Capítulo Único
— , você aceita como sua esposa para amar e respeitar na saúde e na doença? — pisquei meus olhos, engolindo a seco, meus dedos forçando e apertando o cabo do buquê de rosas vermelhas. Meus olhos naqueles olhos tão lindos, esperando que ele dissesse o tão amado e desejado “sim”.
Mordi levemente meu lábio inferior, mal conseguindo respirar ao ver seu peito subir e descer de uma forma rápida, ele estava meio ofegante. fez aquela expressão, aquela mesma expressão desde quando o conheci. Tínhamos uns dez anos quando começamos a ser melhores amigos, mas me apaixonei por ele ali. Com dez anos.
Alguma parte da adolescência...
— Mas é impossível escolher entre baunilha e chocolate! Impossível! — ele reclamava enquanto ainda estávamos na fila para comprar sorvete.
— Impossível é você ser tão indeciso! Pede o misto então. — sugeri, não sabia nem como tinha tanta paciência com ele, só podia ser amor mesmo. Amava sua companhia, amava sua risada, seu sorriso, a forma como sua testa ficava enrugada quando ele ficava emburrado ou bravo. Era um saco amar o , um saco!
— Cara, mas o misto mistura o sabor. — ele choramingou e eu dei um tapa em seu ombro, o empurrando levemente para o lado quando chegou nossa vez. — Olá, vamos querer um de baunilha e outro de chocolate, por favor.
ficou olhando pra mim um pouco surpreso e eu realmente não entendia o porquê ele ainda se surpreendia.
— Mas você não queria o de morango? — ele perguntou baixinho.
— Não, você pega um pouco do meu e eu um pouco do seu. O que você acha? — perguntei, abrindo um sorriso pra ele que logo abriu o dele e nossa… Sabe quando o mundo ganha cor? Então.
— A única certeza que eu tenho da minha vida mesmo é você. — e aquela vez foi a primeira vez que ele roubou meu coração inteiro, completo, sem parte alguma faltando todo pra ele. Ele sempre repetia essa mesma frase. E toda vez que ele falava era como se eu tivesse pulando de paraquedas, estivesse em alguma montanha-russa. Meu coração batia de uma certa forma que nada mais fazia ele bater igual.
Anos depois...
— Toda vez é essa porra de indecisão, ! Qual é o seu problema? Você pensou pra responder pra caralho, mano. — lágrimas grossas e quentes escorriam dos meus olhos, molhavam meu rosto todo e ele estava desesperado, ajoelhado na minha frente, suas mãos apertavam as minhas e seus braços prendiam minhas pernas.
— Você sabe como eu me sinto quando estou pressionado. Minha mente apaga, por favor, me perdoa. Eu não hesitei, eu juro, não hesitei! — ele chorava também, seu rosto vermelho pra caramba e seus dedos pressionando os meus.
— Você me ama ou não? — pergunto de uma vez, levantando seu rosto, tirando uma da minha mão das dele para pegar seu queixo. Levantando seu rosto para que olhasse bem em meus olhos pra me dar aquela resposta.
— Eu amo você. Entende isso? Você sempre vai ser a minha única certeza! — ele não tremeu, não hesitou, seus olhos bem fixos nos meus.
— Fala de novo! — pedi, a respiração falha.
— Casa comigo? Nunca vou conseguir achar outra certeza em toda minha vida a não ser você. — arregalei meus olhos e prendi meu ar com aquele pedido. Céus, eu realmente não esperava que ele fosse alguma vez me pedir aquilo. Não sei, nunca tinha passado pela minha cabeça porque eu sempre via minha vida com ele, independente do título que levaríamos. Namorados. Melhores amigos. Mas agora… wow. Noivos? Casados? Cara!
— … — mal notei que eu sorria abertamente, meus olhos brilhavam e meu coração parecia tocar bateria. — Claro que eu aceito!
Então ele me abraçou, me levando com ele para aquele tapete e nos fazendo gargalhar ao girar nossos corpos ali enquanto aquela felicidade absurda nos afogava e ao mesmo tempo nos dava ar. Era bom demais sentir o amor dele, o carinho dele e tudo que ele sentia por mim.
Com treze anos teve seu primeiro surto, muita gente e inclusive eu achávamos que a indecisão dele era um defeito horrível que ele tinha, fazia parte do seu caráter e tudo mais. Talvez muito signo de Libra no seu mapa astral. Mas ele realmente ficava em surto quando se sentia pressionado. Então seus pais o levaram para o médico e realmente descobrimos que não era só um signo, uma zoeira, um simples defeito. Quando ele se sentia pressionado a escolher algo o ar faltava, ele tremia, tudo a sua volta girava e ele simplesmente não conseguia soltar sua voz.
