Finalizada em: 26/05/2018

Capítulo Único

Wednesday, 3:30 Pm
“Her”

- Vocês realmente não entendem o nível da situação, não é? - perguntou aos amigos de forma preocupada. - Andale, começamos pelos pontos negativos, primeiro eu voltarei em uma semana, segundo depois da minha volta eu serei obrigada a casar com alguém por quem eu nem sequer tenho sentimentos. - ela suspirou ao pensar a respeito do assunto de novo. – Terceiro, eu não quero voltar! - choramingou.
- Por que você não se casa com alguém aqui? - riu. - O spring break é uma boa época para isso, aproveita, depois você pode apenas seguir como se nada tivesse acontecido.
- , eu definitivamente não estou para brincadeiras. - havia conhecido , e em seu intercâmbio. A diferença entre elas era que todas tinham permissão para continuar no país depois que o intercâmbio acabasse, já que demonstraram seu interesse em terminar a carreira no país estrangeiro onde a tequila e muitas outras bebidas eram devidamente conhecidas. Puderam arrumar seus documentos e estabilizarem, já era outra situação. - A ideia seria ótima se eu encontrasse alguém que pudesse fazer isso sem exigir algum proveito.
- Amiga, ainda existem pessoas boas nesse mundo. - entrou na conversa, tirando a concentração de sua comida que obtinha toda sua atenção minutos atrás. - Mentira, eles vão querer algo, mas, aceita.
- Obrigado, ajudou muito! - ela riu cheia de certo desespero. - Eu não quero me casar com alguém tão diferente de mim, eu não quero ser obrigada a me casar sendo que nem mesmo me formei ainda.
- Qual é o problema? - riu baixinho. - Ele pode ser bonito pelo menos porque rico já sabemos que é.
- Eu não ligo se ele for bonito ou não, muito menos se ele é podre de rico. - revirou os olhos. - Eu quero alguém que eu ame, pelo menos isso. Pelo menos uma história verdadeira.
- Você é tão complicada! - revirou os olhos e sorriu para amiga. - Descomplica isso, as vezes o amor pode surgir e você nem sabe.
Seria possível acreditar que um amor poderia surgir assim? Ou ela sempre sentiria a sensação de perda em relação a tudo aquilo?

Wednesday, 3:30 Pm
“Him”

- Você realmente tem que esquecer essa história, esquecer sobre isso de sua família querer arranjar uma noiva ideal para você, alguém educado no exterior, com classe, isso é o completo papo furado. - o amigo tocou em seu braço. - Por isso viemos a essa viajem não?
- Eu sei! - disse alto. - Mas isso me frustra tanto que chega a me deixar ansioso.
- Ansioso? - perguntou confuso. - Isso não seria um bom sinal?
- Nunca! - ele olhou feio ao amigo em seguida, dando um tapa leve na cabeça do amigo. - Desde quando casar vendo a noiva só no dia do casamento é algo bom?
- Ela pode ser bonita ao menos! - zombou a situação. – Vem, vamos caminhando porque eu quero algumas bebidas e vocês estão demorando demais.
- Bebum como sempre. - apareceu de repente. - Você nunca muda? São apenas três da tarde.
- A expressão “tomar umas” nunca tem hora, meu caro amigo! - apoiou a mão nas costas e e deixou ali duas batidinhas amigáveis.
- O que vamos fazer com você? - riu. - Eu aposto duas e vocês?
- Eu aposto três! - riu, cruzando os braços e olhando diretamente a .
- Apostado! - eles fizeram seu toque de mãos e riram em seguida. De uma coisa sabiam, o amigo era fraco para bebida e era fato.
- Muito bom amigo vocês! - revirou os olhos.
- Ainda aposto o mico que nadar pelado na piscina do hotel. - completou, fazendo com que todos caíssem na risada no mesmo momento.

Wednesday, 22:30 Pm
“Both”

