Capítulo Único
Ela era uma louca quando quis sair de casa. E essa palavra não descreve metade da falta de noção que a tem. Lunática, maluca, problemática. Louca. Ela só quis sair. Não teve choro, não teve briga, ela simplesmente pegou as coisas e saiu. Louca. Sem emprego ou algum parente próximo, ela se tornaria uma mendiga. Eu achava que não ia durar, já que ela não tinha pra onde ir, mas após uma semana, eu já tinha certeza que ela realmente não voltaria.
E então eu tive a surpresa.
Ela era a pior das vagabundas. Seu último namorado havia descoberto isso da mesma forma que eu agora. Anos atrás, era comigo que ela fugia. Agora, ela e um cara que já chamei de amigo, me apunhalaram pelas costas. Tudo isso porque eu fui fraco e decidi que a queria de volta. Bati na porta do desgraçado, e veja lá quem é que me atende. Então os dois me dizem que aconteceu de repente. Aconteceu. Como se ela já não tivesse certeza de onde ir quando saísse de casa. Mas agora o problema que ela era, seria só dele. E ele não iria suportar.
Os ciúmes dela me sufocavam. Era como se eu estivesse preso em um mundo que fosse só dela. Onde eu estava sempre tinha "uma vagabunda dando mole", "uma mal amada querendo dar" ou "uma puta comendo com os olhos". E ai de mim se por acaso cruzasse o olhar com qualquer uma.
E então eu estava no bar. O mesmo que eu e ela frequentávamos quando queríamos sair para beber. Como de costume, ele estava lá, e como agora os dois estavam juntos, eu era obrigado a assistir.
era um puta de um sortudo. E o desgraçado aproveitava. Ele a beijava sensualmente, a tocava com ousadia, deixando todos os bebuns do lugar mortos de inveja. Inclusive eu.
Realmente, ele era um bosta, a exibindo pra lá e pra cá como se fosse um prêmio.
E nessa noite, a desgraçada estava especialmente gostosa. Eu não conseguia tirar os olhos da sua bunda, e consequentemente das mãos de . Minhas mãos tremiam e eu não sabia se era porque queria estar as ocupando no corpo dela, ou por querer socar a cara do meu "melhor amigo".
Eu estava muito bêbado, então sustentei o olhar quando ela olhou pra mim. E nesse momento eu só queria arrancar aquele bosta de cima dela e mostrar como ela gostava de ser tratada. A mulher que ela gostava de ser. A minha mulher.
Ela mordeu os lábios pra mim, antes que os grudasse na boca de . O idiota nem podia acreditar na sorte que estava tendo, e ela nem ligando, sendo simplesmente a cachorra que sempre foi. O beijava com os olhos abertos, o olhar ainda fixo em mim. Poderia ser o álcool, mas eu acho que nunca a quis tanto.
Eu sentia como no dia mais quente do verão. Minha vontade era derramar todo o whisky do meu copo em mim, na tentativa de me refrescar. Mas só faria isso se lambesse cada gota depois, e me deixasse repetir o feito.
Então eu já a queria novamente. Desesperadamente. Suava tanto que o álcool ia embora, e então a lucidez voltava.
Ela era uma louca quando quis sair de casa. E eu mais ainda por tê-la deixado ir. Porque mesmo sendo completamente pirada, ela era minha.
Ela era a pior das vagabundas. Mas eu fui o canalha que a fez sofrer. Um completo idiota que não deu tudo o que ela precisava ter. E se pudesse dar, eu devia estar grato. Que ele a fizesse feliz.
O ciúmes dela me sufocava. Mas eu devolvia na mesma moeda, por medo de perder a garota mais incrível que já conheci. E perdi.
E então eu sentia vontade de chorar. Talvez fosse melhor eu sair dali. Já não vi mais os dois, mesmo assim dei uma boa olhada no ambiente antes de ir embora.
Posso dizer que dirigi por toda a cidade. Passei por lugares pelos quais nunca havia passado, constatando que a cidade não era tão bonita durante a madrugada.
Tentei me distrair, mas tudo o que pensava era na minha . Na raiva que eu sentia dela. Em como eu adoraria descontar essa raiva nela.
Não sei por quanto tempo fiquei fora, mas a cada minuto aumentava minha vontade de pegar o telefone e ligar para a minha garota. Xingar, brigar. Porque ela gostava.
não era para ela. Falando como o bom amigo que sempre fui, posso garantir que ela não era pra ele também. Ele era uma boa pessoa, o contrário do perigo que ela era. O par ideal para o cafajeste que sempre fui.
