olhei-a numa forma de repreensão e ela ficou quieta, continuei mexendo meus dedos e percebi que tinha atingido aquele ponto especial. Sua respiração ficou ainda mais irregular, seus olhos estavam arregalados e imóveis. Mantive o ritmo e finalmente gozou. Ela fechou os olhos e eu não conseguia fechar os meus. Aquela cena era maravilhosa. abriu os olhos e suas íris emanavam luxúria, as minhas estavam na mesma intensidade. Beijei-a no pescoço e seu corpo trêmulo começou a acalmar, enfiei dois dedos bem mais fundo e gemi junto com ela. desabou sobre meu peito e eu tirei minha mão de dentro do seu short. Envolvi-a em meus braços e beijei o topo da sua cabeça.
- Porra, . - sussurrou e eu a beijei com uma delicadeza que não existia minutos atrás.
- Ainda não acabamos, pirralha. - sussurrei e ela riu alto. Eu amava o som da sua risada. deitou na areia e me puxou para cima dela, tirei sua roupa e em poucos segundos a minha também estava distante dos nossos corpos. Ela acariciou meus cabelos e eu passei minha mão por toda a extensão do seu corpo. entrelaçou suas pernas ao redor da minha cintura e nós começamos a fazer amor.
17 de Julho de 2005
Olhei em nossa cama, olhei meu corpo nu e as lembranças de seis anos atrás me invadiam. A cada vez que eu ia para cama com ele, era que vinha na minha cabeça. e seu beijo, e seu toque, e sua fala, possuindo cada canto do meu corpo. Saí da cama e resolvi tomar um banho, água sempre era uma boa quando eu queria relaxar e botar o pensamento no lugar. Mas continuava imperando no meu pensamento. Quando dei por mim, aquela tarde de seis anos atrás me vinha novamente. Onde fizemos amor e transamos, onde nossos corpos entraram em comunhão, onde nossos gemidos e sussurros se juntaram pela primeira vez. Aquele dia foi só o primeiro de uma semana de vários pecados. não parava mais na sua casa, sempre tinha a desculpa de ajudar o Seu João nas tarefas da fazenda do meu avô. Pura mentira. Nós nos encontrávamos no quarto que as visitas ficavam, ali, somente os quadros eram testemunhas do que fazíamos. Fui embora na semana seguinte sem conseguir prometer para ele que voltaria no ano seguinte, mas ele me prometeu que iria me esperar. Ri fraco e o beijei. No ano seguinte fui passar minhas férias com em Fortaleza, transamos no chalé alugado e puta merda, eu desejei que tivesse ali o tempo inteiro. E nos anos seguintes, eu iria para tudo quanto era lugar, menos para o Marajó. O meu maior desejo e pecado estaria lá.
Enxuguei-me, vesti uma roupa e continuava dormindo, como se fosse um anjo. Mas não o anjo que eu queria. Peguei uma mochila, enfiei algumas roupas de qualquer jeito, me calcei, peguei dinheiro da minha carteira e deixei um bilhete para explicando que tive que viajar para resolver umas pendências. Não era uma mentira. era uma pendência que eu nunca ia se resolver. Saí de casa, peguei um táxi e pedi para ele ir até o aeroporto, de avião seria no máximo 20 minutos. Apesar da passagem ser muito mais cara, eu não iria aguentar perder três horas dentro de um navio.
- Hoje não, . - falei e ela saiu de cima de mim. Puta merda, o que eu tinha de fazer era simples. Era só tirar a roupa dela e come-la. Pronto, ela ficaria satisfeita e eu ficaria saciado. Mas não. Toda vez que eu olhava aquele corpo em cima do meu, outra pessoa vinha na minha mente. . A pirralha que eu sempre tinha sido apaixonado. A pirralha que fez amor e sexo comigo na praia e depois disso, nós nos entregamos um ao outro todos os dias, por uma semana. Era inevitável transar com outra mulher sem me lembrar dela. E isso era algo que eu nunca iria controlar.
- .
- Não. - respondi rude e a morena dos cabelos pintados de vermelho saiu de cima de mim, catou suas roupas e saiu batendo a porta, frustrada. Pobre , nunca chegaria nem perto da minha .
Abri meu guarda roupa, peguei uma blusa e a vesti, já deveria passar das dez horas. Fui até a cozinha, comi duas bananas que estavam na fruteira e saí para verificar os cavalos. Eu sentia falta de Sereno e Trovão, eles já tinham se tornado parte de mim, da minha história com também e agora eles não estavam mais aqui. Agora, eu tinha outro cavalo, o nome dele era Jambo. Jambo era dócil e paciente, sempre que eu queria cavalgar para desestressar, era ele que eu usava. Passei por Jambo e lhe fiz carinho, saí do estábulo assim que escutei barulho de carro.
- Algum problema, Júnior?
- Tem uma mulher lá na fazenda do Seu Paulo, ela tá querendo entrar e o Marcos não sabe mais o que fazer.
- Vou lá! – respondi. Saí da propriedade do meu pai e andei por pouquíssimos minutos. Assim que cheguei à entrada da fazenda , uma mulher que tinha cabelos lisos nos ombros, usava óculos de sol, vestia uma calça jeans justa e uma blusa de mangá comprida argumentava impacientemente com Marcos, o caseiro da fazenda. - Algum problema, Marcos?
- Essa senhora quer entrar na Casa Grande.
- Senhora não, eu sou neta do dono disso aqui. Eu quero entrar na minha casa! - praticamente gritou e eu a reconheci na mesma hora.
- Ela é a que a dona Celina tanto fala, pode deixa-la entrar, Marcos. - falei e ele ficou vermelho de vergonha.
- Desculpe, senhora. - sussurrou, entregou a chave para e saiu andando depressa.
- Obrigada. - mumurrou e foi em direção a Casa Grande. fechou a porta depois que entrei.
- O que fez tu querer voltar?
- Não sei. - respondeu e sentou no sofá cor de vinho.
