Capítulo Único
Ele podia ser o maior galã da escola, um futuro astro de Hollywood, o garoto que destruiria seu coração e o homem que talvez conseguiria destruir seu quarto durante a noite.
Mas, para mim, ele era perfeito, tão doce quanto um adoçante, com um sorriso perfeito e alma de um garoto que ainda está descobrindo o mundo, porém ele só não conseguia me descobrir.
Passei anos da minha vida sendo a garota sozinha e diferente de todos, a que estava sempre acima do peso e com a altura baixa demais para média, os óculos que impediam meus olhos escuros e brilhantes de serem mostrados, mas principalmente o cabelo.
Ah, sim! O cabelo preto que estava sempre escondido em um coque alto e bem-feito, sem nenhum fio à mostra. Poderia parecer besteira, mas ele era a única coisa que eu mais me preocupava no momento.
Quando eu era criança, muitos tentavam cortá-lo, brincar com ele ou coisas do tipo, foi quando decidi que era a hora de escondê-lo e não deixar ninguém mexer. Algumas pessoas poderiam dizer que eu era arrogante, mas eu gastava tempo e dinheiro para mantê-lo real, às vezes eu prendia e não deixava que ninguém tocasse nele.
Porém, eu deixaria uma única pessoa tocar. Ele, o garoto que tinha roubado o meu coração durante todo o ano letivo, o rapaz de sorriso brilhante e a pele escura e tão brilhante que deixaria qualquer pessoa aos seus pés.
Eu não me importaria de ensiná-lo a mexer em meu cabelo, desde que fosse ele.
Eu o conheci no começo do ano, em um dia chuvoso, quando eu estava completamente atrasada e molhada. Ele surgiu do nada ao meu lado e colocou um guarda-chuva sobre mim e ficou na chuva.
Quando entramos no colégio, ele me deu o casaco e conversamos sobre tudo, até nos tornarmos amigos ou colegas, talvez algo deste tipo.
Em meu coração, não queria ser apenas sua amiga, eu o queria, eu desejava suas mãos pelo meu cabelo.
Era uma noite de sexta, apresentação de teatro dos alunos do último ano, eu era responsável pela maquiagem dos atores.
Foi quando o vi parado, se arrumando ao lado de alguns amigos. Ele passava a mão pelos cabelos lisos e eu só conseguia imaginar como seria sentir suas mãos em mim.
— Como passou a semana? — ele dizia, me olhando com aquele sorriso lateral, enquanto se sentava na cadeira à minha frente, me tirando dos meus pensamentos aleatórios.
— Excelente e você? — dizia, enquanto preparava a maquiagem sobre a mesa do camarim. Ele interpretaria Romeu ou algo do tipo na peça da escola, e eu obviamente estaria atrás dos holofotes, onde sempre foi meu lugar.
— Sabe como são meus dias, sempre corridos — ele disse, fechando os olhos, enquanto eu aplicava uma camada de base em seu rosto.
Ele era tão perfeito que sentia faltar meu ar, a pele tão lisa como o veludo, tão quente ao ponto de queimar o coração de quem permitisse.
— Posso perguntar algo? — Ele abriu os olhos lentamente e me encarou. Senti o oxigênio faltar e só pude balançar a cabeça. — Você nunca solta o cabelo?
Respirei fundo, sentindo minhas bochechas queimarem, afinal, desde quando ele se interessava pela minha vida ou pelo meu cabelo?
— Prefiro deixar eles à escondida — disse, dando um pequeno sorriso.
— Você deve ser tão bonita com ele solto, quanto é com ele preso.
Ele disse baixo, mas o suficiente para que eu ouvisse e soltasse uma pequena risada abafada. Eu estava sonhando ou ele havia me chamado de bonita? O garoto dos meus sonhos me achava bonita.
— Terminou? — ele respondeu, mais uma vez me tirando dos meus pensamentos. Provavelmente estava paralisada com o pincel em seu rosto e portando um sorriso bobo no rosto.
