Capítulo 1
Junho de 2018, Londres - Inglaterra.
Era o casamento da minha melhor amiga e sou madrinha dela e estou feliz por poder ver esse momento mais feliz da minha amiga. entrou comigo na igreja ele é um dos padrinhos e bom como posso dizer…eu amo esse cara, mas duvido que ele irá me notar algum dia. Quem é que vai querer uma garota como eu? E além do mais logo irei embora do Brasil, meu intercambio termina dentro de algumas semanas e nunca que vou dizer a ele que o amo. Se bem que se eu disser e ele recusar logo volto ao meu País e vida que segue, né? Não terei que vê-lo mais.
****************************
Mano do céu que perfume gostoso essa menina está usando! Ela está linda pra cara... opa, estou na igreja não posso falar palavrão. Ela está muito, exageradamente muito bonita. Ela vai embora daqui algumas semanas e se eu não agilizar logo ela nunca vai saber que eu a amo. Mas se eu falar e ela rir da minha cara? É muita humilhação! E eu não estou preparado para isso.
- Finalmente esses dois se casaram, né? -Comentei com ela enquanto andávamos em direção ao altar.
- Nem me fale! Achei que esse dia não chegaria nunca! Meu intercambio ia acabar e eles não se casariam.
- Quando é que você volta mesmo? -Eu sabia quando, mas não queria encerrar a conversa.
- Daqui duas semanas.
Quando ia responder chegamos ao altar e cada um foi para o seu lado.
****************************
Estávamos e eu sentados numa mesa destinada somente aos padrinhos. Um silêncio absurdo eu queria falar alguma coisa, mas logo desistia.
- Quer dar uma volta ? –perguntou .
- Por favor, vamos.
Andamos pelos arredores do salão, não havia muita gente do lado de fora o que achei até bom porque assim ficaríamos mais à vontade.
- Está há tanto na Inglaterra que logo irá morar aqui para sempre.
- Bem que eu queria, mas não daria certo.
- Por quê?
- Bom... Minha amiga está casada, não seria a mesma coisa como antes, sabe? Então é melhor ficar no Brasil mesmo.
- Ah não pense assim, vocês ainda poderiam sair juntas como fazia no Brasil.
- Ela está casada, não deixaria o marido para sair comigo sempre que eu a chamasse para sair, é outra vida. Principalmente se tiver filhos.
- Então você não moraria aqui nem se sua amiga insistisse?
- Não, porque não há nada que prenda aqui.
- E se eu te listar motivos para ficar? –Ele pegou na minha mão e eu me virei ficando bem na frente dele.
- Diga então.
- ? –Gritou . –Vem, vou jogar o buquê.
- Já volto, quero saber seus motivos para eu ficar. –Sorri para ele e segui a para dentro do salão.
Havia algumas garotas meio desesperadas para pegar o buquê, me desejou boa sorte para enfrentar aquelas doidas. Eu não queria pegar o buquê não tenho namorado e nenhum pretendente para casar, mas o buquê veio parar em minhas mãos então não podia reclamar e sim esperar alguém que me pedisse em casamento.
- Cretina você conseguiu pegar o buquê!!! –Comemorou minha amiga. Ela se agarrou em mim e começou a pular.
- É peguei, mas não é motivo para festa, afinal ainda não tenho ninguém.
- Ter até tem é que você não quer admitir.
- Quem?
- Ele está vindo aí. -Ela apontou para o que se aproximava
- Ei você pegou o buquê! –Disse animado.
-Sim, mas isso não quer dizer que serei a próxima a se casar. -Brinquei
- Quem sabe ficando aqui, encontra alguém.
- Não encontrei no meu País, quem dirá aqui?
- Talvez o cara certo não esteja no seu País. Talvez esteja aqui.
- Era esse os motivos que você ia me dizer para ficar aqui?
- Mais ou menos.
- Pode ser...
- Se quiser te listo os outros.
- Esquece, desculpa, mas nada vai me convencer a ficar aqui. -Já estava ficando sem paciência com essa insistência desse povo em falar que vou encontrar alguém aqui. Fui para mesa dos padrinhos e pretendia ficar lá a festa toda. foi para um canto, ficou encostado na parede com uma taça de champanhe na mão.
****************************
Eu estava encostado na parede observando a e pensando que daqui algumas semanas ela iria embora e que eu não iria ter coragem de dizer o que sinto.
