Capítulo Único
Quando se casou com eles eram felizes. Pelo menos ele julgava que ela também era. Afinal, ela disse um sim animado ao cerimonialista e curtiu a festa como ninguém. Era lindo ver a forma com que ela sorria naquele dia, tanto que a foto que ele carregava em sua carteira desde que as fotos do casamento chegaram, era dela com um lindo sorriso plantado nos lábios.
Ela era a mulher da vida dele, ele não tinha dúvida. Se conheceram ainda no colégio e estavam juntos desde então, tinham aprendido muito um com o outro e cresceram juntos. Se formaram no ensino médio, ela optou por não fazer faculdade e seguir seu sonho no mundo da moda. Tinha perfil e jeito para as coisas. Ele por outro lado entrou para faculdade de gestão financeira, não que fosse seu sonho, seu sonho mesmo era viver de música, ele cantava muito bem e assim como para moda ele tinha jeito para a coisa de cantar, mas pensava excessivamente no futuro e queria dar uma vida confortável para ela e seus filhos, claro que quando começou a faculdade eles não eram casados e sequer tinham filhos, mas vinham planejamento aquilo há muito tempo e se quisesse viver o sonho de viver o resto de sua vida ao lado daquela mulher precisava fazer uma faculdade que o trouxesse frutos.
A vida era boa, e quando ele estava no último ano da faculdade eles resolveram se casar assim que ele se formasse. Então tiveram um ano inteiro para os preparativos. E eles foram de acordo com os gostos da mulher, todo mundo no mundo sabia que o casamento era um evento do casal, mas que era um momento especial para a mulher. E não mediu esforços para que o evento fosse O evento!
sempre lembrava daquela época com carinho e um sentimento que, hoje estava mais para nostalgia do que para alegria, mas por alguns anos depois do evento, era a alegria que dominava aqueles sentimentos.
Depois do casamento, as coisas mudaram um pouco, sentia que conhecia uma pessoa nova todos os dias. Não foi um sentimento ruim, ele sabia que a convivência mais efetiva sempre daria mais noção de como o outro era de verdade, e estava tudo bem, até que ela começou a ficar irritada e grosseira com ele por não conseguir a campanha que queria ou o evento super badalado enquanto ele estava confortável com um salário legal, na área em que estudou, não era totalmente feliz, porque aquilo o estressqava um pouco, mas foi o que escolheu, então tiraria o melhor daquilo. Nunca descontou nela ou a desmotivou por achar que ela gastava mais com roupas caras e exuberantes do que efetivamente ganhava com os eventos que vinha fazendo, ele entendia que era um investimento a longo prazo, uma hora ou outra a grande oportunidade dela chegaria e eles recuperaram aquilo e muito mais. Com o tempo, a família, principalmente a dela, cobrava um filho deles. Eles conversaram muito enquanto ainda namoravam, sobre seus futuros juntos e sobre os filhos que teriam, e não estavam casados há muito tempo, tinha só três anos, mas ela ouvia muito sua família naquela época, então resolveu que era o momento perfeito de terem um bebê, não se opôs, afinal, ele queria um filho há muito tempo e sentia que estavam com uma estabilidade boa para uma criança naquele momento. Mas sempre deixou que ela decidisse aquela situação, afinal, seria algo acontecendo em seu corpo, mexendo com seus hormônios e a deixando sentimental e todo aquele processo que acontece na gestação de uma criança, fora todas as outras coisas que vinham com a maternidade, ele estaria ao lado dela sempre e para absolutamente tudo, mas tinha plena consciência que a carga maior sempre era a da mulher. Tiveram o primeiro filho, Jiwon chegou para devolver um pouco da cor que o casamento tinha apagado da vida de , não se lembrava, depois que se mudou para aquela casa enorme com , qual a última vez que tinha sentido tamanha felicidade se espalhar por todo seu ser. Aquele ser humano era tão pequeno e precioso, frágil e forte ao mesmo tempo, que ele não conseguia não sentir amor por aquela pessoa que tinha acabado de conhecer. O casamento parecia que tinha