07. Somebody to Love

Finalizada em: 08/08/2018

Capítulo Único

13 de maio de 2013

'Essa é a Detetive Autier, veio transferida da delegacia 56.' Dizia Edgar Andrews, o capitão da delegacia.
'Seja bem-vinda Detetive, estamos muito lisonjeados por tê-la em nossa equipe.' Um homem de aproximadamente uns quarenta anos disse sorridente, lhe estendendo a mão em forma de um cumprimento.
retribuiu o sorriso e imediatamente lhe estendeu a mão.
Ela o analisava com muita atenção, primeiro as vestimentas, depois bloco de papel em sua mão para anotações, o distintivo pendurado no bolso de sua camisa social e por último, o fato de ser o único na sala do capitão com ela. Concluiu que ele era o sargento responsável pelo esquadrão.
'O Sargento Miller ficará responsável por lhe passar todas as informações necessárias.' Ela afirmou com a cabeça, mostrando que estava ouvindo cada palavra do novo chefe.
'Qualquer dúvida, minha sala estará de portas abertas. Agora, se me derem licença, preciso fazer uma ligação para a prefeitura.' Disse o mais velho, claramente expulsando-os educadamente de sua sala.
'Obrigada.' Murmurou a detetive antes de sair da sala seguindo o sargento.
'Autier? Aquela Autier?' A moça ouviu sussurrarem. A conversa parou no momento em que notaram a presença deles.
'Esquadrão, preciso de um minuto da atenção de vocês.' Disse Miller, atraindo o olhar de todos. 'Essa é a Detetive Autier, veio transferida para fazer parte da nossa equipe. Espero que possam ajudá-la nessa fase de adaptação. Essas são as detetives Josie Gomes e Hanna Deleasa.' Ambas sorriram para a nova colega de trabalho. 'Os detetives Dylan Crawford, Harry Sloan e .' Continuou o chefe, sempre indicando a quem estava se referindo. O mesmo mostrou-lhe as dependências da delegacia, como as salas de arquivo, de interrogatório e de reunião. Os outros departamentos localizados nos outros andares, os estacionamentos e a cozinha. Foi um verdadeiro tour. Além de conhecer o ambiente, o Sargento lhe contou um breve resumo dos últimos casos mais importantes e do que eles estavam trabalhando agora. Ele também comentou que o detetive que ela estava substituindo havia se aposentado e que a vaga havia ficado alguns meses aberta antes de ela preencher. Ficou feliz por não ter sido nenhuma desgraça.
estava profundamente agradecida com a atenção que estava recebendo, estava morrendo de medo que a jogassem ali sem nenhum rumo a seguir. Então, quando foi muito bem recebida pelos superiores, viu que a vida ali não seria tão difícil assim.

14 de maio de 2013

'Estou sentindo que hoje terá um caso do tamanho de minha grandiosidade.' Tal frase atraiu a atenção de .
Detetive havia acabado de entrar na sala de reuniões quando proferiu tal absurdo.
'Cale a boca, .' Resmungou Crawford. 'Sabemos que qualquer caso que valha a pena será passado para mim.'
'Não dessa vez, meu querido, não dessa vez.' Respondeu sentando-se ao lado de na segunda fileira de mesas.
'Bom dia.' Disse para a moça sentada na cadeira ao lado.
'Bom dia.' Ela respondeu.
'Hoje temos um caso um tanto quanto peculiar.' Disse o Sargento assim que entrou na sala atraindo a atenção de todos os presentes. 'O cemitério West Memorial abriu um boletim de ocorrência reportando o roubo de quatro corpos do mausoléu da família do deputado Hartman. Não há sinais de arrombamento na porta principal, nem movimentação nas câmeras de segurança, portanto, não se sabe como esses corpos foram retirados do local. , Autier, vocês ficarão responsáveis pela investigação. Contatem o deputado para colher informações e conversem com o pessoal responsável pelo cemitério.'
Ambos concordaram com as ordens. Seria o primeiro caso de após meses afastada. Obviamente, ela estava nervosa. Entretanto, estar ali a fazia sentir-se viva. E, era o que ela mais precisava.
'Eu não sei como você trabalha, mas eu gosto de seguir um determinado roteiro. Espero que isso não a incomode.' Disse o rapaz enquanto deixavam a sala.
'Fique à vontade.' Deu de ombros. Ela sentou-se e esticou as pernas sobre a mesa.
'Tem um pequeno gasto na cabeça dos parafusos que seguram a porta do mausoléu.' Disse enquanto analisava as fotos que havia no arquivo que recebeu. 'E um deles não é do mesmo modelo. Veja na foto 32.'
'Você acha que desparafusaram as portas e ninguém viu?'
'É nítido que alguém de dentro está envolvido. Como os corpos foram retirados é bem óbvio, devemos nos prender no motivo.' Disse a moça após terminar de ler o arquivo feito pelos policiais que atenderam a ocorrência.
'O primeiro passo seria buscar informações dos funcionários.' Continuou, ignorando completamente o fato de que o rapaz tinha passos a seguir.
'Tudo bem.' Ele concordou.
Foda-se o roteiro, pensou. Queria ver como ela trabalhava. Tinha ficado curioso. 'Eu dirijo ou você?' Perguntou.
'Eu.' Disse ela levantando-se e pegando as chaves da viatura que estavam sobre a mesa do rapaz. Ele sorriu e concordou.
Seria um dia muito interessante.

22 de maio de 2013

', você precisa ir. Vamos, , diga que ela precisa ir.' Hanna empurrou o amigo. 'Diga que as festas em minha casa são as melhores.'
'Você não irá se arrepender. Hanna sempre dá vexame.' Ele disse atraindo um olhar feio da amiga que fez rir.
Em poucos dias, ela havia se aproximado dos dois detetives. Todos os dias, após o expediente, eles queriam fazer alguma coisa e praticamente a obrigavam ir junto.
Não que se importasse, gostava de poder viver tudo isso que eles estavam lhe proporcionando. Eram ótimas pessoas. Hanna e eram amigos há anos, haviam feito a academia juntos e estavam ali na delegacia desde que se formaram. Tinham uma amizade muito interessante e estavam fazendo o possível para incluí-la.
'Ok. Eu posso ir. Só não estou a fim de ficar conversando sobre eu precisar de um namorado.'
'Mas você precisa! também precisa, eu também preciso. É um sofrimento que temos em comum.' Disse a moça enquanto entravam no elevador.
'Eu não preciso. Estou muito bem.' disse.
'Oh, está fodendo.' Hanna disse animada.
'Sempre soube que havia um escorpiano aí dentro.' entrou na onda da amiga.
'Não acredito que você não contou para nós.'
'Eu não fico espalhando essas coisas por aí.' O rapaz respondeu querendo parecer ofendido, porém sem êxito. O que fez as moças rirem.
'Você terá que contar tudo para nós essa noite.' Hanna respondeu enquanto saiam do elevador.
'Ainda bem que temos uma garrafa de tequila.' Ele comemorou.
'Amém!' Respondeu rindo dos dois.

