Fanfic Finalizada

Capítulo Único

PRÓLOGO

- É com grande pesar que depois de anos de muita dedicação e amor ao povo de Purestown, dois jovens tenham cometido um delito tão grave... - Carrisa falava com desgosto e falsa tristeza, sua boca estava em uma linha fina disfarçando a raiva, ela bateu as unhas que estavam cuidadosamente pintadas de vermelho no mármore onde ela falava com todos que mantinham expressões perplexas em seus rostos. - Depois que assumi a difícil tarefa de cuidar do povo dessa cidade que amo tanto, disse que haveria poucas coisas que vocês seriam dispostos a cumprir, coisas pequenas... É claro! - A mulher sorriu maldosamente e olhou para os dois jovens que a olhavam com ódio em seu olhar. - E temo que esses dois não serão punidos apenas pelo principal crime que cometeram, que é um dos piores pecados possíveis, mas serão também punidos pelo olhar de Ira que estão demonstrando para com uma pessoa que apenas quis o bem do povo... E como todos sabem "Ira" também é um dos sete pecados capitais... Assim como "Luxúria". - Carissa agora estava com raiva, ela odiava o fato de ter sido desobedecida debaixo do seu próprio nariz. - Então como todos sabem... A punição para o casal... - Ela falou a última palavra com nojo evidente e então sua face mudou para uma de satisfação completa, quando ela finalmente falou o que todos já sabiam. - e Romeu sua punição será viver para sempre na propriedade de "Death Valley".
Assim que Carrisa bateu seu pequeno, mas poderoso martelo no pedaço de madeira, estava feito. Suspiros de todos ecoaram pelo recinto, medo evidente pelos jovens que só tinham cometido um grande erro.... Se apaixonar.

***


Acordei atordoada olhando para os lados desesperadamente tentando entender o que raios tinha acontecido. Minhas roupas estavam sujas de lama e tinha mato grudado na minha bochecha, meu pescoço doía provavelmente pela forma como eu havia dormido no chão, estava escuro e meu corpo doía como o inferno. Levei alguns minutos angustiantes para perceber que eu estava em Death Valley.
Que bela merda!
Nunca achei que isso iria acontecer comigo, e com certeza nunca achei que Death Valley seria um grande buraco cheio de mato e lama, tinha árvores por toda a parte, era como se eu estivesse em uma pequena floresta particular. Comecei a entrar em pânico quando percebi que estava sozinha.
Completamente sozinha! Então um nome apareceu na minha mente...
!
Onde diabos ele estava?
Olhei ao redor freneticamente torcendo para que ele estivesse caído em algum lugar próximo a mim, mas tudo o que eu vi foi árvores e mais árvores. Um frio repentino se apoderou de mim, uma gota de suor escorreu pelo meu rosto e minha garganta começava a se fechar de angustia.
Eu estava com medo, muito medo!
- ! - Gritei sentindo as lágrimas se acumulando nos meus olhos, então caindo uma atrás da outra. Eu chorava e gritava desesperada por ele e nada. Nenhuma maldita resposta. - ...
Gritei uma última vez com a voz rouca devido aos gritos, corria desesperada sem ter noção de onde estava me metendo e então caí novamente no sono, esgotada.

***


Finalmente eu havia completado dezoito anos, eu não conseguia acreditar que esse dia tinha chegado. Pela primeira vez na minha vida eu poderia sair de casa numa sexta-feira. Eu havia sido proibida de sair de casa ainda pequena, devido a uma punição de meus pais. Aparentemente antes do mandato de Carrisa, todos tinham uma vida chamada de normal, meus pais pelo que eu sei eram profundamente apaixonados um pelo outro e quando Carrisa e suas novas regras chegaram tudo desabou. Homens foram mandados para complexos masculinos, e mulheres para o feminino. Se os casais tinham filhos, automaticamente os pais se tornavam tutores oficiais deles, assim como no caso das meninas que ficavam com as mães.
Acontece que meu pai não aceitou muito bem o fato de ser afastado de duas meninas, e em uma noite ele tentou passar pelos guardas para que pudesse nos ver, mas não deu muito certo e meu pai acabou sendo o primeiro membro de Death Valley, assim como eu fui proibida de participar de qualquer evento ou aparição onde meninos estavam presentes até os meus dezoito anos.
Então eu estava bem animada com o fato de que pela primeira vez eu poderia ser uma jovem normal...

***


Eu ansiava pelas sextas-feiras, pois era o único dia em que Carrisa deixava os jovens na rua quatro horas além do toque de recolher, e agora eu poderia finalmente fazer parte disso. As ruas continuavam iluminadas e ficavam repletas de meninos e meninas da minha idade. Era o único dia em que nós tínhamos contato com pessoas do sexo oposto. Carrisa era extremamente exigente em relação à interação entre os dois. Eu estudava em uma escola apenas para meninas assim como todas em Purestown e os meninos na escola para meninos. Sinceramente nunca entendi porque ela permitia isso as sextas-feiras, mas então ficou claro que era apenas para punir quem caía na burrice de cometer algum dos "Sete Pecados Capitais".
Por incrível que pareça era na sexta-feira que alguns jovens furtavam pequenas coisas como uma garrafa de alguma bebida alcoólica que era extremamente proibida, não sei porque Carrisa mantinha uma pequena loja apenas com esse tipo de bebida, já que ela permanecia sempre fechada, era como se ela esperasse para dar o bote e punir algum mais ousado que quisesse encher a cara de vez em quando. Furtos, ataques de ira, ameaças de morte, traição, inveja... Tudo tinha um limite de três delitos para então ser enviado para Death Valley que nada mais era do que um lugar feito para os pecadores, todos que foram enviados para lá ao longo dos anos nunca voltaram, não tínhamos notícias sobre eles. Eles simplesmente desapareciam.
Eram como nunca tivessem existido.
Agora aqui estava eu, sentada em um dos bancos que continha em um grande hall aonde dava acesso à uma das saídas de Purestown para um lugar aonde eu não fazia ideia do que era, afinal, nunca havia estado daquele lado.... Olhava aqueles portões imensos de madeira fechados, me deixando com uma certa apreensão. Mordiscava minha unha, eu estava ansiosa! Ia dar sete da noite, e abririam os portões para termos contato com o lado de fora e principalmente com os meninos.
Assim o que os ponteiros do grande relógio anunciaram as setes horas, uma sirene tocou e uma voz que anunciou para ficarmos atrás da linha amarela que tinha no chão, obedeci sem pensar duas vezes. Em 18 anos, essa seria minha primeira vez ao lado de fora, e eu estava louca de ansiedade para ver o que tinha lá.
A sirene parou de tocar e uma luz verde se acendeu, essa era a permissão para sairmos? Deduzi que sim pois a maioria que estava ao meu lado começou a caminhar para fora. Senti uma grande brisa bater em meus cabelos. Isso de certa forma era liberdade, por mais que fossem por poucas horas...
Comecei a observar aquele lugar. Estava me parecendo mais com uma vila, tinha uma grande praça no meio e algumas casa e vielas abandonadas. A praça era bem iluminada, cheia de flores, bancos. Era lindo. Comecei a me distanciar do centro daquela “vila”, queria conhecer os arredores.
Quanto mais longe de Purestown, mais escuro era. Ouvi um barulho vindo de uma das casas abandonadas. Pessoas conversando, musica tocando. Fui me aproximando cada hora mais até achar a entrada da onde rolava aquele encontro.
Comecei a analisar todos que estavam dentro da casa abandonada e vi que alguns estavam diferentes, eles estavam bêbados? Eu estava no proibido... senti minha garganta fechar, um certo medo me invadiu e minha cabeça piscava um grande alerta dizendo “saia deste lugar imediatamente”. Decidi ignora-la, eu estava do lado de fora, precisava saber tudo que àquele lado me proporcionaria e se valia a pena eu ter ansiado tanto tempo pela liberdade. Ainda estava encarando a entrada com as mão dentro do bolso da minha jaqueta de couro. Mordia meu lábio inferior com uma força um pouco maior do que o necessário, quando decidi que de fato eu entraria ali no proibido, comecei a caminhar até a porta e uma grande fumaça tomou conta do meu nariz, aquilo era cigarro.... Eu conhecia bem porque eu via o povo mais velho fumando escondidos de Carissa. Adentrei mais a casa tentando desviar de algumas pessoas que beijavam e atrapalhavam a entrada.
- Quer uma bebida? – Uma menina de cabelos azuis me ofereceu. Não havia mal algum beber um pouco. Pensei.
Assenti e ela pegou minha mão me conduzindo até a cozinha da casa. Segurou um copo de plástico vermelho e despejou um liquido verde dentro dele. Me entregou e eu bebi um gole.
Aquilo desceu rasgando em minha garganta, mas era bom.Sorri em agradecimento e voltei a andar para mais fundo da casa.
Decidi que precisava usar o banheiro, subi as escadas para tentar encontrar o dito cujo. Abri a primeira porta que encontrei e dei de cara com um quarto. Sorri quando percebi que tinha um banheiro ali, encostei a porta do quarto e fui até o banheiro. Abri ela e dei de cara com um rapaz encostado na bancada.
Ele estava com a mão segurando a boca enquanto escorria sangue pela mesma. Parecia ser um corte profundo. Assim que ele se deu conta que tinha mais alguém naquele ambiente, levantou os olhos até a mim. Arqueou as sobrancelhas.
- Precisa de ajuda? – Perguntei apreensiva. Eu mal o conhecia. Ele pegou um papel e tentou limpar o sangue que saia de sua boca. Inútil. - Eu estou bem! – Disse com a voz rouca.
Soltei uma lufada de ar e fui procurar algum kit de primeiros socorros naqueles armários velhos. Por sorte achei um onde continha nada mais do que o necessário.
- Sente-se. – apontei para o vaso sanitário. O homem me encarou novamente com as sobrancelhas arqueadas em questionamento.
- Eu estou bem, sério... – tentou dizer fazendo cara de dor.
Bufei. Eu estava louca de vontade de fazer xixi, queria ajuda-lo e o cara não colaborava?
- Sente-se. – disse mais uma vez, porém com um tom mandão dessa vez. Cruzei os braços e o vi rolar os olhos e me obedecer. – Não fale! – ordenei enquanto pegava uma das gases e umidificava com água.
Limpei todo machucado, e comecei a fazer um curativo.
- Bom, meu nome é . – sorri para ele que apenas me observava. – Eu nunca tinha vindo a este lado. É minha primeira sexta. – me animei mais ainda. – Pronto!
Finalizei o curativo e me afastei dele que foi até o espelho para analisar meu trabalho.
- Muito bom, senhorita . – Virou-se para mim e sorriu. – Eu sou .


