Fanfic finalizada.

Capítulo Único

POV

O mundo das sombras (como as pessoas costumam chamá-lo) acabou sendo exposto uns anos atrás, mas, antes que qualquer guerra pudesse acontecer, os líderes de todas as comunidades (acreditem, existe um líder para cada subgrupo daquele outro mundo) fizeram um acordo de paz. Nenhum grupo atacava o outro e, quando aconteciam sumiços repentinos de alguém de uma das comunidades, os casos eram abafados pelas autoridades e ninguém nunca mencionava os desaparecimentos. Cada vez mais o mundo das sombras está tomando o nosso, e é só questão de tempo até que todos virem algum ser místico.

Entro no bar indicado no site como um dos ‘locais mais fáceis de achar algum vampiro’, indo direto para o balcão e ignorando os olhares pesados dos outros sobre mim.
“Um copo de gin, por favor.” Falo para o balconista ao me sentar no banquinho alto.
“O que uma garotinha está fazendo aqui?” Um cara alto se aproxima de onde eu estava sentada e apoia o braço no balcão.
“Nada que te interesse.” Dou um sorriso e percebo mais alguns se aproximando por trás. “Virei atração agora?”
?” Pablo, meu colega de trabalho, atravessa a barreira de homens (ou vampiros) como se fosse água e eles se afastam imediatamente. “Você conhece esse lugar?”
“Eu achei na internet, parecia divertido.”
“Sabe o que é mais divertido? Pizza. Eu sei de uma pizzaria muito boa...”
“Não serve para o que eu estou procurando.” Falo e tomo um gole da bebida à minha frente.
“Olha, eu não sei o que está procurando, mas eu tenho certeza de que esse não é o lugar certo.” Apesar de sua voz preocupada, ele se senta ao meu lado, se aproximando um pouco e diminuindo a voz.
“Pablo, eu sei o que tem aqui, foi exatamente por isso que eu vim.”
“Como assim?”
“Eu quero ser transformada.”
“Não fala isso em voz alta!” Ele me repreende e imediatamente outro grupo se aproxima do balcão. “Ela não está interessada.”
“E quem diz isso é ela ou você?"
“Sabe, o vai gostar de saber que você tá me importunando.” Pablo dá um sorriso cínico e o cara se afasta ao escutar o nome.
“Você é vampiro ou algo assim?”
“Não, eu só tenho meus contatos. Mas isso não importa, primeiro temos que te tirar daqui.”
“Eu vou fazer isso de qualquer jeito, com ou sem ajuda.”
“E como você pretende fazer isso? Gritando no meio do bar se alguém quer te transformar em vampira?” Ele me encara e eu abro a boca, mas logo a fecho, sem ter ideia do que responder. “Olha, já que não vou te fazer mudar de ideia, eu conheço alguém que talvez faça. Eu não estou dando certeza, mas ele com certeza é mais confiável do que qualquer um daqui.”
“E onde ele está?”
“Eu posso te mostrar, mas você tem que me prometer que vai pensar muito antes de decidir isso.”
“Não que vá mudar alguma coisa, mas prometo.” Aperto sua mão e pago a bebida, me dirigindo à saída do estabelecimento com Pablo em meu encalço.
Depois das diversas tentativas de me fazer desistir, ele me leva até uma boate e, apesar da fila enorme para entrar, vai até onde estava o segurança, que nos deixa entrar imediatamente.
“Preciso ver o . Fala que é o Pablo.” Ele fala para outro segurança parado em frente a uma cortina vermelha, que nos manda esperar e adentra o local.
“Vem cá, de onde você conhece esse ?”
“Nos conhecemos desde criança. Eu sei tudo o que ele passou, e não foi fácil. Por isso estou pedindo para você repensar muito antes de fazer isso. Só não pergunta pra ele como ocorreu a transformação, é uma história ruim.” Apenas concordo com a cabeça e, antes de eu fazer mais alguma pergunta, o segurança reaparece e nos guia para dentro.
O cômodo era pequeno e escuro, mas grande o suficiente para caberem oito pessoas. Isto é, porque além de mim, Pablo e o segurança que havia nos levado para lá, ainda haviam mais dois seguranças parados nos cantos do quartinho, um homem sentado numa espécie de trono e duas mulheres ao lado dele, que nos encaram assim que pisamos no local. O que estava sentado se levanta e vai até o nosso encontro, dando um abraço em Pablo e se virando para mim depois.
“Prazer em conhecê-la, .” Ele pega minha mão e sinto seus lábios frios encostarem em minha pele, causando um leve arrepio. “Eu me chamo .” Seu olhar se volta para o meu e permaneço estática, incapacitada de ter alguma reação.

