Capítulo Único
Bom, nossa historia começa em pouco mais da metade do ano passado, quando minha irmã recebeu uma mensagem em seu celular dizendo que seu marido estava a traindo…
13 de setembro de 2019
Eu tinha acabado de chegar da faculdade quando pude finalmente colocar meu celular para carregar e notar que haviam algumas ligações perdidas da minha irmã. Desesperada, retornei, pensando que algo de sério pudesse ter acontecido com ela, ou com minha afilhada... Ou com meus pais.
- , por que não me atendeu antes? – ela disse assim que atendeu a ligação.
- Meu celular estava descarregado. – expliquei a ela. – Mas fala o que aconteceu? – ela deu dois suspiros.
- Recebi algumas mensagens no meu celular, dizendo que está me traindo com uma mulher do trabalho dele, e, por mais que ele tenha negado, eu ainda fico com a pulga atrás da orelha. – confessou e eu senti sua aflição.
- Não acho que seja capaz de te trair, , ele parece ser tão bom, e por vezes besta. – disse o meu ponto de vista, e ela suspirou outra vez.
- É isso deve ser coisa da minha cabeça mesmo...
Mas, infelizmente, não era. E o que mais me chocou nessa história toda, foi a capacidade que ele teve de mentir com a casa mais lavada do mundo sobre a suposta traição que foi descoberta poucas semanas a frente...
02 de outubro de 2019
Estava em meu quarto assistindo um filme, quando sinto meu celular vibrar sem parar. Haviam quinze novas mensagens de minha irmã. Quatorze imagens e uma frase no final que dizia “então era verdade”. Ao abrir de fato a conversa, pude ver os prints de mensagens trocadas entre e uma tal garota chamada “Liza”, sobre quando eles se encontrariam para transar novamente. E foi nesse momento que eu descobri que a pior queda é aquela que você não está esperando.
Se eu já não acreditava no amor, foi nesse momento que eu passei a desacreditar mais. E o pior era a explicação do motivo pelo qual ele a pôs um par de chifres com uma mulher qualquer, em cima da cama de sua casa. “Nós não estamos tendo uma vida sexual ativa desde que deu a luz a Annie”. Annie, a filha que ele decidiu que gostaria de ter, e engravidou minha irmã contra a vontade. Annie, a filha que minha irmã deixava com minha mãe durante o dia, enquanto trabalhava, e cuidava da menina quando chegava do trabalho à noite... E o que ele fazia? Bom, ele ficava mexendo no celular e as vezes preparava uma mamadeira. Agora sejamos honestos: que mulher, no auge do seu estresse por conta de uma mudança significante em sua vida, quer saber de transar? Enquanto minha irmã ficava em casa esperando ele voltar, ele estava por aí transando com uma vadia qualquer que também era casada.
- , vamos, não demora. – me pediu enquanto fechava a porta do carro.
- Ok, você tem certeza de que quer fazer isso? – perguntei para desencargo de consciência. Sabia que ela faria com ou sem a minha presença.
- Óbvio, não quero mais as coisas dele dentro de casa. – ela disse ao ligar o carro e partimos em direção a casa de Liza.
Ao chegar em frente ao prédio da mulher que arruinou seu casamento, ela solicitou a entrada, mas Liza já havia sido mais esperta e disse para que o porteiro não a deixasse subir de maneira alguma. Ao contrário de entregar pessoalmente as malas de a ela, ela deixou-as na portaria e, enfim, voltamos para casa.
Acho que poucas coisas na vida me decepcionaram tanto quanto o fato de descobrir que, o casamento que eu usava como espelho e esperança para minha vida amorosa, era, agora, um fiasco. Nunca fui a favor de coisas desse tipo e nunca serei. Ainda mais depois da infância que tive, com um pai que todo fim de semana estava num bar diferente dando ideia para a mulher que o encarasse um pouco mais do que dez segundos. Minha mãe sofreu, e eu a vi sofrer. Mesmo que minha irmã tenha tentado me afastar de toda essa confusão, haviam momentos que era realmente impossível. E então, no auge dos meus oito anos de idade eu já tinha decidido que jamais eu deixaria algum homem fazer comigo o que meu pai fazia com minha mãe. Ou, agora, com minha irmã.
- ? – bati na porta ao ouvi-la chorar.
- Pode entrar. – ela sussurrou de dentro do quarto.