***


Braços fortes me sacudiam, tentando me fazer recobrar a consciência, eu estava muito cansada e triste para me importar com o que quer que fosse. Eu só queria aqui do meu lado dizendo que tudo ia ficar bem, que não era preciso eu ter medo, que tudo iria se encaixar e que a gente poderia ficar juntos, que ninguém nunca iria nos descobrir e então não seríamos mandados para Death Valley e não iríamos ter o mesmo fim que o meu pai teve. Por amor, sempre por amor.
Talvez Carrisa realmente estivesse certa em nos manter longe dessa doença, assim como de todas as outras, talvez eu estivesse errada em seguir meu coração.
- !
Talvez eu estivesse pagando pelos meus pecados, e tudo bem...
- !
Tudo bem porque os errados era eu e , não era?
- , acorda pelo amor de Deus! - Novamente senti braços fortes me embalando como se eu fosse uma criança. - acorda por favor! - Então ele começou a me balançar com mais força e eu ouvi uma voz masculina carregada de preocupação e medo.
- , porra!
Eu conhecia aquela voz, eu me perdi naquela voz ao mesmo tempo em que me encontrei nela.
Minhas pálpebras pareciam como se pesassem toneladas, eu tentava abri-las, mas era como se elas estivessem coladas juntas e o pânico se apoderou de mim, comecei a me mexer descontroladamente, lágrimas silenciosas desciam pelas minhas bochechas, mas nada era capaz de me fazer abrir os olhos.
- , sou eu! Fica calma meu amor, abre os olhos devagar. - Uma voz carinhosa falava comigo me abraçando apertado, impedindo meus espasmos de pânico. - Eu estou com você e não vou mais soltar!
E por alguma razão eu sabia que aquilo era verdade, sabia que ele não iria me deixar sozinha, sabia que ele iria estar do meu lado. Então eu me senti calma e segura, e finalmente meus olhos se abriram.
Estava escuro, o chão continuava úmido e sujo de lama, mas dessa vez ele estava ali. Lindo e tão sujo ou até mais que eu, mas nada importava porque ele estava ali comigo. Do meu lado, comigo em seus braços.
- ... – Sussurei, abraçando-o ainda mais forte, sentindo seus braços me apertando contra seu peito. - Você está aqui!
- Sim, eu tô aqui! Me desculpa por tudo isso meu amor... - Nunca pensei que fosse vê-lo chorar, aquele homem sempre tinha sido o forte de nós dois, sempre me dizendo palavras de conforto, sempre sendo minha armadura. - Eu achei que tinha te perdido, aqueles desgraçados lambem o cu da Carrisa nos deram alguma coisa que nos fizeram dormir por horas e então nos jogaram longe um do outro.
me soltou e bateu o punho contra o chão enlameado, gotinhas de lama voaram na minha roupa e deixaram pequenas gotas espalhadas pelo seu rosto, sua expressão era nada mais do que pura fúria.
- Então quando eu acordei eu não fui capaz de te encontrar, achei que algo muito ruim tivesse te acontecido e comecei a correr sem saber para onde ir, gritando o seu nome sem conseguir resposta nenhuma, e então quando eu parei pra recuperar o fôlego eu te vi aqui, tão pequena e encolhida e tão... tão... - Seus olhos ficaram em branco como se ele estivesse em um lugar muito ruim em sua cabeça. - tão sem vida.
- Agora não importa. – Falei, abraçando-o e plantando vários beijos em sua bochecha, testa, queixo, pálpebras e finalmente seus lábios. - Não importa, estamos juntos de novo!
Aquilo pareceu acalma-lo pelo menos por hora, porque nós estávamos tudo... menos seguros.

***

Um mês havia se passado. Quatro sextas-feiras livres. Era como um sonho isso para mim, todas as minhas noites fora de Purestown eu tinha ido ao proibido e consequentemente via .
Desde o primeiro dia em que coloquei meus olhos nele, quando esbarrou em mim, eu sabia que ele era problema dos grandes.
Depois da minha segunda sexta-feira lá eu já sabia sua fama: galinha, encrenqueiro, o bonzão! – Isso era as palavras de Lucy.
Não que ele não pudesse ser assim, acho que ele tinha todos os direitos e requisitos para isso pois homem nenhum era tão lindo igual ele!
Lá estava eu, escorada em uma bancada segurando um copo com alguma bebida dentro que eu não fazia questão de saber, apenas ingeria. Lucy se aproximou de mim, com seus cabelos azuis, sorrindo.
- Ei! – parou ao meu lado. – Aproveitando a festa? – sorriu para mim.
- Ainda é um pouco estranho. – mordi meus lábios. – Nunca pensei que seria tão proibido aqui do lado de fora, e olha que é praticamente embaixo da fuça se Carissa. – dei de ombros e olhei para ela que se moveu ficando na minha frente.
- A, qual é, ! – alisou meu braço com uma de suas mãos em um tipo de carinho de amiga. – Você tem que aproveitar como nunca, é uma das únicas que ficou tanto tempo pagando pelos pecados... – continuou. – Olhe para mim! – conduziu meu queixo para que eu a olhasse.
Lucy tinha uns 10 centímetros a menos que eu. Ergui meu olhar para ela, porém eles foram atraídos para além dela...
Uma menina se esfregava indecentemente em . Sua dança era sensual e ela era linda, confesso. Estava de costas para ele, segurando seu braço com uma mão e a outra nos cabelos morenos dele. Já , estava com uma mão no quadril da morena e a outra puxando levemente seus cabelos. O corpo na menina balançava conforme a música.
falou algo em seu ouvido e ela sorriu. Então ele olhou para mim. Seus olhos transbordando luxuria me encararam. Senti um certo desconforto enquanto agora eles começavam a dançar novamente e ele continuava me encarando com aquela intensidade que eu jurava que iria derreter ali mesmo. Eu nunca tinha me sentindo daquele jeito. Minha intimidade latejava e eu não sabia se aquilo era certo. Nunca tinha acontecido aquilo comigo. Seus olhos vidrados em mim, mostrando o quanto...
Me queria?
- ? – Lucy gritou me tirando do transe. – Está me ouvindo?
- Eu acho que sim. – olhei para ela apreensiva, mordendo os lábios.
Lucy virou para a direção de onde eu estava olhando e voltou seu olhar para mim com certa indignação.
- Sério? O ? – cruzou os braços.
- Han? – a encarei confusa.
- Ele não é para você, querida. Fique longe! – ela me olhou com pesar. – Ele significa problema demais no qual você não precisa se meter.
Me aconselhou e eu sorri amarelo para ela. tinha mexido comigo de uma maneira que eu não sabia como me expressar. Era tudo muito novo para mim, aquele olhar transbordando luxuria, excitação, malícia... Precisava sair dali ou enlouqueceria! Minha falta de experiência com esse tipo de situação não me ajudava também. Iria ficar na praça hoje, decidi sem pensar duas vezes, precisava de ar puro e foi o que fiz.
- Vou para a praça. – sussurrei para Lucy que suspirou com pesar e concordou em seguida.
Olhei para mais uma vez. Ele ainda me encarava com certa curiosidade. Virei as costas e saí do proibido, com meus pensamentos somente nele.


