Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

não tinha culpa de acabar escutando a conversa da colega de trabalho, que não se deu o mínimo pingo de dúvida ao começar a falar daquele assunto no banheiro. De forma alguma aquilo poderia ser sua culpa, além de que ela sempre atravessava o prédio para ir àquele banheiro em si, justamente por ser próximo à porta de entrada do terraço, que sempre ia na hora do almoço.

— Eu tenho quase certeza de que ele sente o mesmo por mim. — escutou a colega de trabalho dizer, enquanto retocava sua maquiagem de frente para o espelho.
— Mas não dizem por aí que ele gosta daquela amiga de infância dele? Qual o nome dela mesmo? Liza? Linda? — escutou, rolando seus olhos em desgosto, afinal seu nome nem sequer era tão difícil assim.
? — Ela escutou a outra dizer, enquanto ria debochada. — Ele nunca cairia aos encantos dela, sabe, ela não faz o tipo dele.
— Como você sabe? — a outra mulher perguntou curiosa. — Vocês já conversaram sobre isso?
— Hm, bom — a outra respondeu pensativa —, pode-se dizer que sim. — Ela riu sem graça.
— Eu bem que suspeitei que toda essa proximidade deles, era ela forçando a barra — ela disse, rindo.
— Eu tenho certeza de que ela só entrou nessa empresa por causa dele. — As duas deram risada e fez questão de respirar fundo para não perder a paciência e sair daquele banheiro na mesma hora.

havia entrado na empresa porque ela havia implorado. Ele tinha talento e podia facilmente crescer lá dentro. Ele havia nascido para ser um artista e ela para cuidar da parte musical, por isso havia aplicado para o programa de jovens produtores da empresa meses antes. E, ainda assim, seus créditos eram tirados nessa história. Definitivamente, havia se tornado algo grande ali dentro.

— E quando você pretende se declarar? — uma das colegas perguntou, tirando a atenção da mesma que estava em seus pensamentos.
— Se ele não fizer nada em uma semana, eu vou começar a jogar algumas indiretas para ver se ele entende que meus sentimentos são os mesmos — a outra respondeu, rindo.
sempre foi meio lento, não é? — ela comentou, rindo.

E riu junto, porque se tinha algo que não era, isso seria lento. Ele sempre foi muito organizado e direto. Resumindo, sempre foi muito para frente e essa era uma das qualidades que ela mais amava nele.

— Mas ele vai perceber e se jogar de vez nos meus braços assim que isso acontecer, você vai ver. — pôde ouvir sua risada descarada de onde estava. — Vamos, já está quase em nosso horário.


— Droga! — as xingou mentalmente, enquanto olhava seu relógio. Ainda não havia almoçado e sua reunião semanal começaria em menos de cinco minutos.

As duas saíram do banheiro, sendo seguidas por uma sorrateira, que saiu logo em seguida, sem fazer barulho, para que elas não soubessem que estava ali o tempo todo.

caminhou pelo lado oposto delas, dando a volta maior pelo prédio. Ela não entendia bem por que, mas o assunto havia a incomodado. Não pelo fato de que sempre diziam que ela quem seguia por todos os lados, mas sim pelo fato de a colega ter tanta certeza dos sentimentos do amigo em relação a ela. Talvez realmente estivesse deixando de prestar atenção como fazia desde a escola.

sempre havia sido muito popular e amado na escola, onde ela o conheceu, afinal ele sempre foi muito gentil, simpático e engraçado, coisa que todos amavam nele.

! — Ela escutou a voz de uma das mulheres que estavam no banheiro no final do corredor, onde os elevadores ficavam.

A pronúncia do apelido tirou ela de seus pensamentos imediatamente. Ela pensou em se aproximar, mas assim que colocou os olhos na direção dele, pensou que ele estaria ocupado demais para lhe dar atenção, por isso apenas fingiu que não o havia visto se aproximando do elevador mais próximo dela e entrando segundos depois, sem sequer olhar ou prestar atenção nele ou na conversa que eles poderiam estar tendo, afinal ela não queria atrapalhar o que quer que fosse.

