Prólogo
Caro, Baldwin...
Eu, sua noiva, Fitzgerald, tenho a dizer-lhe – com pesar – que não estou certa de que nosso casamento poderá ir em frente. Sinto por informar-lhe poucas horas antes de nosso casamento. E sinto ainda mais por tê-lo enrolado por três anos e meio.
Espero que um dia seja capaz de me perdoar, .
E, desejo do fundo do meu coração que não sinta ódio de mim, mas que seja capaz de abrir o seu coração de novo para encontrar alguém que verdadeiramente poderá dar o amor que merece.
Quando tive a terrível percepção de meu fracasso, comecei a questionar-me como escritora de romances. Uma mulher que cria enredos e finais felizes, mas que não é capaz de encontrar sua própria felicidade.
Alguém um dia irá ama-lo (lembre-se dessas palavras, mas não com ressentimento). Mas essa “alguém” não sou eu. Não seria capaz de fazê-lo da forma como você espera que eu possa. E, por isso, quero que entenda que eu amo você, mas de um jeito completamente fora do sentido erótico ou romântico, mas que compõe o sentido amigável disso. A fim de que eu possa ama-lo, sem feri-lo.
- Com amor, e um imenso sentimento de culpa, .
Eu, sua noiva, Fitzgerald, tenho a dizer-lhe – com pesar – que não estou certa de que nosso casamento poderá ir em frente. Sinto por informar-lhe poucas horas antes de nosso casamento. E sinto ainda mais por tê-lo enrolado por três anos e meio.
Espero que um dia seja capaz de me perdoar, .
E, desejo do fundo do meu coração que não sinta ódio de mim, mas que seja capaz de abrir o seu coração de novo para encontrar alguém que verdadeiramente poderá dar o amor que merece.
Quando tive a terrível percepção de meu fracasso, comecei a questionar-me como escritora de romances. Uma mulher que cria enredos e finais felizes, mas que não é capaz de encontrar sua própria felicidade.
Alguém um dia irá ama-lo (lembre-se dessas palavras, mas não com ressentimento). Mas essa “alguém” não sou eu. Não seria capaz de fazê-lo da forma como você espera que eu possa. E, por isso, quero que entenda que eu amo você, mas de um jeito completamente fora do sentido erótico ou romântico, mas que compõe o sentido amigável disso. A fim de que eu possa ama-lo, sem feri-lo.
- Com amor, e um imenso sentimento de culpa, .
Capítulo 1
Sete Dias Para o Casamento
“- Falta uma semana para o tão esperado casamento de e (nosso querido casal). Estamos animados para contar todos os detalhes desse dia tão especial. Portanto, estejam ligados em nossa emissora às 5pm. Seremos o único canal a passar em primeira mão essas notícias.”
revirou os olhos, enquanto fazia a última prova do vestido. Queria entender o porquê fora capaz de permitir a presença de tais abutres. E teve vaga lembrança de que ela era uma escritora de best-sellers conceituados e o noivo, o quarterback preferido nessa temporada.
- Apenas sorria e conte o necessário. Aproveite o dia – A madrinha, , depois de bebericar um pouco de champanhe, disse a ela. Além de melhor amiga, era sua empresária e sabia lidar especialmente com jornalistas enxeridos.
- Estava certa de que seria um dia pacífico. Não estou feliz com a presença deles.
- Nenhum de nós está. Mas é o preço que pagamos por seu sucesso.
A consultora da loja, junto da costureira, ajudou a sair do vestido. Ela e a amiga despediram-se, saindo da loja, entrando no carro que as esperava estacionado, prontas para ir à casa de e Eric (o marido de ).
----------------------------------------------------------------
Faltavam cinco dias para o casamento. Os preparativos na casa de verão dos Baldwin estavam a todo vapor. Pessoas corriam de um lado ao outro, ajeitando mesas, cadeiras, aparelhos de iluminação e até de som.
estava começando a sentir-se sufocada naquele lugar. Não apenas pela tensão pré-casamento, mas pela quantidade de pessoas correndo desesperadas de um lado a outro. A forma como corriam desesperados contra o tempo estava começando a dar-lhe nos nervos. E ela mal poderia esperar para que essa cerimônia logo começasse e o quanto antes terminasse.
Ela teve o impulso de sair daquela casa. Fazendo o possível para deixar (ainda) adormecido na cama. Vestindo o mesmo vestido branco soltinho que usara na noite anterior em que jantara com a presença de seus pais e sogros. Colocou os óculos de grau e pegou seu sketchbook, com o intuito de depositar suas crises neuróticas diárias naquele pequeno coiso cheio de folhas.
- Aonde vai? – resmungou enquanto ainda encontrava-se em um estado “meio” dormindo e “meio” acordado.
- Preciso espairecer. Por favor, não venha atrás de mim. Você sabe o que isso significa.
- Estarei aqui quando voltar – Diz, antes de enrolar-se ainda mais nos lençóis, retomando o sono.
----------------------------------------------------------------
cruzou a portinhola que a mantinha alguns metros afastada da praia. Passou sem cumprimentar ninguém. Não estava em seu melhor estado de espírito naquela manhã. E queria entender o que era tudo aquilo.
Dobrou as pernas sob a areia que se aquecia, aproveitando a brisa vinda do mar e o sol que nascera há poucas horas. Observando as ondas se chocarem, teve vaga lembrança de que escrevera seu primeiro livro quando esteve naquela praia, há quase cinco anos, quando ela e eram apenas amigos e nem imaginavam que anos depois estariam noivos.
Portanto, aquela praia tornara-se seu refúgio e ponto de inspiração. Era como um lugar sagrado, como uma sinagoga para judeus.
revirou os olhos, enquanto fazia a última prova do vestido. Queria entender o porquê fora capaz de permitir a presença de tais abutres. E teve vaga lembrança de que ela era uma escritora de best-sellers conceituados e o noivo, o quarterback preferido nessa temporada.