- Deves estar cansada, são três horas de viagem...
- 20 minutos. - cortou-me - Vim de avião.
- Gente rica é outra coisa. - brinquei e ela riu fraco. - Como anda a vida na capital?
- Estou noiva, continuo estudando, minha mãe quer que eu case logo. E por aqui?
- Estou tomando frente em grande parte dos negócios da fazenda do meu pai.
- E sua mulher?
- Ela não para muito aqui, volta do nada. – respondi. me olhou e sorriu. - Eu ainda tenho serviço. Até depois, .
- Até. - sussurrou e eu me virei. Ela tinha voltado e iria enlouquecer com tudo o que eu ainda estava organizando. - . - me chamou e eu virei. - Que horas você acaba?
- Por quê?
- Quero cavalgar. - respondeu e eu sorri.
- Te pego daqui a meia hora. - falei e saí da casa.
Fui até minha casa, tomei um banho rápido e troquei de roupa e fui até onde Jambo estava. Coloquei a cela nela e o guiei para fora, caminhei com ele e entrei na fazenda da família de . Assim que entrei, ela veio em minha direção; usava uma saia florida e uma blusa azul que deixava um pouco da sua barriga amostra. Ela iria cavalgar de saia, puta merda.
- Cavalo novo? - perguntou e fez carinho nele.
- Esse é o Jambo. Você ainda lembra como monta?
- Na última vez que vim, não andei de cavalo. Faz bastante tempo desde a última vez que estive em um. - falou e baixou a cabeça parecendo envergonhada.
- Vou com você. - falei e ela concordou. Montei em Jambo e lhe estendi a mão, colocou o pé no pedal e eu a ajudei a montar, ela ficou bem na minha frente. Caralho. Ela alcançou as rédeas e eu passei meus braços por ela, as alcançando também. Com a minha autorização, Jambo começou a andar e a única coisa que eu conseguia sentir era a bunda dela roçando no meu pau. Ela sabia que aquilo iria acontecer. Ela sabia de tudo. Cavalgamos lentamente pela propriedade da família dela que agora, me parecia vazia. A cada trotada, minha ereção aumentava e ela parecia saber e gostar daquilo. Filha da puta. tirou a mão direita da rédea, colocou os cabelos curtos somente para um lado do pescoço e se ajeitou encostando ainda mais no meu corpo, fechei os olhos instantaneamente e beijei seu pescoço descoberto, a única coisa que eu escutei foi o som da sua risada. Ela voltou com a mão para a rédea e eu tirei a minha, a posicionei na sua cintura. Deixei minha mão escorregar até o meio de suas pernas, me arrepiei e ela pareceu ter a mesma sensação. Eu queria come-la ali mesmo. Com minha ereção a pino, comecei a acaricia-la por cima da saia, riu novamente e pegou minha mão, guiando-a para baixo do pano, fazendo com que eu tocasse sua intimidade que estava coberta apenas pela calcinha. Jambo começou a andar mais lentamente e ela conduzia meus movimentos em sua intimidade, até que eu a afastei e ela enfiou o próprio dedo ali, eu iria enlouquecer com aquela mulher! começou a se masturbar e eu não consegui me conter, comecei a toca-la também. Ela gemeu e deixou a cabeça em meus ombros, beijando meu pescoço.
- Vamos voltar. - sussurrou e eu demorei alguns segundos para entender o que ela tinha dito, mas fiz. Tirei minha mão da sua intimidade e guiei Jambo de volta para a Casa Grande. Eu pensava que ela também iria voltar com a mão para a rédea, mas não o fez, continuou a se masturbar durante todo o caminho. Puta merda, eu queria muito comê-la ali mesmo. Senti-a tremer e segurei sua cintura firmemente, ela tinha gozado. Fechei meus olhos e senti seus dedos molhados em minha boca, os lambi imediatamente, ela estava compartilhando o gosto dela comigo e ele era maravilhoso. Chegamos à casa dela e eu desci do cavalo. desceu com um sorriso no rosto, pegou minha mão e me puxou para dentro da casa. Ela não me deixou toca-la até que chegamos no quarto. Ela sentou na cama e eu fiquei de frente para ela.
- Tu és louca. - sussurrei e ela gargalhou.
- Por ter me tocado?
- Por ter feito isso em cima do cavalo e me deixado masturbar você também.
- Eu fiz isso sozinha por um bom tempo, . - falou e eu a imaginei em diferentes ocasiões se tocando, puta merda. - Você fez isso comigo.
- Não entendi. - respondi e ela riu.
- Sua simplicidade de menino do interior me impressiona. - retrucou e levantou da cama, ficou na minha frente e beijou meus lábios calmamente. - Toda vez que eu me tocava, era em você que eu estava pensando. Era você que eu queria que estivesse ali.
- ...
- Já pensou? Em como é transar com um cara e desejar outro? É complicado fingir orgasmos, . - sussurrei e ele riu fraco.
- Eu vou transar contigo até não aguentares mais, entendeu? Por todo o tempo que tu ficar aqui, todos os dias, . Tu vais desejar nunca ter conhecido o teu noivinho. - sussurrei e ela sorriu, colei seu corpo no meu e selei nossos lábios com brutalidade.
Sorri com as palavras de e ele me beijou. Separou nossos lábios e começou a chupar meu pescoço, ele me empurrou para a cama sem nenhuma delicadeza, tirou minha blusa e arrancou minha saia levando minha calcinha junto, tirou toda sua roupa rapidamente e ficou entre minhas pernas, distribuiu beijos por meus seios, pescoço e parou em meu ouvido.
- Fica de quatro pra mim. - mandou e assim que eu o fiz, bateu na minha bunda me fazendo gemer e sem nenhum aviso, já estava dentro de mim. Reprimi um grito e ele puxou meus cabelos. - Eu sei que você quer... Grita, porra. - estremeci de tesão e gritei. riu e começou a ir mais rápido. Eu queria que ele entrasse em mim em qualquer posição, eu só queria ser dele. Gemi com as investidas de e comecei a me masturbar ao mesmo tempo em que ele entrava e saia, esfreguei meu clitóris rapidamente e com força, assim eu poderia gozar junto dele. gemeu rouco e nós chegamos ao ápice juntos, desabei na cama e ele caiu por cima de mim na cama.
