Capítulo Único
Havia flores ao nosso redor que deixava aquele lugar com um cheiro extremamente agradável. O sol já estava se pondo, fazendo com que o ambiente ficasse propício para uma tarde no parque. O lugar e a companhia do transformava a minha simples tarde em algo especial.
- Eu te amo, . – Ele disse depois de um momento em silêncio.
Estávamos deitados na grama e eu fazia o seu ombro de travesseiro. O céu azul estava completamente diferente dos outros dias. Aquele dia era especial e eu não sabia dizer o por que. Era como se tudo que estava acontecendo tivesse uma intensidade bem maior que o natural.
- Eu também te amo, noivo. – Respondi, lembrando que ele me pediu em casamento em poucos dias atrás.
- Eu não vejo a hora de você trocar o noivo, por esposo. – brincou e eu beijei sua boca, depois que um sorriso saiu da minha.
E eu teria o beijado novamente se um vento extremamente forte não tivesse surgido do nada, bagunçando nossos cabelos e levando todas as nossas coisas para longe.
- Meu Deus, o que é isso? – Perguntei ao me assustar com aquela ventania absurda.
ficou diferente, como se soubesse o motivo daquilo, o motivo daquele vento. Seus olhos brilhavam mais que o normal e cada vez que olhava para ele, o vento parecia aumentar.
- Precisamos sair daqui, vem. – falou puxando a minha mão, na tentativa de me ajudar. – Está tudo bem, , eu vou cuidar de você, eu prometo.
Um frio insuportável me atingiu e eu abri os meus olhos enquanto lembrava daquele sonho que havia acabado de ter. Fazia duas noites que eu não conseguia dormir. , meu noivo, havia sofrido um acidente, estava no hospital e seu estado era grave. Eu não queria ter saído do lado dele, mas o meu corpo implorou por descanso e cheguei ao momento de não conseguir mais ficar de olhos abertos.
Ao acordar daquele sonho que parecia ter sido tão real, meu corpo todo se arrepiou. Olhei para a janela do quarto e uma chuva extremamente forte caia lá fora, senti medo, logo eu que sempre admirei os efeitos da natureza. Por algum motivo eu havia acordado estranha, talvez pelos acontecimentos, pelo pouco tempo de sono ou até mesmo pelo sonho.
Fui até o banheiro, o reflexo do meu rosto me assustava, as minhas grandes olheiras eram a prova viva de como os últimos dias estavam sendo difíceis. Tomei um banho demorado, com a esperança de que a água quente retirasse um pouco do meu cansaço. Vesti uma roupa confortável e desci para ir novamente ao hospital. Eu não queria mais ficar longe do , sei que perto dele eu não podia fazer nada, mas eu queria estar lá.
A imagem que eu vi ao descer os degraus que davam acesso a sala, me paralisou por completa. Minha mãe chorava, porém, ao me olhar o seu choro aumentou, meu irmão e meu pai me olhavam com uma expressão de pena.
- Mãe... - Falei enquanto descia os degraus devagar, era como se eu tivesse perdido as minhas forças.
Não precisei dizer mais nada para que minha mãe entendesse o que eu queria perguntar. Ao vê-la acenar com a cabeça, de forma positiva, já que não conseguia pronunciar nada, eu entendo que aquela era a resposta para a minha pergunta silenciosa.
- Ele não aguentou, filha. - O meu pai concluiu não deixando dúvidas no ar.
Minhas pernas ficaram fracas e quando percebi eu já estava caída no chão. As lágrimas desciam numa velocidade absurda pelos meus olhos enquanto os meus gritos ecoavam pela sala. Meu pai me pegou no colo e me colocou no sofá, naquele momento eu estava fora de mim. Eu nunca havia sentindo uma dor parecida com aquela, eu nunca imaginei perdê-lo daquela forma.
me prometeu que viveríamos juntos pra sempre, que iríamos casar, ter filhos e conhecer os lugares mais lindos vistos por nós dois apenas por fotos. Não entrava na minha cabeça que eu havia o perdido para sempre, que eu não o veria mais e nem escutaria a sua voz. Um vazio tomou conta de mim, como se parte do que eu era, tivesse ido com ele.