- Olha sabia que ficar aqui observando a não vai fazer com que ela saiba que você gosta dela e quer que ela seja sua namorada, né? – me atormentou
- eu não tenho coragem! Sou tímido, não sei como chegar nela e dizer “oi tudo bem? Então eu gosto de você, fica comigo, seja minha namorada”
- Chegando assim ela não vai querer mesmo.
- Eu só não jogo esse champanhe em você porque seria um desperdício. Qual é cara me ajuda?! Por favor. Eu preciso que a seja minha. -Só faltou eu ajoelhar na frente e implorar ainda mais para ele me ajudar.
- Você está ouvindo a música que está tocando? É uma ótima hora para chamá-la para dançar e aí você tenta dizer a ela que a ama.
A ideia do era muito boa, a música que estava tocando era It's Only Love do Def Leppard entreguei a taça ao meu amigo, respirei fundo e caminhei em direção a .
- Gostaria de dançar essa canção comigo?
- Já estava achando que ninguém iria me chamar. -Ela responde ao se levantar.
E nesse momento meu coração batia cada vez mais rápido que achava que ele iria saltar do meu peito, nunca fiquei tão próximo dela como agora, toquei na sua cintura e aproximei ela mais perto do meu corpo, apoiou sua cabeça em meu ombro. Eu poderia ficar ali naquele salão abraçando-a para sempre. Sou apaixonado por ela desde o dia que a vi e desde então eu não consigo parar de pensar nela e isso já está me enlouquecendo. Ela é tão linda e tem uma voz maravilhosa que é como música para meus ouvidos! A gente dançava lentamente no ritmo da música e eu queria poder dizer a letra daquela música todinha a ela. O momento é agora eu preciso dizer tudo que sinto ou nunca mais acho que terei coragem. Me afastei um pouco dela, respirei fundo.
- , eu preciso te dizer algo que venho guardando comigo há muito tempo....
- Pessoal um minutinho da sua atenção. -Falou . -Gostaria de dizer umas palavras para minha querida esposa. -Bem na hora que eu ia falar meu irmão resolveu dizer algo para minha cunhada.
- Poxa que pena, eu estava gostando tanto de dançar com você. – Disse
- Eu também, .
Voltamos para nossa mesa e ouvimos o discurso do meu irmão. Segunda vez só essa noite me interrompe bem na hora que vou falar com ela. Será que é sinal que não devemos ficar juntos?
Semanas depois...
- do céu como você é burro! – entrou no quarto em que eu estava, gritando e fechando a porta com força me dando um susto que até perdi a concentração do que estava fazendo.
- Não sou burro! Só não tenho coragem.
- Então vamos usar outra palavra: Covarde!
- É que ela mora em outro País, duvido que vá querer sair do seu País para morar comigo.
- Se você tivesse se declarado para ela quem sabe, né? - puxou uma cadeira e se sentou nela ficando na minha frente.
- É que tinha medo que ela dissesse não e ainda pudesse rir. E em minha defesa eu tentei na festa do seu casamento, mas me não deu e você tem culpa nisso.
revirou os olhos após me ouvir
- Não acredito que deixou escapá-la. Que nem tentou mais uma vez. Já pensou se ela gosta de você e só está esperando sua atitude?
- Não, na verdade só pensei no pior mesmo.
- Eu desisto! Continua aí tocando guitarra enquanto sua garota está indo embora. - se levantou e foi em direção a porta. Foi quando me deu um desespero de saber que nunca mais a veria e que estava perdendo a chance.
- GREG ESPERA.
virou para trás e veio em minha direção.
- Por favor cara me leva até o aeroporto eu preciso dizer que a amo.
- Meio tarde não acha?
- Mas não era você mesmo que estava insistindo para eu dizer?
- Sim, mas antes, agora ela já deve ter embarcado. - deu de ombro. Pegou seu celular e ligou para sua esposa, perguntou em qual aeroporto estava. -Você está com sorte meu irmão! Temos um pouco mais de meia hora para chegar ao aeroporto.
Saímos rapidamente da minha casa entramos no carro do e seguimos em direção ao aeroporto eu estava nervoso pensando na decisão que tomei. E seu eu chegar lá e ela já tiver embarcado? E se eu chegar a tempo, conversar com ela e a dizer não? Eu tentava pensar positivo, mas o nervosismo não deixava. Assim que chegamos entramos correndo no aeroporto como se estivéssemos correndo uma maratona, paramos em frente ao painel para olhar qual era o voo da se já tinha saído.
