odiava ser chamada pelo nome completo. Cada vez que alguém lhe chamava de Voltolini Sartori sentia uma leve vontade de morrer. Esse era o principal motivo por querer fugir daquele lugar o mais rápido possível. As pessoas – milhares delas – continuavam pronunciando aquele nome como se fossem palpáveis diamantes. Com cautela, sorria e se esquivava de cada um que tentava lhe prender a atenção por mais de quarenta segundos e, enquanto tentava andar calmamente pelo salão lotado, sentia as luvas esquentando suas mãos cada vez mais. O vestido vinho milimetricamente moldado apenas para ela começava a incomodar mais do que o normal e seus pulmões imploravam por ar fresco.
Mirou seu olhar diretamente nas portas altas e transparentes que se encontravam a mais ou menos cinquenta pessoas de distância – uma de suas manias: medir espaço por pessoas e não metragem.
Suspirou. Podia chegar lá sem ser incomodada, tinha certeza disso. Talvez ficasse invisível por alguns segundos, nunca era tarde para acreditar em magia.
Acelerou o passo o máximo que seus saltos permitiram e quando estava prestes a ultrapassar a sua nomeada “barreira da liberdade”, sentiu uma mão em sua cintura.
- Tentando escapar? – A voz baixa em seu ouvido lhe fez sorrir minimamente.
- Preciso de ar. Gostaria de me acompanhar? – Falou sem precisar olhar pra trás e então saiu de vez do salão, sentindo o corpo agradecer pelo cheiro de natureza que inspirou ao pisar no jardim.
- Seu pai não vai ficar feliz quando perceber sua ausência – ele se apoiou em um dos imensos pilares e cruzou os braços enquanto a observava de forma divertida.
- Ele não vai se dar conta tão cedo. Antes de sair estava conversando com a família Calvet sobre negócios. Parece que as coisas também não vão muito bem na França, huh? – ela sorriu e recebeu um olhar de advertência.
- , não deveria brincar com a situação que estamos vivendo...
- Dá um tempo, . Sei bem das minhas obrigações para com o meu país. Só quis descontrair um pouco.
levantou as duas mãos como quem se desculpa e não disse mais nada.
- Desculpe, não quis ser grossa. É que isso tudo...
Ele se aproximou e a tomou nos braços. Ficaram alguns segundos abraçados e ele pôde ouvir sua respiração cada vez mais lenta.
- Eu sei, eu sei.
- Ainda bem que eu tenho você, sr. – ela se afastou um pouco e deu dois toques no nariz dele com a ponta do dedo indicador.
- Você faz meu sobrenome parecer importante – ele constatou, sorrindo brevemente.
- E quem disse que não é? – se afastou totalmente e colocou os dois braços na cintura. Logo depois, limpou a garganta e falou bem alto:
- Sr. , o melhor filho da melhor cozinheira da melhor família da Itália não se acha importante. Vamos todos vaiá-lo, por favor.
Os dois caíram na risada e logo se aproximou novamente, tirando alguns fios de cabelo castanhos que haviam caído sobre os olhos do menino. Depois, segurou o rosto dele com as duas mãos e disse com a voz firme:
- Você é uma das pessoas mais importantes do mundo, . Nunca se esqueça disso.
Ele concordou brevemente com a cabeça e ela assentiu, satisfeita.
Virou as costas e voltou para o salão, sentindo-se muito melhor após aqueles minutos de paz.
a observou ir embora e quando a perdeu completamente de vista, permitiu-se suspirar. A vida inteira tivera que lidar com seus sentimentos da forma mais discreta possível, mas ela tornava tudo mais difícil.
Voltolini Sartori não era apenas a princesa da Itália. Era sua irmã de consideração e tinha um relacionamento secreto com seu irmão.
Não havia espaço, no meio de tudo o que viviam, para o tipo de amor que vinha nutrindo por ela. Aquilo precisava parar.
~*~
- Vocês só podem ter perdido a cabeça. SÓ PODEM! – vociferou, enquanto andava de um lado para outro em frente aos pais, que permaneciam sentados e com expressões vazias ao ouvir o protesto da filha.