— Terminamos — disse, me afastando de seu rosto.
— Você é incrível. — Ele se levantou, deu um pequeno beijo em minha bochecha e correu para entrar no palco.
Passei a apresentação toda o acompanhando, ele era um ótimo ator. O olhei e ele estava com uma garota loira em seus braços, provavelmente a garota interpretava Julieta.
Ele dizia algumas falas da peça e acariciava seu cabelo com tanta ternura que só conseguia imaginar como seria estar em seu lugar.
Minha mente vagou e apenas consegui imaginar nós dois juntos, ali mesmo no camarim. Seu braço esquerdo estava em minha cintura e o direito acariciava cada parte do meu cabelo.
Ele era comprido, assim como aqueles centímetros nas minhas costas.
— Tenho que saber algo antes mexer no seu cabelo? — ele disse, dando uma pequena risada em meu ouvido
— Apenas o toque suavemente, do jeito que você toca a minha mente. Você conseguiu um passe livre essa noite — disse, e roubei um beijo de seus lábios, fazendo-o ficar quase sem ar.
— É tão macio quanto sua pele — ele respondeu rapidamente e voltou sua atenção aos meus lábios.
Seus lábios se encontravam aos meus e suas mãos percorriam todo o meu cabelo, afinal, era para isso que ele estava ali.
Acordei do meu pequeno sonho quando ouvi as palmas da plateia, bufei frustrada por ser apenas um sonho.
Mesmo que fôssemos amigos, ou ele apenas fosse simpático comigo porque gostava da minha maquiagem, ele nunca teria olhos para mim.
Eram cerca de dez da noite, todos já haviam ido embora, eu ainda tinha que ficar para arrumar os camarins para o dia seguinte. Coloquei uma música lenta e comecei a cantarolar sozinha, até notar que alguém estava ali me observando.
Lá estava ele, encostado no batente da porta, me encarando com um sorriso doce.
— Achei que tinha ido embora.
— Não consegui — ele respondeu e se aproximou de mim.
— Posso saber o motivo? — disse quase sussurrando, quando percebi que estávamos a centímetros de distância.
— Você é única, sabia? O jeito como você sorri quando está tímida, quando olha assustada quando digo algo que te deixa sem graça. É tão linda que eu não mudaria nada — ele disse, segurando minha cintura. — Eu não quero que pense que eu quero brincar com você, porque eu não desejo isso. Se você soubesse como mexe comigo, como meu coração acelera quando te vê.
Eu não consegui responder, será que era mais um sonho maluco? Foi quando sua mão se levantou e ela se aproximou do meu cabelo, mas parou antes de tocá-lo.
— Posso? Não precisa ter medo, amor — ele respondeu com uma voz rouca.
— Essa normalmente não sou eu, mas eu posso soltá-lo por você.
Eu disse, respirando fundo, tirando a fita que envolvia o coque e deixando cada mecha cair sobre meu corpo, era a primeira vez que soltava na frente de alguém. Por algum motivo, eu confiava nele e eu só queria uma coisa.
— Passe suas mãos pelo meu cabelo — eu disse, dando um pequeno sorriso.
Seu corpo se aproximou do meu e então percebi que não era um sonho, quando senti seus lábios quentes encostarem nos meus, o gosto do chiclete de menta que ele carregava diariamente me fazia querer rir pela simplicidade.
Mas meu coração parou quando ele passou as mãos pelo meu cabelo, alisando cada mecha da mesma maneira como fazia com meu cabelo.
Se aquilo era um sonho, eu nunca mais gostaria de acordar, desde que ele estivesse passando a mão em meu cabelo.
Mas, para mim, ele era perfeito, tão doce quanto um adoçante, com um sorriso perfeito e alma de um garoto que ainda está descobrindo o mundo, porém ele só não conseguia me descobrir.