- Olha a ali na fila já embarcando. -Avisou e nesse momento eu não via mais nada a minha volta a única pessoa que eu me importava era a . Ela estava entregando seu cartão de embarque para o atendente, ela já estava embarcando e eu já estava perdendo de vista e tentava acelerar meus passos, porém havia tantas pessoas passando na minha frente que se tornava quase impossível andar mais rápido e conseguir ter uma visão melhor da garota que eu gosto. Eu tinha que fazer alguma coisa
- SAH, SAH, AQUI. OLHA AQUI. -Eu gritava, mas nem sequer ela olhava para trás.
- SABRINA - berrou me dando um mega susto! -É assim que se grita, não lembra do último episódio de Friends, não?
olhou para trás, e eu ficamos pulando e balançando os braços com a intenção que ela nos visse, mas ela logo se virou passando pelo portão do embarque. O atendente já estava recebendo o cartão de embarque da última passageira.
- Sinto muito . -Lamentou .
- Tudo bem pelo menos tentei né?
- Sim, chegamos a tempo. Animo cara, daqui uns meses é Natal e com certeza ela virá para cá. E você pode pedir o número do celular dela pra e conversar com a .
Não era má ideia, eu até queria fazer isso, porém fiquei bem desanimado por não ter dado certo de ter falado com ela no aeroporto. O tempo foi passando e minha coragem sumiu de novo. Eu peguei o número dela, mas não tinha coragem de mandar um oi. Uma vez escrevi um textão falando tudo que sentia, falei que fui até o aeroporto, mas logo em seguida apaguei tudo. O fato de não ter dado certo o lance do aeroporto me fez pensar que era um sinal que nós dois não era para ser, mesmo eu querendo muito que ela fosse minha nem que fosse por um dia, mas queria que fosse. Eu sonho com ela quase toda noite às vezes me sinto como um adolescente que fica andando por aí distraído como um bobo apaixonado.
****************************
Alguns dias se passaram depois que eu voltei ao meu País, e eu conversávamos de vez em quando. Ela estava casada e não tinha tanto tempo para mim, não que eu estivesse com ciúmes, eu estava feliz por feliz por ela, mas sentia falta de antes. Às vezes perguntava do o que deixava ela doidinha, animada por saber se eu finalmente iria admitir que estava interessada nele. A verdade é que eu queria saber se era ele mesmo que estava no aeroporto quando fui embora, mas falar isso era admitir que ouvi gritarem meu nome e que os vi quando estava embarcando.
Dezembro de 2018, Londres, Inglaterra.
Fazia uma semana que voltei à Inglaterra, estava na casa da . Ela e me convidaram para passar o natal e o ano novo com eles e também para conhecer a nova casar que era enorme e bem aconchegante. estava gravida de dois meses, se ela e já estavam cheios de amores no casamento, em casa e agora com a gravida era pior no bom sentido, era legal ver o amor deles. havia chegado sozinho e estranhei um cara tão bonito não ter chegado acompanhado, desde o casamento da não tive contato mais com ele. Ele está solteiro ou não encontrou a pessoa certa ou quer ficar solteiro. Decidi ir para o quintal, estava nevando e queria ficar apreciando isso afinal onde moro não tem neve. Desde o dia do casamento da ficava pensando quais seriam os motivos que me daria para ficar aqui na Inglaterra. Eu deveria ter deixado ele dizer aquele dia, agora ele nunca mais vai me falar.
- Oi . -Disse sentando no degrau da escada ao meu lado
- Oi .
- Tudo bem?
- Sim e você?
- Bem também. Já fez aqueles anjinhos na neve? -Perguntou ele
- Não, mas sempre quis fazer.
- Podemos fazer agora se quiser.
- Eu topo.
Descemos as escadas e deitamo-nos no chão e começamos a movimentar os braços e pernas. Estava adorando fazer aquilo, era divertido ainda mais ao lado da pessoa que amo.
- Está gostando?
- Estou amando até porque estou com você. –Respondi sem pensar. Quando me dei conta parei de me movimentar
- ?
- Desculpa, vou lá pra dentro está frio. –Respondi ao me levantar.
- Ei espera. –Ele segurou meus braços.
- Só queria dizer que também estava gostando porque tinha sua companhia, gosto de ter você por perto.
- Obrigada. –Respondi sem graça. –Vamos entrar? Está muito frio. -Ah por que fui dizer aquilo?? Por que disse que estava bom porque ele estava junto? Entramos na cozinha e todos olhavam para gente como se tivéssemos cometido um crime.
- Ei poderia ir lá embaixo escolher algum vinho para acompanhar a ceia? –Pediu .
- Ah sim, claro.
- vai com ele porque ele pode beber tudo e não deixar nada pra gente. -Pediu
- Tem certeza que sou a pessoa mais indicada?