***


Eu não conseguia me concentrar em nada a não ser no barulho dos nossos passos pisando nas folhas, segurava firmemente na minha mão sem se dar conta da força que ele estava depositando, mas eu preferi apenas acompanhar já que ele estava nervoso demais, e se sentindo mal demais achando que ele era o culpado de tudo, pelo fato de que quem nos colocou nessa situação ser alguém com quem ele tinha algum problema do passado que eu preferi não entrar em detalhe nenhum.
sempre foi um rebelde conhecido pelas coisas que fazia, mas isso nunca havia chegado nos ouvidos das autoridades, ou Carrisa estava só esperando alguma chance de pega-lo e acho que essa foi a oportunidade perfeita.
- Droga. - Escutei resmungando enquanto soltava minha mão e sentava no chão.
- O que foi? O que aconteceu? - Perguntei sentando ao lado dele. - Temos de continuar!
- Continuar pra onde, ? - me olhou com uma feição irritada. - Não temos pra onde ir, não sabemos pra onde ir! Estamos presos nessa droga de lugar!
Ele passou a mão pelo rosto e continuou resmungando pra si mesmo, eu queria ajudar, mas se que é o cara que sempre tem controle de tudo ao seu redor, que sempre sabe o que fazer e como agir está desistindo. O que raios eu vou fazer?
Estávamos sentados durante um tempo perdidos em pensamentos até que teve um surto de desabafo.
- É por isso que eu fugi de você, é por isso que eu fiz tudo o que podia pra te manter afastada e pra me afastar! Era pra ser uns olhares e beijos trocados e pronto cada um seguiria com a sua vida, mas não... Você tinha que ficar na minha maldita mente e não sair de lá por nada nesse mundo, não é mesmo?
- Você tá o que? Me culpando por tudo o que tá acontecendo? - Perguntei irritada e levantei andando pra longe dele, eu não fazia ideia pra onde estava indo, mas tudo o que eu queria era me afastar e ficar longe daquele idiota.
- ! Caralho onde você tá indo? - perguntava enquanto corria atrás de mim.
- Me deixa em paz, seu babaca!
- Bem que eu queria, porra! - Ele gritou de volta. - Mas eu não consigo... Eu estou apaixonado por você!
Antes que eu pudesse ter qualquer reação ao que ele tinha falado um uivo alto foi ouvido, e o mais estranho era que ele parecia estar mais próximo que o normal.
- O que foi isso? - Falei olhando para o mato em nossa frente, tentando racionar se aquilo havia sido algo que minha mente está a inventando, ou se realmente aquele barulho existiu.
- Eu não faço ideia! - falou enquanto se aproximava de mim e agarrava minha mão novamente.
Eu queria protestar e soltar minha mão da sua, mas eu estava assustada demais pra me manter afastada do que eu mais queria perto de mim. Continuamos assim parados encarando o grande verde na nossa frente sem saber como reagir, mas foi tudo por questão de segundos porque então o uivo agora não era algo impossível na nossa mente, até porque uma criatura enorme e escura pulou através dos arbustos e nos encarou com os seus olhos vermelhos, dentes brancos e afiados, e uivou tão alto que eu não sei como nunca foi ouvido em Purestown, mas eu também não fazia ideia do quão longe nós estávamos.
- Esse com certeza é o maior cachorro que eu já vi na vida! - Falei apertando minha mão na do com mais força.
- Eu não acho que isso seja um cachorro! - Ele sussurrou pra mim.
- Então... O que é isso? - Por mais que eu estivesse com medo da resposta, mesmo desconfiando do que seria eu ainda estava ansiosa para ouvi-la.
- Um lobo...

***


- Fiquei sabendo que eles roubaram bebida das boas para hoje. – Lucy cochichou em meus ouvidos, estávamos esperando, atrás da linha amarela para podermos ir ao proibido.
- Se não tiver tequila vou ter que brigar com o Charles! – Sorri para ela.
A luz verde nos indicou que estava na hora de irmos para pra fora, Lucy estava ao meu lado e nós estávamos chegando a praça quando vi . Ele estava escorado em um poste, com um dos pés apoiado no mesmo, de braços cruzados e me encarando. Sorriu assim que percebeu que eu o estava fitando.
- Pode ir para lá, eu já vou! – Comentei com Lucy. Ela bufou.
- Cuidado, ! – Eu a ouvi dizer baixinho e se afastando de mim.
Me conduzi até chegar em uma distância razoável de . Ele sorriu para mim, daquele jeito mais cafajeste possível. E eu o encarei com as sobrancelhas erguidas.
- Estava te esperando. – Pronunciou, com aquela voz aveludada.
- Posso saber o motivo? – Cruzei os braços. nunca tinha feito aquilo, ele nem sequer me cumprimentava.
Deu de ombros. Puxou um cigarro do bolso e acendeu. Deu a primeira tragada.
Ele exalava luxuria até mesmo tragando um mero cigarro. Me mexi desconfortável.
- Hoje nós vamos curtir, Walters. E você vai adorar! – sorriu para mim. Deu mais um trago e jogou o cigarro fora. Passou a mão em seus cabelo e me abraçou pelo meu ombro me conduzindo até a festa.
Assim que chegamos lá, todos nos encaravam. Me senti uma estranha, enquanto não estava nem aí. Cumprimentou uma penca de pessoas, as meninas passavam por ele e sorriam daquele jeito malicioso que me causavam náuseas. Porém, , apenas as ignoravam. Chegamos até cozinha e ele começou a cortar limão, pegar o sal e nos servir tequila.
Molhei os lábios. Aquela bebida era uma de minhas preferidas.
Me entregou o limão cortado, coloquei sal no dorso de minha mão e ingerimos a primeira dose.
sorriu para mim com seus lábios molhados de tequila e eu senti uma vontade enorme de beija-lo. Porém me contive.
- Vamos dançar. – sorriu animado para mim, apontando para a pista. Concordei com a cabeça e fomos até lá.
Eu estava com calor, minha visão começava a ficar turva e eu tinha perdido as contas de quantas doses nós havíamos tomados. Em todo o momento dançando, eu via os olhares maldosos que as meninas olhavam para e aquilo, de certa forma, me incomodava.
Estava dentro do banheiro lavando minhas mãos. Sorri para mim mesma, eu estava muito bêbada, mas minha consciência andava comigo lado a lado. Assim que abri a porta, escorou no batente. Passou uma de suas mãos em meu rosto, fazendo uma leve caricia. Sorriu em seguida.
- Parece um pêssego. – ergueu minha cabeça para olha-lo. O encarei confusa. – Você é macia como um pêssego. – pegou uma mexa de meus cabelos e levou próxima ao seu rosto. – Tem até cheiro de pêssego. – eu apenas o encarava se deliciar com meu cheiro. estava sorrindo, porém, assim que pôs seus olhos em mim ele transmitiu a luxuria que estava sentindo, sorriu maliciosamente. – Será que tem o gosto de um também?
Após acabar de falar, me puxou pela cintura grudando nossos lábios. Uma explosão de coisas que eu não sabia o que eram aconteceu dentro de mim. De início, apenas ficou com nossos lábios grudados. Porém, depois começou a abri-los lentamente, dando passagem para sua língua.
Eu nunca havia beijado antes, e fiquei admirada com o quanto aquilo podia ser bom.
O gosto de tequila na boca de me deixava extasiada. Sua língua invadia minha boca com uma maestria invejável. Ele escorregou uma de suas mãos até minha bunda, dando um apertão forte e gostoso ali.
Adentrou ao banheiro e trancou a porta atrás de si em seguida. Ele segurava firmemente meus cabelos atrás da nuca.
era um dominador, e eu não precisava ter muitos conhecimentos com o sexo oposto para entender bem essas coisas. Arrastou suas duas mãos até minhas pernas e me impulsionou para cima. Entrelacei-as nele. Nesse processo nós havíamos paramos de se beijar e eu podia sentir sua respiração pesada bater em meu pescoço. me encostou na parede e subiu uma de suas mãos até meu rosto, fazendo uma caricia gostosa e colocando uma mexa de meus cabelos atrás de minha orelha, então nos olhamos.
Se eu não estivesse em seu colo, despencaria até o chão. O olhar dele ia além da malicia, mostrava um tom de carinho. Eu me sentia que iria morrer, minhas borboletas no estômago estavam exaltadas. Um arrepio tomou conta de todo o meu corpo e o puxei até a mim. Precisava de mais uma dose dele.
Dessa vez, o beijei com voracidade e ele me acompanhou de bom grado. As coisas estavam pegando fogo, literalmente. Sentia que iria começar a suar se não tirasse minha roupa. me levou até a pia, me sentando na mesma. Paramos um momento para respirar e então ouvimos alguém bater na porta. O vi fechar os olhos forte, com certa descrença. Assim que abriu percebi que ele estava irritado com o intrometido que tinha acabado de interromper um dos melhores dias da minha vida. O intruso voltou a bater e coçou os olhos com raiva. Coloquei uma mão em seus ombros tentando lhe dizer que estava tudo bem.
Ele me deu um selinho, me ajudou a descer e deu a mão para mim. Abrimos a porta e a única coisa que eu percebi foi o olhar que deu para o cara que estava encostado em uma parede. O cara retribuiu o olhar e eu percebi que rolava alguma coisa entre os dois. Alguma briga do passado, não sabia bem.
me conduziu para longe de lá e voltamos a curtir o final da noite, juntos!


