Prólogo
andava de um lado para o outro, inquieta, enquanto esperava que o resultado do teste ficasse pronto, aquela movimentação estava deixando , seu namorado, ainda mais nervoso. Os dois se conheciam de uma vida toda, passaram todas as fases da infância juntos, sempre foram muito amigos por suas mães serem amigas. Na pré-adolescência as coisas começaram a ir por outro lado e ele se viu nutrindo sentimentos por ela, que eram correspondidos com afinco. Não demorou muito para que ele se declarasse e estivessem juntos desde então. Fazia um ano que tinha assumido o namoro, e agora as vidas de ambos estava prestes a mudar com o resultado daquele exame.
— Já deu o tempo. — indagou e correu até o banheiro, pegou o teste e entregou ao namorado.
— Olha você, dependendo do que sair ali… — Ela suspirou. Sentou-se na cama, olhando-o apreensiva.
— Ok, só me explica de novo: uma listra é negativo, duas é positivo, certo? — assentiu, mordendo os lábios trêmulos. Ele desceu os olhos para o teste, verificou e sentou-se ao lado dela, completamente sem reação.
— E então?
— Positivo. — sentiu os olhos ficando marejados, estava tão, mas tão ferrada. Como seriam as coisas a partir de agora? — A gente pode procurar uma clínica e...
— Não, eu não posso fazer uma coisa dessas, a gente transou sem camisinha, temos que assumir a responsabilidade.
— Porra, , nós só temos 15 anos. — A garota fechou os olhos permitindo que as lágrimas descessem. — Nossos pais vão nos matar.
— Eu sei, eu sei, mas eu não posso abortar, . — Passou as mãos no rosto, tensa. — Eu não quero, e mesmo que eu topasse, somos menores de idade, e meus pais nunca permitiriam, sua mãe menos ainda.
— Você tem razão, eu estou tão desesperado. — Ela o abraçou de lado.
— Nós precisamos manter a calma e pensar como contaremos a eles. — Ela enxugou as lágrimas que desciam incessantemente,
— Vamos passar por essa juntos, , não vou te abandonar nunca. — O abraçou ternamente, tentando buscar algum conforto.
— Eu te amo, . — Escondeu seu rosto no pescoço do rapaz, sentindo o cheiro de seu perfume, de alguma forma aquilo a acalentava.
— Eu também te amo e vai dar tudo certo.
— Já deu o tempo. — indagou e correu até o banheiro, pegou o teste e entregou ao namorado.
— Olha você, dependendo do que sair ali… — Ela suspirou. Sentou-se na cama, olhando-o apreensiva.
— Ok, só me explica de novo: uma listra é negativo, duas é positivo, certo? — assentiu, mordendo os lábios trêmulos. Ele desceu os olhos para o teste, verificou e sentou-se ao lado dela, completamente sem reação.
— E então?
— Positivo. — sentiu os olhos ficando marejados, estava tão, mas tão ferrada. Como seriam as coisas a partir de agora? — A gente pode procurar uma clínica e...
— Não, eu não posso fazer uma coisa dessas, a gente transou sem camisinha, temos que assumir a responsabilidade.
— Porra, , nós só temos 15 anos. — A garota fechou os olhos permitindo que as lágrimas descessem. — Nossos pais vão nos matar.
— Eu sei, eu sei, mas eu não posso abortar, . — Passou as mãos no rosto, tensa. — Eu não quero, e mesmo que eu topasse, somos menores de idade, e meus pais nunca permitiriam, sua mãe menos ainda.
— Você tem razão, eu estou tão desesperado. — Ela o abraçou de lado.
— Nós precisamos manter a calma e pensar como contaremos a eles. — Ela enxugou as lágrimas que desciam incessantemente,
— Vamos passar por essa juntos, , não vou te abandonar nunca. — O abraçou ternamente, tentando buscar algum conforto.
— Eu te amo, . — Escondeu seu rosto no pescoço do rapaz, sentindo o cheiro de seu perfume, de alguma forma aquilo a acalentava.
— Eu também te amo e vai dar tudo certo.
Parte I
suspirou fundo enquanto trancava a porta de entrada da casa, viu que a esperava acordado. Deixou a bolsa e a blusa de frio de qualquer jeito em cima da estante e se sentou ao lado do marido.
— Oi, . — Se aproximou dela, lhe dando um selinho casto. — Como foi a apresentação de hoje?
— A mesma coisa, cantei, mas como sempre as conversas paralelas eram muito mais interessantes do que eu. Isso é tão frustrante, . Tudo o que eu queria era um pouco de atenção das pessoas, que elas me ouvissem mesmo cantar, eu me dedico, faço repertório para nada...
— Eu sinto muito que você tenha que lidar com isso.
— Com a vinda do , as coisas tomaram rumos tão distintos, não entramos na faculdade, você é garçom em uma lanchonete de dia, e eu cantora de barzinho a noite. Isso nunca foi o que eu sonhei… — Mordeu os lábios. — Você se imagina tendo uma vida diferente?
— Não vou mentir, claro, se tivéssemos ido para a faculdade, viveríamos a loucura toda das fraternidades, muitas festas, aprendizado… Mas o destino não quis assim, paciência.
— Destino não, a nossa falta de noção sim. — Bufou, aborrecida e extremamente chateada.
— Agora a gente precisa viver com o que nos foi proposto, não adianta sonhar com algo que não vai acontecer. Quando tiver maiorzinho e mais independente nós vamos voltar a estudar e...
— As vezes vem uns pensamentos tão loucos na minha cabeça, tenho vontade de voltar no tempo e ter procurado alguma clínica clandestina para abortar.
— ! Pelo amor de Deus! Olha o absurdo que acabou de dizer! — A encarava de olhos arregalados.
— Eu estou com dor de cabeça e frustrada, eu não quis dizer o que disse, eu só ando muito… — Cortou-se. — Amo , mais do que minha própria vida. — Se levantou do sofá, pegando sua blusa de frio e bolsa. — Ignora tudo o que eu disse, por favor, me desculpa. Eu vou subir, preciso de um banho. — Não esperou que ele pudesse responder e rumou pelas escadas. Mas antes que pudesse entrar em seu quarto, deu uma olhadela rápida no quarto do filho e o viu dormindo profundamente, sentou-se delicadamente na cama e alisou o cabelo da criança.
— Me perdoe, querido, mamãe anda tão chateada com a vida, mas eu te amo tanto, tanto, meu pequeno, você foi a minha melhor escolha. Prometo ser uma mãe melhor. Dorme com Deus. — Sussurrou. Deu um beijo em sua testa e saiu do quarto do filho e foi para o seu.
ficou mais um tempinho olhando a tevê, sem de fato prestar atenção, sua mente fervia, estava tão amargurada de uns tempos para cá, ele não a culpava, sabia que a vida que levavam não era fácil, mas hoje ela havia passado dos limites desejando que não existisse, ele não via mais uma vida sem o filho de quatro anos, ele era a alegria daquela casa. No início era ele quem quis desistir de tudo, e ela foi seu porto seguro, agora cabia a ele também não julgá-la e a ajudá-la nesse momento. Desligou a televisão e seguiu o mesmo caminho que ela, entrou no quarto e se deitou.
— deu trabalho para dormir hoje? — Acordou de seus pensamentos com a chegada repentina de já de camisola. Ela não ia voltar a tocar no assunto e ele agradeceu veemente por aquilo.
— Não, hoje ele estava bem agitado com a creche houve alguma brincadeira que o cansou muito. — Ela sorriu.
— Na hora que fui buscá-lo ele só falava que havia aprendido a como plantar na horta… — Ela o complementou.
— Isso, viu um pouco de Peppa e desmaiou no sofá. — deitou-se ao lado de .
— E você? Despejei um monte de coisas e nem te perguntei direito como está tudo em seu trabalho…
— Tudo certo, dessa vez tirei bem mais em gorjeta. — Sorriu, ao menos alguém tinha alguma coisa boa para compartilhar.
Eles até se viram antes de ela trabalhar, mas o fato é que assim que chegava em casa, corria para tomar banho para que pudesse sair para trabalhar, a conversa sempre acontecia naquele horário. Foi a melhor forma que eles acharam para que não precisassem deixar o filho com alguém. Toda forma de economizar era válida, sem dúvidas.
— Vem aqui... — Ele a trouxe para si, a abraçando de lado, e deu um beijo em sua testa. — A maternidade não é fácil, eu sei disso.
Ela se aconchegou nos braços dele, era um namorado maravilhoso, sempre tão solícito, paciente com as crises dela, sempre a apoiando, impulsionando-a, diversas vezes ele estava no barzinho em que ela tocava a gravando e abastecendo a conta do Youtube que ela tinha, era o seu fã número um.
— Obrigada, ! Amo você. — Trocaram um selinho casto, que acabou se transformando em um beijo intenso, apesar dos pesares, a chama do casamento dos dois nunca havia apagado. Se amavam muito, isso era inegável.
— Mamãe! — correu para os braços dela, que se abaixou e deixou-se ser abraçada ternamente por ele. — Que saudade! — O pegou no colo, se levantando.
— Eu também estava, querido. — Segurou a mochila que estava estendida pela professora.
— Obrigada, professora Megan, até amanhã. — Se despediu da mulher e com dificuldades foi andando com o filho no colo. era muito preguiçoso, nunca gostava de ir andando para casa, o bom é que só eram três quarteirões de distância. — E como foi hoje?
— Fiz massinha, e desenhei eu, você e papai, hum… — Pareceu pensar. — Fomos na holta, mas o feijão ainda não clesceu. — Comentou chateado. riu.
— Meu amor, demora um pouquinho para o pé de feijãozinho crescer, tem que ter paciência. — Alisou o cabelo dele, que se aconchegou ainda mais no colo da mãe, escondendo o rosto na curvatura de seu pescoço.
— Hum, tá bom. — Fez um biquinho, que não pode ser percebido por . — ‘Tô com muitaaaa fome.
— Eu sei, seu gulosinho, mamãe já fez a janta. — Se equilibrou e conseguiu abrir o portão de casa. Ela parou em frente a porta e conseguiu abri-la e desceu de seu colo. — Amanhã você volta andando, mocinho, você está cada vez mais pesado. — Ele nem a escutou, já havia sumido escadas acima. balançou os braços, tentando voltar a circular o sangue na região. Foi até a cozinha, lavou as mãos e pegou o pratinho da Peppa que ele amava. Todos os seus itens tinham que ser daquela porquinha rosa.
— Tava com vontade de fazer pipi. — Ele desceu correndo as escadas e sorriu. — Já tá plonto? — Referia-se a comida.
— Não ouvi você lavando as mãos depois de fazer pipi. — Ele abriu um sorrisinho amarelo. — Vai lavar essa mão, , senão nada de janta para você e vê se lava direito. — subiu as escadas correndo. — Não corre na escada! — Gritou, mas ele já estava longe. Suspirou, pesadamente, terminando de colocar a comida no prato do filho, pegou o suco de uva que ele gostava e colocou no copinho. já estava a sua frente, mostrando as mãozinhas molhadas. — Eu já disse para você não correr na escada, você se machuca.
— Deculpa, mamãe. — Se sentou na mesa, pegou a colherzinha e sozinho a levou a boca. se sentou ao lado do filho e o auxiliou a comer.
Não demorou para que o pequeno terminasse a refeição e ele pedisse para que a mãe colocasse Peppa na televisão. Ela se sentou ao lado dele e colocou a cabeça em seu colo, ficou fazendo carinho em sua cabeça até que chegasse e eles trocassem o papel.
— Olha, mamãe. — Apontou para algo na tevê, a fazendo despertar.
— É fofinho, né, bebê. — Ele balançou a cabeça positivamente várias vezes.
— Ei, família. — entrou no cômodo. sorriu, o esperando se aproximar, ele lhe deu um selinho. Subiu as escadas correndo para tomar banho para que a esposa pudesse ir trabalhar.
*
entrou pelo barzinho, e o viu muito mais cheio do que se podia imaginar, típico sábado a noite. Mesas espalhadas por todos os cantos, tocava uma música ambiente, e um tremendo barulho de pessoas falando, via-se de estudantes de faculdade solteiros a casais apaixonados. Sentiu seu braço ser tocado e virou-se deparando-se com Chase, seu chefe.
— Oi — Deu um sorrisinho. Por que aquilo? Havia chegado até antes de seu turno começar.
— Olá, , tem como me acompanhar até meu escritório? — Franziu o cenho, extremamente surpresa.
— Tenho que entrar em quinze minutos e…
— Eu sei, mas é realmente importante e aposto que de seu interesse. — o olhou de forma desconfiada, mas assentiu, curiosa, seguindo-o. Subiram as escadas e Chase abriu a porta, esperou que ela entrasse e a fechou. olhou sala a dentro e percebeu que havia um homem sentado na cadeira, que assim que ela entrou, se levantou para cumprimentá-la.
— , este é Blake Jones, ele é olheiro de uma gravadora, ele estava aqui ontem e viu sua apresentação e inclusive seus vídeos postados em sua conta no Youtube. Blake, está é .
— Ah, meu Deus, prazer. — Estendeu a mão ao homem que a apertou.
— Prazer. — Desfizeram o contato.
— Mas sentem-se, por favor. — Chase indicou os lugares próximos a sua mesa, e assim uma trêmula e Blake o fizeram. — Com licença, vou deixá-los a sós.
— , como Chase me apresentou, represento a Atlantic Records e nos interessamos muito por você, tem um timbre de voz muito lindo e diferente de tudo o que eu já vimos. Gostamos de coisas peculiares.
— Certo. — Sua voz saiu mais trêmula do que pôde imaginar.
— Bom, eu vou adiantar um pouco as coisas porque precisamos de você para ontem. — Brincou. — Suas performances no canal são ótimas e com um número bom de visualizações.
— Sim, tenho uma quantidade boa de inscritos, mas nunca tive muita sorte nisso.
— Excelente, as composições eram suas?
— Sim, são.
— Nós estamos interessados em uma cantora para abrir os shows do Bruno Mars, o conhece?
— Claro que sim, ele é maravilhoso. — Levou as mãos à boca.
— , o que eu quero te propor de início é gravar um EP com quatro músicas e você abrir os shows dele. Eu sei, a gente teria que marcar uma reunião adequadamente para entrar em detalhes, mas estamos mesmo querendo você.
— Ah, meu Deus, não posso acreditar, parece um sonho se realizando. — Sorriu com o entusiasmo da garota.
— Mas eu precisaria saber, você teria disponibilidade para ir aos Estados Unidos?
— Bom, eu moro aqui em Doncaster com meu namorado, tenho um filho, mas eu posso conversar com meu companheiro e vemos um jeito de…
— Olha, não me leve a mal, , não tínhamos noção disso. — Ele fez uma careta. — Nós queremos uma cantora jovem, solteira, e sem filhos. No momento é o ideal, temos que vender uma imagem assim.
— Ah... — Aquilo tinha doído de ser ouvido, uma oportunidade daquelas não podia passar de jeito nenhum.
— A não ser que você deixe seu passado para trás, , sem filho, sem companheiro, toparia? Eu sei, é algo difícil de fazer, mas uma imagem de mãe de família não traz marketing.
— Eu… — Ela esperou por sua vida inteira que uma oportunidade como aquelas aparecesse. — Posso pensar?
— Como eu te disse, temos urgência, , se você aceitasse, segunda-feira nós faríamos uma reunião passando todos os detalhes, verificaríamos contrato e tudo mais.
— Nossa, realmente.
— Aqui está meu cartão. — Tirou do bolso e a entregou. — Você tem até amanhã a noite para me dar um retorno, ok?
— Certo, obrigada. — Pegou o cartão e guardou no bolso da calça jeans que usava. Ela viu o homem se levantar.
— Espero que não perca essa oportunidade, , ela não aparece uma outra vez. — Ela suspirou profundamente com o teor daquelas palavras, ela sabia mais do que tudo que o homem tinha total razão.
Ela ficou aérea durante toda a sua apresentação naquela noite, afinal, ela tinha a decisão de sua vida em mãos, era a realização de um sonho, porém teria que deixar quem mais amava para trás, ela estaria disposta a isso? Ou estaria disposta a abrir mão de seu sonho por quem amava?
Seu domingo não havia sido diferente, ficou distante do marido e do filho, pensativa, completamente confusa, sem saber o que fazer. Mas foi durante seu banho antes que fosse trabalhar naquela noite que ela havia decidido o que faria. Que e a perdoassem um dia, mas ela seguiria seus sonhos, ela não era feliz na vida que levava com os dois, e sabia que o que faltava era fazer o que gostava e ser reconhecida por isso, era a oportunidade de sua vida e ela a agarraria custasse o que custasse. Desligou o chuveiro, se enrolou na toalha, e de dentro do banheiro pegou o celular que havia levado consigo.
— Boa noite, Blake. — Falou em um tom mais baixo. Hoje era a folga de , temia que ele pudesse escutar o teor da ligação.
— Olá, , achei que não me ligaria. Sem mais delongas, se decidiu? — O homem perguntou ansioso, afinal, se ela não aceitasse ele tinha que correr atrás de alguém para abrir os shows, mas ele sabia que não acharia outra pessoa tão boa para aquilo como a mulher.
— Sim, eu topo! — Mordeu os lábios, trêmula.
— Perfeito, show. — Blake estava animado, tinha dado certo. — Temos uma unidade da gravadora aqui, te envio por mensagem o endereço e o horário. Posso enviar por esse número?
— Pode. Combinado, eu estarei lá.
— Até amanhã. — Eles desligaram.
sentiu que o coração ia pular do peito, tamanho era o sentimento de euforia que sentia. Saiu do banheiro, vestiu a roupa que havia separado, pegou sua bolsa e desceu as escadas. Sentiu o coração sangrar quando viu o pequeno sentadinho no chão com alguns brinquedos ali, estava na cozinha, provavelmente preparando algo para o filho.
— … — O menino levantou os olhos em direção à mãe. — Mamãe te ama muito, tá? Promete que não se esquece disso independente se a mamãe tiver que ir para longe? — Sentiu os olhos marejarem.
— Plometo, mamãe. — Ela tentou segurar as lágrimas que desciam incessantes de seu rosto. O abraçou como se sua vida dependesse disso, aquilo não era o fim, um dia ela voltaria para ele, ela só não sabia quando. — Não chola, mamãe. — Com sua pequena mãozinha ele ia secando o rosto dela.
— Te amo, te amo, te amo. — Beijou a bochecha dele repetidas vezes, o abraçando fortemente mais uma vez.
— Tamém te amo. — Suspirou fundo, desfazendo o contato com pesar.
— Já está indo, ? — Ela virou-se de costas, escondendo o rosto, tentando secá-lo.
— Sim, é, já está na hora. Beijos, meus meninos. — Saiu antes que percebesse que ela havia chorado, sua despedida com ele seria depois…
Chegou em casa, e como sempre ele a esperava acordado, mesmo sabendo que teria que levantar às 06h30 para levar até a creche e depois emendaria no trabalho. Sentiu um solavanco no peito, amanhã ela já não participaria mais daquela rotina, havia decidido que iria embora naquela madrugada, não ia conseguir ficar mentindo, sabia lê-la como ninguém e era melhor que fosse de uma vez. Não saberia como ia fazer para buscar , piscou várias vezes os olhos, não podia chorar, o homem estava ali na sua frente. Decidiu dissipar aqueles pensamentos e se fez notar.