- Você sabe de uma coisa. - começou a falar para o barman que estava servindo sua bebida, suas palavras já estavam distorcidas e menos entendível que de costume. - Eu decidi me casar com quem eu quero, eu não vou aceitar qualquer “acordinho” de família nenhum. Eu sou independente, vou ter minha carreira, casar com alguém que me ame suficiente. - ela sorriu torcido assim que sentiu o gosto da bebida na boca, nunca fora de beber em público porem não havia visto quando começou com isso naquela festa. - Falando nisso, por acaso você tem namorada? - ela sorriu sem vergonha alguma para o barman que riu baixinho.
- Quem sabe quando você não estiver bêbada! - foi a resposta que ele deu a ela. - O que foi que aconteceu com você hoje?
- Eu já disse! - ela resmungou.
- Onde estão suas… - não deixou que o homem terminasse a frase, já que apareceu com uma cara um tanto quanto desesperada.
- O que você está fazendo? - soltou um gritinho. - você não bebe, porque isso agora? - no mesmo instante direcionou o olhar julgador ao homem que ainda tinha a atenção presa nas duas.
- Não olhe para mim! - ela o olhou com os olhos semicerrados. - Ela pediu a primeira dose e eu apenas fiz meu trabalho. Eu ganho para isso se você não lembra.
- Mas que bom amigo temos aqui, não? - chegou dizendo.
- Não coloque a culpa em mim! - ele disse, levantando as mãos para cima.
Do outro lado da mesma festa se encontravam eles, onde cada um disputava entre si o quanto de garotas cada um deles iriam até eles pedirem por atenção. Era muito comum turistas nessa época naquele lugar, então ali teriam personas de todos os países do mundo.
- Você está vendo aquelas que estão bem ali? - apontou para e as amigas que agora dançavam em meio a uma chuva fina que havia começado. - Eu duvido que você mande uma bebida para elas. - riu.
- Apenas isso? - o olhou estranho.
- Não, meu caro amigo! - riu. - Como você ganhou em número de garotas, vai mandar para aquelas belezinhas ali. - ele apontou. - A bebida mais cara e a mais forte. Se elas aceitarem você ganha tudo a viagem inteira, o que você quiser, mas, se elas não aceitarem, será o contrário e quem ganhará tudo será a gente.
- Aceito! - ele se confiou. - Não será difícil.
- Ah, uma coisa! - chamou. - Todas vão ter que aceitar a bebida, se não você perde!
- Eu confio no meu taco. - ele disse, jogando seu sorriso galanteador para os amigos e se dirigiu ao barman com quem antes conversava. - Será que você poderia me fazer um favor?
O barman estranhou, mas assentiu, escutando o que tinha a dizer.
- Qual a bebida mais cara e forte que você tem? - ele perguntou sugestivo. - Mas algo conhecido, que quando alguém receba diga “porque alguém me mandaria algo assim?”
- Acho que entendo seu pedido! - ele disse, pensando consigo mesmo. - Hm, o que você acha de uma Super Duper?
- Super o quê? - perguntou.
- Super Duper! - o barman disse, pegando algumas garrafas de diferentes cores e um copo de tamanho razoável. - Uma das bebidas mais quentes, caras e inesquecíveis que nós temos. Quer experimentar uma para ver se isso é suficiente?
- É tão boa quanto mulheres? - ele fez piada.
- Talvez seja melhor. - o barman riu. - Já que as atrai como leoas.
- Me serve uma dose, por favor! - disse, batendo a mão na mesa. - E já sirva mais quatro para aquelas belezinhas que estão na pista.
- , , e ? - ele perguntou curioso. – Por que elas?
- Então assim que ela se chamam? - ele perguntou. - Elas aparecem sempre por aqui?
- Sim! - ele disse. - Mas não é por isso que as conheço.
- Interessante. - disse. - Alguma delas é sua namorada?
- Não, mas… - não deu chance dele terminar sua frase.
- Ainda bem! - ele suspirou. - Pode enviar as bebidas delas e dizer que fomos nós. - apontou aos amigos. - Que nos enviamos? Você é demais. - cumprimentou o barman, deixando o dinheiro da bebida em cima da mesa. - Acho que isso é suficiente.