Quando cheguei em casa, encontrei a porta já aberta. Eu nunca me lembrava de trancar a porta, confiava no porteiro, mas hoje especialmente me lembro de subir correndo três andares para buscar a chave que tinha esquecido na porta. Estranhei e comecei a criar hipóteses. Todas acabavam em sexo. Todas tinham a minha .
Eu estava certo. Um perfume conhecido me fez sorrir, e logo ela surgiu no meu campo de visão, e me faltou ar, me faltou voz, me faltou tudo.
- Acho que nem preciso falar o que to fazendo aqui, não é? - Ela nem precisava mesmo.
Eu fiquei surpreso. Quase não tive reação em um segundo. Mas no outro, em dois largos passos ela já estava em meus braços. E na minha boca.
Foi totalmente grosseiro mesmo. Eu não a beijava, a devorava, tentando mostrar de alguma forma a quem ela pertencia. A razão pela qual ela nunca deveria ter ido embora.
Seu vestido virou trapo em minhas mãos, com tanta força que o arranquei. Quando a vi somente de lingerie vinho, me lembrei do porque querer tanto essa mulher.
Levaria um bom tempo até o quarto, então me desfiz de minhas roupas e a joguei no sofá. Ela devolvia toda a selvageria que eu usava com ela, em arranhões e mordidas. Eram as marcas do amor, como ela dizia.
Era velocidade, força e tesão. Ela gritava por mais, e eu descontava no sexo toda a raiva e stress que vinha passando nesse tempo.
Eu estava em êxtase, de uma forma que só conseguia com ela.
- Eu te amo tanto, minha . - Sussurrei e finalmente a senti contrair. Levar minha garota ao ápice era mais que um prêmio. Eu sentia como se fosse uma obrigação, uma forma de mostrar minha gratidão por tudo o que ela representava pra mim.
Deitei-me ao seu lado, louco pra que tudo não tivesse sido só um sonho. Ela se deitou sobre mim, e me beijou, calmo como pensei nunca mais ser.
- Me perdoa. - Ela disse e eu fechei os olhos. Doía ela ter ido embora. Doía ela ter me trocado por meu melhor amigo. Mas quem senão ela para curar toda a dor?
- Você também meu amor. - Nunca me senti tão forte demonstrando fraqueza. - Me perdoa por não ter te dado o devido valor. Por não ter sido homem o suficiente pra uma mulher como você.
- Você sempre foi. - Ela sussurrou. A voz fraca demonstrava o cansaço dela. Eu também estava cansado, então nem vi quem dormiu primeiro.
Levantei logo cedo, sentindo falta de ao meu lado. Nesse tempo pude pensar um pouco.
Primeiro no quão fraco fui. Era meu direito exigir uma explicação antes, mas o desejo me venceu. Eu só sabia que queria essa mulher ao meu lado a cada manhã, mas como dizer isso?
Segundo em como seria daqui pra frente. Deixo claro que ela teria que decidir entre e eu, já que nossa amizade não tinha volta. Eu estava certo disso.
Levantei disposto a conversar. A convenceria de uma vez a ficar, me dar explicações sobre o porquê de ter ido.
A cacei pela casa, mas tudo que encontrei foi um bilhete dizendo que a noite havia sido ótima, mas ela tinha que ir. Exatamente como ela deixava quando éramos amantes e ela tinha que voltar pra casa do namorado.
Talvez sejamos esse tipo de casal. Que não funciona junto, e é muito pior separado. Mas eu não queria isso.
Liguei a tv na MTV, onde meus sentimentos se viam escritos na tela.
Cecilia, you're breaking my heart... (Cecilia, você está partindo meu coração)
...when will she finally come back to, come back to me? (Quando ela finalmente vai voltar, volta pra mim?)
Ela não conseguia me amar totalmente, e isso doía mais que qualquer outra coisa. Mas eu devia estar feliz, por ao menos ter uma parte dela que seja tão louca por mim quanto eu por ela.
Eu não estava. Sentia-me insuficiente por tê-la uma vez, e não sempre.
Ela havia me pedido perdão. Porém não por ter ido, e sim por não se sentir confiante o suficiente para voltar.
Ela devia realmente estar apaixonada por ele. Mas se ela havia resolvido vir até mim, depositava muita fé em nós dois, e era nisso que eu iria acreditar, e me esforçar.