- Eu não sei o que fazer. – seu rosto estava vermelho de tanto chorar, enquanto Annie dormia no berço improvisado ao lado de sua cama, na casa de nossos pais.
- Você não precisa pensar nisso agora. Você tem o seu tempo para decidir que medida tomar. – eu a abracei. – e não importa qual seja a sua decisão, eu vou estar aqui por você. – ela assentiu, e soluçou mais uma vez, pondo mais lágrimas para fora.
Eu estava indignada demais com a decisão que ela havia tomado. Ela decidira voltar para o canalha e não tinha nada que eu poderia fazer para fazê-la mudar de ideia. E eu sei que o único motivo de ela ter aceitado o babaca de volta foi Annie. Ela não queria que a pequena Annie crescesse em meio a tanta dor e sofrimento, sabendo desde bebê que seu pai fora um lixo humano. Mas não podia xingá-lo, ou então gritar com ela sobre o quão errado tudo aquilo era.
- E ai, o que você decidiu? – perguntei pelo telefone e a ouvi suspirar.
- Eu decidi que vou voltar com ele, pela bebê. – ela confessou.
- E vale a pena passar por todo esse sofrimento? Quer dizer, acredito que seja barra para Annie crescer sem o pai, mas o que ele fez...
- Não quero que ela passe por isso. – Ela me interrompeu. – Quando você for mãe, você vai entender o que é isso, .
O que nos traz então a cena de hoje. Meu aniversário. Decidimos vir ao Karaokê com alguns amigos. Deveria ser uma noite divertida, mas infelizmente eu estava com nenhuma paciência para o homem fingindo que se importava com a família, que estava sentado ao lado da pessoa que eu considerava uma rainha.
Lembrei-me de uma música que tinha justamente o que eu gostaria de dizer para ele. E ele entenderia muito, muito bem a mensagem. E, se eu estivesse na posição que ele se encontra agora, ficaria um tanto mais esperto se tratando das pessoas com quem ele está lidando. Foi muita coragem trair a filha de um dos maiores agiotas da cidade. Uma mulher, membro de uma família com tantos históricos no crime. Requer coragem até demais.
Coloquei meu nome na lista e aguardei ser chamada. Ao ouvir os acordes, comecei a cantar.
Oh, that boy so scandalous
(Oh, esse garoto é tão escandaloso)
Yeah, he broke my girls heart and he was on to the next
(Sim, ele partiu o coração da minha amiga e estava partindo para outra)
He was cheating on the low in the club all night
(Ele estava traindo Escondido na balada a noite toda)
Never seen my girl so messed up, yeah
(Nunca vi minha amiga tão perturbada)
Olhei para a cara dele e ele já sabia o que estava acontecendo. Minha irmã me olhou como se me repreendesse, mas eu não ia parar. Não até ele entender a mensagem.
You know I'll been watching you
(Você sabe que vou ficar de olho em você)
'Cause she's the baddest thing to ever happen to ya
(Porque ela é a coisa mais incrível que aconteceu com você)
And that's the truth
(E essa é a verdade)
Don't make me have to hurt ya
(Não me obrigue a te machucar)
'Cause I know right now we're cool
(Porque eu sei que agora nós estamos numa boa)
But If I ever hear your mess this up
(Mas se eu descobrir que você pisou na bola)
I'm comin' after you
(Eu vou atrás de você)
E ao cantar a última frase o encarei e passei a mão no pescoço, simulando o que eu mais gostaria de fazer no momento: cortar sua cabeça e o matar.
I'll be there for my girl always
(Eu vou estar lá para minha amiga sempre)
She mean the whole world to me
(Ela significa o mundo para mim)
All she want is your loyalty
(Tudo o que ela quer é sua lealdade)
She want better, she don't want another, 'nother mistake
(Ela quer o melhor, ela não quer outro, outro erro)
You better not risk it
(É melhor você não arriscar)
Eu estava tão concentrada na minha canção de ameaça, que não percebi que havia pessoas que conheciam a letra da música e, agora cantavam comigo, o que seria perfeito para o bridge que estava por vir. Os caras no karaokê cantavam a parte, que na música, homens cantam, enquanto as garotas cantavam junto de mim.