***


Devo dizer que aquele foi um dos momentos mais agonizantes da minha vida, e sinceramente eu não sei o que seria de nós dois se um barulho vindo da floresta não tivesse tomado toda a atenção do lobo que imediatamente nos ignorou e correu naquela direção.
Eu não sei se foi por instinto ou por medo, mas naquela hora tudo o que fui capaz de fazer foi correr puxando comigo, nós corremos até que simplesmente não fomos mais capazes de mexer um músculo sequer, nos encostamos em um tronco gigante de árvore enquanto recuperados o fôlego e tentávamos entender o que raios tinha acontecido.
- ! - me cutucou, apontando com o dedo na nossa frente, respirei fundo fechando os olhos e me preparando para virar comida de lobo, mas nada havia me preparado para o que estava na nossa frente.
- Que porra é essa? - Perguntei incrédula, completamente chocada. Incapaz de dar a mínima para que ria baixinho do meu lado quando percebeu que eu havia falado um palavrão.
Ali na nossa frente, no meio de uma floresta, no meio de Death Valley, um lugar que deveria ser o fim dos tempos, estava nada mais, nada menos do que um colchão.
Um colchão completamente intacto, com lençóis brancos, tão brancos que seria impossível de imaginar que ele estava sobre um chão enlameado.
- Eu não acho que isso seja uma boa ideia! - resmungou enquanto eu chegava mais perto do colchão.
- Ah qual é... Isso não pode ser pior do que um lobo nos perseguindo!
No instante em que minhas mãos tocarão nos lençóis foi como se um novo tipo de energia tivesse se apoderado de mim, meu corpo começou a ficar quente em partes que não deveriam ficar e minha respiração estava ofegante.
- , você tá bem? - Escutei uma voz sexy sussurrada próxima a mim e virei meu rosto para aquele belo homem tão perto de mim... Mas não perto o suficiente.
- Venha aqui, ! - Disse com uma voz arrastada e ele prontamente me obedeceu
Eu puder ver o momento em que tocou no lençol com sua mão próxima à minha, pude ver também seus olhos escurecendo e provavelmente transparecendo tudo o que estava no meu olhar também, e então foi como se uma força tivesse se apoderado de mim e eu pulei naquele belo homem como um animal selvagem chocando nossas bocas em um beijo desesperado e cheio de desejo, ali presos naquele beijo nada mais importava.
me empurrou deitada no colchão e colocou seu corpo sobre o meu, retomando o beijo logo em seguida, suas mãos percorriam meu corpo, uma apertando meu quadril e a outra subindo meu vestido até minha cintura. Minhas mãos estavam puxando seu cabelo com força, nosso beijo ainda mais selvagem, mordidas no lábios, chupões no pescoço, nós dois éramos uma bagunça de corpos emaranhados. Ansiosa por um contato a mais, puxei a camiseta de sobre sua cabeça enquanto ele chutava suas calças jeans desajeitadamente, ele logo tratou de tirar meu vestido e meu sutiã, então estávamos os dois com apenas a camada fina de nossas roupas íntimas o impedindo de estar dentro de mim, mas esse pensamento logo deixou minha mente na hora em que colocou um mamilo meu em sua boca, ele chupou, mordeu e deu toda a atenção necessária a ambos enquanto eu gemia e ofegava por mais.
Sempre mais.
Quando dei por mim já estava sem cueca e minhas calcinhas acompanhavam o restante de nossas roupas em algum local no verde da floresta, o dia estava cinza mas não escuro e tudo o que eu queria eram as sensações de ter o corpo de tão próximo a mim que nós nos tornavamos um só
- Deus, você é tão linda! - Ele grunhiu no meu ouvido e mordeu minha orelha em seguida.
- Eu preciso de você. – Sussurrei ofegante. - Agora!
Quando essas palavras deixaram minha boca eu pude ouvir o assovio que soltou, ele enfiou um dedo na minha boceta e quando percebeu quão molhada eu estava não perdeu tempo e eu logo senti a cabeça do seu pênis cutucando minha entrada e então em um golpe forte ele entrou dentro de mim, tão duro que foi impossível não soltar um grito. Se na primeira vez nós fizemos amor, agora estava me fodendo e eu estava adorando a sensação.
continuou com seus golpes fortes gemendo junto comigo até que nós dois encontramos a liberação que precisávamos, ele me segurou próxima a ele, eu podia sentir a prova do que nós tínhamos feito escorrendo pelas minhas pernas e eu ainda não conseguia entender o que havia acontecido, foi como se estivemos possuídos pelo desejo de um pelo outro, como se nada pudesse nos deter. Eu não sabia se ficava envergonhada pela forma como agi ou se continuava ali deitada nos braços de saciada e satisfeita, então eu decidi optar pela segunda opção e talvez tenha sido o melhor.