- Apenas sorria e conte o necessário. Aproveite o dia – A madrinha, , depois de bebericar um pouco de champanhe, disse a ela. Além de melhor amiga, era sua empresária e sabia lidar especialmente com jornalistas enxeridos.
- Estava certa de que seria um dia pacífico. Não estou feliz com a presença deles.
- Nenhum de nós está. Mas é o preço que pagamos por seu sucesso.
A consultora da loja, junto da costureira, ajudou a sair do vestido. Ela e a amiga despediram-se, saindo da loja, entrando no carro que as esperava estacionado, prontas para ir à casa de e Eric (o marido de ).
Faltavam cinco dias para o casamento. Os preparativos na casa de verão dos Baldwin estavam a todo vapor. Pessoas corriam de um lado ao outro, ajeitando mesas, cadeiras, aparelhos de iluminação e até de som.
estava começando a sentir-se sufocada naquele lugar. Não apenas pela tensão pré-casamento, mas pela quantidade de pessoas correndo desesperadas de um lado a outro. A forma como corriam desesperados contra o tempo estava começando a dar-lhe nos nervos. E ela mal poderia esperar para que essa cerimônia logo começasse e o quanto antes terminasse.
Ela teve o impulso de sair daquela casa. Fazendo o possível para deixar (ainda) adormecido na cama. Vestindo o mesmo vestido branco soltinho que usara na noite anterior em que jantara com a presença de seus pais e sogros. Colocou os óculos de grau e pegou seu sketchbook, com o intuito de depositar suas crises neuróticas diárias naquele pequeno coiso cheio de folhas.
- Aonde vai? – resmungou enquanto ainda encontrava-se em um estado “meio” dormindo e “meio” acordado.
- Preciso espairecer. Por favor, não venha atrás de mim. Você sabe o que isso significa.
- Estarei aqui quando voltar – Diz, antes de enrolar-se ainda mais nos lençóis, retomando o sono.
cruzou a portinhola que a mantinha alguns metros afastada da praia. Passou sem cumprimentar ninguém. Não estava em seu melhor estado de espírito naquela manhã. E queria entender o que era tudo aquilo.
Dobrou as pernas sob a areia que se aquecia, aproveitando a brisa vinda do mar e o sol que nascera há poucas horas. Observando as ondas se chocarem, teve vaga lembrança de que escrevera seu primeiro livro quando esteve naquela praia, há quase cinco anos, quando ela e eram apenas amigos e nem imaginavam que anos depois estariam noivos.
Portanto, aquela praia tornara-se seu refúgio e ponto de inspiração. Era como um lugar sagrado, como uma sinagoga para judeus.
Capítulo 2
Ela ficou na praia até quase a hora do almoço. Passando protetor solar, escrevendo e refletindo. O silêncio era bom para aqueles momentos. Mas as constatações... Não. Agora voltava para a casa, sentindo o coração ainda mais pesado por finalmente constatar o óbvio: não estava pronta para casar. Mas o óbvio talvez não fosse tão óbvio para . Claro que não seria... Que tipo de mulher namora por quase quatro anos e faltando alguns dias até o casamento, resolve (perceber) que não está pronta para casar?
Para ela, o mais estranho era o seu talento em escrever romances, com finais felizes e casais modernos, sendo que sua própria vida era uma bagunça. costumava dizer, em suas entrevistas, que uma autora escreve aquilo que anseia para sua vida. Se, por exemplo, uma autora (ou autor) descreve um personagem corajoso, forte e destemido, tenha certeza de que aquilo é tudo o que o autor não pode ser. E, claro, essa constatação trouxe uma série de comentários revoltos a respeito do posicionamento dela.
- Madeline, você sabe se já saiu?
- Oh, sim! O menino saiu a alguns minutos, de bicicleta. Mas prometeu voltar rápido.
- Oh, céus! Tudo bem! está por aqui? Preciso da minha fiel dama de honra.
- Está tomando sol na área de lazer da casa. A senhorita sabe exatamente aonde é.
- Obrigada, Maddie.
caminhou em passos largos até a área da piscina, com o coração batendo agitado com a expectativa de solucionar esse problema. sempre fora a cabeça pensante do grupo de quatro amigas e, no fim, a única e verdadeira amiga de .
- Quem vem lá? Nossa querida noivinha do ano! – A amiga satirizou, mas se arrependeu ao perceber as feições no rosto de – O que houve?
- Eu acho que não posso casar.
- Como assim? Acha? Há alguns anos eu diria a você “pode deixar, eu caso com no seu lugar”, mas estou casada há dois anos e esperando meu segundo filho, as coisas complicam.
- Eu percebi que não estou pronta. Parece egoísmo de minha parte, eu sei. Mas não estou pronta. Acho que não amo a mim mesma o suficiente, para amá-lo.
- Não é egoísmo escolher o que é melhor a si mesma. Mas, a essa altura do campeonato, parece uma sacanagem. Conte a ele o que você está sentindo. Eu não posso fugir com você, seria como uma cúmplice de um crime. Portanto, diga a ele.
- Você sabe... Eu não sou boa com palavras faladas, eu escrevo. Foi assim que me tornei uma escritora tão boa. Mas o que mais me aflige é magoa-lo. Nunca foi uma de minhas ideias.
- Por isso deve contar a ele. Evitará muitos problemas.
- E a festa? A organização? O vestido? Gastamos tanto com tudo isso!
- Esta é a semana do aniversário da Vovó Baldwin, apenas reorganize toda a festa. O vestido pode ser leiloado. Para tudo há uma solução, querida.
- Estou sentindo-me tão tola! Destruindo quase quatro anos de minha vida.
- Faça o que precisa ser feito e resolva tudo isso. irá te perdoar.
- Assim eu espero.
Naquele dia não conseguiu uma boa noite de sono, na verdade, nem conseguiu dormir. Tamanho era seu desconforto em estar dormindo ao lado dele, sabendo o que sabia. Guardando um segredo que o magoaria.
Foi uma noite esgotante.
