Capítulo Único
Sentada em frente a sua mesa de madeira, que havia pedido para ser feita apenas para ela, ela escrevia os versos com as palavras de sua vida. Colocou vinho em sua taça e balançou suavemente o líquido tinto enquanto olhava para sua própria letra. Era difícil dizer agora, com todas as palavras que havia colocado no papel se poderiam ser consideradas verdadeiras. Ele ainda teria uma dívida com ela e isso nunca mudaria. Ou poderia mudar.
Duas batidas na porta e a espera da liberação para entrar, fechou a caderneta e guardou no fundo falso de sua mesa, ajeitou-se em sua cadeira com um livro e deu permissão para a pessoa entrar.
— Senhorita ?
— Pois não.
— Chegou este convite para você. – Helga, a governanta, entregou. – Pediram para entregar uma urgência.
— Obrigada.
Com um envelope muito bem lacrado e escrito à mão o nome de .
“, nesta terça feira iremos fazer uma festa, coisa simples, e gostaria de ter você aqui conosco. Te espero às dez horas.
Polly”
olhou com desconfiança, mas vindo de Polly sabia que poderia confiar. Bom ela teria alguns dias ainda para ir e no final das contas pensou exatamente em passar no The Garrison e falaria com ela pessoalmente, até sabia a hora que a mulher, e talvez, sua nova amiga. E iria exatamente amanhã.
Terminava de se ajeitar em frente a penteadeira, colocava o pequeno e descrito par de brincos e dava a último toque com seu perfume. Antes de sair, ela pegou uma pequena caderneta e levou consigo dentro de sua bolsa. Antes de sair ela passaria no seu escritório, onde lá conversaria com Lara, era uma das mulheres que ela confiava de olhos fechados, a ponto de dizer tudo que precisava e planejava em sua vida para ela.
— Estou de saída. – Terminava de descer a escada do escritório. – Por favor, qualquer coisa peça para Oliver receber as encomendas dos livros que eu fiz. – Ele vai saber o que fazer e também já sabe de todo o valor.
— Pode deixar senhorita, .
— Obrigada, Lara.
Colocou o casaco e caminhou até o The Garrison. Era bom, dava uma espairecida e tirava a vontade de colocar no papel algumas coisinhas a mais sobre ele, olhava os vestidos pela vitrine mas nenhum lhe chamava a atenção quanto os de Paris. Infelizmente virou um pequeno vício incontrolável de comprar pelas ruas de Paris.
Já dentro do estabelecimento, ela pediu para chamarem a Polly e neste meio tempo ela se sentou no bar, colocou a caderneta para fora e terminou de escrever alguns versos no mesmo, para ela era muito lógico de quem se referia, não precisava de muito para esconder, principalmente a última frase que definia tudo que presenciou.
— , eu não esperava você hoje. – Polly se aproximou da mulher. – Como você está?
— Muito bem, obrigada por perguntar, e você? – Se comprimentaram.
— Também estou bem, você precisa de alguma coisa?
— Não, eu vim apenas conversar com uma amiga.
Aquele leve sotaque francês deixou Thomas, que acabava de chegar, questionando se era realmente , e com quem ela estava conversando. Em passos calmos e silenciosos ele se aproximou, ficando em uma pequena área que pudesse observar e escutar muito bem.
Ao perceber que era Polly a segunda pessoa, a dúvida pairou em seus pensamentos do que poderia ser a conversa, principalmente porque ela e sua tia iriam para um lugar mais reservado para conversarem mais tranquilamente. , nem ao menos percebeu que havia deixado a caderneta, fechada, em cima do balcão.
Quando ele se aproximou viu o pequeno caderno de capa avermelhado ali em cima. A curiosidade falou mais alto, e além de tirar ali de cima e guardar para depois entregar para a dona, ele abriu e leu. Todos os versos destinados à sua mãe, as páginas em branco apenas pré datadas e novos versos, versos de raiva, solidão, ódio e amor.
Todas eram incompreensíveis para ele distinguir de quem se referia, todas menos de amor. Passou mais tempo lendo todos os versos e textos com seu whisky do que terminando o que era necessário para a festa e seus negócios.
