Capítulo 1
“I always said that I’d mess up eventually. I told you that, so what did you expect from me? It shouldn't come as no surprise anymore! I know you said that you'd give me another chance, but you and I knew the truth of it in advance, that mentally, you were already out the door.”
- Será que você pode conversar civilizadamente comigo? Como dois adultos que somos?
Ela desligou o som do camarim, cruzou os braços abaixo dos seios e ergueu uma das sobrancelhas.
- Claro que posso! O que nós dois mais fazemos na vida é conversar como dois adultos. Você só sabe falar, falar, falar e falar. E eu tenho outra opção a não ser, te ouvir, te ouvir, te ouvir e te ouvir?
- Você pode falar também , mas eu ás vezes acho que você não sabe falar, aliás, acho que você só sabe abrir a boca para falar merda e para cantar!
Olhei ao redor e meus músicos recém-contratados estavam com os olhos arregalados.
- Vocês se importam se nós continuarmos daqui a pouco?
Eles assentiram com a cabeça e saíram pegando seus celulares, cigarros e objetos para sair da sala, e eu balançava a cabeça - em desagrado - enquanto eles saiam um por um.
- Precisava mesmo desse escândalo?
- Precisava mesmo dessa reuniãozinha ridícula? Você não podia ter me ligado, ou marcado em um lugar privativo, só nós dois? Você precisava mesmo da sua equipe para me dizer que agora quer seguir carreira solo, literalmente?
Eu revirei os olhos, e bufei. O temperamento de era o mesmo desde os cinco anos de idade, nada havia mudado.
- Eu disse a eles que poderia fazer isso sozinho, mas eles não acreditaram! Disseram-me que eu não teria coragem, que eu mentiria, e que nós continuaríamos a nos ver escondidos da sociedade, até que algum paparazzi nos achasse, e aí tudo iria por água baixo, que acreditavam muito que eu te amava, mas que nosso relacionamento é muito abusivo e isso não fará bem para minha nova imagem e blá, blá, blá. Disseram que queriam ter certeza também que você, entenderia e que - ela me interrompeu -
- Que coisa! Até eles acreditam que você me ama, e eu não! - eu ia falar mas novamente ela me interrompeu - Eles queriam esse circo todo para me forçar a assinar aquele termo idiota! Meu Deus , eu estou com tanta raiva eu juro que eu poderia atear fogo em você e te assistir queimar!
- Eu não tive escolha ! Por Deus! E outra, você acha mesmo que eu vou deixar de te ver? Claro que não, você é minha melhor amiga antes de qualquer coisa, caramba!
- Não ! Não! Você vai sim deixar de me ver, assim que eu sair por essa porta, você nunca mais vai pôr os olhos em mim! Eu assinei um termo, que diz que nós nunca mais nos veremos, a não ser que seja uma festa da sua família e eu por acaso seja convidada, já que todos lá na sua casa me consideram da família! Olha que bonitinho, eles tiveram essa consideração! - ela riu irônica e minhas têmporas doeram - Se formos pegos juntos fora esses eventos, eu pago uma multa, absurda que nem eu juntando todo o meu salário sem pagar nenhuma conta por mil anos, eu conseguiria pagar!
Eu estendi a mão.
- Deixa eu ler esse termo.
- Você não leu, seu filha da puta? - ela abriu a boca, estupefata - Meu Deus, você é ridículo! Eu nem sei por que me dei ao trabalho de vir aqui falar com você, você sequer se deu ao trabalho de ler essa porra desse termo! Você pensou em mim, em algum momento?
- , calma! Caramba! Você está exagerando! Me dê o termo por favor!
- Você tem um cópia, terá o tempo que quiser para ler, quando não estiver ocupado demais nas festinhas regadas a droga e álcool que aqueles idiotas que se dizem seus amigos dão à suas custas! - ela respirou fundo quando eu me joguei no sofá, claramente magoado - Olha , eu espero de verdade que algum dia você abra os seus olhos! Que você amadureça, crie juízo e comece a encarar sua vida como o adulto que agora você é! Você já é pai, inclusive, precisa crescer Peter Pan!
- Você sabe que eu já percorri um longo caminho até aqui ! Você mais do que ninguém sabe de tudo que passei, e passo ainda! Não gostei da forma que você falou dos nossos amigos!
- Seus - ela deu ênfase - amigos! Eles nunca significaram nada para mim, desde a escola e você sabe muito bem porque! Sabe , eu só não esperava, de verdade! Estou me sentindo apunhalada pelas costas, mais uma vez!
- Eu sempre disse que acabaria ferrando com tudo. Eu te avisei, então o que você esperava de mim? Não devia ser uma surpresa mais! Eu sei que você disse que me daria outra chance, e me deu! Mas , você e eu sabíamos a verdade sobre isso antes de isso tudo acontecer. Mentalmente, você já estava do lado de fora. Você já havia desistido de mim há tempos. No fundo, bem no fundo, e não há como mentir.
- Eu te amo. Você não vê? Não entende? Você é o amor da minha vida ! Eu não posso te deixar... Mas você está sempre me deixando. Você se afasta quando quer, volta quando quer. Não de todos, não dos seus amigos, mas de mim! Então, eu tô te pedindo que se você não vê um futuro para nós dois, por favor, os olhos dela lacrimejaram, fazendo meu estômago doer - por favor, termine você. Acabe com meu sofrimento. Eu preciso que você, e não sua gestão, acabem com o que quer que seja que temos…
- Algumas coisas não podem ser concertadas . Eu sinto muito, muito mesmo!
- Será que você pode conversar civilizadamente comigo? Como dois adultos que somos?
Ela desligou o som do camarim, cruzou os braços abaixo dos seios e ergueu uma das sobrancelhas.
- Claro que posso! O que nós dois mais fazemos na vida é conversar como dois adultos. Você só sabe falar, falar, falar e falar. E eu tenho outra opção a não ser, te ouvir, te ouvir, te ouvir e te ouvir?
- Você pode falar também , mas eu ás vezes acho que você não sabe falar, aliás, acho que você só sabe abrir a boca para falar merda e para cantar!
Olhei ao redor e meus músicos recém-contratados estavam com os olhos arregalados.
- Vocês se importam se nós continuarmos daqui a pouco?
Eles assentiram com a cabeça e saíram pegando seus celulares, cigarros e objetos para sair da sala, e eu balançava a cabeça - em desagrado - enquanto eles saiam um por um.
- Precisava mesmo desse escândalo?