Já haviam me dito que vampiros tinham fama de sedutores, mas eu nunca pensei que eram tanto assim.

“Então, o que vieram fazer aqui?” afasta lentamente sua mão da minha, ainda com seu olhar sobre o meu, dessa vez com um meio sorriso no rosto.
“A precisa de um favor seu. Eu vou esperar lá fora... boa sorte.” Pablo dá um toque reconfortante em meu ombro, saindo do cômodo logo em seguida, e se aproxima.
“Saiam.” Ele ordena, ainda mantendo seu olhar sobre mim, e todos se retiram do cômodo, as duas mulheres me fuzilando antes de saírem. “Então... o que traz uma humana tão bonita até aqui?”
“Eu quero me transformar.” Falo segundos após sair do transe que seus olhos haviam me causado e ele solta uma risada anasalada, ficando com um semblante sério logo após.
“Você está falando sério?” Apenas confirmo com a cabeça e fico esperando alguma reação dele, que sinaliza para eu sentar numa poltrona e fica de frente para mim. “E por que eu te ajudaria?” Ele se inclina para frente, os olhos vidrados nos meus, como se estivesse tentando decifrar algo.
“Eu poderia ficar aqui inventando mil e uma desculpas para isso, mas não vou. Não tenho nada a perder.”
“Você sabe que não se trata só disso, não é?” Ele aparentava estar começando a ficar irritado. “Alguns de nós não tiveram escolha, fomos... foram obrigados a viver assim e você acha que eu vou te transformar por puro capricho?”
“Eu quero sentir como é. E estou disposta a passar por todo o processo de transformação. Eu sei que é arriscado, mas...”
“E a sua família?”
“Como eu disse, não tenho nada a perder.” Me ajeito na cadeira, torcendo para que ele apenas aceitasse.
“E onde eles estão agora?”
“Não sei e nem quero saber. Eu cresci em um lar de adoção e comecei a trabalhar cedo para pagar meus estudos, com a ajuda das donas de lá. Me formei e consegui um bom emprego, um apartamento para morar, e uma vida monótona. É isso, eu não tenho nada a que me apegar.”
“Sua vida, talvez.”
“Ultimamente isso não está sendo suficiente.” Dou um riso melancólico e me volto para o vampiro à minha frente. “Eu já cuidei de mim mesma por todo esse tempo, eu consigo.” solta uma risadinha e volta a olhar para mim.
“Eu não vou deixar você passar pela transformação sozinha. Se pensa que somos solitários, você está completamente enganada. Todos se ajudam na minha comunidade, somos uma família. Seria um risco para você e para os humanos, poderia até causar uma quebra no nosso tratado de paz.”
“Então isso quer dizer que você...”
“Não, eu quero que primeiro você pense em tudo que isso vai causar na sua vida. Você sabe que se entrar em contato direto com a luz solar envelhece rapidamente, não é?” Confirmo com a cabeça e ele se levanta, um semblante preocupado em seu rosto. “Você realmente quer isso?”
“Por favor.” Faço o mesmo que ele, me aproximando.
“Venha comigo.” me guia para fora do cômodo, onde encontramos com Pablo, que se levanta da cadeira em que estava sentado e vai em nossa direção.
“Me diz que você conseguiu convencer ela.” Ele implora, mas o vampiro nega com a cabeça.
“Ela não cedeu, já está decidida.” me analisa de cima a baixo com um sorriso ladino.

Como ele consegue ficar tão gostoso até sem fazer nada?