Mesmo muitos me dizendo que ele era um namorado horrível, ele hesitava sempre em responder as coisas, até algumas bem importantes que me deixavam possessa da vida. Eu sempre me lembrava das vezes que ele realmente teve esse surto e que tínhamos que levá-lo ao hospital ou ele mesmo se mataria sem ar. Seu pulmão se fechava e não entrava ar de forma alguma. Era como se a indecisão ativasse sua asma.
Óbvio que aquele palhaço zoava falando que tomar decisão era sua criptonita, mas sempre fazia meu coração palpitar quando ele falava que nunca teve dúvida, nunca se sentiu pressionado quando o assunto era eu mesma.
Eu o amava mesmo que ele mudasse de ideia como eu mudava de roupa, o amava mesmo ele fazendo estar em uma montanha-russa o tempo todo. O amava demais mesmo quando ele realmente travava ao responder algo, não conseguia escolher a droga de um sabor de sorvete ou se tomaria coca-cola ou suco dentro do cinema.
Talvez coisas assim que me faziam ser maluca por ele. E coisas assim que me fizeram aceitar casar com ele.
Uma noite antes do casamento
— Você tá realmente em dúvida se vai estar naquele altar, ? — cruzei meus braços na frente do meu corpo, sentando em cima do balcão da cozinha. Ele parou de lavar a louça na mesma hora e me encarou.
— Você está realmente me perguntando isso? — mordi minha bochecha interna, desviando meus olhos dele e suspirando pesado.
— Tenho medo de… — travei ao falar, fechando meus olhos e abaixando a cabeça. E se ele não conseguisse responder na hora do “aceito”? Não iria conseguir lidar com ele tendo um surto bem na hora do nosso casamento.
— Você é a minha única certeza. Só está me magoando você ainda duvidar disso depois de tudo que já passamos. — quando ouvi a mágoa no tom de voz dele, abri meus olhos na mesma hora e o encarei.
— Eu amo você, eu amo você demais. Eu nunca duvidei de você, só tenho medo e sei que esse medo é bobo depois de tudo que já passamos, mas ele ainda existe em mim e eu não consigo tirá-lo. Talvez ele faça parte do que eu sinta por você. — segurei a mão dele e o puxei pra perto de mim, fazendo ele ficar entre minhas pernas e suas mãos vieram para minha cintura.
— Não me importo com seu medo desde que ele não se intrometa no que a gente tem. Eu entendo você sentir isso, céus, claro que eu entendo. Eu também tenho medo, sempre tive, eu já fiquei apavorado por conta isso. Mas eu sei que o que eu transpareço não é o que eu realmente sinto. E eu vou tentar todos os dias da minha vida provar isso pra você, tá? — ele abre um sorriso fechado e sincero pra mim, fazendo meus dedos tocarem em sua pele.
— Eu sei que vai. — murmuro, colando nossos lábios em um beijo intenso e caloroso. Suas mãos apertavam minha cintura com força e me puxava contra ele enquanto as minhas desciam por suas costas e prendia o tecido fino de sua camiseta entre meus dedos. Sempre quando ele me beijava eu conseguia realmente sentir a certeza de que ele tanto dizia que tinha dentro dele.
Eu era sua única certeza.
Dia atual
Meus olhos se encheram d’água porque ainda não tinha respondido o “aceito”, podia sentir os olhares de todos presentes naquela igreja nos queimando, penetrando nossas almas e até mesmo de muitos que me disseram que aquilo iria acontecer. Aliás, ouvi muitas vezes que ele nem apareceria no altar.
Sustentei o olhar de , sem piscar, deixando as lágrimas escorrerem dos meus olhos e então ele soltou o ar, respirando fundo e puxando o ar de volta. Peguei o buquê e comecei a bater nele com o buquê. Foda-se! Foda-se seu surto! Foda-se se eu era a única certeza dele! Foda-se!
— EU TE ODEIO! — era o que eu mais gritava dentro daquela igreja. O padre tentou me segurar, todos convidados se levantaram. E aquela merda virou a bagunça que eu sempre tive medo.
Será que amá-lo significava isso?
Dia atual de verdade
Abri meus olhos e senti o suor escorrer da minha testa. estava deitado ao meu lado, dormindo feito um anjo. Olhei para o lado e peguei meu celular na estante, então vi que nosso casamento seria hoje. Virei meu corpo de novo e alisei levemente suas costas, fazendo ele se mexer um pouco e então me olhar.
— Você aceita casar comigo? — perguntei baixinho, apavorada por aquele sonho.
— Você é a minha única certeza.