- Claro que sim.
Fomos até a adega onde estavam os vinhos. Havia várias opções da bebida, já vi que passarei horas aqui, até porque não entendo nada.
- Que tipo de vinho você gosta? –Ele me perguntou quebrando silencio.
- Na verdade não curto muito bebida alcoólica. Já tomei vinho normal, quer dizer eu sei que tem o vinho branco, mas só experimentei o dar cor vinho, entende? –Ele riu do que eu disse.
- Entendi sim o que quis dizer.
- Acha que a gente consegue escolher rápido.
- Acredito que sim. Já escolhi um.
- Que rápido, então podemos voltar lá pra cima.
- Podemos sim. –Ele riu novamente.
Caminhamos até porta, mas ela estava fechada o que achamos estranho porque nenhum de nós a fechamos. Ficamos assustados quando vimos que estava trancada. Peguei meu celular e liguei para e ela não atendia.
- não me atende.
- Nem o e me atende.
- Será que aconteceu alguma coisa?
- Calma, não se assuste, deve ser brincadeira deles.
- Mas porque eles trancariam a gente aqui?
- Sabem como é né? Cheio das zoeiras.
Meu celular começou a tocar, atendi ao ver que era a , também falava ao celular. Quando encerramos nossas ligações olhamos um para outro assustado. Peguei a garrafa de vinho da sua mão e tentei abrir.
- Achei que não bebesse.
- Não bebo, mas como vou ter que passar o resto da minha vida aqui, então vou beber. –Respondi, sentei-me no chão e tentava não acreditar no que estava acontecendo. Estava presa em uma adega da casa do junto com . nos trancou e disse que só destrancaria a porta quando e eu ficássemos juntos.
- E por que acha que vai passar o resto da sua vida aqui? –Pergunto, ele pegou a garrafa da minha mão e colocou no chão.
- Porque a gente não vai ficar junto, então nem você e nem eu vamos sair daqui.
- Não vamos?
- Não, até parece que você vai me querer.
- E se eu disser que sim. Que os motivos que eu iria te dizer para ficar aqui no casamento da minha cunhada, era justamente esse. Eu quero que você fique aqui perto de mim. Quero te mostrar que sou o cara certo, que você nunca encontrou ninguém porque esse alguém está nesse País, eu amo você e quero que fique ao meu lado.
- Eu também queria ficar, queria ser sua, eu também te amo.
- Então não tem por que você voltar ao teu País.
- Como se fosse fácil assim, são muitas barreiras entre a gente.
- Eu quebro todas elas só para ficar com você. –Ele se sentou na minha frente e segurou minha mão.
- Mas são muitas, eu tenho medo.
- Medo do que?
- De você se cansar de mim, dos que os outros irão pensar. Você é rico eu sou pobre, você mora num País de primeiro mundo e eu de terceiro, sem falar da diferença de idade. Você sabe o que vão falar de mim por estar com você.
- Eu não vou me cansar de você porque o que sinto não é paixão e sim amor! Não é algo passageiro e sim eterno. Eu quero estar ao se lado para sempre! Vai deixar de ser pobre e ficar rica, vai morar num País de primeiro mundo aprender nossos costumes e você pode ensinar os costumes do seu País. E eu realmente não importo o que vão falar da gente. Se te ofenderem eu vou te defender, não se preocupe com nada, eu estarei com você.
- Promete? Porque eu morreria se você me deixasse.
- Prometo. Você disse que quer ser minha, então não deixe o medo falar alto, ok? Mas também não quero te pressionar, não estou fazendo isso para sairmos daqui.
- Eu sei, mas vou arriscar, podemos tentar. –Sorri para ele. E depois dessa conversa aconteceu nosso primeiro beijo, eu não estava preparada simplesmente aconteceu. Ele tocou meu rosto e nos aproximamos, quando me dei conta nossas línguas dançavam no mesmo ritmo. Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e ele meu puxou para mais perto dele.
- Oww que lindo os dois. –Disse
- Que susto!! Que fazem aqui? –Perguntei envergonhada. , e com sua namorada estavam na porta olhando para nós dois.
- Resolvemos parar de punir vocês e pelo jeito viemos na hora certa!! -Disse .
- Que fofos vocês dois. A ceia já está pronta. Feliz Natal, subam o castigo acabou. –Disse toda empolgada. Esperamos todos eles subirem e nos beijamos mais uma vez.
- Feliz Natal,
- Feliz Natal . Que seja o primeiro de muitos.
- Eu sei que vai.