“Eu vou levar ela, só passa lá quando eu disser que você pode.” põe a mão no ombro do homem e Pablo me abraça, me desejando boa sorte. “Vou pedir para te acompanharem em casa.” Ele fala antes de nos afastarmos e saímos do local. “Você e o Pablo parecem ser próximos.”
“Ele é o mais próximo que posso chamar de amigo... e é gay.”
“Vocês humanos são muito complicados. Se você sente atração por alguém, vai lá e fica com ele. Por exemplo, você está pensando no quão sedutor eu sou, não é?” Ele pergunta, se aproximando do muro em que eu estava encostada na rua deserta.
“Exatamente isso.” Dou um sorriso convencido e o vampiro parece surpreso. “Você acha que eu não fiz a pesquisa de tudo? É óbvio que eu sei que vocês conseguem ler pensamentos.”
“Claro, você estudou bem.” sorri e eu mordo meu lábio inferior, o que chama sua atenção por um momento. “Vamos, ou você não quer ser transformada?” Ele solta um pigarro e me ajuda a subir em suas costas, suas mãos geladas encostando nas minhas coxas desnudas devido ao vestido que eu usava. Apoio minhas mãos no seu pescoço e não demora muito até eu sentir o vento gelado batendo no meu rosto e a pressão do meu corpo sobre o dele ficar maior à medida que a velocidade aumentava.
Paramos de frente a um prédio de aparência velha e ele me ajuda a descer, me guiando para dentro do local.
“Era um hotel, agora serve como um tipo de covil.” explica enquanto subíamos as escadas, e olho para os lados, com a impressão de estar sendo observada. “Não vão fazer nada, você está comigo.” Ele se aproxima e apoia o braço nas minhas costas, me guiando até o que parecia ser uma das suítes do hotel.
“Senta.” O vampiro pede após trancar a porta e vir em minha direção, tirando o casaco que usava e ficando apenas com uma camisa social.
Me sento na ponta da cama e aguardo ele vir na minha direção, o impedindo de morder o próprio braço.
“Para se transformar você precisa beber meu sangue.”
“Eu sei, mas primeiro queria fazer outra coisa.” me observa levantar e caminhar lentamente até sua direção, prendendo meu cabelo em um coque e deixando o pescoço à mostra.
“O que você está tentando fazer?”
“Não tem vontade?” Pergunto me aproximando cada vez mais dele, que não recua.
“É muito tentador, mas eu não posso. Você não veio aqui para ser transformada, não é?”
“Demorou muito para perceber?”
“E o que você quer, então?”
“Sexo.” Falo com um sorriso convencido e se afasta, pegando duas taças e uma garrafa de vinho.
“Eu não transo com humanas.” Ele me oferece a bebida e eu aceito, me sentando ao seu lado no sofá e tomando um gole.
“E por que eu ainda estou aqui, tomando vinho e sentada no sofá com você? Não precisa ler mentes para saber que eu te causei um interesse.” Limpo um pouco de vinho que havia ficado na lateral da minha boca com o polegar.
“Você... é diferente dos outros.” Concordo com a cabeça e a aproximo de seu pescoço, dando leves mordiscadas. “Eu não posso...” Ele se afasta, mas não o suficiente para separar nossos corpos, e eu encaro seus olhos negros.
“Por quê?”
“Você pode se machucar.”
“Acha que eu já não fiz isso antes?” Recebo um olhar surpreso de e aproveito para aproximar minha boca de sua orelha. “Por que não experimenta um pouco?” Levo sua cabeça em direção a minha, selando nossos lábios por milésimos de segundos. Me afasto um pouco, mas me puxa para seu colo e inicia um beijo sedento.
Sinto o vestido subindo à medida que eu movia meu quadril contra o dele e suas mãos apertarem forte minha cintura, me fazendo soltar um gemido baixo.
“Tudo bem?”
“Não para.” Protesto após ele parar o beijo e aproveito a pausa para tirar meu vestido por completo, deixando apenas a calcinha de renda que eu havia escolhido a dedo para hoje.
“Você tá me deixando louco.” fala com a voz um pouco rouca logo após desabotoar a camisa social e a jogar em qualquer lugar do quarto.
Ele depositou alguns beijos pelo meu tronco enquanto brincava com a borda da minha calcinha, a arrancando logo em seguida, junto com a calça e a cueca de uma só vez. Solto um gemido alto assim que sinto seu membro me penetrar e suas mãos pressionavam cada vez mais meu corpo contra o dele, me fazendo arrepiar ao sentir a superfície gelada. Ele me deita e prensa todo meu corpo no sofá, aumentando a velocidade das estocadas ao obter apoio suficiente para suas mãos. diminui o ritmo, passeando a mão pelos meus seios e me beija, mordendo meu lábio inferior um pouco forte, e o fazendo sangrar.
