Finalizado em: 15/12/2019

Capítulo Único


So I'll wait for her to come
She won't break my heart
'Cause I know she'll be
From Australia


🎼


— Quem é aquela moça? — perguntei para Hannah assim que ela apareceu.
— Qual? — ela perguntou, tentando acompanhar o meu olhar.
— A com a boina vermelha. Dançando próxima ao palco.
— Ah! Aquela é a , minha prima australiana.
— Você convidou a sua prima para o seu aniversário? Pensei que odiasse todo mundo da sua família.
— Eu odeio todo mundo, menos a . Foi com ela que fiquei quando fugi de casa.
— Ahhhhhh, a prima que estuda medicina. — disse, tentando me recordar das poucas vezes que Hannah havia falado sobre a sua aventura em outro continente.
— Sim, a prima gênia. Que faz residência em ortopedia com 25 anos.
— Uau. — murmurei, observando a garota que dançava no ritmo de uma música qualquer que eu não conseguia reconhecer.
Ela sentia a música de um jeito diferente, isso era nítido através dos movimentos que seu corpo fazia.
— Pare de babar, . Ela não é para o seu bico. — Hannah me repreendeu, dando um tapa em meu braço, o que me fez rir.
— Ei, me respeita, por favor? — pedi e Hannah revirou os olhos. — Só me diz uma coisa, ela é comprometida?
— Com um babaca que estudava com ela. Ele meio que não aceita o fato de ela ser perfeita e ter se formado antes que ele. Um saco!
— Nossa, um babaca mesmo.
— Inclusive, vou ir lá ver se está tudo bem, soube que eles discutiram no aeroporto. Aparentemente, não sou uma boa influência. — ela disse antes de virar as costas e seguir na direção da prima, que estava indo em direção ao bar, e eu imediatamente corri para alcançá-la.
Algo dentro de mim estava inquieto e ansiava por mais informações. E eu sabia que Hannah não as daria tão fácil.
— Hannah, eu sei que é a sua festa de aniversário e que tem amigos seus aqui. E, por mais que eu não ligue em ficar sozinha, achei que passaria mais tempo comigo. — reclamou, fazendo a prima rir.
— Tudo isso é saudades, ? Aw, eu também te amo. — ela passou o braço pelo ombro da outra e lhe deu um abraço desajeitado.
— Obrigada. — agradeceu rindo, enquanto arrumava o adereço em sua cabeça.
Um arrepio atravessou meu corpo todo. Eu não poderia estar bêbado ainda, havia acabado de chegar.
Puxei um banco para o lado de Hannah, fazendo com que as duas finalmente me notassem.
— Ah, oi, ! — me cumprimentou com um pequeno aceno e um sorriso. — Tudo bem? Eu sou a , prima da Hannah. Estava me perguntando quando ela ia me apresentar o chefe famoso dela.
Acabei rindo de sua espontaneidade.
— Na verdade, eu não ia, , vai pra lá. — Hannah murmurou, me olhando com cara feia.
— Mas eu não estou fazendo nada. — me defendi. — Muito prazer, . Hannah às vezes é um pouco mal educada. — provoquei, ganhando um olhar repreensão em seguida e outro tapa no braço.
!
— Desculpa, prima, mas eu vou ter que concordar. — ela piscou para mim e bebeu um gole do conteúdo que estava em seu copo.
— Estão vendo? É exatamente por isso que eu não queria que vocês se conhecessem. Viver em um mundo onde vocês se conhecem é o meu maior pesadelo. — Hannah dramatizou, fazendo com que eu e sua prima gargalhássemos.
, ainda rindo, levantou de seu banco e abraçou a prima, enquanto lhe pedia desculpas e dizia o quanto sentia a sua falta, deixando-me totalmente alheio a conversa.