22:40 Pm

- Vocês receberam presentes! - ele disse se aproximando das garotas com as bebidas. - Aproveitem porque é bem cara. E antes que perguntem, ele pediu para ser identificado, a sua esquerda um grupo de caras asiáticos e…
- E gatos! - disse os observando. - Ah, não era essa a palavra?
- Eu ia dizer cheios de grana! - o rapaz revirou os olhos. - Ele pagou as doses da mais cara e a mais forte desse lugar.
- É Super Duper? - soltou um gritinho.
- Como sabe? - ele perguntou desconfiado.
- Você realmente perguntou isso para a mais bêbada entre nós? - soltou um sorrisinho debochado.
- Qual deles os mandou? - abriu a boca pela primeira vez.
- Especificamente nenhum. - ele mentiu. - A pessoa que falou comigo disse que o grupo era responsável por tudo.
- Entendo! - ela disse, olhando para um deles. - Pode devolver a minha dose, eu não quero, obrigada.
- Se você não quer, eu quero! - disse , já indo em direção ao copo.
- ! - a chamou. – Por que você não experimenta? Digamos que você já está alterada, não vai sentir diferença.
- Eu não quero! - disse firme e depois agarrou o copo e começou a caminhar em direção aos rapazes. - Olá, ela disse cutucando um deles, quem foi o responsável pelas bebidas?
- Olá, coisa linda! - disse, deixando seu sorriso galanteador surgir. - Já agradecida pela bebida?
- Na realidade, não! - ela disse sendo sincera, fazendo com que a pose do rapaz se desmanchasse. - Eu vim devolvê-la, afinal, você já pagou por elas. - ela agarrou a mão do rapaz e colocou o copo na mesma. - Mas as minhas amigas, bem ali. - ela apontou em direção a elas. - Estão muito agradecidas, por tanto, obrigado e desculpe o prejuízo. - Nesse momento quem dissesse que a jovem estava bêbada poderia ser visto como louco, já que a mesma agia friamente e calculista.
- Você não aguenta bebida? - ele disse assim que ela ameaçou se virar para sair do lugar. - Deveria ter imaginado. - ele provocou.
- Você o quê? - ela perguntou, já um pouco irritada.
- Eu - ele se aproximou. - deveria, ter imaginado. - disse perto dela. Pobre rapaz, achava que a irritava o suficiente. Ok, podia não irritá-la, mas ela também sabia responder a provocações. Agarrou o copo da mão do mesmo e tomou de uma vez.
- Satisfeito? - ela sorriu irônica. - Não precisa ficar chorando por causa do dinheiro, nem mesmo era necessário ter comprado, afinal, se vocês - ela apontou para todos. - queriam se aproximar, deveriam ter sido homens suficientes para fazer isso sem a ajuda de bebidas.
Além de baixa e irritada, também era provocativa e irônica. Não era a toa que estava sendo obrigada a casar-se por sua família, ainda mais, com alguém desconhecido por ela.

23:00 Pm

- Eu acho que já vou indo! - disse . - Não me sinto bem.
- Claro! - disse dessa vez. - Você virou uma Super Duper completa e direto.
- Isso não faz a mínima diferença. - disse emburrada.
- Eu dou três minutos e você não vai lembrar de mais nada. - disse , chegando com mais bebidas. - Ninguém mandou ser provocativa, mas tudo bemm vamos cuidar de você para que nada aconteça e eu acho que eles já foram.
- Eu não perguntei deles, . - deu de ombros.
que ia embora acabou estendendo a noite com as amigas. Havia decidido que ia aproveitar seus últimos dias no México e também seus últimos dias de liberdade.

03:30 Pm

- Vou pegar mais bebidas, querem? - a garota perguntou, já estava alterada o suficiente para ser compreensível.
- Eu quero! - que ainda trazia o copo cheio o virou de uma vez, entregando a amiga. - Pronto, já pode encher esse. - sorriu também alterada.
foi caminhando lentamente até o bar que não estava muito longe de onde as amigas se encontravam, mas parecia um caminho enorme para quem não trazia muito sentidos.
- Duas tequilas, por favor. - ela disse sorrindo ao amigo que ainda se encontrava trabalhando.
- Você já não bebeu demais? - ele perguntou preocupado.
- Quem? - ela olhou para os lados, rindo sem motivo. - Eu? - soltou uma risada alta. - Claro que não! - obviamente as palavras não saiam completas ou perfeitas, um pouco mais evidente que o normal em que ela havia passado das contas.
- Essa não é a melhor maneira de afogar as mágoas, . - ele comentou.
- Não estou afogando nada. - ela riu baixinho, mas logo seu sorriso sumiu. - Eu estou aproveitando meus últimos dias.
Ela agarrou os dois copos da mão do rapaz e saiu caminhando mais uma vez. Sentia sua cabeça doer o suficiente agora. Apesar de não estar tão consciente como costuma ser, ela sabia que havia passado da conta dessa vez.
- Oh, desculpe! - escutou assim que sentiu esbarrar em uma pessoa. - Eu não pret… você está se sentindo bem? - trazia a mão sobre a testa e um dos copos já estavam no chão. - Você não é a garota da bebida?
- E você é? - ela perguntou, tirando a mão da cabeça e deixando seu olhar encontrar com o do rapaz.
- Você pode me chamar de ! - ele a cumprimentou. - E você é , certo?
- Você por acaso é vidente? - perguntou abobada, realmente já não tinha noção das coisas que falava.
- Não, eu apenas presto atenção! - ele riu da atitude dela. Digamos que os dois estavam em níveis bem parecidos, afinal, se Super Duper era tão forte assim como diziam, com certeza, traziam um mesmo nível de embriaguez agora. - Desculpe pela atitude do .
- Quem é ? - ela coçou a cabeça confusa. - Quem é você?