16 de julho de 2013

', você está bem?' Perguntou assim que a moça se sentou junto a ele e Deleasa no bar. Haviam sido os primeiros a chegar, como sempre.
'Estou. Por quê?' Respondeu observando-os um pouco confusa pela pergunta.
'Parece cansada.' Concluiu o rapaz. E por um momento deixou seus ombros relaxarem. Estava extremamente cansada.
'E estou.' Murmurou. 'Achei que estaria pronta para voltar a minha rotina depois do acontecido. Mas a verdade é que estou tão cansada que até meus ossos doem.
'Você poderia falar com o capitão.' Hanna disse. Já havia notado que a amiga não estava muito bem há alguns dias.
'Poderia ficar fora das ruas por um tempo.' a observava atentamente.
'Não! Se eu ficar cuidando somente da papelada ficarei louca.'
A conversa foi interrompida pelo toque de celular de Hanna, que pediu licença para atendê-lo.
'Sabe, cada manhã, quando eu acordo é como se um pedaço de mim morresse. Às vezes mal consigo ficar em pé, às vezes me olho no espelho e choro. Pergunto para Deus porque ele fez isso. Por que não me ajudou no momento em que mais lhe pedi?' respirou fundo para conter suas lágrimas. Falar sobre como se sentia em relação ao seu irmão morto não era fácil.
'Passei quase um ano afastada das ruas na antiga delegacia. E quando voltei perdi totalmente a noção e entrei em pânico no meio de uma perseguição. Disseram que eu estava enlouquecendo, que eu havia perdido o bom senso, dentre outras coisas. Não os culpei, eu deveria ter tirado a licença como foi recomendado.' passou a mão pelas bochechas para limpar as lágrimas.
'Agora é como se eu não sentisse nada, sabe? Como se eu tivesse perdido o meu ritmo. Estou tentando trabalhar duro para ocupar a minha cabeça. Só que tem dias...' Ela suspirou.
'Tem dias que isso não é o suficiente.' Concluiu ele e ela apenas concordou.
sabia da história. Bom, sabia o que tinham informado ao departamento. Entretanto, nunca havia parado para pensar em como havia se sentido vendo seu irmão ser torturado e morto em sua frente. Se estivesse em seu lugar talvez nem conseguisse voltar a exercer a profissão.
'Desculpa.' Ela murmurou depois de alguns minutos em silêncio. 'Não queria ter lhe usado para desabafar. Eu só...'
'Não tem problema.' Ele a interrompeu segurando sua mão que estava sobre a mesa. 'Você pode conversar comigo sempre que quiser. Sou um ótimo ouvinte. Porém, péssimo com conselhos.' Continuou, arrancando um pequeno sorriso da moça.
'Obrigada.' Respondeu ela. A angústia misturada com a culpa dentro do seu peito era tão grande que acreditava que jamais iria conseguir sentir-se em paz.
Se tivesse feito alguma coisa, pensou.
Mal se deu conta de que havia voltado a chorar. Estava perdida naqueles pensamentos novamente.
'Ei, .' Sentiu o rapaz envolver-lhe num abraço. Que ela imediatamente correspondeu. Escondeu o rosto em seu peito e permitiu-se chorar.
não sabia o que fazer ou falar. Não sabia como era a sua dor. Tampouco havia sentido algo parecido.
Então, permaneceu ali, em silêncio apenas confortando-a. Assim que avistou os colegas de trabalho e eles notaram a situação, sinalizou para que não se juntassem a eles. Felizmente, Dylan era ótimo com leitura labial e entendeu o recado, passando-o para os colegas. Alguns minutos depois, todos se retiraram pela mesma porta que haviam entrado.
sabia que não deveria ter desabado. Não ali, não com ele.
Sabia que muitas versões do acontecido haviam sido contadas e não fazia ideia qual delas conhecia. Talvez ele tivesse ouvido a que ela afogou o irmão para receber a herança dos pais e agora a estava achando uma fingida.
Soltou-se imediatamente do abraço e limpou seu rosto antes de pegar a bolsa e levantar.
'Eu, eu preciso ir embora.' Disse dando as costas para o rapaz.
Ele encarou a moça confuso e correu para alcançá-la.
'.' Chamou e ela o ignorou, procurando as chaves de seu carro na bolsa.
', espere, por favor.' Chamou outra vez.
'Estou indo para casa, .' Respondeu abrindo a porta do carro.
'Eu não acho seguro você dirigir nesse estado.' Parou ao lado da porta do motorista, evitando que ela fechasse e fosse embora.
'Estou bem.' Respondeu ela tentando, com as mãos trêmulas, colocar a chave do carro na ignição.
'Passe para o outro banco. Eu te levo.'
'Não precisa. Você está de carro, não pode deixá-lo aí.' Negou. Não queria que ele presenciasse isso. Mais do que já havia.
'Não tem problema.' Insistiu.
'Você precisa dele para vir trabalhar amanhã.' Falou como desculpa.
'Dylan mora um andar acima do meu, posso pegar uma carona.'
Ele tinha resposta para tudo, pensou.
'Vamos, passe para o banco do passageiro. Não irei te deixar assim.' Insistiu mais uma vez e ela, cansada demais para continuar discutindo, fez o que lhe foi pedido.
Permaneceram o trajeto todo em silêncio. O único som dentro do automóvel era do choro da moça. Que, por mais que tentasse parar, não conseguia.
Não se opôs quando ele lhe pediu as chaves do estacionamento, nem quando disse que subiria com ela até seu apartamento e nem quando disse que lhe faria companhia até se acalmar.
pediu licença assim que entraram em sua casa, precisava de um banho. O rapaz concordou e disse que pediria alguma coisa para jantarem.
Permitiu-se chorar e perder-se em pensamentos novamente assim que abriu o chuveiro. Voltando para a realidade somente quando ouviu o rapaz bater na porta do banheiro perguntando se estava tudo bem.
Não fazia ideia do quanto tempo estava ali, só sabia que era bastante, pois as pontas de seus dedos estavam enrugadas. Terminou de se lavar e saiu do banho. Assim que saiu, fechou a porta de seu quarto e vestiu uma roupa qualquer. Pegou dois comprimidos do potinho que estava na cabeceira de sua cama e os engoliu sem água. Precisava relaxar e um comprimido não faria efeito.
No momento em que abriu a porta do quarto sentiu um cheiro maravilhoso de pizza que fez a sua barriga roncar.
'Comprei pizza de calabresa.' Disse o rapaz assim que notou a presença da moça. 'Não sabia qual sabor você gostava e optei pelo clássico.'
'Calabresa está ótimo. Obrigada, .' Respondeu sentando-se no sofá ao lado do rapaz. 'Obrigada por tudo.'
'Você quer conversar sobre o que aconteceu?' Perguntou o rapaz.
'Não. Eu só quero me distrair um pouco.' Respondeu ela enquanto pegava um pedaço de pizza da caixa que estava sobre a mesinha de centro.
'Fale sobre qualquer coisa. Qualquer bobeira, eu sei que você gosta.' Disse de boca cheia fazendo o rapaz rir.
'Você já está cansada das minhas histórias. Podemos ver um filme, você poderia dar uma chance para O Poderoso Chefão.' Ele também pegou um pedaço de pizza para comer.
'Não estou tão deprimida assim.' Respondeu e o rapaz riu novamente.
'Vamos procurar por algo na netflix.' Continuou ela e ele concordou.
Não sabia o porquê, mas ele sentia-se incrivelmente bem e confortável estando ali com ela. Era como se pudesse ser ele mesmo sem qualquer julgamento. observava a ruiva que estava muito concentrada olhando o catálogo de filmes. Seus olhos ainda estavam inchados e seus cabelos estavam molhados, fazendo com que o cheiro de baunilha de seu shampoo ficasse mais forte. A moça vestia um casaco velho de Harvard e calças de moletom. Estava mais bonita do que nunca.
'O que foi?' Perguntou a moça quando notou que ele a encarava com um sorriso estranho no rosto.
'Nada! Já escolheu?'
'Oh, sim! Mas é uma série. Veja o trailer.' Respondeu dando play no resumo na série que havia achado.

09 de novembro de 2013

'Hoje é meu aniversário!' Disse assim que entrou no escritório. 'Então, por favor, me deem parabéns. Os presentes podem ser deixados em minha mesa.' Continuou.
Algumas pessoas foram imediatamente cumprimentá-lo. Entretanto, os que sabiam da festa surpresa planejadas por Dylan, simplesmente ignoraram. O que deixou muito frustrado.
'Está tudo certo para hoje, Autier?' Sussurrou Dylan enquanto comia uma maçã na sala de descanso.
'Sim. Eu só não sei se ele vai acreditar quando eu ligar.'
O plano era: todos iriam embora, como sempre. Entretanto, dessa vez, iria junto com eles, alegando que teria um encontro com Louis. Louis era um rapaz fictício que Dylan e Harry criaram para simular um romance com ela. Fizeram contar toda uma história de como havia dado um match com ele num aplicativo de relacionamento e que o conheceria neste dia.
Mais ou menos meia hora depois, ela ligaria para ele dizendo que Louis era um babaca e que ela precisava de sua ajuda para se livrar do rapaz.
Todos concordaram que ele largaria tudo para ajudá-la. Ela passaria o endereço e quando ele chegasse encontraria sua festa surpresa.
O plano era mirabolante, mas talvez desse certo. Sabia que iria amar uma festa surpresa.
'Claro que vai. Ele é afim de você. Vai correr feito um cachorrinho quando você chamar.'
'Até parece.' Ela respondeu.
'Até parece? Ele está um saco a semana inteira porque está com ciúmes.' O loiro disse fazendo-a revirar os olhos.
'Pare de viajar.' Disse a moça antes de dar mais uma mordida na fruta e sair da sala.

~

'Chefe, hoje não ficarei fazendo horas extras.' Disse ao Capitão que estava sentado ao seu lado vendo algumas anotações no computador.
Na verdade, era tudo parte do plano.
'Sério? Aconteceu alguma coisa?' Ele perguntou fingindo surpresa.
Não teve um dia que não ficasse mais que o seu expediente. Se fosse uma situação normal, ele com certeza ficaria surpreso.
'Ela tem um encontro.' Disse . O incômodo em sua voz era nítido.
'Cale a boca, .'
'Não estou mentindo.'
'Vai deixar de trabalhar para ir a um encontro?' O chefe perguntou.
'Posso desmarcar se for necessário.' Murmurou a moça.
'Deveria. Ainda não terminamos a papelada do caso Montrese.' Disse .
'Não. Pode ir, Autier. é capaz de terminar isso sozinho. Espero que aproveite.' Respondeu o Capitão.
'Como assim?' O choque era nítido no rosto do rapaz. Deus, ele era muito previsível.
'Muito obrigada!' agradeceu antes de pegar suas coisas para ir embora.
Assim que saiu da delegacia mandou uma mensagem para Dylan falando que a parte um estava concluída.
Após isso foi para casa tomar um banho rápido. Não iria para uma boate vestindo roupas de trabalho.
Dentre as opções de vestimenta que tinha, optou por um vestido preto reto, bem sixties, que ela adorava. Passou uma base bem poderosa, rímel, blush e um batom bem vermelho. Deixou que os cabelos secassem sozinhos, pois se atrasaria muito se fizesse o contrário.
Logo que chegou no local, antes mesmo de entrar, ligou para . Que a atendeu no segundo toque.
'Aconteceu alguma coisa?' Ele sabia que ela não ligaria para ele no meio de um encontro se não tivesse um motivo.
'Preciso que venha até aqui. Ele me trouxe para uma boate e, eu estou achando muito estranho. Acho que ele sabe que sou policial, pode ser uma emboscada. Me escondi no banheiro e não sei por quanto tempo posso ficar aqui sem que ele me ache.' Poderia ter criado uma história, pensou. Era uma péssima mentirosa mesmo.
'Merda. Eu disse que isso não daria certo. Me envie sua localização. Não saia do banheiro.' Disse antes de desligar o telefone. Autier imediatamente enviou sua localização e entrou na boate. Logo avistou o camarote que eles haviam reservado. Tinha uma faixa bem grande parabenizando-o, além de vários balões. Sabia que ele amaria aquela cafonisse, riu sozinha.
'Olha só se não é a francesa mais linda desse mundo.' Dylan bêbado disse e ela revirou os olhos.
'Já está louco?' Perguntou cumprimentando-o com um beijo na bochecha.
'Vish, estou looooooonge de estar louco. Ele está vindo?'
'Sim. Deve estar chegando na verdade.'
'Eu disse que ele viria correndo atrás de você. Saiba que eu faria o mesmo. Aliás, faria melhor. Jamais teria te deixado sair com Louis.'
'Cale a boca, desde quando você poderia opinar? Se enxerga.' Empurrou o loiro que ficou rindo sozinho.
'Hanna!' Chamou atraindo a atenção da amiga que vestia um vestido dourado que caia perfeitamente em seu corpo de modelo. 'Você está maravilhosa!'
'Olha quem fala.' A moça a abraçou. 'Vem, estamos tomando shots.' A ruiva olhou para a mesa e tinha vários shots nas cores azul, vermelho e verde.
'Do quê?'
'Não sei. Só bebe.' Disse autoritária. riu e tomou um de cada cor. Sentiu a bebida descer queimando.
'Cadê ?' Perguntou Josie juntando-se a elas.
'Deve estar chegando. Liguei faz uns 15 minutos.' Sentiu seu celular vibrar. O retirou da bolsa e viu o nome do rapaz brilhando na tela. Mostrou para os colegas que pararam imediatamente o que estavam fazendo para recebê-lo.
foi até a grade do camarote e o avistou na porta do clube.
'Onde você está?' Ele disse assim que ela atendeu.
'Olhe para frente.' Ele imediatamente virou e a moça acenou. olhou para o camarote onde os colegas estavam e riu sozinho.
'Não acredito.' O rapaz disse ainda na linha.
'Feliz aniversário.' Ela respondeu.
sabia que não iriam deixar seu aniversário passar em branco. Desligou a chamada e foi de encontro a eles.
'Vocês são demais.' Disse o aniversariante.
'Você é que é demais, irmãozinho.' Dylan o abraçou.
'Acreditou que íamos deixar seu aniversário passar, né?' Hanna falou.
'Eu sabia que estavam preparando algo. Não sou uma pessoa esquecível.' se gabou.
, que já estava levemente alcoolizada, observava enquanto o rapaz cumprimentava os convidados. Estava um pouco mais afastada, por isso tinha esse privilégio.
Ele vestia a mesma roupa que havia usado para trabalhar, obviamente. Entretanto, parecia ainda mais bonito do que durante o dia. Sua camisa estava com dois botões abertos e um pouco amassada. Seus cabelos completamente desgrenhados. E ainda havia um bônus, a maldita jaqueta de couro.
'Então o Louis?' Foi a primeira pergunta dele assim que se aproximou dela.
'Dylan era Louis.' Sorriu.
'Claro que era.' Ele riu negando com a cabeça. 'Me enganaram direitinho. Você não faz ideia do quanto eu fiquei preocupado.' Seus olhos estavam fixos nela e um calor subiu por todo o seu corpo. Sua mente fértil já havia imaginado milhões de coisas impuras que gostaria de fazer com ele.
'Desculpa.' Murmurou. 'Não queria que ficasse agitado com isso.'
'Não teria como não ficar, né. Não sei o que faria se algo tivesse realmente acontecido com você.'
'Eu sei que ela está maravilhosa, mas você tem que dar atenção aos seus companheiros.' Dylan passou o braço sobre os ombros do aniversariante.
'Ele está muito engraçadinho hoje.' falou.
'Eu imagino.' riu. 'Mais tarde conversamos, tudo bem?' Ela concordou com a cabeça. E ele foi junto com o amigo desfrutar de sua festa.
Após alguns drinks e algumas conversas, os detetives resolveram que desceriam para a pista dançar. Todos já estavam bêbados o suficiente para não se preocuparem com mais nada, apenas com a festa.
Música vem, música vai. se aproximou da ruiva que dançava sozinha com os olhos fechados.
'Esqueci de dizer o quanto você está bonita hoje.' Disse ele no ouvido da moça fazendo-a sorrir. Ele pousou uma mão em sua cintura e começou a dançar com ela.
tinha plena consciência que só estava fazendo aquilo por conta da coragem que a bebida havia lhe dado. Estava há meses criando coragem apenas para chamá-la para um jantar, quanto mais dançar junto a ela daquele jeito, na frente de todo mundo.
Ele colocou o rosto no cabelo da moça e inalou aquele cheiro de baunilha que ele achava maravilhoso. colocou sua mão sobre a dele a respirou fundo. Seu coração estava acelerado.
'Por favor, arrumem um quarto.' Hanna gritou ao lado deles e eles imediatamente se afastaram.