— Oi, amor. — Sentou-se ao seu lado com um sorriso forçado.
— Você está mesmo bem? Passou o dia todo muito quieta, disse aquilo tudo a , quer me contar algo? — Ela abriu a boca para falar, mas desistiu, não tinha coragem.
— Não é nada, só acordei meio emotiva e triste, sabe? Tem dias que a gente simplesmente não acorda bem. — Alisou o rosto dele com um sorriso fraco.
— Ok, você não quer me contar, vou respeitar seu tempo. — Sorriu para ela.
— Amor, amanhã eu vou precisar sair então, se você puder pedir para a sua mãe buscar o na creche seria de grande ajuda.
— Aonde vai? — Não tinha pensado naquilo.
— Eu… É… Chase pediu para que eu fosse buscar algumas coisas do bar para ele, eu não recusei, me desculpe.
— Que explorador, amanhã é sua única folga na semana. — Pobre Chase, não merecia que falasse aquelas coisas dele, mas não havia tido escolha.
— Pois é, ele é tão bom comigo, , releva. — Mordeu os lábios. — Agora vem, estou com saudade de você. — Se aproximou do rapaz e distribuiu beijos por todo seu pescoço.
— É melhor subirmos, aqui é arriscado, vai que levanta e nos pega.
— Certo. — Subiram aquelas escadas na velocidade da luz, e adentraram o quarto, passando o trinco na fechadura.
Ela o jogou na cama, subindo em cima dele e distribuindo beijos quentes por todo o corpo do homem. Beijou o apaixonadamente, enquanto suas mãos trabalhavam tentando abrir o zíper da bermuda que ele usava. Se separaram, ela tirou a própria camiseta, fez o mesmo, e novamente suas testas se grudaram e beijavam-se como se necessitassem daquilo.
Era a última vez que estaria nos braços de , ela sabia que ele jamais a perdoaria, e aquilo a quebrava em inúmeros pedacinhos. Continuou a trabalhar com a boca descendo os beijos até parar em sua boxer. Sorriu de forma sensual e a abaixou, ela o daria um dos melhores sexos de sua vida, era o mínimo que poderia fazer...
Ela viu que respirava profundamente e era seguro se levantar, com pesar se desfez dos braços do amado e andou calmamente até o guarda-roupa, pegou a maior mala de rodinhas que estava ali, e de forma silenciosa foi colocando suas roupas. Não queria que as coisas fossem daquele jeito… Aquilo era tão injusto, pois estava indo realizar seu sonho, mas não estava sendo fácil deixar os dois para trás, doía mais do que tudo.
Terminou de colocar as roupas ali dentro e pegou a mala pesada e antes que descesse as escadas, passou no quarto do filho e chorou mais uma vez, olhando o dormir serenamente, se aproximou e lhe deu um beijo na testa.
— Mamãe ama você, querido, espero que um dia possa me compreender. — Alisou mais uma vez o cabelo do garoto.
E pensar que na última vez em que tinha conversado com adormecido tinha prometido que seria uma mãe melhor, que ironia, uma mãe que abandonava o filho definitivamente não é uma mãe melhor.
Saiu do quarto do filho, e com dificuldades conseguiu descer a mala. Ia até a porta, mas se deteve, precisava de uma explicação, não podia ir embora assim. Achou um pacote de sulfite colorida na estante de , pegou uma caneta e se dispôs a escrever. Desistiu e rasgou a folha, fez isso mais ou menos umas duas vezes, estava difícil se despedir.
,
Pensei inúmeras vezes como escrever isso aqui, porque nunca parece bom o suficiente...
Eu preciso ir, a oportunidade da minha vida chegou, eu consegui ser notada por uma grande gravadora, eles querem assinar comigo. Isso não é um sonho? Pois é, mas para que eu assine com eles, eu tenho que deixar minha vida inteira para trás, isso inclui você e , meu coração sangra, amor, mas é a oportunidade da minha vida e eu não pude recusar. Eu vou ser enfim reconhecida por algo que amo fazer.
Sei que você deve estar com raiva, frustrado, magoado, traído, eu sei, acredite, eu te entendo, eu teria as mesmas reações, porque você me prometeu que não me largaria, que estaria comigo para sempre, e eu estou fazendo isso com você, uma pessoa extraordinária e que não merece isso. Deus, isso é tão injusto...
Sei também que o que estou fazendo não tem perdão, e nem vou te pedir isso, só espero que possa me compreender… Eu posso ir para a China, mas meu coração fica aqui com você e com . Não vou pedir que me espere, não sou egoísta a esse ponto, quero que viva intensamente, e que encontre alguém melhor do que eu, você merece ser feliz.
Mais uma vez, me desculpe. Eu sei que não tenho direito a te pedir nada, mas, por favor, não minta a , nosso filho merece a verdade.
Eu te amo muito, muito mesmo, amor! Você é incrível, nunca se esqueça disso.
Ela limpou as lágrimas que escorriam, olhou mais uma vez aquela casa pequena, mas que já lhe trazia tantas lembranças, pegou o celular e chamou o motorista de aplicativo. Estava na hora de novos ares, sorriu ainda em lágrimas, ela sabia que talvez se arrependeria de sua decisão, mas ela precisava ir.
— Oi, . — Se aproximou dela, lhe dando um selinho casto. — Como foi a apresentação de hoje?
— A mesma coisa, cantei, mas como sempre as conversas paralelas eram muito mais interessantes do que eu. Isso é tão frustrante, . Tudo o que eu queria era um pouco de atenção das pessoas, que elas me ouvissem mesmo cantar, eu me dedico, faço repertório para nada...
— Eu sinto muito que você tenha que lidar com isso.
— Com a vinda do , as coisas tomaram rumos tão distintos, não entramos na faculdade, você é garçom em uma lanchonete de dia, e eu cantora de barzinho a noite. Isso nunca foi o que eu sonhei… — Mordeu os lábios. — Você se imagina tendo uma vida diferente?
— Não vou mentir, claro, se tivéssemos ido para a faculdade, viveríamos a loucura toda das fraternidades, muitas festas, aprendizado… Mas o destino não quis assim, paciência.
— Destino não, a nossa falta de noção sim. — Bufou, aborrecida e extremamente chateada.
— Agora a gente precisa viver com o que nos foi proposto, não adianta sonhar com algo que não vai acontecer. Quando tiver maiorzinho e mais independente nós vamos voltar a estudar e...
— As vezes vem uns pensamentos tão loucos na minha cabeça, tenho vontade de voltar no tempo e ter procurado alguma clínica clandestina para abortar.
— ! Pelo amor de Deus! Olha o absurdo que acabou de dizer! — A encarava de olhos arregalados.
— Eu estou com dor de cabeça e frustrada, eu não quis dizer o que disse, eu só ando muito… — Cortou-se. — Amo , mais do que minha própria vida. — Se levantou do sofá, pegando sua blusa de frio e bolsa. — Ignora tudo o que eu disse, por favor, me desculpa. Eu vou subir, preciso de um banho. — Não esperou que ele pudesse responder e rumou pelas escadas. Mas antes que pudesse entrar em seu quarto, deu uma olhadela rápida no quarto do filho e o viu dormindo profundamente, sentou-se delicadamente na cama e alisou o cabelo da criança.
— Me perdoe, querido, mamãe anda tão chateada com a vida, mas eu te amo tanto, tanto, meu pequeno, você foi a minha melhor escolha. Prometo ser uma mãe melhor. Dorme com Deus. — Sussurrou. Deu um beijo em sua testa e saiu do quarto do filho e foi para o seu.
ficou mais um tempinho olhando a tevê, sem de fato prestar atenção, sua mente fervia, estava tão amargurada de uns tempos para cá, ele não a culpava, sabia que a vida que levavam não era fácil, mas hoje ela havia passado dos limites desejando que não existisse, ele não via mais uma vida sem o filho de quatro anos, ele era a alegria daquela casa. No início era ele quem quis desistir de tudo, e ela foi seu porto seguro, agora cabia a ele também não julgá-la e a ajudá-la nesse momento. Desligou a televisão e seguiu o mesmo caminho que ela, entrou no quarto e se deitou.
— deu trabalho para dormir hoje? — Acordou de seus pensamentos com a chegada repentina de já de camisola. Ela não ia voltar a tocar no assunto e ele agradeceu veemente por aquilo.
— Não, hoje ele estava bem agitado com a creche houve alguma brincadeira que o cansou muito. — Ela sorriu.
— Na hora que fui buscá-lo ele só falava que havia aprendido a como plantar na horta… — Ela o complementou.
— Isso, viu um pouco de Peppa e desmaiou no sofá. — deitou-se ao lado de .
— E você? Despejei um monte de coisas e nem te perguntei direito como está tudo em seu trabalho…
— Tudo certo, dessa vez tirei bem mais em gorjeta. — Sorriu, ao menos alguém tinha alguma coisa boa para compartilhar.
Eles até se viram antes de ela trabalhar, mas o fato é que assim que chegava em casa, corria para tomar banho para que pudesse sair para trabalhar, a conversa sempre acontecia naquele horário. Foi a melhor forma que eles acharam para que não precisassem deixar o filho com alguém. Toda forma de economizar era válida, sem dúvidas.
— Vem aqui... — Ele a trouxe para si, a abraçando de lado, e deu um beijo em sua testa. — A maternidade não é fácil, eu sei disso.
Ela se aconchegou nos braços dele, era um namorado maravilhoso, sempre tão solícito, paciente com as crises dela, sempre a apoiando, impulsionando-a, diversas vezes ele estava no barzinho em que ela tocava a gravando e abastecendo a conta do Youtube que ela tinha, era o seu fã número um.
— Obrigada, ! Amo você. — Trocaram um selinho casto, que acabou se transformando em um beijo intenso, apesar dos pesares, a chama do casamento dos dois nunca havia apagado. Se amavam muito, isso era inegável.
— Mamãe! — correu para os braços dela, que se abaixou e deixou-se ser abraçada ternamente por ele. — Que saudade! — O pegou no colo, se levantando.
— Eu também estava, querido. — Segurou a mochila que estava estendida pela professora.
— Obrigada, professora Megan, até amanhã. — Se despediu da mulher e com dificuldades foi andando com o filho no colo. era muito preguiçoso, nunca gostava de ir andando para casa, o bom é que só eram três quarteirões de distância. — E como foi hoje?
— Fiz massinha, e desenhei eu, você e papai, hum… — Pareceu pensar. — Fomos na holta, mas o feijão ainda não clesceu. — Comentou chateado. riu.
— Meu amor, demora um pouquinho para o pé de feijãozinho crescer, tem que ter paciência. — Alisou o cabelo dele, que se aconchegou ainda mais no colo da mãe, escondendo o rosto na curvatura de seu pescoço.
— Hum, tá bom. — Fez um biquinho, que não pode ser percebido por . — ‘Tô com muitaaaa fome.
— Eu sei, seu gulosinho, mamãe já fez a janta. — Se equilibrou e conseguiu abrir o portão de casa. Ela parou em frente a porta e conseguiu abri-la e desceu de seu colo. — Amanhã você volta andando, mocinho, você está cada vez mais pesado. — Ele nem a escutou, já havia sumido escadas acima. balançou os braços, tentando voltar a circular o sangue na região. Foi até a cozinha, lavou as mãos e pegou o pratinho da Peppa que ele amava. Todos os seus itens tinham que ser daquela porquinha rosa.
— Tava com vontade de fazer pipi. — Ele desceu correndo as escadas e sorriu. — Já tá plonto? — Referia-se a comida.
— Não ouvi você lavando as mãos depois de fazer pipi. — Ele abriu um sorrisinho amarelo. — Vai lavar essa mão, , senão nada de janta para você e vê se lava direito. — subiu as escadas correndo. — Não corre na escada! — Gritou, mas ele já estava longe. Suspirou, pesadamente, terminando de colocar a comida no prato do filho, pegou o suco de uva que ele gostava e colocou no copinho. já estava a sua frente, mostrando as mãozinhas molhadas. — Eu já disse para você não correr na escada, você se machuca.
— Deculpa, mamãe. — Se sentou na mesa, pegou a colherzinha e sozinho a levou a boca. se sentou ao lado do filho e o auxiliou a comer.
Não demorou para que o pequeno terminasse a refeição e ele pedisse para que a mãe colocasse Peppa na televisão. Ela se sentou ao lado dele e colocou a cabeça em seu colo, ficou fazendo carinho em sua cabeça até que chegasse e eles trocassem o papel.
— Olha, mamãe. — Apontou para algo na tevê, a fazendo despertar.
— É fofinho, né, bebê. — Ele balançou a cabeça positivamente várias vezes.
— Ei, família. — entrou no cômodo. sorriu, o esperando se aproximar, ele lhe deu um selinho. Subiu as escadas correndo para tomar banho para que a esposa pudesse ir trabalhar.
entrou pelo barzinho, e o viu muito mais cheio do que se podia imaginar, típico sábado a noite. Mesas espalhadas por todos os cantos, tocava uma música ambiente, e um tremendo barulho de pessoas falando, via-se de estudantes de faculdade solteiros a casais apaixonados. Sentiu seu braço ser tocado e virou-se deparando-se com Chase, seu chefe.
— Oi — Deu um sorrisinho. Por que aquilo? Havia chegado até antes de seu turno começar.
— Olá, , tem como me acompanhar até meu escritório? — Franziu o cenho, extremamente surpresa.
— Tenho que entrar em quinze minutos e…
— Eu sei, mas é realmente importante e aposto que de seu interesse. — o olhou de forma desconfiada, mas assentiu, curiosa, seguindo-o. Subiram as escadas e Chase abriu a porta, esperou que ela entrasse e a fechou. olhou sala a dentro e percebeu que havia um homem sentado na cadeira, que assim que ela entrou, se levantou para cumprimentá-la.
— , este é Blake Jones, ele é olheiro de uma gravadora, ele estava aqui ontem e viu sua apresentação e inclusive seus vídeos postados em sua conta no Youtube. Blake, está é .
— Ah, meu Deus, prazer. — Estendeu a mão ao homem que a apertou.
— Prazer. — Desfizeram o contato.
— Mas sentem-se, por favor. — Chase indicou os lugares próximos a sua mesa, e assim uma trêmula e Blake o fizeram. — Com licença, vou deixá-los a sós.
— , como Chase me apresentou, represento a Atlantic Records e nos interessamos muito por você, tem um timbre de voz muito lindo e diferente de tudo o que eu já vimos. Gostamos de coisas peculiares.
— Certo. — Sua voz saiu mais trêmula do que pôde imaginar.
— Bom, eu vou adiantar um pouco as coisas porque precisamos de você para ontem. — Brincou. — Suas performances no canal são ótimas e com um número bom de visualizações.
— Sim, tenho uma quantidade boa de inscritos, mas nunca tive muita sorte nisso.
— Excelente, as composições eram suas?
— Sim, são.
— Nós estamos interessados em uma cantora para abrir os shows do Bruno Mars, o conhece?
— Claro que sim, ele é maravilhoso. — Levou as mãos à boca.
— , o que eu quero te propor de início é gravar um EP com quatro músicas e você abrir os shows dele. Eu sei, a gente teria que marcar uma reunião adequadamente para entrar em detalhes, mas estamos mesmo querendo você.
— Ah, meu Deus, não posso acreditar, parece um sonho se realizando. — Sorriu com o entusiasmo da garota.
— Mas eu precisaria saber, você teria disponibilidade para ir aos Estados Unidos?
— Bom, eu moro aqui em Doncaster com meu namorado, tenho um filho, mas eu posso conversar com meu companheiro e vemos um jeito de…
— Olha, não me leve a mal, , não tínhamos noção disso. — Ele fez uma careta. — Nós queremos uma cantora jovem, solteira, e sem filhos. No momento é o ideal, temos que vender uma imagem assim.
— Ah... — Aquilo tinha doído de ser ouvido, uma oportunidade daquelas não podia passar de jeito nenhum.
— A não ser que você deixe seu passado para trás, , sem filho, sem companheiro, toparia? Eu sei, é algo difícil de fazer, mas uma imagem de mãe de família não traz marketing.
— Eu… — Ela esperou por sua vida inteira que uma oportunidade como aquelas aparecesse. — Posso pensar?
— Como eu te disse, temos urgência, , se você aceitasse, segunda-feira nós faríamos uma reunião passando todos os detalhes, verificaríamos contrato e tudo mais.
— Nossa, realmente.
— Aqui está meu cartão. — Tirou do bolso e a entregou. — Você tem até amanhã a noite para me dar um retorno, ok?
— Certo, obrigada. — Pegou o cartão e guardou no bolso da calça jeans que usava. Ela viu o homem se levantar.
— Espero que não perca essa oportunidade, , ela não aparece uma outra vez. — Ela suspirou profundamente com o teor daquelas palavras, ela sabia mais do que tudo que o homem tinha total razão.
Ela ficou aérea durante toda a sua apresentação naquela noite, afinal, ela tinha a decisão de sua vida em mãos, era a realização de um sonho, porém teria que deixar quem mais amava para trás, ela estaria disposta a isso? Ou estaria disposta a abrir mão de seu sonho por quem amava?
Seu domingo não havia sido diferente, ficou distante do marido e do filho, pensativa, completamente confusa, sem saber o que fazer. Mas foi durante seu banho antes que fosse trabalhar naquela noite que ela havia decidido o que faria. Que e a perdoassem um dia, mas ela seguiria seus sonhos, ela não era feliz na vida que levava com os dois, e sabia que o que faltava era fazer o que gostava e ser reconhecida por isso, era a oportunidade de sua vida e ela a agarraria custasse o que custasse. Desligou o chuveiro, se enrolou na toalha, e de dentro do banheiro pegou o celular que havia levado consigo.
— Boa noite, Blake. — Falou em um tom mais baixo. Hoje era a folga de , temia que ele pudesse escutar o teor da ligação.
— Olá, , achei que não me ligaria. Sem mais delongas, se decidiu? — O homem perguntou ansioso, afinal, se ela não aceitasse ele tinha que correr atrás de alguém para abrir os shows, mas ele sabia que não acharia outra pessoa tão boa para aquilo como a mulher.
— Sim, eu topo! — Mordeu os lábios, trêmula.
— Perfeito, show. — Blake estava animado, tinha dado certo. — Temos uma unidade da gravadora aqui, te envio por mensagem o endereço e o horário. Posso enviar por esse número?
— Pode. Combinado, eu estarei lá.
— Até amanhã. — Eles desligaram.
sentiu que o coração ia pular do peito, tamanho era o sentimento de euforia que sentia. Saiu do banheiro, vestiu a roupa que havia separado, pegou sua bolsa e desceu as escadas. Sentiu o coração sangrar quando viu o pequeno sentadinho no chão com alguns brinquedos ali, estava na cozinha, provavelmente preparando algo para o filho.
— … — O menino levantou os olhos em direção à mãe. — Mamãe te ama muito, tá? Promete que não se esquece disso independente se a mamãe tiver que ir para longe? — Sentiu os olhos marejarem.
