Capítulo Único
- Eu só queria saber... Erm.. Onde a Dakota estava.
- Ela saiu tem minutos... - disse baixo, mas o suficiente para ouvir.
- Eu vou sair então, Anthony está te esperando para gravarmos.
- Eu estou indo. - Ela disse e não conseguiu esconder o riso ao ver analisar o corpo dela antes de fechar a porta atrás de si. Ela não sabia o que tinha sido aquilo. Mas havia gostado.
...
Estavam os dois em suas marcas prontos para iniciarem as gravações. Já era 6:45PM e o dia começava a escurecer. As cenas de The Truth Of Love que marcariam a reconciliação final da temporada de Angelina e Adam, e a cena seria quente. Não sabiam se estavam suficientemente preparados para aquilo. De forma alguma, nem psicologicamente, fisicamente ou em questão de desejo. E Anthony parecia saber daquilo, já que cada fala da série parecia que era apenas a realidade dos dois.
- Em suas marcas, bebês. - Ouviram a voz de Anthony declarando e pensaram que aquilo seria muito bom, ou talvez, um grande problema.
respirou fundo uma, duas e até três vezes. Já devia ter se acostumado de verdade, mas aquela cena parecia ser um grande problema em relação aos seus sentimentos.
Luz
Eles se olharam e ela deu um sorriso de lado.
Câmera
Ele sorriu de volta.
Ação
- Angel, pensa comigo. Essa é nossa única chance e eu amo você e sei que me ama também. - Adam disse direcionando o olhar para Angelina que desviou olhando para baixo.
- Eu não sei se posso fazer isso de novo.
- É só confiar em mim, Angel. - Ele disse e roçou os lábios nos dela e aquilo parecia ter sido uma deixa. Levou Anthony a loucura com o sucesso da cena enquanto interpretava Angelina entrando com a mãos na camisa de Adam. Eles não estavam sabendo diferenciar a realidade da ficção. O beijo permanecia "técnico" até ali, mas foi só soltar um suspiro que não hesitou em transformar aquilo em um beijo real e cheio de sentimentos. Ouviram ao fundo um "corta" vindo de Anthony que disparava em pulos animados, imagina se tivesse visto uma língua ali.
se soltou depois de um tempo vendo toda a produção analisá-los. Aquilo de fato tinha sido confuso. Caminhou em direção ao camarim se trocando o mais rápido que podia, se existia sequer algum tipo de sanidade mental, ela havia perdido ali.
Trocou-se quase como um foguete, não sabia sequer o que estava fazendo e pegou a bolsa sem se despedir ou olhar para trás. Tinha ido de motorista para o estúdio e esperou que ele tivesse a esperando ali. Mas foi surpreendida com uma chuva quase considerada impossível naquela época do ano e quando percebeu, a chuva já tinha ensopado-a.
Fechou os olhos não sabendo se praguejava por tal fato, ou se aproveitava a sensação de se sentir limpa e leve.
Quando abriu os olhos, viu quem tanto tentou fugir.
.
- Banho de chuva?
- Não era a intenção.
- Saiu correndo do estúdio.
- Eu... É...
- Sentiu alguma coisa assim como eu. Não adianta fingir.
- Você também... Sentiu?
- , não sei se pergunta isso pra tirar uma com minha cara ou para ter certeza mesmo.
- Eu não tenho certeza de mais nada. Vou pedir Anthony para me deixar em casa. - Os dois já conversavam como se não houvesse uma chuva quase derrubando o céu ali.
- Eu levo você.
- Não precisa, .
- Você sabe que precisa. Não moramos tão longe um do outro.
- Não é uma boa ideia.
- , precisa entender que não adianta se afastar. Eu sei que esses sentimentos e sensações andam atormentando você, mas o desejo é mais forte.
- ...
- É só uma carona.
- Eu vou molhar todo seu carro.
- E molharia do Anthony também.
- Tudo bem... - Ambos sabiam que talvez aquele tempo em um carro não daria em coisa boa. Ou talvez, daria em coisa que seria boa até demais. Só que o depois é que preocupava. entrou no tão conhecido carro e sentiu-se protegida. Sentia-se assim perto de e sentir o perfume do homem ali só fazia o ambiente lhe parecer mais familiar que o normal.
, por outro lado, analisava sentada ali pouco mais de um ano mais tarde do que se lembrava. E se sentia bem, tendo-a ali. - Posso ligar o som? - disse brincando com a barra de renda da blusa.
- Claro. - Ela viu o mesmo pendrive que tinham feito um mix de músicas que os dois gostavam. Porém, supôs que havia trocado as músicas. Havia passado tanto tempo. Mas perdeu a linha de pensamento quando o fim de Holding On for life chegou trazendo Love me Like you do.
Ela não sabia o que era mais estranho.
As músicas permanecerem depois de tanto tempo.
Ou o que a música supostamente dizia. O que era ironicamente uma coincidência.
A chuva parecia piorar e o olhar de pairando sobre ela não ajudava muito.
Sentiu que ao pararem no sinal vermelho o olhar de não hesitou em fixar nela. Não sabia o que fazer ou como disfarçar o ambiente. Aquilo parecia estar ficando tenso. Quando o sinal abriu, não conseguia parar de olhá-la e não o fez. E ao perceber, a moça o encarou de volta por incontáveis segundos, sabia que aquele momento ele faria de tudo. Menos dirigir. Encostou o carro no acostamento e viu o olhar da mulher se abrir um pouco. Em dúvida.