Para ela, o mais estranho era o seu talento em escrever romances, com finais felizes e casais modernos, sendo que sua própria vida era uma bagunça. costumava dizer, em suas entrevistas, que uma autora escreve aquilo que anseia para sua vida. Se, por exemplo, uma autora (ou autor) descreve um personagem corajoso, forte e destemido, tenha certeza de que aquilo é tudo o que o autor não pode ser. E, claro, essa constatação trouxe uma série de comentários revoltos a respeito do posicionamento dela.
- Madeline, você sabe se já saiu?
- Oh, sim! O menino saiu a alguns minutos, de bicicleta. Mas prometeu voltar rápido.
- Oh, céus! Tudo bem! está por aqui? Preciso da minha fiel dama de honra.
- Está tomando sol na área de lazer da casa. A senhorita sabe exatamente aonde é.
- Obrigada, Maddie.
caminhou em passos largos até a área da piscina, com o coração batendo agitado com a expectativa de solucionar esse problema. sempre fora a cabeça pensante do grupo de quatro amigas e, no fim, a única e verdadeira amiga de .
- Quem vem lá? Nossa querida noivinha do ano! – A amiga satirizou, mas se arrependeu ao perceber as feições no rosto de – O que houve?
- Eu acho que não posso casar.
- Como assim? Acha? Há alguns anos eu diria a você “pode deixar, eu caso com no seu lugar”, mas estou casada há dois anos e esperando meu segundo filho, as coisas complicam.
- Eu percebi que não estou pronta. Parece egoísmo de minha parte, eu sei. Mas não estou pronta. Acho que não amo a mim mesma o suficiente, para amá-lo.
- Não é egoísmo escolher o que é melhor a si mesma. Mas, a essa altura do campeonato, parece uma sacanagem. Conte a ele o que você está sentindo. Eu não posso fugir com você, seria como uma cúmplice de um crime. Portanto, diga a ele.
- Você sabe... Eu não sou boa com palavras faladas, eu escrevo. Foi assim que me tornei uma escritora tão boa. Mas o que mais me aflige é magoa-lo. Nunca foi uma de minhas ideias.
- Por isso deve contar a ele. Evitará muitos problemas.
- E a festa? A organização? O vestido? Gastamos tanto com tudo isso!
- Esta é a semana do aniversário da Vovó Baldwin, apenas reorganize toda a festa. O vestido pode ser leiloado. Para tudo há uma solução, querida.
- Estou sentindo-me tão tola! Destruindo quase quatro anos de minha vida.
- Faça o que precisa ser feito e resolva tudo isso. irá te perdoar.
- Assim eu espero.
Naquele dia não conseguiu uma boa noite de sono, na verdade, nem conseguiu dormir. Tamanho era seu desconforto em estar dormindo ao lado dele, sabendo o que sabia. Guardando um segredo que o magoaria.
Foi uma noite esgotante.
Capítulo 3
Faltando dois dias para o casamento, terminou a carta que explicava tudo o que precisava saber a respeito de seus sentimentos e desse casamento que não poderia acontecer.
Ela chorou. Chorou porque sentiu toda a sua vida ser virada as avessas, todo o seu conforto ser trocado por um desconforto sem igual. Ela precisava ser forte, mas sentia que estava mais fraca do que quando fora internada com uma gripe forte, há alguns meses. Era uma fraqueza que afetava seu coração, sua mente e seu apetite. Sim, estava tão nervosa que mal conseguia se alimentar.
deixou o filho mais velho com o pai, para apoiar a noiva, mas, ainda assim, não pode fazer muito. Também estava aflita com o rumo que esses sete dias levaram. E estava ainda mais aflita com a reação de ao entender tudo. Ele era um homem de coração bondoso e humilde (apesar de ser um dos melhores jogadores da temporada e um dos quinze homens mais ricos, publicado pela revista Forbes). sofria ao pensar em seu sofrimento, já que fora o seu primeiro amor de infância. E ela mal pôde acreditar quando viu e sua melhor amiga, , em um relacionamento. Foram anos conturbados para os três. Mas no fim tudo foi resolvido. se apaixonou por um homem disposto a ama-la; e formaram o casal imbatível. E todos foram felizes, até o presente momento.
- A carta está pronta. Eu preciso que alguém deixe na porta dele e saía o mais rápido possível.
- Vou pedir ao Eric que chame para dar uma volta, com o afilhado. Então você coloca a carta em cima de um lugar que ele olhe diretamente e possa ver. Manteremos os garotos ocupados enquanto você começa a fazer suas malas de volta para casa, já que não haverá lua de mel.
E assim fora feito, logo quando saíra com o afilhado e o marido de sua amiga, e entraram no quarto e depositaram a carta. O mais chocante, para , fora encontrar um buquê de flores deixado em cima de escrivaninha junto de um bilhete. Teve de conter-se para não derramar lágrimas e sentir-se ainda pior.
Ela o amava, sim, amava. Mas não era um amor suficiente, a ponto de saciar todas as necessidades e carências do noivo. Às vezes até sentia culpa, por ter atrapalhado uma possível chance entre e , mas se apaixonara por ele. Porém a paixão um dia acaba. E acabou. Acabou de uma forma estranha e pouco provável.
- Eu estou tão nervosa!
- Fique nervosa depois de sairmos daqui. Ande logo! Não podemos deixar as marcas do crime.
- , isso não é um crime – teve de conter o revirar de olhos.
- Depois discutimos se é ou não.
As duas saíram do quarto, tentando não deixar suspeitas de que estiveram ali. Por que ela e estavam em quartos separados? Isso não era culpa de . Na verdade, os pais de retiraram do quarto do filho, para que a noite de núpcias não fosse adiantada (como se nunca houvesse ocorrido. Mas não gostava de matar os sonhos das pessoas), logo aceitou mudar de quarto. E no final isso favoreceu sua consciência, ao ponto de conseguir dormir bem por pelo menos duas noites.