— O que veio fazer nesse andar? — uma delas perguntou, sorrindo para a amiga ao lado.
— Vim procurar por alguém que deveria ter almoçado comigo hoje, mas simplesmente não apareceu — ele disse alto o suficiente para que escutasse, mas nenhuma reação dela veio ao seu encontro, a não ser por seus pés entrando no elevador e ele a perdendo de vista.

Olhou preocupado na direção e quase foi atrás da amiga, se não fosse pelas duas à sua frente.

— Você não avisou. — A mesma que antes havia dito que tinha interesse nela tirou a atenção dele da porta do elevador se fechando, com leves soquinhos que ela deu em seu ombro.
— Uhu? — ele perguntou confuso. — Ah, desculpe! Eu estava falando de , mas ela não me parece bem hoje — ele disse, olhando mais uma vez para o elevador, preocupado pela expressão que a amiga trazia no rosto. — Se me dão licença, preciso continuar procurando por ela.


A verdade era que não, não tinha interesse em mais ninguém em sua vida desde o oitavo ano, quando conheceu no campo de futebol da escola.


FLASHBACK ON


— Onde está sua plaquinha de identificação, senhorita Fiore? — o professor perguntou, assim que colocou os olhos em , que se sentava em sua mesa, ao lado de uma de suas amigas que dividia mesa naquela aula.
— Bem aqui. — Ela apontou para o espaço vazio em seu sweater. — Oh! — disse, vendo que não havia nada ali. — Eu juro que estava aqui até um minuto atrás.
— Sem o uniforme completo, sem aula para a senhorita! — ele disse. — Desça até onde acha que o perdeu e apenas volte com ele em mãos, esse é seu último aviso.
— Mas... — ela foi interrompida pelo mais velho.
— Sem mais — ele disse. — Já é o terceiro esse mês. A senhorita precisa ser mais responsável com suas coisas.

não se atreveu a dizer mais nada, ela apenas se levantou e se preparou para se retirar da sala de aula, irritada. Estava cansada também de sempre perder aquelas plaquinhas inúteis, não era sua culpa se elas não suportavam o peso e caíam por aí.

— Hm, professor! — disse, antes que se retirasse. Ela não ia dar atenção porque provavelmente ele apenas lembraria o professor sobre alguma tarefa ou trabalho, como representante de classe, mas ele gentilmente segurou seu pulso quando ela passou por sua mesa, não deixando que ela continuasse. — Eu estou com a plaquinha de identificação de , ela não teve culpa dessa vez — ele disse, sorrindo para a garota, enquanto todos da sala os olhavam curiosos. — Alguém do segundo ano passou por ela correndo e derrubou suas coisas — ele disse, contando o acontecimento de mais cedo. — Quando ela foi se levantar, sua plaquinha caiu, ele a ajudou, mas nenhum dos dois a viu caindo além de mim. Eu apenas não devolvi imediatamente porque estava esperando que o primeiro pronunciamento acontecesse.
— Você não a está protegendo, certo, ? — o professor disse, quase indignando pela desconfiança.

então tirou a plaquinha de seu bolso com cuidado e a mostrou para o mais velho.

— Certo! — o professor disse desconfiado. — Você está livre dessa vez, senhorita Fiore, mas que não tenha outras.
— Não haverá! — ela disse séria.

O mais velho virou-se para a lousa, escrevendo algo no quadro e finalizando aquele tópico.

— Obrigada! — ela disse baixinho para , que sorriu, entregando a plaquinha para ela, deixando que voltasse para sua mesa.

Desde aquele dia, e se tornaram inseparáveis, passaram a almoçar juntos e também se juntavam em todos os trabalhos em grupo que podiam. sabia que aquilo atraía uma grande onda de inveja, já que ele realmente era mais popular do que ela havia pensado ser. Eram inúmeras cartas com confissões no dia dos namorados e outras inúmeras confissões de garotas até mesmo de outras escolas em dias normais.