Passei anos da minha vida sendo a garota sozinha e diferente de todos, a que estava sempre acima do peso e com a altura baixa demais para média, os óculos que impediam meus olhos escuros e brilhantes de serem mostrados, mas principalmente o cabelo.
Ah, sim! O cabelo preto que estava sempre escondido em um coque alto e bem-feito, sem nenhum fio à mostra. Poderia parecer besteira, mas ele era a única coisa que eu mais me preocupava no momento.
Quando eu era criança, muitos tentavam cortá-lo, brincar com ele ou coisas do tipo, foi quando decidi que era a hora de escondê-lo e não deixar ninguém mexer. Algumas pessoas poderiam dizer que eu era arrogante, mas eu gastava tempo e dinheiro para mantê-lo real, às vezes eu prendia e não deixava que ninguém tocasse nele.
Porém, eu deixaria uma única pessoa tocar. Ele, o garoto que tinha roubado o meu coração durante todo o ano letivo, o rapaz de sorriso brilhante e a pele escura e tão brilhante que deixaria qualquer pessoa aos seus pés.
Eu não me importaria de ensiná-lo a mexer em meu cabelo, desde que fosse ele.
Eu o conheci no começo do ano, em um dia chuvoso, quando eu estava completamente atrasada e molhada. Ele surgiu do nada ao meu lado e colocou um guarda-chuva sobre mim e ficou na chuva.
Quando entramos no colégio, ele me deu o casaco e conversamos sobre tudo, até nos tornarmos amigos ou colegas, talvez algo deste tipo.
Em meu coração, não queria ser apenas sua amiga, eu o queria, eu desejava suas mãos pelo meu cabelo.
Era uma noite de sexta, apresentação de teatro dos alunos do último ano, eu era responsável pela maquiagem dos atores.
Foi quando o vi parado, se arrumando ao lado de alguns amigos. Ele passava a mão pelos cabelos lisos e eu só conseguia imaginar como seria sentir suas mãos em mim.
— Como passou a semana? — ele dizia, me olhando com aquele sorriso lateral, enquanto se sentava na cadeira à minha frente, me tirando dos meus pensamentos aleatórios.
— Excelente e você? — dizia, enquanto preparava a maquiagem sobre a mesa do camarim. Ele interpretaria Romeu ou algo do tipo na peça da escola, e eu obviamente estaria atrás dos holofotes, onde sempre foi meu lugar.
— Sabe como são meus dias, sempre corridos — ele disse, fechando os olhos, enquanto eu aplicava uma camada de base em seu rosto.
Ele era tão perfeito que sentia faltar meu ar, a pele tão lisa como o veludo, tão quente ao ponto de queimar o coração de quem permitisse.
— Posso perguntar algo? — Ele abriu os olhos lentamente e me encarou. Senti o oxigênio faltar e só pude balançar a cabeça. — Você nunca solta o cabelo?
Respirei fundo, sentindo minhas bochechas queimarem, afinal, desde quando ele se interessava pela minha vida ou pelo meu cabelo?
— Prefiro deixar eles à escondida — disse, dando um pequeno sorriso.
— Você deve ser tão bonita com ele solto, quanto é com ele preso.
Ele disse baixo, mas o suficiente para que eu ouvisse e soltasse uma pequena risada abafada. Eu estava sonhando ou ele havia me chamado de bonita? O garoto dos meus sonhos me achava bonita.
— Terminou? — ele respondeu, mais uma vez me tirando dos meus pensamentos. Provavelmente estava paralisada com o pincel em seu rosto e portando um sorriso bobo no rosto.
— Terminamos — disse, me afastando de seu rosto.
— Você é incrível. — Ele se levantou, deu um pequeno beijo em minha bochecha e correu para entrar no palco.
Passei a apresentação toda o acompanhando, ele era um ótimo ator. O olhei e ele estava com uma garota loira em seus braços, provavelmente a garota interpretava Julieta.
Ele dizia algumas falas da peça e acariciava seu cabelo com tanta ternura que só conseguia imaginar como seria estar em seu lugar.