***


Eu ansiava pelas minhas sextas-feiras. Após aquele beijo, me via pensando com uma frequência maior do que o normal em . Lucy a semana toda me aconselhava e estava ao meu lado, sempre. Contei tudo a ela e ela sugeriu que eu não desse partida nesse sentimento, além de ser cedo, era arriscado demais, por causa de Carissa. Concordei plenamente com ela, ela tinha toda a razão. Porém, mesmo com todos esses conselhos, era dono de meus pensamentos, sonhos, e até mesmo tinha uma parcela de meu coração. E aquilo era péssimo pois mesmo tendo rolado aquele puta clima entre nós, a fama dele não era uma das melhores.
Depois de sofrer pensando no que seria melhor para mim. Decidi seguir em frente, conhecer caras novos.... Eu mal havia conhecido outro a não ser . Talvez todo aquele sentimento fosse pela minha inexperiência toda.
- Vamos tomar mais uma dose? – Perguntou Lucy com aquele sorriso de bêbada. Concordei com ela, precisaria beber muito para não pensar em aquela sexta.
- Vamos! – disse para ela.
Eu tinha tomado uma quantidade de álcool aceitável para começar a ficar bem alegrinha.
Estava dançando toda sensual no meio de todos. Não que eu quisesse ser sensual, mas a música pedia aquela pitada sexy. Estava rebolando de um lado para o outro, abri meus olhos alegre, eu estava bêbada. Olhei para frente tentando encontrar Lucy, porem dei de cara com escorado em uma das paredes me olhando fixamente com seu maxilar travado. Eu o encarei também.
Continuava dançando, porem meu olhar jamais se perdia, era sempre nele que eu me focava.
- Oi. – senti alguém pegar de leve na minha cintura, virei para ver quem era e dei de cara com o rapaz que tinha interrompido eu e na noite do banheiro.
Sorri para o loiro forte a minha frente.
- Oi. – Respondi.
- Você dança muito bem, . – sorriu de volta para mim.
Corei um pouco, não estava acostumada com elogios.
- Como sabe meu nome? – o questionei.
- Todos aqui sabem seu nome. É difícil encontrar uma garota linda como você por aqui, e quando encontram, já logo querem saber quem é. – piscou para mim. Assenti sem saber o que falar, aquilo era até meio que estranho. – Vamos beber algo. – Pegou na minha mão e nos conduziu até a cozinha onde encontrei Lucy. Ela estava virando mais uma dose.
O moço que ainda não tinha nome, sorriu para mim indicando a tequila. Acenei brevemente, concordando com sua ideia maravilhosa. Eu amava tequila. Ele preparou um shot para mim. Deu o limão em minha mão, colocou o sal na mesma e o copinho com a dose. Sorriu para mim e segurou em minha cintura.
Em qualquer outro momento eu poderia achar aquilo meio desconfortável. Porém, com minha situação atual, achei completamente normal.
- Vira, vira, vira... – As pessoas ao nosso redor gritavam. Virei um shot e depois outro e sorri para o rapaz. Lucy estava ao nosso lado sorrindo também, mas assim que virei para ela, vi seu sorriso murchar e seus olhos arregalarem levemente.
Todos à nossa volta ficaram em silêncio. se aproximou como um furacão. Me olhando tão intensamente que podia jurar que ele estava com tanta raiva daquele momento que poderia matar todos com apenas um olhar. O rapaz loiro a minha frente engoliu a seco. E eu apenas cruzei meus braços. Eu estava curtindo e aquele idiota não tinha o direito de estragar tudo.
- O que você está fazendo? – sorriu nervoso com toda aquela situação.
- , nós estamos curtindo, cara. – O loiro tentou apaziguar as coisas.
- Não estou falando com você, Jonny. – ele apontou o dedo para cara que agora tinha nome. – Então? – me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Nós estamos curtindo. – dei de ombros.
Ele me olhou com descrença, estava aflito com tudo aquilo, passava sua mão em seus cabelos de minuto a minuto, que eu pensei que se continuasse assim iria ficar careca. O escutei respirar fundo.
Então ele simplesmente abaixou e agarrou minha pernas, me jogando em seus ombros como se eu fosse um saco de batatas.
- EU NÃO ACREDITO NISSO! – urrei. – , ME SOLTA AGORA! – comecei a bater em suas costas, mas aquilo não devia surtir efeito algum nele, pois continuava a caminhar para fora da casa sem se importar. – EU NÃO ESTOU BRICANDO, .
O escutei sorrir. Ele ainda estava se divertindo com tudo aquilo. Aquele gostoso tinha ido longe demais. Após andar mais alguns metros para fora da casa, me colocou no chão e sorriu como se tivesse ganhado um prêmio. Ele devia estar testando a minha paciência, era aquilo.
Cruzei os braços para não ter o perigo de socar a cara daquele infeliz.
- Você não tinha o direito! – disse tentando conter minha descrença.
- Você acha legal aquele idiota se jogando em cima de você, Walters? – cruzou o braço também, demonstrando todo seu desconforto.
- Ele não estava se jogando em cima de mim. – falei emburrada.
- Ah, fala sério! Jonny estava fazendo aquilo para me irritar, . – disse passando a mão no rosto.
- Então você está dizendo que eu não sou atraente? – o encarei estupefata. - Não, , você é gostosa pra caralho, mais da metade dessa festa quer te ver virando os olhos de tesão. Mas Jonny é diferente.
Bufei com descrença. Virei as costas e comecei a caminhar para longe dele, longe da festa, longe de todos.
- Aonde você vai? – me perguntou e eu o continuei ignorando. – ! Volta aqui!
Escutei-o correndo em minha direção, tentei correr também mas seria impossível dar fuga nele. segurou meu braço e me olhou com ansiedade. Ergui minhas sobrancelhas para ele e franzi minha boca, deixando-a em uma linha reta.
- Eu sei a sua fama, . – suspirei fundo. – Me deixa em paz, por favor. Aquele beijo mexeu comigo, e bom, eu não estou afim de pagar por mais pecados. - Senti um gosto amargo subir até minha boca e meus olhos começavam a arder. – Só me deixa em paz.
Me soltei de seu aperto e corri para dentro de Purestown. Olhei somente uma vez para trás e pude ver como estava aflito com toda aquela situação enquanto me encarava partir.


***


Acordei incomodada com o ar frio que arrepiava o meu corpo, e percebi que ainda estava deitada nos braços de que parecia estar na melhor parte do seu sono, levantei e comecei a procurar as peças de roupa pelo chão e então me vesti. Eu estava morrendo de fome, já fazia quase vinte quatro horas que eu não comia nada, desde aqueles monstros praticamente me arrastaram para fora da minha própria casa como se eu não fosse ninguém, como se eu fosse nada, lembro dos olhos vazios da minha tutora como se não desse a mínima para o que estava acontecendo. Eu ainda me lembro que ela costumava ser minha mãe a alguns anos atrás, ela tentava esconder a tristeza de não ter meu pai por perto me dando todo o amor que ela podia, ela sempre fechava as cortinas da nossa casa e cantava músicas que eu nunca havia ouvido, ela beijava meu rosto e dizia o quanto me amava, e sempre contava histórias do meu pai. Mas então um dia tudo mudou, eu devia ter por volta de uns treze anos quando alguns dos guardas de Carrisa escutaram minha mãe cantando e a arrastaram até a mansão de Carrisa, um dos guardas ficou comigo mas era a mesma coisa que ficar com uma estátua, quatro horas depois minha mãe entrou pela porta com os olhos perdidos e foi naquele instante que eu percebi que ela não era mais a minha mãe, algo havia acontecido com ela e desde então eu só podia chama-la de tutora e nós nunca mais conversamos.
Sequei uma lágrima que escorreu em minha bochecha, mas elas começaram a cair descontroladamente e quando dei por mim eu estava perdida em soluços e eu simplesmente não conseguia parar de chorar, meu corpo tremia e quando dei por mim dois braços fortes me puxaram contra seu peito, e eu me senti segura ali perdida naquele abraço, eu sabia quem era, eu conhecia aquele cheiro, eu estava apaixonada por aquela pessoa.
- Por que você tá chorando, ? - Ele perguntou acariciando meu cabelo. - Eu te machuquei?
Eu senti a preocupação na sua voz, senti o medo dele só de pensar que havia me machucado, e naquele momento eu me senti tão amada, me senti de uma forma que eu não me sentia a tanto tempo que meu choro voltou novamente com toda a força.
- Cristo, ! O que eu fiz? Me desculpe! Sinceramente eu não faço ideia do que aconteceu, eu estava fora de mim como se eu não pudesse parar o que estava fazendo... Eu te queria tanto, de uma maneira impossível de controlar... continuou falando, mas eu parei de ouvir perdida em pensamentos porque tudo o que ele está a dizendo era reflexo do que eu tinha sentido, e isso não fazia sentido algum.
- , pare! - Falei me afastando dele é o encarando, agora ali sentados no chão tud aquilo que eu havia sentido estava gelado, não que eu não sentisse mais atração por ele porque eu sentia, mas a forma como eu me senti antes era quase que doentia... Incontrolável. - Eu não estou chorando porque você me machucou, estou chorando porque sinto falta da minha mãe, sabe? Ele assentiu me encarando seu olhar ficou triste como se me entendesse perfeitamente.
- Não falta da tutora, eu digo senti falta da minha mãe... A minha mãe de verdade, aquela que me fazia bolinhos sempre que chovia, que contava histórias dela e do meu pai antes de Carrisa o afasta-lo de nós, sinto falta dela dançando comigo na sala e eu percebi que eu a perdi muito antes de ser enviada pra cá... É quase como se ela fosse...
- Um robô. - Ele completou com o olhar vazio, perdido em pensamentos.
- Sim, isso!
- Meu pai, quer dizer meu tutor. - Ele soltou um riso amargo. - Está da mesma forma, ele costumava lutar por aquilo que acreditava, minha mãe confiava plenamente no governo de Carrisa e achava certo obedecer, mas eu também quase nunca a via. Antes Carrisa permitia os filhos terem contato com a mãe até uma certa idade, eu lembro de esperar o dia do mês em que isso acontecia, mas então ela mudou... Ela não achava certo, ela achava que homens e mulheres deveriam ficar separados assim como Carrisa havia imposto e então meu pai tentou barrar uma lei, tentou fazer com que Carrisa permitisse o convívio dos homens e mulheres, eu sei que tudo o que ele queria era fazer minha mãe voltar a ser quem era, ele acreditava que ela estava enlouquecendo. Então um dia ele foi todo feliz e orgulhoso para a mansão de Carrisa, um papel em sua mão e ele me disse "Filho, a partir de hoje tudo vai mudar", ele tinha um sorriso esperançoso e ele estava certo tudo mudou, mas não da forma como ele queria porque naquele mesmo dia a pessoa que voltou não era mais o meu pai...
continuou acariciando meu cabelo e ficamos os dois pensando sobre o que havíamos conversado, aquele nosso silencia era reconfortante, mas tinha algo que estava me incomodando.
- Ei.
- Hum? - Ele resmungou cheirando meu cabelo parecendo muito satisfeito.
- Você não acha estranho o que aconteceu?
- O que? - perguntou parecendo confuso.
- Você sabe... Aquilo! - Minhas bochechas deviam estar vermelhas igual um tomate e eu percebi a diversão na feição de .
- Ah sim! Aquilo... - Ele repetiu sério. - Na verdade eu também achei estranho! - Tipo assim, não é que eu não queira você, é só que aquela não parecia eu e muito menos você...
- É quase como se nós tivéssemos sob o efeito de alguma coisa! - Ele falou com uma expressão preocupada.
- E vocês estavam! - Uma terceira voz falou atrás de nós, meu pêlos se arrepiaram por completo e o medo se infiltrou em mim novamente. - Carrisa faz um jogo psicológico com quem é enviado para Death Valley, ela coloca pequenas substâncias em coisas que atraem sua atenção e então o pecado pelo qual vocês foram jogados aqui ganha uma proporção enorme... Então pelo o que escutei e não gostei nada de ouvir, vocês foram enviados pra cá por causa da...
- Luxúria! - finalizou como se agora tudo fizesse sentido, ele ficou em pé me puxando ju to com ele, colocando seus braços ao meu redor.
Eu não conseguia respirar, eu queria dizer ao que não havia problema nenhuma, mas como? Se eu também não tinha certeza se havia ou não um problema. Eu não conseguia piscar, ele ainda era tão parecido como eu me lembrava ou como na foto que eu mantia escondida no meu quarto, ele estava mais maltratado, mas seus olhos ainda eram o mesmo. Senti endurecer ao meu lado quando percebeu a forma em que eu e o entranho nos encaravamos, ele não fazia ideia do que estava acontecendo e sinceramente muito menos eu.
- Papai? - Perguntei em um sussurro esganiçado.
- Oi princesa! - Ele respondeu.
Então eu apaguei.