- É claro que está! Quando foi a última vez que comeu algo além de um copo de leite (ou café) e alguns biscoitos feitos por Madeline?
- Há aproximadamente uns três dias.
Ela chorou. Chorou porque sentiu toda a sua vida ser virada as avessas, todo o seu conforto ser trocado por um desconforto sem igual. Ela precisava ser forte, mas sentia que estava mais fraca do que quando fora internada com uma gripe forte, há alguns meses. Era uma fraqueza que afetava seu coração, sua mente e seu apetite. Sim, estava tão nervosa que mal conseguia se alimentar.
deixou o filho mais velho com o pai, para apoiar a noiva, mas, ainda assim, não pode fazer muito. Também estava aflita com o rumo que esses sete dias levaram. E estava ainda mais aflita com a reação de ao entender tudo. Ele era um homem de coração bondoso e humilde (apesar de ser um dos melhores jogadores da temporada e um dos quinze homens mais ricos, publicado pela revista Forbes). sofria ao pensar em seu sofrimento, já que fora o seu primeiro amor de infância. E ela mal pôde acreditar quando viu e sua melhor amiga, , em um relacionamento. Foram anos conturbados para os três. Mas no fim tudo foi resolvido. se apaixonou por um homem disposto a ama-la; e formaram o casal imbatível. E todos foram felizes, até o presente momento.
- A carta está pronta. Eu preciso que alguém deixe na porta dele e saía o mais rápido possível.
- Vou pedir ao Eric que chame para dar uma volta, com o afilhado. Então você coloca a carta em cima de um lugar que ele olhe diretamente e possa ver. Manteremos os garotos ocupados enquanto você começa a fazer suas malas de volta para casa, já que não haverá lua de mel.
E assim fora feito, logo quando saíra com o afilhado e o marido de sua amiga, e entraram no quarto e depositaram a carta. O mais chocante, para , fora encontrar um buquê de flores deixado em cima de escrivaninha junto de um bilhete. Teve de conter-se para não derramar lágrimas e sentir-se ainda pior.
Ela o amava, sim, amava. Mas não era um amor suficiente, a ponto de saciar todas as necessidades e carências do noivo. Às vezes até sentia culpa, por ter atrapalhado uma possível chance entre e , mas se apaixonara por ele. Porém a paixão um dia acaba. E acabou. Acabou de uma forma estranha e pouco provável.
- Eu estou tão nervosa!
- Fique nervosa depois de sairmos daqui. Ande logo! Não podemos deixar as marcas do crime.
- , isso não é um crime – teve de conter o revirar de olhos.
- Depois discutimos se é ou não.
As duas saíram do quarto, tentando não deixar suspeitas de que estiveram ali. Por que ela e estavam em quartos separados? Isso não era culpa de . Na verdade, os pais de retiraram do quarto do filho, para que a noite de núpcias não fosse adiantada (como se nunca houvesse ocorrido. Mas não gostava de matar os sonhos das pessoas), logo aceitou mudar de quarto. E no final isso favoreceu sua consciência, ao ponto de conseguir dormir bem por pelo menos duas noites.
- Há aproximadamente uns três dias.
Capítulo 4
Quando voltou de seu passeio com o sobrinho e o amigo, deparou-se com um pequeno envelope, depositado em sua cama. Estranhou o fato de encontra-lo, mas sentiu a curiosidade bater mais forte e pôs-se a abri-lo.
O susto ao ler as primeiras frases foi suficiente para que deixasse o papel cair de suas mãos. E ele não pode se conter ao abaixar soltando alguns palavrões. Depois se pôs a ler de novo, analisando cada palavra, focalizando cada frase, buscando não deixar nenhuma palavra passar em branco.
- Não... não... não... – deixou mais uma vez o papel cair, após ler e reler, correndo em busca de . Precisava conversar com ela e saber se tudo aquilo era verdade. Como ela podia fazer aquilo? Justamente agora? Faltando um dia para o casamento?
Ele não conseguiu conter a raiva, por isso, saiu em disparada ao quarto de , esperando que a mulher não tivesse deixado a carta e fugido. Mas ao bater a porta por três vezes, constatou que ela ainda estava ali. Respirou fundo, vendo que ela também o fez. Pediu se poderia entrar no quarto. Ela concordou.
– , por que disso agora?
- Eu não sei, . Eu não sei o que aconteceu. De um dia para o outro senti que isso não era certo. Perdoe-me. Eu jamais deveria estar fazendo isso com você.
- Deveria ter dito antes. Como faremos agora?
- cogitou transformarmos o casamento em uma festa de aniversário à sua avó. Mas, de qualquer forma, sou uma pessoa morta dessa madrugada em diante. As pessoas estarão me odiando.
- Acredite, ninguém terá o direito de odiar-te mais do que eu mesmo.
- Sinto muito.
- Sentir não vai fazer as coisas mudarem. Droga! , eu amo você. Pense a respeito disso. Eu posso mudar por você, se for algo que te incomode em mim. Eu posso mudar! Só não faça isso!
- É clichê dizer “o problema sou eu, não você”. Mas é a verdade. Eu não me amo e não me amei ao longo desses anos. Não posso estar amando você, sem me amar. Isso já estava fadado ao fracasso.
- Eu estou me humilhando e você dizendo de amor próprio? Eu deixei todo o meu amor próprio quando me ajoelhei anos atrás e te pedi em namoro. Deixei mais uma vez o amor próprio de lado quando ajoelhei em um lugar lotado de gente e te pedi em casamento. O que custa você deixar um pouco desse negócio de “amor próprio” e casar-se comigo amanhã?
- A questão é essa, . Você fez por impulso. Eu fiz por impulso. Nós precisamos nos amar. O que diríamos aos nossos filhos ou filhas, quando estivessem sendo humilhados ou traídos por namoradas ou namorados? Diríamos: “deixe esse amor próprio de lado e volte para ele ou ela?” ou seríamos contundentes e diríamos algo que ele ou ela realmente precisam ouvir? Nós precisamos exercer o amor próprio antes de exercermos nossas funções de marido e esposa, pais e mães.