- Precisava mesmo dessa reuniãozinha ridícula? Você não podia ter me ligado, ou marcado em um lugar privativo, só nós dois? Você precisava mesmo da sua equipe para me dizer que agora quer seguir carreira solo, literalmente?
Eu revirei os olhos, e bufei. O temperamento de era o mesmo desde os cinco anos de idade, nada havia mudado.
- Eu disse a eles que poderia fazer isso sozinho, mas eles não acreditaram! Disseram-me que eu não teria coragem, que eu mentiria, e que nós continuaríamos a nos ver escondidos da sociedade, até que algum paparazzi nos achasse, e aí tudo iria por água baixo, que acreditavam muito que eu te amava, mas que nosso relacionamento é muito abusivo e isso não fará bem para minha nova imagem e blá, blá, blá. Disseram que queriam ter certeza também que você, entenderia e que - ela me interrompeu -
- Que coisa! Até eles acreditam que você me ama, e eu não! - eu ia falar mas novamente ela me interrompeu - Eles queriam esse circo todo para me forçar a assinar aquele termo idiota! Meu Deus , eu estou com tanta raiva eu juro que eu poderia atear fogo em você e te assistir queimar!
- Eu não tive escolha ! Por Deus! E outra, você acha mesmo que eu vou deixar de te ver? Claro que não, você é minha melhor amiga antes de qualquer coisa, caramba!
- Não ! Não! Você vai sim deixar de me ver, assim que eu sair por essa porta, você nunca mais vai pôr os olhos em mim! Eu assinei um termo, que diz que nós nunca mais nos veremos, a não ser que seja uma festa da sua família e eu por acaso seja convidada, já que todos lá na sua casa me consideram da família! Olha que bonitinho, eles tiveram essa consideração! - ela riu irônica e minhas têmporas doeram - Se formos pegos juntos fora esses eventos, eu pago uma multa, absurda que nem eu juntando todo o meu salário sem pagar nenhuma conta por mil anos, eu conseguiria pagar!
Eu estendi a mão.
- Deixa eu ler esse termo.
- Você não leu, seu filha da puta? - ela abriu a boca, estupefata - Meu Deus, você é ridículo! Eu nem sei por que me dei ao trabalho de vir aqui falar com você, você sequer se deu ao trabalho de ler essa porra desse termo! Você pensou em mim, em algum momento?
- , calma! Caramba! Você está exagerando! Me dê o termo por favor!
- Você tem um cópia, terá o tempo que quiser para ler, quando não estiver ocupado demais nas festinhas regadas a droga e álcool que aqueles idiotas que se dizem seus amigos dão à suas custas! - ela respirou fundo quando eu me joguei no sofá, claramente magoado - Olha , eu espero de verdade que algum dia você abra os seus olhos! Que você amadureça, crie juízo e comece a encarar sua vida como o adulto que agora você é! Você já é pai, inclusive, precisa crescer Peter Pan!
- Você sabe que eu já percorri um longo caminho até aqui ! Você mais do que ninguém sabe de tudo que passei, e passo ainda! Não gostei da forma que você falou dos nossos amigos!
- Seus - ela deu ênfase - amigos! Eles nunca significaram nada para mim, desde a escola e você sabe muito bem porque! Sabe , eu só não esperava, de verdade! Estou me sentindo apunhalada pelas costas, mais uma vez!
- Eu sempre disse que acabaria ferrando com tudo. Eu te avisei, então o que você esperava de mim? Não devia ser uma surpresa mais! Eu sei que você disse que me daria outra chance, e me deu! Mas , você e eu sabíamos a verdade sobre isso antes de isso tudo acontecer. Mentalmente, você já estava do lado de fora. Você já havia desistido de mim há tempos. No fundo, bem no fundo, e não há como mentir.
- Eu te amo. Você não vê? Não entende? Você é o amor da minha vida ! Eu não posso te deixar... Mas você está sempre me deixando. Você se afasta quando quer, volta quando quer. Não de todos, não dos seus amigos, mas de mim! Então, eu tô te pedindo que se você não vê um futuro para nós dois, por favor, os olhos dela lacrimejaram, fazendo meu estômago doer - por favor, termine você. Acabe com meu sofrimento. Eu preciso que você, e não sua gestão, acabem com o que quer que seja que temos…
- Algumas coisas não podem ser concertadas . Eu sinto muito, muito mesmo!
Capítulo 2
“Never thought that giving up would be so hard but God, I’m missing you and your addictive heart.”
Flashback:
Eu a observava subir novamente no barco enquanto ela passava as mãos pelos cabelos, tentando tirar o excesso d'água dos mesmos, linda! Exuberante, eu diria.
Levantei-me e fui em sua direção com a toalha que ela procurava, e envolvi nós dois dentro da mesma enquanto sentia suas mãos me abraçarem, apertado, como sempre.
Era sempre assim! Desde que éramos adolescentes, ela sempre me abraçava forte, como se eu fosse a coisa mais importante do mundo, ou como se eu fosse sumir de repente e o fato de ela me apertar nos braços fosse me segurar para sempre, impedir que eu desaparecesse. E eu nunca me cansava de tal ato, e eu sempre sorria, com sua ingenuidade e gesto.
Aquele dia estávamos só nós dois no barco, - barco esse que ela adorava, dizia que era o lugar favorito dela para estar comigo - eu resolvi acatar, já que ela havia pedido várias e várias vezes para que tivéssemos um momento só nosso finalmente depois de alguns meses onde estávamos sempre rodeados de gente, de muita gente.
Acendi um cigarro, enquanto ela beijava delicadamente meu pescoço e eu dei uma longa tragada.
- Por mim, nós poderíamos morar aqui! O resto da vida!
Eu gargalhei e ela me apertou um pouco mais debaixo da toalha.
- Um dia quem sabe? - eu a fitei - Quando eu me aposentar! Nós podemos viver aqui, se você quiser!
- Quando você se aposentar? - foi a vez dela gargalhar e levantar o rosto para me olhar - Olha, que evolução! Achei que diria “está maluca Dany! Sem chances! Eu sou um homem da cidade, da agitação, das baladas!”
É claro que ela não perderia a chance de me alfinetar, e eu sorri enquanto deslizava uma das minhas mãos sobre as costas dela, com carinho.
- Exagerada! - balancei a cabeça - Eu sou mesmo um homem urbano, agitado… Mas as coisas podem mudar, não é? Acredita em mim, pelo menos um pouquinho?
- Eu sempre acredito! E você sabe disso ! Se eu não acreditasse, eu não estaria aqui, se eu não acreditasse a nossa história teria acabado há anos atrás, antes mesmo de você ficar mundialmente famoso. Eu não vou te abandonar, nunca! Amo você!
