07. Happier

Finalizada em: 31/08/17

Capítulo Único

Sabe aqueles papos idiotas de que pessoas tem certa idade para casar, pra ter filhos, pra ter uma casa, pra se mudar para uma melhor e tal, eu odiava toda aquela baboseira e estava prestes a quebrar uma daquelas regras idiotas. Olhei para a caixinha de veludo que eu estava guardando há alguns dias escondida na minha gaveta do criado-mudo e tentei imaginar qual seria a melhor hora de pedir em casamento, queria uma boa ideia, mas nada me passava pela cabeça, a ouvi chegando em casa e guardei correndo a caixinha, ouvindo-a rir no outro cômodo.
! Olha isso! – chegou correndo no quarto com um envelope nas mãos, um sorriso quase rasgando seu rosto e os olhos brilhando de emoção, sentei na cama e observei ela quase rasgar o papel e ler a carta na velocidade da luz
– Amor, eu passei!!! Ai meu Deus!!! – literalmente se jogou em meu colo, e eu não consegui nos segurar e nos espatifamos como dois sacos de batata no chão, o que desencadeou uma crise riso tão forte que minha barriga já doía de tanto esforço.
– Quase realizo meu sonho e morro ao mesmo tempo, eu sou um desastre ambulante. – reclamou de olhos fechados tentando parar de rir e eu não resisti, rolei e fiquei em cima dela, apoiei o peso sobre meus braços e lhe roubei um beijo, sentindo ela sorrir.
– Você é ótima, isso sim! Minha garota! – Sussurrei em seu ouvido, e senti ela me abraçando apertado.
estava recebendo as respostas das faculdades que ela tinha se candidatado há um tempo, e esta era definitivamente a mais aguardada. New York University e o sonho de se tornar uma grande atriz apenas começando.
Pude acompanhar alguns ensaios, a via correndo o tempo todo atrás de cursos e audições, e sei que definitivamente esse era o grande passo para o seu maior sonho, e que ela se daria bem naquilo.
era a garota mais doce que eu tive o prazer de conhecer, desde a primeira vez que a vi, toda desajeitada ajudando a amiga em uma festa, simplesmente decidi que eu queria saber quem era aquela garota linda do vestido florido, que falava coisas engraçadas nas situações mais constrangedoras sem nem perceber.
Eu a chamei para um café, mas ela me levou primeiro para assistir uma peça na qual ela era Julieta, de Romeu e Julieta, e talvez naquele momento eu tenha me apaixonado.


– E aí, gostou? – Ela sentou ao meu lado depois de ter tirado o figurino e a maquiagem da peça, sorri para ela tentando não ser tão óbvio.

– Foi ótimo, vocês são muito bons! – sorriu abertamente e me puxou pela mão, nos levando em direção a saída do teatro.