“Me desculpa.” Ele se afasta e percebo sua reluta por conta do sangue à mostra, mordendo meu lábio para deixar evidente a ferida.
“Me mostre seus dentes.” Sussurro e aproximo minha boca da dele novamente, sentindo ele se deliciar com o gosto metálico do meu sangue.
“Eu não consigo me controlar com você assim.” Ele vira meu corpo e eu fico de costas, o sentindo entrar em mim novamente, dessa vez por trás. Guio sua cabeça até meu pescoço e sinto seus dentes penetrarem minha pele, soltando um gemido de prazer.
Após finalizarmos ficamos deitados por um tempo e, ao ver que seus olhos estavam fechados, me levanto e busco pelas minhas roupas, mas me assusto ao ouvir sua voz atrás de mim.
“Na sua pesquisa não tinha nada falando que a gente não dorme? Tá tentando sair escondida.” Viro em sua direção e o encontro me analisando com um olhar malicioso.
“Eu estava procurando minhas roupas.”
“Quer dizer que você já está acostumada com isso?” Ele aponta para as diversas manchas na minha pele e eu sorrio com satisfação.
“Não com um sexo tão bom quanto esse, mas com os machucados sim.” Visto a calcinha e o vestido e me sento ao seu lado novamente.
“Você mentiu sobre tudo? Sobre sua vida?”
“Não. Tudo o que eu falei pra você foi verdade. Sabe, depois de hoje eu até cogitei realmente virar uma vampira.”
“Você já me convenceu, então a decisão é sua.” Eu confirmo com a cabeça e me ajeito no sofá.
“Eu tô pronta.” Ele dá uma mordida no próprio braço e aproxima do meu rosto, pondo um dos braços na lateral da minha cabeça.
“Eu vou empurrar levemente a sua cabeça, para tentar fazer você tomar tudo. O gosto é meio ruim no começo, mas você se acostuma.” Ele se agacha e sinto sua mão acariciar o local, seus olhos passando por todo o meu rosto. “Você é linda... E nunca mais vai ficar corada assim de novo.” guia minha mão esquerda até seu ombro e empurra minha cabeça na direção de seu outro braço. “Só pare quando eu disser para parar.”
Eu engulo em seco ao sentir o cheiro forte e sugo o sangue da mordida, segurando o mais forte que podia em seu ombro à medida que ele pressionava minha cabeça e tentando afastar ao máximo a vontade de vomitar que estava sentindo. Meu corpo começa a latejar e sinto estar ficando mais fraca a cada segundo. “Pode parar.” Ele afasta minha cabeça do local e me ajuda a deitar na cama, pegando um paninho molhado e limpando minha boca. Consigo visualizar marcas de unha por todo o seu corpo, que logo vão desaparecendo. “Você vai se sentir muito tonta e vai apagar por um tempo.” Seguro forte em sua mão à medida que uma dor se instalava por todo o meu corpo, e fecho os olhos, já sabendo até onde aquela dor iria levar.
Abro os olhos lentamente e, ao olhar para o lado, vejo sorrindo.
“Você morreu por duas horas.” Ele me ajuda a sentar e percebo que sua mão ainda segurava a minha.
“Ficou comigo por todo esse tempo?”
“Você parecia confortável, então eu deixei. Como se sente?”
“Estranha.” Ele finalmente solta minha mão, apenas para pegar um copo no canto da escrivaninha, e bota na minha frente. O cheiro era de sangue, mas, diferente de antes, a única coisa que eu sentia era vontade de bebê-lo.
“Durante um dia, você vai ter que beber alguns goles de sangue humano, para poder terminar o processo de transição.” aproxima o copo e eu bebo todo o conteúdo como se fosse água, o entregando depois. Ele pega o paninho úmido para limpar minha boca novamente e, ao terminar, sinto seu polegar passar ao redor dela. “Vai ficar muito sonolenta durante esse tempo, mas depois passa.”
Começo a sentir uma dor se espalhando por todo o meu corpo e solto um grito, sendo acolhida por , que fica abraçado comigo durante algum tempo, tentando me acalmar.
“Você ainda está muito sensível.” Ele acaricia meus cabelos e me permito fechar os olhos ainda em seus braços.
Acordo novamente, dessa vez um pouco menos tonta do que antes, e me apoio na cama, sentindo o cheiro de sangue de longe assim que ele se aproxima com o copo. O vampiro se senta ao meu lado me entregando o sangue e eu bebo um gole, com meus olhos vidrados nos dele, e o beijo, ainda sentindo o gosto de sangue, que já havia se tornado irresistível.
“Você tem que descansar.” Ele ri e se afasta novamente, passando a língua pelos lábios.
Termino de beber o copo de sangue e me deito novamente na cama, acordando um tempo depois com um cheiro forte de sangue. Sinto uma sensação estranha na boca e, ao me olhar no espelho, percebo que os famosos ‘dentes de vampiro’ já tinham nascido. Vou na direção do copo e vejo sentado no canto do cômodo, olhando diretamente para mim.