Mordi levemente meu lábio inferior, mal conseguindo respirar ao ver seu peito subir e descer de uma forma rápida, ele estava meio ofegante. fez aquela expressão, aquela mesma expressão desde quando o conheci. Tínhamos uns dez anos quando começamos a ser melhores amigos, mas me apaixonei por ele ali. Com dez anos.
Alguma parte da adolescência...
— Mas é impossível escolher entre baunilha e chocolate! Impossível! — ele reclamava enquanto ainda estávamos na fila para comprar sorvete.
— Impossível é você ser tão indeciso! Pede o misto então. — sugeri, não sabia nem como tinha tanta paciência com ele, só podia ser amor mesmo. Amava sua companhia, amava sua risada, seu sorriso, a forma como sua testa ficava enrugada quando ele ficava emburrado ou bravo. Era um saco amar o , um saco!
— Cara, mas o misto mistura o sabor. — ele choramingou e eu dei um tapa em seu ombro, o empurrando levemente para o lado quando chegou nossa vez. — Olá, vamos querer um de baunilha e outro de chocolate, por favor.
ficou olhando pra mim um pouco surpreso e eu realmente não entendia o porquê ele ainda se surpreendia.
— Mas você não queria o de morango? — ele perguntou baixinho.
— Não, você pega um pouco do meu e eu um pouco do seu. O que você acha? — perguntei, abrindo um sorriso pra ele que logo abriu o dele e nossa… Sabe quando o mundo ganha cor? Então.
— A única certeza que eu tenho da minha vida mesmo é você. — e aquela vez foi a primeira vez que ele roubou meu coração inteiro, completo, sem parte alguma faltando todo pra ele. Ele sempre repetia essa mesma frase. E toda vez que ele falava era como se eu tivesse pulando de paraquedas, estivesse em alguma montanha-russa. Meu coração batia de uma certa forma que nada mais fazia ele bater igual.
Anos depois...
— Toda vez é essa porra de indecisão, ! Qual é o seu problema? Você pensou pra responder pra caralho, mano. — lágrimas grossas e quentes escorriam dos meus olhos, molhavam meu rosto todo e ele estava desesperado, ajoelhado na minha frente, suas mãos apertavam as minhas e seus braços prendiam minhas pernas.
— Você sabe como eu me sinto quando estou pressionado. Minha mente apaga, por favor, me perdoa. Eu não hesitei, eu juro, não hesitei! — ele chorava também, seu rosto vermelho pra caramba e seus dedos pressionando os meus.
— Você me ama ou não? — pergunto de uma vez, levantando seu rosto, tirando uma da minha mão das dele para pegar seu queixo. Levantando seu rosto para que olhasse bem em meus olhos pra me dar aquela resposta.
— Eu amo você. Entende isso? Você sempre vai ser a minha única certeza! — ele não tremeu, não hesitou, seus olhos bem fixos nos meus.
— Fala de novo! — pedi, a respiração falha.
— Casa comigo? Nunca vou conseguir achar outra certeza em toda minha vida a não ser você. — arregalei meus olhos e prendi meu ar com aquele pedido. Céus, eu realmente não esperava que ele fosse alguma vez me pedir aquilo. Não sei, nunca tinha passado pela minha cabeça porque eu sempre via minha vida com ele, independente do título que levaríamos. Namorados. Melhores amigos. Mas agora… wow. Noivos? Casados? Cara!
— … — mal notei que eu sorria abertamente, meus olhos brilhavam e meu coração parecia tocar bateria. — Claro que eu aceito!
Então ele me abraçou, me levando com ele para aquele tapete e nos fazendo gargalhar ao girar nossos corpos ali enquanto aquela felicidade absurda nos afogava e ao mesmo tempo nos dava ar. Era bom demais sentir o amor dele, o carinho dele e tudo que ele sentia por mim.
Com treze anos teve seu primeiro surto, muita gente e inclusive eu achávamos que a indecisão dele era um defeito horrível que ele tinha, fazia parte do seu caráter e tudo mais. Talvez muito signo de Libra no seu mapa astral. Mas ele realmente ficava em surto quando se sentia pressionado. Então seus pais o levaram para o médico e realmente descobrimos que não era só um signo, uma zoeira, um simples defeito. Quando ele se sentia pressionado a escolher algo o ar faltava, ele tremia, tudo a sua volta girava e ele simplesmente não conseguia soltar sua voz.
Mesmo muitos me dizendo que ele era um namorado horrível, ele hesitava sempre em responder as coisas, até algumas bem importantes que me deixavam possessa da vida. Eu sempre me lembrava das vezes que ele realmente teve esse surto e que tínhamos que levá-lo ao hospital ou ele mesmo se mataria sem ar. Seu pulmão se fechava e não entrava ar de forma alguma. Era como se a indecisão ativasse sua asma.