- Eu espero conseguir te perdoar, um dia. Eu espero conseguir olhar nos seus olhos e dizer que adquiri o amor próprio. Mas, por enquanto, a minha vontade é agir como um homem das cavernas e te obrigar a casar comigo amanhã.
- E eu espero te ver casado, com alguns filhos e uma esposa deslumbrante. Alguém que seja inteira. E não pela metade, como nós somos. Precisamos ser inteiros, .
- Se, em um futuro próximo, eu adquirir o amor próprio e você também, poderemos nos casar.
- Isso não é um conto de fadas. Vamos seguir nossas vidas. Se o destino nos quiser de volta, então voltaremos. Mas siga com sua vida – Ela abriu a porta do quarto para que ele saísse. Mas, antes que se fosse, teve o impulso de segurar-lhe o rosto e beijar-lhe os lábios. Um beijo doce, mas refém de sentimentos divergentes e com um final infeliz para ambos – Eu te amo, . Mas não sou eu a pessoa certa para você. Mas um dia alguém será. E será uma mulher incrível!
voltou para o quarto, com os olhos lacrimejando e sentindo a humilhação correr por suas veias. Ele, pela primeira vez em anos, sentia-se destruído. Como ela poderia fazer aquilo? Aquela não era a por quem se apaixonara. Definitivamente não.
Vestiu com precisão as roupas do casamento, que usaria amanhã. Já que não casaria mais, para que deixaria aquilo guardado? Colocou a calça social, a blusa branca e deixou de lado apenas o paletó. Pescou sua carteira, as chaves do carro e seu celular.
Pensou em deixar algum bilhete a respeito de seu sumiço, mas não queria que alguém fosse atrás dele. Precisava de um tempo para respirar e colocar a cabeça no lugar. Suas ideias estavam embaralhadas.
As mãos tremiam enquanto dirigia e ele quase, por duas vezes, deixou-se perder o controle do carro. Acendeu um cigarro que achou perdido no porta-luvas e tragou por todo o caminho até o bar mais afastado de sua residência privativa.
- Eu não vou me matar. Não vou. É só um noivado desfeito. Isso é comum. Acontece com todo mundo – Ele dizia enquanto dirigia.
Acabou por manobrar o carro de qualquer forma na vaga. Saiu cambaleante do banco do motorista até a entrada do pub, chamado Hopeless Fountain Kingdom. Sentia-se tão bêbado. Sentia-se desanimado. Sentia-se morto por dentro. Droga! Ele desperdiçou anos de sua vida naquele relacionamento, dando tudo de si, desistindo de todas as outras mulheres que ele achara interessante. Tudo por ela! A mesma que escrevera uma maldita carta achando que aquilo seria o suficiente para confortá-lo.
- Eu preciso da bebida mais forte que tiver nesse bar.
- Vá com calma, quarterback – O barman disse, mas foi buscar sua bebida.
- Não pedi sua opinião, barman.
- Pronto. Aqui está. É Rum, portanto, beba devagar, se não quiser destruir seu fígado e rins.
conteve-se em revirar os olhos. Conhecia o barman, surfavam juntos na adolescência. Conhecia parte das pessoas que trabalhavam e moravam ali. Sabia que o barman, Peter, estava apenas preocupado com o colega. Era completamente aceitável sua preocupação, há meses não entrava em um bar.
- Então? O que está rolando? – Peter voltou com mais uma dose de sua bebida.
- Se eu te contar, terei de te matar.
- Seria uma honra morrer por suas mãos de quarterback, – O amigo brincou.
- Sou um homem solteiro de novo.
- E então? O que há de mal nisso?
- Eu não queria estar solteiro. Eu queria estar dormindo, agora, me preparando para amanhã casar. terminou nosso noivado.
- ? Eu não acredito!
- Ela veio com uma história de amor próprio. Que ela precisava disso. Que não poderia casar comigo sem completar-se antes. Estou com tanta raiva. Ela é completa. Tem todos os membros do corpo. É uma escritora incrível. Por que ela precisa de amor próprio? Eu a amo. Isso deveria ser suficiente.
Agora quem revirou os olhos foi Peter e soltou uma frase comum para os homens: “mulheres...”., teve de concordar. Pediu mais uma dose, sendo surpreendido por uma garrafa de água.
- Chega de bebidas. Você está dirigindo.
- Certo. Obrigada, Peter.
- Com licença – Uma morena pediu – Eu ouvi parte de sua conversa e antes de ficar emburrado comigo, peço desculpas.
- Isso continua sendo falta de educação em pelo menos metade dos países.
- Mas, eu, se posso te dizer... Não fique mal por isso. Eu sei que é duro e que parece insensível de minha parte. Mas não fique. No futuro você perceberá que se tivesse amado a si mesmo, mas do que a amou, estaria em casa, consolado e não aqui, sofrendo. Ela te amou ou te ama, quarterback. Mas amar não é o suficiente. Amar mais uma pessoa do que a si mesmo é não amar verdadeiramente – Os olhos de foram inundados de lágrimas – Mas não quero falar como sua noiva falou. Quero apenas te dizer que há apenas uma pessoa que estará aqui por você, sempre.
- Quem?
- Você mesmo. A culpa disso tudo não é sua. Não há um culpado. Mas é necessário que coloque suas esperanças e suas forças em si mesmo. Eu entendo disso tudo, já passei por coisas parecidas. E o momento em que você encontra sua solução em si mesmo... – Ela riu - Não há comparações para isso. É a melhor sensação que um ser humano pode ter e, provavelmente, sua noiva está experimentando disso – Ela se levantou – Aceite seu destino. Ele será melhor do que você espera.
- Antes de ir... Qual é o seu nome? – perguntou com expectativa.
- Pode me chamar de Amor Próprio.