O silêncio preencheu o quarto, mas, mesmo com ele, nossos corpos estavam gritando pelo outro. selou nossos lábios calmamente mas um sorriso maldoso instalou-se em seu rosto.
- Eu disse que você ia ser minha. - sussurrou e voltou a me beijar, e num movimento rápido, me colocou em cima do seu colo e colocou seu pênis na minha intimidade. O cavalguei com energia, balançando meu corpo pra atrás, até achar a posição em que o seu pênis tocava meu clitóris ao mesmo tempo em que me penetrava. pareceu cansar de me deixar comandar e me colocou para baixo dele e entrou novamente na minha intimidade. Chegava a parecer que ele estava abrindo um espaço que eu sequer imaginava que existia em meu corpo, seu pênis tocava em regiões inexploradas que faziam minhas paredes internas parecerem vivas e sensíveis. Eu praticamente suplicava para ele ir mais forte. Eu adorava tê-lo dentro de mim daquela forma tão brutal. Gemi alto e ele me acompanhou, gozamos desesperadamente. virou e ficou deitado ao meu lado, me virei para ele e selei nossos lábios.
- Faça essa semana valer a pena.
- Eu vou fazer, pirralha. E tu sabes que é verdade.
- Você vai viajar?
- Eu já te disse que sim, ! - respondi enquanto percorria meu quarto em busca da pulseira que meu avô havia me dado dois meses antes de falecer.
- Por que eu não posso ir com você?
- Porque eu quero passar um tempo sozinha, . Você acha que lá tem o quê? Eu só vou para a fazenda, vou cavalgar um pouco, ficar no máximo uma semana! Aquele lugar não é mais o mesmo, meu avô se foi tem quatro anos e eu não vou lá desde então.
- Desculpe, amor. - falou e me abraçou por trás. Virei-me e o beijei.
- Eu preciso desse momento, certo? Uma semana e nada mais. Além disso, tenho que cuidar do meu TCC, esqueceu?
- Tudo bem, amor. Eu te amo. - falou e me deu um selinho. Saí dos braços de e abri outra gaveta, finalmente achando a pequena embalagem preta. Abri-a e tirei a pulseira com o pingente de um cavalo, coloquei em meu pulso e devolvi a embalagem para a gaveta.
- Eu também te amo, . Prometa que você vai se comportar.
- Prometido. - falou e eu ri fraco. Peguei minha bolsa que estava em cima da cama e saí do quarto com ele. Saímos juntos de meu apartamento que ficava próximo a universidade e ele me levou de carro até o terminal hidroviário. - Eu te ligo daqui três horas ou você me liga?
- Eu ligo assim que chegar em casa. - falei e lhe dei um beijo demorado, saí do carro e fui em direção à entrada do terminal.
Conheci quando tinha 15 anos, começamos a namorar depois do meu aniversário de 16 e ele esteve comigo desde então. Ele fazia aniversário cinco dias depois do meu e era uma pessoa que eu aprendi a amar, mesmo tendo várias pessoas falando que eu não o amava da mesma forma que ele me amava. Pura mentira. Eu estava com ele todo esse tempo, isso era amor.
A fila andou e finalmente chegou a minha vez de embarcar, entrei no navio e procurei a entrada da sala VIP. Procurei uma poltrona bem ao meio da sala e sentei. Seriam longas três horas de viagem.
- , querido, a veio aqui de manhã cedo. - minha mãe falou assim que me viu entrar na cozinha. - Vá vestir uma blusa.
- Eu tô na minha casa, qual o problema?
- Daqui a pouco a aparece por aí!
- A senhora ainda está com a ideia de que eu vou casar com essa garota? Pare de tentar achar mulher para mim!
- Não vou parar, ! A única menina realmente descente era a , só que ela foi embora e nunca mais apareceu! Tem a , simples.
- Mãe, a nunca mais vem aqui. E eu não vou casar com a .
- Qual o problema da ?
- Ela não é certa para mim. - falei e abri a geladeira, peguei qualquer besteira e comecei a comer.
- Você sabe que horas são?
- Não.
- São quatro da tarde, .
- E daí?
- E daí que você acabou de acordar, tem que comer comida de verdade.
- Porra! - gritei e minha mãe me olhou assustada. - Desculpa. É só que eu fico com raiva quando a senhora começa a me dizer o que fazer.
- Eu me preocupo contigo, filho.
- Eu já tenho 22 anos, mãe. Eu sei que a senhora se preocupa, mas eu preciso me virar, certo?
- Vai tomar um banho, .
- Tudo bem. Mas eu vou sair depois, tá bom?
- Para onde, ?
- Preciso pensar. - falei e voltei para o meu quarto, tomei um banho, vesti uma bermuda, uma blusa e saí dali. - Tchau, mãe. Até mais tarde.
- Se cuida! - gritou e eu fechei o portão como resposta. Peguei a moto e comecei a dirigir em direção a praia do Pesqueiro. Naquele horário, deveria estar quase vazia, a maré já deveria estar secando e não era uma coisa agradável tomar banho com a maré seca. Passei por várias ruas até que entrei numa onde só tinha mata e a estrada, eu já estava bem próximo. Cheguei à praia, estacionei a moto num daqueles estacionamentos que alguns caras faziam para ter uma renda extra e comecei a caminhar pela areia. Nada de anormal. A beleza daquele lugar ainda era a mesma, mesmo com a maré seca. Caminhei mais um pouco e cheguei perto de uma duna, só que ali tinha uma mulher; andei um pouco mais rápido e pude reconhecê-la. Não era possível.
- ?