— Plometo, mamãe. — Ela tentou segurar as lágrimas que desciam incessantes de seu rosto. O abraçou como se sua vida dependesse disso, aquilo não era o fim, um dia ela voltaria para ele, ela só não sabia quando. — Não chola, mamãe. — Com sua pequena mãozinha ele ia secando o rosto dela.
— Te amo, te amo, te amo. — Beijou a bochecha dele repetidas vezes, o abraçando fortemente mais uma vez.
— Tamém te amo. — Suspirou fundo, desfazendo o contato com pesar.
— Já está indo, ? — Ela virou-se de costas, escondendo o rosto, tentando secá-lo.
— Sim, é, já está na hora. Beijos, meus meninos. — Saiu antes que percebesse que ela havia chorado, sua despedida com ele seria depois…
Chegou em casa, e como sempre ele a esperava acordado, mesmo sabendo que teria que levantar às 06h30 para levar até a creche e depois emendaria no trabalho. Sentiu um solavanco no peito, amanhã ela já não participaria mais daquela rotina, havia decidido que iria embora naquela madrugada, não ia conseguir ficar mentindo, sabia lê-la como ninguém e era melhor que fosse de uma vez. Não saberia como ia fazer para buscar , piscou várias vezes os olhos, não podia chorar, o homem estava ali na sua frente. Decidiu dissipar aqueles pensamentos e se fez notar.
— Oi, amor. — Sentou-se ao seu lado com um sorriso forçado.
— Você está mesmo bem? Passou o dia todo muito quieta, disse aquilo tudo a , quer me contar algo? — Ela abriu a boca para falar, mas desistiu, não tinha coragem.
— Não é nada, só acordei meio emotiva e triste, sabe? Tem dias que a gente simplesmente não acorda bem. — Alisou o rosto dele com um sorriso fraco.
— Ok, você não quer me contar, vou respeitar seu tempo. — Sorriu para ela.
— Amor, amanhã eu vou precisar sair então, se você puder pedir para a sua mãe buscar o na creche seria de grande ajuda.
— Aonde vai? — Não tinha pensado naquilo.
— Eu… É… Chase pediu para que eu fosse buscar algumas coisas do bar para ele, eu não recusei, me desculpe.
— Que explorador, amanhã é sua única folga na semana. — Pobre Chase, não merecia que falasse aquelas coisas dele, mas não havia tido escolha.
— Pois é, ele é tão bom comigo, , releva. — Mordeu os lábios. — Agora vem, estou com saudade de você. — Se aproximou do rapaz e distribuiu beijos por todo seu pescoço.
— É melhor subirmos, aqui é arriscado, vai que levanta e nos pega.
— Certo. — Subiram aquelas escadas na velocidade da luz, e adentraram o quarto, passando o trinco na fechadura.
Ela o jogou na cama, subindo em cima dele e distribuindo beijos quentes por todo o corpo do homem. Beijou o apaixonadamente, enquanto suas mãos trabalhavam tentando abrir o zíper da bermuda que ele usava. Se separaram, ela tirou a própria camiseta, fez o mesmo, e novamente suas testas se grudaram e beijavam-se como se necessitassem daquilo.
Era a última vez que estaria nos braços de , ela sabia que ele jamais a perdoaria, e aquilo a quebrava em inúmeros pedacinhos. Continuou a trabalhar com a boca descendo os beijos até parar em sua boxer. Sorriu de forma sensual e a abaixou, ela o daria um dos melhores sexos de sua vida, era o mínimo que poderia fazer...
Ela viu que respirava profundamente e era seguro se levantar, com pesar se desfez dos braços do amado e andou calmamente até o guarda-roupa, pegou a maior mala de rodinhas que estava ali, e de forma silenciosa foi colocando suas roupas. Não queria que as coisas fossem daquele jeito… Aquilo era tão injusto, pois estava indo realizar seu sonho, mas não estava sendo fácil deixar os dois para trás, doía mais do que tudo.
Terminou de colocar as roupas ali dentro e pegou a mala pesada e antes que descesse as escadas, passou no quarto do filho e chorou mais uma vez, olhando o dormir serenamente, se aproximou e lhe deu um beijo na testa.
— Mamãe ama você, querido, espero que um dia possa me compreender. — Alisou mais uma vez o cabelo do garoto.
E pensar que na última vez em que tinha conversado com adormecido tinha prometido que seria uma mãe melhor, que ironia, uma mãe que abandonava o filho definitivamente não é uma mãe melhor.
Saiu do quarto do filho, e com dificuldades conseguiu descer a mala. Ia até a porta, mas se deteve, precisava de uma explicação, não podia ir embora assim. Achou um pacote de sulfite colorida na estante de , pegou uma caneta e se dispôs a escrever. Desistiu e rasgou a folha, fez isso mais ou menos umas duas vezes, estava difícil se despedir.
Pensei inúmeras vezes como escrever isso aqui, porque nunca parece bom o suficiente...
Eu preciso ir, a oportunidade da minha vida chegou, eu consegui ser notada por uma grande gravadora, eles querem assinar comigo. Isso não é um sonho? Pois é, mas para que eu assine com eles, eu tenho que deixar minha vida inteira para trás, isso inclui você e , meu coração sangra, amor, mas é a oportunidade da minha vida e eu não pude recusar. Eu vou ser enfim reconhecida por algo que amo fazer.
Sei que você deve estar com raiva, frustrado, magoado, traído, eu sei, acredite, eu te entendo, eu teria as mesmas reações, porque você me prometeu que não me largaria, que estaria comigo para sempre, e eu estou fazendo isso com você, uma pessoa extraordinária e que não merece isso. Deus, isso é tão injusto...
Sei também que o que estou fazendo não tem perdão, e nem vou te pedir isso, só espero que possa me compreender… Eu posso ir para a China, mas meu coração fica aqui com você e com . Não vou pedir que me espere, não sou egoísta a esse ponto, quero que viva intensamente, e que encontre alguém melhor do que eu, você merece ser feliz.
Mais uma vez, me desculpe. Eu sei que não tenho direito a te pedir nada, mas, por favor, não minta a , nosso filho merece a verdade.
Eu te amo muito, muito mesmo, amor! Você é incrível, nunca se esqueça disso.
Da sua , para sempre!
Ela limpou as lágrimas que escorriam, olhou mais uma vez aquela casa pequena, mas que já lhe trazia tantas lembranças, pegou o celular e chamou o motorista de aplicativo. Estava na hora de novos ares, sorriu ainda em lágrimas, ela sabia que talvez se arrependeria de sua decisão, mas ela precisava ir.
Parte II
>Três anos depois...
entrou em casa depois de um tempinho e suspirou, não havia ninguém a esperando, sentiu um vazio imenso dentro de si, aquilo já estava a incomodando há um tempinho, não sentia que ali era seu lar, o seu estava bem longe de Los Angeles. Suspirou deixando as coisas na entrada, sem coragem de desfazer as malas. Jogou seu corpo no sofá e foi inundada de pensamentos.
Depois de gravar um single em parceria com o cantor Bruno Mars e abrir os shows de sua turnê, ela ficou bem conhecida, e foi conquistando rapidamente aquilo que mais havia desejado na vida...
Três anos sem notícias de e sem ver seu filho pessoalmente. Ela tinha dito que iria embora sem olhar para trás, mas ela não tinha conseguido. Nos primeiros meses após ter ido, ela procurou seus pais contando as novidades e explicando o motivo do sumiço e questionou sobre o filho. Os pais haviam lhe compartilhado que estava tendo dificuldades para poder criá-lo, e que a mãe do rapaz e eles o ajudavam sempre que podiam. Seus pais não apoiaram em nenhum momento sua decisão, inclusive ela não fugiu de um belo sermão por ter tomado a atitude que tomou, mas ela não se sentia arrependida naquela época, era tudo muito novo.
Havia feito coisas naquele primeiro ano de carreira que a deixavam extremamente envergonhada, tinha ido a cama com Bruno, mesmo sabendo que ele tinha alguém, passou por várias camas de managers, e até de alguns fãs… Estava tentando procurar de alguma forma, e só agora ela conseguia enxergar isso.
A gravação de seu primeiro álbum foi incrível, ela tinha amado o resultado, teve colaboração de Bruno Mars, claro, e Jessie J. Havia concorrido ao Grammy, mas não havia conquistado, porém somente com a indicação tinha ficado feliz, sinal de que estava conquistando visibilidade. Gravou feats com pessoas mais influentes e inclusive pode encontrar grandes colegas como Nicki Minaj, Sam Smith, Cardi B, Normani, H.E.R e agora havia gravado um single no álbum de Shawn Mendes que com certeza estava trazendo muito mais visibilidade a ela, seu número de seguidores nas redes sociais tinha aumentado consideravelmente. Alguns fãs arriscavam shippá-los, mas para ela aquilo era inviável.
Em todo o tempo que teve de carreira não havia assumido nada com ninguém publicamente, ela simplesmente não conseguia esquentar na cama de ninguém. Seu atual caso era o ator da série Riverdale, Keneti James, mas conhecido como KJ Apa. Havia o conhecido em uma premiação há alguns meses, tinham encontros casuais, ele nunca a cobrava nada, era a relação perfeita. Bufou, sentindo-se sufocada com a vida que estava levando.
Pegou o celular discando os números já tão conhecidos por ela e suspirou quando no terceiro toque foi atendida.
— Oi! Cheguei em Los Angeles, preciso te ver. — Escutou o barulho da respiração do rapaz. — Sinto sua falta...
— …
— Nem tenta negar, KJ, eu sei que você não está gravando a série, por favor?
— Ok, eu já estou indo. — O rapaz desligou e ela mordeu os lábios, ansiosa por uma boa dose do homem, sempre foi egoísta e aquilo não era novidade a ninguém.
— ? — Ela se remexeu na cama ainda de olhos fechados, mas murmurou algo para que ele voltasse a falar. Assim que o homem havia chegado, se jogou em seus braços, e haviam feito sexo, ela estava sedenta, digamos que o ator e também cantor sabia bem o que fazia… — Vai ter um almoço de família na semana que vem, seria uma boa se você fosse. — Ela abriu os olhos de supetão. Zona perigosa aquela…
— Não acho que seja uma boa ideia. — A encarou de cenho franzido.
— Achei que estivéssemos nesse nível, a gente se gosta, sempre estamos juntos quando temos alguma folga, conversamos direto, é tão ruim assim assumir, ?
— Não é isso, achei que estivéssemos na mesma vibe, não percebi que você estava… — Não teve coragem de terminar.
— Me apaixonando? É, eu estou. — Ela pressionou os olhos, fazendo uma careta. Xingou-se mentalmente por não ter percebido os sinais.
— Não era para você gostar de mim nesse nível…Droga. — Bufou, levantando a cabeça e olhando o teto. Ele a encarou, confuso. — Olha, KJ, acho que você merece saber de algo. — O homem se virou de lado na cama, a encarando. — Eu nem sei por onde começar...
— Começa do princípio. — Deu de ombros.
— Eu tenho um filho de sete anos. — Jogou de uma vez, o fazendo abrir a boca, chocado.
— O quê? Mas como? Você só tem 22 anos!
— Engravidei com 15 anos, é, eu sei, comecei muito cedo, hormônios adolescentes... — Sorriu sem graça com o olhar chocado que ele lhe lançava.
— E onde seu filho está? — Se ajeitou melhor na cama, enquanto tinha os olhos presos aos dela.
— Então, , meu filho, mora com o pai, eu os deixei há três anos para me tornar cantora. Falo com eventualmente por Skype, mas eu não o vejo pessoalmente todo esse tempo, sinto muito a falta dele… E com , meu ex, eu rompi através de uma carta e nós nunca mais nos falamos, só converso com por intermédio dos meus pais.
— É muito para assimilar, . Você abandonou seu filho para se tornar cantora? E nem teve a decência de terminar seu relacionamento? — Ela balançou a cabeça, concordando. — Meu Deus!
— Não tive coragem… Eu sei o que está passando na sua cabeça, eu sou um monstro, mas eu me arrependo tanto. — Ela umedeceu os lábios, ele estava tendo a reação que ela esperava que teria, não podia culpá-lo. — Eu quero meu ex de volta, e principalmente, eu quero meu filho ao meu lado, entende por que as coisas entre nós não pode passar disso?
— Talvez eu tenha interpretado as coisas erradas mesmo, vendo por esse lado você não me deu um pingo de esperança, nunca passou de sexo para você, não é? — Ela abriu a boca, tentando proferir algo, mas não conseguiu. Ele tinha razão. — Me sinto um idiota. — Se levantou da cama colocando suas roupas de forma apressada.
— Ei, espera, KJ, não vai embora assim... — Colocou o cabelo atrás da orelha, claramente desconfortável. — Me desculpa.
— Desculpar o quê? Eu que me iludi, você não fez nada, talvez seja esse o problema. — Sussurrou o fim da frase, enquanto calçava o tênis direito. — Quer um conselho? — Ela o encarou, esperando que ele falasse de uma vez. — Estreita seus laços com seu filho, vá vê-lo pessoalmente, a gente nunca sabe o que pode acontecer no futuro, e tenta voltar com seu ex, isso que você sente por ele é amor, e mesmo você procurando outros caras, nenhum vai suprir esse sentimento. — Ela respirou fundo, sabia que ele tinha razão. Keneti se levantou.
— Eu estou me sentindo um lixo por te magoar, você é uma pessoa incrível… Agradeço o que me disse, era o que eu precisava ouvir para me encorajar a fazer a coisa certa. Você merece alguém bem melhor do que eu, espero de verdade que encontre. — O homem abriu um sorriso triste, se despediu, deixando-a imersa em pensamentos.
***
parou em frente ao endereço, já tinha levado as mãos a boca roendo o pouco de unhas que havia sobrado. Naquela mesma semana do encontro com Keneti, ela havia pedido uma pausa na carreira, seria uma espécie de férias, havia gravado alguns programas, e algumas músicas para serem soltas aos poucos. Tinha contado a Anny, sua empresária, suas intenções de procurar o filho e contar ao mundo sobre ele, foi duramente criticada, afinal, ela estava em seu auge e um escândalo daqueles seria visto de forma muito negativa.
Mas estava irredutível, então elas acharam uma forma de minimizar o impacto que aquela notícia poderia trazer, dizendo que haviam escondido a criança para preservá-la, afinal, quem era a famosa era ela, não o filho, sabia que receberia muitos haters, mas ela não se importava, tinha sido a melhor decisão que havia tomado há anos.
Tinha o contrato com a gravadora que era de cinco anos, e ela tinha que gravar mais um álbum com eles, mas sabia que suas decisões trariam muito impacto. Nem todos sabiam de sua história lá dentro, mas quando seu contrato foi redigido existia a menção de ela não revelar sobre ter o filho, e se ela o fizesse estaria o quebrando, aquilo traria impactos financeiro para ela, tinha consciência disso também, estava nas mãos de Anny e seus advogados resolverem tudo aquilo, esperava que ela pudesse conseguir um acordo.
Cansou de encarar o portão, temendo também ser reconhecida por alguém e com sua mão livre, o abriu, e entrou, parou em frente a porta e tocou a campainha da tão familiar casa. Seu boné escondia boa parte de seu rosto, os óculos de sol também, mas se olhasse bem a reconheceriam. Aquela demora estava matando-a, mordeu os lábios trêmulos, era o melhor mesmo ter vindo sem avisar? Abaixou os olhos quando uma pessoa passou por ela, a encarando muito. Finalmente escutou barulho de chave contra a porta e ela abriu.
— Pois não? — Sentiu que seu coração iria parar a qualquer momento ao escutar a voz de . Levantou os olhos e o viu empalidecer por reconhecê-la. — Você?!
— Eu… — Falou com um sopro de voz. Ele estava petrificado, não esboçava nenhuma reação. — Me deixe entrar, por favor? Preciso conversar com você.
— Entrar? — Soltou um riso incrédulo. — Não.
— , por favor, alguém pode me reconhecer, e eu estarei em apuros… Preciso falar com você.
— Problema seu. — Colocou a mão na maçaneta pronto para empurrar a porta.
— Vou ter que acionar a justiça, ? — Ele parou o movimento bruscamente. — Eu quero conversar com você, por favor. — Bufou, mas abriu espaço para que ela entrasse, o fez. — Obrigada. — Ela entrou na casa e suspirou, tudo estava tão igual, alguns moveis diferentes, claro, mas sentia-se tão bem ali, era seu verdadeiro lar, não tinha dúvidas, sem qualquer luxo como os hotéis que ela frequentou durante esses três anos, mas era ali que ela queria estar. — Tudo tão familiar...
— O que você quer? — Ele foi direto ao assunto, a acordando de seus devaneios.
— Quero ver o . Quero reivindicar meu direito a visitas, quero ter mais contato com meu filho.
— Lembrou que tem filho só agora? Você é tão desprezível, , que chega a me dar asco. — pressionou os lábios com força, levar um tapa não doeria tanto como aquelas palavras.
— Eu nunca esqueci que tinha filho, eu terminei a nossa relação, mas não rompi com , eu o amo mais do que tudo. — Gostou que seu tom de voz havia saído firme, não queria que soubesse como havia a ferido. — Só não pude estar mais presente devido ao contrato com a gravadora.
— Se amasse tanto não teria o virado as costas… Foda-se, você não foi exemplo para ninguém, eu me virei para criar o meu filho, enquanto você mandava presentinhos, e algumas poucas chamadas de vídeo. Você fez igual meu pai quando sumiu no mundo com uma amante, eu sei o que passa perguntando quando vai ver a mãe pessoalmente. — Ela sentiu os olhos marejarem.
— Deus, eu não queria que as coisas fossem assim… — Mordeu os lábios, tentando reter a vontade de chorar, ainda bem que ainda usava seus óculos de sol.
— Você fez a sua escolha, agora você não tem nenhum direito de chegar desse jeito dizendo que vai acionar a justiça e tentar tirá-lo de mim.
— Eu não quero tirá-lo de você, eu só quero ter contato com ele, eu tenho esse direito, a lei me apara. Eu só não gostaria de acioná-la. Eu preciso vê-lo... Onde ele está?
— Não interessa. — Ela revirou os olhos perante sua resposta.
— Eu não estou conseguindo lidar com essa sua infantilidade, , se eu não vê-lo hoje, eu o vejo amanhã, depois de amanhã, eu não vou desistir e você não vai me impedir, entendeu? — O encarou de forma firme.
— Falou a responsável que virou as costas a família por fama e dinheiro. — Ela fechou os olhos, suspirando fundo, sentou-se no sofá sem qualquer convite e o encarou.
— Eu já esperava essa hostilidade toda, você tem toda razão, foi muita cachorrada o que eu fiz, vamos conversar sobre isso, tem muita mágoa ai dentro, coloca para fora. — riu, completamente desacreditado, ela queria soar como se o que tivesse feito era passível de uma boa conversa e depois perdão.
— Não tem o que ser dito, vai embora da minha casa. — Apontou a saída, ela não moveu um músculo sequer. — Eu não estou brincando, , sai daqui.
— Ok, eu vou embora, , mas você deverá levar meu filho na casa dos meus pais amanhã, se você não o fizer, eu vou procurar meu advogado e os trâmites serão feitos pela justiça, eu não estou brincando! — Levantou-se, abriu a porta e saiu, o deixando espumando de raiva.