voltado aos trilhos, Ela cuidava do filho e parecia gostar de fazer aquilo, não tinha desistido da vida de modelo e continuava nos eventos. O estopim para o fim de tudo, foi quando ela finalmente tinha recebido a tão sonhada proposta de contrato com uma agência na cidade, só que no mesmo mês, enquanto relia os contratos e acertavam os termos para que ficasse bom para os dois lados, descobriu que estava grávida, outra vez. Não tinham planejado e aquilo era um pouco óbvio, mas sabiam os riscos que corriam. Ela não tomava anticoncepcional porque dizia que a deixava inchada e gorda, fora os malefícios à saúde que todos sabiam que existia, eles se preveniram com preservativos, mas às vezes, no calor do momento e no curto espaço de tempo que tinham para aquela intimidade, esqueciam de usar, e os dois conscientiam aquele ato, daquela forma. Os dois eram "culpados" por aquela segunda gravidez. Mas agia como se a culpa fosse exclusivamente de , como se ele tivesse planejado "estragar" a vida dela naquele momento, por puro prazer, quando o que ele mais queria, era que ela se sentisse feliz. Então depois que recuperou seu corpo, foi atrás de seus sonhos e os deixou. Simplesmente foi embora. Agora era responsável por duas crianças lindas, e almejava uma promoção para poder passar mais tempo com as crianças, enquanto não conseguia se se sentia péssimo por ser um pai ausente, mas que graças a Deus, tinha encontrado ótimas babás.
A tarde estava linda, fazia tempo que não via um entardecer, ainda mais um como aquele que coloria o céu tão espetacular daquela maneira enquanto seus filhos brincavam no balanço daquele parquinho. Era a terceira ou quarta vez nos quase um ano que era babá daquelas crianças, que ele tinha tirado um tempo para ir em um lugar como aqueles com os filhos. Sua promoção estava demorando mais do que o imaginado.
— O senhor não tira nenhum tempo para si? — perguntou para ele tirando de seus devaneios, e usando aquele tom formal que usava quando queria provocar o homem, eles já conviviam tempo suficiente para serem informais, tinham uma amizade forte, como a que ele tinha pela última babá, e com ela ia um pouco além, ele se sentia feliz e renovado quando passava os poucos minutos do seu dia que conseguia, conversando com a mulher.
— Como se eu tivesse algum momento para isso, , foi difícil tirar essa folga para passear com as crianças, imagina um tempo para mim, sozinho ainda por cima. — Ela mais que ninguém sabia daquilo.
— Eu acho isso muito triste. — Foi sincera, arrumando as coisas sobre a toalha que tinham estendido no chão, para chamar as crianças para um lanchinho.
— Alguém precisa pagar as contas, então…
— Alguém precisa parar de ser trouxa e buscar ajuda jurídica para que a mãe deles te ajude, nem que seja financeiramente, nós tivemos essa conversa quando nós conhecemos oficialmente, e quantas vezes mais? — Jogou na cara dele, como fazia sempre que tinha a oportunidade.
— Alá, a estudante de direito atacando novamente. — Embora ele soubesse que ela estava certa, não queria perder o tempo e a energia que não tinha com aquilo.
— Alguém também precisa sair e beijar umas bocas, anda muito ranzinza. — Ela bagunçou o cabelo dele e se levantou para chamar as crianças.
Meses depois daquela conversa tinha alcançado o cargo desejado e estava com um pouco mais de tempo disponível, mas ficou pensando em tudo e todas as vezes que dizia que a mãe das crianças deveria assumir suas responsabilidades também e decidiu entrar em contato juridicamente com , tinha mandado algumas mensagens novamente para a mulher e ela tinha simplesmente ignorado, então resolveu mesmo contratar um advogado para aquilo e entrar com um processo de pensão alimentícia. Tinham sido anos injustos que ele poderia ter curtido melhor seus filhos e conseguido retribuir todo o amor e carinho que aquelas crianças tinham por ele. Aquela altura do campeonato, conseguia ter seus domingos e feriados de folga, e ele ficava feliz da mulher conseguir estudar efetivamente para as suas provas e elaborar seus seminários.