Polly serviu uma taça de vinho para e elas se sentaram no sofá que ali tinha.
— Mas está tudo bem? Você disse que saiu de lá pois havia brigado com seu pai. – Polly perguntou, sabia que havia voltado para a Inglaterra depois de uma briga severa com seu pai na França.
— Claro, eu vou voltar para tentar me entender com ele, depois de todo este tempo aqui, e mesmo depois de tudo sinto a falta dele.
— Eu espero que vocês possam se entender, não há nada mais ruim do que permanecer brigado com a pessoa que a gente ama.
concordou com Polly.
— Vou depois da festa daqui, dois dias depois para ser mais específica.
— Então teremos a sua presença, isso me agrada. – Disse com um sorriso de ternura.
— Terão, eu não recusaria seu convite, se viesse do Thomas eu até recusaria. – As duas riram. – Mas venho depois de duas horas que a festa começar.
— Algum problema? – Polly se preocupou.
— Não. – Sorriu. – Eu não gosto de chegar exatamente no horário que a festa começa, mas não se preocupe, eu estarei por aqui.
— Obrigada por aceitar o convite. – Thomas passava no exato momento que elas estavam se despedindo. – Será uma honra tê-la com a gente antes de você partir.
— Eu que agradeço por me acolher tão bem. – A abraçou. Realmente se pensasse em tudo, ela teria negado a vontade se soubesse que fosse tão bom aquela sensação.
— Partir? – Thomas disse ameno, não queria que percebesse que, sem querer, ele estava escutando atrás da porta.
Ele saiu às pressas, e voltou para o balcão onde havia deixado a caderneta dela lá, entregaria naquele mesmo dia, mas mudou de ideia. Quando estava caminhando para seu escritório prestes a acender seu cigarro, virou o corredor e eles se encontram, muito perto.
— Oi. – Ela disse educadamente.
— , algum problema?
— Não. – Colocou o casaco pendurado em seu ombro. – Vim apenas conversar com Polly, atrapalho?
— Não.
Eles ficaram se encarando, esperando que cada um falasse uma única coisa, que ele a convidasse e que ela o contasse sobre sua partida. Recordando uns pequenos acontecimentos, desejando que aquele momento repetisse, no entanto, Cherrie respirou fundo, colocou um meio sorriso – sem sentimentos, nos lábios e deu um leve beijo na bochecha de Shelby.
— Preciso ir.
— Não quer tomar um Whisky, ou vinho?
— Eu agradeço, mas não posso, tenho que resolver algumas coisas ainda hoje.
— Vai colocar mais dos seus textos nos jornais?
— Desisti, não tem mais emoção. Está tudo vazio novamente, e não tem nada que mude.
Ele apenas escutou, Thomas não conhecia ela a tantos anos, mas sabia que era mentira, afinal ele leu a caderneta.
— Porque? Vai sentir falta de mim toda manhã? – Ela sorriu divertida.
— Não faz falta.
— Eu imagino… – Ajeitou o cabelo ainda sorrindo. – Consegue esconder muito bem uma mentira, eu preciso ir. – Olhou para o relógio.
— Até breve, .
— Eu acho que sim.
Ela já não estava mais com o sorriso em seus lábios. E mais uma vez ela se aproximou e deixou um beijo no rosto dele, apoiou no ombro dele para dar uma pequena estabilidade ao ficar um pouco nas pontas do pé; Um movimento sutil, involuntário de sua parte, Thomas apenas apoiou sua mão na cintura de . Leves lembranças passaram rapidamente entre os dois e para não se aprofundar mais, saiu às pressas do estabelecimento.
Antes de ir para sua casa, ela foi conversar com Oliver, precisava saber que a entrega estava correta.
— Oliver. – Desceu no estoque.
— Senhorita, .
— Vim saber se chegou tudo certo.
— Sim, o carregamento chegou como foi pedido, amanhã já começo as vendas.
— Ótimo. – Caminhou em volta da caixa. – Eu vou ter compromisso na terça e não vou poder vir aqui ajudar você.
— Não tem problema, passarei tudo para você o que acontecer.
— Obrigada.
Ela se despediu depois de passar novamente as ordens e seguiu rumo a sua casa, queria descansar, a semana seria cheia até chegar terça-feira.