She's so, beautiful
She's my dream girl


🎼


Observar havia se tornando a minha principal ocupação durante a noite. Eu já havia juntado algumas informações das longas conversas das duas, as quais, algumas vezes, eu também era incluído.
tinha chegado em Londres poucas horas antes da festa e ficaria na cidade por 3 dias.
As duas tinham feito alguns planos e eu estava imensamente grato por Hannah ter convidado-a para ir assistir o show que eu faria depois de amanhã.
Ela havia adotado um gato através de uma ONG. Ele se chamava Bartolomeu e passamos uns dez minutos vendo vídeos e fotos do bichano.
Muitos casos foram relembrados. Inclusive um sobre Hannah e um jogador de críquete, que eu iria buscar mais detalhes futuramente.
Quanto mais elas conversavam, gargalhavam, brincavam e sorriam, eu não tinha outra opção a não ser casar e ter uma família com aquela mulher. Todas aquelas músicas que escrevia e cantava com a banda estavam fazendo sentido. Era como se a lacuna que faltava estivesse se completado.
E, aparentemente, e Brad, o babaca, tinham "dado um tempo" ou terminado — isso ainda estava um pouco confuso pra mim — e ela não estava triste. Inclusive, sentia-se aliviada.
— Parece um pouco insensível da minha parte dizer isso, mas acho que estou feliz? — ela meio que perguntou para si mesma.
Estávamos sentados num banco, no lado de fora da parte de trás do bar, dividindo um cigarro. Pela primeira vez, sozinhos.
— E não é porque eu odeie ele ou algo do gênero. Eu só acho que não funcionávamos mais como casal há um bom tempo. Estávamos acomodados. Eu estava acomodada, pelo menos.
— Pelo que você me contou, na verdade, você se livrou de alguém que se tornaria um grande problema.
— Isso com certeza. — ela concordou. — Também deveríamos nos livrar disso. — disse, tragando o cigarro logo em seguida. — Nos livraríamos de algo que se tornaria um grande problema.
— Um passo de cada vez. — murmurei, fazendo com que ela risse.
— Então me diga, , e esse coração de rockstar? Estou cansada de ficar falando sobre meus casos mundanos, quero saber dos seus. — ela perguntou, fazendo com que eu gargalhasse alto.
— Essa é uma conversa para outro cigarro. — informei e ela sorriu.
— Hoje estamos seguindo o método de um passo de cada vez então, pode abrir o seu coração. — ela disse, acendendo o segundo cigarro.