E então eu tive a surpresa.
Ela era a pior das vagabundas. Seu último namorado havia descoberto isso da mesma forma que eu agora. Anos atrás, era comigo que ela fugia. Agora, ela e um cara que já chamei de amigo, me apunhalaram pelas costas. Tudo isso porque eu fui fraco e decidi que a queria de volta. Bati na porta do desgraçado, e veja lá quem é que me atende. Então os dois me dizem que aconteceu de repente. Aconteceu. Como se ela já não tivesse certeza de onde ir quando saísse de casa. Mas agora o problema que ela era, seria só dele. E ele não iria suportar.
Os ciúmes dela me sufocavam. Era como se eu estivesse preso em um mundo que fosse só dela. Onde eu estava sempre tinha "uma vagabunda dando mole", "uma mal amada querendo dar" ou "uma puta comendo com os olhos". E ai de mim se por acaso cruzasse o olhar com qualquer uma.
E então eu estava no bar. O mesmo que eu e ela frequentávamos quando queríamos sair para beber. Como de costume, ele estava lá, e como agora os dois estavam juntos, eu era obrigado a assistir.
era um puta de um sortudo. E o desgraçado aproveitava. Ele a beijava sensualmente, a tocava com ousadia, deixando todos os bebuns do lugar mortos de inveja. Inclusive eu.
Realmente, ele era um bosta, a exibindo pra lá e pra cá como se fosse um prêmio.
E nessa noite, a desgraçada estava especialmente gostosa. Eu não conseguia tirar os olhos da sua bunda, e consequentemente das mãos de . Minhas mãos tremiam e eu não sabia se era porque queria estar as ocupando no corpo dela, ou por querer socar a cara do meu "melhor amigo".
Eu estava muito bêbado, então sustentei o olhar quando ela olhou pra mim. E nesse momento eu só queria arrancar aquele bosta de cima dela e mostrar como ela gostava de ser tratada. A mulher que ela gostava de ser. A minha mulher.
Ela mordeu os lábios pra mim, antes que os grudasse na boca de . O idiota nem podia acreditar na sorte que estava tendo, e ela nem ligando, sendo simplesmente a cachorra que sempre foi. O beijava com os olhos abertos, o olhar ainda fixo em mim. Poderia ser o álcool, mas eu acho que nunca a quis tanto.
Eu sentia como no dia mais quente do verão. Minha vontade era derramar todo o whisky do meu copo em mim, na tentativa de me refrescar. Mas só faria isso se lambesse cada gota depois, e me deixasse repetir o feito.
Então eu já a queria novamente. Desesperadamente. Suava tanto que o álcool ia embora, e então a lucidez voltava.
Ela era uma louca quando quis sair de casa. E eu mais ainda por tê-la deixado ir. Porque mesmo sendo completamente pirada, ela era minha.
Ela era a pior das vagabundas. Mas eu fui o canalha que a fez sofrer. Um completo idiota que não deu tudo o que ela precisava ter. E se pudesse dar, eu devia estar grato. Que ele a fizesse feliz.
O ciúmes dela me sufocava. Mas eu devolvia na mesma moeda, por medo de perder a garota mais incrível que já conheci. E perdi.
E então eu sentia vontade de chorar. Talvez fosse melhor eu sair dali. Já não vi mais os dois, mesmo assim dei uma boa olhada no ambiente antes de ir embora.
Posso dizer que dirigi por toda a cidade. Passei por lugares pelos quais nunca havia passado, constatando que a cidade não era tão bonita durante a madrugada.
Tentei me distrair, mas tudo o que pensava era na minha . Na raiva que eu sentia dela. Em como eu adoraria descontar essa raiva nela.
Não sei por quanto tempo fiquei fora, mas a cada minuto aumentava minha vontade de pegar o telefone e ligar para a minha garota. Xingar, brigar. Porque ela gostava.
não era para ela. Falando como o bom amigo que sempre fui, posso garantir que ela não era pra ele também. Ele era uma boa pessoa, o contrário do perigo que ela era. O par ideal para o cafajeste que sempre fui.
Quando cheguei em casa, encontrei a porta já aberta. Eu nunca me lembrava de trancar a porta, confiava no porteiro, mas hoje especialmente me lembro de subir correndo três andares para buscar a chave que tinha esquecido na porta. Estranhei e comecei a criar hipóteses. Todas acabavam em sexo. Todas tinham a minha .