Nenhum dos dois se pronunciou. Ou sequer desviaram o olhar.
O susto vindo da parada de .
Os olhares pareciam um problema demais.
O silêncio foi interrompido por algo que ela nunca imaginara ouvir depois de voltou diante de tal confusão desde que fugiu:
- Eu senti tanto sua falta.
- ...
- Me deixa falar, . Eu guardei isso por muito tempo. Eu tentei disfarçar isso por muito tempo. Eu tentei não dizer, mas eu senti tanto sua falta.
- Eu também, mas foi a única opção na época.
- , se tivesse somente rejeitado, eu entenderia.
- Eu não achei que fosse.
- E agora eu estou aqui te dizendo isso no meio de uma chuva terrível caindo lá fora e eu realmente queria fazer os velhos tempos voltarem.
- Mas não dá, . Os velhos tempos não voltam.
E o silêncio prevaleceu novamente fazendo ligar o carro e seguir rumo a casa da moça. Ela não tinha intenção de dizer que não daria tudo para ter os dois de novo, mas que não dava pra voltar no passado porque eles teriam um novo início. Se ele a perdoasse de vez.
Passaram quarteirões.
A música teve um fim dando início a Two better than one.
Ele estacionou na porta da casa tão conhecida por ele e desligou o motor.
pensou em como se despedir.
Cogitou a possibilidade de sair dali sem declarar uma palavra sequer, mas olhou para o lado e viu focado no volante a sua frente.
- Quando eu disse que não dá para voltar no passado. Eu não quis dizer que não quero que sejamos como antigamente.
- , não precisa de explicar nada.
- Me deixa falar, merda! Me escuta uma única vez desde que voltei. Eu cogitei a possibilidade de sair correndo do carro e não me despedir. Ou de dar um aperto de mão e agradecer pela carona. Mas eu preciso dizer que ficar nesse quadrado tocando nossa playlist enquanto você me direciona olhares totalmente com sentimentos, eu não consigo me controlar e a única coisa que eu queria agora é ter seu beijo como antigamente.
O olhar de não hesitou em acompanhar o sorriso ladino e quando viu, conseguiu respirar aliviada. virou-se para e se aproximou calmamente. Podia ter sido rápido e se livrar do maldito desejo e sentimento reprimidos. Mas preferiu aproveitar o momento e envolveu os cabelos da mulher trazendo-a para perto de si.
Analisou tudo que tinha ficado longe por tanto tempo e mesmo assim parecia que aquilo era tão familiar. Depositou um selinho na mulher, tentando ao máximo ser calmo. Mas existia uma necessidade de tê-la por completo. Aprofundou o beijo apertando a cintura de que suspirou em resposta afundando as mãos no cabelo do homem. puxou a moça para mais perto, mesmo que parecesse impossível, ele precisava tê-la mais perto. E foi assim que curvou-se e ele soltou os lábios da mulher descendo com beijos para bochecha, lóbulo da orelha, e pescoço. O início de um gemido foi ouvido quando ele mordeu levemente o local e desceu as mãos para a barra da blusa do homem a puxando pra cima.
não queria que fizessem o que ambos desejavam e sentiam tanta falta no carro. Mas não conseguia largar a mulher.
Deu espaço para ela tirar a blusa dele e parou para olhá-la. Coisa que não se arrependeu.
Ela tinha uma expressão de desejo e devoção. Mas ao mesmo tempo havia amor. E aquilo era maravilhoso. Ele desceu as mãos para a blusa de procurando por onde a tiraria, mas puxar para cima a rasgaria.
– Como diabos eu tiro essa blusa?
– Fecho lateral.
– Precisava de uma blusa difícil logo hoje?
– Eu não sabia que faria amor com você, hoje.
Ele gargalhou e desfez o fecho da blusa analisando-a enquanto tirava.
E teve a visão perfeita do busto e seios da mulher. Ela era maravilhosa e ele morria de saudade.
– Eu senti tanta falta disso.
– De nós? Eu também.
– Mas sabe do que mais eu senti falta? Deles. — Ele disse direcionando as mãos para os seios da mulher que fechou os olhos ao sentir o toque.
Ele tateou as costas dela encontrando o fecho do sutiã e o desfez tendo a livre visão do que ele tanto queria, ao menos naquele momento. Voltou a distribuir beijos pelo pescoço e busto da mulher chegando aos seios, não hesitando em segurar e massagear um enquanto beijava e sugava o outro. Os barulhos vindos de pareciam surreais. Travou o maxilar ao sentir as mãos de em seu membro e suspirou ao sentir ela o massageando.
Viu uma luz piscar diante do carro, e um policial apontar a lanterna. Assustou , mostrando e se vestiram rapidamente. Não tinham conseguido ir até o fim, mas aquilo teria fim e ele terminaria o que tanto desejava. Mas não seria ali, não agora.
Parou o carro na porta de e sorriu sem saber como se despedir.
– Então é isso? — Ela disse seria
– Não, , isso no carro foi rápido. E não valeu tudo que eu quero ainda, eu ainda termino com você.
– O carro foi suficiente para você me tocar exatamente do jeito que só você sabe.
– Eu tenho tanta coisa em mente pra nós dois.
– E o que está esperando?
– A hora e o lugar certo.
Fim.
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