04:00 Pm

- Saiam da minha loja, crianças! - disse a velhinha os expulsando.
- Mas vovó, eu queria uma sopinha feita pela senhora. – , que mais uma vez nem mesmo sabia o que estava falando, disse a senhora.
- Eu não sou sua vó, criança! - a senhora colocou a mão sobre a cabeça.
Os dois saíram da loja e andaram pelas ruas da cidade, entrando em cada estabelecimento que passavam, até mesmo dançavam pelas ruas, pareciam apenas pessoas felizes e conscientes. Pobre de quem visse e pensasse que se conheciam desde muito.
- A vida é boa de se viver sem preocupações. - disse .
- Por que não nos casamos? - ele sugeriu, rindo e fazendo daquilo uma brincadeira.
- Eu aceito! - ela também disse, rindo.

04:30 Pm

- Vocês são jovens, estão se casando ilegalmente. - disse o falso cerimonialista. - Vocês tem certeza disso? Quando estiverem juntos ao amanhecer, crêem que vão realmente querer isso? Mesmo se não souberem que é a mais pura farsa?
- Claro que sim, senhor Mariachi. - tampouco saiba as coisas que pensava ou dizia nesse momento. Embriagados, insanos. - Eu a amo, não vê isso? - disse em meio a palavras distorcidas.
- E eu o amo, senhor Elvis. - disse rindo estridentemente. - Porque o chamou de Mariachi se ele está perfeitamente vestido de Elvis Presley? - ria sem motivos.
- Do que você está falando? - ele riu junto. - Já nos casamos? - ele se dirigiu ao cerimonialista.
- Preciso que vocês assinem aqui! - o cerimonialista, que na realidade estava vestido com um terno normal, apontou para o papel. - Vocês tem certeza disso? Um casamento é algo sério, meus jovens.
- Vamos, padre, apenas nos case logo! - disse alterado e soltou sua cara de tédio.
- Agora eu sou padre? - ele riu pros dois debochado. - O quão bêbados vocês estão, minhas crianças?
- Não fala assim com ele, pastor! - sua cara de tédio foi direcionada ao homem.
- Ótimo, passei a pastor. - ele revirou os olhos. - Vamos acabar com isso logo, vocês precisam de quatro testemunhas para esse momento, onde eles estão?
- Testemunhas? - perguntou confuso. - O nosso amor, o senhor e Deus já não são a testemunhas?
- Apenas vão embora. – disse, entregando o papel assinado por eles. - Espero que se tornem pessoas melhores juntas, é apenas um casamento falso, mas vocês irão demorar para perceber.
- Obrigado, senhor Mariachi. Apreciamos sua música. - disse , sorrindo para ele. Ver aquela cena por mais lamentável que fosse, chegava a ser engraçada o suficiente para o fazer sorrir para a garota.

5:00 Am

- Eu to com fome. - ela reclamou com a voz sonolenta.
- Espera, eu vou comprar algo pra você! - ele disse também com a voz sonolenta.
Era incrivelmente o descritível a situação dos dois, minutos atrás animados e cheios de energia, apenas se sentaram por segundos em algumas mesas de loja de conveniência que se encontrava aberta, o sono veio com força, a dor de cabeça e de estômago também.
- Pronto! - ele disse, entregando um bolinho para ela. - Você quer mais alguma coisa?
- Eu quero dormir! - ela disse, se deitando sobre a mesa.
- Eu também! - ele disse, colocando a mão sobre as dela e se encontrando com o braço contrário de frente pra ela. - Você é bonita.
Ela não o escutava porque já dormia profundamente ali naquela mesa, afinal, nenhum deles raciocinava muito bem. um pouco dormido, a colocou em suas costas e a carregou até o hotel em que estava ficando com os amigos.
Entrou com em suas costas, a colocou na cama delicadamente e foi se trocar em seguida, já que ela havia vomitado em sua camisa no caminho, despertando em seguida pedindo desculpa e surpreendentemente lhe dando um beijo na bochecha.
Nenhum dos dois trazia consciência e muito menos nenhum dos dois sabiam o que estavam fazendo.