– Agora você pode me levar onde quiser. – Ela deu uma piscadinha para mim antes de dizer. – Se quiser, pode me chamar de também.
Ela enganchou seu braço ao meu, e enquanto íamos em direção a um dos cafés que tinha perto da minha faculdade, me enchia de perguntas, desde como era meu curso de direito, meu estágio, se eu gostava de gato ou cachorro e minhas séries favoritas.
– Não acredito que você não gosta de frutas vermelhas, ! Não posso andar com você desse jeito! – riu apontando o garfo em minha direção, como se ele fosse uma faca ameaçadora, apenas dei de ombros escondendo meu riso. – Prefiro chocolate, oras – Ela apenas balançava a cabeça em protesto, como se fosse um crime muito grave, mas só estava fazendo graça. Parecia que estávamos ali há apenas alguns minutos, mas pelo olhar do dono do café nós já deveríamos ter ido embora há um bom tempo.
– Você viu a cara dele, não vou aparecer ali por umas duas semanas, no mínimo. – olhou para trás e o cara já estava praticamente fechando o café. – Ele deve ter colocado umas 5 vassouras atrás da porta pra gente sair dali. – Não me contive e comecei a rir só de imaginar a cena e ela ficou me olhando, de um jeito diferente.
– Você tem uma risada bonita, deveria rir mais, .
– Assim não vale, vou ficar sem graça. – Sorri de leve, sentindo meu rosto começar a esquentar e ela sorriu mais ainda.
– É verdade, eu sempre te vi sério por aí….
– Por aí…. Andou me seguindo, dona ? – Desviei o assunto vendo-a ficar levemente sem jeito.
– Não! – Ela gargalhou e me deu um tapinha no braço. – Eu já te vi em algumas festas, e bem, você não era aquela pessoa dançando feliz em cima das mesas, né. – Ela disse baixo, eu queria muito rir, mas me segurei ao máximo.
– Quem eu era, então? – Arqueei minha sobrancelha vendo ficar mais sem graça e ao mesmo tempo ainda mais bonita.
– Ah, o carinha com cara de tédio o mais próximo possível do bar. – Gargalhei vendo-a me acompanhar, nunca parei pra pensar nisso, na realidade eu costumava ser uma pessoa quase antissocial e era raro me ver em festas, mesmo assim ela conseguiu me perceber no meio daquelas pessoas.
– E você deve ser a pessoa dançando em cima da mesa? Acertei?!
– Não sou tão intensa assim, ficou na pista de dança mesmo. – Ela piscou para mim e sorriu de lado.
– Aposto que você é….. – Disse baixo, só pra eu ouvir mesmo e ela se aproximou para ouvir melhor.
– O quê?! – Peguei em sua cintura, enquanto me olhava desconfiada, deixei um sorriso escapar e não resisti, a puxei de leve selando nossos lábios com calma, sentindo colocar uma de suas mãos no meu pescoço e corresponder de verdade, quando nos separamos, eu já sabia que tinha feito o certo, não podia mesmo tê-la deixado ir embora sem fazer nada e agora eu só queria mais.
– Boa noite, ! – Ela piscou antes de entrar em seu prédio. Era só o começo.

XXX


Ficar à vontade com ela era muito fácil, me acostumar com sua presença foi tão rápido que em menos de três meses eu queria pedi-la em namoro, queria relacionamento sério e tudo que tivesse direito, e foi quando eu tentei avançar que eu descobri seus traumas, pela primeira vez eu tinha visto frágil e entendi seu maior medo. A maior ferida que ela possuía.