- ! - falei assim que o reconheci. Tirei meu óculos de sol, levantei da areia e corri para abraçá-lo. Ele estava ainda mais lindo, parecia que ele tinha crescido e seu físico só mudou junto com a altura. Seus cabelos estavam maiores e agora ele era dono de uma barba rala.
- Faz anos que não te vejo!
- Quatro anos. - respondi e ele sentou na areia, sentei ao seu lado.
- Sinto muito pelo seu avô, nunca pude te falar isso pessoalmente.
- Obrigada, foi um tempo difícil.
- Imagino. - respondeu e nós ficamos um longo tempo em silêncio.
- Mas e você? Como está?
- Eu tô bem, embora minha mãe tenha começado a se preocupar demais com minha vida amorosa.
- Sério? - perguntei e ri extremamente alto.
- Deu para falar que eu vou casar com a .
- ? - perguntei e ele concordou, ri ainda mais. - Coitada.
- Coitada? Coitado é de mim.
- E por que você não quer a ?
- Porque ela não é a pessoa certa.
- Quem seria então? – perguntei. ficou calado e começou a me encarar, eu estava novamente perdida naquelas íris azuis que me instigavam a cada minuto. Ele colocou uma mão atrás do meu pescoço e quando dei por mim, nossos lábios estavam grudados. - ... - sussurrei assim que separei nossos lábios, fiquei de joelhos na areia pronta para levantar, mas ele ficou na minha frente.
- Não negue, . Eu sei que você me quer.
- , eu não posso.
- Pode sim. - retrucou e eu gelei, eu não podia ter nenhum tipo de relação com , eu tinha o , eu amava o . - Você sabe muito bem o quer, .
Ele tinha razão, eu sabia. Eu o queria, de todas as formas, de todos os jeitos imagináveis. Empurrei na areia, coloquei uma perna em cada lado do seu corpo e enquanto ele parecia tentar entender os últimos segundos, eu selei nossos lábios com uma brutalidade que eu nem sabia que podia.
me jogou na areia e em segundos ficou em cima de mim. Fiquei duro na mesma hora. Ela grudou a boca na minha e eu apenas correspondia com a mesma intensidade. sabia o que estava acontecendo lá em baixo e se aproveitava ainda mais disso, roçando aquela bunda maravilhosa no meu pau enquanto nos beijávamos.
- Me tira daqui. - sussurrou e eu sorri.
- O quê você disse?
- Me tira daqui, . Pelo amor de Deus.
- Por quê?
- Porque eu quero ser tua. - respondeu e eu não consegui falar nada. Fechei meus olhos e senti novamente sua boca na minha. Rompemos o beijo e saiu de cima do meu corpo, juntou suas coisas que estavam na areia e estendeu a mão para mim. Levantei-me, peguei em sua mão e a guiei para um ponto distante da praia, onde só tinha uma espécie de igarapé. Quase ninguém ia ali.
Enquanto andávamos, cumprimentamos alguns rostos conhecidos que passavam por nós. Pobres pessoas, mal sabiam a atmosfera que nos cercava. Chegamos onde eu queria, e me olhava como se pedisse para possuí-la até nossas pernas cansarem. Sorri com o pensamento e a beijei. Ela iria ser minha. Na realidade, ela era. sempre tinha sido a minha garota.
- Você é. - falei segundos depois que separei nossos lábios. Puxei até uma parte mais afastada, ela ficou de joelhos na areia e eu fiquei de frente para ela, na mesma posição. tentou me beijar, mas eu apenas mordi seu lábio inferior com força.
- ... - sussurrou e eu ri fraco.
- O que tu queres? - perguntei.
- Quero você.
- Mas o que tu queres que eu faça?
- O que você quiser.
- O que eu quiser? - perguntei novamente e ela concordou com a cabeça.
- Qualquer porra que você quiser.
Meu pau estava quase para explodir dentro daquela bermuda. Suas palavras sujas só me faziam ter mais vontade de tirar aquele pedaço de pano que ela chamava de shorts e possuí-la ali. Mas não o fiz. tentou me beijar novamente e eu virei minha cabeça, ela me olhou sem entender, ri fraco e a puxei para mais perto. Mais um beijo foi recusado e eu beijei todo seu pescoço. colocou as mãos no meu peito e me olhou parecendo brava. Ri novamente e enfiei minha mão para dentro do seu short. Puta merda, ela já está molhada. ficou imóvel, mas o seu coração batia forte e parecia aumentar cada vez que apertava sua intimidade. Tirei a minha mão esquerda da sua cintura e coloquei-a em sua coxa, praticamente a induzindo a abrir mais as pernas. Aquelas lindas pernas. afastou os joelhos na areia e gemeu, me arrepiei com aquele som e comecei a mexer os dedos para dentro e para fora dela, lentamente, tirando-os e usando seu gozo para manter seu clitóris úmido. Esfreguei meu dedo médio sobre ele num movimento circular, ela parecia a ponto de enlouquecer. Mexi meus dedos dentro dela de novo, só que dessa vez mais rápido, e com o polegar fiz cada vez mais pressão em seu clitóris. Enfiei meus dedos com mais força e mais rápido, ela gemeu muito mais alto.
- Porra, .
- O que é, ? O que você quer?
- Quero que você me coma, porra. - praticamente gritou, mas sua fala foi cortada por outro gemido. Beijei seu pescoço e puta merda, ela emanava desejo. Tudo aquilo me deixavam mais louco de tesão por ela, e meu pau estava tão duro que começava a doer.
O corpo de começou a tremer e suas coxas balançavam como se ela estivesse tentando levantar o corpo. Olhei-a numa forma de repreensão e ela ficou quieta, continuei mexendo meus dedos e percebi que tinha atingido aquele ponto especial. Sua respiração ficou ainda mais irregular, seus olhos estavam arregalados e imóveis. Mantive o ritmo e finalmente gozou. Ela fechou os olhos e eu não conseguia fechar os meus. Aquela cena era maravilhosa. abriu os olhos e suas íris emanavam luxúria, as minhas estavam na mesma intensidade. Beijei-a no pescoço e seu corpo trêmulo começou a acalmar, enfiei dois dedos bem mais fundo e gemi junto com ela. desabou sobre meu peito e eu tirei minha mão de dentro do seu short. Envolvi-a em meus braços e beijei o topo da sua cabeça.