Eu estava certo. Um perfume conhecido me fez sorrir, e logo ela surgiu no meu campo de visão, e me faltou ar, me faltou voz, me faltou tudo.
- Acho que nem preciso falar o que to fazendo aqui, não é? - Ela nem precisava mesmo.
Eu fiquei surpreso. Quase não tive reação em um segundo. Mas no outro, em dois largos passos ela já estava em meus braços. E na minha boca.
Foi totalmente grosseiro mesmo. Eu não a beijava, a devorava, tentando mostrar de alguma forma a quem ela pertencia. A razão pela qual ela nunca deveria ter ido embora.
Seu vestido virou trapo em minhas mãos, com tanta força que o arranquei. Quando a vi somente de lingerie vinho, me lembrei do porque querer tanto essa mulher.
Levaria um bom tempo até o quarto, então me desfiz de minhas roupas e a joguei no sofá. Ela devolvia toda a selvageria que eu usava com ela, em arranhões e mordidas. Eram as marcas do amor, como ela dizia.
Era velocidade, força e tesão. Ela gritava por mais, e eu descontava no sexo toda a raiva e stress que vinha passando nesse tempo.
Eu estava em êxtase, de uma forma que só conseguia com ela.
- Eu te amo tanto, minha . - Sussurrei e finalmente a senti contrair. Levar minha garota ao ápice era mais que um prêmio. Eu sentia como se fosse uma obrigação, uma forma de mostrar minha gratidão por tudo o que ela representava pra mim.
Deitei-me ao seu lado, louco pra que tudo não tivesse sido só um sonho. Ela se deitou sobre mim, e me beijou, calmo como pensei nunca mais ser.
- Me perdoa. - Ela disse e eu fechei os olhos. Doía ela ter ido embora. Doía ela ter me trocado por meu melhor amigo. Mas quem senão ela para curar toda a dor?
- Você também meu amor. - Nunca me senti tão forte demonstrando fraqueza. - Me perdoa por não ter te dado o devido valor. Por não ter sido homem o suficiente pra uma mulher como você.
- Você sempre foi. - Ela sussurrou. A voz fraca demonstrava o cansaço dela. Eu também estava cansado, então nem vi quem dormiu primeiro.
Levantei logo cedo, sentindo falta de ao meu lado. Nesse tempo pude pensar um pouco.
Primeiro no quão fraco fui. Era meu direito exigir uma explicação antes, mas o desejo me venceu. Eu só sabia que queria essa mulher ao meu lado a cada manhã, mas como dizer isso?
Segundo em como seria daqui pra frente. Deixo claro que ela teria que decidir entre e eu, já que nossa amizade não tinha volta. Eu estava certo disso.
Levantei disposto a conversar. A convenceria de uma vez a ficar, me dar explicações sobre o porquê de ter ido.
A cacei pela casa, mas tudo que encontrei foi um bilhete dizendo que a noite havia sido ótima, mas ela tinha que ir. Exatamente como ela deixava quando éramos amantes e ela tinha que voltar pra casa do namorado.
Talvez sejamos esse tipo de casal. Que não funciona junto, e é muito pior separado. Mas eu não queria isso.
Liguei a tv na MTV, onde meus sentimentos se viam escritos na tela.
...when will she finally come back to, come back to me? (Quando ela finalmente vai voltar, volta pra mim?)
Eu não estava. Sentia-me insuficiente por tê-la uma vez, e não sempre.
Ela havia me pedido perdão. Porém não por ter ido, e sim por não se sentir confiante o suficiente para voltar.
Ela devia realmente estar apaixonada por ele. Mas se ela havia resolvido vir até mim, depositava muita fé em nós dois, e era nisso que eu iria acreditar, e me esforçar.
Fim
Nota da autora: Sem final feliz dessa vez hahaha. Nem teve um final pra história dos dois, mas tudo bem.
Já disse que amo o pov do pp. Eu queria criar algo com a pp também, mas não houve necessidade, acho que ficou bem assim.
Vocês conhecem a música? Eu não sou a fã número 1 de The Vamps, mas essa está no topo da minha tracklist. Fofa e romântica na medida, me rendeu uma historinha assim que a vi disponível.
Já disse que amo o pov do pp. Eu queria criar algo com a pp também, mas não houve necessidade, acho que ficou bem assim.
Vocês conhecem a música? Eu não sou a fã número 1 de The Vamps, mas essa está no topo da minha tracklist. Fofa e romântica na medida, me rendeu uma historinha assim que a vi disponível.
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