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Fanfic Finalizada: 01/03/2022

Capítulo Único


31/12/2021

“Sputnik 11 está saindo da órbita de nosso planeta para uma das mais importantes missões que nosso planeta já teve. Buscar vida em outros planetas não será fácil, mas nós matamos nosso planeta e esse herói está indo a uma missão, arriscando seus anos e sua vida por várias outras que viram no futuro.”

se preparou com ansiedade colocando seus cintos de segurança. Seu corpo tremia em adrenalina e nervosismo, seu sorriso fraquejava por estar ansioso mas ainda, a confiança em seu olhar de que a missão D.Sputnik 11 seria a coisa mais importante de sua vida e também do futuro de seus filhos, filhos de seus filhos entre outras gerações, ele sabia que tinha que fazer aquilo.

Desde pequeno sempre observou as estrelas com atenção, principalmente as que brilhavam com intensidade no céu - que ele descobriu ser na realidade planetas quando ficou mais velho - sempre se sentiu perdido olhando a seu redor mas sempre achou conforto e direção observando o céu e sua imensidade com incontáveis estrelas, talvez fosse seu eu avisando que elas seriam mais importantes do que ele imaginava um dia. Muitas pessoas sentiam medo da imensidão e do que poderia ser encontrado dentro dela, mas, ele não sentia, ele sabia que elas eram a resposta e por isso começou a estudá-las, ele encontrou uma estrela em específica, ela não tinha nome, ela não tinha quem a reconhecesse mas, ele olhava ao céu e sabia que aquela era ela, por isso a nomeou.

Seu nome era Blur, a estrela maior.

Ele não sabe porque, mas ele pensou em Blur quando a viu porque o dia estava nublado e uma leve névoa a cobria. Seu brilho em questão que estava sobre ela tinha um formato engraçado assim como uma cor engraçada, o lembrava de uma rosa e por algum motivo sua luz reluzia um pouco azulada, ele então, apenas guardou uma rosa azul como referência sobre ela. Tinha certeza, de que se aquela estrela fosse uma pessoa, sua flor favorita seria a preciosa rosa azul.
Nós seres humanos, temos tendências a referências pessoas as coisas, dessa vez, ele referenciou sua estrela favorita a uma flor que basicamente virou um amuleto da sorte.

Por isso, a primeira coisa que as pessoas podiam ver através da transmissão era sua rosa azul no lado direito de seu painel.

“A contagem regressiva irá começar”


Uma das mais excitantes realizações que ele teve no momento em que estava pronto para decolar, com a câmera em seu rosto, sendo exposto a todos em rede internacional junto de seus tripulantes, era que na realidade ele finalmente realizaria seus sonhos de estar sobre as estrelas então ele sorriu ao pensar dessa maneira, olhou ao céu a sua frente vendo sua estrela, seu guia principal brilhar e respirou fundo iniciando a contagem.

“10”


Todos contaram juntos.

“9”


O mais especial daquele momento, era que também seria a contagem regressiva para o ano novo.

“8”


Um suspiro veio do mais profundo de seus pulmões, ele estava preparado.

“7”


As famílias reunidas, sabiam que aquele momento também era importante para a humanidade.

“6”


Todos olhavam para o céu ou para a televisão ansiosos pelo momento. Enquanto a lua, aos poucos mudava sua cor sem ser muito notada.

“5”



Aquele também era dia de lua cheia, uma lua que não acontecia por durante anos. Uma lua de sangue e de larga duração.

“4”


O que não passou despercebido por , já que o mesmo trouxe a pauta mas inúmeras reuniões sobre a missão D.Sputnik 11. Ele não era supersticioso mas sabia dos riscos de realizar missões fora do planeta em eventos lunares que não ocorrem a anos, ele acreditava na mudança de energia, ele acreditava que poderia ser místico.

E mesmo assim, ignorou, não tinha como adiar nem por mais um dia, ou, perderia os patrocínios que havia recebido para a missão.

“3”


A lua subia conforme a contagem e mais da metade dela se encontrava vermelha, estava linda, ele nunca havia visto algo parecido mesmo trabalhando por tantos anos na nasa e estudando por tantos anos fenômenos como aquele.

center>“2”

Nada era parecido com aquela experiência, talvez aquela admiração toda fosse por toda adenalina e ansiedade que corriam por suas veias.

“1”


Todos disseram juntos, transmitindo um arrepio pelo corpo de Yeonju com suas energias.

“Sputnik 11 acaba de decolar em direção a Júpiter, feliz ano novo a todos”


E D.Sputnik 11 foi iniciada com uma brilhante luz avermelhada vinda da lua.

Part. I

15 dias no espaço

“Empty
It starts yet again, an endlessly empty day
Lonely
There's only loneliness in this cold atmosphere that drives me crazy
I follow that meteor shower, the compass that leads me
I run aimlessly to find the answer, find the answer
At the edge of my universe, dimly lit
My long wandering finally meets the end, meets the end”

— Capitão — tripulante e melhor amigo disse olhando pela grande janela frontal da nave.
— Huh? — ele respondeu levando a colher com a sopa Miso que comia.
— Os monitores dizem que saímos de rota e os comunicadores estão — ele deu uma pausa olhando confuso para os comunicadores — tendo algum tipo de interferência?

Os comunicadores piscavam de forma descontrolada e aquilo fez com que soltasse seu jantar no mesmo momento e caminhasse com pressa ao painel que a alguns instantes antes estava normal.

— O alerta diz que estamos em um campo magnético? — comentou confuso se sentando na cadeira perto do painel de alerta.