E realmente foi o primeiro de muitos, eu realmente me mudei para o País dele e vivemos um romance recheado de fofuras.
Era o casamento da minha melhor amiga e sou madrinha dela e estou feliz por poder ver esse momento mais feliz da minha amiga. entrou comigo na igreja ele é um dos padrinhos e bom como posso dizer…eu amo esse cara, mas duvido que ele irá me notar algum dia. Quem é que vai querer uma garota como eu? E além do mais logo irei embora do Brasil, meu intercambio termina dentro de algumas semanas e nunca que vou dizer a ele que o amo. Se bem que se eu disser e ele recusar logo volto ao meu País e vida que segue, né? Não terei que vê-lo mais.
Mano do céu que perfume gostoso essa menina está usando! Ela está linda pra cara... opa, estou na igreja não posso falar palavrão. Ela está muito, exageradamente muito bonita. Ela vai embora daqui algumas semanas e se eu não agilizar logo ela nunca vai saber que eu a amo. Mas se eu falar e ela rir da minha cara? É muita humilhação! E eu não estou preparado para isso.
- Finalmente esses dois se casaram, né? -Comentei com ela enquanto andávamos em direção ao altar.
- Nem me fale! Achei que esse dia não chegaria nunca! Meu intercambio ia acabar e eles não se casariam.
- Quando é que você volta mesmo? -Eu sabia quando, mas não queria encerrar a conversa.
- Daqui duas semanas.
Quando ia responder chegamos ao altar e cada um foi para o seu lado.
Estávamos e eu sentados numa mesa destinada somente aos padrinhos. Um silêncio absurdo eu queria falar alguma coisa, mas logo desistia.
- Quer dar uma volta ? –perguntou .
- Por favor, vamos.
Andamos pelos arredores do salão, não havia muita gente do lado de fora o que achei até bom porque assim ficaríamos mais à vontade.
- Está há tanto na Inglaterra que logo irá morar aqui para sempre.
- Bem que eu queria, mas não daria certo.
- Por quê?
- Bom... Minha amiga está casada, não seria a mesma coisa como antes, sabe? Então é melhor ficar no Brasil mesmo.
- Ah não pense assim, vocês ainda poderiam sair juntas como fazia no Brasil.
- Ela está casada, não deixaria o marido para sair comigo sempre que eu a chamasse para sair, é outra vida. Principalmente se tiver filhos.
- Então você não moraria aqui nem se sua amiga insistisse?
- Não, porque não há nada que prenda aqui.
- E se eu te listar motivos para ficar? –Ele pegou na minha mão e eu me virei ficando bem na frente dele.
- Diga então.
- ? –Gritou . –Vem, vou jogar o buquê.
- Já volto, quero saber seus motivos para eu ficar. –Sorri para ele e segui a para dentro do salão.
Havia algumas garotas meio desesperadas para pegar o buquê, me desejou boa sorte para enfrentar aquelas doidas. Eu não queria pegar o buquê não tenho namorado e nenhum pretendente para casar, mas o buquê veio parar em minhas mãos então não podia reclamar e sim esperar alguém que me pedisse em casamento.
- Cretina você conseguiu pegar o buquê!!! –Comemorou minha amiga. Ela se agarrou em mim e começou a pular.
- É peguei, mas não é motivo para festa, afinal ainda não tenho ninguém.
- Ter até tem é que você não quer admitir.
- Quem?
- Ele está vindo aí. -Ela apontou para o que se aproximava
- Ei você pegou o buquê! –Disse animado.
-Sim, mas isso não quer dizer que serei a próxima a se casar. -Brinquei
- Quem sabe ficando aqui, encontra alguém.
- Não encontrei no meu País, quem dirá aqui?
- Talvez o cara certo não esteja no seu País. Talvez esteja aqui.
- Era esse os motivos que você ia me dizer para ficar aqui?
- Mais ou menos.
- Pode ser...
- Se quiser te listo os outros.
- Esquece, desculpa, mas nada vai me convencer a ficar aqui. -Já estava ficando sem paciência com essa insistência desse povo em falar que vou encontrar alguém aqui. Fui para mesa dos padrinhos e pretendia ficar lá a festa toda. foi para um canto, ficou encostado na parede com uma taça de champanhe na mão.
Eu estava encostado na parede observando a e pensando que daqui algumas semanas ela iria embora e que eu não iria ter coragem de dizer o que sinto.
- Olha sabia que ficar aqui observando a não vai fazer com que ela saiba que você gosta dela e quer que ela seja sua namorada, né? – me atormentou
- eu não tenho coragem! Sou tímido, não sei como chegar nela e dizer “oi tudo bem? Então eu gosto de você, fica comigo, seja minha namorada”
- Chegando assim ela não vai querer mesmo.