- , se acalme, por favor! – Juliette pediu, com a voz calma. sentiu vontade de gritar mais ainda. Nunca havia entendido o poder se sua mãe de se manter calma em situações tão sérias e apesar de ter certeza que um dia aconteceria, tinha muito medo do dia em que a veria explodir.
A Rainha Juliette era adorada pelo povo. Foi obrigada a casar-se com seu pai ainda aos 18 anos e nunca escondeu de que não o amava no começo do suposto relacionamento. Juliette dizia que o amor entre os dois havia sido fabricado e fortalecido ao longo dos anos e que não se arrependia, nem por um momento, da vida que havia levado. Apesar de suas palavras, sempre sentia uma pontinha de tristeza em sua voz quando tocavam no assunto e pensava que talvez se tivesse tido a opção de fazer diferente, a mãe teria agarrado a oportunidade com todas as suas forças.
- Mãe, não me peça pra ficar calma! Você está ouvindo as barbaridades que estão me dizendo? Os absurdos que estão prestes a me obrigar a fazer? – voltou os olhos castanhos para o pai, que parecia exausto.
- Você vai casar com Corin e salvar seu país. Vai se tornar rainha e nos tirar desse buraco. A coroa pertence à você, logo, o dever também pertence à você. Nada aqui está em discussão. Por favor, não torne tudo mais difícil, . Nós te amamos tanto!
riu.
- Vocês estão loucos. Pai, eu não posso me casar agora. Tenho vinte anos! – Disse, como se fosse o suficiente para fazê-los mudar de ideia.
- Me casei aos 18 e vivi muito bem. – Juliette observou.
- De que adianta? Não existia amor. Eu não quero repetir a história de vocês, quero criar a minha. Por favor, não me tirem esse direito. – Passou a suplicar, juntando todas as suas forças para não chorar.
- Mas não temos opções. Existe alguém que você ama, ? Porque se existir, te deixamos casar com esse alguém. Caso contrário, Corin está eleito.
Sentiu o desespero tomar conta de si. Pensou em Enrico e soube instantaneamente que a opção casamento para os dois naquele momento era completamente inviável por conta dos estudos do garoto. Ela não tinha o direito de atrapalhar isso, mas também sabia que não queria casar com o príncipe nojento e mimado da França.
Enquanto seus pais a fitavam com curiosidade, ouviu um estrondo ecoar pela sala central do palácio.
- Me desculpem... Eu só estava... Só queria ver se... – estava completamente vermelho e envergonhado. Segurava um copo de água na mão e provavelmente estava tentando atravessar da cozinha para o jardim sem fazer barulho e acabou se atrapalhando, como sempre. sorriu e pensou no quão diferente era de Enrico e ao mesmo tempo como os dois lhe traziam uma paz absurda. De repente, sentiu uma luz acender sobre sua cabeça e rezou para que não se arrependesse depois.
- Na verdade, . É ótimo que esteja aqui. Acho que está na hora. – Sorriu amarelo e seguiu até o menino, que parecia não entender absolutamente nada. Segurou sua mão gelada e o trouxe até os pais.
- Altezas. – Ele disse, antes de se curvar um pouco. Ao voltar, sussurrou no ouvido da amiga:
- Mas que diabos?!
Ela suspirou fundo e antes que ele pudesse terminar seu gole d’água, falou:
- Pai, mãe... Eu e estamos apaixonados.
Cuspir água em frente ao rei não estava na lista das coisas mais educadas a se fazer e sabia disso, mas ao ouvir as palavras sem sentido de não conseguiu segurar.
- NÓS O QUE? – não se conteve.
- Amor... – ela riu baixinho. – Não precisa mais fingir, precisamos contar a verdade à eles.
Ela apertou a mão dele, implorando em silêncio pra que ele a acompanhasse naquilo, mas seus olhos estavam chocados demais para se focar em qualquer coisa.
- Você e... ? – O rei foi o primeiro a se pronunciar.