– Afinal de contas, o que tem de errado em eu querer algo mais sério com você, ? – Me distanciei dela que já estava há alguns minutos fingindo que a nossa conversa era uma mentira, sempre fugindo do meu olhar e dos meus abraços.
– Namorar, ?! Tem certeza? – Ela fez uma careta e eu estava sem entender nada.
Há alguns dias eu tinha ouvido uma conversa de com sua melhor amiga dizendo que até namoraria comigo, mas não sabia se eu gostava dela de verdade, e agora que eu digo que quero algo sério ela simplesmente foge de mim.
, eu sei que você adora namoros, flores e tudo mais, qual o problema? Confia em mim! Por favor! – Sentei-me de frente pra ela e peguei em sua mão, a sentindo gelada e suando.
– O.k.! Eu sei que pode parecer uma grande idiotice ou até mesmo drama, mas eu vou te contar a parte mais dolorosa do amor que eu já vivi.
Seu semblante mudou, seu sorriso que sempre aparecia em qualquer conversa nossa murchou e eu só consegui apertar mais sua mão a minha, e tentar passar toda confiança que ela precisava daquela maneira.
– Eu tinha 16 anos e conheci o cara mais príncipe do mundo, sério, ele era um amor comigo, me enchia de beijos, presentes, mensagens e tudo mais, sempre gostei disso, sempre fui uma boba apaixonada, mas era virgem também e tinha medo. Por uns dois meses ele parecia ser o senhor paciência em pessoa, nunca me forçava a nada, nem me cobrava e isso me deixou impressionada, um dia ele apareceu com um buquê enorme de rosas e me pediu em namoro para o meu pai, eu mal podia acreditar! Ele nem me avisou nem nada, e eu fiquei mais apaixonada ainda, até que....
Até então só aparentava estar triste, seus olhos se encheram de lágrimas e ela parecia muito magoada, como eu nunca tinha visto antes, ela foi ficando mais e mais vermelha de raiva e seu tom de voz mudou completamente.
– Depois de uma semana, tudo que eu deveria fazer era dormir com ele, era só sobre o que ele sabia falar, era a maior prova de amor do mundo e eu caí nesse papo idiota, e fui pra cama com ele, nossa como eu me arrependo disso!!
Duas lágrimas pesadas caíram e em segundos as secou com violência.
– Três meses depois, um belo dia, eu toda boba fui até o apartamento dele fazer uma surpresa, eu ia cozinhar para aquele canalha e tive uma belíssima surpresa, ele estava na cama com outra, jurando todo amor do mundo a ela e eu era só a idiota que tinha caído no papinho dele.
– Eu sinto muito, , você não merecia alguém tão cretino assim na sua vida….
– Foi tão difícil aceitar que eu fui enganada por todo aquele tempo, eu nunca mais consegui namorar sério com ninguém, toda essa coisa de namoro parecia mentira pra mim.
– Sério?! Isso faz quanto tempo?
– Quatro anos, onde eu fico com as pessoas, mas não me envolvo de verdade com ninguém, você é meu novo recorde. – sorriu fraco e eu senti um calafrio passear pela minha espinha, peguei seu rosto entre minhas mãos.
– Sei que sou muito fraco com declarações, mas eu quero ser seu não-namorado pelo tempo que você quiser, até que esteja preparada pra ter algo mais sério, pois eu quero todas as fases, mas não preciso de rótulos, só de você na minha vida por quanto tempo você me aguentar, então se a dúvida era se eu realmente gostava de você, só quero que saiba que eu te amo!
Os olhos dela se encheram de lágrimas e sorriu abertamente para mim, me abraçou apertado, escondendo seu rosto em meu pescoço causando arrepios e me fazendo rir com seus beijos naquela região. Ela adorava me provocar com isso.
– Você está tentando me seduzir, Sr. ?! Nunca pensei que você fosse assim. – Ela sussurrou e eu a peguei pela cintura, a ouvindo dar gritinhos e tentar escapar das minhas mãos e das cócegas.
– Eu me rendo! – se jogou em meu colo e conseguiu segurar meus pulsos, roubou um beijo que me deixou totalmente sem fôlego, soltei-me e consegui passar minhas mãos por sua cintura a trazendo para mais perto.
– Não quero nunca ser aquele que vai te machucar, vou dar tudo de mim só pra te fazer feliz! – Falei baixo, com meu rosto praticamente colado ao dela e senti me abraçando mais forte.
– Eu sei que sim, você já faz, meu amor!
Ela sorriu torto e me beijou, agora eu conhecia um pouco mais da história dela e podia provar que tudo que eu queria era só a felicidade dela. Minha .


XXX


Ela havia mudado minha vida de uma maneira que ninguém nunca tinha conseguido, nós já estávamos há quase 2 anos juntos, e era só ela que conseguia quebrar minhas barreiras, me tirar da zona de conforto e eu nem percebia, sabia que eu precisava dela mais do que ela de mim, mas era inevitável, era a , a minha , que transformava até uma tarde chata em casa, em memórias maravilhosas….