9:30 Am

Ambos cabelos bagunçados e roupas tiradas pelo chão não significava muito certo? Talvez não nesse momento. Saber o que estava acontecendo que era necessário.
- Hmm. - se moveu ao sentir cabelos batendo em sua face.
- Pare de se mover. - ela resmungou de volta, se acomodando nele mais uma vez.
Deve ser dito que não durou muito para que percebessem o que estava acontecendo.
Foi possível escutar gritos dos dois de todos os quartos do hotel, mesmo que, de início, nem mesmo pareciam lembrar bem o que havia acontecido na noite anterior e apenas pensaram que aquilo que acontecera entre eles não passava de one night stand. respirou fundo, sentindo a dor de cabeça lhe atingir com a claridade do dia e também pelos berros que acabaram soltando pelo choque de dividirem a mesma cama.
- Porra, mas o que foi que eu fiz? - a mulher rapidamente se levantou para juntar suas roupas, ignorando o fato de sua visão estar turva e também ignorando a presença masculina que preguiçosamente se levantava da cama.
Porém, pela tontura, acabou tendo que se apoiar em na mesa do quarto enquanto andava, tentando recuperar o fôlego e a sobriedade para conseguir pelo menos sair dali e se situar no que havia acontecido e como voltaria para casa. E foi aí que o problema maior começou, quando viu o que estava em cima da mesa.
Certidão de casamento. Por um segundo, pensou que o cretino fosse casado e estava pronta para desferir uma rajada de xingamentos em diversas línguas em direção ao desconhecido que vinha atrás de si, mas mesmo que mal estivesse conseguindo raciocinar, o mundo pareceu parar ao seu redor quando viu, escrito em letras grandes o suficientes para poder ler mesmo em seu estado. Era o seu nome, um pouco abaixo do anúncio do que era aquele documento.
O seu nome e o do rapaz escritos. E duas assinaturas tortas e mal feitas um pouco abaixo na folha.

11:30 Am

Apesar de estar teimando que tinham que ir colocar aquela história a limpo o mais rápido possível, nenhum dos dois estava em condição física ou mental de sair assim que acordaram. Precisaram ambos tomar banho, se vestir, comerem alguma coisa para saciar a fome que estavam e também espantar a fraqueza do corpo após a noite badalada.
Só depois disso conseguiram sair do quarto do quarto de hotel e encarar o dia e o sol que fazia as retinas de ambos queimarem de uma forma dolorosa. E antes de finalmente chegarem na capela ao qual o endereço constava na certidão, passaram na farmácia e tomaram alguns bons analgésicos para ver se voltavam à vida e ao raciocínio de seres humanos normais.
Não deu muito certo, mas não tiveram mais tempo quando estacionou na frente da capela que ironicamente trazia o nome “união pelo destino” onde o “amor dos dois” foi selado e documentado no dia anterior.
- Você lembra de alguma coisa que nos ajude a achar quem fez isso? - questionou com uma sobrancelha arqueada. Toda vez que tentava recordar de algo da noite anterior, só se lembrava de quantas Super Duper bebera, o que não passava de duas doses. - E de um Mariachi.
- Não era Elvis Presley? - ela perguntou confusa.
Entre a discussão sobre qual era a fantasia do homem da noite anterior que realizara o suposto casamento dos dois, acabaram notando uma pequena recepção que não lembravam de ter visto na noite anterior, mas isso não era um indicador confiável já que não lembravam de praticamente nada do que havia acontecido na noite anterior e se não fosse o documento nem mesmo saberiam o que haviam feito.
No fim, empurrou delicadamente o homem para frente com o cotovelo, sinalizando que era pra ele falar o que quer que fosse com a mulher que os observava discutindo de trás do balcão da recepção, com uma expressão de quem realmente estava os julgando pesadíssimo.
- Ele nunca realizou um casamento aqui. - ela disse olhando a certidão. - Vocês tem certeza que foi aqui mesmo que realizaram esse casamento?
- Absoluta. - choramingou. - Aqui está o endereço e tudo. - ela apontou para o papel e a mulher apenas os olhou mais uma vez, sacudindo a cabeça dizendo que não poderia ajudá-los.