— Todos em seus postos! — ele disse indicando as cadeiras a seu lado. Percebeu que algo estava errado assim que sua rosa deliberadamente começou a flutuar pela cabine chamando a atenção de todos que obedeceram ele em seguida.

Seus fios de cabelo começaram a flutuar como tudo que estava na cabine, incluindo a sopa de miso do capitão, uma corrente elétrica passou pela extensão da nave de ponta a ponta o que fizeram com que eles se assustassem e de repente, tudo escureceu com um forte impacto.

Part. II

“Oh my Sputnik
It's my fate, I finally found you (You are another me)
Call mе destiny
Because I know you arе another me”



No momento em que o raio de sol entrou pela fresta da porta da nave, que com o impacto se abriu, mesmo que turvos, os olhos de se arregalaram, estavam sem seus capacetes ou com o oxigênios ligados, então ele sabia que não teria mais forma, que não cuidou de sua equipe o suficiente e que estariam perdidos o resto de suas vidas, no espaço.

Ele agarrou sua rosa azul e a segurou com força, fechando seus olhos na mesma intensidade.

— Capitão? — ele ouviu a voz de ou talvez de , ele não sabia distinguir a esse ponto, por um momento tudo parecia turvo, sua visão e sua audição pareciam distantes, quando voltou a seus sentidos com um chacoalhão vindo de um dos mais novos.
— Acorda! — disse — deixa de ser dramático, nos não morremos ou ficamos perdidos no espaço.
— Como você….?— ele o olhou confuso.
— Eu te conheço , a dez longos anos, você acha mesmo que eu não saberia que esse seria seu primeiro pensamento? — respondeu rindo.
— Até nos sabíamos — os outros três tripulantes disseram juntos rindo.
— Onde estão seus capacetes? Seus oxigênios? Como…— ele parecia confuso demais para encontrar uma resposta lógica para o que estava acontecendo.
— Acontece que…— começou a falar mas foi interrompido.
— Uau! — uma voz feminina surgiu junto dos cabelos de fios longos com mechas azuis — então é assim que é uma nave? Foguete? Seja lá qual for o nome, por dentro? — ela riu — que bagunça, você não disse que vocês eram organizados, ?
— Você pode não criticar? — disse tomando um pouco do sorvete dele — nós sofremos um acidente, tá bom?
— Certo, Certo — disse rindo — não provoque os mais novos, .
— Foi ele quem disse — a garota de fios azuis disse dando de ombros.

não sabia bem se ficava confuso com a situação, com a naturalidade dos amigos, com as garotas ali presentes — principal a de fios azuis que olhava ao redor — ou com as roupas delas.

— Você está olhando muito, Hyung! — disse baixinho — e elas sabem que você no fundo está julgando.
— Sinceramente eu ainda estou também — disse rindo.
— Nós já dissemos que é o ritual do festival da estrela maior, você pode não tirar sarro? faz alguma coisa — reclamou.
— Nem mais um pouco de sorvete para você! — disse tirando o pote da mão do garoto.
…— ele ia protestar mas foi interrompido.
— Onde estamos? O que está acontecendo? — perguntou se levantando enquanto segurava sua cabeça pela repentina dor que sentia.
— Essa é a melhor parte, não estraguem, a cara de vocês foi imperdoável, eu quero ver o mesmo tipo de reação vinda dele — disse para os amigos rindo.

Todos riram e olhou o amigo confuso, mesmo que apenas por alguns minutos, a figura mais intrigante naquele local era com certeza a garota de fios azuis.

— Pega suas coisas e vem com a gente — disse o chamando.

seguiu a desconhecida.

— Vocês já a conheciam? — perguntou.
— A conhecemos a duas horas atrás, assim que tivemos o impacto — disse rindo — eu acordei primeiro e tive uma bela surpresa.
— Huh? — o mais velho exclamou sem entender.
— Você vai ver — ele sorriu.

Todos eles recolheram suas coisas e as guardaram em suas bolsas largas.

— Até quando ela vai evitar até mesmo olhar na direção dele? — sussurrou olhando a garota dos fios azuis ser a primeira a sair de dentro da nave. O que chamou a atenção imediata de .
— Até ela se dar conta de que não consegue mais evitar — A garota respondeu rindo, saindo do lugar junto do mais novo.
— Do que eles estavam falando? — perguntou a , e que ainda guardavam algumas coisas.

Os três se entreolharam e balançaram a cabeça negativamente.

— Nada de importante — respondeu sorrindo sem graça.
— Não se preocupe — disse colocando uma das mãos sobre o ombro do amigo — vamos?

O último objeto que ele havia pego havia sido sua rosa que permanecia intacta.

— Você precisa ver isso! — disse guiando o amigo.

Pisando para fora da nave com cuidado e de costas para a vista, assim que ele girou os pés para encarar os amigos se assustou.