***


Minha semana ficou cinza. Após aquele basta que tinha dado na minha pseudo-relação entre , minha animação ficava beirando a zero. Não sentia vontade de fazer muitas coisas, porem respirava fundo e tentava fingir que estava tudo bem.
- ! Vamos, animo! – Lucy tentava me animar. Sorri para ela.
Lucy era uma boa amiga, nós estávamos indo até a praça para comermos um algodão doce. Consegui enrola-la uma hora, quanto mais arrumava desculpas, menos tempo iria ver .
Caminhamos até a fila do algodão doce. Algumas meninas que eu já tinha visto no proibido estavam próximas da gente.
- Você viu como ele está hoje? – Uma loira sorriu para a ruiva que estava ao seu lado. – Ele me pegou de um jeito que eu nunca imaginei que iria ser pega. – Sorriu maliciosa para a outra, levantou seu olhar para o meu e finalizou. – tem a melhor pegada que eu já vi na vida. Azar de quem o perdeu.
A fuzilei com os olhos. Idiota oxigenada. Mordi minha bochecha na parte interna enquanto Lucy mostrava o dedo do meio para as duas. Peguei no braço da minha amiga e a guiei até o proibido. Eu queria ver com meus próprios olhos de verdade.
Adentrei a casa como um furacão. Parando na sala em um lugar aonde eu teria visão panorâmica de tudo. Assim que faisquei meus olhos em direção ao sofá me arrependi no mesmo momento.
Duas meninas dançavam sensualmente para , enquanto ele estava sentando relando na bunda de umas e beijando uma terceira.
Cruzei os braços. E engoli com todas minhas forças a vontade de chorar. A morena parou seu beijo e levantou sua cabeça cruzando seu olhar comigo. Ele ficou imóvel. O vi engolir a seco.
Sorri melancolicamente e caminhei em direção a porta. A festa toda havia parado para poder ver melhor o que rolava entre nós dois. Abri espaço entre as pessoas que me olhavam com pesar. Aquilo estava ficando abafado de mais para mim.
Corri para longe de lá, o máximo que podia, adentrando em uma viela e entrando em uma casa abandonada.
Coloquei minhas duas mãos na boca para tentar abafar o choro que se formava. Encostei em uma parede com medo de desmaiar, nunca tinha sentido uma dor tão forte como aquela. Sentia os soluços do choro começar intensamente. Continuava segurando forte minha boca. Não queria que ninguém me ouvisse naquele estado. Flexionei meus joelhos, encostando minha testa na no mesmo. Contava mentalmente até dez para tentar me acalmar.
Senti alguém depositar a mão em meu joelho, me assustei erguendo minha cabeça para ver quem seria. Me arrependi amargamente. me olhava apreensivo, seus lábios franzidos em uma linha fina. Senti que podia vomitar a qualquer momento.
Acariciou meu rosto. Eu encarava imóvel. Sorriu triste, eu o entendia. Não poderíamos ter um futuro, mas eu também não precisava ser atingida aquela forma.
- Me desculpa, meu amor. Eu sei que sou um idiota. – soltou uma lufada de ar. – Você mexeu comigo de uma certa manei...
- Por favor, não continue. – Pedi, ainda soluçando. Eu não queria ouvir aquilo.
- Eu tenho que dizer! Isso está entalado em mim desde a vez que eu vi você ir e não tive coragem de ir atrás de você, ! – respirei fundo e fechei os olhos. – Ninguém nunca tinha me atingido daquela forma, você apareceu do nada, na minha vida e eu já amei cada detalhe seu. Suas sardas discretas, seu jeito perdido e teimoso de estar em um lugar errado e tentando não se importar. – Sentou-se ao meu lado, me abraçando. – Walters... – Olhou intensamente para mim. – Eu nunca pensei que sentiria algo assim, mas eu sinto... Eu gosto muito de você.
Suas palavras foram como um soco em meu estomago. Minha cabeça girava. Eu quis que ele fosse meu desde quando coloquei meus olhos nele. Sem pensar o beijei com uma intensidade fora do normal, queria transmitir para ele tudo o que sentia naquele beijo.
me levantou, fazendo com que eu sentasse em seu colo, uma perna de cada lado. Ele me beijava com voracidade, segurando firmemente minha bunda com as duas mãos. Eu segurava seu cabelos com tanta força que pensei que o deixaria careca, enquanto minha outra mão explorava seu abdômen.
Eu estava pingando tesão. levantou, me colocou de costas para ele e apoiada na parede. Estava muito molhada. Começou a me alisar com as mãos e sua boca chegou até minha orelha. Mordeu meu nódulo me causando um gostoso arrepio.
- Gostosa! – falou, me fazendo tremer.
Desabotoou minha saia e a tirou do meu corpo, arrancou minha blusa e eu estava somente de roupas intimar e minha sapatilha. Voltou a alisar minha bunda, a apertando com vontade. Se pudesse morrer de tesão, eu já estaria morta a muito tempo. Colocou minhas mãos apoiadas na parede e empinou minha bunda. Começou a se roçar atrás de mim, eu sentia sua enorme ereção. Rebolei por instinto e o ouvi grunhir atrás de mim. Acariciou minha bunda mais uma vez e tirou sua mão de lá, voltando com um tapa, forte mas controlado. Gemi. Eu não sabia se era certo gostar daquele tipo de coisa, mas minha intimidade pareceu gritar por mais.
Ele se inclinou e começou a beijar minhas costas, segurando meus cabelos para trás e a outra mão invadiu minha intimidade. Começou a acaricia-la com movimentos circulares. Ele era ágil.
Gemi mais uma vez e aquilo o incentivou a continuar mais intensamente. - Você me deixa louco! – Sussurrou em meus ouvidos, sua voz transbordando luxuria. Aquilo só me deixava mais e mais molhada.
Sem aviso introduziu dois dedos dentro de mim, fazendo meus joelhos fraquejarem. teve que me segurar enquanto tirava e colocava seus longos dedos dentro de mim. Eu já estava gemendo a cada minuto. Ouvia ele respirar fundo tentando se controlar. parou de movimentar seus dedos bem na melhor parte. Levantei para ver o que tinha acontecido. Sorriu para mim com seus dedos molhados do meu liquido na direção do seu rosto.
- Agora vamos ver seu sabor. – Lambeu os dois dedos. Minha intimidade gritou, dizendo para ele fazer aquilo com ela. Respirei fundo tentando controlar o tesão que sentia. – Hmmm... Posso dizer que é bem melhor do que de pêssego. – sorriu safado e começou a desabotoar sua bermuda. Assim que ele ficou apenas de cueca arregalei meus olhos. era enorme, tentei controlar a ansiedade que crescia em mim, aquela seria minha primeira vez. Eu não sabia se existiam maiores do que dele. Só me questionava que aquilo tudo caberia dentro de mim.
me deu um selinho, fazendo com que eu voltasse na posição que eu estava antes dele parar de me masturbar. Rasgou minha calcinha sem se importar com nada. O senti se encaixando em minha entrada, fazendo um carinho delicioso com seu membro em mim.
- Você quer que eu te coma, ? – Beijou o nódulo da minha orelha e eu concordei com a cabeça. – Então peça...
- Por favor... – Conseguir dizer e o senti sorrir. – ... por favor... – Virei meu rosto para olha-lo e o vi sorrir de forma doce.
Forçou seu membro na minha entrada com calma e delicadeza que eu desconhecia de . Beijava minhas costas com carinho. Nós estávamos ao fundo de uma casa abandonada e eu não estava me importando se alguém estava olhando ou o a brisa que batia em nossos corpos seminus. Eu só queria e seu membro delicioso.
Assim que ele se colocou inteiro dentro de mim. Suspirei pesadamente, por mais que doesse, era uma dor suportável. Virei minha cabeça para olha-lo novamente e ele estava com os olhos fechados, com uma cara que beirava a dor.
- Você é tão apertada, . – proliferou com sua voz rouca, abrindo seus olhos luxuriados em minha direção.
Sorriu em seguida e começou a se movimentar devagar. Senti um tesão fora do normal. Dei uma gemida quando ele deu uma investida um pouco mais forte. apertava minha bunda enquanto se movimentava. Tirou sua mão da mesma e ouvi um estralo. Outro tapa delicioso. Gemi e senti minha intimidade pulsar.
urrou atrás de mim e começou a se movimentar mais rápido, puxando meus cabelos para trás, tomando o cuidado de não me machucar. Ele investia cada vez mais rápido e mais forte. Rolei meu olhos de tanto tesão e aquela pontada em meu ventre se fez presente. Em todo o momento que estava gozando eu gemi e o senti apertar minha cintura e urrando junto comigo. Nós tínhamos gozados juntos.
Apoiei-me melhor na parede para tentar me controlar. Sentia todo meu corpo tremer. Me vesti da maneira que deu e sentei-me no chão. Ele sentou ao meu lado e me puxou para sentar em seu colo. Fazia caricias deliciosas em mim, eu o amava. Suspirei pesadamente e o olhei.
- . – Ele me encarou curiosos. – Eu também gosto muito de você.
Sorriu da forma mais doce que eu tinha visto na vida, me envolveu em um beijo carinhoso, demonstrando que ele realmente se importa comigo.