21 de novembro de 2013

'.' Chamou atraindo a atenção da moça sentada na mesa em sua frente. Estava quase no final de seu expediente e ela estava finalizando a papelada do último caso que havia resolvido.
'Oi.' Ela o olhou e por um momento, toda a coragem que ele havia passado dias criando se esvaiu. 'Está tudo bem, ?' Perguntou preocupada com o amigo.
'Ah, sim. Está tudo bem.' Ele respirou fundo. E ela o olhava com um misto de curiosidade e confusão.
'Eu só queria saber se você gostaria ir ao Joe's depois do trabalho.' Perguntou de uma vez. O pior que poderia receber era um não. Talvez assim essa paixonite, como dizia Crawford, passava.
'Ah.' Ela desviou o olhar até a mesa de seus colegas. Quase todos já tinham ido embora, restando apenas ela, e John. Não conseguia lembrar se haviam marcado algo após o trabalho. Tinha até uma memória que essa semana não iria acontecer, pois Harry iria visitar os pais, Josie e Hanna iriam com ele.
'O pessoal já está lá? Harry não ia viajar com Josie e Hanna?' Perguntou.
'Eles foram. O que eu queria saber era se você gostaria de ir, comigo, no Joe's.' Oh, ele estava convidando-a para sair. Ele finalmente estava convidando-a para sair, pensou.
'Sim, eu quero.' Respondeu e soltou a respiração, aliviado.
'Eu só...' disse ela olhando para a pilha de papel que estava em sua mesa para ser resolvida. 'Podemos ir, termino isso amanhã.'
Esperou tanto por esse convite que não iria perder por conta de umas papeladas para resolver.
'Tem certeza? Posso esperar ou te encontrar lá se quiser.' O rapaz não queria atrapalhar, mesmo com tudo, tinha medo que ela só estivesse saindo com ele por educação.
'Sim!' Exclamou. 'Aliás, estou faminta.'
Autier levantou-se e o rapaz prontamente fez o mesmo. Ela o analisou, novamente. Seus cabelos estavam penteados para trás, sua camisa azul que normalmente estava amassada, agora estava bem alinhada. Seu perfume estava mais forte que o normal. Ele havia ido se arrumar. Não era um convite qualquer. sorriu involuntariamente. Gostaria de ter tido tempo de se arrumar, com certeza não estaria vestido o terninho preto sem graça que havia escolhido pela manhã.
'Então, prendeu um serial killer.' Disse ele enquanto andavam lado a lado até o bar/restaurante.
'Finalmente.' Respondeu ela. 'Esse caso estava aberto há anos.'
'Eu soube. Havia sido arquivado, não é? Ele ficou alguns anos desaparecido. Uns 15?'
'17. 17 anos sem nenhuma vítima aparente. Foi uma grande experiência.'
'Eu imagino. Deve ter sido o máximo.' Disse animado. 'Boa noite, Joe!' Cumprimentou o dono do bar.
', Autier, tudo bem com vocês?' Respondeu o senhor sorridente. 'O que querem hoje?'
'O mesmo de sempre.' Respondeu a moça.
'Para mim também. Hoje pegaremos uma mesa.'
'Fiquem à vontade.'
buscou pelo bar a melhor mesa, na medida do possível, para que ficassem confortáveis o suficiente. Encontrou uma próxima as janelas. Para ele, estava ótimo, dado às opções.
'Ali.' Apontou para a mesa. 'Vamos sentar ali?' Perguntou e respondeu com um balançar de cabeça.
Estava tão tensa que quase não conseguia pensar direito.
É apenas , pensou. Não precisa ficar assim.

*

'Eu adorei o nosso jantar.' Disse assim que chegaram em frente à porta do apartamento de . Ele havia se oferecido para acompanhá-la e ela não foi capaz de recusar. Aliás, queria mesmo era convidá-lo para entrar. Quem sabe abrir uma garrafa de vinho e conversar sobre qualquer coisa. Só não tinha certeza se isso daria certo, não conseguiria somente beber um pouco de vinho e conversar, não com ele.
'Poderíamos marcar alguma coisa outro dia.' Continuou o detetive.
'Com certeza.' Ela olhou no relógio. 'Deus, perdi completamente a noção do tempo. Amanhã tenho uma reunião na primeira hora do dia com o capitão.' Continuou a moça, visivelmente desapontada com a despedida.
'Nos vemos amanhã?' Perguntou ele.
'Claro.' Ela sorriu.
Por um momento eles ficaram em silêncio, um observando ao outro. As expectativas cada vez mais elevadas.
'Eu vou...' começou a falar, porém foi interrompido pelos lábios macios de nos seus. Foi totalmente pego de surpresa. Entretanto, essa era a sua deixa. O sinal pelo qual havia esperado todos esses meses. Todos esses meses completamente apaixonado por ela e com medo que não fosse recíproco.
Ele sorriu e a puxou pela cintura, colando seus corpos e finalmente, FINALMENTE, ele a beijou.
O gosto de vinho em sua boca misturado com o gloss de morango que ela tinha acabado de passar, já havia se tornado o seu sabor favorito.
O beijo que se iniciou lento foi tornando-se urgente. Como se ambos dependessem daquilo para viver. Afastaram-se somente quando seus pulmões suplicavam por um pouco de ar.
'Nos vemos amanhã?' Perguntou o rapaz quando sua respiração começou a se estabilizar.
'Sim, nos vemos amanhã.' A detetive sorriu.
a puxou para mais um beijo antes de despedir-se e seguir seu caminho até em casa.

22 de novembro de 2013

xingou todas as gerações do seu celular quando ouviu o despertador tocando. Dormir nunca esteve tão bom e quentinho como estava. Não conseguia lembrar da última vez que havia conseguido dormir uma noite inteira.
Levantou-se preguiçosa e foi direto para o banheiro. Permitiu-se tomar um banho quente e demorado. Arrumou-se com a maior calma do mundo para então seguir até a delegacia.
Estava ansiosa, entretanto não estava com pressa. Não sabia como seria encontrar com ele após a noite anterior.
Chegou na delegacia vinte minutos antes do início do seu turno, como sempre.
Tinha que resolver algumas pendências administrativas com o sargento do turno da noite então, estava tudo sob controle.
como sempre, estava atrasado. A fila da cafeteria estava gigante e ele estava morrendo de ódio disso. Levava café para todos os dias desde o dia que havia dormido na sua casa após passar a noite consolando-a. Se aparecesse hoje de mãos vazias ela poderia entender tudo errado. Não havia trabalhado meses num possível relacionamento para ter tudo destruído por causa de uma fila na cafeteria.