O susto ao ler as primeiras frases foi suficiente para que deixasse o papel cair de suas mãos. E ele não pode se conter ao abaixar soltando alguns palavrões. Depois se pôs a ler de novo, analisando cada palavra, focalizando cada frase, buscando não deixar nenhuma palavra passar em branco.
- Não... não... não... – deixou mais uma vez o papel cair, após ler e reler, correndo em busca de . Precisava conversar com ela e saber se tudo aquilo era verdade. Como ela podia fazer aquilo? Justamente agora? Faltando um dia para o casamento?
Ele não conseguiu conter a raiva, por isso, saiu em disparada ao quarto de , esperando que a mulher não tivesse deixado a carta e fugido. Mas ao bater a porta por três vezes, constatou que ela ainda estava ali. Respirou fundo, vendo que ela também o fez. Pediu se poderia entrar no quarto. Ela concordou.
– , por que disso agora?
- Eu não sei, . Eu não sei o que aconteceu. De um dia para o outro senti que isso não era certo. Perdoe-me. Eu jamais deveria estar fazendo isso com você.
- Deveria ter dito antes. Como faremos agora?
- cogitou transformarmos o casamento em uma festa de aniversário à sua avó. Mas, de qualquer forma, sou uma pessoa morta dessa madrugada em diante. As pessoas estarão me odiando.
- Acredite, ninguém terá o direito de odiar-te mais do que eu mesmo.
- Sinto muito.
- Sentir não vai fazer as coisas mudarem. Droga! , eu amo você. Pense a respeito disso. Eu posso mudar por você, se for algo que te incomode em mim. Eu posso mudar! Só não faça isso!
- É clichê dizer “o problema sou eu, não você”. Mas é a verdade. Eu não me amo e não me amei ao longo desses anos. Não posso estar amando você, sem me amar. Isso já estava fadado ao fracasso.
- Eu estou me humilhando e você dizendo de amor próprio? Eu deixei todo o meu amor próprio quando me ajoelhei anos atrás e te pedi em namoro. Deixei mais uma vez o amor próprio de lado quando ajoelhei em um lugar lotado de gente e te pedi em casamento. O que custa você deixar um pouco desse negócio de “amor próprio” e casar-se comigo amanhã?
- A questão é essa, . Você fez por impulso. Eu fiz por impulso. Nós precisamos nos amar. O que diríamos aos nossos filhos ou filhas, quando estivessem sendo humilhados ou traídos por namoradas ou namorados? Diríamos: “deixe esse amor próprio de lado e volte para ele ou ela?” ou seríamos contundentes e diríamos algo que ele ou ela realmente precisam ouvir? Nós precisamos exercer o amor próprio antes de exercermos nossas funções de marido e esposa, pais e mães.
- Eu espero conseguir te perdoar, um dia. Eu espero conseguir olhar nos seus olhos e dizer que adquiri o amor próprio. Mas, por enquanto, a minha vontade é agir como um homem das cavernas e te obrigar a casar comigo amanhã.
- E eu espero te ver casado, com alguns filhos e uma esposa deslumbrante. Alguém que seja inteira. E não pela metade, como nós somos. Precisamos ser inteiros, .
- Se, em um futuro próximo, eu adquirir o amor próprio e você também, poderemos nos casar.
- Isso não é um conto de fadas. Vamos seguir nossas vidas. Se o destino nos quiser de volta, então voltaremos. Mas siga com sua vida – Ela abriu a porta do quarto para que ele saísse. Mas, antes que se fosse, teve o impulso de segurar-lhe o rosto e beijar-lhe os lábios. Um beijo doce, mas refém de sentimentos divergentes e com um final infeliz para ambos – Eu te amo, . Mas não sou eu a pessoa certa para você. Mas um dia alguém será. E será uma mulher incrível!
voltou para o quarto, com os olhos lacrimejando e sentindo a humilhação correr por suas veias. Ele, pela primeira vez em anos, sentia-se destruído. Como ela poderia fazer aquilo? Aquela não era a por quem se apaixonara. Definitivamente não.
Vestiu com precisão as roupas do casamento, que usaria amanhã. Já que não casaria mais, para que deixaria aquilo guardado? Colocou a calça social, a blusa branca e deixou de lado apenas o paletó. Pescou sua carteira, as chaves do carro e seu celular.
Pensou em deixar algum bilhete a respeito de seu sumiço, mas não queria que alguém fosse atrás dele. Precisava de um tempo para respirar e colocar a cabeça no lugar. Suas ideias estavam embaralhadas.
As mãos tremiam enquanto dirigia e ele quase, por duas vezes, deixou-se perder o controle do carro. Acendeu um cigarro que achou perdido no porta-luvas e tragou por todo o caminho até o bar mais afastado de sua residência privativa.
- Eu não vou me matar. Não vou. É só um noivado desfeito. Isso é comum. Acontece com todo mundo – Ele dizia enquanto dirigia.
Acabou por manobrar o carro de qualquer forma na vaga. Saiu cambaleante do banco do motorista até a entrada do pub, chamado Hopeless Fountain Kingdom. Sentia-se tão bêbado. Sentia-se desanimado. Sentia-se morto por dentro. Droga! Ele desperdiçou anos de sua vida naquele relacionamento, dando tudo de si, desistindo de todas as outras mulheres que ele achara interessante. Tudo por ela! A mesma que escrevera uma maldita carta achando que aquilo seria o suficiente para confortá-lo.
- Eu preciso da bebida mais forte que tiver nesse bar.
- Vá com calma, quarterback – O barman disse, mas foi buscar sua bebida.
- Não pedi sua opinião, barman.
- Pronto. Aqui está. É Rum, portanto, beba devagar, se não quiser destruir seu fígado e rins.
conteve-se em revirar os olhos. Conhecia o barman, surfavam juntos na adolescência. Conhecia parte das pessoas que trabalhavam e moravam ali. Sabia que o barman, Peter, estava apenas preocupado com o colega. Era completamente aceitável sua preocupação, há meses não entrava em um bar.
- Então? O que está rolando? – Peter voltou com mais uma dose de sua bebida.