FLASHBACK OFF



pensou por horas no assunto e estava mais distraída do que poderia, afinal, ainda estava em seu trabalho e naquele dia tinha diversas coisas para fazer, que apenas estava ignorando por todo o dia.

— alguém a chamou e ela não respondeu, ainda concentrada em rabiscar o post it à sua frente. — !

A pessoa chamou mais uma vez, finalmente a acordando de seus pensamentos.

— Você tá no mundo da lua hoje — , um de seus amigos, disse, se sentando na cadeira ao lado. — Hyon cancelou sua aula de hoje.
— O quê? — ela perguntou confusa. — Mas ela me mandou mensagem confirmando há uns vinte minutos.
pode ter comentado que você não estava bem hoje. — abriu um sorriso sem graça. — E você realmente não parece bem, ele fez a coisa certa.
— Eu estou bem — ela disse, tomando um pouco da água em seu copo. — Eu sequer vi hoje. Como ele sabe que eu não estou bem?
— Então, você realmente não está bem? — ele disse, rindo da cara da amiga, que percebeu ter assumido que aquele não estava sendo um bom dia.
— Para ser sincera, eu nem sei o motivo de eu estar me sentindo assim — ela disse, apoiando sua testa na mesa à sua frente. — Posso te fazer uma pergunta? — ela disse, com o som sendo abafado pela mesa, o que fez com que o amigo risse mais ainda.
— Vai em frente — ele disse.
— Se você escutasse que pessoa “B” tem a mais pura certeza de que a pessoa “A” gosta dela — ela levantou sua cabeça —, mas pessoa “C”, que é muito amiga de pessoa “A” e quem foi que escutou pessoa “B” falando, ficasse incomodada com o assunto, o que você acharia disso tudo? Deu para entender?
— Mais ou menos? — ele disse, rindo. — Bom, analisando de pouco em pouco, eu diria que pessoa “C” está incomodada por ciúmes ou por simplesmente se dar conta de que, na verdade, sempre quis ser mais do que amiga da pessoa “A”.
— Impossível — ela disse, rindo incrédula.
— Você finalmente se deu conta dos seus sentimentos sobre o ? — ele perguntou sério dessa vez.
— O quê? — ela disse assustada. — Quem citou ele nessa conversa, ?
— Você — ele disse, rindo dessa vez. — Você se entregou dizendo que pessoa “C” é muito amiga de pessoa “A” e, convenhamos, você não perguntaria se não fosse sobre você.
— Olha só o horário, ! — ela disse, se levantando. — Você não tem um ensaio ou algo assim? Eu preciso trabalhar, ir a alguma reunião onde precisam de mim.
— Você sempre foge quando eu toco nesse assunto — ele disse, rindo enquanto se levantava. — Bom, minha opinião é que pessoa “C” deveria se arriscar mais. Afinal, nunca se sabe, pessoa “A” pode gostar dela antes mesmo de se conhecerem, mas ainda não teve coragem o suficiente para falar.


FLASHBACK ON


— É claro que não! — ele respondeu um pouco nervoso com a brincadeira da amiga.
— Qual é! — ela disse, se sentando ao seu lado. — Ela é literalmente considerada a menina mais bonita do colégio todo. Como é possível que você não tenha um mínimo interesse nela?
— Não tendo! — ele disse, rindo. — Do mesmo jeito que você não teve em…
— Sem comentários sobre isso, por favor — ela disse, o cortando. — Eu recebi cartinhas de questionamento sobre o porquê rejeitar ele, das “fãs” — ela fez aspas com os dedos — dele por dois meses inteiros. Até cheguei a achar que elas estavam me seguindo até em casa.
— Não é por menos — respondeu, rindo. — Ele se ajoelhou na frente de todos no horário de almoço e também foi rejeitado na frente de todos.
— Olha, se eu soubesse que aquela conversa toda sobre ajuda no trabalho da aula de artes fosse com essas intenções, eu não teria aceitado — ela disse, suspirando alto.

riu, ele sabia que ela não aceitaria, mas sempre foi curioso sobre suas razões.