Sentou-se de qualquer jeito no sofá e passou as mãos nos cabelos, bagunçando-os. estava de volta... Com que direito ela voltava daquele jeito quando ele enfim estava conseguindo superá-la? Como ela podia estar ainda mais bonita? O tempo havia lhe feito muito bem, uma coisa era vê-la pela televisão ou internet, já que ela estava em todos os lugares possíveis, outra coisa era pessoalmente. Deus, quando ele a viu parada em sua porta, jamais imaginou que aquilo pudesse afetá-lo tanto assim, ele estava tentando se fazer de forte, mas o que sentia por ela havia voltado com uma força surpreendente.
chegava cheia de direitos exigindo ver o seu filho, como se três anos não tivessem passado. Sem sombra de dúvidas o cinismo dela ao mandá-lo abrir seu coração tinha sido o ápice do dia. Ainda bem que estava na casa de sua amiguinha Cindy, tinha uma espécie de affair com a mãe da garotinha, mas agora com a volta de …
— Merda, , você não vai parar sua vida por essa mulher, que ela se exploda! — Se levantou injuriado e subiu as escadas em direção ao seu quarto. Um banho o faria esfriar a cabeça.
— Como foi? — Deu de ombros quando sua mãe a abordou assim que ela colocou os pés dentro da casa dos pais.
— Achei que poderia ser pior, que ele fosse me expulsar com um pedaço de pau, mas estou viva. — Comentou sarcástica. — Enfim, ele tem que trazer aqui amanhã, se ele não o fizer, eu mando tudo para o espaço e entro com um processo contra ele.
— Filha…
— Não tem, filha, mãe. Eu estou sendo muito paciente, eu errei, eu sei que errei, mas já pagou muito por isso, eu quero consertar, quero ser a mãe que ele merece que eu seja. deixou escapar que ele sente minha falta e pergunta por mim. Me sinto um monstro.
— Acabou o monólogo? — fez um gesto com as mãos. — está certo em ter receio, se coloque no lugar dele, ! Você chega querendo impor as coisas, e esse não é o caminho, eu já te disse isso.
— Eu sei, talvez eu tenha exagerado, mas eu quero tanto ver meu filho... — Fez um biquinho chateado, abraçando a mãe.
A cantora olhava o relógio de forma contínua, já se passava das 19 horas de domingo, e não havia trazido , será que ele seria tão difícil assim?
— Mãe, manda mensagem para ele, está demorando muito.
— Ele disse que vem, , tenha paciência. — O pai a respondeu mal humorado, enquanto tentava prestar atenção à tevê.
Ela bufou alto, puxando o celular, deu uma rápida olhada no Instagram e havia ganhado mais uns bons seguidores. É, a música com Shawn estava estourando mesmo, deu um sorrisinho contente, mas sabia que assim que a verdade fosse a tona os números poderiam despencar... A campainha tocou, ela deu um pulo do sofá, se levantando e ela mesma abriu a porta.
— Mamãeeeee, que saudade. — abriu um sorriso que faltou rasgar seu rosto, e lágrimas saltaram deles. Pegou o filho no colo e distribuiu muitos beijos em seu rosto inteiro, enquanto o abraçava de forma apertada.
— Muita, muita saudade. — Ainda o abraçava na porta, impedindo a passagem de , que assistia a cena, calado.
Ele estava um rapazinho, no auge de seus sete anos, e estava a coisa mais linda que ela havia visto, os olhos tão iguais aos do pai, o nariz, a boca, não tinha nada dela, tinha parido um mini . O choro a consumia enquanto o tinha em seus braços, como estava com saudades de seu pedacinho de gente. Ela o desceu de seu colo, e o pegou pela mão, se sentando com ele no sofá. que até então estava quieto, entrou no cômodo e cumprimentou os pais da garota com um breve aceno.
— Me conta, como você está, filho? — Inutilmente tentava limpar as lágrimas, mas elas simplesmente não paravam de jorrar de seus olhos.
— Estou bem, mamãe, sabia que eu tiro as melhores notas da sala? Aprendo as coisas muito rápido.
— Eu sabia que você seria muito inteligente, meu amor, estou tão orgulhosa de você. Está tão enorme. — O encarava ainda admirada.
— Eu contei para os meus amigos na escola que você era a minha mamãe e ninguém acreditou… — Ela suspirou fundo, mordendo os lábios.
— Mamãe te busca qualquer dia na escola para esfregar na cara dos seus amiguinhos que é verdade.
— Jura?
— Melhor pode cumprir essas promessas, . — comentou ácido. A mãe dela sussurrou algo para que ele ficasse quieto. O homem não queria que saísse machucado novamente, só ele sabia como foi para tentar curar-se e se fazer de forte ao filho.
— Juro, meu amor. Eu vou sim. — Ignorou o comentário do ex. Alisou o cabelo do filho, gesto que ela sempre amou fazer.
— Mamãe, eu fiz esse desenho seu. — Ele retirou o papel do bolso e o estendeu em sua direção. — Lá em casa tem muito mais, sabia?
— Está tão lindo, meu amor. Obrigada. — Lhe deu um beijo em sua bochecha. — Você me mostrou alguns pelo Skype, quero ver todos depois, são meus, certo? Vou poder guardá-los comigo?
— Claro que sim, vou fazer mais quando chegar em casa. — abriu um lindo sorriso, mas que estava meio falho com a perda de alguns dentes. — Mamãe, eu ‘tô tão feliz de você ter voltado…Promete nunca mais sumir assim? — Sentiu o peito comprimir, Deus, como pôde ter coragem de fazer tão mal ao seu filho daquele jeito?
— Eu prometo, querido, eu nunca mais vou sumir da sua vida. — O abraçou novamente, não queria desgrudar de de jeito nenhum.
Passaram boa parte da noite conversando sobre várias coisas e, ele contou sobre seus amiguinhos, como estava a escola, e escutava tudo atentamente, ver o filho gesticular daquele jeito enquanto falava lembrava-a tanto de si mesma. Ele parecia fisicamente o pai, mas os trejeitos e a forma de se expressar era todo dela.
se afastou, ver aquela atenção toda que ele estava dando a o deixava enciumado. Não era para tratá-la tão bem assim, poxa, ela era um lixo de mãe, ele tinha era que maltratá-la… Balançou a cabeça negativamente, o que ele estava pensando? Foi até a cozinha para tomar um copo de água.
— … — Sentiu o coração disparar, havia levado um belo de um susto com a chegada repentina da ex sogra. — Não foi minha intenção te assustar, querido.
— Está tudo bem, Elis, não foi nada. — Deu de ombros, colocando o copo de volta a pia.
— Como está com tudo isso?
— Tentando conceber a presença dela de novo, não tive muita escolha, ela se impôs, depois de tudo, cheia de direitos, me ameaçando… Ela é uma grandíssima filha da… — Interrompeu-se, envergonhado, trincando o maxilar. — Me desculpe, Elis, ela é sua filha, mas a me desperta os meus piores sentimentos.
— Eu sei, releve as ameaças, ela não vai te colocar na justiça, ela só disse isso para que você a deixasse vê-lo.
— Eu só espero de verdade que ela não brinque com meu filho, se ela sumir de novo, eu não sei do que sou capaz, sente tanta falta dela, o que eu mais quero é que ela esteja mais presente com ele, que não sejam promessas vazias, ele não suportaria.
— Ela me prometeu, , ela se resolveu com os chefes dela, vai assumir a todos que tem filho, jogou tudo para o alto, eu via como ela se sentia incompleta sem poder vê-lo pessoalmente. — Ele balançou a cabeça em concordância.
— Eu só quero longe de tudo isso, ela é famosa, ele não! — Foi categórico.
— Isso eu não sei, de verdade, desde que ela chegou tem paparazzi aqui, vivem a seguindo, para ir a sua casa, ela precisou sair pela porta dos fundos. — Suspirou. — Ela conseguiu tudo o que mais desejou na vida, mas agora se sente sufocada sem sua privacidade.
— Pois é, e a que preço, não?
— Quero te pedir algo, talvez seja difícil, mas faça por seu filho… Não deixa transparecer a que você e ela não estão bem, não é certo que ele fique no meio disso, ele é inocente demais, não tire essa pureza de meu neto.
— Claro, você tem toda razão, acabei me excedendo hoje, não vai se repetir, vou me controlar, tarefa difícil, mas farei por ele. — puxou o celular do bolso, e se surpreendeu por se passar das 22 horas. — Já está tarde, precisamos ir.
— , seja sincero, você ainda tem sentimentos por ela? — Desviou os olhos da mulher e os direcionou ao chão e balançou a cabeça, negando, caminhando para sala. Elis suspirou, era nítido que ele mentia, havia sentimentos demais, como ela já imaginava.
— Vamos, filho? Amanhã você tem aula. — O garoto se agarrou a mãe com uma cara triste.
— Você podia ir para casa também, não é, mamãe? — sorriu com a inocência do filho, em contrapartida fechou a face.
— Não posso, meu amor, mas prometo que fica para uma próxima, sim? — Ele assentiu um pouco mais animado, a abraçando mais uma vez. — Agora vá, está tarde.
— Posso vir amanhã de novo? — Direcionou o olhar ao pai, piscando as pestanas incessantemente, mania que ele tinha para ser bem persuasivo.
— A gente vê amanhã. Agora vamos. — Ele fez um biquinho chateado, mas dessa vez obedeceu o pai, se levantando do sofá.
— Vá com Deus, eu te amo.
— Eu também te amo, mamãe. — Ele a abraçou desengonçadamente, se levantando e indo para porta. Ela o olhava encantada.
— A gente vai precisar conversar sobre tudo isso, . — Ela umedeceu os lábios, direcionando o olhar a ele. mais uma vez acenou freneticamente e o senhor abriu a porta para os dois, correu e os visualizou entrando no carro, até que ele sumissem de suas vistas.
***
Ele escutou a campainha tocar e caminhou a passos lentos até a porta já sabendo quem era. Já fazia uma semana que estava na casa dos pais e o filho e ela estavam bem próximos, haviam se visto três vezes, ainda estava desconfiado, mas não a impedia de se aproximar de , entretanto estava na hora de sentar e conversar com ela e colocar seus termos sobre como seria os próximos passos.
— Oi! — Ela tinha um sorriso sem graça, enquanto tinha as mãos enfiadas em seu jeans, parada na porta. Usava boné e óculos de sol novamente, mas dessa vez sua escapada não tinha dado tão certo, já que tinha um paparazzi do outro lado da rua, não havia conseguido despistar.
— Entra. — Abriu mais a porta, obviamente fotos foram tiradas de cada momento. Eles entraram calados. — Pode se sentar, quer beber algo? — Ela o encarou duvidosa, mas o fez e negou em um gesto. Ficaram se encarando, mas ninguém tomava a iniciativa de começar um diálogo, ela pigarreou e começou a falar.
— Certo, e como está? — Tentou algo básico.
— Está bem, muito mais animado com sua volta… — Ela suspirou fundo com um pequeno sorriso.
— E você? Ainda trabalhando naquela lanchonete? — sabia a resposta, mas queria tentar puxar conversa.
— Continuo, mas fui promovido, agora sou gerente de lá, ganho bem melhor que antes. — Ela balançou a cabeça em concordância. — Enfim, vamos ao assunto principal, te chamei aqui porque a gente precisa avaliar como vai ser essa dinâmica agora que está de volta, creio que não seja definitivo, não é?
— Não, eu tirei digamos que férias, mas eu não larguei minha carreira, uma hora terei que retomá-la.
— E onde o vai entrar nisso de show business? — Ela mordeu os lábios.
— Eu ainda não sei bem, confesso, mas eu vou dar um jeito, eu não vou fazer aquilo de novo, ele é minha prioridade agora. — trincou o maxilar.
— Você precisa avaliar as coisas certo, , tinha que ter visto isso, com crianças a gente não pode “dar um jeito”. — calou-se, não tinha como contra-argumentar aquilo.
— Não sou a única cantora que tem filhos, , eu já disse que não vou sumir. Eu não vou brincar com os sentimentos de , eu sei, eu já o fiz, mas eu não errarei novamente, eu juro. — O homem apertou os lábios. — Me dê esse voto de confiança, por favor, eu só agregarei ao nosso filho.
— Ok, eu só estou sendo cauteloso, não confio 100% em você, mas não posso privar de ter contato contigo, apesar das circunstâncias todas. Você é a mãe, no fim das contas, se eu faço isso é por , única e exclusivamente a ele. — remexeu-se, tentando achar uma posição confortável no sofá. — Elis me deu um puxão de orelha, não é legal que eu transpareça ao nosso filho a nossa inexistente relação.
— Eu sei, agradeço de coração por isso. — Suspirou aliviada pela resposta dele.
— Como vai ser esse negócio de assumi-lo? Como ele fica nisso tudo?
— No começo vão assediá-lo, inclusive você também terá que lidar com tudo isso, eu não vou mentir, mas é só porque é novidade, depois aparece algum escândalo maior e eles esquecem. Eu também não sou uma Beyoncé da vida, então fica tranquilo. — Balançou a cabeça em compreensão, não se sentindo nada a vontade de ter gente em cima dele e do filho.
— Quando você pretende contar tudo? — Ela cruzou as pernas, e o movimento não passou despercebido por ele, que rapidamente desviou o olhar.
— Eu estou esperando o aval de Anny, ela está negociando com a minha gravadora, mas não vai demorar, eu vou te avisar previamente. Por enquanto a imprensa está achando que eu estou descansando na casa dos meus pais e revendo meus amigos, apesar de ainda ter uns dois paparazzis me seguindo.
— Ok, teremos nossa vida inteira vasculhada, estou muito confortável com tudo isso. — Sua fala pingava ironia, depois dela ficaram mudos. A situação em que estavam era muito desconfortável, nem pareciam que haviam ficado juntos um dia.
— Eu nunca deixei de te amar. — Ela explodiu. — Nem um mísero dia da minha vida eu deixei de pensar que tive os melhores anos da minha vida ao seu lado e joguei fora. Nenhum reconhecimento em minha carreira pôde apagar o que eu sinto por você. — arregalou os olhos a declaração dela. — Eu visitei Amsterdã, Tóquio, e tudo o que eu pensava era o que você acharia de cada um daqueles lugares. Eu fui parar em vários braços, mas o que eu mais queria era estar nos seus… Eu quero você de volta, , não foi só por que eu voltei. — Soltou o ar de uma vez. — Me sinto aliviada de compartilhar isso tudo.
E simplesmente sorriu, um sorriso frouxo de poder proferir aquelas palavras mais sinceras a ele. E ele estava sem reação, aquela declaração havia o pegado de surpresa. Demorou um tempo para que ele pudesse proferir algo.
— As coisas não são assim, , você saiu por três anos e achou mesmo que eu esperaria você esse tempo todo? — Pela primeira vez desde o dia que ela chegou ele havia a chamado de … Aquilo era um bom ponto.
— Não, eu nunca achei, e inclusive disse naquela bendita carta para que você seguisse sua vida, mas eu não posso ignorar que eu ainda tenho sentimentos por você, eu sou egoísta, , pensei que soubesse disso.
— Concordamos em algo finalmente, você é muito egoísta. Eu fiquei destruído, , eu achei que eu não fosse sair do poço que eu tinha me afundado, em um dia você diz que me ama, a gente transa como há muito tempo a gente não fazia e no outro eu acordo te procurando e tudo o que eu encontro é a porcaria de um papel dizendo que você tinha ido embora, nem se dignou a se despedir decentemente. Eu imaginava que você estava insatisfeita com a nossa vida, mas não há ponto de nos abandonar… Eu… — Ele passou as mãos no cabelo nervoso, tinham os olhos vermelhos. — Eu tinha que ser forte, e cada vez que perguntava, precisava esboçar que estava tudo bem, que você tinha viajado, mas que um dia voltaria. Você ficou cinco meses sem dar sinal de vida, nem seus próprios pais sabiam do que você tinha feito! — Ela derramou algumas lágrimas, ele havia sofrido tanto.
— Me perdoa, meu Deus, me perdoa. — Fungou. — Eu não tive coragem de falar sobre a proposta, , eu tentei, mas eu não consegui, eu sei que nenhuma justificativa que eu dê vai fazer você apagar isso que está sentindo, mas é o que eu posso fazer, me desculpar.
— Eu não posso te desculpar, não dá. Se eu estou te recebendo em minha casa é por meu filho, entenda. Nossa única relação será sermos pais de , espero que possa entender. — Ela fechou os olhos.
— Eu imaginei que não seria fácil, mas sou uma pessoa persistente e eu não vou desistir de você, , eu te amo e sei que você ainda me ama, seus olhos não escondem. — Ele a encarou de cenho franzido, chocado. — Pelo menos você desabafou, eu desabafei…
— Nossa, você tem uma cara de pau, , e isso realmente é assustador. — Ela deu de ombros com um sorriso enquanto tinha o rosto marcado por algumas lágrimas.— Eu estou saindo com alguém.
— Eu imaginei mesmo, você é um homem muito bonito, fica ainda mais gato com essa barba por fazer, te deixa mais másculo, lógico que eu teria concorrência. — Ela riu, dando-lhe uma piscadela, tentando suavizar o clima, óbvio que saber daquilo a tinha deixado triste. — Eu acho que já vou, te deixar assimilar tudo o que eu te disse, assimilar suas palavras… — Levantou-se do sofá, se aproximou dele, e lhe deu um beijo na bochecha, fazendo com que ele se assustasse com o gesto. — Vamos nos falando. — Abriu a porta e saiu, deixando-o completamente embasbacado.
Ela o queria de volta, e ele não sabia bem como lidar com aquilo, escutar aquelas palavras havia o tirado do eixo, e a convicção com que ela disse que ele ainda a amava… E o pior foi que ela não mentiu. Maldita, !
***
Oi, meus amores! Eu estou gravando esse vídeo para lhes contar algo muito importante, quero que saibam por mim, do que por qualquer outra pessoa. Eu tenho um filho de sete anos de idade e se chama e como uma boa mãe babona que sou, eu o acho a coisa mais linda desse mundo.
É, eu que devem estar se perguntando porque eu o escondi de vocês, vou contar a história desde o início de forma resumida... Engravidei aos 15 anos, tive meu filho aos 16, foi algo bem complicado, porque eu era uma menina, que teve que virar mulher de repente e arcar com as responsabilidades de ter um filho, mas eu não estava sozinha nessa, meu namorado na época foi e é um excelente pai a , e bom, nossa família nos deu todo o suporte necessário.
Fiquei na casa dos meus pais até terminar os estudos, e depois decidimos que era o momento de morarmos juntos, arrumamos emprego e arcamos com a responsabilidades de , nossos pais nos ajudavam, claro, mas a ajuda era bem menor.
Sempre quis ser cantora, era meu desejo desde que era criança, então quando veio a proposta, decidi que era o momento de ir em busca dos meus sonhos e deixei com meu ex namorado, não deixando em nenhum momento de ser presente na vida do meu filho, mas o escondendo de todos, afinal, eu queria ser famosa, não ele e muito menos seu pai, tanto que não mencionarei em nenhum momento o nome do meu ex namorado aqui.