- Se eu te contar, terei de te matar.
- Seria uma honra morrer por suas mãos de quarterback, – O amigo brincou.
- Sou um homem solteiro de novo.
- E então? O que há de mal nisso?
- Eu não queria estar solteiro. Eu queria estar dormindo, agora, me preparando para amanhã casar. terminou nosso noivado.
- ? Eu não acredito!
- Ela veio com uma história de amor próprio. Que ela precisava disso. Que não poderia casar comigo sem completar-se antes. Estou com tanta raiva. Ela é completa. Tem todos os membros do corpo. É uma escritora incrível. Por que ela precisa de amor próprio? Eu a amo. Isso deveria ser suficiente.
Agora quem revirou os olhos foi Peter e soltou uma frase comum para os homens: “mulheres...”., teve de concordar. Pediu mais uma dose, sendo surpreendido por uma garrafa de água.
- Chega de bebidas. Você está dirigindo.
- Certo. Obrigada, Peter.
- Com licença – Uma morena pediu – Eu ouvi parte de sua conversa e antes de ficar emburrado comigo, peço desculpas.
- Isso continua sendo falta de educação em pelo menos metade dos países.
- Mas, eu, se posso te dizer... Não fique mal por isso. Eu sei que é duro e que parece insensível de minha parte. Mas não fique. No futuro você perceberá que se tivesse amado a si mesmo, mas do que a amou, estaria em casa, consolado e não aqui, sofrendo. Ela te amou ou te ama, quarterback. Mas amar não é o suficiente. Amar mais uma pessoa do que a si mesmo é não amar verdadeiramente – Os olhos de foram inundados de lágrimas – Mas não quero falar como sua noiva falou. Quero apenas te dizer que há apenas uma pessoa que estará aqui por você, sempre.
- Quem?
- Você mesmo. A culpa disso tudo não é sua. Não há um culpado. Mas é necessário que coloque suas esperanças e suas forças em si mesmo. Eu entendo disso tudo, já passei por coisas parecidas. E o momento em que você encontra sua solução em si mesmo... – Ela riu - Não há comparações para isso. É a melhor sensação que um ser humano pode ter e, provavelmente, sua noiva está experimentando disso – Ela se levantou – Aceite seu destino. Ele será melhor do que você espera.
- Antes de ir... Qual é o seu nome? – perguntou com expectativa.
- Pode me chamar de Amor Próprio.
Epílogo
terminava de empacotar suas coisas na casa em que moraria com . Não havia mais dúvidas de que aquela fora um decisão sábia. O ex-noivo, no outro cômodo agora também consolado, empacotava seus livros e seus troféus. Ela voltaria para o apartamento que comprara anos atrás e ele daria algum tempo na carreira para focar em si mesmo. Sim, resolveu atender as sugestões da ex-noiva e da mulher misteriosa do Pub.
Ele ainda sentia raiva e ainda sentia um pouco da humilhação que ocorreu quando precisou contar a família dele e dela que não haveria mais um casamento. A família continuou sem entender o motivo, mas aceitou a proposta de transformar o casamento em uma festa de aniversário para a Vovó Anne. A imprensa também comentou bastante, jogaram alguns boatos nas redes sociais e destilaram seu ódio aos ex-noivos. Mas os empresários tanto de quanto de conseguiram acalmar os sanguessugas.
- , terminou? Precisamos sair o quanto antes.
- Eu sei. Vou precisar de ajuda com as caixas, são muitas e eu não tenho forças para carregar isso tudo.
- Eu vou levando isso lá para baixo. Enquanto você termina de guardas os meus troféus que estão lá em cima, pode ser?
concordou com a proposta, sorrindo para ele, antes de subir as escadas apressadamente. Ela estava feliz com a evolução do recém-desfeito relacionamento deles e de como estavam conseguindo lidar com aquilo. era um bom homem, ela tinha consciência disso, sabia que ele não guardaria mágoa por tanto tempo, mesmo que ainda estivesse sentido com a situação.
Ela colocou os poucos cada troféu dentro das caixas, tomando cuidado para não chocá-los ou danificá-los. Quando pescou o troféu da temporada passada, o último das prateleiras, uma folha de papel caiu. Na folha estava a primeira carta que ela enviou a , quando ele mudou-se para Alemanha.
- ! Ah, oi! – parou no batente da porta e sorriu.
- Você guardou isso – Ela mostrou embasbacada.
- A primeira carta, desde que começamos a namorar. Tem muito mais valor do que qualquer presente comprado. Tenho algumas outras em alguma caixa, que já desci. Mas, se quiser, pode ficar com todas, caso queira escrever algum livro ou sei lá.
- São suas. Apenas... Guarde se for de sua vontade.
- Eu ainda amo você, . Posso me ajoelhar mais uma vez e te pedir de volta em casamento.
- Não é o que desejo. Vamos seguir conforme o planejado. Daqui a alguns anos nos reencontraremos e você estará casado ou será pai e eu estarei publicando outro livro e talvez esteja casada. Mas o importante é que saibamos valorizar-nos.
- Tudo bem... Você está certa. Vamos? O novo casal está chegando para conhecer a casa.
- Vamos – concordou.
Ela desceu as escadas devagar, dessa vez, aproveitando para perceber cada detalhe. Agora isso não lhe pertence e nem a ele. Era hora de seguir em frente. Navegar em busca de conhecer-se a fundo. Era hora de seguir para caminhos que nunca estiveram. E, num futuro próximo, se as coisas dessem certo, talvez consertassem as coisas. Mas, por agora, eles precisavam sair daquela casa.
olhou para ela, enquanto abria a porta de seu próprio carro, com suas caixas lotando todo o espaço. Teve o impulso de correr e despedir-se dela como merecia, mas conteve-se, pelo bem de ambos. Apenas acenou e entrou rapidamente no carro. Deu uma última olhada na casa e uma última olhada em , sentindo que não veria a ex-noiva por algum tempo. Ligando o carro e mudando de marcha, foi-se para desbravar sua nova vida.
sorriu ao ver a coragem de em seguir, sem medo. Ela também olhou a casa por uma última vez, agora ao lado de fora. Destravou a porta de seu carro, colocando as últimas caixas, menores e mais leves, no banco do carona. Entrou em seu carro, ligando e dando a passagem de marcha para finalmente andar em direção oposta a do ex-noivo. Indo, também, em direção ao novo. A conhecer-se novamente após anos de relacionamento. Mas ao contrário de , em seu interior teve certeza de que ouviria muito sobre o quarterback. Ligou o rádio, antes de virar a primeira curva, para sair do condomínio. A música que tocava dizia muito sobre si mesma e seu recém-desfeito relacionamento e ela sorriu com isso.