13:13 Pm

Que eles precisavam conversar, era óbvio. Que eles sabiam o que dizer e como lidar com aquela situação, isso era mentira.
ainda estava perplexa como aquilo era exatamente o que precisava que acontecesse em sua vida para ajudar na sua regularização e estadia no país, da forma mais louca que podia existir. Mas o problema maior que tinha nas mãos agora, era outro e no momento mais importante do que pensar nos caminhos do destino. Como conversar com e dizer que queria que continuassem como marido e mulher, quando nem mesmo sabiam pronunciar os sobrenomes um do outro? E olha que nem eram difíceis.
O problema de estaria resolvido, supostamente se estivesse casada, seria uma ótima desculpa para seus pais, seus pais não a obrigariam casar-se com quem nem ao menos conhecia e também poderia aceitar a oferta de bolsa de estudos permanente se passasse em seu projeto final desse semestre.
Suspirou, sentando na cadeira do restaurante e vendo o rapaz fazendo o mesmo na cadeira da frente. Não sabia bem como começar a falar sobre aquilo e ele muito menos, uma vez que se ocupou em olhar o cardápio como se sua atenção estivesse realmente ali, mas era melhor falarem logo tudo o que precisava ser falado do que ficarem enrolando daquela forma, por isso tomou a iniciativa.
- Eu tenho uma proposta. - disse, jogando de uma vez sua ideia. - Eu preciso de tempo para regular minhas coisas no país, eu sei que você também não é daqui. Não sei se você poderia me ajudar a respeito, apenas me escute primeiro antes que ache loucura.
- Estou escutando. - ele disse, se ajeitando na cadeira.
- Escuta, eu preciso de um mês. - ela suspirou. - Essa situação praticamente caiu como uma boa sorte lançada de Deus ou força maiores, como você queira ver. Eu preciso de um pretexto para ficar no país, ainda tenho total vigência com meu visto, a única coisa séria que meu pais estão me apressando para que volte na próxima semana e me prepare para casar com um completo desconhecido. - prestou bem a atenção nessa parte e parecia já ter escutado essa mesma história antes. - Eu simplesmente preciso que eles pensem que realmente estou casada, ao menos até que eu termine esse semestre e possa tentar a bolsa completa no final do projeto.
- O que você está sugerindo? - ele disse duvidoso. - Que continuemos com isso e essa dúvida pelo resto do mês?
- Tecnicamente, sim! - ela respondeu, coçando a cabeça pela situação ser desconfortável. - Escuta, não sabemos o que aconteceu, não sabemos onde está o cerimonialista e tampouco sabemos de isso é falso. Ao final de tudo apenas vamos precisar de um advogado para que analise e nos ajude, mas eu realmente estou pedindo pela sua ajuda nesse momento.
- E se eu tiver uma namorada no meu país? - ele perguntou apenas para complicar a situação. - O que eu falaria para ela?
- De qualquer forma você não sabe se esse papel é real ou não. - ela soltou uma risadinha. - De qualquer forma você teria que contar para ela.
- Você é mais esperta do que eu pensei! - ele disse rindo. - Tudo bem, de qualquer maneira eu tenho um mês aqui, eu posso te ajudar com isso. - ela sorriu ao ouvir. - Mais uma pergunta, você por acaso sabe qual o nome do seu suposto noivo?
- Eu apenas sei que ele é de uma família importante de outro país, seu pai é amigo do meu. - ela suspirou. - Mas eu nunca o conheci, por quê?
- Curiosidade. - ele riu. - Temos que começar tudo isso de novo não é?
- Começar com o quê? - ela perguntou, soltando uma risadinha.
- Eu sou . - ele estendeu a mão em direção a ela.
- Eu sou . - ela o cumprimentou de volta. - Prazer! - eles sorriram um para o outro e ali podia dizer ser visto uma certa harmonia.
- Vamos fingir isso para todos, para que não haja erro, certo? - ele perguntou e ela apenas sacudiu a cabeça concordando. - E vamos ter que passar todo esse um mês morando juntos também?
- Eu não acho que isso seja necessário, você acha? - perguntou pensativa.
- Não creio! - ele riu. - Mas vamos ter que estar sempre juntos até um certo ponto.
- Com isso eu concordo. - ela pegou um pouco do pedaço de bolo em que estava no prato dele. - Vamos que ter que estabelecer algumas regras então, certo?
- Regra número um. - ela olhou pensativa e finalmente disse. - Nunca se apaixonar um pelo outro. - o olhou e sorriu de canto.
- Acho que somos diferentes demais para que isso aconteça.- dessa vez disse rindo da situação.