— Ah, o dia está bonito hoje! — ela disse, deitando na grama do grande campo.
— Por quê? — ele perguntou curioso, enquanto ainda estava sentado, olhando para as arquibancadas.
— Por que tem nuvens no céu? — ela disse, rindo enquanto olhava as costas do rapaz. — Você sabe que eu não gosto de dias sem nuvens…
— Não! — ele a interrompeu, rindo junto dela e se deitando ao seu lado no gramado. — Por que você o rejeitaria? Ele é gentil com você, tentou se aproximar todos esses dias e até arriscou a reputação dele se ajoelhando na frente de todos, sabendo que poderia ser rejeitado. Então por quê?
— Ele simplesmente não é a pessoa de quem eu gosto — ela disse de forma simples, voltando seu olhar ao céu. — Na minha concepção, ele pode até gostar de mim e eu posso até saber que seria um futuro incrível, mas isso invalida todos os meus sentimentos e eu não quero que eles sejam invalidados — ela disse, rindo fraco. — Afinal, eu não estou desesperada e quero gostar da pessoa de verdade quando essa pessoa gostar de mim, simples assim.
— Entendi, eu acho — ele disse, olhando para o perfil da garota. — E você já tem alguém assim?

então virou seu rosto em direção ao amigo, que assustou um pouco com a proximidade dos dois, mas não se moveu dali.

— Eu acho que não — ela disse.
— Eu acho que tenho alguém assim, mas eu não sei se ela gosta de mim da mesma forma que eu gosto dela — ele disse, com seu rosto em direção ao céu. — Eu acho que ela não sabe.
— Você deveria contar — ela disse, sem levar o assunto adiante e se levantando do gramado. — Eu preciso voltar para pegar algumas coisas no armário. Você vem ou vai ficar aqui mais um pouco?
— Te vejo na aula, vou ficar aqui mais alguns minutos e passar na lanchonete para comprar alguma coisa — ele respondeu, sem olhar para ela.
— Vejo você depois — ela disse, se despedindo com um beijo na bochecha do garoto.
— É, te vejo depois — ele respondeu, olhando-a se afastar.

realmente não fazia ideia de seus sentimentos e ele nunca havia contado diretamente.

FLASHBACK OFF



— Aquela não é a ? — Os garotos apontaram para a garota sentada na arquibancada de pedra, feita próxima à quadra de basquete em que eles costumam jogar pela noite.

balançou a cabeça positivamente, observando a figura da garota de longe. Normalmente ela se sentava, assistia ao jogo ou mexia em seu celular, mas, dessa vez, ela estava deitada, olhando para cima com uma cara tão pensativa que ele se preocupou.

— Ela não me parece muito bem — um dos meninos comentou.
— Ela está assim desde manhã — comentou, deixando escapar as palavras.

arregalou os olhos assim que percebeu que havia falado demais, enquanto os outros o encaravam com os olhos curiosos, esperando por mais.

— Desembucha — disse, parando a bola e encarando a amiga de longe.
— Se o não sabe, isso não significa que é provavelmente culpa dele? — , o mais novo deles, disse, fazendo com que o encarasse. — Ou será que ela finalmente se deu conta de que...

Aquilo parecia certo em sua mente, talvez ele tenha feito algo.

, quieto! — disse, cortando o mais novo. — Olha, não é coisa que eu deveria falar. Se vocês estão preocupados, perguntem a ela.
— Vai lá, disse, colocando a mão nos ombros do amigo, sabia que de todos ele era o mais preocupado com e suas paranoias repentinas, e mais ainda, sua preocupação era ser algo relacionado a ele, porque não era normal saber mais sobre ela do que ele.

Aquilo o deixou com um leve ciúme que nunca pensou que sentiria.

caminhou receoso até a garota, que sequer escutou ele se aproximar.