I'm sorry to my unknown lover
Sorry that I can't believe
That anybody ever really
Starts to fall in love with me
Sorry to my unknown lover
Sorry I could be so blind
Didn't mean to leave you
And all of the things that we had behind
E ela sorriu sentindo a letra da música confirmar cada vez mais seu posicionamento a respeito de . Abriu a janela, sentindo o vento bater mais forte em seu rosto e bagunçar seus cabelos. Ela estava feliz e nem o vento transformando seu cabelo em um emaranhado seria capaz de tirar isso dela.
And someone will love you
Someone will love you
Someone will love you
But someone isn't me
Someone will love you
Someone will love you
Someone will love you
But someone isn't me
Ele ainda sentia raiva e ainda sentia um pouco da humilhação que ocorreu quando precisou contar a família dele e dela que não haveria mais um casamento. A família continuou sem entender o motivo, mas aceitou a proposta de transformar o casamento em uma festa de aniversário para a Vovó Anne. A imprensa também comentou bastante, jogaram alguns boatos nas redes sociais e destilaram seu ódio aos ex-noivos. Mas os empresários tanto de quanto de conseguiram acalmar os sanguessugas.
- , terminou? Precisamos sair o quanto antes.
- Eu sei. Vou precisar de ajuda com as caixas, são muitas e eu não tenho forças para carregar isso tudo.
- Eu vou levando isso lá para baixo. Enquanto você termina de guardas os meus troféus que estão lá em cima, pode ser?
concordou com a proposta, sorrindo para ele, antes de subir as escadas apressadamente. Ela estava feliz com a evolução do recém-desfeito relacionamento deles e de como estavam conseguindo lidar com aquilo. era um bom homem, ela tinha consciência disso, sabia que ele não guardaria mágoa por tanto tempo, mesmo que ainda estivesse sentido com a situação.
Ela colocou os poucos cada troféu dentro das caixas, tomando cuidado para não chocá-los ou danificá-los. Quando pescou o troféu da temporada passada, o último das prateleiras, uma folha de papel caiu. Na folha estava a primeira carta que ela enviou a , quando ele mudou-se para Alemanha.
- ! Ah, oi! – parou no batente da porta e sorriu.
- Você guardou isso – Ela mostrou embasbacada.
- A primeira carta, desde que começamos a namorar. Tem muito mais valor do que qualquer presente comprado. Tenho algumas outras em alguma caixa, que já desci. Mas, se quiser, pode ficar com todas, caso queira escrever algum livro ou sei lá.
- São suas. Apenas... Guarde se for de sua vontade.
- Eu ainda amo você, . Posso me ajoelhar mais uma vez e te pedir de volta em casamento.
- Não é o que desejo. Vamos seguir conforme o planejado. Daqui a alguns anos nos reencontraremos e você estará casado ou será pai e eu estarei publicando outro livro e talvez esteja casada. Mas o importante é que saibamos valorizar-nos.
- Tudo bem... Você está certa. Vamos? O novo casal está chegando para conhecer a casa.
- Vamos – concordou.
Ela desceu as escadas devagar, dessa vez, aproveitando para perceber cada detalhe. Agora isso não lhe pertence e nem a ele. Era hora de seguir em frente. Navegar em busca de conhecer-se a fundo. Era hora de seguir para caminhos que nunca estiveram. E, num futuro próximo, se as coisas dessem certo, talvez consertassem as coisas. Mas, por agora, eles precisavam sair daquela casa.
olhou para ela, enquanto abria a porta de seu próprio carro, com suas caixas lotando todo o espaço. Teve o impulso de correr e despedir-se dela como merecia, mas conteve-se, pelo bem de ambos. Apenas acenou e entrou rapidamente no carro. Deu uma última olhada na casa e uma última olhada em , sentindo que não veria a ex-noiva por algum tempo. Ligando o carro e mudando de marcha, foi-se para desbravar sua nova vida.
sorriu ao ver a coragem de em seguir, sem medo. Ela também olhou a casa por uma última vez, agora ao lado de fora. Destravou a porta de seu carro, colocando as últimas caixas, menores e mais leves, no banco do carona. Entrou em seu carro, ligando e dando a passagem de marcha para finalmente andar em direção oposta a do ex-noivo. Indo, também, em direção ao novo. A conhecer-se novamente após anos de relacionamento. Mas ao contrário de , em seu interior teve certeza de que ouviria muito sobre o quarterback. Ligou o rádio, antes de virar a primeira curva, para sair do condomínio. A música que tocava dizia muito sobre si mesma e seu recém-desfeito relacionamento e ela sorriu com isso.
Sorry that I can't believe
That anybody ever really
Starts to fall in love with me
Sorry to my unknown lover
Sorry I could be so blind
Didn't mean to leave you
And all of the things that we had behind
E ela sorriu sentindo a letra da música confirmar cada vez mais seu posicionamento a respeito de . Abriu a janela, sentindo o vento bater mais forte em seu rosto e bagunçar seus cabelos. Ela estava feliz e nem o vento transformando seu cabelo em um emaranhado seria capaz de tirar isso dela.
Someone will love you
Someone will love you
But someone isn't me
Someone will love you
Someone will love you
Someone will love you
But someone isn't me