Por um momento senti como se a vida não valesse absolutamente nada. Num momento alguém estava fazendo planos para o futuro, indo atrás da realização dos seus sonhos e no outro ela já não estava mais, o que restava dela era apenas um corpo, sem vida.
Por mais que eu sempre dissesse que nada acontece por acaso, eu não aceitei aquilo. Não era justo com o , com sua família, comigo... Senti vontade de ir junto com ele, já que uma parte de mim morreu junto com ele naquela maca.
Mesmo no meio daquele desespero, eu senti saudades e me arrependi das brigas, dos momentos longe, das horas não aproveitadas. Se eu pudesse voltar atrás, eu teria aproveitado da melhor forma possível cada segundo.
Talvez por fraqueza, por dor ou pela mistura das duas coisas eu desmaiei, ali no colo do meu pai, que também sofria aquela perda, que tinha o como um terceiro filho.
Olhei aquela tumulo com o nome do e a data da sua morte. Todos os dias eu ia lá, conversar com ele e levar novas flores. Sempre que eu chegava lá, um vento surgia do nada e eu sentia que era a forma do me cumprimentar.
- Amor, hoje faz três meses que você se foi e eu te trouxe girassóis, o dia está tão colorido que eu achei que as flores combinavam com ela. Ontem, dia 25, se você estivesse aqui, estaríamos viajando para praia. Essa hora provavelmente você estaria brigando comigo por eu esquecer do protetor solar. Sabe, não tem um dia que eu não me lembre de você e não sinta a sua falta. Eu me conformei, mas não aceitei o fato de que o meu amor não está aqui comigo, que eu não posso te ver, te ouvir e nem te tocar. Hoje eu só posso te sentir e eu sinto muito. Espero que você continue me visitando nos meus sonhos e cuidando de mim onde quer que você esteja. Nosso pra sempre vai existir mesmo você não estando presente aqui, fisicamente. Eu sinto você do meu lado todos os dias. Um dia a gente se encontra, meu amor, eu te prometo. Até amanhã, vida.
Limpei minhas lagrimas e saí do cemitério, o vento apareceu novamente, se despedindo de mim. Sorri em resposta e saí dali com a intenção de ir para casa e dormir, só para me encontrar com novamente.
Mesmo que ele estivesse morto, ele ainda estava vivo dentro de mim e dentro dos meus sonhos. E ali, sim, ele permaneceria para sempre.
- Eu te amo, . – Ele disse depois de um momento em silêncio.
Estávamos deitados na grama e eu fazia o seu ombro de travesseiro. O céu azul estava completamente diferente dos outros dias. Aquele dia era especial e eu não sabia dizer o por que. Era como se tudo que estava acontecendo tivesse uma intensidade bem maior que o natural.
- Eu também te amo, noivo. – Respondi, lembrando que ele me pediu em casamento em poucos dias atrás.
- Eu não vejo a hora de você trocar o noivo, por esposo. – brincou e eu beijei sua boca, depois que um sorriso saiu da minha.
E eu teria o beijado novamente se um vento extremamente forte não tivesse surgido do nada, bagunçando nossos cabelos e levando todas as nossas coisas para longe.
- Meu Deus, o que é isso? – Perguntei ao me assustar com aquela ventania absurda.
ficou diferente, como se soubesse o motivo daquilo, o motivo daquele vento. Seus olhos brilhavam mais que o normal e cada vez que olhava para ele, o vento parecia aumentar.
- Precisamos sair daqui, vem. – falou puxando a minha mão, na tentativa de me ajudar. – Está tudo bem, , eu vou cuidar de você, eu prometo.
Um frio insuportável me atingiu e eu abri os meus olhos enquanto lembrava daquele sonho que havia acabado de ter. Fazia duas noites que eu não conseguia dormir. , meu noivo, havia sofrido um acidente, estava no hospital e seu estado era grave. Eu não queria ter saído do lado dele, mas o meu corpo implorou por descanso e cheguei ao momento de não conseguir mais ficar de olhos abertos.
Ao acordar daquele sonho que parecia ter sido tão real, meu corpo todo se arrepiou. Olhei para a janela do quarto e uma chuva extremamente forte caia lá fora, senti medo, logo eu que sempre admirei os efeitos da natureza. Por algum motivo eu havia acordado estranha, talvez pelos acontecimentos, pelo pouco tempo de sono ou até mesmo pelo sonho.