Óbvio que aquele palhaço zoava falando que tomar decisão era sua criptonita, mas sempre fazia meu coração palpitar quando ele falava que nunca teve dúvida, nunca se sentiu pressionado quando o assunto era eu mesma.
Eu o amava mesmo que ele mudasse de ideia como eu mudava de roupa, o amava mesmo ele fazendo estar em uma montanha-russa o tempo todo. O amava demais mesmo quando ele realmente travava ao responder algo, não conseguia escolher a droga de um sabor de sorvete ou se tomaria coca-cola ou suco dentro do cinema.
Talvez coisas assim que me faziam ser maluca por ele. E coisas assim que me fizeram aceitar casar com ele.
Uma noite antes do casamento
— Você tá realmente em dúvida se vai estar naquele altar, ? — cruzei meus braços na frente do meu corpo, sentando em cima do balcão da cozinha. Ele parou de lavar a louça na mesma hora e me encarou.
— Você está realmente me perguntando isso? — mordi minha bochecha interna, desviando meus olhos dele e suspirando pesado.
— Tenho medo de… — travei ao falar, fechando meus olhos e abaixando a cabeça. E se ele não conseguisse responder na hora do “aceito”? Não iria conseguir lidar com ele tendo um surto bem na hora do nosso casamento.
— Você é a minha única certeza. Só está me magoando você ainda duvidar disso depois de tudo que já passamos. — quando ouvi a mágoa no tom de voz dele, abri meus olhos na mesma hora e o encarei.
— Eu amo você, eu amo você demais. Eu nunca duvidei de você, só tenho medo e sei que esse medo é bobo depois de tudo que já passamos, mas ele ainda existe em mim e eu não consigo tirá-lo. Talvez ele faça parte do que eu sinta por você. — segurei a mão dele e o puxei pra perto de mim, fazendo ele ficar entre minhas pernas e suas mãos vieram para minha cintura.
— Não me importo com seu medo desde que ele não se intrometa no que a gente tem. Eu entendo você sentir isso, céus, claro que eu entendo. Eu também tenho medo, sempre tive, eu já fiquei apavorado por conta isso. Mas eu sei que o que eu transpareço não é o que eu realmente sinto. E eu vou tentar todos os dias da minha vida provar isso pra você, tá? — ele abre um sorriso fechado e sincero pra mim, fazendo meus dedos tocarem em sua pele.
— Eu sei que vai. — murmuro, colando nossos lábios em um beijo intenso e caloroso. Suas mãos apertavam minha cintura com força e me puxava contra ele enquanto as minhas desciam por suas costas e prendia o tecido fino de sua camiseta entre meus dedos. Sempre quando ele me beijava eu conseguia realmente sentir a certeza de que ele tanto dizia que tinha dentro dele.
Eu era sua única certeza.
Dia atual
Meus olhos se encheram d’água porque ainda não tinha respondido o “aceito”, podia sentir os olhares de todos presentes naquela igreja nos queimando, penetrando nossas almas e até mesmo de muitos que me disseram que aquilo iria acontecer. Aliás, ouvi muitas vezes que ele nem apareceria no altar.
Sustentei o olhar de , sem piscar, deixando as lágrimas escorrerem dos meus olhos e então ele soltou o ar, respirando fundo e puxando o ar de volta. Peguei o buquê e comecei a bater nele com o buquê. Foda-se! Foda-se seu surto! Foda-se se eu era a única certeza dele! Foda-se!
— EU TE ODEIO! — era o que eu mais gritava dentro daquela igreja. O padre tentou me segurar, todos convidados se levantaram. E aquela merda virou a bagunça que eu sempre tive medo.
Será que amá-lo significava isso?
Dia atual de verdade
Abri meus olhos e senti o suor escorrer da minha testa. estava deitado ao meu lado, dormindo feito um anjo. Olhei para o lado e peguei meu celular na estante, então vi que nosso casamento seria hoje. Virei meu corpo de novo e alisei levemente suas costas, fazendo ele se mexer um pouco e então me olhar.
— Você aceita casar comigo? — perguntei baixinho, apavorada por aquele sonho.
— Você é a minha única certeza.
Fim.
Nota da autora: Gente, não ficou boa do jeito que eu imaginei que iria ficar, culpo o meu bloqueio e o tanto que estou trabalhando feito doida nessa quarentena. Mas não queria não entregar essa fic porque eu amo demais a música e amo demais o clipe. Amo demais a deusa da Katy também! Aff, mas eu tinha mesmo imaginado outra coisa, porém, saiu isso. Críticas construtivas são sempre bem-vindas.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.