- Porra, . - sussurrou e eu a beijei com uma delicadeza que não existia minutos atrás.
- Ainda não acabamos, pirralha. - sussurrei e ela riu alto. Eu amava o som da sua risada. deitou na areia e me puxou para cima dela, tirei sua roupa e em poucos segundos a minha também estava distante dos nossos corpos. Ela acariciou meus cabelos e eu passei minha mão por toda a extensão do seu corpo. entrelaçou suas pernas ao redor da minha cintura e nós começamos a fazer amor.
17 de Julho de 2005
Olhei em nossa cama, olhei meu corpo nu e as lembranças de seis anos atrás me invadiam. A cada vez que eu ia para cama com ele, era que vinha na minha cabeça. e seu beijo, e seu toque, e sua fala, possuindo cada canto do meu corpo. Saí da cama e resolvi tomar um banho, água sempre era uma boa quando eu queria relaxar e botar o pensamento no lugar. Mas continuava imperando no meu pensamento. Quando dei por mim, aquela tarde de seis anos atrás me vinha novamente. Onde fizemos amor e transamos, onde nossos corpos entraram em comunhão, onde nossos gemidos e sussurros se juntaram pela primeira vez. Aquele dia foi só o primeiro de uma semana de vários pecados. não parava mais na sua casa, sempre tinha a desculpa de ajudar o Seu João nas tarefas da fazenda do meu avô. Pura mentira. Nós nos encontrávamos no quarto que as visitas ficavam, ali, somente os quadros eram testemunhas do que fazíamos. Fui embora na semana seguinte sem conseguir prometer para ele que voltaria no ano seguinte, mas ele me prometeu que iria me esperar. Ri fraco e o beijei. No ano seguinte fui passar minhas férias com em Fortaleza, transamos no chalé alugado e puta merda, eu desejei que tivesse ali o tempo inteiro. E nos anos seguintes, eu iria para tudo quanto era lugar, menos para o Marajó. O meu maior desejo e pecado estaria lá.
Enxuguei-me, vesti uma roupa e continuava dormindo, como se fosse um anjo. Mas não o anjo que eu queria. Peguei uma mochila, enfiei algumas roupas de qualquer jeito, me calcei, peguei dinheiro da minha carteira e deixei um bilhete para explicando que tive que viajar para resolver umas pendências. Não era uma mentira. era uma pendência que eu nunca ia se resolver. Saí de casa, peguei um táxi e pedi para ele ir até o aeroporto, de avião seria no máximo 20 minutos. Apesar da passagem ser muito mais cara, eu não iria aguentar perder três horas dentro de um navio.
- Hoje não, . - falei e ela saiu de cima de mim. Puta merda, o que eu tinha de fazer era simples. Era só tirar a roupa dela e come-la. Pronto, ela ficaria satisfeita e eu ficaria saciado. Mas não. Toda vez que eu olhava aquele corpo em cima do meu, outra pessoa vinha na minha mente. . A pirralha que eu sempre tinha sido apaixonado. A pirralha que fez amor e sexo comigo na praia e depois disso, nós nos entregamos um ao outro todos os dias, por uma semana. Era inevitável transar com outra mulher sem me lembrar dela. E isso era algo que eu nunca iria controlar.
- .
- Não. - respondi rude e a morena dos cabelos pintados de vermelho saiu de cima de mim, catou suas roupas e saiu batendo a porta, frustrada. Pobre , nunca chegaria nem perto da minha .
Abri meu guarda roupa, peguei uma blusa e a vesti, já deveria passar das dez horas. Fui até a cozinha, comi duas bananas que estavam na fruteira e saí para verificar os cavalos. Eu sentia falta de Sereno e Trovão, eles já tinham se tornado parte de mim, da minha história com também e agora eles não estavam mais aqui. Agora, eu tinha outro cavalo, o nome dele era Jambo. Jambo era dócil e paciente, sempre que eu queria cavalgar para desestressar, era ele que eu usava. Passei por Jambo e lhe fiz carinho, saí do estábulo assim que escutei barulho de carro.
- Algum problema, Júnior?
- Tem uma mulher lá na fazenda do Seu Paulo, ela tá querendo entrar e o Marcos não sabe mais o que fazer.
- Vou lá! – respondi. Saí da propriedade do meu pai e andei por pouquíssimos minutos. Assim que cheguei à entrada da fazenda , uma mulher que tinha cabelos lisos nos ombros, usava óculos de sol, vestia uma calça jeans justa e uma blusa de mangá comprida argumentava impacientemente com Marcos, o caseiro da fazenda. - Algum problema, Marcos?
- Essa senhora quer entrar na Casa Grande.
- Senhora não, eu sou neta do dono disso aqui. Eu quero entrar na minha casa! - praticamente gritou e eu a reconheci na mesma hora.
- Ela é a que a dona Celina tanto fala, pode deixa-la entrar, Marcos. - falei e ele ficou vermelho de vergonha.
- Desculpe, senhora. - sussurrou, entregou a chave para e saiu andando depressa.
- Obrigada. - mumurrou e foi em direção a Casa Grande. fechou a porta depois que entrei.
- O que fez tu querer voltar?
- Não sei. - respondeu e sentou no sofá cor de vinho.
- Deves estar cansada, são três horas de viagem...
- 20 minutos. - cortou-me - Vim de avião.
- Gente rica é outra coisa. - brinquei e ela riu fraco. - Como anda a vida na capital?
- Estou noiva, continuo estudando, minha mãe quer que eu case logo. E por aqui?
- Estou tomando frente em grande parte dos negócios da fazenda do meu pai.
- E sua mulher?
- Ela não para muito aqui, volta do nada. – respondi. me olhou e sorriu. - Eu ainda tenho serviço. Até depois, .