Ela segurou meu rosto entre as mãos, sorriu, e eu a beijei.
Balancei a cabeça, desgostoso, ao me lembrar mais uma vez dela, e dos nossos momentos, dos nossos beijos - que não valorizei o suficiente - só hoje deveria ser a milésima vez que pensava nela. Que droga de sentimento era esse que inexplicavelmente eu não conseguia me livrar?
Dias atuais:
Eu olhava o celular há horas, tentando criar coragem. Eu costumava ser destemido há alguns anos atrás, e a própria costumava me dizer isso. Eu me sentia vazio, perdido de mim mesmo, cansado, mentalmente, fisicamente… Mas pensava nela todos os dias desde que a vi sair pela porta daquele maldito camarim.
Fiz duas turnês mundiais, passei três anos correndo contra o tempo, trabalhando como louco, com muitas responsabilidades, curtindo a vida inconsequentemente também, abusando dos remédios controlados e das bebidas. Foram três anos intensos.
Mas eu finalmente havia sossegado, tiraria um tempo para mim, para a minha família, meu filho e descansaria, com sorte, o corpo e a mente. Mas eu sabia que só descansaria meu coração se a visse, e se conversássemos. Mas eu não tinha coragem de procurá-la, e sabia que ela não me procuraria. Aliás, ela nunca havia me procurado nesses três anos. Realmente cumpriu a promessa… Fechei meus olhos e pude ouvi-la dizer: “Não ! Não! Você vai sim deixar de me ver, assim que eu sair por essa porta, você nunca mais vai pôr os olhos em mim!” De fato, eu só a via pelas redes sociais, e raramente, pois ela quase nunca postava nada sobre si mesma, eram mais coisas relacionadas á seu trabalho. Graças á isso eu descobri, que ela havia conseguido montar um restaurante e se tornar a grande chefe de cozinha que ela sempre quis ser. E eu queria muito poder dizer á ela que eu estava muito orgulhoso…
Respirei fundo, me afundei no sofá e desbloqueei o celular, quando minha irmã se sentou ao meu lado.
- Caso queira saber, o número dela ainda é o mesmo! - nos olhamos - E você deveria ligar, ou mandar uma mensagem.
- Mas ela me atenderia? Ou, me responderia?
- Olha irmão… - ela pausou - Você nunca soube, mas a convivência dela com a nossa família, nunca mudou! Ela vivia aqui dentro de casa, como sempre viveu, vivíamos saindo juntas…
- E porque você nunca me falou ? Eu achei que ela tivesse sumido da vida de vocês também, por estar com raiva de mim! Eu passei três anos tendo somente uma noticia da vida dela, sem saber se ela estava bem, sem saber se ela estava sofrendo!
- Nunca falei porque a respeito, como se ela fosse minha irmã também! Ela implorou que nós nunca contássemos a você! Ela ficou muito, mas muito magoada ! Foram tempos difíceis para ela, o que você esperava? Ela pediu que não contássemos e que nunca mais mencionássemos o seu nome, ou qualquer notícia sua!
Eu emudeci, e senti como se estivesse fora de órbita. Eu havia ficado anestesiado, fixei meu olhar num canto qualquer da casa, mas nada se passava em minha cabeça, e a minha visão embaçou. Não sei por quanto tempo permaneci nesse estado, mas despertei dele com me sacudindo pelos ombro.
- Eu preciso de um tempo , vou para o meu quarto.
Deitei-me em minha cama, desbloqueando o celular novamente e criando coragem, comecei a digitar:
“Espero que ainda tenha meu número salvo em seus contatos, apesar de ter certeza quase absoluta que você não o tem mais, ou que provavelmente eu esteja bloqueado. Sei que te magoei profundamente, e que errei de forma imperdoável. Foi ridículo tudo o que deixei que fizessem conosco, e tudo o que fiz também. Quis te procurar diversas vezes, mas tive que escolher entre a minha carreira e tudo o que eu ainda queria conquistar como artista ou voltar a te procurar e correr o risco de perder tudo que eu achava ser o mais importante para a minha vida e da minha família naquele momento. Eu demorei um pouco, porque fiquei sem energia de tanto interpretar alguém que disseram que eu deveria ser. Mas, sinceramente, não preciso mais escolher. E faz anos, palcos diferentes. Viemos tão longe de Princess Park… se lembra? Eu sempre vou precisar de você, na minha frente e na minha vida.”
Flashback:
Eu a observava subir novamente no barco enquanto ela passava as mãos pelos cabelos, tentando tirar o excesso d'água dos mesmos, linda! Exuberante, eu diria.
Levantei-me e fui em sua direção com a toalha que ela procurava, e envolvi nós dois dentro da mesma enquanto sentia suas mãos me abraçarem, apertado, como sempre.
Era sempre assim! Desde que éramos adolescentes, ela sempre me abraçava forte, como se eu fosse a coisa mais importante do mundo, ou como se eu fosse sumir de repente e o fato de ela me apertar nos braços fosse me segurar para sempre, impedir que eu desaparecesse. E eu nunca me cansava de tal ato, e eu sempre sorria, com sua ingenuidade e gesto.
Aquele dia estávamos só nós dois no barco, - barco esse que ela adorava, dizia que era o lugar favorito dela para estar comigo - eu resolvi acatar, já que ela havia pedido várias e várias vezes para que tivéssemos um momento só nosso finalmente depois de alguns meses onde estávamos sempre rodeados de gente, de muita gente.
Acendi um cigarro, enquanto ela beijava delicadamente meu pescoço e eu dei uma longa tragada.
- Por mim, nós poderíamos morar aqui! O resto da vida!
Eu gargalhei e ela me apertou um pouco mais debaixo da toalha.
- Um dia quem sabe? - eu a fitei - Quando eu me aposentar! Nós podemos viver aqui, se você quiser!
- Quando você se aposentar? - foi a vez dela gargalhar e levantar o rosto para me olhar - Olha, que evolução! Achei que diria “está maluca Dany! Sem chances! Eu sou um homem da cidade, da agitação, das baladas!”
É claro que ela não perderia a chance de me alfinetar, e eu sorri enquanto deslizava uma das minhas mãos sobre as costas dela, com carinho.
- Exagerada! - balancei a cabeça - Eu sou mesmo um homem urbano, agitado… Mas as coisas podem mudar, não é? Acredita em mim, pelo menos um pouquinho?