- Sim. – Ela assentiu veementemente. – Exato.
- Desde quando? – Juliette não parecia muito surpresa e não deixou de se questionar o porquê.
- Desde... bem... não sei. Uns quatro meses, por aí. Não é? – Olhou para , que ainda parecia ter visto um extraterrestre.
- Eu...
- Tadinho, está muito envergonhado. Pai, diga à ele que não há problema.
O rei parecia tão surpreso quanto e pela primeira vez em muitos anos, não sabia o que dizer.
- Você prefere se casar com... do que com Corin? É isso? – Giorgio perguntou, ainda desacreditado.
- CASAR?
- SIM! – e pronunciaram ao mesmo tempo as diferentes palavras.
Juliette e Giorgio se olharam e suspiraram.
- Vocês tem duas semanas até o casamento. Planejem-se. – E assim, o rei levantou, pegou a mão de Juliette e se retirou do cômodo.
Assim que a porta se fechou, soltou a mão de com força.
- . Voltolini. Sartori. Pode começar a explicar que absurdo foi esse? – fez careta ao ouvir seu nome completo e levantando um pouco a saia do vestido vinho, jogou-se na poltrona larga atrás de si. Nunca havia estado tão exausta após um fim de festa.
- Vou resumir: meus pais querem que eu salve a Itália dessa catástrofe econômica e acreditam que a melhor forma de eu fazer isso é me casando e adiantando a cerimônia de coroação. Até aí tudo bem... não, na verdade nada bem. Acredita que eles queriam me casar com CORIN? Prefiro que me cortem a cabeça ou me amarrem na masmorra do que me casar com esse imbecil. Então, meu pai disse que a única saída era se eu amasse alguém e me casasse com essa pessoa. E o escolhido foi você. Então... parabéns? – Sorriu largamente ao final do resumo e pôde sentir a raiva ao olhar nos olhos claros do amigo.
- , você está fora de si! Eu não vou me casar com você. Você sequer pensou em Enrico?
- SHHHHH! – se apressou em pedi para o amigo falar baixo. – Eu... não posso fazer isso com ele. Você sabe que ele tem a faculdade, . Como posso atrasá-lo dessa forma?
Ao terminar de falar, automaticamente se arrependeu.
- Claro que não. Mas eu posso servir como brinquedo e distração enquanto isso, não é mesmo? – sentiu a amargura na voz do garoto e instantaneamente levantou.
- Me desculpa, eu não quis dizer isso. Sei que você não está estudando porque quer servir, mas pensei que...
- Pensou o que? Que o sonho e os estudos de Enrico valem mais do que as minhas vontades, é isso?
Ela não teve resposta. Ele estava sendo imaturo! Não foi isso que ela quis dizer.
- , por favor, não pense...
- Chega. A minha resposta é não.
Ele não esperou que ela insistisse mais e com uma breve reverência, seguiu seu caminho para o jardim.
~*~
- , posso entrar? – ouviu a voz baixinha de Donnie perguntar. Donatella era sua irmã de nove anos, muito mais esperta que basicamente todos os adultos presentes naquele palácio. sorriu ao olhar pela janela e ver que uma tempestade se aproximava. Donnie não tinha medo dos trovões, mas sabia que a mais velha tinha e então, toda vez que a chuva chegava, ela se esgueirava para o quarto de acreditando que dessa forma, estava a protegendo.
- Pode, baixinha. – bateu com a mão direita ao espaço vazio em sua cama imensa e sem dificuldade alguma, Donnie pulou ali segurando seu urso azul inseparável.
- Uau, você trouxe até o Berrie hoje. Estou importante, hein?
Donnie sorriu e respondeu alegre:
- , me poupe. Você nem sequer gosta desse urso.
Ambas riram e então, Donnie ficou séria.