— Se você me contar o que tanto anda pensando, eu prometo que te pago um milkshake — ele disse, se sentando.

Foi um ato involuntário ele se aproximar e se sentar ao seu lado, acomodando a cabeça da garota em seu colo sem ao menos perguntar. Eles eram próximos o suficiente para notarem o quão confortáveis um com o outro eram.

Mas ele se surpreendeu quando, nem um minuto depois, ela se levantou, ficando apenas sentada, com um sorriso que ele sabia ser forçado nos lábios.

— Não precisa me pagar um milkshake — ela disse, dando de ombros. — Não tem realmente um pensamento concreto aqui. — Ela apontou para sua cabeça. — Hoje, pelo menos, não.
— Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou preocupado, tentando afastar os pensamentos que rondavam sua cabeça, sobre ela estar mais distante do que gostaria. — Eu te fiz alguma coisa? disse algo que ficou preso comigo e eu fiquei preocu…
— Tá tudo bem — ela o tranquilizou, dando um dos sorrisos que ele tanto amava ver. — Eu só ando cansada, só isso.
— Você tem trabalhado muito — ele disse.

Uma de suas mãos ajustou alguns fios que caíam sobre o rosto da garota e mesmo que ele não tivesse notado, ela tentou esconder o tom rosado que brotou em suas bochechas no mesmo momento. Ele andava ocupado demais com o carinho que deixava na parte de trás da orelha da garota.

— Eu tenho tomado café demais, isso sim — ela disse, desconversando. — Na verdade, já que você está aqui, tenho uma pergunta.
— Manda — ele disse, endireitando o corpo, colocando cem por cento de atenção nela.
— Não tem nada a ver comigo — ela disse primeiro e ele riu, sabendo que ela provavelmente estava mentindo. — Uma amiga ouviu de ‘A” que “B” possivelmente tem sentimentos por ela, mas “C”, que é extremamente próxima de B, não conseguiu tirar o sentimento de que aquilo não era certo. “C” sentiu uma coisa estranha dentro dela, mas eles são apenas amigos, ela tem quase certeza de que “B” não sente nada por ela. O que você acha que esse sentime…
— Ciúmes — ele disse, mostrando seu sorriso de lado para a garota, que prendeu a respiração ou ouvir aquela palavra. — O que foi? Você ia me perguntar sobre o que era esse sentimento que “C” sentiu, certo?

Ela balançou a cabeça positivamente.

— Mas não pode ser ciúmes — ela disse. — Até onde eu sei, ela não tem sentimentos românticos por ele e ele já teve outros amigos e pessoas próximas. Ela nunca sentiu isso por nenhum deles.
— De quem você anda com ciúmes, ? — ele brincou e riu exageradamente, assim que a viu arregalar os olhos.
— Já disse que não tem nada a ver comigo — ela disse. — É parte de uma novela que eu ando assistindo, nada a ver comigo.
— Certo! — ele disse, rindo. — Eu acredito em você.

Ele disse isso, mesmo sabendo que era mentira, e não pôde negar a pontinha de decepção dentro dele, só não sabia dizer se era por ela não confiar nele o suficiente para dizer quem era a misteriosa pessoa, ou se era porque ele sabia que ela sentia ciúmes de alguém que, possivelmente, não era ele.

— De qualquer modo — ele continuou dizendo —, isso se chama ciúmes, . Ela provavelmente acabou de se dar conta de que, na realidade, não gosta dele apenas como um amigo.

O mundo de pareceu girar naquele momento. Ela definitivamente não esperava que seus sentidos se enchessem em reflexão ali, naquele momento.

— Devo me preocupar por você estar pálida de repente? — ele disse, analisando a expressão da garota, fazendo com que ela voltasse aos seus sentidos rapidamente com a proximidade dele.
— Está tudo bem — ela disse, se afastando. — Eu acho que já vou indo, vou me despedir dos meninos e vejo vocês amanhã.

Ela se levantou rapidamente.