- Eu só não jogo esse champanhe em você porque seria um desperdício. Qual é cara me ajuda?! Por favor. Eu preciso que a seja minha. -Só faltou eu ajoelhar na frente e implorar ainda mais para ele me ajudar.
- Você está ouvindo a música que está tocando? É uma ótima hora para chamá-la para dançar e aí você tenta dizer a ela que a ama.
A ideia do era muito boa, a música que estava tocando era It's Only Love do Def Leppard entreguei a taça ao meu amigo, respirei fundo e caminhei em direção a .
- Gostaria de dançar essa canção comigo?
- Já estava achando que ninguém iria me chamar. -Ela responde ao se levantar.
E nesse momento meu coração batia cada vez mais rápido que achava que ele iria saltar do meu peito, nunca fiquei tão próximo dela como agora, toquei na sua cintura e aproximei ela mais perto do meu corpo, apoiou sua cabeça em meu ombro. Eu poderia ficar ali naquele salão abraçando-a para sempre. Sou apaixonado por ela desde o dia que a vi e desde então eu não consigo parar de pensar nela e isso já está me enlouquecendo. Ela é tão linda e tem uma voz maravilhosa que é como música para meus ouvidos! A gente dançava lentamente no ritmo da música e eu queria poder dizer a letra daquela música todinha a ela. O momento é agora eu preciso dizer tudo que sinto ou nunca mais acho que terei coragem. Me afastei um pouco dela, respirei fundo.
- , eu preciso te dizer algo que venho guardando comigo há muito tempo....
- Pessoal um minutinho da sua atenção. -Falou . -Gostaria de dizer umas palavras para minha querida esposa. -Bem na hora que eu ia falar meu irmão resolveu dizer algo para minha cunhada.
- Poxa que pena, eu estava gostando tanto de dançar com você. – Disse
- Eu também, .
Voltamos para nossa mesa e ouvimos o discurso do meu irmão. Segunda vez só essa noite me interrompe bem na hora que vou falar com ela. Será que é sinal que não devemos ficar juntos?
- do céu como você é burro! – entrou no quarto em que eu estava, gritando e fechando a porta com força me dando um susto que até perdi a concentração do que estava fazendo.
- Não sou burro! Só não tenho coragem.
- Então vamos usar outra palavra: Covarde!
- É que ela mora em outro País, duvido que vá querer sair do seu País para morar comigo.
- Se você tivesse se declarado para ela quem sabe, né? - puxou uma cadeira e se sentou nela ficando na minha frente.
- É que tinha medo que ela dissesse não e ainda pudesse rir. E em minha defesa eu tentei na festa do seu casamento, mas me não deu e você tem culpa nisso.
revirou os olhos após me ouvir
- Não acredito que deixou escapá-la. Que nem tentou mais uma vez. Já pensou se ela gosta de você e só está esperando sua atitude?
- Não, na verdade só pensei no pior mesmo.
- Eu desisto! Continua aí tocando guitarra enquanto sua garota está indo embora. - se levantou e foi em direção a porta. Foi quando me deu um desespero de saber que nunca mais a veria e que estava perdendo a chance.
- GREG ESPERA.
virou para trás e veio em minha direção.
- Por favor cara me leva até o aeroporto eu preciso dizer que a amo.
- Meio tarde não acha?
- Mas não era você mesmo que estava insistindo para eu dizer?
- Sim, mas antes, agora ela já deve ter embarcado. - deu de ombro. Pegou seu celular e ligou para sua esposa, perguntou em qual aeroporto estava. -Você está com sorte meu irmão! Temos um pouco mais de meia hora para chegar ao aeroporto.
Saímos rapidamente da minha casa entramos no carro do e seguimos em direção ao aeroporto eu estava nervoso pensando na decisão que tomei. E seu eu chegar lá e ela já tiver embarcado? E se eu chegar a tempo, conversar com ela e a dizer não? Eu tentava pensar positivo, mas o nervosismo não deixava. Assim que chegamos entramos correndo no aeroporto como se estivéssemos correndo uma maratona, paramos em frente ao painel para olhar qual era o voo da se já tinha saído.