“Esse é o último que você precisa tomar, por agora. Depois eu vou te prender numa corrente, você vai acordar faminta e muito descontrolada.” Concordo com a cabeça e ele se levanta, vindo na minha direção.
“O Pablo...”
“Contou como eu me transformei?”
“Não, ele só disse que foi uma história ruim. Não precisa contar se não quiser.”
“É, eu não gosto muito de falar sobre isso.” Ele dá uma pausa e se senta na cama, me convidando para fazer o mesmo. “Quando eu tinha quinze anos, eu e um grupo de meninos formamos uma gangue para caçar vampiros, apenas para provar que não éramos mais crianças e que não tínhamos mais medo das histórias que contavam sobre eles. Antes de ir, minha mãe me deu uma cruz, para me proteger.” Ele tira um colar de seu bolso e vejo seus dedos queimarem. “Somos criaturas diabólicas, tudo o que é divino nos faz sofrer...” guarda novamente o pequeno objeto e continua. “Acabamos achando o covil, era esse local, Hotel Durmot, e atacamos à noite. Eram poucos, e conseguimos matar a maioria. Meus amigos conseguiram fugir, mas eu fui capturado por um dos que restaram, que acabou me transformando, na tentativa de matar meus amigos. Eu o matei antes de completar a transição e, assim que acordei novamente, com uma fome voraz, foi a hora que meus amigos haviam voltado para me resgatar... e eu acabei matando cada um deles.” Seu olhar era distante, melancólico, e ele limpou a garganta antes de continuar. “Depois, minha mãe contratou um bruxo para me salvar. Ele me ajudou a controlar meus instintos e me impediu de várias tentativas de suicídio. Eu não conseguia ficar com a culpa de ter bebido do sangue dos meus próprios amigos.”
“Mas a culpa não foi sua.”
“Mas eu os matei... por isso eu estou tomando todos os cuidados necessários para transformar você. Eu não quero que faça algo de que vai se arrepender depois, .” Ponho a mão em cima da sua e dou um sorriso reconfortante.
“Pode deixar, eu tenho um ótimo instrutor.”
Ele pega algumas correntes em um armário e se senta ao meu lado novamente, prendendo cada membro meu numa extremidade da cama. passa seus dedos pelo meu rosto, se afastando logo depois, e dando um sorriso reconfortante.
“Fica tranquila, logo vai passar.”
Acordo sentindo uma fome voraz e não conseguindo controlar nenhum dos meus sentidos. Beber sangue havia se tornado minha única vontade. Eu queria matar. O que quer que fosse, eu só queria matar.
“Calma.” Ouço a voz de se aproximando e começo a me debater na cama. Eu queria matá-lo.
Grito o mais alto que consigo e tento me soltar de todas as formas possíveis das correntes que prendiam meus pulsos, mas sem sucesso. Sinto o cheiro de sangue e vejo aproximar seu braço da minha boca, me incentivando a morder o local, e começo a sugar todo o sangue possível. Ele desprende cada corrente e me permito relaxar com sua mão acariciando minha bochecha, tomando um susto quando a porta do quarto é escancarada.
“Camille.” Ouço o vampiro falar enquanto se levantava da cama.
“Eu precisava ver com meus próprios olhos. Você realmente transformou essa humana.” Uma mulher alta e extremamente elegante, que eu lembrava ter sido uma das duas que estavam sentadas ao lado dele no trono, se aproxima, vindo em minha direção, mas fica entre nós.
“Isso não é da sua conta. Essa comunidade é minha...”
“Então você nos arriscaria por causa de um humano?”
“Ela é uma de nós agora.”
“Se ela se descontrolar e matar alguém...”
“Ela não vai. Eu vou ajudá-la. Ou não é apenas com isso que você está preocupada?”
“Você vai fazer como sempre, escolher uma qualquer e depois de uma semana vai perder o interesse e voltar com o rabinho entre as pernas.” Perco a paciência e me levanto da cama, indo na direção de e o puxando, selando nossos lábios e sendo correspondida por ele. O beijo termina com um sorriso de ambas as partes e o abraço de lado, me virando para Camille.
“O que você estava dizendo mesmo?” Ela dá um sorriso irônico e sai do quarto, nos deixando sozinhos.
“Você vai dar muito trabalho.” ri, ainda abraçado, se virando na minha direção, e sorrio ao perceber que uma nova vida havia se iniciado naquele momento, não só para mim, mas para o vampiro à minha frente.




FIM.



Nota da autora: Assim que eu vi a letra da música tive certeza que ela tinha que ser sobre vampiros kkkkkkkkkk. Espero que gostem e não se esqueçam de comentar!

Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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