- Sem querer ouvi você brigando com . Pode me contar o que aconteceu? – cerrou os olhos enquanto a mais nova sorria de forma angelical em sua frente. Eram muito diferentes fisicamente, Donatella tinha grandes olhos verdes e um cabelo liso como seda num castanho claro que quase chegavam em sua cintura. Lembrava muito a mãe, enquanto era a cara de Giorgio. Com olhos castanhos escuros, seu cabelo não era nem liso, nem enrolado, obrigando-a a recorrer ao babyliss todos os dias de manhã, andando sempre com cachos largos e bem moldados no rosto redondo.
- Já não falei pra parar de ouvir as conversas de adulto, Donnie? – a baixinha riu e fez um movimento com a cabeça para o lado.
- Conte logo.
suspirou.
- Papai quer que eu me case. Com Corin.
Os grandes olhos verdes da mais nova ficaram ainda maiores ao ouvir a notícia.
- Meu Deus, que tragédia! Eu teria que ser parente da nojenta da Adrienne. Aquela...
- DONATELLA! Não fale assim da irmã do Corin. Ela é uma criança a-d-o-r-á-v-e-l. – falou devagar para provocar a irmã e depois riu. – Continuando... Ele me deu a opção de casar com outra pessoa, caso eu amasse alguém. Se não, teria de ser com Corin, sem mais.
- E então você contou à ele de Enrico? – O sorriso de Donnie abriu. Adorava Enrico. E também era a única pessoa fora que sabia do relacionamento dos dois.
- Na verdade, não.
Donnie murchou.
- Por que não?
- Entrei em pânico. Pensei que ele me odiaria por atrapalhar sua carreira e seus estudos e então apareceu e eu pensei que... Talvez ele pudesse...
- VOCÊ NÃO FEZ ISSO! – Donnie levou a mão a boca e deixou Berrie cair no chão.
- Sim, eu fiz. E você não pode me julgar.
- , você não pode fazer isso com ! Você sabe o quanto ele quer servir. É tão ou mais injusto do que fazer o mesmo com Enrico, pois ele não tem nenhum tipo de compromisso com você.
- Eu sei, eu sei. Na hora não tive tempo de pensar, Donnie. Eu só... fiz.
As duas ficaram em silêncio por mais ou menos cinco minutos, até Donatella se pronunciar.
- Acho que tive uma ideia. – E sorrindo sorrateiramente, foi até a bancada e pegou papel e caneta. – Vamos ver se você ainda é boa em redação.
não entendia como ela podia ter sido tão egoísta. Na verdade, entendia sim. Porque egoísmo fazia parte da monarquia e a monarquia fazia parte de .
Nunca tinha tido problema algum em ser filho da cozinheira, inclusive sentia muito orgulho da mãe e muita gratidão pela família Voltolini Sartori por sempre terem tratado a si e seu irmão como parte da família. Enrico era um ano mais velho que ele e Amélie, mas os três cresceram brincando juntos, estudando juntos e, sem querer, se apaixonando juntos.
amava , mas também amava Enrico e não sabia como ela podia ter sequer pensado que aquela ideia daria certo. Enrico nunca os perdoaria. nunca poderia servir. Abriria mão de seus sonhos por uma farsa? Não. Já estava decidido quando ouviu duas pequenas batidas na porta.
- Quem é?
- O bicho papão. – riu baixinho com a voz de monstro que Donatella tentou fazer.
- Então, não vai entrar.
Donnie abriu a porta de uma vez e entrou, fazendo gargalhar.
- Me poupe.
- Essa é a sua frase de efeito, né?
- Sim. As pessoas me cansam. – Donatella revirou os olhos e o garoto ergueu a sobrancelha.
- E então, a que devo a honra da sua visita em meus aposentos reais? – Ele sentou na cama e ela continuou em pé a sua frente, ficando assim um na mesma altura do outro.
- Estou tentando consertar a caca que minha irmã fez com você.
emudeceu. Não queria falar sobre aquilo.
- Donnie, eu acho que...
- Shiu! Você pode me ouvir? Não sou a , sou a criança que você mais ama na vida.
não conseguiu evitar e soltou um riso fraco.
- Manda.