- Até. - sussurrou e eu me virei. Ela tinha voltado e iria enlouquecer com tudo o que eu ainda estava organizando. - . - me chamou e eu virei. - Que horas você acaba?
- Por quê?
- Quero cavalgar. - respondeu e eu sorri.
- Te pego daqui a meia hora. - falei e saí da casa.
Fui até minha casa, tomei um banho rápido e troquei de roupa e fui até onde Jambo estava. Coloquei a cela nela e o guiei para fora, caminhei com ele e entrei na fazenda da família de . Assim que entrei, ela veio em minha direção; usava uma saia florida e uma blusa azul que deixava um pouco da sua barriga amostra. Ela iria cavalgar de saia, puta merda.
- Cavalo novo? - perguntou e fez carinho nele.
- Esse é o Jambo. Você ainda lembra como monta?
- Na última vez que vim, não andei de cavalo. Faz bastante tempo desde a última vez que estive em um. - falou e baixou a cabeça parecendo envergonhada.
- Vou com você. - falei e ela concordou. Montei em Jambo e lhe estendi a mão, colocou o pé no pedal e eu a ajudei a montar, ela ficou bem na minha frente. Caralho. Ela alcançou as rédeas e eu passei meus braços por ela, as alcançando também. Com a minha autorização, Jambo começou a andar e a única coisa que eu conseguia sentir era a bunda dela roçando no meu pau. Ela sabia que aquilo iria acontecer. Ela sabia de tudo. Cavalgamos lentamente pela propriedade da família dela que agora, me parecia vazia. A cada trotada, minha ereção aumentava e ela parecia saber e gostar daquilo. Filha da puta. tirou a mão direita da rédea, colocou os cabelos curtos somente para um lado do pescoço e se ajeitou encostando ainda mais no meu corpo, fechei os olhos instantaneamente e beijei seu pescoço descoberto, a única coisa que eu escutei foi o som da sua risada. Ela voltou com a mão para a rédea e eu tirei a minha, a posicionei na sua cintura. Deixei minha mão escorregar até o meio de suas pernas, me arrepiei e ela pareceu ter a mesma sensação. Eu queria come-la ali mesmo. Com minha ereção a pino, comecei a acaricia-la por cima da saia, riu novamente e pegou minha mão, guiando-a para baixo do pano, fazendo com que eu tocasse sua intimidade que estava coberta apenas pela calcinha. Jambo começou a andar mais lentamente e ela conduzia meus movimentos em sua intimidade, até que eu a afastei e ela enfiou o próprio dedo ali, eu iria enlouquecer com aquela mulher! começou a se masturbar e eu não consegui me conter, comecei a toca-la também. Ela gemeu e deixou a cabeça em meus ombros, beijando meu pescoço.
- Vamos voltar. - sussurrou e eu demorei alguns segundos para entender o que ela tinha dito, mas fiz. Tirei minha mão da sua intimidade e guiei Jambo de volta para a Casa Grande. Eu pensava que ela também iria voltar com a mão para a rédea, mas não o fez, continuou a se masturbar durante todo o caminho. Puta merda, eu queria muito comê-la ali mesmo. Senti-a tremer e segurei sua cintura firmemente, ela tinha gozado. Fechei meus olhos e senti seus dedos molhados em minha boca, os lambi imediatamente, ela estava compartilhando o gosto dela comigo e ele era maravilhoso. Chegamos à casa dela e eu desci do cavalo. desceu com um sorriso no rosto, pegou minha mão e me puxou para dentro da casa. Ela não me deixou toca-la até que chegamos no quarto. Ela sentou na cama e eu fiquei de frente para ela.
- Tu és louca. - sussurrei e ela gargalhou.
- Por ter me tocado?
- Por ter feito isso em cima do cavalo e me deixado masturbar você também.
- Eu fiz isso sozinha por um bom tempo, . - falou e eu a imaginei em diferentes ocasiões se tocando, puta merda. - Você fez isso comigo.
- Não entendi. - respondi e ela riu.
- Sua simplicidade de menino do interior me impressiona. - retrucou e levantou da cama, ficou na minha frente e beijou meus lábios calmamente. - Toda vez que eu me tocava, era em você que eu estava pensando. Era você que eu queria que estivesse ali.
- ...
- Já pensou? Em como é transar com um cara e desejar outro? É complicado fingir orgasmos, . - sussurrei e ele riu fraco.
- Eu vou transar contigo até não aguentares mais, entendeu? Por todo o tempo que tu ficar aqui, todos os dias, . Tu vais desejar nunca ter conhecido o teu noivinho. - sussurrei e ela sorriu, colei seu corpo no meu e selei nossos lábios com brutalidade.
Sorri com as palavras de e ele me beijou. Separou nossos lábios e começou a chupar meu pescoço, ele me empurrou para a cama sem nenhuma delicadeza, tirou minha blusa e arrancou minha saia levando minha calcinha junto, tirou toda sua roupa rapidamente e ficou entre minhas pernas, distribuiu beijos por meus seios, pescoço e parou em meu ouvido.
- Fica de quatro pra mim. - mandou e assim que eu o fiz, bateu na minha bunda me fazendo gemer e sem nenhum aviso, já estava dentro de mim. Reprimi um grito e ele puxou meus cabelos. - Eu sei que você quer... Grita, porra. - estremeci de tesão e gritei. riu e começou a ir mais rápido. Eu queria que ele entrasse em mim em qualquer posição, eu só queria ser dele. Gemi com as investidas de e comecei a me masturbar ao mesmo tempo em que ele entrava e saia, esfreguei meu clitóris rapidamente e com força, assim eu poderia gozar junto dele. gemeu rouco e nós chegamos ao ápice juntos, desabei na cama e ele caiu por cima de mim na cama.
O silêncio preencheu o quarto, mas, mesmo com ele, nossos corpos estavam gritando pelo outro. selou nossos lábios calmamente mas um sorriso maldoso instalou-se em seu rosto.