— Nossos dias são laranjas, nossas nuvens são cor de rosa e nossas noites roxas — disse rindo para a cara de apavorado de com o intenso laranja que o céu tinha como sua cor, sem contar as nuvens que pareciam ornar perfeitamente — Nosso festival da estrela maior é um dos eventos mágicos que acontecem por aqui nada explicável ou…
— Comprovado — disse sem olhar para eles seguindo seu caminho à frente.
— Eu ia dizer entendível, mas podemos deixar isso assim mesmo — ela disse rindo — enfim, uma vez no ano ele acontece por quatro dias completos e provavelmente esse foi o motivo de vocês pararem aqui.
— Duvido! — disse mais alto, na frente já avistando o pequeno vilarejo.
— Não liguem para ela — ela respondeu xingando a amiga para si — provavelmente poderão partir no final do festival, em quatro dias mas o tempo e espaço entre a sua dimensão e a nossa são diferentes então provavelmente já terão passado como bons meses por lá — ela respondeu sorrindo fraco.
— Mas a nossa nave, ela…— ele começou a falar mas o interrompeu.
— Não se preocupe, O professor John explicou que quando um evento desse acontece, somos divididos em dois, ou seja, basicamente criamos nossas consciências nessa dimensão junto com nossa matéria ou seja nossos corpos, por algo que nos ligou a ela. Então, temos nesses corpos nossas consciências e quando for a hora de retornarmos tudo desaparecerá e voltaremos como se tivéssemos apenas dormido por algumas horas — explicou.
— E se nunca voltarmos? — ele perguntou deixando com uma cara confusa.
— Ele não explicou essa parte — disse baixo.
— Não vai acontecer — parou os passos ainda virada para frente — vocês voltam, sempre, não importa o ano, não importa a hora ou o dia, vocês voltam, mesmo que queiram ficar.
— Desculpem a ranzinzice dela — disse batendo no ombro da amiga — ela não sabe lidar com visitas.
— Sejam bem-vindos ao planeta Ito — disse se virando pela primeira vez e encarando logo de cara.

O olhar da garota o fez estremecer, era como se ele reconhecesse ou melhor, era como se ele conhecesse perfeitamente aqueles olhos, aquela expressão, aquela pessoa.

Part. III

“A single warm frozen hand
The moment we hold each other, everything melts (Down)
You are my orbit
You're my one and only
Fly through the night sky with you”


A tensão que e tinham eram demais até mesmo para os amigos que viam a cena, nunca havia se esquecido de seu rosto, seus olhos, sua boca e principalmente seu sorriso. Não o via a muito tempo, mas, em sua mente era perfeitamente gravado, nunca deixando ser esquecido.

Nem mesmo quando era preciso.

O looping não funcionava nela ou em , provavelmente porque ambas provocaram aquilo.

O looping foi culpa dela e de , mas o não esquecimento foi algo que ela e acabaram sendo punidas. Junto do professor John, o único que sabe sobre o assunto desde que as mesmas chegaram.

Professor John dizia que aquilo era magia da estrela maior e que apenas ela podia escolher quebrar ou não o feitiço do looping.

— São eles mesmo? — observou alguém do vilarejo cochichar e acenar alegremente, recebendo olhares duvidosos.
— Você sabe que eles não deveriam se lembrar, certo? De nada, nem mesmo um cochicho deveria surgir nesse momento — disse a vendo alguns olhares sendo lançados a eles de forma curiosa.
— Eu sei o mesmo tanto que você sobre esse assunto, nunca os vi agindo dessa forma — dizia olhando ao redor — Não a nada diferente nessa versão, eles estão iguais, acena e aquela senhora anda para o outro lado da rua o desprezando a menos que…
— Porque ela não está cruzando a rua, ? — perguntou quase passando mal.
, porque seus cabelos estão roxos? — perguntou olhando assustada para a garota — essa não era a cor de quando…
— De quando chegamos aqui pela primeira vez — ela disse quase pálida de nervoso — , suas mechas, seu cabelo…
— O que? — ela disse levando as mãos até o cabelo, arregalando os olhos em seguida — não não não eu retoquei as mechas na semana passada, droga.

reclamou tão alto que os cinco garotos se viraram e a olharam com olhar questionador.

— Onde estão suas mechas? — disse confuso — ou o seu cabelo?

riu sem graça, pela primeira vez não tinha uma resposta para algo que ele perguntasse.

— Eram extensões — respondeu pensando de forma rápida — para o festival, já que não precisávamos mais eu dei um jeito.
— Wow! — comentou — , você fica diferente com o cabelo assim.
Faz um bom tempo desde a última vez que…— ela começou a falar mas interrompeu a si mesma na hora — deixa para lá.

não se sentia esquisita por receber olhares vindos do mais velho ali do garotos, ela estava um pouco acostumada ja que toda vez ele agia da mesma forma.

— Fica bem em você — falou recebendo um olhar provocativo de cada um dos amigos.

Voltando a observar o local ao redor, estava intrigado com tudo, sem conseguir assimilar nada. E , sequer conseguiu seguir o plano inicial, dessa vez, tinham planejado com o professor John, ela tentaria não se aproximar dele a todo custo, tentaria fazer com que a mesma história não acontecesse para que e de alguma forma conseguissem quebrar aquilo, vai ver a estrela maior não queira que eles se encontrassem e tivessem sua história.

Tempo errado, lugar errado.


— Está acontecendo — cochichou para que se colocou ao lado dela enquanto eles se direcionavam a casa do professor — mas não conheço essa versão, não sei como ela vai acontecer.
— Como assim? — ele perguntou confuso.

Por alguma razão era fácil de confiar aquela história toda aos garotos, afinal, os únicos prejudicados de toda aquela situação no final de tudo acabavam sendo e .

nunca teve esse cabelo, a não ser pela primeira vez em que viemos para cá, assim como eu — Ela explicou — sempre que tenta cortar seus cabelos outra vez, em três dias nos máximo eles estão iguais novamente, longos e de pontas azuis, mas dessa vez, algo aconteceu e algumas coisas que costumam acontecer em todas as versões não aconteceram.
— E o que isso significa? — ele perguntou curioso.
— Que algo pode ter mudado de última hora — ela respondeu observando os dois de longe.

Era possível ver a dor de longe em por tentar ao máximo ignorar a presença do rapaz.