Na terça-feira, ela estava passando em frente a loja e aquele vestido ainda lhe chamava atenção. Entrou na loja apenas para ver de perto o vestido. Perfeito pessoalmente, era lindo, leves detalhes de brilhos, as mangas compridas e levemente soltas, iria experimentar e se ficasse bom nela, levaria.
— Perfeito, ele foi feito de tamanho único pelo estilista francês. – Dizia a dona da boutique. – Eu vi muitas mulheres entrarem e desejarem o vestido e elas não ficam bem no vestido, mas você. – O tom de voz denunciou o que era nítido. estava mais do que deslumbrante.
— Talvez eu leve.
— Se você me permite, senhorita.
— Claro.
— Deveria levar, não vai haver outra mulher que vista ele tão bem.
— Muito bem, eu irei tirar e você poderia, por favor, de embrulhá-lo para mim?
— Sim. – Disse com um sorriso. Ver aquele vestido sair da loja passou a ser um desejo com necessidade, havia cansado de ver um vestido bonito parado na vitrine.
Pagou e saiu com a caixa cuidadosamente pelas ruas de Birmingham; Caminhou sem pressa para sua casa e lá esperou a hora de ir até a simples festa. Antes de se preparar para a ocasião, colocou o vestido pendurado na parede, juntamente no cabideiro que ali ficava para uma roupa que seria usada ainda naquele dia, e foi sentar para escrever e ler um pouco, mas seu coração disparou ao tocar dentro de sua bolsa, ela não sentiu sua caderneta ela não sabia onde estava, onde havia deixado.
— Meu Deus, eu estou com tudo exposto, meus sentimentos.
Porém fazia um tempo que ela não pegava para escrever, os negócios da família dela acabaram consumindo todo tempo que ela tinha, e apenas na terça, que já havia programado tudo, ela tinha tempo para ler e escrever. Por isso não havia dado conta que estava sem a caderneta, estava mais perdida que uma pessoa em outro país.
— Clama, . – Falou para si mesma. – Pense onde foi a última vez que você viu e usou. – Andava de um lado para o outro em seu quarto. – No escritório. – Sentou-se em sua cama mais aliviada. – Eu vi dentro da gaveta, meu coração. – Colocou a mão sobre o peito. – Eu não posso fazer isso comigo, mamãe já tinha seu problema de coração, sabe-se lá se eu também não tenho. Tudo certo agora, tudo calmo, posso me arrumar para a festa da Polly.
Mais aliviada, ou não, ela passou a se arrumar, com seu robe verde escuro, sentou em frente a penteadeira e passou a se maquiar, tons claros, nada muito forte, soltou os bob de seus fios, estavam lindos, ela estava perfeita como todos os dias, e sabia muito bem isso.
Colocou o vestido e suas jóias, uma em especial a pulseira de diamante de sua mãe, delicada e esplêndida; Com isso esperou um pouco mais para sair, esse meio tempo é o tempo exato para Oliver chegar com o carro para buscá-la.
— Senhoria, . – Helga que trabalhava a anos na casa da família de bateu na porta.
— Pode entrar.
— Com licença, senhorita, senhor Oliver já está à sua espera lá fora.
— Obrigada, Helga.
— A senhorita precisa de ajuda?
— Não obrigada, pode tirar o resto da noite para descansar, não precisa se preocupar com a minha chegada.
— A senhorita tem certeza? – Desciam as escadas.
— Claro, não se preocupe com a minha chegada. – Pararam no último degrau e segurou a mão dela. – Você pode ir para sua casa descansar, mas pode jantar por aqui.
Estava muito generosa, mais do que ela sempre foi, e Helga estava estranhando ou apenas ligou os pontos, o vestido novo, Oliver a espera dela os dois iriam sair juntos! Porém não comentou nada com a mulher.
— Obrigada, senhorita . Boa noite.
— Boa noite, Helga.
Colocou o casaco nas costas e caminhou até a porta, fechou a mesma atrás de si e sorriu para Oliver. Estava encostado no carro com seu smoking milimetricamente feito para ele, o sobretudo o aquecia do tempo da Inglaterra.
— Boa noite, .