Minha mente vagou e apenas consegui imaginar nós dois juntos, ali mesmo no camarim. Seu braço esquerdo estava em minha cintura e o direito acariciava cada parte do meu cabelo.
Ele era comprido, assim como aqueles centímetros nas minhas costas.
— Tenho que saber algo antes mexer no seu cabelo? — ele disse, dando uma pequena risada em meu ouvido
— Apenas o toque suavemente, do jeito que você toca a minha mente. Você conseguiu um passe livre essa noite — disse, e roubei um beijo de seus lábios, fazendo-o ficar quase sem ar.
— É tão macio quanto sua pele — ele respondeu rapidamente e voltou sua atenção aos meus lábios.
Seus lábios se encontravam aos meus e suas mãos percorriam todo o meu cabelo, afinal, era para isso que ele estava ali.
Acordei do meu pequeno sonho quando ouvi as palmas da plateia, bufei frustrada por ser apenas um sonho.
Mesmo que fôssemos amigos, ou ele apenas fosse simpático comigo porque gostava da minha maquiagem, ele nunca teria olhos para mim.
Eram cerca de dez da noite, todos já haviam ido embora, eu ainda tinha que ficar para arrumar os camarins para o dia seguinte. Coloquei uma música lenta e comecei a cantarolar sozinha, até notar que alguém estava ali me observando.
Lá estava ele, encostado no batente da porta, me encarando com um sorriso doce.
— Achei que tinha ido embora.
— Não consegui — ele respondeu e se aproximou de mim.
— Posso saber o motivo? — disse quase sussurrando, quando percebi que estávamos a centímetros de distância.
— Você é única, sabia? O jeito como você sorri quando está tímida, quando olha assustada quando digo algo que te deixa sem graça. É tão linda que eu não mudaria nada — ele disse, segurando minha cintura. — Eu não quero que pense que eu quero brincar com você, porque eu não desejo isso. Se você soubesse como mexe comigo, como meu coração acelera quando te vê.
Eu não consegui responder, será que era mais um sonho maluco? Foi quando sua mão se levantou e ela se aproximou do meu cabelo, mas parou antes de tocá-lo.
— Posso? Não precisa ter medo, amor — ele respondeu com uma voz rouca.
— Essa normalmente não sou eu, mas eu posso soltá-lo por você.
Eu disse, respirando fundo, tirando a fita que envolvia o coque e deixando cada mecha cair sobre meu corpo, era a primeira vez que soltava na frente de alguém. Por algum motivo, eu confiava nele e eu só queria uma coisa.
— Passe suas mãos pelo meu cabelo — eu disse, dando um pequeno sorriso.
Seu corpo se aproximou do meu e então percebi que não era um sonho, quando senti seus lábios quentes encostarem nos meus, o gosto do chiclete de menta que ele carregava diariamente me fazia querer rir pela simplicidade.
Mas meu coração parou quando ele passou as mãos pelo meu cabelo, alisando cada mecha da mesma maneira como fazia com meu cabelo.
Se aquilo era um sonho, eu nunca mais gostaria de acordar, desde que ele estivesse passando a mão em meu cabelo.
FIM
Nota da autora: Oi, gente, minha primeira Ficstape e eu espero muito que vocês tenham gostado e principalmente tenham imaginado cada detalhe.
Aliás, essa música é tão perfeita.
Beijos e até a próxima.
Nota da beta: Achei essa história um amorzinho. Meu coração ficou super quentinho com ela! Os pps são muito fofos e eu com certeza gostaria de ler mais sobre eles.
Parabéns, meu bem. Ficou ótima! ♥
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Aliás, essa música é tão perfeita.
Beijos e até a próxima.
Nota da beta: Achei essa história um amorzinho. Meu coração ficou super quentinho com ela! Os pps são muito fofos e eu com certeza gostaria de ler mais sobre eles.
Parabéns, meu bem. Ficou ótima! ♥
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