Decidi compartilhar com vocês, porque não aguento mais esconder, e sei que já tem um pouco mais de maturidade para lidar com todo o assédio de ser filho de alguém famoso, e seu pai e eu chegamos a um consenso que estava no momento certo.
Enfim, é isso. Fiquem bem, meus amores!
— E então, o que achou? — perguntou a Anny enquanto andava de um lado pelo outro no seu antigo quarto.
Já fazia uma semana e meia do encontro de e ela, e finalmente Anny tinha dado o aval para que ela enfim tirasse um peso enorme de suas costas. Esperava que não se ofendesse com aquela declaração, as coisas entre eles estavam estáveis, mas sentia que emqualquer sopro tudo poderia desmoronar.
— Esse está bem melhor, apesar de você deixar claro, mesmo que implicitamente que largou seu filho.
— Não posso mentir descaradamente, é a verdade, eu o abandonei mesmo, está até romantizado demais essa declaração, não foi bem assim e você sabe.
— Juro a você que se eu já estivesse te assessorando naquela época as coisas não tinha ido para esse lado. — Ela suspirou fundo, concordando. — Tem certeza disso? Consegui negociar a multa com a quebra do contrato, mas ela ainda é alta.
— Eu tenho sim, não aguento mais ficar me passando por algo que eu não sou, Anny, e outra, meu público merece saber de toda a verdade, e o principal, meu filho merece ter uma mãe muito mais presente, e que possa fazer coisas corriqueiras como buscá-lo na escola.
— Está bem, vou soltar a bomba, esteja preparada, a casa dos seus pais vai bombar, inclusive, vou mandar alguns seguranças por ai, talvez se faça necessário.
— É, eu acho que sim… — Tentou mudar de assunto. — E a minha colaboração com o Benny Blanco, Tainy, J Balvin, quando será lançada?
— Semana que vem, vai ser em uma ótima época, seu nome estará em todos os veículos de comunicação, então provavelmente terá uma boa recepção. — acabou rindo de nervoso. — Enfim, se cuide, entro em contato.
— Você também. — Se despediram.
foi até a cozinha, encontrando a mãe e a surpreendeu abraçando-a apertadamente. Como era bom estar ao lado dela para lhe pedir colo quando precisasse, como naquele momento.
entrou em casa depois de um tempinho e suspirou, não havia ninguém a esperando, sentiu um vazio imenso dentro de si, aquilo já estava a incomodando há um tempinho, não sentia que ali era seu lar, o seu estava bem longe de Los Angeles. Suspirou deixando as coisas na entrada, sem coragem de desfazer as malas. Jogou seu corpo no sofá e foi inundada de pensamentos.
Depois de gravar um single em parceria com o cantor Bruno Mars e abrir os shows de sua turnê, ela ficou bem conhecida, e foi conquistando rapidamente aquilo que mais havia desejado na vida...
Três anos sem notícias de e sem ver seu filho pessoalmente. Ela tinha dito que iria embora sem olhar para trás, mas ela não tinha conseguido. Nos primeiros meses após ter ido, ela procurou seus pais contando as novidades e explicando o motivo do sumiço e questionou sobre o filho. Os pais haviam lhe compartilhado que estava tendo dificuldades para poder criá-lo, e que a mãe do rapaz e eles o ajudavam sempre que podiam. Seus pais não apoiaram em nenhum momento sua decisão, inclusive ela não fugiu de um belo sermão por ter tomado a atitude que tomou, mas ela não se sentia arrependida naquela época, era tudo muito novo.
Havia feito coisas naquele primeiro ano de carreira que a deixavam extremamente envergonhada, tinha ido a cama com Bruno, mesmo sabendo que ele tinha alguém, passou por várias camas de managers, e até de alguns fãs… Estava tentando procurar de alguma forma, e só agora ela conseguia enxergar isso.
A gravação de seu primeiro álbum foi incrível, ela tinha amado o resultado, teve colaboração de Bruno Mars, claro, e Jessie J. Havia concorrido ao Grammy, mas não havia conquistado, porém somente com a indicação tinha ficado feliz, sinal de que estava conquistando visibilidade. Gravou feats com pessoas mais influentes e inclusive pode encontrar grandes colegas como Nicki Minaj, Sam Smith, Cardi B, Normani, H.E.R e agora havia gravado um single no álbum de Shawn Mendes que com certeza estava trazendo muito mais visibilidade a ela, seu número de seguidores nas redes sociais tinha aumentado consideravelmente. Alguns fãs arriscavam shippá-los, mas para ela aquilo era inviável.
Em todo o tempo que teve de carreira não havia assumido nada com ninguém publicamente, ela simplesmente não conseguia esquentar na cama de ninguém. Seu atual caso era o ator da série Riverdale, Keneti James, mas conhecido como KJ Apa. Havia o conhecido em uma premiação há alguns meses, tinham encontros casuais, ele nunca a cobrava nada, era a relação perfeita. Bufou, sentindo-se sufocada com a vida que estava levando.
Pegou o celular discando os números já tão conhecidos por ela e suspirou quando no terceiro toque foi atendida.
— Oi! Cheguei em Los Angeles, preciso te ver. — Escutou o barulho da respiração do rapaz. — Sinto sua falta...
— …
— Nem tenta negar, KJ, eu sei que você não está gravando a série, por favor?
— Ok, eu já estou indo. — O rapaz desligou e ela mordeu os lábios, ansiosa por uma boa dose do homem, sempre foi egoísta e aquilo não era novidade a ninguém.
— ? — Ela se remexeu na cama ainda de olhos fechados, mas murmurou algo para que ele voltasse a falar. Assim que o homem havia chegado, se jogou em seus braços, e haviam feito sexo, ela estava sedenta, digamos que o ator e também cantor sabia bem o que fazia… — Vai ter um almoço de família na semana que vem, seria uma boa se você fosse. — Ela abriu os olhos de supetão. Zona perigosa aquela…
— Não acho que seja uma boa ideia. — A encarou de cenho franzido.
— Achei que estivéssemos nesse nível, a gente se gosta, sempre estamos juntos quando temos alguma folga, conversamos direto, é tão ruim assim assumir, ?
— Não é isso, achei que estivéssemos na mesma vibe, não percebi que você estava… — Não teve coragem de terminar.
— Me apaixonando? É, eu estou. — Ela pressionou os olhos, fazendo uma careta. Xingou-se mentalmente por não ter percebido os sinais.
— Não era para você gostar de mim nesse nível…Droga. — Bufou, levantando a cabeça e olhando o teto. Ele a encarou, confuso. — Olha, KJ, acho que você merece saber de algo. — O homem se virou de lado na cama, a encarando. — Eu nem sei por onde começar...
— Começa do princípio. — Deu de ombros.
— Eu tenho um filho de sete anos. — Jogou de uma vez, o fazendo abrir a boca, chocado.
— O quê? Mas como? Você só tem 22 anos!
— Engravidei com 15 anos, é, eu sei, comecei muito cedo, hormônios adolescentes... — Sorriu sem graça com o olhar chocado que ele lhe lançava.
— E onde seu filho está? — Se ajeitou melhor na cama, enquanto tinha os olhos presos aos dela.
— Então, , meu filho, mora com o pai, eu os deixei há três anos para me tornar cantora. Falo com eventualmente por Skype, mas eu não o vejo pessoalmente todo esse tempo, sinto muito a falta dele… E com , meu ex, eu rompi através de uma carta e nós nunca mais nos falamos, só converso com por intermédio dos meus pais.
— É muito para assimilar, . Você abandonou seu filho para se tornar cantora? E nem teve a decência de terminar seu relacionamento? — Ela balançou a cabeça, concordando. — Meu Deus!
— Não tive coragem… Eu sei o que está passando na sua cabeça, eu sou um monstro, mas eu me arrependo tanto. — Ela umedeceu os lábios, ele estava tendo a reação que ela esperava que teria, não podia culpá-lo. — Eu quero meu ex de volta, e principalmente, eu quero meu filho ao meu lado, entende por que as coisas entre nós não pode passar disso?
— Talvez eu tenha interpretado as coisas erradas mesmo, vendo por esse lado você não me deu um pingo de esperança, nunca passou de sexo para você, não é? — Ela abriu a boca, tentando proferir algo, mas não conseguiu. Ele tinha razão. — Me sinto um idiota. — Se levantou da cama colocando suas roupas de forma apressada.
— Ei, espera, KJ, não vai embora assim... — Colocou o cabelo atrás da orelha, claramente desconfortável. — Me desculpa.
— Desculpar o quê? Eu que me iludi, você não fez nada, talvez seja esse o problema. — Sussurrou o fim da frase, enquanto calçava o tênis direito. — Quer um conselho? — Ela o encarou, esperando que ele falasse de uma vez. — Estreita seus laços com seu filho, vá vê-lo pessoalmente, a gente nunca sabe o que pode acontecer no futuro, e tenta voltar com seu ex, isso que você sente por ele é amor, e mesmo você procurando outros caras, nenhum vai suprir esse sentimento. — Ela respirou fundo, sabia que ele tinha razão. Keneti se levantou.
— Eu estou me sentindo um lixo por te magoar, você é uma pessoa incrível… Agradeço o que me disse, era o que eu precisava ouvir para me encorajar a fazer a coisa certa. Você merece alguém bem melhor do que eu, espero de verdade que encontre. — O homem abriu um sorriso triste, se despediu, deixando-a imersa em pensamentos.
parou em frente ao endereço, já tinha levado as mãos a boca roendo o pouco de unhas que havia sobrado. Naquela mesma semana do encontro com Keneti, ela havia pedido uma pausa na carreira, seria uma espécie de férias, havia gravado alguns programas, e algumas músicas para serem soltas aos poucos. Tinha contado a Anny, sua empresária, suas intenções de procurar o filho e contar ao mundo sobre ele, foi duramente criticada, afinal, ela estava em seu auge e um escândalo daqueles seria visto de forma muito negativa.
Mas estava irredutível, então elas acharam uma forma de minimizar o impacto que aquela notícia poderia trazer, dizendo que haviam escondido a criança para preservá-la, afinal, quem era a famosa era ela, não o filho, sabia que receberia muitos haters, mas ela não se importava, tinha sido a melhor decisão que havia tomado há anos.
Tinha o contrato com a gravadora que era de cinco anos, e ela tinha que gravar mais um álbum com eles, mas sabia que suas decisões trariam muito impacto. Nem todos sabiam de sua história lá dentro, mas quando seu contrato foi redigido existia a menção de ela não revelar sobre ter o filho, e se ela o fizesse estaria o quebrando, aquilo traria impactos financeiro para ela, tinha consciência disso também, estava nas mãos de Anny e seus advogados resolverem tudo aquilo, esperava que ela pudesse conseguir um acordo.
Cansou de encarar o portão, temendo também ser reconhecida por alguém e com sua mão livre, o abriu, e entrou, parou em frente a porta e tocou a campainha da tão familiar casa. Seu boné escondia boa parte de seu rosto, os óculos de sol também, mas se olhasse bem a reconheceriam. Aquela demora estava matando-a, mordeu os lábios trêmulos, era o melhor mesmo ter vindo sem avisar? Abaixou os olhos quando uma pessoa passou por ela, a encarando muito. Finalmente escutou barulho de chave contra a porta e ela abriu.
— Pois não? — Sentiu que seu coração iria parar a qualquer momento ao escutar a voz de . Levantou os olhos e o viu empalidecer por reconhecê-la. — Você?!
— Eu… — Falou com um sopro de voz. Ele estava petrificado, não esboçava nenhuma reação. — Me deixe entrar, por favor? Preciso conversar com você.
— Entrar? — Soltou um riso incrédulo. — Não.
— , por favor, alguém pode me reconhecer, e eu estarei em apuros… Preciso falar com você.
— Problema seu. — Colocou a mão na maçaneta pronto para empurrar a porta.
— Vou ter que acionar a justiça, ? — Ele parou o movimento bruscamente. — Eu quero conversar com você, por favor. — Bufou, mas abriu espaço para que ela entrasse, o fez. — Obrigada. — Ela entrou na casa e suspirou, tudo estava tão igual, alguns moveis diferentes, claro, mas sentia-se tão bem ali, era seu verdadeiro lar, não tinha dúvidas, sem qualquer luxo como os hotéis que ela frequentou durante esses três anos, mas era ali que ela queria estar. — Tudo tão familiar...
— O que você quer? — Ele foi direto ao assunto, a acordando de seus devaneios.
— Quero ver o . Quero reivindicar meu direito a visitas, quero ter mais contato com meu filho.
— Lembrou que tem filho só agora? Você é tão desprezível, , que chega a me dar asco. — pressionou os lábios com força, levar um tapa não doeria tanto como aquelas palavras.
— Eu nunca esqueci que tinha filho, eu terminei a nossa relação, mas não rompi com , eu o amo mais do que tudo. — Gostou que seu tom de voz havia saído firme, não queria que soubesse como havia a ferido. — Só não pude estar mais presente devido ao contrato com a gravadora.
— Se amasse tanto não teria o virado as costas… Foda-se, você não foi exemplo para ninguém, eu me virei para criar o meu filho, enquanto você mandava presentinhos, e algumas poucas chamadas de vídeo. Você fez igual meu pai quando sumiu no mundo com uma amante, eu sei o que passa perguntando quando vai ver a mãe pessoalmente. — Ela sentiu os olhos marejarem.
— Deus, eu não queria que as coisas fossem assim… — Mordeu os lábios, tentando reter a vontade de chorar, ainda bem que ainda usava seus óculos de sol.
— Você fez a sua escolha, agora você não tem nenhum direito de chegar desse jeito dizendo que vai acionar a justiça e tentar tirá-lo de mim.
— Eu não quero tirá-lo de você, eu só quero ter contato com ele, eu tenho esse direito, a lei me apara. Eu só não gostaria de acioná-la. Eu preciso vê-lo... Onde ele está?
— Não interessa. — Ela revirou os olhos perante sua resposta.
— Eu não estou conseguindo lidar com essa sua infantilidade, , se eu não vê-lo hoje, eu o vejo amanhã, depois de amanhã, eu não vou desistir e você não vai me impedir, entendeu? — O encarou de forma firme.
— Falou a responsável que virou as costas a família por fama e dinheiro. — Ela fechou os olhos, suspirando fundo, sentou-se no sofá sem qualquer convite e o encarou.
— Eu já esperava essa hostilidade toda, você tem toda razão, foi muita cachorrada o que eu fiz, vamos conversar sobre isso, tem muita mágoa ai dentro, coloca para fora. — riu, completamente desacreditado, ela queria soar como se o que tivesse feito era passível de uma boa conversa e depois perdão.
— Não tem o que ser dito, vai embora da minha casa. — Apontou a saída, ela não moveu um músculo sequer. — Eu não estou brincando, , sai daqui.
— Ok, eu vou embora, , mas você deverá levar meu filho na casa dos meus pais amanhã, se você não o fizer, eu vou procurar meu advogado e os trâmites serão feitos pela justiça, eu não estou brincando! — Levantou-se, abriu a porta e saiu, o deixando espumando de raiva.
Sentou-se de qualquer jeito no sofá e passou as mãos nos cabelos, bagunçando-os. estava de volta... Com que direito ela voltava daquele jeito quando ele enfim estava conseguindo superá-la? Como ela podia estar ainda mais bonita? O tempo havia lhe feito muito bem, uma coisa era vê-la pela televisão ou internet, já que ela estava em todos os lugares possíveis, outra coisa era pessoalmente. Deus, quando ele a viu parada em sua porta, jamais imaginou que aquilo pudesse afetá-lo tanto assim, ele estava tentando se fazer de forte, mas o que sentia por ela havia voltado com uma força surpreendente.
chegava cheia de direitos exigindo ver o seu filho, como se três anos não tivessem passado. Sem sombra de dúvidas o cinismo dela ao mandá-lo abrir seu coração tinha sido o ápice do dia. Ainda bem que estava na casa de sua amiguinha Cindy, tinha uma espécie de affair com a mãe da garotinha, mas agora com a volta de …
— Merda, , você não vai parar sua vida por essa mulher, que ela se exploda! — Se levantou injuriado e subiu as escadas em direção ao seu quarto. Um banho o faria esfriar a cabeça.
— Como foi? — Deu de ombros quando sua mãe a abordou assim que ela colocou os pés dentro da casa dos pais.
— Achei que poderia ser pior, que ele fosse me expulsar com um pedaço de pau, mas estou viva. — Comentou sarcástica. — Enfim, ele tem que trazer aqui amanhã, se ele não o fizer, eu mando tudo para o espaço e entro com um processo contra ele.
— Filha…
— Não tem, filha, mãe. Eu estou sendo muito paciente, eu errei, eu sei que errei, mas já pagou muito por isso, eu quero consertar, quero ser a mãe que ele merece que eu seja. deixou escapar que ele sente minha falta e pergunta por mim. Me sinto um monstro.
— Acabou o monólogo? — fez um gesto com as mãos. — está certo em ter receio, se coloque no lugar dele, ! Você chega querendo impor as coisas, e esse não é o caminho, eu já te disse isso.
— Eu sei, talvez eu tenha exagerado, mas eu quero tanto ver meu filho... — Fez um biquinho chateado, abraçando a mãe.
A cantora olhava o relógio de forma contínua, já se passava das 19 horas de domingo, e não havia trazido , será que ele seria tão difícil assim?
— Mãe, manda mensagem para ele, está demorando muito.
— Ele disse que vem, , tenha paciência. — O pai a respondeu mal humorado, enquanto tentava prestar atenção à tevê.
Ela bufou alto, puxando o celular, deu uma rápida olhada no Instagram e havia ganhado mais uns bons seguidores. É, a música com Shawn estava estourando mesmo, deu um sorrisinho contente, mas sabia que assim que a verdade fosse a tona os números poderiam despencar... A campainha tocou, ela deu um pulo do sofá, se levantando e ela mesma abriu a porta.
— Mamãeeeee, que saudade. — abriu um sorriso que faltou rasgar seu rosto, e lágrimas saltaram deles. Pegou o filho no colo e distribuiu muitos beijos em seu rosto inteiro, enquanto o abraçava de forma apertada.
— Muita, muita saudade. — Ainda o abraçava na porta, impedindo a passagem de , que assistia a cena, calado.
Ele estava um rapazinho, no auge de seus sete anos, e estava a coisa mais linda que ela havia visto, os olhos tão iguais aos do pai, o nariz, a boca, não tinha nada dela, tinha parido um mini . O choro a consumia enquanto o tinha em seus braços, como estava com saudades de seu pedacinho de gente. Ela o desceu de seu colo, e o pegou pela mão, se sentando com ele no sofá. que até então estava quieto, entrou no cômodo e cumprimentou os pais da garota com um breve aceno.
— Me conta, como você está, filho? — Inutilmente tentava limpar as lágrimas, mas elas simplesmente não paravam de jorrar de seus olhos.
— Estou bem, mamãe, sabia que eu tiro as melhores notas da sala? Aprendo as coisas muito rápido.
— Eu sabia que você seria muito inteligente, meu amor, estou tão orgulhosa de você. Está tão enorme. — O encarava ainda admirada.
— Eu contei para os meus amigos na escola que você era a minha mamãe e ninguém acreditou… — Ela suspirou fundo, mordendo os lábios.
— Mamãe te busca qualquer dia na escola para esfregar na cara dos seus amiguinhos que é verdade.
— Jura?
— Melhor pode cumprir essas promessas, . — comentou ácido. A mãe dela sussurrou algo para que ele ficasse quieto. O homem não queria que saísse machucado novamente, só ele sabia como foi para tentar curar-se e se fazer de forte ao filho.
— Juro, meu amor. Eu vou sim. — Ignorou o comentário do ex. Alisou o cabelo do filho, gesto que ela sempre amou fazer.
— Mamãe, eu fiz esse desenho seu. — Ele retirou o papel do bolso e o estendeu em sua direção. — Lá em casa tem muito mais, sabia?
— Está tão lindo, meu amor. Obrigada. — Lhe deu um beijo em sua bochecha. — Você me mostrou alguns pelo Skype, quero ver todos depois, são meus, certo? Vou poder guardá-los comigo?
— Claro que sim, vou fazer mais quando chegar em casa. — abriu um lindo sorriso, mas que estava meio falho com a perda de alguns dentes. — Mamãe, eu ‘tô tão feliz de você ter voltado…Promete nunca mais sumir assim? — Sentiu o peito comprimir, Deus, como pôde ter coragem de fazer tão mal ao seu filho daquele jeito?
— Eu prometo, querido, eu nunca mais vou sumir da sua vida. — O abraçou novamente, não queria desgrudar de de jeito nenhum.
Passaram boa parte da noite conversando sobre várias coisas e, ele contou sobre seus amiguinhos, como estava a escola, e escutava tudo atentamente, ver o filho gesticular daquele jeito enquanto falava lembrava-a tanto de si mesma. Ele parecia fisicamente o pai, mas os trejeitos e a forma de se expressar era todo dela.
se afastou, ver aquela atenção toda que ele estava dando a o deixava enciumado. Não era para tratá-la tão bem assim, poxa, ela era um lixo de mãe, ele tinha era que maltratá-la… Balançou a cabeça negativamente, o que ele estava pensando? Foi até a cozinha para tomar um copo de água.
— … — Sentiu o coração disparar, havia levado um belo de um susto com a chegada repentina da ex sogra. — Não foi minha intenção te assustar, querido.
— Está tudo bem, Elis, não foi nada. — Deu de ombros, colocando o copo de volta a pia.
— Como está com tudo isso?
— Tentando conceber a presença dela de novo, não tive muita escolha, ela se impôs, depois de tudo, cheia de direitos, me ameaçando… Ela é uma grandíssima filha da… — Interrompeu-se, envergonhado, trincando o maxilar. — Me desculpe, Elis, ela é sua filha, mas a me desperta os meus piores sentimentos.
— Eu sei, releve as ameaças, ela não vai te colocar na justiça, ela só disse isso para que você a deixasse vê-lo.
— Eu só espero de verdade que ela não brinque com meu filho, se ela sumir de novo, eu não sei do que sou capaz, sente tanta falta dela, o que eu mais quero é que ela esteja mais presente com ele, que não sejam promessas vazias, ele não suportaria.
— Ela me prometeu, , ela se resolveu com os chefes dela, vai assumir a todos que tem filho, jogou tudo para o alto, eu via como ela se sentia incompleta sem poder vê-lo pessoalmente. — Ele balançou a cabeça em concordância.
— Eu só quero longe de tudo isso, ela é famosa, ele não! — Foi categórico.
— Isso eu não sei, de verdade, desde que ela chegou tem paparazzi aqui, vivem a seguindo, para ir a sua casa, ela precisou sair pela porta dos fundos. — Suspirou. — Ela conseguiu tudo o que mais desejou na vida, mas agora se sente sufocada sem sua privacidade.
— Pois é, e a que preço, não?
— Quero te pedir algo, talvez seja difícil, mas faça por seu filho… Não deixa transparecer a que você e ela não estão bem, não é certo que ele fique no meio disso, ele é inocente demais, não tire essa pureza de meu neto.
— Claro, você tem toda razão, acabei me excedendo hoje, não vai se repetir, vou me controlar, tarefa difícil, mas farei por ele. — puxou o celular do bolso, e se surpreendeu por se passar das 22 horas. — Já está tarde, precisamos ir.
— , seja sincero, você ainda tem sentimentos por ela? — Desviou os olhos da mulher e os direcionou ao chão e balançou a cabeça, negando, caminhando para sala. Elis suspirou, era nítido que ele mentia, havia sentimentos demais, como ela já imaginava.
— Vamos, filho? Amanhã você tem aula. — O garoto se agarrou a mãe com uma cara triste.
— Você podia ir para casa também, não é, mamãe? — sorriu com a inocência do filho, em contrapartida fechou a face.
— Não posso, meu amor, mas prometo que fica para uma próxima, sim? — Ele assentiu um pouco mais animado, a abraçando mais uma vez. — Agora vá, está tarde.
— Posso vir amanhã de novo? — Direcionou o olhar ao pai, piscando as pestanas incessantemente, mania que ele tinha para ser bem persuasivo.
— A gente vê amanhã. Agora vamos. — Ele fez um biquinho chateado, mas dessa vez obedeceu o pai, se levantando do sofá.
— Vá com Deus, eu te amo.
— Eu também te amo, mamãe. — Ele a abraçou desengonçadamente, se levantando e indo para porta. Ela o olhava encantada.
— A gente vai precisar conversar sobre tudo isso, . — Ela umedeceu os lábios, direcionando o olhar a ele. mais uma vez acenou freneticamente e o senhor abriu a porta para os dois, correu e os visualizou entrando no carro, até que ele sumissem de suas vistas.
Ele escutou a campainha tocar e caminhou a passos lentos até a porta já sabendo quem era. Já fazia uma semana que estava na casa dos pais e o filho e ela estavam bem próximos, haviam se visto três vezes, ainda estava desconfiado, mas não a impedia de se aproximar de , entretanto estava na hora de sentar e conversar com ela e colocar seus termos sobre como seria os próximos passos.
— Oi! — Ela tinha um sorriso sem graça, enquanto tinha as mãos enfiadas em seu jeans, parada na porta. Usava boné e óculos de sol novamente, mas dessa vez sua escapada não tinha dado tão certo, já que tinha um paparazzi do outro lado da rua, não havia conseguido despistar.
— Entra. — Abriu mais a porta, obviamente fotos foram tiradas de cada momento. Eles entraram calados. — Pode se sentar, quer beber algo? — Ela o encarou duvidosa, mas o fez e negou em um gesto. Ficaram se encarando, mas ninguém tomava a iniciativa de começar um diálogo, ela pigarreou e começou a falar.
— Certo, e como está? — Tentou algo básico.
— Está bem, muito mais animado com sua volta… — Ela suspirou fundo com um pequeno sorriso.
— E você? Ainda trabalhando naquela lanchonete? — sabia a resposta, mas queria tentar puxar conversa.
— Continuo, mas fui promovido, agora sou gerente de lá, ganho bem melhor que antes. — Ela balançou a cabeça em concordância. — Enfim, vamos ao assunto principal, te chamei aqui porque a gente precisa avaliar como vai ser essa dinâmica agora que está de volta, creio que não seja definitivo, não é?
— Não, eu tirei digamos que férias, mas eu não larguei minha carreira, uma hora terei que retomá-la.
— E onde o vai entrar nisso de show business? — Ela mordeu os lábios.
— Eu ainda não sei bem, confesso, mas eu vou dar um jeito, eu não vou fazer aquilo de novo, ele é minha prioridade agora. — trincou o maxilar.
— Você precisa avaliar as coisas certo, , tinha que ter visto isso, com crianças a gente não pode “dar um jeito”. — calou-se, não tinha como contra-argumentar aquilo.
— Não sou a única cantora que tem filhos, , eu já disse que não vou sumir. Eu não vou brincar com os sentimentos de , eu sei, eu já o fiz, mas eu não errarei novamente, eu juro. — O homem apertou os lábios. — Me dê esse voto de confiança, por favor, eu só agregarei ao nosso filho.
— Ok, eu só estou sendo cauteloso, não confio 100% em você, mas não posso privar de ter contato contigo, apesar das circunstâncias todas. Você é a mãe, no fim das contas, se eu faço isso é por , única e exclusivamente a ele. — remexeu-se, tentando achar uma posição confortável no sofá. — Elis me deu um puxão de orelha, não é legal que eu transpareça ao nosso filho a nossa inexistente relação.
— Eu sei, agradeço de coração por isso. — Suspirou aliviada pela resposta dele.
— Como vai ser esse negócio de assumi-lo? Como ele fica nisso tudo?
— No começo vão assediá-lo, inclusive você também terá que lidar com tudo isso, eu não vou mentir, mas é só porque é novidade, depois aparece algum escândalo maior e eles esquecem. Eu também não sou uma Beyoncé da vida, então fica tranquilo. — Balançou a cabeça em compreensão, não se sentindo nada a vontade de ter gente em cima dele e do filho.
— Quando você pretende contar tudo? — Ela cruzou as pernas, e o movimento não passou despercebido por ele, que rapidamente desviou o olhar.
— Eu estou esperando o aval de Anny, ela está negociando com a minha gravadora, mas não vai demorar, eu vou te avisar previamente. Por enquanto a imprensa está achando que eu estou descansando na casa dos meus pais e revendo meus amigos, apesar de ainda ter uns dois paparazzis me seguindo.
— Ok, teremos nossa vida inteira vasculhada, estou muito confortável com tudo isso. — Sua fala pingava ironia, depois dela ficaram mudos. A situação em que estavam era muito desconfortável, nem pareciam que haviam ficado juntos um dia.
— Eu nunca deixei de te amar. — Ela explodiu. — Nem um mísero dia da minha vida eu deixei de pensar que tive os melhores anos da minha vida ao seu lado e joguei fora. Nenhum reconhecimento em minha carreira pôde apagar o que eu sinto por você. — arregalou os olhos a declaração dela. — Eu visitei Amsterdã, Tóquio, e tudo o que eu pensava era o que você acharia de cada um daqueles lugares. Eu fui parar em vários braços, mas o que eu mais queria era estar nos seus… Eu quero você de volta, , não foi só por que eu voltei. — Soltou o ar de uma vez. — Me sinto aliviada de compartilhar isso tudo.
E simplesmente sorriu, um sorriso frouxo de poder proferir aquelas palavras mais sinceras a ele. E ele estava sem reação, aquela declaração havia o pegado de surpresa. Demorou um tempo para que ele pudesse proferir algo.
— As coisas não são assim, , você saiu por três anos e achou mesmo que eu esperaria você esse tempo todo? — Pela primeira vez desde o dia que ela chegou ele havia a chamado de … Aquilo era um bom ponto.
— Não, eu nunca achei, e inclusive disse naquela bendita carta para que você seguisse sua vida, mas eu não posso ignorar que eu ainda tenho sentimentos por você, eu sou egoísta, , pensei que soubesse disso.
— Concordamos em algo finalmente, você é muito egoísta. Eu fiquei destruído, , eu achei que eu não fosse sair do poço que eu tinha me afundado, em um dia você diz que me ama, a gente transa como há muito tempo a gente não fazia e no outro eu acordo te procurando e tudo o que eu encontro é a porcaria de um papel dizendo que você tinha ido embora, nem se dignou a se despedir decentemente. Eu imaginava que você estava insatisfeita com a nossa vida, mas não há ponto de nos abandonar… Eu… — Ele passou as mãos no cabelo nervoso, tinham os olhos vermelhos. — Eu tinha que ser forte, e cada vez que perguntava, precisava esboçar que estava tudo bem, que você tinha viajado, mas que um dia voltaria. Você ficou cinco meses sem dar sinal de vida, nem seus próprios pais sabiam do que você tinha feito! — Ela derramou algumas lágrimas, ele havia sofrido tanto.
— Me perdoa, meu Deus, me perdoa. — Fungou. — Eu não tive coragem de falar sobre a proposta, , eu tentei, mas eu não consegui, eu sei que nenhuma justificativa que eu dê vai fazer você apagar isso que está sentindo, mas é o que eu posso fazer, me desculpar.
— Eu não posso te desculpar, não dá. Se eu estou te recebendo em minha casa é por meu filho, entenda. Nossa única relação será sermos pais de , espero que possa entender. — Ela fechou os olhos.
— Eu imaginei que não seria fácil, mas sou uma pessoa persistente e eu não vou desistir de você, , eu te amo e sei que você ainda me ama, seus olhos não escondem. — Ele a encarou de cenho franzido, chocado. — Pelo menos você desabafou, eu desabafei…
— Nossa, você tem uma cara de pau, , e isso realmente é assustador. — Ela deu de ombros com um sorriso enquanto tinha o rosto marcado por algumas lágrimas.— Eu estou saindo com alguém.
— Eu imaginei mesmo, você é um homem muito bonito, fica ainda mais gato com essa barba por fazer, te deixa mais másculo, lógico que eu teria concorrência. — Ela riu, dando-lhe uma piscadela, tentando suavizar o clima, óbvio que saber daquilo a tinha deixado triste. — Eu acho que já vou, te deixar assimilar tudo o que eu te disse, assimilar suas palavras… — Levantou-se do sofá, se aproximou dele, e lhe deu um beijo na bochecha, fazendo com que ele se assustasse com o gesto. — Vamos nos falando. — Abriu a porta e saiu, deixando-o completamente embasbacado.
Ela o queria de volta, e ele não sabia bem como lidar com aquilo, escutar aquelas palavras havia o tirado do eixo, e a convicção com que ela disse que ele ainda a amava… E o pior foi que ela não mentiu. Maldita, !
É, eu que devem estar se perguntando porque eu o escondi de vocês, vou contar a história desde o início de forma resumida... Engravidei aos 15 anos, tive meu filho aos 16, foi algo bem complicado, porque eu era uma menina, que teve que virar mulher de repente e arcar com as responsabilidades de ter um filho, mas eu não estava sozinha nessa, meu namorado na época foi e é um excelente pai a , e bom, nossa família nos deu todo o suporte necessário.
Fiquei na casa dos meus pais até terminar os estudos, e depois decidimos que era o momento de morarmos juntos, arrumamos emprego e arcamos com a responsabilidades de , nossos pais nos ajudavam, claro, mas a ajuda era bem menor.
Sempre quis ser cantora, era meu desejo desde que era criança, então quando veio a proposta, decidi que era o momento de ir em busca dos meus sonhos e deixei com meu ex namorado, não deixando em nenhum momento de ser presente na vida do meu filho, mas o escondendo de todos, afinal, eu queria ser famosa, não ele e muito menos seu pai, tanto que não mencionarei em nenhum momento o nome do meu ex namorado aqui.
Decidi compartilhar com vocês, porque não aguento mais esconder, e sei que já tem um pouco mais de maturidade para lidar com todo o assédio de ser filho de alguém famoso, e seu pai e eu chegamos a um consenso que estava no momento certo.
Enfim, é isso. Fiquem bem, meus amores!
— E então, o que achou? — perguntou a Anny enquanto andava de um lado pelo outro no seu antigo quarto.
Já fazia uma semana e meia do encontro de e ela, e finalmente Anny tinha dado o aval para que ela enfim tirasse um peso enorme de suas costas. Esperava que não se ofendesse com aquela declaração, as coisas entre eles estavam estáveis, mas sentia que emqualquer sopro tudo poderia desmoronar.
— Esse está bem melhor, apesar de você deixar claro, mesmo que implicitamente que largou seu filho.
— Não posso mentir descaradamente, é a verdade, eu o abandonei mesmo, está até romantizado demais essa declaração, não foi bem assim e você sabe.
— Juro a você que se eu já estivesse te assessorando naquela época as coisas não tinha ido para esse lado. — Ela suspirou fundo, concordando. — Tem certeza disso? Consegui negociar a multa com a quebra do contrato, mas ela ainda é alta.
— Eu tenho sim, não aguento mais ficar me passando por algo que eu não sou, Anny, e outra, meu público merece saber de toda a verdade, e o principal, meu filho merece ter uma mãe muito mais presente, e que possa fazer coisas corriqueiras como buscá-lo na escola.
— Está bem, vou soltar a bomba, esteja preparada, a casa dos seus pais vai bombar, inclusive, vou mandar alguns seguranças por ai, talvez se faça necessário.
— É, eu acho que sim… — Tentou mudar de assunto. — E a minha colaboração com o Benny Blanco, Tainy, J Balvin, quando será lançada?
— Semana que vem, vai ser em uma ótima época, seu nome estará em todos os veículos de comunicação, então provavelmente terá uma boa recepção. — acabou rindo de nervoso. — Enfim, se cuide, entro em contato.
— Você também. — Se despediram.
foi até a cozinha, encontrando a mãe e a surpreendeu abraçando-a apertadamente. Como era bom estar ao lado dela para lhe pedir colo quando precisasse, como naquele momento.
Parte III
Um mês e meio dessa pausa, , você precisa voltar, precisamos iniciar a gravação do próximo álbum, ou você quer pagar mais uma multa? — Ela suspirou fundo, enquanto esperava sair da escola.
A recepção das pessoas com seu filho, ao contrário do que ela imaginava, não foi tão ruim, claro que muitos a criticaram, e inclusive alguns a chamaram de abandonadora de lares, mas boa parte das pessoas ficaram felizes por ela ter compartilhado aquilo com elas, e ao invés dos números de seguidores diminuírem, aumentaram em suas redes sociais, algo que realmente a surpreendeu. Claro que apenas o vídeo contando sobre ser mãe não foi o necessário e Anny havia marcado uma participação dela no programa The Ellen DeGeneres Show, na Califórnia, mas a viagem foi bem rápida e ela já estava de volta a Doncaster.
O lançamento de sua colaboração havia sido muito bem recebida pela crítica, foi a primeira vez que ela havia participado de uma colaboração com cantores latinos, e ela tinha amado o resultado, com certeza ir para América do Sul para uma turnê, estava em seus planos.
No mesmo dia que o vídeo havia sido postado em sua conta no Instagram a mídia procurou até achar o nome do pai misterioso do filho de , e teve a sua vida sendo exposta e divulgada aos quatro ventos e tarefas cotidianas como ir trabalhar ou levar o filho a escola viraram um sufoco por ter sempre algum paparazzi atrás de si. Ele imaginava que seria complicado, mas não tanto. Mas assim como previu e o comunicou aquilo durou apenas nas primeiras duas semanas, depois surgiu outro escândalo e eles foram esquecidos.
— Mais duas semaninhas, Anny? Está tão bom ser apenas mãe. — Fez um biquinho, como se Anny pudesse vê-la.
— Uma semana, , você precisa voltar para Los Angeles, temos um álbum para gravar, você descansou bastante, são quase dois meses já. Temos um contato a cumprir, querida.
— É, eu sei, está saindo da escola agora, preciso desligar, mas eu volto em uma semana, pode reservar minha passagem de volta. — Ela suspirou fundo, sentindo o coração ficar apertadinho por ficar longe de seu pequeno.
— Ok, vamos nos falando. — Desligaram e sorriu enquanto corria em direção a mãe e a abraçava. O filho sempre muito carinhoso.
As pessoas a olhavam em completo choque ainda por toda a repercussão do caso e por ser ali, alguns a abordavam pedindo fotos, outros simplesmente a encaravam, tinham que se acostumar sua presença seria constante por ali.
— Mãe, nós vamos no Mc’ Donalds mesmo? — A mulher sorriu, segurando na mão do filho e eles começaram a andar juntos.
— Claro que sim, querido. — Os dois entraram no carro de Elis que havia pegado emprestado e rumaram ao Mc’Donalds, era tão bom poder andar com ele sem qualquer preocupação.
— Papai bem que poderia vir, não é? — A cantora sorriu ao filho, enquanto começava a dirigir. — Seria muito legal se vocês dois fossem juntos. A Mini mora com os dois pais e eles fazem tudo juntos, por que eu não?
— Filho, papai e a mamãe da Mini são casados, por isso moram juntos e fazem tudo juntos, eu e seu pai já fomos, mas as coisas não deram certo entre a gente.
— Por que não deram certo? — O garoto a questionou e a deixou extremamente desconfortável.
— A mamãe não estava feliz como deveria estar… Enfim, quando você estiver maiorzinho eu te explico detalhadamente. E nem adianta perguntar o motivo de eu não estar feliz, é coisa de adulto.
— Mas… — Ele tentou, mas com a olhadela séria que a mãe lhe deu, ele desistiu. — Mamãe, vamos passar em casa e chamar o papai? Por favoooor. — Piscou as pestanas de forma persuasiva, não caia naquele golpe, mas …
— Filho! — As coisas entre ela e estavam mornas, ela sabia que ele estava saindo com alguém, mas ela não deu em cima dele mesmo com as brincadeiras que havia feito naquele dia, ela não investiria nele sabendo da outra mulher, era desrespeitoso, já havia errado uma vez, não o faria de novo.
— Por favoooor. — Suspirou fundo, dando meia volta e dirigindo sentindo a casa do homem.
— O que você não pede sorrindo que eu não faço chorando, hein? Vamos buscar seu pai. — Ela sabia que precisava aprender a dizer não, mas no fundo do seu íntimo ela queria a presença de ali com eles.
— Obaaa! — O menino abriu um enorme sorriso. Não tardou muito para que estivessem em frente a residência de . Assim que ela estacionou, o filho tirou o cinto de segurança e desceu do veículo e ela suspirou fundo, fazendo o mesmo.
— Papaaaai. — O homem levantou o olhar da tevê quando escutou o grito do filho, se levantando e caminhando até a porta. Tinha acabado de chegar do trabalho. Será que já tinham ido ao Mc’Donald’s tão rápido assim? Impossível, só fazia dez minutos que o filho tinha saído da escola.
— Ei, garotão, o que faz aqui esse horário? — Ele abriu a porta e sorriu quando o filho foi lhe abraçar.
— Viemos te buscar para ir com a gente. — Ele olhou para frente e viu dar um sorriso sem graça, dando de ombros. Com certeza aquilo tinha sido ideia de , ele sabia bem o filho que tinha.
— , eu acabei de chegar do trabalho, estou cansado, fica para uma próxima. — O garoto fez um biquinho, cruzando os braços.
— Por que meus amigos sempre saem com os dois pais e eu não? — passou a mão na boca, sem saber o que responder ao filho. — Por favor, papai, eu quero tanto… — olhou para baixo negando com a cabeça, era bem persuasivo, como ele tinha puxado o jeito dela… Era incrível aquilo. suspirou fundo, dando-se por vencido.
— Vou pegar a carteira.
— Ebaaa! — Deu alguns pulinhos desengonçados quando viu o pai fazer o caminho de volta a casa. desligou a tevê, pegou a carteira e chaves e saiu, trancando tudo. já tinha entrado no carro e havia visto se o cinto estava bem colocado.
— Pronto, podemos ir. — apareceu e se aproximou dele, lhe dando um beijo rápido em sua bochecha. Ter a boca da mulher em sua bochecha era bom, mas ele não admitiria nunca aquilo.
— Me desculpe, , sabe ser bem persuasivo quando quer, peço perdão se tinha compromissos hoje. — Ele fez um gesto com as mãos.
— Não tinha nada, para falar a verdade. — Ela concordou voltando o olhar para a rua. Seria natural se ele aproveitasse a noite com a namorada, achou estranho, mas não comentou nada. — Vai ser bom comer um Big Mac.
— Eu quero a Guinevere & Barley Lightfoot ou o Colt Bronco… São os mais legais.
— Quem são esses, ? — perguntou.
— Fui com o papai, a Cindy e a mamãe da Cindy no cinema assistir os Dois Irmãos, é muito legal, mamãe, vou te mostrar os brinquedos quando chegarmos lá.
— Ah. — Remexeu desconfortável no banco. Era bem provável que a mulher mencionada era a namorada de , afinal, em todas as conversas de seu pequeno com ela a mãe de Cindy sempre aparecia. Decidiu não tirar os olhos da rua, não queria ver . Depois do que o garotinho havia falado, só respondia o essencial, não tinha gostado de saber daquilo.
Ela estacionou o carro, e eles desceram, disparou na frente deles, o chamou a atenção, mas fora em vão, ele sempre fazia aquilo. Entraram no estabelecimento, fizeram seus pedidos, mostrou os brinquedos a mãe e acabou escolhendo o Colt Bronco. Pedidos prontos, eles se sentaram em uma mesa mais discreta, afinal, havia paparazzis por ali. contava animadamente sobre as cenas do filme.
— Você tem que assistir esse filme, mamãe, é muito legal. — contava animado, enquanto dava boas mordidas em seu Mc Lanche Feliz.
— Assim que der eu assisto, pequeno. — Mordeu o seu lanche. já havia terminado de comer e observava a conversa calado. — Como se chama a mamãe da Cindy? Você sempre a chama assim, mas eu nunca sei o nome.
— Nancy. — Quem respondeu aquilo foi , ela direcionou o olhar a ele, e o viu bem sereno. levantou um assunto qualquer sobre heróis e a conversa anterior morreu.
Passaram o jantar com tagarelando sem parar, sobre o quão feliz estava por ter os pais juntos ali com ele. Foram embora por volta de umas 20 horas. insistiu para que a mãe entrasse e o visse vestido de pijama depois que tomasse banho, acabou por aceitar a contragosto.
Eles subiram, ela o viu tomar banho, o auxiliou a vestir o pijama e pediu para que ela ficasse para ver um filme com eles, haviam escolhido Avengers. Na metade do mesmo, adormeceu em seu colo, aquele dia havia sido bem tumultuado ao garoto. o pegou no colo e o levou até a cama, era a deixa dela, iria embora.
— Já está tarde, acho que já vou. — Ela mexeu em sua bolsa, só que a pegou sem jeito, fazendo com que o que estivesse dentro caísse no chão. — Droga! — Xingou, se abaixando e recolhendo os itens, a ajudou, e quando viu algo no chão, sorriu.
— Uma vez maconheira, sempre maconheira, hein? — Levantou os dois cigarros de maconha que havia encontrado no chão. Ela riu gostosamente.
— Eu faço o quê se eles me relaxam? Não fumo com tanta frequência, mas gosto da brisa que me dá.
— Faz tanto tempo que eu não fumo um, acho que a última vez foi com… Você. — O encarou surpresa, mas compreendendo, sempre foi mais careta para maconha, fumava sempre porque ela fumava. Eles terminaram de recolher os itens caídos ali e ele entregou os cigarros a ela.
— Que tal se a gente fumasse esses? — O homem sorriu, ficar chapado depois de uma semana tumultuada no trabalho não lhe faria nada mal.
— Ok, mas no quintal, não quero que sinta o cheiro disso aqui dentro de casa. — Ela assentiu e eles foram até o local. Se sentaram no chão, ela pegou o isqueiro da bolsa e acendeu o baseado, deu um bom trago e passou para ele, que a imitou e a devolveu o cigarro.
— Semana que vem vou voltar a minha vida nos Estados Unidos… — suspirou fundo, levando o cigarro a boca, tragando-o.
— E ia me contar sobre isso quando? Ia me deixar uma carta como da primeira vez? — Ela revirou os olhos, passando o baseado para ele.
— Eu fiquei sabendo disso hoje, é claro que eu ia te avisar, já não estou falando agora!? — Respondeu irônica. deu de ombros, enquanto soltava a fumaça.
— Nunca sei o que esperar de você, sinceramente.
— Desde quando você se tornou tão ranzinza, ? Eu olho para você e não te reconheço.
— Hum, deixa eu pensar, acho que há uns três anos quando a mulher que eu amava me deu um pé na bunda. — Respondeu sarcástico, com a sobrancelha arqueada.
— Você já me superou, está até saindo com a mãe da Cindy, é Nancy seu nome, certo? Fazendo passeios em família e tudo. — Ele riu, a maconha já estava fazendo efeito em seu cérebro.
— Está morrendo de ciúmes, , sua cara está tão engraçada, deveria tirar uma foto para eternizar. — Gargalhava alto.
— E você chapado é a coisa mais chata que eu já vi. — Negou com a cabeça, mas se contagiando com a risada que ele soltava e rindo também.
— Eu e Nancy não é nada sério, ficamos algumas vezes, mas ela voltou com o ex marido. — Ele a encarou de cenho franzido, enquanto a via acender o outro baseado. — Nem sei porque eu estou te dando satisfação da minha vida.
— Porque você sabe que eu sou importante para você e também porque quando fica chapado além de chato, fica sincero. — Ela piscou para ele, levando o cigarro a boca. — Lembra quando eu fazia isso? — Ela tragou o baseado, segurou a fumaça, e se aproximou dele, o fazendo abrir a boca e ela soltar toda a fumaça armazenada ali em sua boca. Seus lábios se encostaram levemente naquela ação. Ele a encarou de uma forma tão íntima que se sentiu completamente nua.
— Minha vez. — Pegou o cigarro da mão dela e fez a mesma coisa, só que na hora que ele ia se afastar, segurou sua nuca e seus lábios se chocaram, não tardou muito para que as bocas sedentas se movimentassem com volúpia, desejo, luxúria, eram três anos sem experimentarem o beijo um do outro, e aquele ato tinha tantos significados.
O baseado ficou esquecido no chão, enquanto se beijavam sem parar. já estava por cima de , estavam sedentos, precisavam de mais.
— Vamos entrar. — Ele a puxou pela mão e colou seus lábios novamente e aos tropeços, arrancando suas peças de roupa pelo caminho e sem se desgrudarem subiram as escadas e chegaram ao quarto do rapaz.
o jogou na cama e deitou-se por cima dele, suas roupas viraram um bolo ao lado do móvel e não demorou para que se tornassem um só naquela noite, toda a mágoa que ele sentia por ela havia se dissipado, ao menos naquele momento, tudo o que importava era estar nos braços dela e a fazer sua não uma só vez, mas duas vezes naquela noite. Era louco, mas amava aquela mulher com cada partícula de seu corpo.
— Eu te amo tanto, . — Soltou aquilo com tanta naturalidade que se assustou. Ela o beijou de forma ainda mais sedenta.
***
Amanheceu e passou a noite, nos braços do homem que amava, não tinha sensação melhor do que estar ali, havia procurado tanto, se sentir protegida como estava com ele. Ela amava cada parte do corpo daquele homem. Despertou, mas fingiu não ter acordado, queria ficar mais um tempo ali com ele, assim que levantasse sentiria a realidade lhe invadir e ela não estava pronta para aquilo. Ele se remexeu na cama a abraçando ainda mais, e cheirando seus cabelos, mania que ele sempre tinha quando acordava, ela suspirou fundo quando ele a afastou bruscamente.
— Merda, merda, merda. — Ele sussurrava aquilo incontáveis vezes. Ela se virou em sua direção e o viu sentado na cama, reparou que ele olhava para um ponto fixo na porta, sem conseguir prestar atenção a qualquer coisa por ali. Ele virou a cabeça em direção a ela, e suspirou fundo, tentando controlar a vontade de tocá-la. — Isso foi um erro.
— Para, não foi erro nenhum, eu queria, você também, aconteceu. Chega de tentar me afastar , você me quer, vamos tentar recomeçar…
— Não é assim fácil…
— Eu não consigo pensar em um futuro se não for para estar ao seu lado, , você é minha vida, vai ser sempre você. Vamos nos permitir viver isso que a gente sente, não é qualquer atração, é muito mais forte, não resiste, sem entrega. Eu te amo.
— Eu… — Piscava ainda atônico.
— , por favor…
— Preciso pensar, ainda estou muito magoado com o que aconteceu, você me joga esse monte de coisa, preciso assimilar. — Ela o puxou pelo braço, e ele se deixou ser jogado na cama novamente.
— Vou te dar uns bons motivos para você aceitar minha proposta agora. — Ela beijava sedentamente o pescoço dele, e ele arfou, agarrando sua cintura com força. enquanto sentia os beijos quentes naquela região.
A recepção das pessoas com seu filho, ao contrário do que ela imaginava, não foi tão ruim, claro que muitos a criticaram, e inclusive alguns a chamaram de abandonadora de lares, mas boa parte das pessoas ficaram felizes por ela ter compartilhado aquilo com elas, e ao invés dos números de seguidores diminuírem, aumentaram em suas redes sociais, algo que realmente a surpreendeu. Claro que apenas o vídeo contando sobre ser mãe não foi o necessário e Anny havia marcado uma participação dela no programa The Ellen DeGeneres Show, na Califórnia, mas a viagem foi bem rápida e ela já estava de volta a Doncaster.
O lançamento de sua colaboração havia sido muito bem recebida pela crítica, foi a primeira vez que ela havia participado de uma colaboração com cantores latinos, e ela tinha amado o resultado, com certeza ir para América do Sul para uma turnê, estava em seus planos.
No mesmo dia que o vídeo havia sido postado em sua conta no Instagram a mídia procurou até achar o nome do pai misterioso do filho de , e teve a sua vida sendo exposta e divulgada aos quatro ventos e tarefas cotidianas como ir trabalhar ou levar o filho a escola viraram um sufoco por ter sempre algum paparazzi atrás de si. Ele imaginava que seria complicado, mas não tanto. Mas assim como previu e o comunicou aquilo durou apenas nas primeiras duas semanas, depois surgiu outro escândalo e eles foram esquecidos.
— Mais duas semaninhas, Anny? Está tão bom ser apenas mãe. — Fez um biquinho, como se Anny pudesse vê-la.
— Uma semana, , você precisa voltar para Los Angeles, temos um álbum para gravar, você descansou bastante, são quase dois meses já. Temos um contato a cumprir, querida.
— É, eu sei, está saindo da escola agora, preciso desligar, mas eu volto em uma semana, pode reservar minha passagem de volta. — Ela suspirou fundo, sentindo o coração ficar apertadinho por ficar longe de seu pequeno.
— Ok, vamos nos falando. — Desligaram e sorriu enquanto corria em direção a mãe e a abraçava. O filho sempre muito carinhoso.
As pessoas a olhavam em completo choque ainda por toda a repercussão do caso e por ser ali, alguns a abordavam pedindo fotos, outros simplesmente a encaravam, tinham que se acostumar sua presença seria constante por ali.
— Mãe, nós vamos no Mc’ Donalds mesmo? — A mulher sorriu, segurando na mão do filho e eles começaram a andar juntos.
— Claro que sim, querido. — Os dois entraram no carro de Elis que havia pegado emprestado e rumaram ao Mc’Donalds, era tão bom poder andar com ele sem qualquer preocupação.
— Papai bem que poderia vir, não é? — A cantora sorriu ao filho, enquanto começava a dirigir. — Seria muito legal se vocês dois fossem juntos. A Mini mora com os dois pais e eles fazem tudo juntos, por que eu não?
— Filho, papai e a mamãe da Mini são casados, por isso moram juntos e fazem tudo juntos, eu e seu pai já fomos, mas as coisas não deram certo entre a gente.
— Por que não deram certo? — O garoto a questionou e a deixou extremamente desconfortável.
— A mamãe não estava feliz como deveria estar… Enfim, quando você estiver maiorzinho eu te explico detalhadamente. E nem adianta perguntar o motivo de eu não estar feliz, é coisa de adulto.
— Mas… — Ele tentou, mas com a olhadela séria que a mãe lhe deu, ele desistiu. — Mamãe, vamos passar em casa e chamar o papai? Por favoooor. — Piscou as pestanas de forma persuasiva, não caia naquele golpe, mas …
— Filho! — As coisas entre ela e estavam mornas, ela sabia que ele estava saindo com alguém, mas ela não deu em cima dele mesmo com as brincadeiras que havia feito naquele dia, ela não investiria nele sabendo da outra mulher, era desrespeitoso, já havia errado uma vez, não o faria de novo.
— Por favoooor. — Suspirou fundo, dando meia volta e dirigindo sentindo a casa do homem.
— O que você não pede sorrindo que eu não faço chorando, hein? Vamos buscar seu pai. — Ela sabia que precisava aprender a dizer não, mas no fundo do seu íntimo ela queria a presença de ali com eles.
— Obaaa! — O menino abriu um enorme sorriso. Não tardou muito para que estivessem em frente a residência de . Assim que ela estacionou, o filho tirou o cinto de segurança e desceu do veículo e ela suspirou fundo, fazendo o mesmo.
— Papaaaai. — O homem levantou o olhar da tevê quando escutou o grito do filho, se levantando e caminhando até a porta. Tinha acabado de chegar do trabalho. Será que já tinham ido ao Mc’Donald’s tão rápido assim? Impossível, só fazia dez minutos que o filho tinha saído da escola.
— Ei, garotão, o que faz aqui esse horário? — Ele abriu a porta e sorriu quando o filho foi lhe abraçar.
— Viemos te buscar para ir com a gente. — Ele olhou para frente e viu dar um sorriso sem graça, dando de ombros. Com certeza aquilo tinha sido ideia de , ele sabia bem o filho que tinha.
— , eu acabei de chegar do trabalho, estou cansado, fica para uma próxima. — O garoto fez um biquinho, cruzando os braços.
— Por que meus amigos sempre saem com os dois pais e eu não? — passou a mão na boca, sem saber o que responder ao filho. — Por favor, papai, eu quero tanto… — olhou para baixo negando com a cabeça, era bem persuasivo, como ele tinha puxado o jeito dela… Era incrível aquilo. suspirou fundo, dando-se por vencido.
— Vou pegar a carteira.
— Ebaaa! — Deu alguns pulinhos desengonçados quando viu o pai fazer o caminho de volta a casa. desligou a tevê, pegou a carteira e chaves e saiu, trancando tudo. já tinha entrado no carro e havia visto se o cinto estava bem colocado.
— Pronto, podemos ir. — apareceu e se aproximou dele, lhe dando um beijo rápido em sua bochecha. Ter a boca da mulher em sua bochecha era bom, mas ele não admitiria nunca aquilo.
— Me desculpe, , sabe ser bem persuasivo quando quer, peço perdão se tinha compromissos hoje. — Ele fez um gesto com as mãos.
— Não tinha nada, para falar a verdade. — Ela concordou voltando o olhar para a rua. Seria natural se ele aproveitasse a noite com a namorada, achou estranho, mas não comentou nada. — Vai ser bom comer um Big Mac.