— Boa noite, Oliver.
— É uma pena eu não poder acompanhar a senhorita esta noite.
— Parcialmente você está me acompanhando. – Entraram no carro.
— Eu me refiro à festa.
— Bom, você não pode participar mas garanto que não vai ser tudo isso.
— Você tem certeza do que está fazendo?
— É claro, eu nunca erro um passo meu, tudo é bem calculado.
— Friamente.
— Nem tanto, Oliver.
— Eu só não quero que você se arrependa depois.
— Ah não, isso não acontece.
Ele parou o carro em frente ao The Garrison, e desligou.
— Você sabe do que estou falando, . Só quero que tenha cuidado, eu me importo com você, e muito.
— Oliver, eu realmente te garanto que sei tomar conta de todas minhas ações e emoções, pode se tranquilizar, sei muito bem o que estou fazendo.
— Espero que saiba, e eu nunca sairei do seu lado.
Ao terminar de falar, Oliver saiu do carro e abriu a porta para , que apenas se despediu com um sorriso. Não gostava muito das conversas preocupantes de Oliver, na verdade não era muito fã de falar de suas ações e emoções. Ela sabia tomá-las da forma e medida correta.
Deixou o casaco na entrada do estabelecimento. Primeiramente procurou por Polly que a encontrou encostada no bar, caminhou tranquilamente até ela conversar com Arthur Shelby.
— . – Abriu o sorriso ao vê-la. – Eu fico feliz que você veio, venha e sente-se com a gente, aceita um Gin?
— Oi Polly, eu não ia deixar de vir. – Sorriu . – Sim, por favor. Oi Arthur.
— , ele seja bem vinda a nossa humilde festa. – Ele disse sorrindo. – Como estão os negócios da livraria? Como você está?
— Um Gin, por favor. – Polly pediu.
— Indo bem, tudo está conforme deveria estar, e eu vou bem e você?
— Tudo conforme deveria estar. – Ele repetiu a frase da mulher e a fez rir.
— Aqui está. – Polly entregou a bebida. – Aquela decisão você vai tomar mesmo como certa? – Se referiu a voltar a Paris.
— Sim, eu vou. Arthur precisamos conversar antes da minha partida. – Havia também criado um afeto por Arthur, por quase todos os Shelby que ela conheceu.
— Antes de você ir pode me procurar. – Ele sorriu. – Com licença. – Arthur pediu. – Boa conversa para as duas, mas tenho que ir a outro lugar.
— Obrigada pela companhia. – Ela agradeceu. – Vai ser melhor, mas pretendo voltar mas por favor, não conte a ninguém.
— Ninguém ficará sabendo. – Ela sorriu. – E a livraria?
— Eu tomava conta dela de Paris junto de meu pai, vai ficar apenas uma cuidadora aqui, até eu voltar tudo se ajeita.
— , você diz sem um brilho no olhar, está tudo bem mesmo? – Segurou a mão da garota.
— Está sim. – Retribuiu o gesto. – Só não sei o que esperar, e… – Respirou fundo e olhou para baixo. – Mesmo falando que eu posso voltar. – Polly ouvia e olhava para trás de . Claro que a francesa não percebeu, seu olhar pairava na pulseira. – Eu sinto que não... Não a nada que me prenda aqui. – Se referiu a Inglaterra, entretanto tinha sim algo que lhe prendia, só não queria admitir para si mesmo.
— . – A voz de Thomas soou um tanto quanto perto de sua orelha. – Podemos conversar?
Um frio na espinha subiu pelo o corpo da mulher
— Thomas, podemos. Com licença, Polly.
— . – A segurou pela mão, Polly manteve o tom de voz baixo para apenas a mulher escutar. – Tome a decisão mais correta para você. – Enfatizou.
— Eu já tomei, se existe uma segunda opção é que a primeira nunca foi válida. – Ela disse deixando bem claro qual foi a sua escolha.
seguiu Thomas até uma área mais reservada, supostamente um pequeno lugar onde ele tomava as decisões mais privadas.
— Diga, estamos a sós já. – Ela se virou para ele, ficando de costas para a mesa que ali estava. Thomas acabava de fechar a porta atrás de si.