- Eu sempre acredito! E você sabe disso ! Se eu não acreditasse, eu não estaria aqui, se eu não acreditasse a nossa história teria acabado há anos atrás, antes mesmo de você ficar mundialmente famoso. Eu não vou te abandonar, nunca! Amo você!
Ela segurou meu rosto entre as mãos, sorriu, e eu a beijei.
Balancei a cabeça, desgostoso, ao me lembrar mais uma vez dela, e dos nossos momentos, dos nossos beijos - que não valorizei o suficiente - só hoje deveria ser a milésima vez que pensava nela. Que droga de sentimento era esse que inexplicavelmente eu não conseguia me livrar?
Dias atuais:
Eu olhava o celular há horas, tentando criar coragem. Eu costumava ser destemido há alguns anos atrás, e a própria costumava me dizer isso. Eu me sentia vazio, perdido de mim mesmo, cansado, mentalmente, fisicamente… Mas pensava nela todos os dias desde que a vi sair pela porta daquele maldito camarim.
Fiz duas turnês mundiais, passei três anos correndo contra o tempo, trabalhando como louco, com muitas responsabilidades, curtindo a vida inconsequentemente também, abusando dos remédios controlados e das bebidas. Foram três anos intensos.
Mas eu finalmente havia sossegado, tiraria um tempo para mim, para a minha família, meu filho e descansaria, com sorte, o corpo e a mente. Mas eu sabia que só descansaria meu coração se a visse, e se conversássemos. Mas eu não tinha coragem de procurá-la, e sabia que ela não me procuraria. Aliás, ela nunca havia me procurado nesses três anos. Realmente cumpriu a promessa… Fechei meus olhos e pude ouvi-la dizer: “Não ! Não! Você vai sim deixar de me ver, assim que eu sair por essa porta, você nunca mais vai pôr os olhos em mim!” De fato, eu só a via pelas redes sociais, e raramente, pois ela quase nunca postava nada sobre si mesma, eram mais coisas relacionadas á seu trabalho. Graças á isso eu descobri, que ela havia conseguido montar um restaurante e se tornar a grande chefe de cozinha que ela sempre quis ser. E eu queria muito poder dizer á ela que eu estava muito orgulhoso…
Respirei fundo, me afundei no sofá e desbloqueei o celular, quando minha irmã se sentou ao meu lado.
- Caso queira saber, o número dela ainda é o mesmo! - nos olhamos - E você deveria ligar, ou mandar uma mensagem.
- Mas ela me atenderia? Ou, me responderia?
- Olha irmão… - ela pausou - Você nunca soube, mas a convivência dela com a nossa família, nunca mudou! Ela vivia aqui dentro de casa, como sempre viveu, vivíamos saindo juntas…
- E porque você nunca me falou ? Eu achei que ela tivesse sumido da vida de vocês também, por estar com raiva de mim! Eu passei três anos tendo somente uma noticia da vida dela, sem saber se ela estava bem, sem saber se ela estava sofrendo!
- Nunca falei porque a respeito, como se ela fosse minha irmã também! Ela implorou que nós nunca contássemos a você! Ela ficou muito, mas muito magoada ! Foram tempos difíceis para ela, o que você esperava? Ela pediu que não contássemos e que nunca mais mencionássemos o seu nome, ou qualquer notícia sua!
Eu emudeci, e senti como se estivesse fora de órbita. Eu havia ficado anestesiado, fixei meu olhar num canto qualquer da casa, mas nada se passava em minha cabeça, e a minha visão embaçou. Não sei por quanto tempo permaneci nesse estado, mas despertei dele com me sacudindo pelos ombro.
- Eu preciso de um tempo , vou para o meu quarto.
Deitei-me em minha cama, desbloqueando o celular novamente e criando coragem, comecei a digitar:
“Espero que ainda tenha meu número salvo em seus contatos, apesar de ter certeza quase absoluta que você não o tem mais, ou que provavelmente eu esteja bloqueado. Sei que te magoei profundamente, e que errei de forma imperdoável. Foi ridículo tudo o que deixei que fizessem conosco, e tudo o que fiz também. Quis te procurar diversas vezes, mas tive que escolher entre a minha carreira e tudo o que eu ainda queria conquistar como artista ou voltar a te procurar e correr o risco de perder tudo que eu achava ser o mais importante para a minha vida e da minha família naquele momento. Eu demorei um pouco, porque fiquei sem energia de tanto interpretar alguém que disseram que eu deveria ser. Mas, sinceramente, não preciso mais escolher. E faz anos, palcos diferentes. Viemos tão longe de Princess Park… se lembra? Eu sempre vou precisar de você, na minha frente e na minha vida.”
Capítulo 3
“You give me the time and the space, I was out of control. And I’m sorry I let you down! I guess that I know what I already knew, I was better with you and I miss you now.”
Eu dormi por horas a fio, como não fazia há anos, literalmente eu apaguei assim que enviei a mensagem e acordei com sentada aos pés da cama.
- Há quanto tempo você está aí? - eu questionei com a voz rouca de quem acabou de acordar - E que barulheira é essa lá embaixo? Quanto tempo que dormi?
Estendi a mão pegando o celular e visualizando quantas horas eram, e eu havia dormido cerca de 10 horas seguidas. Caramba!
- Meu Deus ! Eu combinei de me encontrar com os meninos há duas horas! Ah não!
Sentei-me rapidamente na cama me livrando dos cobertores e arrumando meu cabelo que estava suado.
- Calma ! - riu colocando a mão sobre a boca e eu a fuzilei com o olhar - Temos uma surpresa pra você lá embaixo, toma um banho e desce, tenho certeza que você vai ficar feliz!
Ela piscou com um dos olhos e se levantou, saindo do quarto e me deixando confuso.
***
Assim que desci os últimos degraus da escada, meus olhos não acreditavam no que eu estava vendo: todos os meus amigos estavam na sala da minha casa, que estava decorada com balões, que diziam “Bem vindo de volta ”, minha família quase toda estava lá também, meus olhos embaçaram na hora e eu senti que poderia chorar a qualquer momento, como uma criancinha.
Terminei de descer os degraus e logo eu fui abraçado por um mar de gente, e não aguentei, deixei que as lágrimas caíssem pelo meu rosto livremente, sentindo todo o amor das pessoas que estavam ali. Eu precisava mais do que nunca daquilo tudo, depois de três anos vivendo entre altos e baixos.
Peguei uma bebida que foi entregue a mim por enquanto ouvia meus ex-colegas de banda falarem sobre a carreira solo deles, e de repente, como um flash, eu pedi um momento e busquei por .