10 Days Together

- Eu quero um hambúrguer! - ela disse, colocando a mão sobre o estômago. - O que foi? - ele a olhava com os olhos desconfiados. - Eu estou com fome.
- Eu não estou dizendo nada! - levantou as mãos, sorrindo para ela. - Mas você come demais.
- Desculpe se não sou como as garotas de seu país. - ela o olhou com os olhos semicerrados. - Eu não sou perfeita em tudo. – disse, jogando os cabelos para o lado e rindo.
- Você também é mais divertida que elas! - ele foi sincero.
- E você não é como seus amigos! - ela também foi sincera. - Não que eles sejam más pessoas, mas você ganha consideravelmente.
- Isso foi um elogio? - ele soltou um sorrisinho de canto da boca e a olhou. - Você não está tão feiosa assim também. – disse, se lembrando do primeiro dia que passaram juntos.
- Seu ridículo! - ela mostrou sua língua para ele, fingindo ficar afetada com o comentário.
- Sua feiosa! - aquilo não era de maldade, ela também o chamava de coisas parecida, era algo como uma cumplicidade dos dois, porque sabiam ser o contrário o que pensavam.

20 Days Together

Qualquer um poderia dizer que em apenas um mês uma pessoa não pode se apaixonar pela outra, está aí a primeira mentira do dia, também dizem por aí que é impossível manter ordem em um acordo, aí temos a segunda mentira, mas além de tudo também dizem que é impossível duas pessoas diferentes se apaixonarem instantaneamente e apenas perceberem tempos depois, aqui, por último, temos a mentira mais contada hoje em dia para aqueles que sofrem do coração partido por alguém que eram diferentes deles, a mentira do “somos diferentes”.
- Você não fez isso! - ela abriu a boca indignada. - Você não fez isso!
- Eu fiz. - ele riu. - E você nem está tão chocada assim.
- Eu estou. - ela comentou, se sentando ao lado e rindo para ele.
- E o seus pais? - ele perguntou de forma delicada, pois sabia da situação. - Como eles estão?
- O que vamos comer hoje? - ela disse, desconversando.
- Ei. - ele a chamou. - Você precisa conversar sobre isso. - suas mãos então foram em direção as dela, deixando ali um carinho inexplicavelmente confortável.
- Eu não quero falar sobre eles. - ela sorriu amarelo, podia ser visto a tristeza que trazia. - Eles ainda não estão falando comigo.
Seu sorrisinho era triste mas não tinha muito o que fazer, afinal, ela havia escolhido aquilo.
- Hey, não fica triste. - ele apertou levemente as mãos dela. - Eles vão entender um dia.
- Eu não sei. - ela riu fraquinho. - Você não os conhece, talvez eles devam estar tramando mais alguma coisa.
- Não quero te ver assim! - ele disse, se levantando.
– Por que se levantou? - ela perguntou confusa. - Não vamos comer?
- Não agora. - ele soltou um sorrisinho sem vergonha e a puxou pelo braço, a carregando em seus ombros. Correu em direção ao mar, afinal, estavam em uma das melhores praias da cidade e não aproveitá-la era desperdício, além disso, seu único propósito ultimamente estava sendo fazê-la sorrir.