O jogo na TV era algo que eu tentava ver há alguns minutos, mas deitada ao meu lado simplesmente não parava de me provocar e rir quando eu tentava revidar sem tirar os olhos do jogo.
! Me ajuda a passar as falas, você prometeu. – Ela conseguiu colocar seu pé dentro da minha blusa e eu dei um pulo no sofá.
– Cacete, , seu pé tá gelado! – Ela apenas gargalhou e veio até mim, jogando-se em meu colo sorrindo inocentemente.
– Babe, meu teste é amanhã e você fugiu de mim a semana toda, seja meu príncipe, Sr. . – Ela piscou pra mim e eu apenas suspirei me dando por vencido.
Eu me achava meio idiota passando as falas com ela, mas adorava a minha “participação especial” e aquele sorriso torto dela era a única razão para eu continuar com isso, ela foi até sua bolsa e pegou os roteiros, voltando toda empolgada para o sofá.
– Você é o Príncipe Charles e eu a Plebeia, Clarice. – Endireitei minha postura e a vi trazer Clarice a vida em segundos, precisei me concentrar para tentar ajudá-la da melhor forma possível. Era fascinante vê-la fazer aquilo assim, tão naturalmente. Por quase uma hora eu tentei fingir que era aquele príncipe apaixonado e preso aos seus conflitos entre família e seu grande amor, vi dar um show interpretando aquela determinada mocinha Clarice.
– ...E você foi o meu grande amor, a minha maior decepção, tudo que eu não posso mais esperar.
– FIM.
Nos entreolhamos e vi o sorriso tímido de ganhar espaço em seu rosto
– Sei que não acredita, mas, , você deveria fazer teatro, te deixa mais livre e você nem percebe! – Ela fazia carinho em meu rosto, de uma maneira quase imperceptível, com seus olhos brilhantes cravados em mim. – Você tem tanta coisa aí dentro, , você só não conhece todas elas ainda. – piscou pra mim antes de unir nossas bocas, com toda delicadeza que era só dela, não consegui me segurar e a puxei para mais perto aprofundando o beijo, a sentindo sorrir quando minhas mãos adentraram a camiseta que ela vestia.
– E o fim do seu jogo? – Ela separou nossas bocas, já vermelhas apenas para me provocar mais.
– Nem sei do que você tá falando. – Disse tentando me manter sério vendo jogar a cabeça pra trás e rir. Aproveitei para beijar seu pescoço e senti-la arrepiando por completo.
Com ela tudo ganhava um novo sentido, e, pelo menos, naquele dia eu me lembro de ter feito daquele sofá nossa cama, de ter roubado minha camisa e ficar desfilando pela casa vestindo apenas ela e sua calcinha, de ficar deitado ouvindo ela fazer vários planos de outras carreiras, de tudo que eu poderia ser se quisesse, e me lembro que antes de dormir, eu apenas a trouxe mais perto porque eu sabia que não queria nada além daquilo, eu só precisava estar com ela que tudo já estaria bem.