— Terminou de juntar todos os brinquedos, ? Eles já dormiram. — perguntou entrando na sala e vendo o homem colocar os últimos carrinhos dentro do cesto.
— O que seria da minha vida sem você, ? Me desculpe mais uma vez te chamar assim, no seu dia de folga. A voz dele estava cansada, ela sabia que ele exitou muito em ligar para ela, mesmo ela dizendo mil e uma vezes que ele podia ligar e contar com ela a qualquer momento. Ele tinha consciência que tinha privado a mulher de muitas coisas com aquelas horas extensas de trabalho.
— Você me salvou de um péssimo encontro, isso sim! — Ela riu e pegou o cesto cheio de brinquedos e colocou no armário. — E eu jamais deixaria minhas crianças na mão, eu amo esses pinguinhos de gente. — A forma que ela falava dos filhos dele, sempre com muito amor, afeto e carinho, sempre aqueciam o peito de . — Sempre que a febre deles não baixar, você pode fazer como eu fiz, tira toda a roupa deles, pega eles no colo e dá um banho frio, mas nunca, jamais e em hipótese alguma, deixe de ligar para o médico. — Ela falava aquilo de forma tão natural, que eles não sabia como conseguia viver sem aquela mulher na sua vida.
— Acho que eu te amo! — Ele disse do nada com uma voz incrivelmente molenga.
— , você está queimando em febre. — colocou a mão na testa dele e conferiu que talvez estivesse delirando, estava muito quente e ela correu para pegar o termômetro no quarto das crianças para ter certeza. — Aqui, levanta o braço, coloca isso. — Enfiou o termômetro por dentro da blusa dele e abaixou o prazo para o objetivo ficar preso na axila.
— Eu tô falando sério, …
— Assim que ele criou coragem para falar mais uma vez, tinham se passado alguns minutos deles em silêncio, o termômetro digital começou a apitar em sinal de término do procedimento.
— Quase 40 graus. Vem , vamos para o banheiro, tira essa camiseta. — ajudou ele a se levantar, e retirar a jaqueta e a camiseta que usava.
Foi com ele até o banheiro do andar de baixo e o colocou em pé na banheira estava com medo de deixar ele ali sozinho, a febre estava muito alta, segurou o corpo dele ao seu, pouco importando se aquilo parecia impróprio para uma funcionária com um patrão, e ligou o chuveiro gelado, molhando mais umas peças de roupa. Não se importava se teria de se vestir novamente com roupas secas, precisava ajudar o mais velho. Depois de longos minutos baixando a febre dele, o enrolou em uma toalha felpuda e o colocou na cama depois que ele já estava com roupas secas, dando um remédio, ainda não sabia o que eles tinham e pouco se importava se era contagioso ou não, estavam sofrendo um pouco com a mudança de rotina, podia ser a onda de resfriado que pairava pela cidade, o estresse da nova rotina, ou talvez - mesmo que eles não soubessem - podia ser uma premonição de que algo ruim estava prestes a acontecer. Naquele tempo todo que trabalhava para aquela família, nunca tinha visto os três tão doentes daquela maneira. Depois de estar seca novamente, e já vestida com seu pijama, pois não conseguiria dormir em casa com eles naquelas condições, foi até o quarto das crianças que dormiam profundamente e antes de entrar para seu próprio quarto, foi até o de , ver se o remédio estava fazendo efeito. O homem estava de olhos fechados e ela agradeceu mentalmente que ele estivesse mais relaxado a ponto de conseguir pegar no sono. De maneira delicada, pegou o termômetro e colocou embaixo do braço dele, para conferir a nova temperatura, queria se assegurar de que a febre tinha de fato melhorado, para que pudesse se deitar também.