A garota tirou um papel do bolso, limpou a garganta e começou:
“Sr. ,
Gostaria de primeiramente me desculpar pela minha babaquice, pelo meu egoísmo e por ter sido rude com você. Em segundo lugar, gostaria de dizer que você é o melhor amigo do mundo e eu prometo não me sentir ofendida por você não querer casar comigo, se me perdoar.
Não me odeie pra sempre.
Beijos,
.”
- E acredite ou não, esse foi o mais próximo que ela conseguiu chegar de um pedido de desculpas decente. Agora, se me dá licença, vou deixar vocês à sós. – Donnie correu até o garoto e sussurrou em seu ouvido:
- Ela está ouvindo tudo atrás da porta.
O garoto apenas assentiu e segurou o papel em sua mão, enquanto assistia Donnie abrir a porta e sair. Esperou um pouco e não entrou. Aguardou mais alguns minutos e nada.
- ?
No mesmo momento, a garota apareceu. Vestindo um pijama de fundo azul, com calça e blusa cheia de cachorrinhos coloridos a menina correu e o abraçou.
- Até que enfim, achei que não fosse me chamar nunca.
não retribuiu o abraço, mas sorriu.
- Então, estou perdoada?
- , sente-se.
A garota sentou na cama de e se acomodou cruzando as pernas.
- Fiquei muito chateado com você, sim. Mas não te odeio. Nunca mais diga isso, está bem?
- Eu sei. Me sinto uma idiota. Entrei em pânico e além de fazer o que não devia, também disse o que não devia... enfim.
Os dois suspiraram.
- Vou dizer ao meu pai que surtei e que aceito me casar com Corin.
se deixou soltar uma exclamação.
- Você prefere se casar com aquele babaca do que contar sobre Enrico?
- , Enrico está estudando em outro país. Nos vemos uma vez ao mês e olhe lá. Como posso fazer isso com ele? Da mesma forma que não é justo com você, não é justo com nenhum de nós. E se é o que tenho que fazer, então é o que farei. E espero que você me apoie.
~*~
- Pai, preciso lhe contar uma coisa. – estava nervosa. Normalmente os cafés da manhã em família eram todos silenciosos e calmos, mas sabia que naquela manhã haveria de tudo, menos silêncio. O rei abaixou a xícara de café e encarou a filha, assentindo para que ela continuasse.
olhou nos olhos de uma única vez antes de começar e teve a impressão de que a invés de aliviado, os olhos dele demonstravam pura aflição. Odiou-se por isso. Odiava que ele pudesse estar se sentindo culpado pelo rumo que sua vida iria tomar dali em diante. Seu sangue era o culpado, não ele.
- Eu e não podemos nos casar.
Juliette soltou um pequeno som com a boca, que entendeu como surpresa.
- Por qual motivo? – O rei passava seu olhar de para em uma rapidez absurda que fez o coração da garota acelerar. Fechou os olhos. Era isso. Não havia história nenhuma para ela. Seu destino seria traçado milimetricamente, assim como o da mãe.
- Porque...
- Porque eu quero pedir sua permissão primeiro, Alteza. – pensou ter alucinado ao ouvir a voz firme de atrás de si.
- Como assim? – A rainha perguntou e então, como se o mundo fosse uma bolha, tudo começou a acontecer lentamente. ajoelhou-se no espaço lateral que havia entre o rei e , engoliu a saliva e disse, convincente:
- Majestade, peço aqui a vossa honra para me casar com . Prometo ser digno de sua confiança, sua lealdade e seu palácio e nunca lhe decepcionar. Vou amá-la e respeitá-la... para o resto das nossas vidas. – pensou que estivesse tendo um pesadelo, mas somente quando buscou sua mão e ela sentiu a quentura de seus lábios nela encostando, deixou as lágrimas escorrerem. Não podia acreditar. Estava tudo errado. Por que ele estava se sacrificando por ela daquela forma? Olhou para Donnie e viu que a pequena também tinha lágrimas nos olhos. Ela entendia.
O rei sorriu verdadeiramente e segurou a mão da esposa, que levou a mão ao coração e com a outra limpou os cantos dos olhos.