— Você sabe se ele trouxe algo diferente com ele? — ela perguntou vagamente — algo em que ele seria muito apegado como um amuleto?
— hm, ele não é muito dessas coisas — disse pensativo — mas, eu acho que de última hora, antes de entramos em missão ele foi a uma floricultura pequena que ele gosta muito e comprou uma rosa azul, ele a alguns anos atrás começou a gostar muito dessa flor, nunca nos explicou porque, apenas começou da noite para o dia, ele sempre tem uma próxima dele.

ia falar algo mas a chamou pedindo para que ela abrisse o portão, ela trazia as chaves.

— Voltamos nisso amanhã — ela respondeu para o mais novo — está muito tarde e vocês precisam descansar.

Todos entraram na casa junto delas, Professor John nunca estava nessas horas, ele subia a montanha norte para monitorar o céu com seu telescópio então, ele só saberia sobre aquilo, sobre as mudanças pela manhã.

não sabia se aguentava aquilo por muito tempo, então apenas os ajudou a se acomodarem e prepararem para dormir, subiu ao seu quarto deixando com eles sem se despedir corretamente, sendo observada por .



Part. IV

“We're gonna glow
Gotta go
If I hold hands with you
My wounds become bright signs (Bright)
Rounding the universe countless times
Our orbits are finally overlapping
We met like it was a miracle”


Por algum motivo, conseguiu dormir como uma criança naquela noite, mas foi o contrário, ele estava curioso, intrigado e quase enlouquecendo, porque tudo aquilo sentia familiar. Estar naquela casa, com seus amigos, com e principalmente com ela. Parecia natural, algo que já tivesse acontecido, como se eles apenas tivessem entrado naquela missão para poderem se ver mais uma vez.

— Huh, desculpe! — exclamou trombando de leve com assim que ela desceu as escadas, assustado pela aproximação repentina deles — me pediu para te chamar, avisar que o Professor chegou a algumas horas com notícias, algo assim.

riu fraco da cara de sono da garota e ela arregalou os olhos ao ver que ele quem estava ali, não havia percebido até realmente prestar atenção.

— Diga a eles que já vou! — ela respondeu subindo novamente as escadas.

“Você me paga!!!!”

Ela pegou seu celular e digitou para a amiga que riu no andar de baixo esperando dizer algo.

— Ela subiu correndo as escadas de novo e disse que já vem — ele disse coçando sua nunca confuso.
— Ela nunca muda! — O professor e disseram juntos.

Todos se sentaram na enorme mesa para tomar café da manhã, desceu alguns minutos depois apresentável observando todos rindo de forma natural, provavelmente por algo que o Professor ou haviam dito, ela sentiu falta daquilo, aquele looping havia sido um pouco mais longo, pareciam que havia levado anos para que eles retornassem.

— Olha quem resolveu aparecer — disse — você dorme muito para uma pessoa minúscula.
se você não me impedir eu saio na porrada com o em algumas horas e não é brincadeira — disse pegando uma torrada e se sentando no único lugar que havia restado, entre e .

Não se sentia desconfortável, por nada, mas gostaria de tentar evitar o máximo possível, mesmo não conseguindo.

a quanto tempo não a vejo com esse corte de cabelo — o professor disse chamando a atenção de todos.

Os cabelos de estavam curtos na altura de seu pescoço, algumas pontas azuis que não estava lá ontem surgiram durante a noite já que ela ainda tinha um pouco de tinta sobrando da última vez que retocou os cabelos.

— Novo visual — disse rápido — ela tirou os apliques ontem — e o professor arqueou as sobrancelhas curioso e fez sinais com os olhos.

“Não contamos tudo ainda” ela quis dizer.
“Porque? Eles precisam saber antes de voltarem” ele retornou o olhar.
“Eu disse isso a ela, mas ela disse que não quer que aconteça dessa vez” ela respondeu através do olhar.

Sim, era fácil a comunicação entre os três apenas com um olhar, havia aprendido com o tempo.

“Será que vocês podem parar? Todo mundo tá olhando” lançou um olhar para os dois que olharam todos na mesa observando os dois e abaixaram a cabeça no mesmo momento.

— Certo eu preciso ir comprar — o professor disse se levantando — pão! Isso, eu preciso comprar pão.
— O que vocês estão escondendo? — perguntou parando John em seu lugar, fazendo com que fechasse os olhos imediatamente.
— Eu quase me esqueci o quão direto e sabichão você era — comentou enquanto massageava as têmporas.
— Eu explico para ele — disse de repente, sabia que sempre podia contar com o mais novo, por isso sempre foram mais próximos.
— Eu pagaria tudo para ver você com a sua família no futuro — disse sorrindo — sua família terá muita sorte de tê-lo.

se levantou de seu lugar e caminhou em direção a .

— Vamos, deixem eles conversarem! — Ela disse a que se levantou no mesmo instante — você também John.
— Mas eu…— o olhou brava — tô indo.

Os três caminharam até a porta de entrada, mas parou os passos antes de sair.

! — ela chamou o mais novo que a olhou imediatamente — se precisar das fotos estão dentro da caixa azul, na estante de livros, terceira fileira ao lado da minha versão antiga de Romeu e Julieta.
— Obrigado! — ele sorriu assentindo.

Part. V

“Oh my Sputnik
It's my fate, I finally found you
(You are another me)
Call me destiny
Because I know you are another me”


se sentou com a caixinha em mãos, pegou ela antes mesmo de explicar porque sabia como era. Ele e os meninos já haviam visto as fotos, afinal, entrou em um breve choque quando os viu saindo da nave, ela sempre entrava, eles nunca sabia o dia certo que aconteceram, apenas que seria durante o festival da estrela maior, mas nunca o dia ou o horário.