— Okay? — ele disse, em tom de pergunta, confuso pela reação aleatória dela.

Ela, na realidade, não se despediu dele. Ele apenas ficou ali, sentado, com uma expressão confusa no rosto, enquanto ela se dirigia aos outros ali presentes na quadra.

— Ela com certeza se deu conta — disse, rindo, enquanto caminhava até eles. — , pode ir me pagando.
— Mas nós nem sabemos se é isso...— disse, tirando o dinheiro do bolso.
— Vocês apostaram o quê? — perguntou, se aproximando.
— Que você finalmente descobriu os seus sentimentos pelo disse, rindo. — apostou o contrário. Ele ainda disse que você não chega a esse nível de esperteza.
— Eu deveria me ofender? — ela perguntou, olhando para , que levantou as mãos para o alto no mesmo momento.
— Eu só disse isso porque era bem óbvio todos esses anos e você não notou — ele disse, fazendo com que tapasse a boca dele no mesmo momento.
— Você. — Ela apontou para . — Você disse alguma coisa?
— Eu juro que não. Eles já especulam desde que nos conhecemos — ele disse, se aproximando dela. — Nós te conhecemos bem, você sabe disso.
— Não é como se fosse grande coisa também — ela disse. — Ele tem alguém mais interessante na cola dele, eu posso superar tudo isso, nossa amizade é maior que um simples crush.
— É aquilo que eu disse mais cedo — disse, abraçando a amiga de lado. — Nunca se sabe se não arriscar, e, qual é, ? Alguém mais interessante? Eu tenho certeza de que ele só tem olhos para você.
— Pela primeira vez na vida, eu concordo com disse, rindo.
— Eu também — e disseram juntos.
— Supera, , eu tenho certeza de que isso não vai levar a lugar nenhum — ela disse, abraçando o amigo de volta. — Eu prefiro manter minha amizade do que dar um tiro no escuro e deixar as coisas estranhas entre a gente.

escutou uma tosse falsa vindo de trás de si, o que fez ela, ainda abraçada a , olhar para a direção.

— Enfim — ela começou dizendo —, não vou mais atrapalhar o horário de descanso. — Sorriu tranquila. — Vejo vocês amanhã.
— Fica mais um pouco — disse, agarrando a mão da garota, provocando o amigo, que o olhou com o cenho franzido.
— Eu preciso ir, . — Ela riu da carência do amigo. — Tenho coisas para resolver da viagem no mês que vem.
— Tudo bem — ele disse supostamente triste. — Pelo menos vamos tomar aquele chocolate quente que você tá me devendo há semanas e…
— Tá bom, , amanhã você fala sobre isso com ela. Tá ficando tarde e ela já disse que tem coisas para fazer — disse, colocando as mãos sobre o ombro da garota. — Vem, eu te levo até a porta da sua casa — disse, olhando com um sorriso mínimo, mas irritado que fez com que risse alto.
— Amanhã a gente toma o chocolate quente — ela disse, rindo. — E eu prometo comprar aquele seu bolo favorito também, mas seu amigo está me expulsando nesse exato momento, então eu te mando mensagem com meus horários livres.
— Certo, é um encontro — disse, provocando mais ainda. Mesmo que ela não soubesse, levou na brincadeira.
— Não é um encontro — disse irritado, guiando pelo caminho, enquanto ria descontroladamente atrás deles.
— Te vejo amanhã no nosso encontro, disse alto, antes que eles se retirassem do local.
— Não é um encontro — gritou de volta.

O caminho onde sempre passava não era longo, mas com um emburrado, sem ela ao menos saber o motivo, parecia levar anos.

— E chegamos. — Ela parou em frente à entrada do prédio. Ele ao menos tinha notado, por estar olhando seus pés o caminho todo. Havia perdido a oportunidade de passar aquele tempo com ela por simples ciúmes, que ele sabia ser provocado de propósito pelo amigo.