Ele encostou no batente da porta, cruzou os braços e olhou para ela.
Pequenos minutos se encarando, Thomas e , era uma provocação, uma tentação, uma tensão começando naquele momento. Existe uma química viciante, desde a última noite.
— Vai ficar olhando para mim assim? Você disse que precisamos conversar. - Jogou o cabelo para o lado lentamente e um pouco provocante.
— Dança comigo antes. – Aproveitou que a música começou a tocar.
Ele estendeu a mão para e olhou apenas para os olhos dela. A mulher aceitou e deixou se levar pela batida do toque da música; Os olhos azuis dele era indecifrável, queria na maioria das vezes saber o que se passava nos devaneios dele além de saber se ele pensava naquela tarde.
— Vai voltar para Paris?
— Sim. – Disse sem hesitar. – Polly contou?
— Você estava falando com ela no bar, eu apenas ouvi.
— Então o assunto não é esse, onde você quer chegar, senhor Shelby?
Ele a soltou, parando a dança na metade, colocou suas mãos na cintura enquanto Thomas acendia um cigarro enquanto estava de frente para sua mesa.
— E a livraria? O seu problema já foi resolvido?
engoliu a seco, o problema dela era um outro, um complicado não teria mais como resolver.
— Sim. – Mantinha seu olhar em Thomas, mesmo ele estando de costas para ela. – Achei que não ia ter jeito.
— Ia oferecer minha ajuda.
— Não precisa, nós não precisaríamos do Peaky Blinders.
— , você não resolveu.
— Está acompanhando meus passos agora? – sentiu a garganta ficar seca.
— Não.
— Então você precisa parar de tirar conclusões sozinho, ter um negócio. – Andou um pouco até ele. – Não quer dizer que você já sabe o que os outros fazem.
— Você transpareceu, apenas isso. – Olhava para a mesa ainda. – Cheire, você esqueceu aqui.
Ele se virou e entregou para a mulher a caderneta, ela sentiu falta dele antes de ir até lá, e agora sabia que seus segredos não estavam mais seguros.
— Deixou aqui quando você veio conversar com Polly.
— Minha caderneta, você chegou a ler? – A pergunta saiu mais com uma certeza que ele leu, mas não podia julgar os outros sem ter uma base concreta.
— Todas as páginas.
— Isso é incabível! É invasão de privacidade, é a minha caderneta, você não tem o direito de ler. – Tirou da mão dele.
— Não imaginei que era sua.
— Não imaginou e mesmo se não fosse minha você ia invadir a privacidade de outra pessoa.
— A última página. – Perguntou direto. – Quem é?
— Isso altera alguma coisa em suas informações?
— Não. Já vi textos seus publicados direcionados a mim.
se aproximou mais de Thomas depois de guardar sua caderneta na bolsa.
— Você realmente acha que tudo gira em volta de Thomas Shelby, que todas as mulheres estão literalmente aos seus pés, mesmo com aquele pequeno acidente de ficarmos juntos por um momento você não se tornou o centro da minha atenção.
— Anotações de uma pessoa que já tentou expor a minha imagem.
— Você gostou que eu sei, e já conversamos sobre isto. Thomas. – Se aproximou dele. – Porque insiste tanto nesse passado?
— Não insisto, estou apenas tomando conta dos passos.
— Ah sim. – Fingiu acreditar. – Quer saber uma coisa? – Começou a sussurrar. – As últimas folhas tem sim um remetente, e ironicamente você o conhece.
Um leve movimento foi notório em sua mandíbula, mas o olhar permanecia nela, apenas nela. Havia poucos centímetros separando os corpos deles. ajustou o decote de seu vestido e Thomas colocou uma de suas mãos dentro do bolso da calça.
— Não é do meu interesse.
— Henryk. – Disse da mesma forma.
Ah sim, o nome era tão familiar quanto qualquer outro. Ele era, agora, dono da outra gangue; Sentiu seu sangue ferver e o corpo esquentar. Uma pontada em seu coração surgiu, era diferente do que já havia sentido. Mas aquela tensão entre ele falava mais alto, seu olhar passava pelo corpo de .
já sabia que Thomas era quando se envolveram pela primeira vez com ele, e foi através dele – Shelby, que ela conheceu a verdade de Henryk.