— Eu tenho uma história para contar — ele de uma breve pausa — quer dizer, nós temos, na verdade — ele disse apontando para os amigos.

balançou a cabeça em sinal para que ele prosseguisse.

— Dígamos que essa não é nossa primeira vez em Ito, até pode ser com essas versões mas já estivemos aqui antes — os olhou confuso — sua estrela favorita, é a estrela maior a maior fonte de crenças desse planeta porque ela faz coisas extraordinárias acontecerem, coisas que não pode ser explicadas. E bom, digamos que somos parte disso.

então abriu a caixa que continha as fotos, observando com um sorriso no rosto aquela foto. Era como se reconhecesse aquela memória mesmo perdida.

— Nós realizamos essa missão anos atrás no tempo de Ito, todos os anos nossas “versões” — ele fez aspas com os dedos — aparecem aqui, para eles é como um looping, eles não costumam se lembrar de nós ou o que fazemos quando acontece porque basicamente, a linha do tempo reseta quando partimos, como se eles fossem presos a um único ano — suspirou passando a foto para as mãos de .

A foto em preto e branco mostrava um sorridente ao lado da garota de cabelos curtos, , segurando ela em um abraço confortável enquanto a olhava. Ela, diferente dele, olhava para a câmera e ria de algo que o próprio havia dito, ela lhe contou quando mostrou a foto a ele. Ela contou o quanto eles haviam sido confortáveis uns com os outros mesmo se conhecendo por poucos dias.

E também pode sentir isso através daquela foto.

e também não são de Ito — ele disse, pegando a foto de ambas em mãos, mesma foto que tiraram com professor John no primeiro dia em que chegaram ali — anos atrás, talvez o mesmo ano em que estamos na terra neste momento, a chuva que veio após a lua vermelha e após a nossa partida as trouxeram para cá porém para antes de chegarmos.
— 2014 — leu atrás da foto delas.
— A primeira vez em que aparecemos neste planeta — ele afirmou — foram elas quem nos ajudaram, nos trouxeram ao professor que as ajudou, assim que chegaram aqui também.
— Más porque 2014? Como? Elas estão aqui desde 2014? — perguntou confuso.
— Hm, eu não sei, nem elas sabem o porquê — ele disse se arrumando na cadeira.
— A única coisa que sabemos é que você e criaram o looping — disse por , ele sabia que mais novo estava desconfortável com essa parte da história — e que por isso elas não partem ou esquecem como todos da vila.
— O que? — ele perguntou quase pálido com a informação.

pegou em mãos uma das inúmeras fotos que a caixinha continha.

— Essa foi a primeira — ele disse dando a foto a ele — aqui, você pode ler isso — ele entregou um diário de cor azul a ele — ela me entregou ontem, me deixou ler tudo que documentou esses anos? Vezes? Não sei quanto tempo elas estão aqui e nem elas, mas ela disse que se fosse necessário você poderia ler.
— Más ela sequer olha na minha cara como isso — ele disse se referindo a foto que tinha em mãos onde ambos se abraçavam alegremente sorrindo um para o outro — pode ser real? E se elas apenas estiverem, não sei, fazendo parte de uma pegadinha ou algo assim?
— Ok, isso nem faz sentido — disse pela primeira vez — parece muito dolorida sempre que te vê, ela sempre arranja uma desculpa.
— E ela tinha decidido não te contar dessa vez — disse — ela decidiu deixar com que você seguisse seu caminho, ela sempre, em todas versões do looping te contou sobre vocês e todas tiveram o mesmo final então ela disse que poderia ser melhor se você apenas esquecesse de vez.
— Qual final seria esse? — levantou os olhos da foto para os amigos.
— Onde nós partimos no final do festival e esquecemos de tudo — disse entrando na conversa com outra foto em mãos — e elas permanecem aqui presas em um looping infinito onde e você se apaixonam todas as vezes, de diferentes maneiras.
— Ou da mesma maneira — completou — às vezes as coisas acontecem da mesma forma porque algo que nós escolhemos na terra antes de virmos influência.
— Isso é loucura — comentou.
— Eu sei que você teve o mesmo pensamento que nós assim que as viu na nave ontem — disse colocando a mão sobre os ombros do amigo — sua cara de pensativo não engana ninguém, você sabia que algo relacionado a elas iria surgir, você sentiu que as conhecia de algum lugar assim como nós.
— Sem contar que não parece que nós "conhecemos" ontem — comentou e todos assentiram.

então teve a atenção concentrada em uma das fotos que estava mais abaixo, escondida entre todas as outras.

— Não é possível — ele disse passando as mãos pelo pescoço — mas eu ainda o tenho aqui.

Ele se referia ao colar que sua mãe havia dado quando ele passou em sua primeira faculdade, começou estudando física com o intuito de crescer sua visão a respeito de tudo, sempre havia sido um dos seus sonhos então quando deu a notícia a mãe, ela lhe trouxe em casa um presente. Esse mesmo colar, estava no pescoço de nessa foto, era exatamente igual e a mesma olhava de forma triste a ele.

A foto não parecia ser especificamente dela, ela apenas acabou aparecendo nela e eventualmente era possível notar sua tristeza.

— É muita informação — ele disse sentindo a dor de cabeça tomar conta dele — eu preciso de um pouco de ar.

Ele se levantou para se retirar.

disse que é possível criar consciência em ambas dimensões, se lembrar mas parece que algo nos impede disso — disse antes que ele saísse de vez da casa, passando rápido por , John e .
— Eu nunca o vi tão abalado — disse o observando de longe.
— Deve ser porque a notícia veio de mim e não de disse aparecendo na porta junto dos amigos.
— Provavelmente — respondeu.