***


Quando acordei estava deitada no colchão novamente, mas agora ele estava sem os lençóis. Fiquei um tempo ali sem saber o que fazer enquanto tentava raciocinar o que tinha acontecido.
- Então, você é o pai que foi enviado para Death Valley? - Escutei conversando com o meu pai, eu havia sonhado tanto com aquela cena que era quase impossível de acreditar que realmente estava acontecendo, mas infelizmente naquele momento tudo parecia muito errado.
- E você é o cara que fez minha filha ser enviada pra cá por casa de luxúria? Um dos últimos pecados que eu queria que ela cometesse - Meu pai praticamente cuspio a última palavra, como se fosse extremamente difícil aceitar que sua filha agora transava.
- Bem, quanto a isso senhor quero que saiba que minhas intenções com a são as melhores possíveis! - Ele falou todo atrapalhado e eu não pude deixar de soltar uma risada baixa.
- E porque eu deveria acreditar nisso? - Papai perguntou ainda parecendo irritado.
- Porque eu estou apaixonado por ela!
Assim que as palavras saíram da boca de , eu praticamente pulei de onde estava e o abracei beijando seus lábios, mas logo o soltei quando lembrei que meu pai estava ali próximo a nós vendo aquela cena de camarote, já estava preparada para o olhar de raiva que ele provavelmente daria, mas tudo o que encontrei foram olhos enrugados que tentavam esconder um sorriso satisfeito, como se fosse exatamente aquilo que ele esperava ouvir.
- Amor. - Ele falou. - Isso eu posso aceitar!
Ficamos um tempo jogando conversa fora, não havia nada importante pra falar. Meu pai havia escutado grande parte da minha conversa com , então ele sabia do estado dos nossos pais, a minha curiosidade realmente era em saber como ele ainda estava vivo. Minha barriga deu um ronco alto e eh lembrei novamente do tempo que fazia que eu não comia nada.
- A comida deve chegar assim que o sol nascer. - Papai falou enquanto fazia uma fogueira agora que estava completamente escuro, ele tirou duas maçãs de dentro de uma bolsa improvisada que parecia ter sido feita com um casaco e nos deu para enganar a fome. - Tem uma pessoa de Carrisa que não concorda com seus termos, e devo dizer que se não fosse por ela muitos de nós não estaríamos mais aqui! Ela de algum jeito envia comida, e quando pode nos mantém avisados dos ataques, mas isso é quase nunca!
- Que ataques? - falou de boca cheia franzindo o cenho e me puxando para o seu colo como se só assim pudesse me manter segura.
- Ás vezes os lobos vêem nos visitar, infelizmente muitos ja morreram assim! Outras vezes os que foram enviados pela Ira acabam tendo um surto e saem matando uns aos outros ou quem verem a sua frente! Pra falar a verdade muitos dos pecados capitais são os principais motivos de morte por aqui, mas quando nenhum desses acontece, então algo novo vem. - Ele piscou os olhos como se tentasse afastar algumas lembranças ruins e eu não culpo por isso afinal meu pai estava preso naquele lugar a tantos anos que era difícil acreditar que ele estava ali na minha frente.
- Como assim algo novo? - Disse abraçando apertado contra mim. - Um dia fez tanto frio que Rufus um amigo meu acabou morrendo de hipotermia, e o mais engraçado é que era verão. Acabamos descobrindo que Carrisa pode controlar o tempo daqui, então finalmente percebemos que Death Valley nada mais é do que uma criação sua, essa floresta na verdade não existe, e toda superficial...
Antes que papai fosse capaz de terminar suas explicações um vento começou a ganhar força, primeiro apagando o fogo que nós mantinha aquecidos depois venho tão forte que era quase impossível nos manter de pé.
- Vamos! Temos que tentar chegar em uma das cavernas! - Papai gritou fazendo esforço para se manter de pé e vindo até mim. - Vamos, princesa!
- Eu não consigo... - Resmunguei tentando segurar sua mão.
- Sim, você consegue! - Ele falou me levantando.
- Não, espere! Eu não vou sem ele. - Disse enquanto apontava apara que tentava levantar sozinho e vir o mais próximo possível de nós.
- Garoto, agarre na mão dela! Vamos ter que nós manter juntos para sair daqui, nós três juntos somos um pouco mais fortes para seguir em frente.
Assim que estávamos os três de pé começamos a nos arrastar para fora daquele círculo, e então o vento parou... Tão repentino como começou, e foi só então que eu olhei pra trás e percebi que o vento continuava lá, mas ele estava apenas concentrado naquele lugar onde costumávamos estar. Era quase como se alguém quisesse que aquilo fosse apenas para nós, eu não queria nem pensar o que teria acontecido se meu pai não estivesse lá. Continuamos andando por um longo tempo, minhas pernas doíam e como sempre estava agarrado na minha mão. Meu pai seguia em frente liderando o caminho, como se soubesse perfeitamente para onde estava indo, andamos e andamos pelo o que parecerão horas e então paramos. Estávamos em frente à uma montanha enorme, com uma abertura pequena onde caberia perfeitamente uma pessoa de metrô e meio em pé, quase como se fosse uma porta.
- Chegamos! - Meu pai falou e foi logo entrando, e eu continuamos intactos no lugar até que ele enfiou a porta novamente pra fora. - Vocês vão ficar aí ou que?
Assim que fui capaz de colocar meus pés pra dentro do local, eu não podia acreditar no que estava vendo. Havia centenas de pessoas lá dentro. Pessoas como nós.
Todos pecadores capitais.
Todos moradores de Death Valley.