- Olha a ali na fila já embarcando. -Avisou e nesse momento eu não via mais nada a minha volta a única pessoa que eu me importava era a . Ela estava entregando seu cartão de embarque para o atendente, ela já estava embarcando e eu já estava perdendo de vista e tentava acelerar meus passos, porém havia tantas pessoas passando na minha frente que se tornava quase impossível andar mais rápido e conseguir ter uma visão melhor da garota que eu gosto. Eu tinha que fazer alguma coisa
- SAH, SAH, AQUI. OLHA AQUI. -Eu gritava, mas nem sequer ela olhava para trás.
- SABRINA - berrou me dando um mega susto! -É assim que se grita, não lembra do último episódio de Friends, não?
olhou para trás, e eu ficamos pulando e balançando os braços com a intenção que ela nos visse, mas ela logo se virou passando pelo portão do embarque. O atendente já estava recebendo o cartão de embarque da última passageira.
- Sinto muito . -Lamentou .
- Tudo bem pelo menos tentei né?
- Sim, chegamos a tempo. Animo cara, daqui uns meses é Natal e com certeza ela virá para cá. E você pode pedir o número do celular dela pra e conversar com a .
Não era má ideia, eu até queria fazer isso, porém fiquei bem desanimado por não ter dado certo de ter falado com ela no aeroporto. O tempo foi passando e minha coragem sumiu de novo. Eu peguei o número dela, mas não tinha coragem de mandar um oi. Uma vez escrevi um textão falando tudo que sentia, falei que fui até o aeroporto, mas logo em seguida apaguei tudo. O fato de não ter dado certo o lance do aeroporto me fez pensar que era um sinal que nós dois não era para ser, mesmo eu querendo muito que ela fosse minha nem que fosse por um dia, mas queria que fosse. Eu sonho com ela quase toda noite às vezes me sinto como um adolescente que fica andando por aí distraído como um bobo apaixonado.
Alguns dias se passaram depois que eu voltei ao meu País, e eu conversávamos de vez em quando. Ela estava casada e não tinha tanto tempo para mim, não que eu estivesse com ciúmes, eu estava feliz por feliz por ela, mas sentia falta de antes. Às vezes perguntava do o que deixava ela doidinha, animada por saber se eu finalmente iria admitir que estava interessada nele. A verdade é que eu queria saber se era ele mesmo que estava no aeroporto quando fui embora, mas falar isso era admitir que ouvi gritarem meu nome e que os vi quando estava embarcando.
Dezembro de 2018, Londres, Inglaterra.
Fazia uma semana que voltei à Inglaterra, estava na casa da . Ela e me convidaram para passar o natal e o ano novo com eles e também para conhecer a nova casar que era enorme e bem aconchegante. estava gravida de dois meses, se ela e já estavam cheios de amores no casamento, em casa e agora com a gravida era pior no bom sentido, era legal ver o amor deles. havia chegado sozinho e estranhei um cara tão bonito não ter chegado acompanhado, desde o casamento da não tive contato mais com ele. Ele está solteiro ou não encontrou a pessoa certa ou quer ficar solteiro. Decidi ir para o quintal, estava nevando e queria ficar apreciando isso afinal onde moro não tem neve. Desde o dia do casamento da ficava pensando quais seriam os motivos que me daria para ficar aqui na Inglaterra. Eu deveria ter deixado ele dizer aquele dia, agora ele nunca mais vai me falar.
- Oi . -Disse sentando no degrau da escada ao meu lado
- Oi .
- Tudo bem?
- Sim e você?
- Bem também. Já fez aqueles anjinhos na neve? -Perguntou ele
- Não, mas sempre quis fazer.
- Podemos fazer agora se quiser.
- Eu topo.
Descemos as escadas e deitamo-nos no chão e começamos a movimentar os braços e pernas. Estava adorando fazer aquilo, era divertido ainda mais ao lado da pessoa que amo.
- Está gostando?
- Estou amando até porque estou com você. –Respondi sem pensar. Quando me dei conta parei de me movimentar
- ?
- Desculpa, vou lá pra dentro está frio. –Respondi ao me levantar.
- Ei espera. –Ele segurou meus braços.
- Só queria dizer que também estava gostando porque tinha sua companhia, gosto de ter você por perto.
- Obrigada. –Respondi sem graça. –Vamos entrar? Está muito frio. -Ah por que fui dizer aquilo?? Por que disse que estava bom porque ele estava junto? Entramos na cozinha e todos olhavam para gente como se tivéssemos cometido um crime.
- Ei poderia ir lá embaixo escolher algum vinho para acompanhar a ceia? –Pediu .
- Ah sim, claro.
- vai com ele porque ele pode beber tudo e não deixar nada pra gente. -Pediu
- Tem certeza que sou a pessoa mais indicada?
- Claro que sim.