Part. VI

“In a crumbling world
I found a star called 'you'
I need you, my love
Don't let it get rusty
Make me believe in eternity
Let's start our journey together”


— Está ficando tarde — se aproximou dele, sentado à beira do riacho próximo à casa — não recomendo ficar aqui na parte da noite, o clima de Ito não é muito comum.
— Oi — ele disse olhando para ela com um pequeno sorriso no rosto, sua expressão ainda era de frustração e confusão mas o pequeno sorriso foi por pela primeira vez em horas que estava ali apenas observando a água passar, ouvir a sua voz.
— Eu sei que é confuso — ela disse se sentando ao lado dele — ou surreal e que eu sou uma completa estranha para você mas, é complicado, por isso eu tinha decidido não te contar dessa vez, talvez isso quebrasse o looping e vocês não viessem mais aqui, mesmo que eu e não retornaremos, isso seria melhor do que passarmos tudo outra vez.
— O pior é que — ele riu — você não parece uma completa estranha para mim — ele a olhou — me apaixonar por você em apenas alguns dias sequer parece uma loucura para mim, eu tentei colocar esse tipo de pensamento, acredite — ele sorriu fraco — mas eu não consegui, não depois de ver que você tem meu colar.
— Não era para você ver isso — ela comentou tirando o colar de dentro da blusa — mas você me deu na segunda vez que vieram, você ficou tão desesperado em partir que disse que não queria que eu me esquecesse — ela riu — mesmo sabendo que eu não me esqueceria.
— Eu devo te amar muito — ele reflexionou em voz alta voltando sua atenção ao riacho à frente — esse colar foi minha mãe quem deu, antes dela você sabe…
— Eu sei — ela disse também olhando o riacho — na verdade eu sei tudo sobre você.
— Minha comida favorita? — ele perguntou brincando.
— Essa é impossível responder — ela respondeu rindo — você literalmente gosta de tudo.
— Você definitivamente me conhece bem — ele respondeu rindo.
— Escuta eu…— ela foi interrompida de forma abrupta pelo lábios dele sobre os dela.

Ele não aguentou, sabia que havia recebido muitas informações e que possivelmente poderia estar sendo levado por um esquisito sentimento que tinha dentro do seu peito mas, não conseguiu aguentar nem mais um segundo. Por isso a beijou, de forma apaixonada, suave e ao mesmo tempo mostrando tudo de si.

Pareciam anos de sentimentos dentro de apenas um beijo.

Part. VII

“Going beyond loneliness
Flying through the sky
Let's engrave eternity in a starlight
Going further than eternity (far)
Through this never-ending journey
Our journey will go on”


Não havia tão diferença entre aquela versão do looping e as outras, alguns eventos haviam sido diferentes mas tudo aos poucos acabou se ajeitando, fazendo pensar que mais uma vez havia falhado em descobrir o que poderia quebrar aquela cadeia infinita de tempo.

! — entrou correndo dentro da casa assim que teve um pensamento enquanto estava no campo observando o local em que a nave havia caído — o que você trouxe de diferente nessa viagem? Algo que você pensou de última hora?
— Shhh! — ele disse para — ela está dormindo.

Disse se referindo a que dormia de forma tranquila com a cabeça em seu colo no sofá da sala enquanto ele lia um livro.

— Você sabe o quanto foi difícil fazer com que ela parasse de chorar? — ele disse baixo.
— Acredite, eu sei! — amiga respondeu baixo — agora me responde.
— Eu não trouxe nada que não estivesse em meus planos — ele respondeu — a não ser por…
— O que? — ela perguntou ansiosa.
— Pela rosa azul — ele disse de forma quieta.
— Qual a história dessa rosa azul? — ela insistiu no assunto.

Ele se levantou com cuidado deixando deitada de forma confortável no sofá, a cobrindo com um enorme cobertor.

— Minha estrela favorita um dia desses estava coberta por uma nuvem e o formato de sua luz me lembrou uma rosa azul, foi meio que um ritual que eu criei desde que tive esse pensamento — ele respondeu coçando a nuca desconfortável o que fez com que semicerrasse os olhos sabendo que aquela não era toda a história.

— Me conta toda a história, — ela disse fazendo com que ele engolisse seco.
— Hm, essa não foi a primeira vez e nem o primeiro motivo para eu comparar a rosa — ele disse sem graça — um dia eu estava passando pelo centro e resolvi passar em uma cafeteria, estava frio e nevando fraco, era a primeira neve do ano.
— E? — ela insistiu.
— Eu estava sentado de frente para o outro lado da rua, dentro do café observando a movimentação — ele sorriu se lembrando em como a neve estava bonita caindo aquele dia — quando alguém me chamou a atenção do outro lado da rua.

não aguentava mais o suspense.

— Era uma garota de cabelos curtos, talvez medianos — ele disse se lembrando — ela usava um longo casaco preto, com uma touca de frio vermelha, havia uma senhora tentando vender suas rosas do outro lado da rua e as únicas se sobraram eram azuis, ela comprou todas o que deixou a senhora muito feliz — ele sorriu — eu achei interessante até ver a tatuagem que ela tinha em seu pulso, por algum motivo eu soube distinguir mesmo de longe, também era uma rosa azul e eu reconheci muito bem.

A mensagem em sua mente sobre o que ele sentiu naquele dia era tão confusa quanto quando descobriu sobre toda a história dele e de em Ito.