- , onde está o ? - eu cocei a nuca - E a é claro!
- A eu não sei, porque ela não quis vir! Mas o , está lá fora, brincando!
- Você nem me avisa, cabeçuda! - depositei um leve tapa em sua nuca e a ouvi reclamar e rir.
Voltei ao rapazes e avisei a eles que eu iria ver e voltava em minuto com ele, e eles assentiram.
Coloquei as mãos dentro dos bolsos do casaco, e caminhei rumo ao nosso quintal, a cabeça baixa, mas eu sorria de orelha a orelha por estar vivendo aquele momento. Minha família e meus amigos reunidos ali, depois de tanto tempo, aquecia meu coração de uma maneira inexplicável.
- Papaaaaaai! - ouvi a voz de ecoar e o avistei vindo correndo com os bracinhos abertos em minha direção.
Eu me agachei, abrindo meus braços de volta para acolhê-lo e abraçá-lo. Eu o via por chamada de vídeo com frequência, mas nada se comparava àquele momento de tê-lo ali em meus braços, me apertando e ouvindo sua risada em meu ouvido.
Eu fechei meus olhos, sentindo a vontade de chorar me invadir novamente, enquanto depositava uma das minhas mãos na cabeça de meu filho, e acariciava seus cabelos.
Assim que nos encaramos, ele sorria, inocente.
- Hey dude! Como você está grande, já é quase um adulto mesmo como você me disse antes de encontrar o papai hoje!
- Viu? Eu disse! Já posso ter minha própria moto não é?
Eu gargalhei enquanto passava novamente a mão sobre seus cabelos. estava nutrindo um imenso amor por motos há alguns meses, e sempre que nos falávamos ele só falava sobre isso, e me pedia sua “própria moto”, a todo o momento. Era difícil convencê-lo o contrário, mas eu sempre dava boas risadas quando falávamos sobre isso.
- Hey, sua tia permitiu que você brincasse aqui fora sozinho? - ergui uma sobrancelha e ele tentou imitar meu gesto me fazendo rir outra vez.
- Não! Não estou sozinho! A tia Dany tá aqui comigo. - ele apontou o pequeno dedinho na direção oposta à que eu estava.
Direcionei meu olhar, e lá estava ela, em pé, há alguns metros de nós, de mim… Ela acenou com uma das mãos, e depois abaixou a cabeça, como se não quisesse me olhar.
Meu coração dentro do peito batia forte e muito acelerado, afinal de contas eu não esperava vê-la, ali, tão perto de mim. Eu não tinha esperança alguma que ela fosse visualizar ou responder a mensagem que eu havia enviado mais cedo, assim como eu jamais imaginei que ela pisaria na minha casa, comigo dentro.
Eu travei, não consegui me levantar quando se aproximou dela, a abraçando pelas pernas e falando “vem brincar com a gente papai”.
Eu estava lá, parado, com o olhar vidrado, agachado…
- Papai? - voltou, segurando minhas mãos - Não quer brincar?
Fui salvo por .
- Amor da vida da titia, tá na hora de comer né? Não tá com fome não?
- Ebaaaa! - ele bateu as mãozinhas umas nas outras, eufórico - Vamos!
Ela o pegou no colo, levando-o de volta para dentro, e eu finalmente consegui me levantar. me olhava, nos olhos, devo frisar, e foi a minha vez de fugir do olhar dela.
Eu não sabia o que falar. Na verdade, o de hoje, não sabe o que falar, o de antigamente, provavelmente já teria a abraçado, ou beijado. Mas eu não era mais aquele , na verdade eu já não sabia mais quem eu era… Só sabia que eu sentia muita vergonha de fitá-la naquele momento, pois os flashs de momentos nossos, vinham em minha mente,e eu me lembrei da falta que sentia dela e de tudo que vivemos e comecei a sentir meu estômago doer, sendo corroído pela culpa e pela dor.
Ergui minha cabeça, finalmente, e a encarei de volta, dentro dos olhos. Os olhos dela podem te jogar no mais louco inferno, como também podem te levar ao mais belo paraíso. E eu sempre gostei disso.
- Fazia muito tempo que a gente não se via depois que tudo deu errado.
Eu abaixei a cabeça novamente e meu estômago deu uma pontada tão forte que parecia que eu tinha levado um soco lá. Respirei fundo, e a olhei novamente.
- Sabe , tenho frases guardadas, que fiquei de dizer quando houvesse sentido.
- Então chegou o momento !
Eu dormi por horas a fio, como não fazia há anos, literalmente eu apaguei assim que enviei a mensagem e acordei com sentada aos pés da cama.
- Há quanto tempo você está aí? - eu questionei com a voz rouca de quem acabou de acordar - E que barulheira é essa lá embaixo? Quanto tempo que dormi?
Estendi a mão pegando o celular e visualizando quantas horas eram, e eu havia dormido cerca de 10 horas seguidas. Caramba!
- Meu Deus ! Eu combinei de me encontrar com os meninos há duas horas! Ah não!
Sentei-me rapidamente na cama me livrando dos cobertores e arrumando meu cabelo que estava suado.
- Calma ! - riu colocando a mão sobre a boca e eu a fuzilei com o olhar - Temos uma surpresa pra você lá embaixo, toma um banho e desce, tenho certeza que você vai ficar feliz!
Ela piscou com um dos olhos e se levantou, saindo do quarto e me deixando confuso.
***
Assim que desci os últimos degraus da escada, meus olhos não acreditavam no que eu estava vendo: todos os meus amigos estavam na sala da minha casa, que estava decorada com balões, que diziam “Bem vindo de volta ”, minha família quase toda estava lá também, meus olhos embaçaram na hora e eu senti que poderia chorar a qualquer momento, como uma criancinha.
Terminei de descer os degraus e logo eu fui abraçado por um mar de gente, e não aguentei, deixei que as lágrimas caíssem pelo meu rosto livremente, sentindo todo o amor das pessoas que estavam ali. Eu precisava mais do que nunca daquilo tudo, depois de três anos vivendo entre altos e baixos.
Peguei uma bebida que foi entregue a mim por enquanto ouvia meus ex-colegas de banda falarem sobre a carreira solo deles, e de repente, como um flash, eu pedi um momento e busquei por .
- , onde está o ? - eu cocei a nuca - E a é claro!
- A eu não sei, porque ela não quis vir! Mas o , está lá fora, brincando!
- Você nem me avisa, cabeçuda! - depositei um leve tapa em sua nuca e a ouvi reclamar e rir.