~

'Está vinte e dois minutos atrasado, .' Reclamou o Capitão no segundo em que o rapaz entrou no escritório.
'Pensei que já estivesse acostumado, senhor.' Respondeu divertido.
'Pensei que iria investigar uma pista sobre um grande distribuidor de drogas, mas acho que só ficará na papelada hoje. Crawford, Gomes, o caso é de vocês.' Ordenou o mais velho antes de dar as costas para e voltar para a sua sala.
'O quê?' murmurou. Hoje definitivamente não era o seu dia.
'Trouxe seu café, desculpa a demora.' Disse colocando o café sobre a mesa de . 'Conversamos depois, eu preciso...' Ele apontou para a sala do capitão.
'Vai. Não sairei daqui mesmo.' Sorriu e o rapaz correu até a sala do chefe para tentar fazer parte do caso.

24 de novembro de 2013

estava organizando algumas pastas de seus casos no arquivo da delegacia quando a abordou.
'O que aconteceu?' Ela perguntou, notando que o rapaz estava mais acelerado que o normal.
Ele não respondeu. Ele a empurrou contra as gavetas do armário e a beijou. assustou-se por um momento. Sempre achou que era uma pessoa mais... Calma.
'Passei o dia todo pensando no quanto eu queria te encontrar sozinha em algum lugar.' Ele sussurrou e a beijou novamente.
Estavam a alguns dias assim.
Beijando-se aqui e ali. Agarrando-se escondidos em algum canto. Estava um pouco difícil para eles se encontrarem fora da delegacia então, se viravam como podiam.
agarrou o rapaz pelos cabelos e aprofundou o beijo. Ele não fazia ideia do quanto ela queria aquilo também.
A moça o empurrou para que ele sentasse na cadeira próxima a parede, entre os arquivos e sentou em seu colo.
'Estou há meses te querendo, .' A moça sussurrou em seu ouvido enquanto rebolava em seu colo. As mãos do rapaz imediatamente se fecharam na cintura dela apertando-a mais ainda contra si.
'Estou há meses pensando em tudo o que poderíamos fazer nesse lugar.' Continuou.
Ele puxou seu rabo de cavalo para trás e ela sorriu.
O sorriso logo se desfez quando sentiu seu celular vibrar no bolso da calça. a soltou para que ela pudesse pegá-lo.
'Temos um suspeito no caso Vanderholten. Me chamaram para interrogar.' Ela disse ao detetive, após ler a mensagem que Crawford havia lhe enviado.
olhou em seu relógio, faltava pouco menos de uma hora para o fim do expediente. Ele suspirou, derrotado.
'O destino tem algo contra nós dois.' Murmurou fazendo a moça rir.
Independente do que estivesse acontecendo entre eles. Ambos prezavam muito a profissão. Então, quando foi chamada para o interrogatório, eles sabiam que o que estava tendo ali tinha acabado. Como em todos os outros dias anteriores.
Ela levantou do colo do rapaz e começou a se arrumar.
'Espero que amanhã a nossa sorte melhore.' Ela disse antes de selar os lábios do rapaz e deixar a sala.

17 de dezembro de 2013

As luzes do salão pareciam seguir o ritmo da batida da música eletrônica que tocava no ambiente. A fumaça artificial que inundava o local deixava tudo mais interessante na festa privada para policiais.
Os detetives, juntamente com o Capitão Andrews haviam sido convidados para participar de um evento sobre criminologia. Mas, obviamente, a grande atração era a festa que sempre acontecia no salão do mesmo hotel que o evento. estava sentada bebendo vinho enquanto observava o pessoal dançando. Ou melhor, enquanto observava dançando.
O rapaz balançava o corpo conforme a batida da música junto com os outros colegas da delegacia.
Ela não estava bêbada o suficiente para acompanhá-los e queria evitar os comentários engraçadinhos sobre ela e o colega serem um casal, já bastava os da festa de . Apenas observá-lo era o suficiente, por enquanto.
Ele se divertia dançando colado com Hanna, que estava completamente bêbada. Os dois alternavam entre uma dança sensual e alguns passinhos esquisitos que a faziam morrer de rir. Josie e o Sargento tentavam acompanhá-los, mas pareciam estar impossibilitados pela bebida.
Sloan e Crawford estavam mais interessados nas moças das outras delegacias que dançavam do outro lado do salão. O Capitão já havia ido se recolher.
Restando apenas e sua sétima ou oitava taça de vinho. Ela não tinha certeza, já tinha parado de contar.
Assim que a moça levantou, com o intuito de ir fumar um cigarro na sacada do salão, notou os olhos de sob si. Eles a seguiram até o bar, onde foi buscar seu casaco e uma garrafa de vinho até a porta que dava acesso a sacada.
'Pensei que não entenderia o recado.' Disse a moça após dar uma tragada no cigarro e o jogá-lo no cinzeiro. A mesma desceu do parapeito num pulo e o puxou pela gravata.
'Estou a noite toda esperando para ficar sozinha com você.'
'E eu só esperei o seu sinal.' passou a mão pelos cabelos da moça, colando-os todos do mesmo lado para então começar a distribuir beijos pela extensão de seu pescoço.
O corpo todo da moça se arrepiou com o contato dos lábios gelados do rapaz em sua pele quente. Mas não queria isso. Ela o puxou pelos cabelos fazendo com que ele a olhasse e o beijou. colou seu corpo no de e aprofundou o beijo.
Beijaram-se por tanto tempo, que parecia que estavam ali a horas. Ele pressionava sua intimidade contra o corpo da moça, fazendo-a arfar de desejo.
'Vamos subir, eu não vou aguentar mais.' Ela murmurou.
'Para o seu quarto?'
'Aham.' Ele interrompeu o beijo, a pegou pela mão e imediatamente seguiu até os elevadores.
'Desligue o telefone, por favor.' Sussurrou entre os beijos que deixava no pescoço de .
'Não posso.' Sua voz saiu quase como se fosse um miado. Estava tão entorpecida pelas carícias que mal conseguia falar. Seus olhos estavam cravados no painel do elevador que indicava em qual andar estavam.
'Vou enlouquecer se nos interromperem mais uma vez.'
'Estamos num evento. Não vão nos interromper.' Soltou um gemido baixo quando o rapaz mordeu seu pescoço.
'Alguém pode vir te procurar.'
'Não vão.' Ela o empurrou para dentro do quarto assim que as portas do elevador se abriram. Bendito seja quem inventou os elevadores que dão direto dentro do quarto.
a empurrou contra a parede e enrolou os cabelos dela em sua mão. O contato do gelado da parede contra seu rosto a fez sorrir. Ela imediatamente empinou sua bunda para obter algum contato.
'Por favor, não tire os sapatos.' Ele disse quando viu que ela começou a tentar tirá-los.
'Vou poder pisar em você com eles?' Ela perguntou.
'Vai poder fazer o que quiser comigo se continuar com eles.' Respondeu enquanto deslizava para baixo o zíper do vestido da moça.

18 de dezembro de 2013

'Parece que eu fui espancada.' Disse enquanto olhava seu reflexo no espelho. Seu pescoço e seus ombros estavam repletos de roxos e marcas de mordidas. Suas costas, cintura e suas coxas também tinham marcas, mais claras, mas ainda estavam ali.
'Você não está tão diferente.' Ela observava o corpo do rapaz sentado em sua cama. Também tinha o pescoço e ombros marcados. Não conseguia ver, mas tinha quase certeza que suas costas estavam completamente arranhadas.
Ele tinha uma breve ideia de que estava tão marcado quanto ela. Entretanto, estava tão entorpecido por conta da noite anterior que não sentia incomodo algum. Pelo contrário, nunca esteve tão bem.

~

'Você está bem?' Perguntou Dylan assim que sentou-se à mesa.
Havia sido a ultima a descer por isso, todos os olhares curiosos estavam voltados a ela, uma vez que sempre era a primeira a chegar em todos os lugares.
'Estou sim. Dormi a noite toda, estava precisando.' Mentiu e seus olhos encontraram os de , que estava sentado na outra ponta da mesa.
Agradeceu mentalmente por estarem praticamente no inverno. As blusas e os cachecóis tampavam todos os hematomas da noite anterior, não fazia ideia do que falar caso perguntassem.
'Então, o não dormiu em seu quarto ontem.' Josie disse sugestiva.
'Como assim? Me atualize, por favor.' perguntou com um sorriso nos lábios. Não deixaria isso passar.
'Crawford e Sloan foram ontem no quarto dele. Vocês roubaram um cartão para ter acesso?' Perguntou Josie aos colegas.
'Você está dizendo que policiais roubaram e invadiram um hotel?' Sloan disse fingindo estar ofendido.
'Posso dizer que persuadimos a recepcionista e ela nos deu de muito bom grado um cartão extra.' Crawford resumiu.
'Enfim, eles entraram no quarto do bonitão ali mais ou menos uma hora depois de ele dizer que ia dormir. E obviamente o quarto estava vazio.' Continuou Josie.
'Agora estamos apostando para saber com quem passou a noite.'
'O cachecol.' disse aos colegas atraindo um olhar incrédulo de . Não acreditava que ela estava entrando nessa. Maldita, pensou.
' odeia cachecóis.' Continuou Hanna puxando-o do pescoço do amigo.
'Meu Deus, cara.' Sloan gargalhou. Vendo as marcas roxas no pescoço do rapaz.
'Olha o estado em que você está.' Continuou.
'Amigo, tem certeza que você está bem?' Perguntou Josie, claramente tirando sarro de sua cara.
permaneceu em silêncio, enquanto os colegas riam e falavam bobeiras sobre ele.
Pensava qual seria a reação das pessoas quando soubessem que a garota que tanto falavam na verdade, era .