— Eu sai do café no mesmo momento e fui até ela — ele continuou — mas quando eu passei pela porta ela já não estava lá e a senhora carregava apenas uma rosa azul dentro de seu balde. Eu fui até ela perguntar se ela sabia em qual direção a garota havia ido porque por algum motivo, eu tinha a maior curiosidade do mundo em saber a respeito daquela tatuagem tão familiar — ele suspirou — ela sorriu e me disse que não mas que a garota havia dito que alguém seria sortudo o suficiente para receber aquela última rosa e ela me deu saindo logo em seguida.
— Meu Deus, — ela disse chocada — aconteceu, a linha mudou.
— O que? — ele perguntou perdido com o que ela dizia.
mudou a linha do tempo na terra — ela disse — isso quer dizer que voltamos, em algum ponto voltamos.
— Do que você está falando, ? — ele perguntou.
— Você e finalmente conseguiram se encontrar ou pelo menos criar um evento que mudasse a linha do tempo — ela disse.
— Você está dizendo que aquela garota das rosas era ? — e balançou a cabeça — mas não tem uma tatuagem.
— Mas a rosa azul é a flor favorita dela desde que nos conhecemos por gente — ela respondeu — eu sei que não faz sentido, mas poderia ser uma boa teoria do porque quando vocês chegaram tudo aconteceu diferente, onde está a rosa?
— Já deve estar murcha — ele disse — dentro da minha bolsa.

Os dois caminharam com cuidado até onde a bolsa dele estava.

Ele abriu o bolso e arregalou os olhos.

A rosa estava intacta e já haviam se passado dias, ela deveria ter secado, ele sabia disso.

— Aconteceu alguma coisa com ela durante a vinda? — ela disse segurando a rosa em suas mãos.
— Acho que uma corrente elétrica passou por ela — ele respondeu.
— É isso, ela deve ter mudado tudo — ela disse — a rosa é ligação de vocês. Você a reconheceu na terra sem mesmo saber que ou quem era ela.

parecía emocionado com aquilo, com aquela conclusão toda, mas o que fariam? Sequer sabia se realmente era aquilo que havia ocorrido ou se mudaria algo e aquilo deixou sua última noite de sonho turbulenta.

***

Na manhã seguinte não queria levantar, não queria estar mais ali, mas o dia se aproximava e com ela sabendo que aquela seria as últimas horas dele ali mais uma vez e ela definitivamente não queria passar por aquilo mais uma vez. Por isso sem sono, ela correu até o campo aberto em plena madrugada, olhando a estrela maior que brilhava quase tanto quanto a lua. Ela questionava o porque daquilo acontecer com ela, questionava o porque dele passar por aquilo ou até mesmo seus amigos.

Então ela gritou em direção a ela.

Tinha raiva, tinha medo e talvez um pouco mais de recentemente do que imaginava.

— Eu acredito — ela disse — satisfeita? Eu acredito que você pode fazer o que quiser, com quem quiser, mas porque eu? Ele? Ou melhor todos nós? — ela esbravejou — Você me trouxe aqui, você o trouxe aqui — ela segurava as lágrimas — se não era para nos encontrarmos então porque raios você fez isso acontecer?
— Porque vocês precisavam se encontrar na terra — ela ouviu uma voz vinda de trás dos arbustos — se isso tudo não tivesse acontecido, vocês não de reconheceriam.
— Quem é? — ela disse assustada vendo a figura encapuzada sair de onde estava.

De capuz e capa azuis, cabelos dignamente pretos com pequenos brilhos ao redor uma risada leve saiu do pálido rosto com o grandes e curiosos olhos castanhos, que foram revelado assim que o capuz desceu sobre seus ombros.

— Tente adivinhar, meu bem! — a voz calma disse sorrindo — te dou uma rosa azul se você acertar.
— Estrela maior? — ela disse incerta.
— Uma rosa azul para você — ela disse assustando a garota que viu de repente surgir uma rosa em sua mão esquerda — mas me chame de Blur. Foi aquele ser criativo que me nomeou dessa maneira — ela disse rindo e mostrando com a cabeça a direção em que ele estava, estarrecido, sem reação — Aproxime-se .

Ele havia percebido no meio da noite que a garota não estava ali na casa e por isso se preocupou, Ito era congelante pela note como ela mesma havia dito antes, então ele foi atrás dela. Não quis atrapalhar seu desabafo assim que a encontrou, então pensou apenas em esperar, por isso estava ali.

Ele deu uns passos adiante, se posicionando protetoramente ao lado de .

— Ora, não se preocupem, eu os protegi todo esses anos — ela riu — não faria mal algum a vocês.
— Certo — disse.
— Eu não tenho muito tempo — ela sorriu olhando para o céu, onde um cometa passava no mesmo momento — preciso retornar ao meu posto antes do amanhecer.
— Tudo irá mudar dessa vez? — perguntou.
— Se você quiser que mude — A estrela respondeu.
— Eu quero! — disse com firmeza.
— Vocês arriscariam esquecer de tudo? — a estrela perguntou com um sorriso sombrio nos lábios.
— Eu já a esqueci inúmeras vezes, não quero esquecê-la outra vez — ele começou dizendo — mas se for necessário para que ela deixe de ser infeliz e quebre esse bendito looping, sim eu a esqueceria mais uma vez.
— E você minha querida? — ela perguntou — quem manteve essa lembrança todo esse tempo.
— Eu — ela começou dizer mas sua fala caiu em esquecimento, por alguns instantes mais nada saiu de sua boca então a estrela sorriu.
— Foi o que eu pensei — ela começou dizendo — ela o ama demais para desejar esquecer de tudo e você — ela andou em direção a ele com uma rosa em suas mãos — a ama demais para mantê-la nisso, eu já vi muitos amores escritos por aí, mas o de vocês, sempre se supera. Vocês sempre se encontram, independente do ano, tempo e até mesmo dimensão.
— O que? — ambos disseram juntos.
— Vocês são almas antigas — ela começou dizendo — vindas diretamente de onde eu venho, amores antigos, de diversos corpos, sexos, vidas, tempos, mas sempre a mesma alma e espírito. Sempre buscando um pelo outro foi por isso que eu fiz esse teste.