15 de Agosto de 2015



O dia estava maravilhoso do lado de fora daquele escritório de advocacia, só queria que aquele dia chato acabasse de uma vez para que eu pudesse ir pra casa e encontrar com , estava pensando nisso enquanto fazia um lanchinho na sala do café quando senti uma mão me abraçando por trás, aquelas unhas vermelhas deslizando pelo meu peitoral quase me fazendo derramar o café que estava na minha mão.
– Oi, gato! Você sabe que está me devendo um café, não sabe?! – Charlotte sussurrou em meu ouvido, com sua voz mais sexy tentando me causar arrepios, mas já fazia algum tempo que ela já não tinha mais nenhum efeito sobre mim.
– Oi, Charlie. – Afastei a mão dela sentindo a sorrir atrás de mim e colocá-la um pouco mais para baixo, mais precisamente em minha cintura. – Você lembra que a gente já não tem mais nada certo? – Devolvi pra ela, me afastando de leve e ela riu.
– Você sabe que eu ainda tô aqui, quando você enjoar da sua garotinha, eu não estarei te esperando, e você vai perder tudinho, , tudo que era perfeito pra você. – Ela se aproximou me olhando com desejo, coloquei a xícara de café no balcão ao meu lado e tentei tirar as mãos dela do meu pescoço antes que ela me beijasse, mas já era tarde demais, seus lábios se chocaram contra os meus e eu a senti sorrir, assim que minhas mãos pegaram em seus braços eu ouvi a voz que eu jamais imaginei que pudesse estar exatamente ali, naquela maldita hora.
– Ai meu Deus! – Olhei para a porta da salinha e vi com os olhos cheios de lágrimas, uma mão na boca e na outra a caixinha que eu vinha escondendo há alguns dias, seu olhar se encontrou com o meu e ela apenas balançou a cabeça antes de jogar em mim a caixinha e sair dali.
! – Tirei as mãos de Charlotte de cima de mim e corri até minha namorada, mas ela saiu em disparada em direção ao elevador e conseguiu fugir de mim.
Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo.
, sua lindinha esqueceu isso. – Charlotte veio até mim com a caixinha na mão e um sorriso irônico no rosto, com aquele ar de deboche ela voltou a sua sala me jogando um beijinho no ar.
Tentei ligar mais de mil vezes, mandei um incontável número de mensagens, mas apenas me ignorava, cada segundo parecia levar uma eternidade para passar e eu não aguentei, ainda faltavam duas horas para o expediente terminar, inventei uma desculpa qualquer para o meu chefe e sai dali, praticamente voando pra casa, rezando para todos os santos que ainda estivesse em casa. Ela precisava estar lá.

! Você tá aqui? – Cheguei em casa em tempo recorde, pelo menos isso, e encontrei uma mala dela na sala, corri até o quarto e a encontrei pegando mais algumas coisas, com seus olhos inchados ela olhou para mim e eu tenho certeza de que nunca esqueceria aquele olhar.
– Sai de perto de mim. – Ela jogou aquelas coisas na mala e secou o rosto.
, aquilo ali não é o que você pensou, Charlotte não é nada minha!
– “Vai perder tudo que era perfeito para você”! PORRA, ! Como que isso pode não ser exatamente o que eu vi?!
– Ela não é perfeita pra mim, ela não é mais nada pra mim….
– Quem era ela pra você? – Eu podia sentir a ira na voz dela, parou tudo que estava fazendo e me olhou.
– Eu namorei com ela há um tempo, mas....
– Quanto tempo, ? Há quanto tempo você deve me trair e ficar rindo com a sua ex pelas minhas costas? – cruzou os braços e me olhou furiosa, as lágrimas não tinham mais espaço ali, apenas a raiva.
– Não, , isso não é verdade, eu te amo! – Ela riu, como naqueles filmes de vilões, ela deu uma daquelas gargalhadas maléficas e irônicas.
– Fui tão idiota de pensar que aquela porcaria de anel significava alguma coisa!
– Mas significa, era uma surpresa mas continua sendo real, eu quero....
– Não se atreva a terminar essa frase, ! – Ela fechou sua última mala e me olhou. – Acabou, eu não consigo mais!
– Não, não fala isso! , pelo amor de Deus, olha pra mim. – Corri até ela e peguei em seu rosto, e eu só pude ver decepção em seu olhar. – Por favor, me deixa explicar!
, eu não quero viver meus pesadelos mais uma vez, eu não quero imaginar que toda vez que você está no seu trabalho talvez você possa estar com sua ex, aos beijos, eu não posso conviver com isso, eu demorei tempo demais tentando me curar da última traição….
– Eu jamais faria isso, eu amo você, , eu nunca quis te machucar. – Eu sentia minha garganta se fechando enquanto meu coração apertava no peito.
– Mas machucou, , e agora eu não consigo mais... – Ela voltou a chorar com força e eu senti tudo indo por água abaixo, como se fosse um castelo de areia.
– Não, por favor, não faz isso, . – Eu não conseguia mais me controlar, estava implorando e vendo-a chorar na minha frente não ajudava em nada.
– Adeus, !
Ela pegou sua mala e passou por mim como um furacão, sem olhar para trás, bateu a porta da frente e eu senti os meus joelhos falharam, a vista embaçada e tudo desmoronar,
Eu não podia acreditar no que estava acontecendo.