— 37.8°C, está bem melhor! — Disse baixinho, como se pensasse em voz alta.
— , dorme aqui comigo hoje? — A voz dele ainda estava fraca, mas seu rosto estava muito menos pálido do que quando ela chegou lá, talvez ele já tivesse passando mal, mas como a prioridade eram as crianças, não quis preocupar a mulher e talvez nem ele tenha notado, estava preocupado demais com os filhos.
— Eu vou dormir aqui sim, só vim medir a sua febre e já vou pra minha cama. — Ela respondeu com um grande sorriso nos lábios, animada por ele estar com uma aparência melhor.
— Não aqui em casa , aqui comigo, na minha cama. Não é uma proposta indecente, porque eu nem estou em condições de — Deu uma risadinha. — Eu tenho medo de ficar doente sozinho. — Os olhos dele encheram de lágrimas, e o coração dela apertou.
Talvez aquela tivesse sido a primeira vez em anos que se permitiu ficar vulnerável daquela maneira, não podia vacilar com os filhos, sabe, mesmo doente, seguia em frente e negligenciando a própria saúde, inclusive a mental, era complicado aquele esquema uniparental, ela conhecia bem como funcionava aquilo. E ele pareceu, mesmo sendo um homem adulto, pai de dois filhos, alguém tão frágil e indefeso, que ela só queria cuidar dele.
— Tudo bem, , eu vou ficar aqui até você pegar no sono, pode ser? — Ela deu a volta na cama e se sentou atrás do corpo do homem, se arrumando para deitar. A cama era imensa e muito confortável, dava para os dois e até as crianças dormirem confortavelmente ali.
— Promete? — Ele se animou mais no cobertor que cobria seu corpo e se ajeitou atrás dele, aproximando um pouco mais seu tórax das costas do homem, enfiando os dedos no cabelo dele e fazendo carinhos nas mechas.
— Aham, agora não se preocupe, apenas feche seus olhos e durma bem, nos encontraremos em um de seus sonhos profundos e eu ainda estarei com você. — Ela disse como se tivesse cantando aquelas palavras, talvez fosse o hábito com as crianças, não importava, só a presença da mulher ali, já o deixava mais calmo e confortável para pegar no sono e descansar o corpo de forma efetiva.
ouviu o som da campainha, tateou a cama e estava sozinho, talvez tivesse sonhado com a noite passada, ou talvez ela tenha ido mesmo embora depois que ele acordou, não sabia dizer. Ao longe ouviu a voz dos filhos e a campainha tocar pela segunda vez. Se levantou da cama e se encaminhou para o andar de baixo.
— Bom dia ! — Ele disse enquanto descia as escadas. — Conseguiu dormir confortavelmente na minha cama? — Continuou falando enquanto via segurando Soyeon no colo e indo atender a porta. — Ou foi para a sua… — Ao chegar no último degrau, achando que era alguma entrega, não conseguiu concluir o raciocínio, quando deu de cara com a visita inesperada, parada com uma pequena mala no batente de sua porta, olhando para a sua babá de uma a baixo, muito mal educada.
— A mamãe voltou!
A voz de entrou pelos ouvidos de e doeu lá no fundo da alma dele. Não sabia o que a ex mulher queria ali, mas depois de tantos anos longe, coisa boa que não era.
FIM DA SEGUNDA PARTE!
Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? AAAAAAAAAA A MEGERA VOLTOU E EU SÓ TENHO UMA COISA PRA DIZER PRA VOCÊS: O QUE ESSA PERTURBADA QUER PERTO DAA MINHAS CRIANÇAS??????? pois é, acho que a gente vai ter que ter uma parte 3 pra isso hahahahahhaa espero que tenham gostado de ler, como eu gostei de escrever.
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.
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