Fui até o banheiro, o reflexo do meu rosto me assustava, as minhas grandes olheiras eram a prova viva de como os últimos dias estavam sendo difíceis. Tomei um banho demorado, com a esperança de que a água quente retirasse um pouco do meu cansaço. Vesti uma roupa confortável e desci para ir novamente ao hospital. Eu não queria mais ficar longe do , sei que perto dele eu não podia fazer nada, mas eu queria estar lá.
A imagem que eu vi ao descer os degraus que davam acesso a sala, me paralisou por completa. Minha mãe chorava, porém, ao me olhar o seu choro aumentou, meu irmão e meu pai me olhavam com uma expressão de pena.
- Mãe... - Falei enquanto descia os degraus devagar, era como se eu tivesse perdido as minhas forças.
Não precisei dizer mais nada para que minha mãe entendesse o que eu queria perguntar. Ao vê-la acenar com a cabeça, de forma positiva, já que não conseguia pronunciar nada, eu entendo que aquela era a resposta para a minha pergunta silenciosa.
- Ele não aguentou, filha. - O meu pai concluiu não deixando dúvidas no ar.
Minhas pernas ficaram fracas e quando percebi eu já estava caída no chão. As lágrimas desciam numa velocidade absurda pelos meus olhos enquanto os meus gritos ecoavam pela sala. Meu pai me pegou no colo e me colocou no sofá, naquele momento eu estava fora de mim. Eu nunca havia sentindo uma dor parecida com aquela, eu nunca imaginei perdê-lo daquela forma.
me prometeu que viveríamos juntos pra sempre, que iríamos casar, ter filhos e conhecer os lugares mais lindos vistos por nós dois apenas por fotos. Não entrava na minha cabeça que eu havia o perdido para sempre, que eu não o veria mais e nem escutaria a sua voz. Um vazio tomou conta de mim, como se parte do que eu era, tivesse ido com ele.
Por um momento senti como se a vida não valesse absolutamente nada. Num momento alguém estava fazendo planos para o futuro, indo atrás da realização dos seus sonhos e no outro ela já não estava mais, o que restava dela era apenas um corpo, sem vida.
Por mais que eu sempre dissesse que nada acontece por acaso, eu não aceitei aquilo. Não era justo com o , com sua família, comigo... Senti vontade de ir junto com ele, já que uma parte de mim morreu junto com ele naquela maca.
Mesmo no meio daquele desespero, eu senti saudades e me arrependi das brigas, dos momentos longe, das horas não aproveitadas. Se eu pudesse voltar atrás, eu teria aproveitado da melhor forma possível cada segundo.
Talvez por fraqueza, por dor ou pela mistura das duas coisas eu desmaiei, ali no colo do meu pai, que também sofria aquela perda, que tinha o como um terceiro filho.
Olhei aquela tumulo com o nome do e a data da sua morte. Todos os dias eu ia lá, conversar com ele e levar novas flores. Sempre que eu chegava lá, um vento surgia do nada e eu sentia que era a forma do me cumprimentar.
- Amor, hoje faz três meses que você se foi e eu te trouxe girassóis, o dia está tão colorido que eu achei que as flores combinavam com ela. Ontem, dia 25, se você estivesse aqui, estaríamos viajando para praia. Essa hora provavelmente você estaria brigando comigo por eu esquecer do protetor solar. Sabe, não tem um dia que eu não me lembre de você e não sinta a sua falta. Eu me conformei, mas não aceitei o fato de que o meu amor não está aqui comigo, que eu não posso te ver, te ouvir e nem te tocar. Hoje eu só posso te sentir e eu sinto muito. Espero que você continue me visitando nos meus sonhos e cuidando de mim onde quer que você esteja. Nosso pra sempre vai existir mesmo você não estando presente aqui, fisicamente. Eu sinto você do meu lado todos os dias. Um dia a gente se encontra, meu amor, eu te prometo. Até amanhã, vida.
Limpei minhas lagrimas e saí do cemitério, o vento apareceu novamente, se despedindo de mim. Sorri em resposta e saí dali com a intenção de ir para casa e dormir, só para me encontrar com novamente.
Mesmo que ele estivesse morto, ele ainda estava vivo dentro de mim e dentro dos meus sonhos. E ali, sim, ele permaneceria para sempre.