Prólogo
Durante o verão da faculdade, conheci um cara que parecia perfeito para mim. Luke. Ele tinha um charme irresistível, e durante aqueles dias quentes, tudo parecia dar certo. Mas quando a primavera chegou, tudo desmoronou. Ele discutia sobre qualquer coisa, sempre querendo ter a última palavra.
Ele tinha um ego enorme, um temperamento explosivo e seus olhos não paravam quietos. Ele dizia ter um metro e oitenta e oito, mas eu sabia que era só para impressionar. Às vezes, eu sentia falta dele, especialmente nas noites em que a saudades batia. Mas bastava lembrar das vezes em que ele dava em cima das minhas amigas para a saudade sumir.
Eu estava num dilema constante: amava ou o odiava? Meus sentimentos oscilavam como uma montanha-russa. Se tivesse que escolher, diria que, no momento, queria vingança. Queria deixá-lo com ciúmes, queria que ele se arrependesse de cada mentira que me contava.
Todo mundo sabia das besteiras que ele fazia. Ele jurava que eu era a única, mas a verdade era bem diferente. Quando eu o confrontava, ele dizia que eu estava louca, que era coisa da minha cabeça. Mas eu sou teimosa — e filha do meu pai, achava que poderia mudá-lo.
Minha vontade de vingança tomava diversas formas. Queria riscar o carro dele, depois fazer um almoço especial. Queria partir seu coração e logo em seguida remendá-lo. Queria beijá-lo e, no momento seguinte, dar-lhe um soco. Fantasiava encontros com a mãe dele, só para dizer a ela que seu filho não valia nada.
Eu só queria me vingar, e o faria.
Capítulo único
O plano começou numa tarde de primavera. Depois de tanto tempo sendo feita de idiota, eu decidi que não seria mais uma peça no jogo dele. Dessa vez, quem jogava era eu. Meu primeiro movimento foi simples, quase inofensivo: postei uma série de fotos radiantes ao lado das minhas amigas, rindo, me divertindo, mostrando um brilho que não via há tempos. E ele viu.
Curtiu todas. Todas.
— Ele não merece suas lágrimas — disse Clara, enquanto analisava as notificações no meu celular.
— Vamos fazer ele se arrepender — sugeriu Lina, com um sorriso travesso. — Hoje tem festa na fraternidade. Devíamos ir com a nossa amiga Clacla. O que acha?
— Eu acho ótimo — respondi. — E vou usar aquele vestido preto que ele odiava.
Rimos enquanto nos arrumávamos. Lina sempre dava um jeito de nos infiltrar em festas, e aquela não seria exceção. A casa da fraternidade era imensa, com um fluxo constante de pessoas entrando e saindo. O som ensurdecedor, as luzes piscantes, o cheiro de álcool misturado com perfume barato. O caos perfeito.
Assim que entramos, um quarterback nos ofereceu um copo de "suco mágico". Virei o líquido de uma vez, sentindo o calor da confiança subir pelo meu corpo. Foi quando vi a mesa de beer pong. Me aproximei por impulso, e então o destino selou a jogada. Luke estava ali. Aguardando sua vez, sorrindo com aquela presunção que me irritava tanto. Mas seus olhos vacilaram ao me ver.
— Oi, Luke. — falei, com um sorriso malicioso. — Na fila do beer pong?
— Oi, null. — ele respondeu, tentando disfarçar o nervosismo. — Quer jogar comigo?
Jogar? Ah, se ele soubesse que o jogo já tinha começado há tempos. Eu não queria apenas feri-lo. Queria que ele sentisse minha falta, que cada risada minha ecoasse na sua mente como um fantasma do que ele nunca mais teria. Cada olhar, cada movimento, cada toque casual em outro rapaz era um lembrete silencioso do que ele havia perdido.
E ele percebeu.
As mensagens chegaram. No início, disfarçadas de curiosidade. Depois, um pouco mais desesperadas.
"O que está acontecendo?"
"Por que você está fazendo isso?"
"Podemos conversar?"
Eu apenas sorria e deixava no visualizado. A noite ia chegando ao clímax. A festa, fervendo. Encontrei Luke de novo, exatamente como planejei. Seus olhos me devoraram quando entrei na pista com outro cara. Sua expressão oscilava entre a raiva e a indiferença, como se tentasse manter a pose, mas por dentro soubesse que já tinha perdido.
Cheguei devagar, cada passo medido, ensaiado. Queria que ele sentisse o impacto. Sorri manhosa e aproximei-me do seu rosto, mas, antes que ele me beijasse, puxei James, seu melhor amigo, para um beijo. O beijo foi intenso, urgente, como se eu estivesse tentando dizer algo que palavras não podiam expressar.
— Não sou mais sua, Luke — murmurei no seu ouvido, me afastando dele e enquanto ele me olhava confuso.
Me afastei a tempo de ouvir o finalzinho da música que ecoava nas paredes da casa e sorri vitoriosa enquanto Luke me chamava sem resposta.
i’m gonna get him so good, he's not even gonna know what hit him…
he's gonna love me and hate me at the same time!
oh, i don't know, i got him good, i got him really good.