— Eu quero a Guinevere & Barley Lightfoot ou o Colt Bronco… São os mais legais.
— Quem são esses, ? — perguntou.
— Fui com o papai, a Cindy e a mamãe da Cindy no cinema assistir os Dois Irmãos, é muito legal, mamãe, vou te mostrar os brinquedos quando chegarmos lá.
— Ah. — Remexeu desconfortável no banco. Era bem provável que a mulher mencionada era a namorada de , afinal, em todas as conversas de seu pequeno com ela a mãe de Cindy sempre aparecia. Decidiu não tirar os olhos da rua, não queria ver . Depois do que o garotinho havia falado, só respondia o essencial, não tinha gostado de saber daquilo.
Ela estacionou o carro, e eles desceram, disparou na frente deles, o chamou a atenção, mas fora em vão, ele sempre fazia aquilo. Entraram no estabelecimento, fizeram seus pedidos, mostrou os brinquedos a mãe e acabou escolhendo o Colt Bronco. Pedidos prontos, eles se sentaram em uma mesa mais discreta, afinal, havia paparazzis por ali. contava animadamente sobre as cenas do filme.
— Você tem que assistir esse filme, mamãe, é muito legal. — contava animado, enquanto dava boas mordidas em seu Mc Lanche Feliz.
— Assim que der eu assisto, pequeno. — Mordeu o seu lanche. já havia terminado de comer e observava a conversa calado. — Como se chama a mamãe da Cindy? Você sempre a chama assim, mas eu nunca sei o nome.
— Nancy. — Quem respondeu aquilo foi , ela direcionou o olhar a ele, e o viu bem sereno. levantou um assunto qualquer sobre heróis e a conversa anterior morreu.
Passaram o jantar com tagarelando sem parar, sobre o quão feliz estava por ter os pais juntos ali com ele. Foram embora por volta de umas 20 horas. insistiu para que a mãe entrasse e o visse vestido de pijama depois que tomasse banho, acabou por aceitar a contragosto.
Eles subiram, ela o viu tomar banho, o auxiliou a vestir o pijama e pediu para que ela ficasse para ver um filme com eles, haviam escolhido Avengers. Na metade do mesmo, adormeceu em seu colo, aquele dia havia sido bem tumultuado ao garoto. o pegou no colo e o levou até a cama, era a deixa dela, iria embora.
— Já está tarde, acho que já vou. — Ela mexeu em sua bolsa, só que a pegou sem jeito, fazendo com que o que estivesse dentro caísse no chão. — Droga! — Xingou, se abaixando e recolhendo os itens, a ajudou, e quando viu algo no chão, sorriu.
— Uma vez maconheira, sempre maconheira, hein? — Levantou os dois cigarros de maconha que havia encontrado no chão. Ela riu gostosamente.
— Eu faço o quê se eles me relaxam? Não fumo com tanta frequência, mas gosto da brisa que me dá.
— Faz tanto tempo que eu não fumo um, acho que a última vez foi com… Você. — O encarou surpresa, mas compreendendo, sempre foi mais careta para maconha, fumava sempre porque ela fumava. Eles terminaram de recolher os itens caídos ali e ele entregou os cigarros a ela.
— Que tal se a gente fumasse esses? — O homem sorriu, ficar chapado depois de uma semana tumultuada no trabalho não lhe faria nada mal.
— Ok, mas no quintal, não quero que sinta o cheiro disso aqui dentro de casa. — Ela assentiu e eles foram até o local. Se sentaram no chão, ela pegou o isqueiro da bolsa e acendeu o baseado, deu um bom trago e passou para ele, que a imitou e a devolveu o cigarro.
— Semana que vem vou voltar a minha vida nos Estados Unidos… — suspirou fundo, levando o cigarro a boca, tragando-o.
— E ia me contar sobre isso quando? Ia me deixar uma carta como da primeira vez? — Ela revirou os olhos, passando o baseado para ele.
— Eu fiquei sabendo disso hoje, é claro que eu ia te avisar, já não estou falando agora!? — Respondeu irônica. deu de ombros, enquanto soltava a fumaça.
— Nunca sei o que esperar de você, sinceramente.
— Desde quando você se tornou tão ranzinza, ? Eu olho para você e não te reconheço.
— Hum, deixa eu pensar, acho que há uns três anos quando a mulher que eu amava me deu um pé na bunda. — Respondeu sarcástico, com a sobrancelha arqueada.
— Você já me superou, está até saindo com a mãe da Cindy, é Nancy seu nome, certo? Fazendo passeios em família e tudo. — Ele riu, a maconha já estava fazendo efeito em seu cérebro.
— Está morrendo de ciúmes, , sua cara está tão engraçada, deveria tirar uma foto para eternizar. — Gargalhava alto.
— E você chapado é a coisa mais chata que eu já vi. — Negou com a cabeça, mas se contagiando com a risada que ele soltava e rindo também.
— Eu e Nancy não é nada sério, ficamos algumas vezes, mas ela voltou com o ex marido. — Ele a encarou de cenho franzido, enquanto a via acender o outro baseado. — Nem sei porque eu estou te dando satisfação da minha vida.
— Porque você sabe que eu sou importante para você e também porque quando fica chapado além de chato, fica sincero. — Ela piscou para ele, levando o cigarro a boca. — Lembra quando eu fazia isso? — Ela tragou o baseado, segurou a fumaça, e se aproximou dele, o fazendo abrir a boca e ela soltar toda a fumaça armazenada ali em sua boca. Seus lábios se encostaram levemente naquela ação. Ele a encarou de uma forma tão íntima que se sentiu completamente nua.
— Minha vez. — Pegou o cigarro da mão dela e fez a mesma coisa, só que na hora que ele ia se afastar, segurou sua nuca e seus lábios se chocaram, não tardou muito para que as bocas sedentas se movimentassem com volúpia, desejo, luxúria, eram três anos sem experimentarem o beijo um do outro, e aquele ato tinha tantos significados.
O baseado ficou esquecido no chão, enquanto se beijavam sem parar. já estava por cima de , estavam sedentos, precisavam de mais.
— Vamos entrar. — Ele a puxou pela mão e colou seus lábios novamente e aos tropeços, arrancando suas peças de roupa pelo caminho e sem se desgrudarem subiram as escadas e chegaram ao quarto do rapaz.
o jogou na cama e deitou-se por cima dele, suas roupas viraram um bolo ao lado do móvel e não demorou para que se tornassem um só naquela noite, toda a mágoa que ele sentia por ela havia se dissipado, ao menos naquele momento, tudo o que importava era estar nos braços dela e a fazer sua não uma só vez, mas duas vezes naquela noite. Era louco, mas amava aquela mulher com cada partícula de seu corpo.
— Eu te amo tanto, . — Soltou aquilo com tanta naturalidade que se assustou. Ela o beijou de forma ainda mais sedenta.
Amanheceu e passou a noite, nos braços do homem que amava, não tinha sensação melhor do que estar ali, havia procurado tanto, se sentir protegida como estava com ele. Ela amava cada parte do corpo daquele homem. Despertou, mas fingiu não ter acordado, queria ficar mais um tempo ali com ele, assim que levantasse sentiria a realidade lhe invadir e ela não estava pronta para aquilo. Ele se remexeu na cama a abraçando ainda mais, e cheirando seus cabelos, mania que ele sempre tinha quando acordava, ela suspirou fundo quando ele a afastou bruscamente.
— Merda, merda, merda. — Ele sussurrava aquilo incontáveis vezes. Ela se virou em sua direção e o viu sentado na cama, reparou que ele olhava para um ponto fixo na porta, sem conseguir prestar atenção a qualquer coisa por ali. Ele virou a cabeça em direção a ela, e suspirou fundo, tentando controlar a vontade de tocá-la. — Isso foi um erro.
— Para, não foi erro nenhum, eu queria, você também, aconteceu. Chega de tentar me afastar , você me quer, vamos tentar recomeçar…
— Não é assim fácil…
— Eu não consigo pensar em um futuro se não for para estar ao seu lado, , você é minha vida, vai ser sempre você. Vamos nos permitir viver isso que a gente sente, não é qualquer atração, é muito mais forte, não resiste, sem entrega. Eu te amo.
— Eu… — Piscava ainda atônico.
— , por favor…
— Preciso pensar, ainda estou muito magoado com o que aconteceu, você me joga esse monte de coisa, preciso assimilar. — Ela o puxou pelo braço, e ele se deixou ser jogado na cama novamente.
— Vou te dar uns bons motivos para você aceitar minha proposta agora. — Ela beijava sedentamente o pescoço dele, e ele arfou, agarrando sua cintura com força. enquanto sentia os beijos quentes naquela região.
Epílogo
>— Sim, eu já desembarquei em Doncaster, Anny, estou a caminho já. — Abriu um pequeno sorriso, estava dentro do táxi em direção a casa de .
Fazia três meses após ter ido embora da cidade para a gravação do álbum, os dois mantiveram contato via whatsapp e skype e agora seria o primeiro encontro após todo esse tempo. Mas eles estavam ficando, temia ser machucado de novo, então havia pedido que as coisas fossem devagar. Com a notícia que ela trazia com ela, as coisas definitivamente acelerariam.
— Não queria que você tivesse pegado o avião nessas condições, a gente não sabe se isso pode te fazer bem.
— Pois é, eu também temo, mas não é o tipo de coisa que a gente fala por telefone, eu vou ficar bem. Se eu sentir algum desconforto, vou ao médico por aqui. Logo estou de volta e a gente finaliza esse álbum, espero realmente que ele aceite a minha proposta, esse tempo sem e ele foram um inferno.
— Por favor, uma semana apenas, hein?! — Ralhou. — E eu sei, não te aguentava, você estava insuportável. — riu, enquanto já reconhecia as ruas do bairro que morou por um tempinho.
— Olha como você fala de mim, eu te dou dinheiro, ok?
— Só para sua informação você não é a única, mas definitivamente é a mais problemática. — A mulher sorriu, era a sua cliente mais difícil, mas não era segredo a ninguém que era sua preferida, a tinha como uma amiga.
— Cheguei! — Estava com as mãos na boca, roendo suas unhas, mania que ela sempre tinha quando estava muito nervosa.
— Calma, vai dar tudo certo. Fique bem, qualquer coisa, me liga. — Ela assentiu com a cabeça, como se a mulher pudesse vê-la. Finalizaram a ligação e ela guardou o telefone de volta a bolsa. Desceu do táxi, e com ajuda do motorista tirou sua mala do porta-malas. Abriu o portão da simples casa com cuidado, enquanto arrastava a mala. Tocou a campainha, escutou passos e finalmente barulho de chaves.
— Oi! — O homem sorriu, a abraçando apertadamente, deram um rápido selinho, e ele a ajudou a colocar a mala para dentro da casa. se aproximou mais uma vez e encostou suas bocas, agora de forma mais demorada, começando um beijo terno. Para ela não havia lugar melhor do que estar nos braços dele, era seu verdadeiro lar.
— Oi! Eu estava com tantas saudades de vocês. — Sorriu, estava inquieta. — ?
— Está dormindo, queria te esperar acordado, mas acabou desmaiando. Mas senta, a casa é sua… — Brincou, e ela se sentou, estava com as pernas trêmulas.
— Está tudo bem, amanhã eu mato as saudades dele com ele acordado, porque eu não vou resistir e vou dar escapadela para vê-lo dormindo, meu hobby preferido. — Umedeceu os lábios. — Tenho que te contar algo, … — Abriu a boca várias vezes para falar o que o escondia há um mês, mas não conseguiu.
— Sua reação está me assustando, , o que aconteceu? Você está pálida, parece que vai vomitar a qualquer momento.
— E eu estou mesmo com vontade de vomitar. — Suspirou. — Vou falar de uma vez, estou grávida. — Silêncio, parecia ter voltado sete anos atrás, aquilo era alguma brincadeira dela?
— O quê? — Precisava escutar de novo.
— Eu estou grávida. Parece que a gente não sabe o que é uma camisinha quando estamos juntos… — Arriscou brincar, mas ele ainda não esboçava nenhuma reação. — Pelo amor de Deus, , fala alguma coisa, eu estou aqui com o estômago embrulhado com essa sua cara.
— Eu estou chocado, porém feliz, mais um filho nosso. — Ela suspirou aliviada. abriu um sorriso emocionado, se aproximando dela e colocando sua mão em sua barriga. — Mas com essa noticia as coisas mudam de ótica, .
— Sim, eu quero que você acompanhe essa gravidez, , mas eu não posso ficar aqui em Doncaster, estou gravando um álbum, minha vida está nos Estados Unidos, não posso negar. Vem comigo? Colocamos em uma boa escola, você volta a estudar, e a gente faz funcionar do jeito certo dessa vez.
Ele voltou os olhos para ela, e suspirou. Não tinha nenhuma dúvida, talvez fosse um erro mergulhar de uma vez naquela relação, mas a quem queria enganar? Nenhuma outra mulher lhe proporcionava as coisas que ela o fazia sentir, amava tanto, apesar de todo o tempo que haviam ficado separados.
— Eu não tenho outra resposta senão sim, não consigo ficar mais longe de você, vamos para os Estados Unidos. — Ela pulou em seu colo o beijando apaixonadamente. — Eu te amo.
— Eu tive tanto medo de você dizer não, e você me responde assim de uma vez, eu estou tão feliz e realizada. Dois filhos com você, minha carreira a cada dia mais crescendo, mas com certeza eu abriria mão dela por você, se caso negasse. Eu te amo. — Ele sorriu, e a beijou mais uma vez naquela noite. Ela o amava, precisou rodar o mundo para ter certeza que jamais encontraria alguém melhor que ele, seria sempre , o amor de sua vida.
Fazia três meses após ter ido embora da cidade para a gravação do álbum, os dois mantiveram contato via whatsapp e skype e agora seria o primeiro encontro após todo esse tempo. Mas eles estavam ficando, temia ser machucado de novo, então havia pedido que as coisas fossem devagar. Com a notícia que ela trazia com ela, as coisas definitivamente acelerariam.
— Não queria que você tivesse pegado o avião nessas condições, a gente não sabe se isso pode te fazer bem.
— Pois é, eu também temo, mas não é o tipo de coisa que a gente fala por telefone, eu vou ficar bem. Se eu sentir algum desconforto, vou ao médico por aqui. Logo estou de volta e a gente finaliza esse álbum, espero realmente que ele aceite a minha proposta, esse tempo sem e ele foram um inferno.
— Por favor, uma semana apenas, hein?! — Ralhou. — E eu sei, não te aguentava, você estava insuportável. — riu, enquanto já reconhecia as ruas do bairro que morou por um tempinho.
— Olha como você fala de mim, eu te dou dinheiro, ok?
— Só para sua informação você não é a única, mas definitivamente é a mais problemática. — A mulher sorriu, era a sua cliente mais difícil, mas não era segredo a ninguém que era sua preferida, a tinha como uma amiga.
— Cheguei! — Estava com as mãos na boca, roendo suas unhas, mania que ela sempre tinha quando estava muito nervosa.
— Calma, vai dar tudo certo. Fique bem, qualquer coisa, me liga. — Ela assentiu com a cabeça, como se a mulher pudesse vê-la. Finalizaram a ligação e ela guardou o telefone de volta a bolsa. Desceu do táxi, e com ajuda do motorista tirou sua mala do porta-malas. Abriu o portão da simples casa com cuidado, enquanto arrastava a mala. Tocou a campainha, escutou passos e finalmente barulho de chaves.
— Oi! — O homem sorriu, a abraçando apertadamente, deram um rápido selinho, e ele a ajudou a colocar a mala para dentro da casa. se aproximou mais uma vez e encostou suas bocas, agora de forma mais demorada, começando um beijo terno. Para ela não havia lugar melhor do que estar nos braços dele, era seu verdadeiro lar.
— Oi! Eu estava com tantas saudades de vocês. — Sorriu, estava inquieta. — ?
— Está dormindo, queria te esperar acordado, mas acabou desmaiando. Mas senta, a casa é sua… — Brincou, e ela se sentou, estava com as pernas trêmulas.
— Está tudo bem, amanhã eu mato as saudades dele com ele acordado, porque eu não vou resistir e vou dar escapadela para vê-lo dormindo, meu hobby preferido. — Umedeceu os lábios. — Tenho que te contar algo, … — Abriu a boca várias vezes para falar o que o escondia há um mês, mas não conseguiu.
— Sua reação está me assustando, , o que aconteceu? Você está pálida, parece que vai vomitar a qualquer momento.
— E eu estou mesmo com vontade de vomitar. — Suspirou. — Vou falar de uma vez, estou grávida. — Silêncio, parecia ter voltado sete anos atrás, aquilo era alguma brincadeira dela?
— O quê? — Precisava escutar de novo.
— Eu estou grávida. Parece que a gente não sabe o que é uma camisinha quando estamos juntos… — Arriscou brincar, mas ele ainda não esboçava nenhuma reação. — Pelo amor de Deus, , fala alguma coisa, eu estou aqui com o estômago embrulhado com essa sua cara.
— Eu estou chocado, porém feliz, mais um filho nosso. — Ela suspirou aliviada. abriu um sorriso emocionado, se aproximando dela e colocando sua mão em sua barriga. — Mas com essa noticia as coisas mudam de ótica, .
— Sim, eu quero que você acompanhe essa gravidez, , mas eu não posso ficar aqui em Doncaster, estou gravando um álbum, minha vida está nos Estados Unidos, não posso negar. Vem comigo? Colocamos em uma boa escola, você volta a estudar, e a gente faz funcionar do jeito certo dessa vez.
Ele voltou os olhos para ela, e suspirou. Não tinha nenhuma dúvida, talvez fosse um erro mergulhar de uma vez naquela relação, mas a quem queria enganar? Nenhuma outra mulher lhe proporcionava as coisas que ela o fazia sentir, amava tanto, apesar de todo o tempo que haviam ficado separados.
— Eu não tenho outra resposta senão sim, não consigo ficar mais longe de você, vamos para os Estados Unidos. — Ela pulou em seu colo o beijando apaixonadamente. — Eu te amo.
— Eu tive tanto medo de você dizer não, e você me responde assim de uma vez, eu estou tão feliz e realizada. Dois filhos com você, minha carreira a cada dia mais crescendo, mas com certeza eu abriria mão dela por você, se caso negasse. Eu te amo. — Ele sorriu, e a beijou mais uma vez naquela noite. Ela o amava, precisou rodar o mundo para ter certeza que jamais encontraria alguém melhor que ele, seria sempre , o amor de sua vida.
Fim
Nota da autora: Meu Deus, essa fanfic ficou gigante, queria ter colocado ainda mais coisas nela, confesso, mas tive que encurtá-la, afinal, passaria das 40 páginas, e uma beta me mataria hhahaha. <3
Amei tê-la escrita, e quis fugir do clichê colocando os papéis invertidos. Espero de verdade que tenham gostado, deixem a opinião de vocês aqui embaixo, é muito importante e fará uma autora feliz. Beijooos!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Amei tê-la escrita, e quis fugir do clichê colocando os papéis invertidos. Espero de verdade que tenham gostado, deixem a opinião de vocês aqui embaixo, é muito importante e fará uma autora feliz. Beijooos!