🎼


— Hannah, eu estou completamente apaixonado por . E bêbado. Não que isso tenha alguma relação. — disse assim que a encontrei no bar. havia ido ao banheiro e eu pegar duas garrafas de água porque estávamos bem embriagados.
— Aí, , você é muito devagar, já veio aqui três vezes falar que te deu todos os sinais e você não fez nada.
— Não fiz? — perguntei, um tanto quanto confuso. Não havia notado nada demais e queria me matar por isso.
— Eu disse que ela não era pro teu bico. — ela resmungou, tão alterada quanto eu. — Infelizmente, não sou contra.
— Disso eu sei, você já disse que ia ser madrinha dos nossos filhos lá na pista de dança. — a lembrei.
— Disse? — ela perguntou e eu afirmei com a cabeça, o que fez com que gargalhássemos logo em seguida.
— Eu não acredito que ela também gostou de mim. — murmurei, finalmente me dando conta do que estava acontecendo.
— Ela quer dar pra você, é diferente.
— O quê?
— Deus, como você é burro! Quantas vezes ela já foi ao banheiro?
— Algumas. Três ou quatro.
— E em nenhuma delas você pensou que ela poderia estar te convidando pra ir junto? — ela perguntou e eu não respondi. Isso não tinha passado pela minha cabeça em momento algum. Hannah só poderia estar viajando.
— Ela está bêbada, Hannah, pessoas bêbadas vão ao banheiro várias vezes.
, meu filho, parou de beber faz horas. Inclusive, já deve estar sóbria. Em que mundo você está?
— Desculpa se eu só consigo pensar em como ela é tão linda e que eu tenho certeza que ela é a garota dos meus sonhos. Hannah, você entende que é perfeita? Ela não vai quebrar meu coração.
— Ela mora em outro continente. — Hannah lembrou.
— Sim, ela é da Austrália, eu sei. Mas, eu posso comprar um jatinho. — dei de ombros. — Todas as brechas que eu tiver eu vou pra lá. Ela pode ir para onde eu tiver também, se ela preferir.
— Ok, Senhor Eu Compro Um Jatinho. Agora, eu preciso voltar para Angel. Se eu fosse você, faria o mesmo. — ela piscou e seguiu para o meio da multidão.
Eu, ainda confuso com a informação de que também estava interessada em mim, peguei as garrafas de água e me dirigi até ao banheiro, tentando focar meus pensamentos tortos em algo útil para dizer a ela.
Encostei na parede de frente com a porta do banheiro e abri uma garrafa de água. Precisava me hidratar para minha cabeça parar de rodar. Não queria estragar tudo. Não dessa vez.
Minha cabeça estava virada num turbilhão de emoções.
saiu do banheiro sem a boina vermelha. Seus cabelos curtos estavam jogados para o lado e seus lábios haviam sido pintados de vermelho.
— Estava pensando e podemos pedir alguma coisa para comer, o que você acha? — ela perguntou, com um sorriso no rosto.
Como eu nunca a conheci? Como que nunca vi uma foto ou algo do tipo dela com Hannah em quase sete anos que a conheço? Eu jamais teria a esquecido. Eu duvido que um dia isso aconteça.
, está tudo bem com você? Você está passando mal? — ela me questionou, tocando meu braço para chamar a minha atenção.
O seu cheiro de morango invadiu minhas narinas com a aproximação e eu queria muito beijá-la.
?
— Eu queria muito beijá-la. — murmurei.
Pude ver um pingo de confusão passar por seus olhos e um sorriso abrir em seu rosto.
— Ok. — ela murmurou em resposta e eu tive dois mini ataque cardíacos.
— Ok? — perguntei para confirmar. Não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo.
Ela afirmou com a cabeça e colocou as duas mãos em meu rosto, puxando-me para colar a boca na sua.
Seu beijo tinha gosto de morango em uma noite de verão e eu sentia como se fosse música dentro de mim.
E era maravilhoso e quente.
Soltei as garrafas no chão e embolei minha mão em seus cabelos, puxando-a para colar seu corpo no meu e para aprofundar o nosso beijo.
Suas mãos estavam ora em meus cabelos ora em meu corpo, agarrando-me como se ela dependesse daquilo.
Eu podia sentir o quanto ela queria aquilo. Queria tanto quanto eu.
me beijou até que eu perdesse a noção do tempo.
Estava completamente sem ar quando ela se afastou, agora com os lábios inchados, o batom borrado e um sorriso que convenceria até o demônio a fazer o que ela quisesse.
— Vem, vamos entrar aqui. — ela disse, puxando-me pela mão em direção ao banheiro.
— Aqui? Podemos ir embora. Para a minha casa. Eu não moro longe.
— Se sairmos daqui, você será , o cantor famoso, e eu não quero lidar com isso agora.
— Mas… — tentei argumentar sobre, mas ela foi mais rápida e me calou com outro beijo.
Eu não estava em condições alguma de pensar e ponderar tudo. Estava um pouco embriagado, um pouco apaixonado, um pouco enfeitiçado e eu também queria, então apenas a segui.
Entramos no banheiro e imediatamente ela me empurrou em direção a porta, trancando-a e voltando a me beijar.
Enrolei minha mão em seu cabelo e puxei-o para trás, descolando nossas bocas para observá-la. Deus, como ela era linda.
Passei meu polegar em seus lábios e os lambi. Senti suas mãos em meu cinto e eu poderia ter certeza que ia morrer.
— Me diga que você tem camisinha, por favor. — ela murmurou. Seu rosto estava todo coroado e eu tinha certeza que ela estava morrendo de tesão, assim como eu.
Afirmei com a cabeça e ela abriu um sorriso sacana, me empurrando em direção ao vaso e se sentando no meu colo em seguida.
Conhecer era, de longe, a melhor coisa que poderia ter acontecido. Eu sabia que havia esperado esse tempo todo por ela e eu faria de tudo para que desse certo.

🎼


Fim.



Nota da autora: Muito obrigada por ter lido essa fic que eu escrevi com tanto carinho. <3
Para quem não me conhece, eu sou a louca surtada pelos Jonas Brothers há mais de 10 anos e ter organizado esse ficstape foi tudo para mim.
Australia foi a primeira música que ouvi dos meninos e sempre teve um significado muito importante pra mim.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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