Voltei ao rapazes e avisei a eles que eu iria ver e voltava em minuto com ele, e eles assentiram.
Coloquei as mãos dentro dos bolsos do casaco, e caminhei rumo ao nosso quintal, a cabeça baixa, mas eu sorria de orelha a orelha por estar vivendo aquele momento. Minha família e meus amigos reunidos ali, depois de tanto tempo, aquecia meu coração de uma maneira inexplicável.
- Papaaaaaai! - ouvi a voz de ecoar e o avistei vindo correndo com os bracinhos abertos em minha direção.
Eu me agachei, abrindo meus braços de volta para acolhê-lo e abraçá-lo. Eu o via por chamada de vídeo com frequência, mas nada se comparava àquele momento de tê-lo ali em meus braços, me apertando e ouvindo sua risada em meu ouvido.
Eu fechei meus olhos, sentindo a vontade de chorar me invadir novamente, enquanto depositava uma das minhas mãos na cabeça de meu filho, e acariciava seus cabelos.
Assim que nos encaramos, ele sorria, inocente.
- Hey dude! Como você está grande, já é quase um adulto mesmo como você me disse antes de encontrar o papai hoje!
- Viu? Eu disse! Já posso ter minha própria moto não é?
Eu gargalhei enquanto passava novamente a mão sobre seus cabelos. estava nutrindo um imenso amor por motos há alguns meses, e sempre que nos falávamos ele só falava sobre isso, e me pedia sua “própria moto”, a todo o momento. Era difícil convencê-lo o contrário, mas eu sempre dava boas risadas quando falávamos sobre isso.
- Hey, sua tia permitiu que você brincasse aqui fora sozinho? - ergui uma sobrancelha e ele tentou imitar meu gesto me fazendo rir outra vez.
- Não! Não estou sozinho! A tia Dany tá aqui comigo. - ele apontou o pequeno dedinho na direção oposta à que eu estava.
Direcionei meu olhar, e lá estava ela, em pé, há alguns metros de nós, de mim… Ela acenou com uma das mãos, e depois abaixou a cabeça, como se não quisesse me olhar.
Meu coração dentro do peito batia forte e muito acelerado, afinal de contas eu não esperava vê-la, ali, tão perto de mim. Eu não tinha esperança alguma que ela fosse visualizar ou responder a mensagem que eu havia enviado mais cedo, assim como eu jamais imaginei que ela pisaria na minha casa, comigo dentro.
Eu travei, não consegui me levantar quando se aproximou dela, a abraçando pelas pernas e falando “vem brincar com a gente papai”.
Eu estava lá, parado, com o olhar vidrado, agachado…
- Papai? - voltou, segurando minhas mãos - Não quer brincar?
Fui salvo por .
- Amor da vida da titia, tá na hora de comer né? Não tá com fome não?
- Ebaaaa! - ele bateu as mãozinhas umas nas outras, eufórico - Vamos!
Ela o pegou no colo, levando-o de volta para dentro, e eu finalmente consegui me levantar. me olhava, nos olhos, devo frisar, e foi a minha vez de fugir do olhar dela.
Eu não sabia o que falar. Na verdade, o de hoje, não sabe o que falar, o de antigamente, provavelmente já teria a abraçado, ou beijado. Mas eu não era mais aquele , na verdade eu já não sabia mais quem eu era… Só sabia que eu sentia muita vergonha de fitá-la naquele momento, pois os flashs de momentos nossos, vinham em minha mente,e eu me lembrei da falta que sentia dela e de tudo que vivemos e comecei a sentir meu estômago doer, sendo corroído pela culpa e pela dor.
Ergui minha cabeça, finalmente, e a encarei de volta, dentro dos olhos. Os olhos dela podem te jogar no mais louco inferno, como também podem te levar ao mais belo paraíso. E eu sempre gostei disso.
- Fazia muito tempo que a gente não se via depois que tudo deu errado.
Eu abaixei a cabeça novamente e meu estômago deu uma pontada tão forte que parecia que eu tinha levado um soco lá. Respirei fundo, e a olhei novamente.
- Sabe , tenho frases guardadas, que fiquei de dizer quando houvesse sentido.
- Então chegou o momento !
Capítulo 4
“You’re the habit that I can’t break, you’re the feeling I can’t put down. You’re the shiver that I can’t shake, you’re that habit that I can’t break. You’re the high that I need right now, you’re the habit that I can’t break!”
- A vida é chata sem você. Eu senti sua falta. - pausei - É claro que eu senti sua falta! Eu sabia que sentiria, mas não foi do tipo: “hey, tivemos momentos legais, vamos manter contato…” Não foi assim... Foi mais tipo: “não consigo comer, não consigo dormir, eu não me lembro mais como sorrir”. Mais ou menos assim… Eu acho que, quando você foi embora, levou meu coração com você.
- E quando eu fui embora, fiquei pensando: “Você é tão idiota que tá vendo o amor da sua vida indo embora, e parece que está na saída, segurando a porta e dizendo tchau.”!
Eu balancei a cabeça, concordando com ela.
- Olha , foi tudo muito difícil para mim nos primeiros dois anos depois daquele dia. Eu tive coragem o suficiente para bloquear seu número, te dei unfollow nas redes… Eu mal entrava na internet para evitar ter qualquer notícias suas. Eu estava quebrada por dentro, tudo em mim mudou aquele dia. Absolutamente tudo! Eu sentia muita dor e muita raiva quando fraquejava e pensava em você. Mas eu sou humana, e te amei demais, era impossível que hora ou outra meus pensamentos não buscassem lembranças nossas, ou pensava em como você estaria. Então fui começando a aceitar e entender que eu precisava passar por tudo isso, para conseguir colocar as coisas no lugar.
- Eu sei que provavelmente nada do que eu fale aqui, vai apagar tudo o que aconteceu, e sei também que talvez você nunca seja capaz de perdoar, ou talvez você nem acredite em mais nada do que eu diga, mas eu preciso dizer que sei hoje, exatamente o quão babaca eu fui com você em diversas ocasiões do nosso relacionamento. Acredite, eu passei três anos revivendo todas as nossas lembranças e me amaldiçoando por ter errado, por ter sido um completo babaca. Essas lembranças e essa sensação de que eu sempre fui um idiota com você, me perseguem até hoje e provavelmente vão me perseguir pelo resto da minha vida. Eu era novo, imaturo e estava deslumbrado com a fama e com o dinheiro. Quis viver essa vida, e acabei me deixando levar por ela, interpretando papéis que me diziam para interpretar, porque venderia mais, porque eu seria mais falado na mídia, positiva ou negativamente, e eu acreditei mesmo que até esse marketing abusivo de que mesmo eu sendo mal visto pela sociedade eu faria dinheiro, porque afinal de contas, sou homem, me faria mais e mais famoso, e era isso que eu queria. Eu fui egoísta e inconsequente, e não só com você.