Oh, oh, love her right
(Oh, oh, ame ela direito)
Oh, oh, she'll be gone tonight
(Oh, oh, ela vai embora hoje a noite)
Ao acabar a música voltei para meu lugar, peguei meu drink e tomei um belo gole pelo canudo, olhei em seus olhos e vi pânico. Ele queria sair dali e eu estava satisfeita com a reação.
- Eu espero que tenha entendido a mensagem. – Dei uma piscadela e ele apenas assentiu.
13 de setembro de 2019
Eu tinha acabado de chegar da faculdade quando pude finalmente colocar meu celular para carregar e notar que haviam algumas ligações perdidas da minha irmã. Desesperada, retornei, pensando que algo de sério pudesse ter acontecido com ela, ou com minha afilhada... Ou com meus pais.
- , por que não me atendeu antes? – ela disse assim que atendeu a ligação.
- Meu celular estava descarregado. – expliquei a ela. – Mas fala o que aconteceu? – ela deu dois suspiros.
- Recebi algumas mensagens no meu celular, dizendo que está me traindo com uma mulher do trabalho dele, e, por mais que ele tenha negado, eu ainda fico com a pulga atrás da orelha. – confessou e eu senti sua aflição.
- Não acho que seja capaz de te trair, , ele parece ser tão bom, e por vezes besta. – disse o meu ponto de vista, e ela suspirou outra vez.
- É isso deve ser coisa da minha cabeça mesmo...
Mas, infelizmente, não era. E o que mais me chocou nessa história toda, foi a capacidade que ele teve de mentir com a casa mais lavada do mundo sobre a suposta traição que foi descoberta poucas semanas a frente...
02 de outubro de 2019
Estava em meu quarto assistindo um filme, quando sinto meu celular vibrar sem parar. Haviam quinze novas mensagens de minha irmã. Quatorze imagens e uma frase no final que dizia “então era verdade”. Ao abrir de fato a conversa, pude ver os prints de mensagens trocadas entre e uma tal garota chamada “Liza”, sobre quando eles se encontrariam para transar novamente. E foi nesse momento que eu descobri que a pior queda é aquela que você não está esperando.
Se eu já não acreditava no amor, foi nesse momento que eu passei a desacreditar mais. E o pior era a explicação do motivo pelo qual ele a pôs um par de chifres com uma mulher qualquer, em cima da cama de sua casa. “Nós não estamos tendo uma vida sexual ativa desde que deu a luz a Annie”. Annie, a filha que ele decidiu que gostaria de ter, e engravidou minha irmã contra a vontade. Annie, a filha que minha irmã deixava com minha mãe durante o dia, enquanto trabalhava, e cuidava da menina quando chegava do trabalho à noite... E o que ele fazia? Bom, ele ficava mexendo no celular e as vezes preparava uma mamadeira. Agora sejamos honestos: que mulher, no auge do seu estresse por conta de uma mudança significante em sua vida, quer saber de transar? Enquanto minha irmã ficava em casa esperando ele voltar, ele estava por aí transando com uma vadia qualquer que também era casada.
- , vamos, não demora. – me pediu enquanto fechava a porta do carro.
- Ok, você tem certeza de que quer fazer isso? – perguntei para desencargo de consciência. Sabia que ela faria com ou sem a minha presença.
- Óbvio, não quero mais as coisas dele dentro de casa. – ela disse ao ligar o carro e partimos em direção a casa de Liza.
Ao chegar em frente ao prédio da mulher que arruinou seu casamento, ela solicitou a entrada, mas Liza já havia sido mais esperta e disse para que o porteiro não a deixasse subir de maneira alguma. Ao contrário de entregar pessoalmente as malas de a ela, ela deixou-as na portaria e, enfim, voltamos para casa.
Acho que poucas coisas na vida me decepcionaram tanto quanto o fato de descobrir que, o casamento que eu usava como espelho e esperança para minha vida amorosa, era, agora, um fiasco. Nunca fui a favor de coisas desse tipo e nunca serei. Ainda mais depois da infância que tive, com um pai que todo fim de semana estava num bar diferente dando ideia para a mulher que o encarasse um pouco mais do que dez segundos. Minha mãe sofreu, e eu a vi sofrer. Mesmo que minha irmã tenha tentado me afastar de toda essa confusão, haviam momentos que era realmente impossível. E então, no auge dos meus oito anos de idade eu já tinha decidido que jamais eu deixaria algum homem fazer comigo o que meu pai fazia com minha mãe. Ou, agora, com minha irmã.