Vê-la sorrindo assim que ele tirou os olhos da entrada de seu prédio para ela realmente o deixou mais aliviado. Ele, de verdade, não sabia que seu coração havia sido tão domado.

— Posso subir? — ele perguntou, enquanto ela procurava o cartão de entrada em sua bolsa. — Podemos pedir comida e ver um filme.
— Mas e os meninos? — ela perguntou, o irritando um pouco, afinal, ele queria passar um tempo com ela.
— Você precisa lembrar as vezes que o seu primeiro melhor amigo sou eu — ele disse, bagunçando os fios de cabelo dela, que riu dos ciúmes do amigo.
— Certo — ela disse, rindo. — O meu melhor amigo quer atenção, entendi.
— Exatamente — ele disse, sorrindo.
— Vamos, eu deixo você escolher a comida de hoje — ela disse, passando o cartão de residente. — Mas avise os garotos, ou eles se preocuparão com você.
— Já avisei — ele respondeu, mostrando a tela do celular para ela. onde eles diziam coisas como “divirtam-se” ou “comam bastante por nós”, o que a fez sorrir.

A amizade dele era muito preciosa para que ela de alguma forma colocasse um ponto final. Se ela tentasse e nada desse certo com , como conseguiria manter as outras? Ela não podia fazer nada a respeito.

Entraram no elevador, ela submersa em seus pensamentos e ele a observando bem.

— Uma pizza por seus pensamentos — ele disse, rindo.
— Estava pensando em como eu preciso de um doce agora, mas, como você disse a palavra pizza, meus pensamentos mudaram completamente — ela disse, rindo. — Você precisa se responsabilizar agora. Eu quero uma pizza.
— Não era eu quem ia escolher o que iríamos comer hoje? — ele disse, franzindo o cenho para ela, rindo.
— Você acabou de escolher — ela disse, rindo enquanto saía do elevador.
— Você realmente me manipula fácil — ele disse, fingindo estar ofendido.
— Eu chamo isso de verdadeira conexão — respondeu, rindo enquanto colocava as coisas sobre a mesa. — Vou me trocar rápido, você faz o pedido?
— Pode deixar — ele respondeu, se sentando com o celular em mãos. — Algum filme em mente? Por favor, não diga Pânico outra vez, nós maratonamos na semana passada.
— Halloween, então — ela disse, rindo.
— O que eu faço com você? — ele disse, balançando a cabeça negativamente.
— É brincadeira — ela respondeu. — Deixo você escolher hoje.
— Nós vamos acabar assistindo Zootopia outra vez — ele respondeu, ligando a televisão.
— Por mim, tudo bem — ela gritou, do quarto.

Saiu alguns minutos depois, em roupas confortáveis, indo direto à cozinha.

— Você quer alguma coisa enquanto a pizza não chega? — ela perguntou, do outro cômodo.
— Você — ele respondeu para si mesmo, rindo. — O que você tem aí? Ainda tem as batatinhas que compramos da última vez?
— Sim! — ela respondeu. — Sobraram só as originais.
— Tudo bem — ele respondeu e a viu trazendo um pote cheio delas em seguida, com duas latas de refrigerante em mãos.

Deixou sobre a mesma e agarrou um elástico na estante para amarrar seu cabelo que atrapalhava no momento.

Ele observou a cena com admiração, a achava tão linda que cada coisinha que ela fazia o fascinava.

— Esqueci o molho que compramos para experimentar — ela disse, se lembrando.

Se levantou no mesmo momento e seguiu em direção à cozinha, outra vez abrindo a geladeira.

— Cebolinha e alho, ou queijo cheddar? — ela perguntou, olhando a geladeira.

Ele não respondeu e ela estranhou.

Estava submerso em seus pensamentos, olhando uma foto dos dois em sua mesinha de centro.

— Esse foi o dia em que fomos à graduação de , não é? — ele perguntou, assim que notou ela trazendo os dois potinhos.
— Sim! — ela disse, sorrindo.