- , você não precisa me responder todas essas perguntas, mas eu preciso fazê-las! - ela pigarreou enquanto se aproximava de mim - O que acontece depois que a câmera desliga? Depois daquele vídeo da festa super animada com a galera super animada com músicas mais animadas ainda? O que acontece depois que a publicação foi postada com sucesso, mas você continua olhando para a mesma tela, esperando uma resposta de sei lá quem. Não, não é do universo porque se ele te enviasse algum sinal você não estaria atento suficiente. Nenhum carma consegue te atingir na posição catatônica que você se encontra em frente a esse ser iluminado até às 18h57 que é quando a bateria acaba. O que acontece depois do click da foto seguido daquele flash danificador de retinas? Você continua amando aquilo que prega? Você continua sorrindo para a sua família de acordo com as vinte hashtags que repetiam isso?
Eu sempre quis saber o que acontece depois que o seu celular desliga a tela e você tem um par de olhos real para olhar. Não mais uma foto p&b ou algumas expressões amarelas e felizes. O que você fala quando não existe nenhum texto, imagem ou música que faça isso por você? Em que ou em quem você segura quando a bengala-social não existe mais? O que acontece depois que tudo desliga e só tem você?
Eu engoli o choro que se formava em minha garganta e fechei os olhos.
- Eu não sei Dany! E eu nunca soube! - senti minha voz falhar - Eu não sei mais quem sou! Eu me perdi de mim, depois que você foi embora, eu não sei o que me tornei!
- Pode dormir tranquilo, eu te liberto da culpa de ter me feito mal. Só nunca me peça para te olhar com os mesmos olhos.
- Eu sei Dany! Não venha me dizer que não sou mais o mesmo. Claro que não! O que está vivo exige mudanças, só permanece estagnado o que está morto, apesar de achar que eu estou por dentro!
- Ás vezes eu penso que se eu fechar os olhos com força eu consigo, antagonicamente, ouvir aquela parte quebrada tentando se reconstruir dentro de mim. - ela fechou os olhos e uma lágrima desceu por seu rosto - Quando você enfiou a faca em mim, você também começou a sangrar. Minha ferida, virou sua ferida. Será que você não sabia que o amor é uma faca de dois gumes? Você iria sofrer do jeito que eu sofri.
E eu me atrevi a secar a mesma com meu polegar e deixei que as minhas lágrimas também fossem livres.
Ela abriu os olhos, e se jogou em meus braços, num abraço profundo, e claro, apertado. Não sei por quanto tempo nós ficamos chorando um nos braços do outro.
- E eu me perguntava, quase já sem aguentar mais, sem entender tamanha entrega burra, quando isso finalmente teria um fim. Quando minha coluna ia voltar a ser ereta, minha cabeça erguida e meus passos firmes? Quando eu iria superar você?
- Você estava certa Dany quando dizia que o amor era uma fraqueza, só que somos humanos e precisamos ter fraquezas.
Nos soltamos e mesmo com os olhos vermelhos e inchados, os olhos dela ainda poderiam me levar ao mais belo paraíso.
- Você é um nó que eu não consigo transformar em laço. Quanto mais eu tento desatar, mais preso eu acabo ficando.
- Você disse mais cedo, naquela mensagem que não precisa mais escolher…
- Não! Não preciso mais escolher porque, se tivesse outra chance, eu escolheria você!
Ela ficou em silêncio, como se analisasse o que eu havia dito. Respirei fundo, passei as mãos pelos cabelos, bagunçando-os.
- Então eu tenho uma proposta pra te fazer… Você quer ouvi-la?
- Claro! - eu segurei uma das mãos dela - Claro!
respirou fundo, fechou os olhos, inspirou e expirou mais uma vez, e eu estava um poço de nervosismo. Tocá-la outra vez depois de tanto tempo, mesmo que fosse aquele toque singelo de mãos, era como começar tudo de novo.
- Vamos começar de novo? - ela estava lendo meus pensamentos? - Mas, bem devagar, com bastante calma e paciência. Vamos começar de novo e tentar não atropelar as coisas, como fizemos no passado? Vamos começar de novo sem machucar um ao outro como nos machucamos?
A cada palavra proferida por ela, o meu coração ia aumentando o ritmo das batidas, e eu quase pedi para que ela repetisse, para que eu tivesse certeza que não estava sonhando.
- Você está falando sério? - eu sorri, ainda incrédulo - Porque, eu, eu… - gaguejei - Eu tenho medo de estar sonhando!
Ela sorriu, ainda tímida.
- É só uma proposta, e eu já preparei meu coração, caso a resposta seja não.
- Só se eu fosse maluco! Eu jamais desperdiçaria uma chance como essas, eu esperei por algo assim por três anos!
- Então isso é um sim?
Eu encostei meus lábios nos dela, e ela fechou os olhos, me fazendo fechar também. Esperei que desse permissão, e então eu a beijei. E pela primeira vez, não pensei em mais nada, para mim, aquele era de fato, o nosso primeiro beijo.
- A vida é chata sem você. Eu senti sua falta. - pausei - É claro que eu senti sua falta! Eu sabia que sentiria, mas não foi do tipo: “hey, tivemos momentos legais, vamos manter contato…” Não foi assim... Foi mais tipo: “não consigo comer, não consigo dormir, eu não me lembro mais como sorrir”. Mais ou menos assim… Eu acho que, quando você foi embora, levou meu coração com você.
- E quando eu fui embora, fiquei pensando: “Você é tão idiota que tá vendo o amor da sua vida indo embora, e parece que está na saída, segurando a porta e dizendo tchau.”!
Eu balancei a cabeça, concordando com ela.
- Olha , foi tudo muito difícil para mim nos primeiros dois anos depois daquele dia. Eu tive coragem o suficiente para bloquear seu número, te dei unfollow nas redes… Eu mal entrava na internet para evitar ter qualquer notícias suas. Eu estava quebrada por dentro, tudo em mim mudou aquele dia. Absolutamente tudo! Eu sentia muita dor e muita raiva quando fraquejava e pensava em você. Mas eu sou humana, e te amei demais, era impossível que hora ou outra meus pensamentos não buscassem lembranças nossas, ou pensava em como você estaria. Então fui começando a aceitar e entender que eu precisava passar por tudo isso, para conseguir colocar as coisas no lugar.