23 de dezembro de 2013

Era o último dia de expediente daqueles que iriam tirar folga nos feriados de fim de ano. Com isso, todo mundo estava muito atarefado. , e Harry ficariam de plantão. Uma vez que haviam tirado folga no feriado de ação de graças. não fazia muita questão de estar livre nos feriados. Até preferia estar ali do que em casa.
'Nada acontece nos feriados.' Resmungou Sloan. O loiro havia atravessado o escritório inteiro arrastando-se em sua cadeira de rodinhas para conversar com os colegas de plantão. 'Eu prendi dois bêbados hoje, não foi para isso que escolhi ser policial.' Continuou fazendo rir e revirar os olhos.
'Acredite, amanhã vai ser pior.' Respondeu .
'Falando em amanhã, o que nós vamos fazer amanhã?' Sloan perguntou a .
'Nós?' Perguntou a moça, visivelmente desconfortável.
'Sim. A família de mora na cidade vizinha e ele sempre vai para lá passar o natal com eles. Como você não tem família e eu não faço questão nenhuma de estar com a minha, podíamos fazer alguma coisa'
não acreditava em como Sloan poderia ser inconveniente. O rapaz estava há alguns dias pensando em como convidar para ir ao jantar de natal com ele sem que isso deixasse a moça desconfortável. Sabia que não era fácil para ela então estava esperando o momento certo para isso.
'Não é porque não tenho família que vou passar o feriado com qualquer um.' gargalhou alto.
'Touché.' Respondeu Sloan. 'Mas posso te garantir, que se estiver comigo, não irá se arrepender.'
'Vá trabalhar, Sloan.' empurrou a cadeira do colega para longe de si.
'Eu mereço esse tipo de coisa?' Questionou , fazendo com que eles rissem.

~

'.' a chamou. Ela segurou o elevador para que eles pudessem descer juntos.
'Eu tava pensando e, me diga se não estiver confortável com isso, tudo bem?'
'Tudo.' Ela respondeu, confusa.
'Então, eu gostaria de saber se você quer passar o feriado comigo.'
'Claro.' Ela respondeu. 'Você poderia cozinhar para mim aquela receita de nhoque da sua avó que você disse que é muito boa.'
'Na verdade, iriamos para a casa da minha mãe no natal. Mas, posso fazer o nhoque no ano novo.'
A porta do elevador se abriu e ambos seguiram em direção ao carro de .
'Ah, na sua mãe?' Ela perguntou. Não sabia se estava preparada para isso.
'Sim. Acho que você irá gostar. Mas só se estiver confortável com a situação.'
'Eu posso pensar?'
'Claro que pode!' Ele respondeu animado. Um 'eu posso pensar' era muito melhor do que um 'não'.
'Você vai lá para casa mais tarde?'
'Sim. Só vou levar umas coisas que minha mãe pediu e depois vou para lá.'
'Tudo bem. Te espero lá.'
Ela piscou para o rapaz antes de entrar em seu carro.
O convite havia a pego de surpresa, mas não era nada demais. Sentia que o que tinha com ele era algo tão bom e especial então, não tinha que ficar pensando demais.
Ela saiu do carro rapidamente. Ele ainda estava parado ao lado do seu mexendo no celular.
'Ei, !' Chamou. Ele imediatamente a olhou.
'Oi?'
'Eu vou amanhã na comemoração da sua família.'

01 de fevereiro de 2014

Já fazia nove horas que estava naquele interrogatório. Nove horas e nenhuma informação útil.
Havia prendido aquele homem após uma denúncia anônima que ele estaria envolvido com a máfia russa. Em sua casa foi encontrado alguns quilos de cocaína então, ela estava tranquila que ele não seria solto tão cedo.
Estava tão cansada. Tão cansada. A moça massageou as têmporas.
'Sei que está com medo do que podem fazer. Eu só lhe peço uma informação. Uma dica. Um norte para que minha investigação continue.'
'Desista, Autier. Eu posso falar o que você quer ouvir. Mas você nunca irá conseguir pegá-los.' A moça andava de um lado para o outro na sala. e o Capitão a observavam através do vidro negro.
'Eu só preciso de uma informação.'
'Posso te dizer como decidiram o que fazer com seu irmão. Que Deus o tenha.'
'O quê?' Ela parou de andar para observar o velho sentado a sua frente.'
'Começou com os dedos? Não me lembro direito, foram os dos pés, né?'
Suas mãos de fecharam em punhos. Ela apertava suas unhas contra a sua carne com tanta força.
'Como você sabe?' Disse entredentes.
'Oh, você não se lembra? Eu sabia quem você era desde que entrei nesta sala. Está comigo aqui há todas essas horas e não se lembrou, meu anjo?'
'Meu anjo.'
Um clique e sua memória lembrou-se dele imediatamente. Era o velho porco que ficava caçoando de seu irmão enquanto o mutilavam. Tinha certeza que seus olhos se arregalaram na hora, pois o velho começou a rir.
Ela sentiu seu estômago revirar.
A porta da sala de interrogatório imediatamente se abriu. Era a sua deixa. acompanhou a moça com os olhos enquanto ela saia apressada da sala. Olhou para o capitão e o mesmo parecia estar tão preocupado quanto ele.
'Pode ir, eu continuo aqui.' Disse o chefe. O rapaz concordou e saiu da sala a fim de entender o que havia acontecido.
'Viram a Detetive Autier?' Perguntou aos colegas que trabalhavam em suas mesas e todos negaram. Tentou ligar, mas seu telefone só dava caixa de mensagem. Decidiu procurá-la pela delegacia, uma vez que as chaves de seu carro e casa estavam com ele. Ela não teria ido embora.
Depois de alguns minutos, a encontrou na sala de arquivos.
Era óbvio que ela estaria ali, idiota. Pensou.
Entrou na sala em silêncio e a ouviu chorando. Todas as vezes que a via assim, seu coração se partia. A amava tanto que se pudesse, pegaria todos os seus demônios para si só para vê-la em paz.
Ela estava sentada no chão, com a cabeça apoiada nos joelhos. Ele sentou-se ao lado da moça que, ao senti-lo ali imediatamente o abraçou.
Sabia que ela não estava em condições de conversar. Então, apenas ficou ali.
'Eu sei que você já ouviu essa história. Mas queria que soubesse o que realmente aconteceu.' Murmurou a moça, agora mais calma.
'Não precisa, eu não acredito em todos aqueles absurdos que saíram falando por aí.'
'Eu realmente quero contar, .' Sua voz saiu tão baixa que, se não estivessem em uma sala vazia ele não teria ouvido.
Ele balançou a cabeça, afirmando. Se falar a faria sentir-se melhor, ele estaria ali para ouvir.
'No meu primeiro ano como detetive, em uma batida após uma denúncia anônima, exatamente como foi com aquele desgraçado, eu prendi Marlo Mazepas, um dos figurões que recebia drogas vindas da Rússia.' Ela fungou.
'O cara não queria falar de jeito algum. Foram horas e mais horas em uma sala ouvindo todas as asneiras possíveis, porém nada do que precisávamos. Sendo assim, após muita insistência, fui autorizada a oferecer um acordo. Daríamos assistência a sua esposa e filha. Uma nova identidade, dinheiro para recomeçar, tudo o que ele poderia querer para que elas ficassem a salvo de toda aquela porcaria. Para ele, apenas uma cela especial. Obviamente, ele aceitou. Passamos semanas colhendo informações para o que achávamos ser o plano perfeito. O homem sabia tudo sobre a vida do filho de Babkin, o responsável pela distribuição das drogas por aqui. O rapaz estava estudando em Harvard e se chamava Eros. Passamos meses planejando e, quando o FBI soube, o plano já estava em andamento. Eu já estava matriculada, já era Scarlet Hastings e Eros, bom, Eros já era meu namorado.'
a olhou chocado.
'Namorado?' Ele tentou não demonstrar como aquilo havia o surpreendido, mas falhou miseravelmente.
'Não fazia parte do plano me envolver romanticamente com ele. Não estava em nossos planos o fato de ele ter se apaixonado por Scarlet, mas não poderíamos abortar a missão.
Quando o FBI ficou sabendo, consequentemente, Ben sabendo. Ele ficou completamente louco. Queria que interrompessem a missão de qualquer jeito. Mas, não deram ouvidos para ele. Eu estava dando resultados. Já havia conhecido a família de Eros. Já havia sido convidada para passar os feriados de final de ano em sua casa. Caminhávamos em passos lentos, mas já era alguma coisa.
Entretanto, Ben não se conformou. Ele queria de qualquer jeito me tirar da missão. Não o culpo, sabia que ele estava com medo que alguma coisa acontecesse comigo. Parecia que ele estava pressentindo, sabe?
Então num dia, Eros e eu saímos da aula e fomos para meu apartamento. Para a minha surpresa Ben estava lá, sentado em meu sofá juntamente com uma mala de viagem. Ele se apresentou como Victor, meu irmão, que estava vindo da França passar um tempo em minha casa. Eros obviamente adorou. Em dois anos ele ainda não havia conhecido ninguém de minha família então, quando Ben apareceu ele achou o máximo. Viraram melhores amigos da noite para o dia. Por um lado isso foi bom, Eros esquecia um pouco de mim para ficar com Ben. Por outro, Ben que era meu pilar, que era a única coisa que me mantinha sã, começou a passar todo o tempo possível com Eros. Foi aí que eu comecei a enlouquecer. Você não tem ideia de como é só existir. Porque eu só existia. Eu era Scarlet 24 horas por dia, praticamente 7 dias por semana.
Tudo só começou a fazer sentido novamente quando Eros me pediu em casamento e eu comecei a realmente conviver com sua família, aí pude ser novamente, ao menos em meus pensamentos. Conversava bastante com os empregados da mansão de seus pais e com sua irmã. Estava indo tudo certo, na medida do possível, é claro. Até o dia do casamento.' respirou fundo para tentar conter as lágrimas novamente.
'Já estávamos há dias desconfiados que algo iria acontecer, pois o pai de Eros havia triplicado o número de seguranças para a cerimônia. Entretanto, não havia aumentado o número de seguranças pessoais. Ben e eu fomos pegos a caminho da igreja. Trocaram o carro que iria nos levar.
Foi aí que tudo realmente começou. Estávamos desarmados, completamente vulneráveis. Nos levaram até um galpão e queriam Babkin de qualquer jeito. O sotaque italiano foi o que os denunciou. Por sorte, aquele dia estávamos com uma escuta, então, a polícia soube no momento em que fomos pegos. Ou deveria saber, não é?
Um dos homens pegou meu celular e ligou para Eros e deixou a ligação no autofalante. Quando ele soube que estavam comigo ele ficou completamente louco, dava para perceber na voz. Pediu um tempo para que pudessem se organizar, mas eles não estavam ali para brincadeira. Queriam todo o carregamento que aparentemente Babkin havia roubado deles e não esperariam. Foi aí que o tempo começou a contar. A cada cinco minutos passados eles mutilariam um de nós, começando por Ben. E foi como aquele cara disse, começou com os dedos dos pés, um por um, a cada cinco minutos. Após os dedos, foi o que sobrou do pé. Em seguida os dedos do pé direito. Depois os das mãos. As orelhas. Pedaços da bochecha, da barriga. Ainda posso ouvi-lo gritando de dor. Fecho os olhos e o vejo sofrendo. Ben já estava morto quando jogaram num tanque com água salgada. Não sei quanto tempo passou depois disso. Eu li os relatórios, mas, parece que não faz sentido o que está escrito ali.
Eles filmaram todo o processo de tortura de Ben, então, quando chegou a minha vez Eros propôs que me trocassem por ele e eles aceitaram. Caso desse algo errado, não iriam pensar duas vezes antes de me matar.
A troca ocorreu nas docas. Eros já estava lá quando chegamos. Caminhamos frente a frente, indo para lados opostos. Eu em direção a seu pai e ele dos italianos. No meio do caminho, quando nos encontramos. Ele me abraçou, pediu desculpas e disse: "Eu amo você, ". Foi aí que a polícia, FBI, SWAT e todo mundo chegou. Todos ficaram muito alvoroçados, eu não me lembro direito. Mas, pelos flashs e pelos relatórios que li assim que viram que a polícia havia chegado, os italianos atiraram em Eros, eles não poderiam perder aquela oportunidade. A última coisa que lembro daquele dia é de Eros caído completamente ensanguentado em minha frente. Fiquei dias no hospital. Dopada na maior parte do tempo.
Quando voltei a realidade, prestei meu depoimento. Foram dias nisso também. Trabalhei mais alguns meses nesse caso até voltar a "vida normal".' Ela fez aspas novamente. 'Eu não sei porque te falei tudo isso. Me perdoe. Talvez fosse algo que você não precisasse saber.'
'.' Ele segurou as mãos da moça. Ainda estava absorvendo toda as informações que havia recebido. 'Obrigado por ter me contado. Fico lisonjeado com a confiança que depositou em mim. Estou um pouco chocado com toda essa informação. Mas, podemos conversar sobre isso outro dia. Você quer ir para casa? Eu posso ir com você.'
'Não. Eu estou bem.' Ela passou as mãos pelo rosto. 'Preciso falar com o Capitão. Pedir perdão por ter me envolvido emocionalmente com o caso. Eu deveria ter visto que, desde o início, haveria conflito de interesses.'
'Posso pedir para seguir sozinho com o caso. Ou, que me designem outro parceiro.'
'Muito obrigada, .' Ela o abraçou.
'Eu amo você.' Ele disse e selou seus lábios nos da moça. Não havia proferido tais palavras em voz alta ainda e, pensou que seria o momento certo.
A moça sorriu.
'Eu também amo você.'