- Eu disse que você ia ser minha. - sussurrou e voltou a me beijar, e num movimento rápido, me colocou em cima do seu colo e colocou seu pênis na minha intimidade. O cavalguei com energia, balançando meu corpo pra atrás, até achar a posição em que o seu pênis tocava meu clitóris ao mesmo tempo em que me penetrava. pareceu cansar de me deixar comandar e me colocou para baixo dele e entrou novamente na minha intimidade. Chegava a parecer que ele estava abrindo um espaço que eu sequer imaginava que existia em meu corpo, seu pênis tocava em regiões inexploradas que faziam minhas paredes internas parecerem vivas e sensíveis. Eu praticamente suplicava para ele ir mais forte. Eu adorava tê-lo dentro de mim daquela forma tão brutal. Gemi alto e ele me acompanhou, gozamos desesperadamente. virou e ficou deitado ao meu lado, me virei para ele e selei nossos lábios.
- Faça essa semana valer a pena.
- Eu vou fazer, pirralha. E tu sabes que é verdade.
Capítulo 03
17 de Julho de 2010
- O que estás fazendo aqui? - gritei para tentar vencer o barulho da chuva. estava toda ensopada na frente do estábulo.
- Precisava te ver! - gritou de volta e eu a puxei para dentro.
- A gente terminou tudo!
~*~
- Não dá mais, . - gruniu e a mulher dos cabelos negros passou as mãos pelos fios nervosa. - Eu não aguento mais isso, eu tenho uma vida!
- Então vá vive-la, porra!
- Como vou viver minha vida se todo mês de julho tu apareces aqui, nós transamos enlouquecidamente e depois de alguns dias tu vais embora e me deixa sozinho? Eu não aguento mais isso, não dá.
- Eu tenho uma vida toda lá na capital, não posso largar tudo! Eu casei, lembra?
- Casou e sempre corre atrás de mmi. Esse teu casamento é maravilhoso. - gelou e tentou dar um tapa na cara do homem que estava em sua frente, mas não conseguiu. Ele segurou seu braço. - Vai me bater por estar falando a verdade?
- Cala a boca, porra!
- Tu sabes que é verdade, . Mas isso não é mais problema meu, entendeu? Acabou. Eu não sou mais teu amante ou qualquer nome que se dê a isso que tu achas que eu sou. Eu mereço uma mulher por inteira, entendeu?
- ...
- Faz o favor de nunca mais voltar aqui. - mumurrou e soltou o braço de . Ela queria chorar e implorar para ele voltar, ela o amava mais do que qualquer coisa, mas não o fez. deixou atravessar a porta sem lhe dizer uma única palavra, apenas voltou para o quarto e jogou as roupas em uma pequena mochila, pegou um táxi e foi direto para o terminal. Dessa vez iria de navio, precisava daquelas três horas para colocar o pensamento no lugar. chegou ao seu quarto e quebrou tudo o que estava a vista. Mesmo sem ver, ele sabia que ela já tinha partido. Tudo estava desabando.
~*~
- Eu amo você. - gritou e eu demorei minutos para entender o que ela tinha dito. Pisquei várias vezes e ela me olhava esperando uma resposta. Mas tudo o que ela teve foi o silêncio. - Eu não sei o que você quer que eu diga, mas eu te amo pra caralho. Eu não consigo parar de pensar em você um minuto se quer, sei que você deve ter outra mulher, sei que já se passou um ano, mas porra, eu te amo.
- Você só pode estar brincando comigo...
- ! Eu não estou! Eu te amo muito, é tão difícil entender isso? – perguntou. Eu a puxei para mim e selei nossos lábios. passou as mãos por meus cabelos e eu tomou o beijo.
- Se você for embora...
- Eu não vou embora nunca mais. - falou e eu a olhei sem entender. - A Federal tá construindo um campus aqui em Soure, como já tenho doutorado posso trabalhar aqui.
- E o ? - Nós nos divorciamos dois meses depois que eu voltei. - respondeu e eu a beijei novamente. passou as mãos pelo meu pescoço e eu a ajudei entrelaçar as pernas em volta da minha cintura. Andei com ela até uma parte que tinha feno e era totalmente coberta, a deitei ali.
- Eu amo você. - sussurrei e a beijei calmamente. tirou a roupa molhada e em poucos segundos, tirei a minha. Nós fizemos amor ali como se fosse a primeira vez.
17 de Abril de 2015
- Acordou! - falei assim que vi entrando na cozinha da nossa casa. Mudei-me efetivamente para Soure em 2011, assim que a Federal começou a funcionar. havia herdado a fazenda do pai, que agora tinha se mudado para a cidade de Joanes com a mulher e ficava há duas horas de Soure. Minha avó havia dado a fazenda da nossa família para minha mãe, essa que havia feito um negócio com e agora tudo era apenas uma propriedade só. Derrubamos as duas casas e construímos outra na nossa fazenda, já que agora estávamos noivos.
- Acordei me sentindo velho. - reclamou e sentou ao meu lado, lhe dei um selinho e ele colocou o café na xícara.
- Ah é verdade, hoje você está fazendo aniversário. - falei e ele revirou os olhos.
- Obrigado por lembrar, tu tocas o meu coração desse jeito.
- Idiota. - retruquei e esperei ele terminar de comer, levantei da mesa e ele deixou a louça na pia. - Tenho uma surpresa para você.
- O que é? Nós vamos transar de manhã?
- Você é muito idiota, porra. - respondi e ele me beijou. Separei nossos lábios e o conduzi até o estábulo. me olhou sem entender, pois ele conhecia aquele lugar com a palma da mão dele. Voltei sua mão e fui para o final do corredor, saí de lá puxando um lindo Azteca negro. - É para você.
- Puta merda, não acredito! Um Azteca!
- Sim! - falei e praticamente correu até o animal, começou a acaricia-lo como se ele fosse o melhor presente que já tinha ganhado na vida.
- Eu adorei, muito obrigado. Eu vou cuidar dele para sempre.