Os dias que se seguiram foram horríveis, eu tentava falar com ela de todos os jeitos possíveis, mas ela simplesmente me ignorava, até que um dia ela me mandou uma mensagem que me fez parar, antes que ela me odiasse mais e mais, para todo sempre:
, eu te amei de um jeito muito lindo e verdadeiro, mas o que você fez destruiu toda a confiança que eu tinha em ti, não posso namorar alguém em quem não confio, você abriu a ferida mais dolorida que eu possuía e agora resta a mim fechá-la de novo, se você me ama como diz, me deixe! Eu preciso que me deixe! Adeus, !


20 de Outubro de 2015



Já fazia alguns dias que tudo andava cinza e absolutamente sem graça, o fato de estar preso no trânsito já era um saco, mas estar preso com pessoas chatas e que não calavam a boca nem por um segundo era pior ainda e me deixava de mais mau humor. Eu só queria chegar em casa e dormir, mas o destino tinha outros planos pra mim.
Bem em frente ao carro dos meus amigos, descendo pela rua 29 com a Park ela apareceu toda sorridente de braço dado com um cara, o idiota tropeçou fazendo-a cair na gargalhada e em seguida ele a envolveu em seus braços, algo naquela cena me fez ter certeza de que não tinha volta, mas eu ainda morria de saudade daquele sorriso. Eu só queria ser aquele cara de novo e não o grande babaca que agora ela odiava.

Ver no caminho de volta pra casa só serviu para acabar de vez com aquele dia, me joguei no sofá, peguei a garrafa de uma bebida qualquer e liguei a TV, qualquer coisa que tirasse ela do meu pensamento, qualquer sinal de que aquilo deveria estar certo de alguma maneira, ela parecia estar mais feliz com aquele cara, não parecia?!

Mas tudo só piorava, até mesmo aquele sofá era cheio de lembranças que me perturbavam e não me deixavam esquecer, já fazia mais de um mês que tinha saído dessa casa mas eu sempre a imaginava voltando, porém o aperto no meu peito era a certeza de que aquilo era uma mentira, e que eu deveria aprender a viver sem ela.

– Anda, , vem pra cá! – Fred me ligou pela terceira vez naquela noite, e eu já não estava mais aguentando ficar naquela sala, ficar na minha própria casa me sufocava, olhei para a garrafa de vodca vazia e apenas balancei a cabeça, que se foda o resto mesmo.
– Já chego aí. – Dei um sorriso fraco e fui me arrumar, eu estava um caco, mas estava dando pra disfarçar, ou, pelo menos, eu achava que estava.

Em menos de uma hora, entrei no bar que estava consideravelmente cheio e encontrei com meus amigos em uma mesa ao fundo.
– Até que enfim! Saiu da toca. – Fred me cumprimentou com um aceno de cabeça e eu sorri amarelo pra ele, me sentando na outra ponta da mesa.
– Isso aí, , sentimos sua falta. – Andie, a namorada dele, disse com animação, me estendendo uma cerveja.
– Amanhã nós temos uma festa, e tudo indica que vai ser ótima. – Andie piscou para mim e eu assenti com a cabeça dando um gole na minha cerveja.
– Pode ser uma boa.
, você vai ver que com o tempo você vai ficar bem, assim como ela, você vai superar, cara! – Fred se aproximou e me deu um tapinha no ombro, me apoiando, eu queria rir sarcasticamente, mas eu a vi entrando no bar, junto com aquele cara e simplesmente não consegui desviar o olhar, Andie percebeu.
– Você não vai embora, né? – Ela me olhou toda preocupada e eu apenas balancei a cabeça negando.
Eu merecia aquilo, parecia estar muito mais feliz com aquele cara do que comigo, o sorriso dela sempre que ele se aproximava para beijá-la era algo que não me deixava em paz, talvez eu nunca mais me sentisse como eu costumava quando estava com ela, o cara mais sortudo do mundo,