***


Fui acordada com duas batidas fortes na perna. Abri os olhos e tentei forcar o que estava acontecendo. Três guardas estavam parados no pé de minha cama. Pisquei algumas vezes tentando entender o que estava acontecendo.
- Vamos! Levante! – Um deles falou com cara de poucos amigos.
- Tudo bem, só preciso me vestir. – eles concordaram e saíram de meu quarto. Coloquei uma calça e uma blusa de frio, vesti meus tênis e abria porta. Eles começaram a andar e eu os segui.
- Posso saber para onde estão me levando? – Perguntei apreensiva.
Estávamos caminhando fazia mais ou menos uns cinco minutos e estávamos perto do saguão principal, aonde ocorria os julgamentos e cerimonias. Era questionador aquilo, no lugar aonde Carissa amaldiçoava alguns dizendo que iriam para Death Valle, era o mesmo onde ocorria os casamentos armados por ela, ceias de natal e tudo mais.
- Não falamos com pecadores! – Um deles me olhou, seus olhos transbordando raiva e eu senti chão sumir.
Minha respiração começou a pesar e a única coisa que eu pensei. Aonde estava ? Eles sabiam do nosso caso. A luxuria era imperdoável e eles sabiam que tinham cometido esse pecado. Comecei a suar frio. Queria correr dali, mas quais seriam minhas chances? Segui eles até chegar no altar aonde todos de Purestown estavam nos olhando. estava algemado ao lado de Carissa e os guardar também me prenderam e me moveram ao outro lado dela. Mais ao lado se encontrava Jonny sorrindo. Algo me dizia que ele era o culpado.
- , NÃO! – Ouvi Lucy gritar e bater em um dos guardas que impediam sua passagem.
Olhei pra ela com pesar, tentando lhe transmiti calma. Então finalmente virei minha cabeça e encarei . Ele me olhava com aquele olhar triste. Nos aproximamos e ele me deu um selinho e aquilo deixou Carissa mais brava ainda. Ela nos olhava parecendo um tomate. Seus olhos faiscando raiva. Então dois segurança nos afastou e eu comecei a chorar silenciosamente.
Aquele seria nosso fim.


***


Eu odiava quando me encaravam.
Odiava ser o centro das atenções e parecia que desde que eu e entramos por aquela porta, - que não era bem uma porta - era isso que estava acontecendo, primeiro eu pensei que talvez fosse pelo fato de sermos novos naquele lugar, mas então tudo ficou claro quando percebi que todos já pareciam saber quem eu era, fiquei confusa no início quando vi as pessoas me cumprimentando, mas depois tudo fez sentido quando meu pai subiu em uma pedra mais alta e todos fizeram silêncio.
Foi nesse momento que eu percebi que meu pai era o líder de todo aquele grupo.
- Como todos vocês já puderam perceber, minha filha e... - Meu pai olhou para fazendo uma careta, então pigarreou e continuou. - Seu namorado estão agora aqui conosco, e eu não posso fingir que fico feliz que ambos tenham se livrado de Carrisa e suas ordens inadmissíveis, mas também não posso mentir que estou muito preocupada com as condições que são viver em Death Valley, levando em consideração que infelizmente... - Ele suspirou olhando para o chão, perdendo sua pose de durão por uma pequena fração de segundo. - Perdemos muitas pessoas, e continuamos perdendo! Os ataques estão piorando cada vez mais, e Carrisa não vai descansar enquanto não se livrar de todos os que estão aqui!
- Por que vocês continuam nesse lugar? - gritou, sua face estava começando a ficar vermelha e eu notei suas mãos de fechando em punhos. - Por que não fizeram nada a respeito ainda?
- Você acha que é fácil, jovem? - Meu pai gritou de volta balançando a cabeça para os lados.
- Não, eu não acho que seja fácil! Mas também não é impossível. Somos um número grande, se nos preparamos vamos ser capazes de fazer algo! Sair daqui e convencer os que eu sei que ainda acreditam ser capaz de se livrar daquelas ordens sem noção, não são todos os que concordam com o que está acontecendo!
- E como você sabe disso? - Uma mulher perguntou, ela tinha uma profunda cicatriz no braço, como se algum bicho grande tivesse a arranhado.
- Porque vários jovens se encontram em um local proibido todas as sextas-feiras, e fazem tudo o que Carrisa proíbe. - Demorei para perceber que quem estava falando agora era... Eu. - Sei que todos os que estão lá acreditam que possa ser possível uma nova vida, ou ter apenas a liberdade que nunca conhecemos!
- Então o que vocês estão sugerindo? - Meu pai perguntou parecendo interessado, mas ainda cheio de dúvidas. Sua testa estava franzida e ele estralava o pescoço sem parar.
olhou para mim por um tempo, e trocamos um olhar que dizia tudo. Era incrível como em tão pouco tempo já sabíamos nos comunicar assim, apenas pelo olhar. Nossa ligação era algo muito forte, as vezes até difícil para mim de acreditar.
Nós queríamos lutar.
Nós queríamos destruir Carissa.
Nós queríamos retomar a cidade como ela costumava ser.
E acima de tudo, nós queríamos ser felizes juntos sem julgamentos.

- Nós queremos coragem e glória! - Disse enquanto relaxava a mão de e a apertava junto a minha, ele trouxe minha mão em direção a seus lábios e depositou um beijo carinhoso na palma da mesma.
Então sorriu para mim e eu sorri também.
- Guerra! – Todos de Death Valley gritaram ao mesmo tempo, nos apoiando para o quer que fosse, essa era a nossa chance. Iriamos lutar pelo que era nosso e o mais importante...
Pelo fim de Carissa!




Fim



Nota da autora:Kals: Antes de mais nada queria dizer que foi um desafio escrever essa fic e acho que ela não seria possível sem a minha Carolzinha. Eu já tinha tido essa ideia a algum tempo, mas infelizmente só fui colocá-la em prática tão pouco tempo antes da entrega, e isso não é novidade pra mim já que eu tenho mania de deixar tudo pra última hora. Só que dessa vez acabei levando uma pessoa junto comigo nessa loucura, e devo dizer que sem ela nada teria sido possível. Obrigada Cagol mais uma vez! Eu sei que essa história é complexa e difícil de entender e que ainda faltam mil e uma explicações, mas elas serão dadas... não sei quando, mas é um projeto meu e da Carol. Se tudo der certo um dia Death Valley vai ter o final que merece! Espero que vocês gostem, comentem e até a próxima...

Carol: Bom, não sei nem por onde começar.... Queria primeiramente agradecer a Kalszinha que me meteu nessa loucura e eu estou simplesmente apaixonada por essa fic! É complicada? Sim! Falta mil explicações e um final digno de filme de ação? Óbvio! Ahahhaha. Mas também quero agradecer a vocês, leitores lindos, por lerem heehehe, deixem seus comentários me dizendo o que acharam dessa loucura e sobre o que esperam para um final digno de Death Valley. Nos vemos por ai! s2




Outras Fanfics:
Fics da Kals
Love is not a sin - Especial de Agosto
Can't Fight With You - Atualização especial do dia do sexo
Bônus: Wild Ones - Ficstape #007
07. Bloodstream - Ficstape #009
13. I'll Be Okay - Ficstape #011
11. Right Here, Right Now - Ficstape #012
01. I Put a Spell On You - Ficstape #022
07. The Story Of Us - Ficstape #026
13. Dangerous - Ficstape #028
03. Shelf - Ficstape #034
09. Slow Down - Ficstape #037

Fics da Carol
10. Crazy In Love - Ficstape #022
Promises for amy


Nota da Beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus