1º Capítulo
Quando a reunião acabou, eu adentrei meu carro sozinha e me despedi de Bobby que claro, me acompanhou na reunião, me auxiliando como sempre fizera! E peguei o celular, agora eram quase 10 chamadas, revirei meus olhos e quando o aparelho vibrou pela décima vez, eu atendi.
- Que diabos você quer, embuste? – ouvi a risada amarga dele do outro lado da linha – Me deixa em paz!
- Eu aprecio muito todo esse seu carinho comigo! Fico até emocionado! Por que não me atendeu nas últimas nove vezes que liguei?
Segurei a minha respiração e depois a soltei vagarosamente, e ouvi-o reclamar algo do outro lado.
- Eu estava ocupada, querido! Estava numa reunião!
- Mas podia ter me atendido! Pedisse licença, eu seria rápido! Sabe que fico preocupado quando ligo para você mais de duas vezes e você não me atende!
Engoli em seco, eu entendia a preocupação dele, afinal de contas, há um mês antes de decidirmos por um ponto final em nosso relacionamento (na verdade, ele decidiu), eu sofri um atentado enquanto estava sozinha no estúdio onde ele estava gravando seu novo álbum esperando-o. Foi horrível, o cara quase conseguiu me sequestrar, por sorte ele chegou com a produção e seus empresários e o rapaz fugiu. Acabei com uma fratura no pulso e minha bolsa roubada. Ele nunca mais foi o mesmo depois disso, então acabei sentindo só um pouquinho de compaixão pela preocupação que ele pode ter sentido.
- Desculpe! De verdade! Eu poderia ter mandado um whatsapp, mas eu estava muito concentrada na reunião! E se Bobby descobrisse que eu estava deixando de prestar atenção a reunião para trocar mensagens com você - enfatizei - Ele certamente me daria uma bronca daquelas e eu não estava disposta, sorry honey!
Ele suspirou pesadamente, eu mordi meus lábios.
Quem era ele? Bom, era fácil de responder, mas também difícil! , cantor, vencedor de dois grammy’s, arrasta multidões onde passa e têm sempre milhões de olhos em cima dele. Ah, e ele é o meu ex-namorado também, que resolveu terminar nosso namoro de três anos e meio porque a gestão começou a desaprovar nosso tipo de relacionamento. Se as fãs dele me odiavam? Noventa e nove por cento delas não, acreditem! Então o que havia de errado? Primeiramente, eles não deixaram que nós assumíssemos o namoro logo de cara, ele precisava parecer livre. Então, depois de muita pressão da minha parte, com seis meses de namoro, eles nos deixaram assumir publicamente o romance e terceiro: eu gostava demais de me expor e de expor o nosso namoro, e isso não estava fazendo bem para a imagem de garanhão que ele precisava agora com o novo álbum a caminho. Lembro que disse-me também que eles achavam que eu estava interessada em aparecer à custa dele, claro que ele me disse que sabia que isso não era verdade.
Lembro-me perfeitamente do dia em que terminamos... Ironicamente o céu estava cinza e chovia sem parar, era como se os céus quisessem me enviar algum sinal. Eu havia comprado à comida favorita dele assim que soube que ele passaria em meu apartamento para almoçar comigo, eu estava ainda assustada devido ao atentado que acontecera e nós nos falávamos por telefone todas as noites até que eu dormisse tranquila quando não dormíamos juntos.
Eu não esperava aquele fim abrupto. Eu não esperava que ele fosse abrir mão de mim tão fácil como fez. Se nós tivéssemos terminado porque que o tesão havia sumido, porque ele não era mais apaixonado por mim, se o amor houvesse acabado, eu acho que talvez eu até poderia seguir a minha vida sem ficar me martirizando, sem sentir raiva! Talvez eu até já tivesse o esquecido de uma vez.
E o destino também não me ajuda em nada! Muitos dos eventos que participamos coincidem! A maioria eu nem sei que ele vai estar lá, e de repente, bum: eu dou de cara com ele no tapete vermelho ou dentro do evento. Às vezes eu sentia que ele fazia de propósito em não me avisar, só para ter o prazer de ver a minha cara de espanto inevitável.
Se eu ainda o amo? Há algo nele que me prende de uma forma que eu jamais saberei explicar a vocês. Quando nossos olhares se aproximavam, quando ele beijava o canto da minha boca para me provocar, quando eu sentia aquele cheiro de banho tomado com noz moscada, o meu corpo inteiro se arrepiava como se fosse sempre a primeira vez que nos encontrássemos. E claro, aquela maldita voz...
“Tu dulce voz viene y va no me deja olvidar, tu dulce voz otra vez prometiendo volver. Ya no hay razón para estar en el mismo lugar, tu dulce voz otra vez pretende encender mi piel...”
- E o que você quer, afinal, ? Eu to com fome, to dentro do meu carro no estacionamento e to louca para ir almoçar!
- Quero conversar com você, pessoalmente! Quando posso te ver?
Eu respirei pesadamente, e então fechei meus olhos.
- Não quero ver você, ! Estou tentando te esquecer! Pode, por favor, me ajudar?
Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
- ?
- Tudo bem, então! Se mudar de ideia, retorne minha ligação, ok?
E desligou. Fiquei algum tempo com o telefone em mãos tentando acalmar meus pensamentos.
Guardei o celular na bolsa e umedeci meus lábios com a língua, quando dei partida no carro e sai do estacionamento, havia alguns paparazzi do lado de fora da produtora, eu não abaixei os vidros e nem fiz questão de cumprimentar ou ser simpática, eu não estava no clima.
Então liguei a rádio e lá estava ele, aquela doce voz preenchendo meus ouvidos...
- Tá de sacanagem, né, Deus? Só pode! Eu preciso esquecê-lo, se lembra? Eu acabei de dizer isso, caramba!
Durante meu percurso até o apartamento, eu mudei de rádio umas duas vezes, mas não adiantava nada fugir, a música acabou tocando de novo e eu me obriguei a ouvir aquela voz...
Aquela voz que me era tão familiar, que já havia sussurrado tantas vezes em meu ouvido... Continuava ali na rádio todos os dias me atormentando, aliás, não só nas rádios, nos meus pensamentos e nas ligações quase diárias que eu recebia.
Abri a porta do apartamento e adentrei o mesmo me jogando no sofá em seguida. Olhei ao redor e claro, eu estava sozinha outra vez! Sempre que eu me dava conta do quão sozinha eu estava, os fantasmas apareciam.
Sempre a voz dele, bastava eu fechar meus olhos para ouvi-la, os flashbacks vinham em uma espécie de mix na minha mente, às vezes eu conseguia ouvir a voz dele cantando na rádio enquanto pensava no começo do namoro, e depois minha mente puxava memórias de quando brigávamos, e depois ele cantava só para mim com voz e violão para fazermos as pazes, e de repente eu me lembrava dos tapetes vermelhos que tantas vezes posamos para as fotos juntos, a voz dele terminando comigo...
Limpei as lágrimas teimosas que desceram pelas minhas bochechas, e resolvi que eu precisava de um cochilo, somente dormindo a minha cabeça parava de trabalhar como uma máquina.
“Hoy me ofreces el placer que nunca rechazé y no se comprender. Respiro el cielo de tu cuerpo y muero en el deseo por tu calor!”
2º Capítulo
Desci as escadas e fui até a cozinha, abri a geladeira e eu não tinha nada pronto, nada que fosse só descongelar e colocar no micro-ondas, eu precisaria cozinhar ou pedir algo pelo aplicativo, bufei enquanto fechava a porta da geladeira e decidi que eu pediria pelo tal aplicativo e ficaria em casa numa boa.
Voltei para a sala e liguei a TV sem me importar muito em que canal estava, e peguei o celular que tocou instantaneamente e vi o número dele brilhar na tela.
- Oi! – eu disse baixinho na esperança que ele não pudesse ouvir e desligasse a ligação.
- Tô aqui na recepção do teu prédio e o seu porteiro disse que não tenho mais autorização para subir, que porra é essa?
Eu respirei fundo e mordi meu lábio pensando em algo para dizer.
- Isso é sério, ? Você proibiu a minha entrada? Caramba, o que houve?
- Como “o que houve”, ? Não tem por que você ter autorização para subir! Você não é mais meu namorado!
- E eu virei um desconhecido para você, então? Agora não sou ninguém?
Bufei alto enquanto me levantava indo em direção à estante e pegava a chave do apartamento para descer até a recepção do prédio.
- , por Deus! Você e eu temos uma história, não foram três dias ou três meses, caramba! Foram três anos!
- Não precisa gritar comigo, pelo amor de Deus! Vamos conversar como dois adultos, ok?
Tranquei a porta atrás de mim.
- É o que eu estou tentando fazer desde hoje de manhã! Você é que está agindo como uma adolescente desde que terminamos!
Desliguei o celular ao entrar no elevador, sozinha, graças a Deus! Meu celular vibrou novamente e eu ignorei, que porra de menino desesperado!
Assim que as portas do elevador se abriram, eu o encarei e senti como se meu coração pudesse sair da boca de tão depressa que batia.
- William, hoje ele pode subir, ok? Vamos subir, embuste!
- Precisamos mesmo conversar, mocinha! Isso que você fez foi ridículo!
- Conversaremos assim que entrarmos no meu apartamento! – falei entre os dentes fitando a senhora Lourdes que nos olhou com um sorrisinho sacana nos lábios.
O empurrei para dentro do elevador assim que as portas se abriram.
- Você é incrível, né, ? Eu queria muito, muito mesmo entender o que se passa na sua cabeça!
- Não é muito difícil saber, baby! Eu posso te falar se você quiser - ele pausou - exatamente o que se passa aqui dentro! – ele apontou para a própria cabeça – Não tem segredo!
Fiquei fitando os olhos castanhos dele me queimarem e então umedeci os lábios, dei graças a Deus que o elevador se abriu assim que ele aproximou sua face da minha.
Fiz um sinal com a cabeça para que ele deixasse o elevador primeiro e assim ele fez.
Assim que adentramos o meu apartamento, ele, como de costume, tirou os sapatos e ficou descalço. Tínhamos isso em comum, eu adorava sentir o gelado do chão em que pisava.
Era como se as minhas energias fossem constantemente renovadas a cada passo que dava sentindo o chão embaixo dos meus pés, e ele sentia o mesmo. Foi uma das primeiras coisas que descobrimos em comum um com o outro.
Sorri involuntariamente assim que a memória atravessou minha mente, e o peguei me olhando.
- Eu preciso comer algo! Não almocei até agora! Vou pedir pelo aplicativo.
- Quero comida chinesa! – caminhou até a minha cozinha.
Observei-o abrir minha geladeira e pegar uma cerveja, como se aquele lugar ainda pertencesse a ele de alguma forma.
- Você não está na sua casa, ! – rolei os olhos – E eu não vou pedir comida chinesa! Eu quero um McDonald!
- McDonald? – ele gargalhou alto enquanto se sentava no sofá – Como nos velhos tempos?
Umedeci a língua com os lábios, e balancei a cabeça.
- Não tem nada a ver! Você sabe que amo McDonald! Não vou pedir só porque está aqui!
- Não vou me opor! Peça dois big mac’s!
- Quarteirão! E vou comer sozinha! Aliás, porque diabos eu te deixei entrar?! Eu devia ter chamado a polícia e pedido uma ordem de restrição contra você!
A gargalhada dele ecoou novamente pelos meus ouvidos enquanto eu fazia meu pedido pelo celular.
- Eu sinto sua falta!
Silêncio. Eu estava fingindo demência.
- E eu ainda amo você! Não que você não saiba disso, porque é claro que sabe!
- O sanduiche ainda vai demorar, vou tomar um banho! Tenho um monte de texto para decorar!
- Vai participar do que? Novela? Não fiquei sabendo de nada! E ultimamente é quase impossível não saber de nada, as notícias voam!
- Vou fazer uma participação em um filme! Coadjuvante dessa vez, nada de relevante!
- Não quis os holofotes? O que houve?
Foi a minha vez de gargalhar.
- Você me ofende assim, ! Isso nunca foi prioridade na minha curta carreira! Não posso e nem sou de ficar escolhendo demais os meus papéis! – ele me interrompeu.
- Você só precisa se identificar! Já ouvi isso várias vezes! Só queria ouvir de novo! Ter certeza que nada mudou!
- É! Nada mudou! – ironizei.
Ele se levantou, caminhou vagarosamente em minha direção. Eu sabia o que viria a seguir.
Suas mãos ágeis seguraram meu rosto, uma de cada lado e eu não fechei meus olhos dessa vez, o encarei.
- Então você ainda me quer, não quer?
Eu me odiaria no minuto seguinte, mas deixei que ele me beijasse.
“Sigues aquí en mis sueños, tu estás detrás y al final...”
Acordei abruptamente enquanto buscava desesperadamente por ar, me agarrei aos lençóis quando finalmente percebi que era só mais um sonho... Só mais um maldito sonho!
Sempre que eu falava com ele ao telefone ou sempre que nos víamos pessoalmente, eu tinha sonhos. Dos mais variados tipos: às vezes eram sonhos mais reais como se estivéssemos em algum evento, algum red carpet, outras vezes eu sonhava que estávamos em um castelo – era sempre o mesmo castelo e o mesmo cômodo – e ele me mantinha aprisionada nesse tal castelo, outras vezes eu sonhava que estávamos nos casando... E por aí ia.
Nessa madrugada eu sonhara que eu estava em um de seus shows, mas eu não era eu... Eu era uma das fãs que estava na multidão se espremendo para conseguir um bom lugar, um lugar perto dele! Onde ele pudesse me enxergar de verdade, ver quem sou eu... Na metade do sonho as coisas começaram a ficar meio tumultuadas, um empurra-empurra e era como se eu estivesse sendo prensada sobre a grade, em outros momentos era como se houvesse apenas eu no show e mesmo assim eu estivesse sendo sufocada por algo, ou alguém.
Quando não aguentei mais a sensação de falta de ar, acordei. Lembrei-me do beijo que havíamos trocado mais cedo, e fechei os olhos escorando a cabeça e as costas na cabeceira da cama.
A voz dele ecoou em minha mente: “Não tente me esquecer, porque eu não vou deixar!”
“No pienses que esta vez, duele no tener algo que sea tuyo. Es fácil ser un recuerdo!”
3º Capítulo
Eu mirava meu reflexo no espelho enquanto aguardava a maquiadora que me acompanhava agora, voltar do banheiro. Eu já estava quase pronta, só faltavam os meus lábios e o vestido-macacão que eu colocaria depois que a maquiagem já estivesse completa.
Eu estava meio acabadinha, graças a Deus a maquiagem existia! A noite passada havia sido do cão! Eu havia esbarrado com no supermercado, dá para acreditar? Logo ele que detesta fazer compras! Às vezes eu achava que ele havia colocado algum detetive para me seguir e dar informações minhas a ele! Eu mal estava tendo tempo para mim durante as gravações do filme – isso porque o meu papel nem era tão relevante assim – e durante esse tempo, a única coisa que me atormentou foram suas músicas na rádio, já que o novo álbum havia sido lançado nesse meio tempo, assim como mais dois novos singles! Portanto, eu fui perseguida como as bruxas eram na idade média, e ouvia suas músicas na rádio a todo o momento! Mesmo quando o rádio estava desligado, eu conseguia ouvir aquela maldita voz!
Assim que a maquiadora voltou, eu sorri sem mostrar os dentes para ela que me sorriu de volta.
- Não quer ir ao banheiro também? Você vai usar um vestido-macacão, vai ficar difícil depois, caso queira ir!
Balancei a cabeça que sim e me levantei.
- Não estamos atrasadas? – Gina balançou a cabeça que não enquanto pegava seu celular sobre a bancada.
Lembrei-me do meu e peguei-o também, caminhando logo em seguida para o banheiro.
Assim que me sentei no vaso, o celular vibrou sobre a pia e não era uma mensagem, alguém me ligava.
Assim que terminei minhas necessidades, atendi o celular distraidamente sem nem me lembrar de verificar o número antes.
- Alô?
- Que horas você vai estar na estreia?
Fiquei muda. Fazia meses que não no falávamos, e eu definitivamente não estava esperando qualquer aproximação. No supermercado eu não deixei que ele se aproximasse, eu fugi como um rato foge de um gato.
Umedeci os lábios e percebi que mesmo maquiada, eu havia empalidecido, especialmente os lábios ainda sem maquiagem. Que efeito era esse que a voz dele causava em mim?
- ? Ainda está aí?
- Estou! É... – eu pausei – Não sei! Não sei nem quantas horas são!
Meu cérebro não estava raciocinando direito.
- São quase sete e meia da noite! No meu convite diz que nós precisamos começar a chegar às oito!
- Eu estou quase pronta! Mais uma meia hora e devo estar no cinema! Por que a pergunta?
- Não sei se devo ir!
Eu me calei. Eu também não sabia se ele deveria ir, eu não sabia se queria que ele fosse... Que droga!
- Por quê?
Ouvi-o suspirar do outro lado da linha enquanto eu tentava parar de tremer, maldição!
- Não quero causar nenhum tumulto para você! Seus fãs estarão lá, eles me odeiam! – ele riu com certo desgosto – E bom, todas as vezes que nos encontramos e a imprensa está envolvida, eu levo uma bela bronca!
- Então não vá! Creio que você deve estar com a corda no pescoço já que é quase inevitável não sermos vistos nos mesmos eventos! Eu não tenho nada a ver com isso, não foi a minha gestão que simplesmente tomou raiva de você e pediu que eu te cortasse da minha vida como se você não tivesse sentimentos!
Vi meus olhos se encherem d’água e respirei fundo engolindo o choro. Eu precisei daquele desabafo! Eu não era um brinquedo, uma boneca que só servia de enfeite para estar com ele quando a gestão não fazia a menor ideia! Eu o amava, queria estar ao lado dele pelo resto da minha vida, mas ele precisava querer isso também e lutar por mim!
Ele respirou pesadamente e eu desliguei o telefone, pois precisava terminar a minha maquiagem ou me atrasaria muito.
Eu queria desesperadamente poder ir para casa correndo, me enfiar debaixo de minhas cobertas e gritar até ficar sem voz e chorar até explodir! Mas eu precisava ser forte como estava sendo durante todos esses meses e ir até essa pré-estreia, eu desabaria depois!
Gina deu duas batidinhas na porta e a abriu em seguida me fitando pelo reflexo do espelho.
- Tudo bem?
Fitei-a de volta e assenti que sim com um sorriso forçado.
- Era o no telefone?
Me virei de frente para ela e fiz questão de tornar meu semblante sério, numa tentativa de repreendê-la por aquele comentário, não éramos amigas.
- Por que a pergunta, Gina? Vamos terminar logo essa maquiagem, eu vou me atrasar e estou com uma dor terrível de cabeça!
- Desculpe-me, ! É que foi inevitável não ouvir parte da conversa, o banheiro é colado ao quarto, eu achei que quisesse ajuda! Que precisasse conversar...
- Não preciso, Gina! Obrigada pela preocupação, eu só preciso ficar pronta logo! Vamos?
Eu estava à beira de ter um colapso, só queria ir para casa! Assim que me sentei na cadeira, e fechei os olhos para que Gina pudesse finalizar a maquiagem com o tal batom que era de uma marca que eu fazia propaganda, eu escutei a voz, a doce voz dele ecoar em minha mente:
“Não tente me esquecer, porque eu não vou deixar!”
“ Tu dulce voz otra vez pretende encender mi piel...”
4º Capítulo
Posei para as fotos, queria desesperadamente ir embora! Uma colega de elenco havia chegado, e assim que ela terminou de posar para suas fotos individuais, fizemos algumas fotos juntas, conversamos sobre amenidades ao pé do ouvido por causa do barulho, e quando eu já estava preparada para deixar o cenário onde as fotos estavam sendo tiradas para esperar o restante do elenco chegar para tirarmos fotos todos juntos, eu o vi parado esperando para adentrar e posar para as fotos também.
Eu travei, fiquei estática onde estava. Ele passou por mim e eu não consegui me mover, nenhum músculo...
Até que ouvi ele me chamar, e se aproximar. Eu quis socar a bonita face dele até que ele sangrasse, falar comigo no tapete vermelho? Oi?
- Você não ouviu o que eles disseram? – ele sussurrou em meu ouvido.
Arrepiei da cabeça aos pés, naquele momento eu tive certeza que Dua Lipa nunca me perdoaria, afinal de contas, qual regra ainda faltava quebrar?
- Não! – eu disse sorrindo falsamente para ele – O que disseram? Que você não deveria estar aqui? Concordo!
Eu gargalhei, e os flashes disparavam mais e mais, logo depois ele gargalhou falsamente.
- Querem uma foto nossa!
Mordi o lábio, receosa. Aquilo não parecia certo, nem para mim e nem para ele.
- Vamos logo, ou eles não vão parar de gritar conosco!
Eu posicionei uma de minhas mãos em suas costas e a outra em seu peito, exatamente como fazíamos quando éramos um casal. O cheiro bom dele invadiu minhas narinas e minha visão ficou rapidamente turva com os flashes.
Ele sussurrou:
- Roubando a cena da protagonista na estreia, que coisa feia, !
Eu mirei seus olhos e sorri, com sinceridade dessa vez. Eu o amava!
Fim
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