- Eu sei que provavelmente nada do que eu fale aqui, vai apagar tudo o que aconteceu, e sei também que talvez você nunca seja capaz de perdoar, ou talvez você nem acredite em mais nada do que eu diga, mas eu preciso dizer que sei hoje, exatamente o quão babaca eu fui com você em diversas ocasiões do nosso relacionamento. Acredite, eu passei três anos revivendo todas as nossas lembranças e me amaldiçoando por ter errado, por ter sido um completo babaca. Essas lembranças e essa sensação de que eu sempre fui um idiota com você, me perseguem até hoje e provavelmente vão me perseguir pelo resto da minha vida. Eu era novo, imaturo e estava deslumbrado com a fama e com o dinheiro. Quis viver essa vida, e acabei me deixando levar por ela, interpretando papéis que me diziam para interpretar, porque venderia mais, porque eu seria mais falado na mídia, positiva ou negativamente, e eu acreditei mesmo que até esse marketing abusivo de que mesmo eu sendo mal visto pela sociedade eu faria dinheiro, porque afinal de contas, sou homem, me faria mais e mais famoso, e era isso que eu queria. Eu fui egoísta e inconsequente, e não só com você.
- , você não precisa me responder todas essas perguntas, mas eu preciso fazê-las! - ela pigarreou enquanto se aproximava de mim - O que acontece depois que a câmera desliga? Depois daquele vídeo da festa super animada com a galera super animada com músicas mais animadas ainda? O que acontece depois que a publicação foi postada com sucesso, mas você continua olhando para a mesma tela, esperando uma resposta de sei lá quem. Não, não é do universo porque se ele te enviasse algum sinal você não estaria atento suficiente. Nenhum carma consegue te atingir na posição catatônica que você se encontra em frente a esse ser iluminado até às 18h57 que é quando a bateria acaba. O que acontece depois do click da foto seguido daquele flash danificador de retinas? Você continua amando aquilo que prega? Você continua sorrindo para a sua família de acordo com as vinte hashtags que repetiam isso?
Eu sempre quis saber o que acontece depois que o seu celular desliga a tela e você tem um par de olhos real para olhar. Não mais uma foto p&b ou algumas expressões amarelas e felizes. O que você fala quando não existe nenhum texto, imagem ou música que faça isso por você? Em que ou em quem você segura quando a bengala-social não existe mais? O que acontece depois que tudo desliga e só tem você?
Eu engoli o choro que se formava em minha garganta e fechei os olhos.
- Eu não sei Dany! E eu nunca soube! - senti minha voz falhar - Eu não sei mais quem sou! Eu me perdi de mim, depois que você foi embora, eu não sei o que me tornei!
- Pode dormir tranquilo, eu te liberto da culpa de ter me feito mal. Só nunca me peça para te olhar com os mesmos olhos.
- Eu sei Dany! Não venha me dizer que não sou mais o mesmo. Claro que não! O que está vivo exige mudanças, só permanece estagnado o que está morto, apesar de achar que eu estou por dentro!
- Ás vezes eu penso que se eu fechar os olhos com força eu consigo, antagonicamente, ouvir aquela parte quebrada tentando se reconstruir dentro de mim. - ela fechou os olhos e uma lágrima desceu por seu rosto - Quando você enfiou a faca em mim, você também começou a sangrar. Minha ferida, virou sua ferida. Será que você não sabia que o amor é uma faca de dois gumes? Você iria sofrer do jeito que eu sofri.
E eu me atrevi a secar a mesma com meu polegar e deixei que as minhas lágrimas também fossem livres.
Ela abriu os olhos, e se jogou em meus braços, num abraço profundo, e claro, apertado. Não sei por quanto tempo nós ficamos chorando um nos braços do outro.
- E eu me perguntava, quase já sem aguentar mais, sem entender tamanha entrega burra, quando isso finalmente teria um fim. Quando minha coluna ia voltar a ser ereta, minha cabeça erguida e meus passos firmes? Quando eu iria superar você?
- Você estava certa Dany quando dizia que o amor era uma fraqueza, só que somos humanos e precisamos ter fraquezas.
Nos soltamos e mesmo com os olhos vermelhos e inchados, os olhos dela ainda poderiam me levar ao mais belo paraíso.
- Você é um nó que eu não consigo transformar em laço. Quanto mais eu tento desatar, mais preso eu acabo ficando.
- Você disse mais cedo, naquela mensagem que não precisa mais escolher…
- Não! Não preciso mais escolher porque, se tivesse outra chance, eu escolheria você!
Ela ficou em silêncio, como se analisasse o que eu havia dito. Respirei fundo, passei as mãos pelos cabelos, bagunçando-os.
- Então eu tenho uma proposta pra te fazer… Você quer ouvi-la?
- Claro! - eu segurei uma das mãos dela - Claro!
respirou fundo, fechou os olhos, inspirou e expirou mais uma vez, e eu estava um poço de nervosismo. Tocá-la outra vez depois de tanto tempo, mesmo que fosse aquele toque singelo de mãos, era como começar tudo de novo.
- Vamos começar de novo? - ela estava lendo meus pensamentos? - Mas, bem devagar, com bastante calma e paciência. Vamos começar de novo e tentar não atropelar as coisas, como fizemos no passado? Vamos começar de novo sem machucar um ao outro como nos machucamos?
A cada palavra proferida por ela, o meu coração ia aumentando o ritmo das batidas, e eu quase pedi para que ela repetisse, para que eu tivesse certeza que não estava sonhando.
- Você está falando sério? - eu sorri, ainda incrédulo - Porque, eu, eu… - gaguejei - Eu tenho medo de estar sonhando!
Ela sorriu, ainda tímida.
- É só uma proposta, e eu já preparei meu coração, caso a resposta seja não.
- Só se eu fosse maluco! Eu jamais desperdiçaria uma chance como essas, eu esperei por algo assim por três anos!
- Então isso é um sim?
Eu encostei meus lábios nos dela, e ela fechou os olhos, me fazendo fechar também. Esperei que desse permissão, e então eu a beijei. E pela primeira vez, não pensei em mais nada, para mim, aquele era de fato, o nosso primeiro beijo.
Fim
Nota da autora: Olá meus amores! Gostaram? Algum feedback? Digam ai nos comentários o que acharam... Se quiserem saber mais sobre minhas fanfics me chama lá no tt é @chaverronistan <3
Galvão? Sentiu! Senti aqui Betiza! Adorei sua história! Parabéns! ♥
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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