A noite seguia normalmente, aquele bar parecia ficar mais cheio a cada segundo, mas eu não vi em momento algum os olhos de se desviarem para nossa mesa, continuei bebendo com meus amigos e vendo os planos para a próxima semana ficarem cada vez mais concretos.
– Vamos viajar semana que vem, disseram que a pousada é muito boa e tem muitas árvores. – Fred riu e deu uma piscadinha pra mim em seguida, ele adorava me provocar com esse lance de natureza.
– Claro, amo ar livre. – Fingi meu melhor sorriso, vendo aquele idiota gargalhar.
– A fogueira vai ser por sua conta. – Ele esticou sua cerveja para nós brindarmos e eu apenas revirei os olhos.
– Pode esperar deitado mesmo! - Brindei com ele e logo em seguida fui em direção ao banheiro, minha bexiga já não estava mais aguentando.
Quando sai do banheiro, naquele corredor cheio de gente, senti um frio na barriga ao vê-la ali, há apenas alguns metros de mim, desta vez ela me viu também, agora ela sabia que eu estava ali.
O cara que a estava acompanhando lhe deu um selinho e veio até onde eu estava, passou reto por mim e entrou no banheiro.
– Oi. – Foi tudo que eu consegui dizer, e apenas acenou com a cabeça me olhando antes de responder “Oi”.
Meu plano era simplesmente passar reto, simplesmente fingir que não era nada, mas eu não consegui, eu precisava dizer o que ainda estava guardado junto a mim, o que não me deixava dormir direito há semanas.
…. – Passei por ela mas voltei antes mesmo de me distanciar dois passos, seu olhar era como eletricidade, arrepiando totalmente meu corpo me fazendo sentir falta de apenas estar perto dela.
, não começa….
– Eu só preciso te dizer uma coisa e eu vou embora, antes que eu morra entalado com isso na minha garganta.
apenas rolou os olhos, mas, mesmo assim, me deixou continuar.
– Você não faz ideia do que perder você fez comigo, e talvez nunca chegue à acreditar em mim, mas eu só quero que você saiba, se um dia esse cara ou qualquer outro partir seu coração, te magoar, eu ainda estarei aqui te esperando, independente de tudo, você ainda vai ter a mim!
Ela apenas me olhava, eu via que sua respiração estava alterada e ela estava ansiosa, eu ainda a conhecia demais. Dei um passo em sua direção e dei um beijo demorado em sua testa, era a única coisa que eu queria fazer, só queria chegar mais perto.
– Se cuida! – Forcei minha voz a sair normalmente e me afastei dela, antes que fizesse alguma idiotice e colocasse aquele momento todo a perder.

Das poucas coisas que eu ainda tinha certeza, o amor pela e tudo que ela significou eram as mais fortes, talvez ela não voltasse para mim, talvez ela ainda me odiasse por algum tempo, mas eu sei que eu a amaria pra sempre, mesmo vendo-a por aí com outro cara, o que nós vivemos estaria guardado num lugar só dela, que nunca iria embora.


Fim.



Nota da autora: Oi Gentee!! Tudo bem?!
Fiquei tão feliz de conseguir essa música, amooo esse CD e espero que vocês gostem da história, mesmo ela sendo curtinha ;)
Tô super curiosa pra saber o que vocês acharam!! Mill beijooos e até a próxima!!!





Outras Fanfics:
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07.This – Ficstape Ed Sheeran/Finalizada
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21.Home To Mama – Ficstape Justin Bieber/Finalizada


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