Na foto, ele a carregava em suas costas, sorrindo um para o outro enquanto achou que seria uma ótima oportunidade de tirar uma foto dos dois. Ela tinha achado a foto tão linda que decidiu colocá-la em um retrato, aquela não era a primeira vez dele vendo-a ali.

— Não podemos ser mais assim? — ele disse, do nada, tirando a atenção dela de seu celular.
— O quê? — ela perguntou confusa.
— Não podemos ser mais assim? — ele disse, mais uma vez, agora olhando em seus olhos. — Digo, nós já somos, mas podíamos ser mais se você quisesse.
— Como assim? — ela perguntou, para ter certeza de que não estava escutando errado.

Então ele se virou de frente para ela, segurando suas mãos.

— Às vezes tudo que eu penso é você — ele disse de forma sincera. — Tarde da noite, quando eu tenho minhas insônias ou por algum motivo não consigo dormir, meu único pensamento é você. Eu me pergunto se você já estaria dormindo ou como eu queria escutar sua voz. Se eu estou tendo um dia ruim, uma mensagem sua já muda todo meu ânimo. Então eu andei pensando mais do que deveria sobre isso e esses pensamentos andam me enlouquecendo. Eu acho que — ele suspirou — me apaixonei por você.

Ele respirou fundo e ela continuou calada.

— Eu sei que provavelmente você não esperava por algo assim, mas eu realmente… — ele foi interrompido.

Ela o beijou.

Ele sequer esperava por aquele tipo de reação espontânea dela, então demorou alguns minutos para reagir. Deixou a foto de lado e a beijou de volta, trazendo-a para mais perto de si.

— Desculpa demorar tanto — ela disse, deixando-o confuso.
— Demorar com o quê? — ele perguntou, entre os pequenos beijos que deixava nos lábios da garota.
— Eu tenho pensado há alguns dias se deveria ou não te contar sobre o sentimento esquisito que andava me incomodando — ela disse, assim que desencostou os lábios do dele. — Mas eu achei que isso poderia acabar com a amizade que temos se você não correspondesse.
— Por isso você estava estranha mais cedo? — ele perguntou curioso. — Por isso fingiu que não me viu perto dos elevadores, ou não foi ao terraço?

Ela sacudiu a cabeça positivamente.

— Para ser sincera, eu acho que hoje foi a primeira vez que senti ciúmes de você por conta de outra pessoa, e não soube lidar muito bem com a situação — ela disse, acariciando o rosto dele. — Eu pensei que de forma alguma eu teria chance, que você realmente gostasse de outra pessoa.
— Do que você está falando? — ele perguntou curioso, mas arregalou seus olhos assim que algo passou por sua cabeça. — Espera, aquela história de “a”, “b” e “c” mais cedo era sobre nós?

Ela balançou a cabeça positivamente e ele riu.

— Mas se você era “c” — ele perguntou —, quem era “a”?
— ela disse constrangida, enquanto abaixava a cabeça.
— A garota do setor de projetos internacionais? — ele perguntou confuso e ela apenas assentiu.

Ele deixou uma risada divertida sair, chamando a atenção dela. Colocou suas mãos com delicadeza no rosto da garota, ainda rindo.

— Nós conversamos três vezes, no máximo — ele disse, acariciando o local que suas mãos estavam. — E as três vezes eram sobre os sabores de leite na máquina nova do prédio leste.
— Ela parecia tão convencida hoje mais cedo sobre os seus sentimentos por ela — disse confusa. — Achei que vocês…
— Nunca — ele cortou sua fala com um beijo leve. — Sempre foi você. Desde que nos conhecemos, você sempre atormentou a minha mente, sempre fez questão de estar ali nos meus sonhos ou em todas as coisas que eu via. — Ele respirou fundo. — Sempre foi você.


FIM



Nota da autora: Demorou, mas saiu! Esses dois acabaram com o meu coração de tão fofo que foi o processo da construção deles. Eu amei!
Espero que vocês também tenham gostado, obrigada por ler!

Xoxo Caleonis <3

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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