Fomos até a adega onde estavam os vinhos. Havia várias opções da bebida, já vi que passarei horas aqui, até porque não entendo nada.
- Que tipo de vinho você gosta? –Ele me perguntou quebrando silencio.
- Na verdade não curto muito bebida alcoólica. Já tomei vinho normal, quer dizer eu sei que tem o vinho branco, mas só experimentei o dar cor vinho, entende? –Ele riu do que eu disse.
- Entendi sim o que quis dizer.
- Acha que a gente consegue escolher rápido.
- Acredito que sim. Já escolhi um.
- Que rápido, então podemos voltar lá pra cima.
- Podemos sim. –Ele riu novamente.
Caminhamos até porta, mas ela estava fechada o que achamos estranho porque nenhum de nós a fechamos. Ficamos assustados quando vimos que estava trancada. Peguei meu celular e liguei para e ela não atendia.
- não me atende.
- Nem o e me atende.
- Será que aconteceu alguma coisa?
- Calma, não se assuste, deve ser brincadeira deles.
- Mas porque eles trancariam a gente aqui?
- Sabem como é né? Cheio das zoeiras.
Meu celular começou a tocar, atendi ao ver que era a , também falava ao celular. Quando encerramos nossas ligações olhamos um para outro assustado. Peguei a garrafa de vinho da sua mão e tentei abrir.
- Achei que não bebesse.
- Não bebo, mas como vou ter que passar o resto da minha vida aqui, então vou beber. –Respondi, sentei-me no chão e tentava não acreditar no que estava acontecendo. Estava presa em uma adega da casa do junto com . nos trancou e disse que só destrancaria a porta quando e eu ficássemos juntos.
- E por que acha que vai passar o resto da sua vida aqui? –Pergunto, ele pegou a garrafa da minha mão e colocou no chão.
- Porque a gente não vai ficar junto, então nem você e nem eu vamos sair daqui.
- Não vamos?
- Não, até parece que você vai me querer.
- E se eu disser que sim. Que os motivos que eu iria te dizer para ficar aqui no casamento da minha cunhada, era justamente esse. Eu quero que você fique aqui perto de mim. Quero te mostrar que sou o cara certo, que você nunca encontrou ninguém porque esse alguém está nesse País, eu amo você e quero que fique ao meu lado.
- Eu também queria ficar, queria ser sua, eu também te amo.
- Então não tem por que você voltar ao teu País.
- Como se fosse fácil assim, são muitas barreiras entre a gente.
- Eu quebro todas elas só para ficar com você. –Ele se sentou na minha frente e segurou minha mão.
- Mas são muitas, eu tenho medo.
- Medo do que?
- De você se cansar de mim, dos que os outros irão pensar. Você é rico eu sou pobre, você mora num País de primeiro mundo e eu de terceiro, sem falar da diferença de idade. Você sabe o que vão falar de mim por estar com você.
- Eu não vou me cansar de você porque o que sinto não é paixão e sim amor! Não é algo passageiro e sim eterno. Eu quero estar ao se lado para sempre! Vai deixar de ser pobre e ficar rica, vai morar num País de primeiro mundo aprender nossos costumes e você pode ensinar os costumes do seu País. E eu realmente não importo o que vão falar da gente. Se te ofenderem eu vou te defender, não se preocupe com nada, eu estarei com você.
- Promete? Porque eu morreria se você me deixasse.
- Prometo. Você disse que quer ser minha, então não deixe o medo falar alto, ok? Mas também não quero te pressionar, não estou fazendo isso para sairmos daqui.
- Eu sei, mas vou arriscar, podemos tentar. –Sorri para ele. E depois dessa conversa aconteceu nosso primeiro beijo, eu não estava preparada simplesmente aconteceu. Ele tocou meu rosto e nos aproximamos, quando me dei conta nossas línguas dançavam no mesmo ritmo. Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e ele meu puxou para mais perto dele.
- Oww que lindo os dois. –Disse
- Que susto!! Que fazem aqui? –Perguntei envergonhada. , e com sua namorada estavam na porta olhando para nós dois.
- Resolvemos parar de punir vocês e pelo jeito viemos na hora certa!! -Disse .
- Que fofos vocês dois. A ceia já está pronta. Feliz Natal, subam o castigo acabou. –Disse toda empolgada. Esperamos todos eles subirem e nos beijamos mais uma vez.
- Feliz Natal,
- Feliz Natal . Que seja o primeiro de muitos.
- Eu sei que vai.
E realmente foi o primeiro de muitos, eu realmente me mudei para o País dele e vivemos um romance recheado de fofuras.