- Você já sabe o nome dele? - perguntei e ele me olhou.
- O nome dele é Julho.
- Julho?
- Julho sempre vai ser o meu mês favorito. - falou e eu sorri. parou de acariciar o cavalo e me puxou para um abraço, logo beijou meus lábios carinhosamente. - E tu sempre vais ser o meu amor.
- O que estás fazendo aqui? - gritei para tentar vencer o barulho da chuva. estava toda ensopada na frente do estábulo.
- Precisava te ver! - gritou de volta e eu a puxei para dentro.
- A gente terminou tudo!
- Não dá mais, . - gruniu e a mulher dos cabelos negros passou as mãos pelos fios nervosa. - Eu não aguento mais isso, eu tenho uma vida!
- Então vá vive-la, porra!
- Como vou viver minha vida se todo mês de julho tu apareces aqui, nós transamos enlouquecidamente e depois de alguns dias tu vais embora e me deixa sozinho? Eu não aguento mais isso, não dá.
- Eu tenho uma vida toda lá na capital, não posso largar tudo! Eu casei, lembra?
- Casou e sempre corre atrás de mmi. Esse teu casamento é maravilhoso. - gelou e tentou dar um tapa na cara do homem que estava em sua frente, mas não conseguiu. Ele segurou seu braço. - Vai me bater por estar falando a verdade?
- Cala a boca, porra!
- Tu sabes que é verdade, . Mas isso não é mais problema meu, entendeu? Acabou. Eu não sou mais teu amante ou qualquer nome que se dê a isso que tu achas que eu sou. Eu mereço uma mulher por inteira, entendeu?
- ...
- Faz o favor de nunca mais voltar aqui. - mumurrou e soltou o braço de . Ela queria chorar e implorar para ele voltar, ela o amava mais do que qualquer coisa, mas não o fez. deixou atravessar a porta sem lhe dizer uma única palavra, apenas voltou para o quarto e jogou as roupas em uma pequena mochila, pegou um táxi e foi direto para o terminal. Dessa vez iria de navio, precisava daquelas três horas para colocar o pensamento no lugar. chegou ao seu quarto e quebrou tudo o que estava a vista. Mesmo sem ver, ele sabia que ela já tinha partido. Tudo estava desabando.
- Eu amo você. - gritou e eu demorei minutos para entender o que ela tinha dito. Pisquei várias vezes e ela me olhava esperando uma resposta. Mas tudo o que ela teve foi o silêncio. - Eu não sei o que você quer que eu diga, mas eu te amo pra caralho. Eu não consigo parar de pensar em você um minuto se quer, sei que você deve ter outra mulher, sei que já se passou um ano, mas porra, eu te amo.
- Você só pode estar brincando comigo...
- ! Eu não estou! Eu te amo muito, é tão difícil entender isso? – perguntou. Eu a puxei para mim e selei nossos lábios. passou as mãos por meus cabelos e eu tomou o beijo.
- Se você for embora...
- Eu não vou embora nunca mais. - falou e eu a olhei sem entender. - A Federal tá construindo um campus aqui em Soure, como já tenho doutorado posso trabalhar aqui.
- E o ? - Nós nos divorciamos dois meses depois que eu voltei. - respondeu e eu a beijei novamente. passou as mãos pelo meu pescoço e eu a ajudei entrelaçar as pernas em volta da minha cintura. Andei com ela até uma parte que tinha feno e era totalmente coberta, a deitei ali.
- Eu amo você. - sussurrei e a beijei calmamente. tirou a roupa molhada e em poucos segundos, tirei a minha. Nós fizemos amor ali como se fosse a primeira vez.
17 de Abril de 2015
- Acordou! - falei assim que vi entrando na cozinha da nossa casa. Mudei-me efetivamente para Soure em 2011, assim que a Federal começou a funcionar. havia herdado a fazenda do pai, que agora tinha se mudado para a cidade de Joanes com a mulher e ficava há duas horas de Soure. Minha avó havia dado a fazenda da nossa família para minha mãe, essa que havia feito um negócio com e agora tudo era apenas uma propriedade só. Derrubamos as duas casas e construímos outra na nossa fazenda, já que agora estávamos noivos.
- Acordei me sentindo velho. - reclamou e sentou ao meu lado, lhe dei um selinho e ele colocou o café na xícara.
- Ah é verdade, hoje você está fazendo aniversário. - falei e ele revirou os olhos.
- Obrigado por lembrar, tu tocas o meu coração desse jeito.
- Idiota. - retruquei e esperei ele terminar de comer, levantei da mesa e ele deixou a louça na pia. - Tenho uma surpresa para você.
- O que é? Nós vamos transar de manhã?
- Você é muito idiota, porra. - respondi e ele me beijou. Separei nossos lábios e o conduzi até o estábulo. me olhou sem entender, pois ele conhecia aquele lugar com a palma da mão dele. Voltei sua mão e fui para o final do corredor, saí de lá puxando um lindo Azteca negro. - É para você.
- Puta merda, não acredito! Um Azteca!
- Sim! - falei e praticamente correu até o animal, começou a acaricia-lo como se ele fosse o melhor presente que já tinha ganhado na vida.
- Eu adorei, muito obrigado. Eu vou cuidar dele para sempre.
- Você já sabe o nome dele? - perguntei e ele me olhou.
- O nome dele é Julho.
- Julho?
- Julho sempre vai ser o meu mês favorito. - falou e eu sorri. parou de acariciar o cavalo e me puxou para um abraço, logo beijou meus lábios carinhosamente. - E tu sempre vais ser o meu amor.
FIM!
Nota da autora: Olá meninas! Essa é minha primeira fic restrita publicada, espero que gostem! Tive que fazer essa fic em um dia e meio então me perdoem qualquer coisa, mas lembrem que eu fiz com muito carinho e amor HAHA espero que vocês gostem dos personagens e do local da história! Qualquer coisa, dêem um grito lá no twitter.
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer.
Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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