- Serei eternamente grato, . Você sempre foi como um filho para nós e é uma honra que tenha conquistado o coração da nossa .
se curvou mais uma vez antes de levantar e dar um beijo na testa da menina.
- Se me dão licença, vou até o jardim.
E assim se retirou, com em seu encalço e com o coração tão acelerado, que ele quase tinha medo de que tivessem ouvido suas batidas.
- Por que fez isso? – perguntou com a voz ainda embargada. As portas do jardim que davam para o grande salão estavam fechadas e ela sabia que ali ninguém poderia ouvi-los.
- Porque eu quis. Porque eu... não posso ver você casar com Corin. Ele não te merece, . E eu prefiro me arriscar assim do que te ver em uma vida inteira de infelicidade. E sim, sei que Enrico vai ficar enfurecido, mas o que posso fazer? Te dei todas as chances de contar a verdade, de pedir à ele, e você não quis. E quem está aqui sou eu. Se sou eu que tenho que te salvar disso, irei.
Ela não acreditava em tudo o que estava ouvindo, muito menos em tudo o que estava acontecendo. Bem ali, à sua frente, uma das melhores pessoas de sua vida estava largando tudo por ela e ainda assim... ela não conseguia entender. Foi até ele e o abraçou com a maior força que pôde. Como se sua alma dependesse daquilo e sua gratidão fosse a maior e melhor coisa que já havia sentido na vida.
O soltou por um breve momento e seus rostos ficaram alinhados, nariz com nariz. Os olhos dele a fitavam com emoção e intensidade, de uma forma que apenas havia visto nos olhos de Enrico, tão claros quanto os de . Seu coração palpitou por um breve segundo e, dando vazão ao momento, encostou quase que minimamente os lábios nos dele. Foi tão rápido que nem sabia se ao menos tinha acontecido.
- Obrigada.
Separaram-se rapidamente e então destruiu completamente a atmosfera em que estava, dizendo:
- Tenho certeza que Enrico vai entender. Bem, não é como se o nosso casamento fosse mudar muita coisa. Eu e você continuaremos amigos. E quando ele vier pra cá, talvez a gente possa...
- Eu amo você. – Ele não pensou antes de interrompê-la.
riu e depois apertou a bochecha direita do garoto.
- Eu também te amo, cabeção.
Ele pensou em explicar pra ela que a amava de todas as formas que um homem pode amar uma mulher. Fazê-la enxergar que não era Enrico quem estava ali pra ela a todo momento e sim ele e que tinha certeza que nem o príncipe da França nem o irmão inteligente poderiam amá-la de forma melhor. E exatamente por isso, decidiu calar. Ela não o amava daquela forma e de certo modo, estava tudo bem. Ele teria uma vida inteira de oportunidades para fazê-la feliz e naquele momento, nunca foi tão bom ser .

Fim.



Nota da autora: (12/06/2015)
Sim, está curtinha. Sim, estou apaixonada. Sim, quero transformar essa fic em long. Alguém me socorre e me dá esse PP pelo amor de Deus???????!!!!!!!!! Não sei vocês, mas eu tenho uma mania de ficar apaixonada pelos meus personagens que não faz sentido algum e só me traz tristeza! Enfim, espero que tenham gostado desse pedacinho de amor. <3
Queria muito agradecer cada uma das meninas que participou do ficstape, à Mari e à That que me apoiaram bastantão na betagem e nas capas, às minhas amigas que leram e opinaram durante o processo de escrita e à você que tirou seu tempinho pra ler mais uma maluquice minha.
Beijinhos e até a próxima!

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Outras fics:

Small Bump - Mcfly/Em andamento (ffobs/s/smallbump.html)
Everlasting – One Direction/Finalizadas (ffobs/e/everlasting.html)
04. Out Of The Woods - Ficstape 1989/Finalizada (fanficobsession.com.br/ficstape/04outofthewoods.html)
16. New Romantics - Ficstape 1989/Finalizada (http://fanficobsession.com.br/ficstape/16newromantics.html)





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