11 de abril de 2014

', posso perguntar uma coisa?' Perguntou o rapaz.
Era aniversário de e ela havia decidido que faria pizza em casa.
'Mais uma?' Ela respondeu. Fazendo-o rir.
'Não quis perguntar enquanto estava trabalhando no caso, mas eu queria saber algumas coisas, sobre o trabalho que você fez disfarçada.'
Ela sabia que mais cedo ou mais tarde, ele iria perguntar. Estranharia se fizesse o contrário.
'Quer saber sobre Eros?' Ela respondeu sem olhá-lo enquanto cortava os tomates.
'Se não for um incômodo, é claro.'
'Pode perguntar.'
Ele não respondeu. Não tinha certeza do que queria mesmo saber. Se quem queria saber mais detalhes era o detetive fascinado com o caso ou o namorado que estava se corroendo para saber do ex.
'Ele trabalhava com o pai?' Foi a melhor pergunta que conseguiu pensar para começar o assunto.
'Não diretamente. Ele não fazia parte do recebimento e distribuição das drogas, mas trabalhava na rede de hotéis que servia para lavar o dinheiro do tráfico. Ele dizia que não fazia parte disso e eu nunca consegui nenhuma prova que o envolvesse diretamente.'
'Mas ele usufruía da fortuna do pai.' Ele constatou.
'Além de usufruir da fortuna do pai, não havia nenhuma ligação dele com o trabalho. Ele sabia com o que o pai trabalhava, obviamente, depois do noivado eu também soube. Entretanto, sempre se mostrou muito desconfortável quando começava aquelas conversas de você será meu herdeiro, deve aprender a cuidar dos negócios e blá, blá, bla.'
'Não era limpo, mas dos males era o menor.'
'Exatamente.' Concordou a moça.
Ela colocou todos os condimentos em cima da massa. Hoje era o dia dela de fazer a pizza.
'Ele não era ruim.' Ela continuou. 'Não mesmo. Só teve o azar de nascer naquela família.'
'Então, você gostava dele?' Perguntou o rapaz observando enquanto a moça colocava a forma no forno.
'Você viveria 5 anos com uma pessoa se não gostasse? Só pelo trabalho?'
'Não.' A resposta foi imediata. Ela sentou-se em cima do balcão da pia e bebeu um pouco do vinho de sua taça.
'Às vezes eu penso que isso era um dos motivos de estar enlouquecendo. Era nitidamente um conflito de interesses. Ben havia chamado minha atenção diversas vezes porque eu não citava Eros em meus relatórios. E, eu não estava ocultando informações, só tinha um foco, seu pai e as drogas.'
'Mas, como que era? Como você conseguia? Tudo era uma mentira.' O relacionamento ainda não fazia sentido para ele.
'O relacionamento não era mentira, . Eu me envolvi com Eros porque gostava dele. Não foi planejado. Não foi completamente uma mentira. Não para mim. É confuso, eu sei. Talvez não faça sentido algum. Mas, é o que é.' Ela terminou o conteúdo da taça e a encheu novamente.
'E se, você sabe, se não tivesse acontecido o que aconteceu?' Ele perguntou mais uma vez.
'Teria encerrado o caso quando tivesse as informações e provas e, rezaria para que ele me perdoasse. Entenderia se não o fizesse, mas era um risco a se correr.' Deu de ombros.
'Mas ele sabia seu nome verdadeiro.' Disse, lembrando-se da história que ela havia lhe contado na delegacia.
'Sim. E eu nunca saberei o que ele sabia e desde quando sabia.' Suspirou, visivelmente triste. 'Naquela noite eu não perdi só o meu irmão, também perdi meu noivo.'
Ele concordou com a cabeça. Concluiu que já estava na hora de encerrarem o assunto, já estava começando a ficar desconfortável e ele não queria aborrecê-la em seu aniversário.
'Ah, eu lhe comprei um presente.' O rapaz mudou de assunto.
'Sério? Quero ver.' Ela desceu da bancada e o seguiu até a cozinha.
'É simples. Mas, acho que vai gostar.' Ele lhe entregou uma caixinha preta e ela sorriu.
A moça abriu a caixinha e se deparou com um colar com um pingente de gatinho. Bem delicado.
'Quando vi, pensei imediatamente em você.' Ele sorriu.
'Muito obrigada! Eu adorei.' Ela o abraçou.
'Pedi para gravarem nossas iniciais atrás do pingente.' Ela observou o que ele dizia e, embaixo do B e do N, havia a data 21.11.13, o dia que começaram a namorar.
'Muito obrigada!' Ela agradeceu novamente. Muito feliz com o pequeno presente do rapaz. 'Coloque-o em mim.'
Pediu e ele concordou com a cabeça, pegando o colar e colocando-o no pescoço da namorada.
'É quase como se fosse um anel de compromisso.' Ela murmurou passando a mão em cima do colar.
'Não, você disse que não queria anel.' Disse o rapaz sorrindo, ela havia entendido a mensagem. Era definitivamente como se fosse um anel de compromisso.

15 de julho de 2014

'Vou ter que me mudar.' Disse assim que se sentou junto aos colegas para almoçar.
'Era a dona do apartamento no telefone?' Perguntou Hanna e ele afirmou com a cabeça.
'Ela me quer fora de qualquer jeito. E o pior é que tenho dez dias até o meu contrato vencer.'
'Você pode morar comigo.' disse. Ele já havia jogado algumas indiretas demonstrando interesse, porém, ela nem havia dado bola. 'Digo, eu tenho dois quartos livres. Pode ficar lá até conseguir algo melhor.' Corrigiu. Havia esquecido que metade do esquadrão estava ali com eles.
segurou o sorriso. Não tinha certeza sobre morarem juntos, pois era extremamente arisca com isso. Mesmo que ele passasse 5 de 7 noites na casa dela.
'E ela mora bem próximo da delegacia. Pode ser uma opção.' Disse Sloan com a boca cheia.
'Sim, irei pensar. Obrigado.' Respondeu o rapaz encarando-a.

~

'Você estava falando sério?' Perguntou enquanto dirigia de volta para casa.
'Falando sério sobre?' Respondeu a moça enquanto folheava o relatório do caso em que estavam trabalhando.
'Sobre morarmos juntos. Digo, sobre eu ir morar na sua casa.'
'Claro que falei.' A moça fechou a pasta. 'Aliás, não é como se você já não morasse comigo.' Ambos riram.
'Mas, você tem certeza que quer isso? Porque se você não quiser eu vou entender. Não ficarei magoado.'
'Eu realmente quero. Estou pensando nisso há alguns dias já.' sorriu.
'Eu amo você.'
'Eu amo você.' Ela respondeu.

28 de setembro de 2014

'O que você pensa sobre casamento?' Perguntou o rapaz. Ele e estavam deitados esperando o sono vir.
'Faz parte da vida, não é?' Ela respondeu. Sempre ficava desconfortável quando ele fazia esse tipo de pergunta.
'Sim, faz. Mas, eu queria saber se você gostaria disso, casar e, você sabe, uma família.'
'Você tá querendo saber se eu quero ter uma família com você, ?' Ela perguntou, sabendo que isso o deixaria sem jeito.
'É só uma pergunta hipotética.' Murmurou.
'Aham.'
', você quer ter uma família comigo?'
'É tudo o que eu mais quero.' A moça respondeu, aconchegando-se no peito do namorado.

09 de novembro de 2014

Era aniversário de e, como em todos os anos, o pessoal da delegacia faria algum absurdo surpresa para o rapaz. A ideia desse ano era, que não teria surpresa. Na verdade, essa era a ideia. Em todos os anos anteriores eles não davam os parabéns e viviam como se fosse um dia normal. Dessa vez, eles o parabenizariam assim que chegasse na delegacia e lhe dariam os presentes com a desculpa que, com o caso das drogas, não tiveram tempo de nada. O que não era uma grande mentira. Não tiveram tempo de elaborar nada muito grande então, compraram uma viagem com acompanhante para a Bélgica, além dos presentes para disfarçar e fariam uma pequena comemoração em sua casa. Ou melhor, na casa de . acordou com beijos de sua namorada.
'Feliz aniversário.' Ela murmurou entre os beijos que distribuía em sua boca, rosto e pescoço.
'Está estragando a surpresa.' Respondeu o rapaz ainda de olhos fechados.
'Quer esperar o dia todo para o sexo de 33 anos ou vai comemorar comigo agora?' Disse a moça fazendo-o rir.
'Quem é você e o que você fez com a minha namorada?' Perguntou assim que olhou no relógio e viu que se demorassem estariam atrasados.
'Agora que está ficando velho está se preocupando com o horário?' Questionou a moça rindo. inverteu as posições, ficando por cima da namorada.
'Então não está preocupada em se atrasar?' Ele perguntou e ela negou com a cabeça. O rapaz sorriu e beijou seu pescoço.
'Acabou de tomar banho.' Disse distribuindo pequenas mordidas no pescoço dela.
'Você não tem ideia do quanto foi gostoso.' Respondeu . A moça passou a língua entre seus lábios e sorriu.
tinha certeza que o maior presente que ele poderia ter ganhado era o privilégio de dividir a vida com aquela mulher.

~

Chegaram duas horas atrasados na delegacia. Já não ligavam com o que falariam por chegarem juntos e atrasados. Mesmo sem as demonstrações de afeto, todos já tinham plena consciência do envolvimento amoroso entre os dois.
'Já podem me dar os parabéns.' Disse o rapaz assim que saiu do elevador.
Surpreendeu-se quando viu os enfeites em sua homenagem decorando todo o escritório.
'Pensei que não viria trabalhar hoje.' Hanna o abraçou.
'E deixá-los sem a minha ilustre presença? Jamais! O que você comprou de presente para o seu melhor amigo?'
'Para o Crawford? Nada. Já para você, eu comprei aquele jogo que você não parava de falar a dias.' Respondeu entregando-lhe um pacote.
'Sério?' Perguntou chocado. Queria muito aquele jogo e o que tudo indicava, estava esgotado.
'Nem irei retrucar a blasfêmia que você disse a pouco depois de um presente desses.' Ele a abraçou. 'Obrigada. Sloan, me dê parabéns.' O rapaz dirigiu-se a mesa do colega para receber as felicitações.
invejava toda essa espontaneidade do rapaz. Achava o máximo como ele era amigo de todos e como todos o adoravam. Como sua energia era essencial para aquela delegacia.
'Detetive Autier, você pode vir até a minha sala, por favor.' Disse o Capitão e ela imediatamente concordou, acompanhando-o até o escritório.
'Feche a porta e sente-se.' Ela concordou e o obedeceu.
'Como eu sei que você nunca deixou de lado o caso do seu irmão. Preciso lhe contar que prenderam os dois homens que faltavam.'
'Oh, meu Deus.' Ela não conseguia acreditar no que ouvia. 'Tem certeza?'
'Nós precisamos que nos diga. O FBI quer que você vá reconhecê-los. É quem planejou o sequestro, Giovani Slovas e o que o torturou, Mark Blessender. Temos provas o suficiente para Mark ser condenado à pena de morte. Mas Giovani era um rosto desconhecido até então. Precisaremos que passe por todo o processo de reconhecimento do agressor. Você sabe como funciona.'
Ela concordou com a cabeça.
'Sim. Eu vou, com certeza.' Havia esperado quase quatro anos pela prisão deles, não perderia essa oportunidade.
'Pode levar o Detetive com você. Acho que irá sentir-se melhor.'
'Não. Não precisa. Agradeço muito a consideração. Mas, hoje é aniversário dele. Não quero importuná-lo.' Não queria envolvido nessa parte de sua vida.
'Eu posso designar outra pessoa.' Insistiu o chefe.
'Eu gostaria de ir sozinha, Capitão.'
'Como quiser. Eles estão na 56. Os federais estão responsáveis. Se cuide. Caso precise ligar para alguém, estarei o dia todo ao lado do telefone.'
'Muito obrigada.' Ela o cumprimentou e saiu da sala. Suas mãos tremiam de ansiedade. Pegou suas coisas em sua mesa e seguiu até o elevador. No caminho mandou uma mensagem para o namorado dizendo que tinha ido resolver uma solicitação do capitão e que era para ele esperá-la para ir embora, pois ela tinha levado o carro.

~

'Detetive Autier.' Capitão Benet, seu antigo chefe, a cumprimentou. 'Os federais a aguardam na sala ao lado da sala de interrogação. Preciso lhe acompanhar?'
Ela negou e agradeceu o capitão, seguindo sozinha até a sala logo em seguida.
Ela não sabia o que sentia. Era um misto de tristeza, raiva, euforia. Não conseguia ter certeza. Havia esperado tanto por isso que nem parecia real.
Buscou por justiça em nome de Ben e Eros por todos esses anos que não sabia o que fazer agora que estava tão próximo.
Respirou fundo e abriu a porta da sala onde estavam os federais. Sorriu ao dar de cara com Jensen e Octavius, os parceiros de seu irmão.
'Pequena , quanto tempo!' Jensen a abraçou.
'Por Deus, sim. Octavius de barba? Quem diria.' Ela soltou de um para abraçar o outro.
'Pois é, resolveu crescer depois dos trinta. Não poderia perder essa oportunidade de deixá-la grande.'
Assim que o soltou do abraço ela os viu através do vidro. Cada um sentado em uma sala. Ambos algemados a mesa em sua frente.
'São eles, correto?' Perguntou Jensen.
'Sim. São eles. Giovani.' Ela apontou para o senhor de uns sessenta anos sentado na sala a sua esquerda. 'E Mark.' Apontou para o mais novo sentado na outra sala. 'Onde vocês os acharam?' Perguntou.
'No aeroporto. Iam fugir para a Itália. Uma denúncia anônima nos disse até o número do voo.' Respondeu Octavius.
'Quem ligou procurava por você. Achava que trabalhava no FBI.'
'Eros?' Ela perguntou. Saiu quase que automaticamente. Mas isso era impossível, ele estava morto. Havia tomado um tiro bem em sua frente.
'Ele não está morto?' Jensen questionou.
'Sim. Talvez, não sei.' Ela negou com a cabeça. 'Obviamente não foi Eros que ligou. Enfim, são eles.'
'Pensamos que, talvez queira colher o depoimento de Mark.' Octavius tirou o cassetete de seu coldre e estendeu a moça.
'Já colocamos no relatório que ele foi encontrado muito machucado no aeroporto.' O outro sorriu.
não pensou duas vezes antes de pegar o que o colega lhe oferecia.
'Leve o tempo que for necessário. As câmeras estão desligadas.'
Ela concordou e dirigiu-se a sala em que Blessender se encontrava.
Assim que ela entrou o homem a encarou por um momento antes de começar gargalhar.
'Ora, ora. Então quer dizer que a cadelinha de Eros faz parte dos porcos.'
A moça abriu o cassetete.
'Vamos começar o interrogatório, Blessender.'

~

Ela estava extremamente atrasada. já havia ligado duas vezes perguntando se ela estava chegando para buscá-lo.
'Por onde você andou?' Ele perguntou assim que entrou o carro. 'Foi pra casa? Você trocou de roupa. O aconteceu com a sua mão?' Ele disparou.
'Quantas perguntas.' Ela riu. O rapaz a encarava, buscando suas respostas. 'Bom, lembra dos dois caras que fizeram parte do meu sequestro e que ainda estavam soltos?' Ele concordou com a cabeça. 'Foram presos. O Capitão me informou logo que chegamos. Solicitaram que eu fosse até a 56 para fazer o reconhecimento. Os federais responsáveis por eles eram amigos do meu irmão e pediram que eu começasse o interrogatório. Por isso minha mão está machucada e por isso tive que trocar de roupa.'
'Foram presos?' Ele perguntou e ela afirmou. 'Que noticia maravilhosa! Como você está?'
'Me sinto mais leve, sabe? Sei que só me sentirei 100%, quando forem julgados. Mas, já é um caminho.' Ela sorriu.
'Com certeza.' Ele sorriu.

~

A festa surpresa de foi realmente surpresa. O rapaz não desconfiava de nada e, quando chegou em casa e encontrou todos os amigos ali, foi só felicidade.
Era simples, mas era o suficiente para ele. Ainda mais que estava radiante. Ele não lembrava se algum dia já tinha a visto desse jeito. Estava tão alegre. Bom, alegre não era a palavra certa. Talvez livre, como ela mesma havia dito. Tão livre que mal a reconhecia. Era bom vê-la assim e, particularmente estava adorando esse lado que ainda não conhecia.

31 de dezembro de 2014

'Vocês não vão mesmo passar a virada de ano conosco?' Perguntou Sloan.
' tem uma desculpa plausível, irá para a casa da mãe. Mas e você, Autier? Não pode ficar sozinha.' Continuou.
'Posso tanto que vou. Até amanhã.' Respondeu a moça entrando em seu carro.
'Não me ligue porque meu celular estará desligado e não apareça em minha casa, a portaria já está avisada que você não é bem vindo essa noite.' Completou, fazendo rir.
'Como você sabia?' Perguntou o colega, chocado.
'Te conheço bem o suficiente para saber que não desistiria tão fácil.' Ela piscou para ele, rindo. 'Divirta-se!' O felicitou e deu partida no carro.
felicitou o colega com um abraço e entrou no carro com a namorada.
'Pizza de calabresa e vinho?' Perguntou a moça assim que saíram da delegacia.
Era o primeiro ano novo deles morando juntos. Eles só queriam ficar em casa, sozinhos e em paz.
'Hoje você irá experimentar a melhor pizza já feita nesta cidade, pelo famosíssimo chefe internacional .' Ele disse fazendo-a rir.
'Devo usar alguma roupa especial para conhecer o chefe?' Perguntou, observando-o de canto de olho. 'Talvez um vestido de seda? Saltos vermelhos? Talvez eu amarre os cabelos bem altos. Hum, talvez eu não use nada por baixo, para não marcar o vestido.'
riu sozinho. Como ele amava essa mulher.

22 de fevereiro de 2015

não conseguia acreditar que isso tinha acabado. Após três dias de julgamento.
A palavra 'culpado' proferida pelo Juiz da corte não saia de sua cabeça.
Culpado. Culpado. Culpado.
Mark Blessender havia sido culpado. Condenado à pena de morte. Não era o que merecia, deveria sofrer o resto da vida apodrecendo na prisão. Mas, como sabia que dariam um jeito de tirá-lo de lá, pena de morte era o suficiente. Era o mínimo que ela poderia ter feito pelo irmão.
Giovani também havia sido condenado. 56 anos de prisão. Seria morto em breve lá dentro por alguém de alguma máfia inimiga então, ela não estava preocupada.
Finalmente, todos os que estavam presentes e envolvidos no assassinato de seu irmão haviam recebido as devidas punições. Nunca seria o suficiente, nunca traria Ben de volta. Mas, de certa forma, ela estava bem.
Cumprimentou todos os que vieram a parabenizar pela resolução do caso e deu uma breve palavra a imprensa. Uma vez que o caso havia ganhado bastante visibilidade.
a acompanhou em todos os momentos, mesmo que em silêncio, ele só queria estar ali para ela.
Aquela página de sua vida havia, finalmente, sido virada de vez.

13 de maio de 2015

', lembra que um dia você me perguntou se eu queria ter filhos e eu disse que não?'
'Sim.' Murmurou. Lembrar disso o deixava triste.
'Você quer me perguntar novamente?' Ela disse.
a encarou, desconfiado.
'Por quê?'
'Pergunte novamente.' Ela insistiu.
'Você quer ter filhos, ?' Ele perguntou.
'Podemos tentar.' Ela respondeu.
'Sério?' Ele abriu um sorriso gigante.
'Sério o quê, ?' Dylan perguntou juntando-se a eles.
'O que aconteceu com você, ? Está com uma cara de retardado.' Hanna também se sentou com eles.
'Ele e estavam conversado sobre alguma coisa que não me interessa. Eu só quero saber se vamos naquele role junto com a 88.' Dylan perguntou.
'Tenho planos para hoje à noite. Deixo para a próxima.' respondeu olhando para que também não tirava os olhos da moça.
'Meu maninho não vai me deixar de lado.' Dylan passou o braço nos ombros do amigo.
'Irei deixar. Também tenho planos.' respondeu.
'Como assim?' O rapaz questionou.
' e vão foder, posso sentir no ar.' Hanna disse.
'Cale a boca.' a empurrou, fazendo a amiga rir.
'Como vocês conseguem levar as pessoas em casa sabendo que o outro está ali? Vocês combinam de ficar fora? Tem uma escala de dias?' Dylan perguntou fazendo os amigos rirem.
Era incrível como Dylan acreditava que e eram apenas colegas de apartamento.

01 de dezembro de 2015

andava de um lado para outro na porta do banheiro. Ouvia vomitando e não podia ajudar porque ela estava trancada ali.
'Abra a porta, meu amor. Estou preocupado.' Ele bateu pela milésima vez.
'Estou bem.' Respondeu a moça completamente derrotada. 'Vá para a delegacia. Eu vou mais tarde.'
'Não vou te deixar aqui assim. Vamos, abra a porta.'
'Não é nada.' tossiu mais uma vez, fazendo força para ver se mais alguma coisa ia sair. 'Deve ter sido aquele lanche horroroso que você trouxe ontem.'
'Desculpa.' Ele resmungou. 'Deve ter sido mesmo. Não me senti muito bem também após a refeição.
'Viu? Vá para a delegacia. Pegue um caso bom e diga que serei sua parceira. Vou tomar um banho e logo te encontro.'
'Deixa eu pelo menos te dar um beijo.'
'Não!' Se visse todos os doze testes que ela havia comprado, ele com toda a certeza surtaria. 'Estou horrível. Não quero que me veja assim.' Continuou.
Ela sabia o quanto ele estava preocupado e como não ajudar o deixava péssimo. O ouviu respirar fundo.
'Tá, tudo bem. Eu vou. Mas fique ao lado do telefone. Vou te ligar de meia em meia hora. Ouviu?'
'Ok, eu ficarei grudada no telefone.'
'Se precisar de qualquer coisa eu largo tudo e venho pra cá, tá bom?'
Os olhos de se encheram de lágrimas. Ele, sem duvidas, era a melhor pessoa que poderia ter entrado em sua vida.
'Eu amo você.'
'Eu também amo você, . Qualquer coisa me liga. Até depois.'
permaneceu sentada no chão do banheiro até ouvir ele sair. Levantou-se, prendeu os cabelos, escovou os dentes e jogou um pouco de água no rosto. Ela sentia que não precisava daquilo, parecia que já sabia a resposta. Mas, aquele 1% de dúvida estava corroendo-a.
A moça respirou fundo e pegou o primeiro teste, dependendo do resultado, sairia dali direto para o hospital.
1
Positivo.
2
Positivo.
3
Positivo.
4
Positivo.
5
Positivo.
6
Positivo.
Desistiu de fazer os testes quando o sétimo, consecutivo, deu positivo.
iria surtar.

24 de dezembro de 2015

'Ela está bem?' ouviu e sua mãe cochichando enquanto ela descansava os olhos na sala. Era véspera de Natal e o casal havia ido passar o feriado na casa da mãe do rapaz. E, como em todos os feriados, haviam sido os primeiros a chegar.
Ela sabia que a sogra estava desconfiada. Desde que chegaram e mostrou-se indisposta, a mais velha passou a ser extremamente prestativa e cuidadosa.
Às vezes a moça achava que todos sabiam, exceto .
'Está. Mais ou menos. As comemorações de fim de ano são difíceis para ela.' Murmurou o rapaz.
'Não acho que esse seja o problema dela hoje, meu filho.'
'Por quê?' Questionou. 'Talvez ela queira terminar comigo? Ela lhe disse algo sobre nós?'
'Pare de paranoia. Converse com sua esposa.' Sua mãe disse antes de lhe dar as costas.
'Esposa?' perguntou assim que o detetive entrou na sala.
'Estava ouvindo tudo?' Ele sentou-se em seu lado.
'Não é como se vocês fizessem muita questão que eu não ouvisse.' Falou referindo-se a altura em que conversavam.
'Ela disse que eu precisava conversar com você.'
'Ela também me chamou de esposa.'
'Para ela você é minha esposa porque moramos juntos.'
'Justo.' Concordou a moça. Às vezes pensava assim também.
'Não é justo. Eu queria me casar de verdade com você.'
'Ué, então por que nunca me propôs?'
'Pensei que você não quisesse.'
'Se você não pedir, nunca irá saber. Agora, eu vou lá ajudar a sua mãe.' Ela selou a boca do rapaz e o deixou ali perdido em pensamentos.

31 de dezembro de 2015

estava decidida que contaria a . Havia dado quase um mês para ele perceber o que realmente estava acontecendo e nada.
Era ótimo para investigar os casos alheios, mas quando se tratava de sua vida, era extremamente desligado.
', eu estava pensando e concordo com você, já passou da hora de assumirmos nosso relacionamento.' Disse .
'Você tem certeza?' Era nítida a felicidade na voz do rapaz.
'Sim. E também, não é como se eles já não soubessem.' Deu de ombros. Estava muito nervosa.
'CONTAGEM REGRESSIVA PESSOAL!' Gritou Hanna. olhou em seu relógio e ainda faltavam dois minutos para a meia noite.
'Vamos lá ver os fogos.' disse com um sorriso enorme em seu rosto. Eles se aproximaram do grupo de detetives que estavam parados na sacada esperando os fogos.
10.
'Você tem certeza, , que quer contar a eles?' Perguntou .
9.
'Precisamos contar. Não é como se fossemos conseguir esconder por muito mais do que isso.'
8.
'Escondemos por dois anos. Estamos experts nisso já.' Respondeu o rapaz fazendo-a rir.
7.
'Mas não era você que queria que o mundo inteiro soubesse?' Questionou a moça. Ela estava tão nervosa que parecia que seu coração iria pular do peito.
6.
'Sim, eu só não queria que você se sentisse obrigada a contar para as pessoas só porque eu quero.' Falou sincero.
5.
'Amor, eles descobrirão de qualquer maneira. Não temos mais a opção de esconder, em alguns meses estará óbvio.'
4. a encarou confuso. Ela quase podia ouvir as engrenagens da cabeça do rapaz trabalhando em todas as informações que ela foi lhe dando. Sabia que ele era um excelente detetive e conseguiria ligar tudo. Mordeu o lábio inferior enquanto encarava-o.
3.
Agora tudo fazia sentido, ele pensou.
Ela sabia desde o aniversário dele, estava diferente desde aquele dia. E não era um diferente ruim, ele estava amando, por sinal.
Pensou em todas as frases de duplo sentido que ele não tinha entendido na hora, na ideia absurda de parar de beber, nas consultas fora de período, no cansaço, nos enjoos. Deus, os enjoos. Como ele não havia percebido isso antes?
2. 'Você...?' nem o deixou terminar a frase. Já balançava a cabeça afirmando.
1.
'FELIZ 2016!' Gritaram.
Os fogos que já estavam estourando se intensificaram. Enquanto algumas pessoas se abraçavam e admiravam o céu colorido. observava que a olhava chocado, não queria perder nem um segundo da reação do namorado. O rapaz estava imóvel e com o tempo, os demais começaram a perceber que algo ali estava acontecendo.
Ela viu o instante em que os olhos dele se encheram de lágrimas e sua expressão de confusão virar um sorriso lindo.
'Meu Deus, eu amo você.' Ele disse antes de tomá-la em seus braços e a beijar. A felicidade mal cabia no peito do detetive.





FIM!



Nota da autora: Sem nota.




Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.


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