Eles se mantiveram calados.

— Ito não é uma ilusão, Ito existe, vocês apenas não são parte daqui, mas ito é parte de vocês — ela continuou — porque ito é a união de ambos.
— Más como…— exclamou.
— A mágica, a física, a química e tudo que esse mundo leva como importância no mundo em que vivemos hoje em dia andam juntas pelo universo — ela disse — só é preciso acreditar.

Ela voltou para os arbustos.

— Vocês não irão se lembrar se não se esforçarem, acordaram como se nada tivesse acontecido — ela disse antes de partir — lembre-se que a rosa é parte dessa união, precisarão dela para se encontrarem, quando isso acontecer, saberão de tudo.

e se olharam, preocupados com o que viria adiante.

— Vocês estavam conversando com uma estrela? — eles ouviram a voz de de longe — será que eu continuo dormindo?
— Capitão? — disse olhando para as próprias mãos — algo está errado.

As mãos de estavam levemente transparentes e aquilo assombrou os pensamentos de .

Ela não queria perdê-los.

— Não vá, por favor — ela disse baixinho segurando as mãos de que a olhou desolado, vê-la naquela situação o fazia se sentir como nunca havia imaginado se sentir.
— Eu voltarei para você — ele disse abraçando-a — seja aqui ou seja na terra. Me conte a nossa história quando nos encontrarmos outra vez, me conte tudo sobre a primeira vez que nós vimos, sobre como você me fez te amar com apenas alguns dias, me conte sobre como você era antes de vim para cá, me conte sobre tudo. Lembre-se da rosa, lembre-se de mim e do quanto eu te amei em todas as vezes que te vi, de cabelos curtos ou compridos e azuis, de todas as formas possíveis, lembre-se.

E como um sussurro em seu ouvido e lágrimas em seus olhos, despertou desse estranho sonho que parecia ter todas as noites. Tal sonho que não se lembrava, apenas sentia. Seu coração ardia e seus pulmões pareciam buscar por mais e mais ar, a saudade sabe-se do que ou de quem atingia sua memória falhando em trazer à tona tudo que precisava.

Ela não se lembrava, apenas sentia.

Epílogo


Na noite de natal do ano em que havia se formado na faculdade, a confraternização na casa de um de seus amigos de classe prometia algo familiar e aconchegante, mas a única coisa que conseguia sentir era irritação pelo tanto de gente que havia se aglomerado no local.

— Porque justo esse ano você tinha que viajar para as Bahamas? — choramingou no telefone com .

“Eu já te disse que fui complementarmente obrigada e outra, eu oferecia para que você viesse conosco”


Foi a resposta que recebeu da amiga do outro lado da linha.

— E lidar com a sua avó perguntando sobre o porque eu não tenho um namorado sendo tão velha? — disse rindo — nem pensar, eu prefiro ir a um café e fingir que não é natal.

“Então não reclama”


bufou com a resposta.

“Porque você não sei, vai para casa e dorme?”



riu.

— Ser sozinha é uma droga — ela pensou alto.

“Ei, você não está sozinha, você sabe disso”


— É, eu sei — ela respondeu olhando para o chão e chutando uma pequena pedra que viu em seu caminho — vai comer ou sua mãe jaja aparece para te arrancar a marra do quarto, diga feliz natal a sua família por mim.

“Certo, se cuida! Em alguns dias eu estou de volta”


— Tá bom! — Ela respondeu sorrindo, mesmo que a amiga não visse.

Desligou o telefone e respirou fundo, avistando um café interessante, que parecia aconchegante de longe.

Ela caminhou em direção a ele parando para esperar o sinal abrir.

— Oh, está pesado! — ela escutou alguém dizer a seu lado.
— Deixe-me ajudá-la — as duas vozes se misturaram, a dela e a demais uma pessoa que estava do lado oposto.

subiu seu olhar em direção a ele e surpreendentemente seu coração disparou.

— Quanto estão as rosas? — ele perguntou a senhora sem tirar os olhos da garota.
— As duas últimas são um presente para vocês — ela disse colocando nas mãos dos dois — e atravessando a rua com seu balde de cor vermelha sorrindo.

olhava o rapaz à sua frente ainda sem reação e ele o mesmo.

— Nos conhecemos de algum lugar? — ele perguntou intrigado.
— Eu tenho quase certeza que não — ela respondeu soltando o ar que não sabia estar prendendo — mas eu posso estar errada.
— ele disse sorrindo e estendendo sua mão na direção a ela — eu sou .
— ela respondeu retornando o gesto, fazendo com que ele se arrepiasse ao escutar o tão conhecido nome. Segurando as mãos dela com ternura.
— Eu tenho quase certeza de que nos conhecemos — ele disse rindo nervoso — se não, pelo menos eu espero que comecemos a partir de hoje.

Com aquela sensação estranha dentro de ambos, o primeiro encontro deles na terra, foi prestigiado com a primeira neve do ano.




Fim



Nota da autora: Oi gente, essa história aqui é tudo para mim! De verdade eu acho que saiu algo tão lindo dela que eu nem sei explicar, eu espero que vocês tenham achado o mesmo. Obrigado por terem lido, não esqueçam de me dizer o que vocês acharam no link da caixinha de comentários!!!

Xoxo Caleonis <3

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