- ? – bati na porta ao ouvi-la chorar.
- Pode entrar. – ela sussurrou de dentro do quarto.
- Eu não sei o que fazer. – seu rosto estava vermelho de tanto chorar, enquanto Annie dormia no berço improvisado ao lado de sua cama, na casa de nossos pais.
- Você não precisa pensar nisso agora. Você tem o seu tempo para decidir que medida tomar. – eu a abracei. – e não importa qual seja a sua decisão, eu vou estar aqui por você. – ela assentiu, e soluçou mais uma vez, pondo mais lágrimas para fora.
Eu estava indignada demais com a decisão que ela havia tomado. Ela decidira voltar para o canalha e não tinha nada que eu poderia fazer para fazê-la mudar de ideia. E eu sei que o único motivo de ela ter aceitado o babaca de volta foi Annie. Ela não queria que a pequena Annie crescesse em meio a tanta dor e sofrimento, sabendo desde bebê que seu pai fora um lixo humano. Mas não podia xingá-lo, ou então gritar com ela sobre o quão errado tudo aquilo era.
- E ai, o que você decidiu? – perguntei pelo telefone e a ouvi suspirar.
- Eu decidi que vou voltar com ele, pela bebê. – ela confessou.
- E vale a pena passar por todo esse sofrimento? Quer dizer, acredito que seja barra para Annie crescer sem o pai, mas o que ele fez...
- Não quero que ela passe por isso. – Ela me interrompeu. – Quando você for mãe, você vai entender o que é isso, .
O que nos traz então a cena de hoje. Meu aniversário. Decidimos vir ao Karaokê com alguns amigos. Deveria ser uma noite divertida, mas infelizmente eu estava com nenhuma paciência para o homem fingindo que se importava com a família, que estava sentado ao lado da pessoa que eu considerava uma rainha.
Lembrei-me de uma música que tinha justamente o que eu gostaria de dizer para ele. E ele entenderia muito, muito bem a mensagem. E, se eu estivesse na posição que ele se encontra agora, ficaria um tanto mais esperto se tratando das pessoas com quem ele está lidando. Foi muita coragem trair a filha de um dos maiores agiotas da cidade. Uma mulher, membro de uma família com tantos históricos no crime. Requer coragem até demais.
Coloquei meu nome na lista e aguardei ser chamada. Ao ouvir os acordes, comecei a cantar.
(Oh, esse garoto é tão escandaloso)
Yeah, he broke my girls heart and he was on to the next
(Sim, ele partiu o coração da minha amiga e estava partindo para outra)
He was cheating on the low in the club all night
(Ele estava traindo Escondido na balada a noite toda)
Never seen my girl so messed up, yeah
(Nunca vi minha amiga tão perturbada)
(Você sabe que vou ficar de olho em você)
'Cause she's the baddest thing to ever happen to ya
(Porque ela é a coisa mais incrível que aconteceu com você)
And that's the truth
(E essa é a verdade)
Don't make me have to hurt ya
(Não me obrigue a te machucar)
'Cause I know right now we're cool
(Porque eu sei que agora nós estamos numa boa)
But If I ever hear your mess this up
(Mas se eu descobrir que você pisou na bola)
I'm comin' after you
(Eu vou atrás de você)
(Eu vou estar lá para minha amiga sempre)
She mean the whole world to me
(Ela significa o mundo para mim)
All she want is your loyalty
(Tudo o que ela quer é sua lealdade)
She want better, she don't want another, 'nother mistake
(Ela quer o melhor, ela não quer outro, outro erro)
You better not risk it
(É melhor você não arriscar)
(Oh, oh, ame ela direito)
Oh, oh, she'll be gone tonight
(Oh, oh, ela vai embora hoje a noite)
- Eu espero que tenha entendido a mensagem. – Dei uma piscadela e ele apenas assentiu.
Fim.
Nota da autora: Ei lindxs! Eu cai mega de paraquedas nessa musica, então espero que vocês tenham gostado da leitura. <3
Outras Fanfics:
Em andamento:
Oxford University [Bandas, One Direction, Restrita]
Falling In Love Again [Cantores, Shawn Mendes, Restrita]
Outras Fanfics:
Em andamento:
Oxford University [Bandas, One Direction, Restrita]
Falling In Love Again [Cantores, Shawn Mendes, Restrita]