— Você está traindo minha confiança.
— Porque eu faria isso? – Ela umedeceu os lábios.
— Você está passando o informar, você é a pessoa que está... – Seu timbre mudou, aquela suavidade que sempre falava com ele estava mais sério. Ele saiu da frente dela e deu a volta na mesa, colocou um pouco de whisky em seu copo e virou o mesmo.
— Disse a pessoa que leu a caderneta.
— Dois assuntos diferentes.
— Não, são informações confidenciais, eu não passaria nada de você ou dos Peaky Blinders, diferente desligue que ler todas as páginas.
— Quem me garante que você não passou as informações? – O semblante sério com e o gole que ele deu em sua bebida, fez Cheire repensar sua fala, agora iria provocá-lo, aumentar mais ainda a tensão sexual com ele.
— Thomas Shelby precisando de garantia? Só confia em mim, eu não sou esse tipo de pessoa. – Sentiu um frio na barriga. – Mas acho que você está perdendo o controle da sua situação.
— Não há uma situação que saia do controle.
— Tem sim. – Ela pegou o copo de whisky da mão dele, com educação. – Nem tudo você controla, nem tudo você consegue ter. – Deu um gole sutil. – E uma delas saber que não vai mais ter eu por perto para manter tudo como os conformes. – Entregou o copo. – Pode confirmar. – deu um sorriso um pouco provocante.
— ...
A voz saiu ameno e rouca, os olhos azuis estavam mais reluzentes, e Thomas deu pequenos passos até ela. se arrepiou da cabeça aos pés, um leve esboço de sorriso apareceu nos lábios de Shelby.
— Não preciso confirmar nada para ninguém, apenas os outros que devem fazer isso.
Ele segurou o rosto dela e beijo, não um beijo calmo até porque não combina com e Thomas, mas um quente, caloroso que só esfriaria na cama. Ele a encostou na parede, prensando contra a mesma enquanto descia seus lábios pela mandíbula e o pescoço de Cheire. Ela o empurrou para longe com um sorriso pervertido nos lábios, segurou Thomas pelo terno e puxou em direção a mesa, não podia fazer o que tinha em sua mente ali, mas também não podia deixá-lo com mais desejo que já estava.
Cheire desceu da mesa e caminhou junto ao Thomas até a cadeira, onde ele sentou e ela fez o mesmo, porém em seu colo. O beijo foi intensificando e a vontade de continuar isso na cama só aumentava. Talvez estivesse errada, e não precisasse de uma cama para apagar aquelas faíscas que sempre acendiam quando eles se viam. Entretanto não poderiam continuar algo que não tinha sentido, mesmo tendo química entre eles.
--Thomas. – Ela se afastou parando o beijo. Se render a ele era a mesma coisa que se render ao seu maior medo. Porém permaneceu sentada no colo dele. – Eu já volto, vou pegar uma bebida para a gente.
Não conseguiu sustentar o olhar, entre um beijo e outro ela tomou uma decisão.
— Ok.
Ele sabia que ela não ia mais voltar, que nem ele e nem ela era de dizer apenas um adeus. Shelby não concordou com Cheire, apenas a deixou se levantar olhando para o vazio, o mesmo vazio que havia em si.
A mulher pegou sua bolsa, e caminhou até a porta, mas antes de sair escutou os passos dele atrás de si. Sentiu a mão de Thomas segurar a sua e a puxou para perto dele, um pequeno giro e ela já estava nos braços dele. Aquele nó em sua garganta ficou preso, ela queria apenas ficar ali e se dar ao luxo de poder chorar.
— Eu vou esperar você.
Foi a última frase dele que ela escutou e ela compreendeu, e para selar aquela noite, aquela despedida em outras palavras ele a beijou mais uma vez e a última.
FIM!
Nota da autora: OFICIAL, virei a fanzinha de PB principalmente de Thomas. Se vocês quiserem mais de cherie e thomas podem falar eu dou um jeitinho de criar algo a mais; A vida dela ta na ponta do lápis só vocês pedirem que a long vem!
Bom amores, eu realmente espero que tenham gostado da fanfic ❤
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