30 Days Together

Concordar com aquilo havia sido uma loucura, sim. Mas deu o tempo necessário para que a vida de entrasse nos trilhos, e parasse de depender de seus pais e ser obrigada a voltar para seu país de origem. Estava tudo dando certo, e a notícia que recebeu naquele dia confirmava que os ventos para eram bons, depois de um tempo turbulento e uma tempestade forte na sua vida.
Tinha muito a agradecer a , e pretendia fazer aquilo hoje. Quando desse pra ele a notícia que estavam ambos livres, e que podiam seguir suas vidas normalmente já que a proposta da faculdade resolvia exatamente tudo o que estava dando errado até o mês anterior. Quando chegou no hotel onde estava, sentia como se seus ombros não pesassem mais e tudo fosse ficar bem a partir dali, e esperava que ele ficasse feliz por si e por ela, quando o encontrasse.
- ! - ela o chamou sorrindo.
- Eu tenho algo para te contar. - ela e ele disseram juntos dessa vez.
- Você primeiro. - ela disse curiosa.
- Não. - amava contrariá-la. - Você primeiro, docinho.
- Eu odeio quando você faz isso! - ela revirou os olhos e deu um tapa leve em sua cabeça. - Bom eu começo então.
- Você quer um chá? - ele perguntou, mexendo as mãos como ato de nervosismo, afinal ficar perto dela já o deixava nervoso suficiente, e, só de pensar em dizer tudo que andou pensando, o deixava mais.
- Eu aceito! - ela sorriu e ele imediatamente se levantou, deu um beijo em sua cabeça e respirou fundo.
- Você está bonita hoje, feiosa. - ele disse rindo, eles tinham essas coisa de um desmerecer o outro, mas nunca passou de pura mentira afinal, desde que viu ela pela primeira vez percebeu o quanto era linda.
- E você não está nada mal. - ela também riu. - Agora eu vou contar minha novidade e você vai ficar muito feliz.
- Se não for a respeito de eu poder voltar ao meu país, não tem como eu ficar feliz. - ele fez piada.
- Então você realmente ficará feliz. - a pontadinha que ela sentiu no coração, tentou ignorar, mas aquilo a deixou um pouco atordoada. - Eu terminei o meu projeto final para aplicar a uma bolsa. - ela respirou fundo. - Eu fui escolhida para ter total bolsa de estudos por toda a minha carreira.
- Isso significa...? - ele disse entrando na sala com as xícaras.
- Isso significa que você já poderá voltar para o seu país e não precisará mais me aguentar atrapalhando sua vida. - Isso querendo ou não soou um pouco amargo da parte dela, ela estava decepcionada e nem mesmo sabia o porquê.
- Você realmente pensa assim de mim? - perguntou, deixando as xícaras sobre a mesa e a encarando sério.
- Eu não penso nada, ! - ela disse sem olhar para ele. - Eu apenas estou te dando uma notícia que certamente te deixaria feliz por já poder se livrar dessa confusão em que eu te coloquei.
- Você realmente pensa isso de mim? - ele perguntou mais uma vez. - Você ainda não me respondeu.
Ela ficou quieta e não o respondeu, não entendia o porquê dele estar assim, afinal, ela sempre soube que ele queria se livrar dela e de sua complicação.
- Não precisa responder! - ele se levantou. - Fico feliz por você, conseguiu o que queria e já pode retornar a sua vida normal. Espero que tudo dê certo para você. - ele disse, se virando e indo em direção ao quarto. - Ah, mais uma coisa. - girou seus pés novamente em direção a ela e tirou uma caixinha com uma carta do bolso. - Seus pais me ligaram, eles disseram que te amam e querem o melhor para você porque você merece o melhor, e eu concordo com eles. Eu havia comprado um presente, não sei mais se importa nesse momento, mas se um dia quiser abri-lo aqui vai estar.
- Aonde você vai? - ela perguntou um pouco incrédula com tudo aquilo.
- Estou voltando para minha casa hoje! - ele disse, entrando no quarto.
- Para sua casa? - o raciocínio da garota era um pouco mais lento do que o costume e antes de chegar alguma conclusão seu telefone disparou a tocar, fazendo com que ela se assustasse. “Em um minuto estou deixando as documentações aí” foi o que escutou por último junto com a porta sendo batida. Ela havia pego a caixinha e a carta, afinal, ele disse que estava indo para sua casa e ela ainda não havia entendido o que aquilo significava.
Seu celular tocou mais uma vez, mas essa identificando o nome de .
“Você aceitou, não é?” - ela perguntou animada e riu fraquinho.
- Vocês já estão sabendo? - perguntou . – Sim, eu aceitei.
Gritos foram escutados através do telefone, e risadas também.
“Minha amiga está namorando de verdade, já podemos preparar o casamento?”
Foi aí que definitivamente um grande ponto de interrogação surgiu na cabeça de , ela não sabia a mínima do que estava acontecendo.
- Namorando? - disse confusa. - Quem está namorando?
“Do que você está falando?” - perguntou a amiga.
- Eu estava falando da proposta da faculdade para a bolsa de estudos completa, do que você estava falando?
“Oh não, você não fez isso,
- Não fiz o quê? – perguntou, a garota confusa. “Você já conversou com a respeito?”
- Sim, ele me pareceu um pouco estranho hoje. Tenho que ler sua carta e ver o presente que me deixou, mas estou indo levar a documentação da faculdade e depois volto para falar com ele melhor. - suspirou. - Ele disse que voltaria a sua casa hoje, não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas como eu disse, mais tarde converso melhor com ele.
“Você é sonsa mesmo ou só se faz?” - dessa vez foi a vez de entrar na conversa.
“Abre logo esse presente e essa carta, sua estúpida. Nós sabemos que você tem sentimentos por ele, não deixe-o escapar.” - foi então que também apareceu na conversa sendo o mais clara possível, fazendo com que ela entendesse. A garota estacionou o carro no mesmo momento e pegou a carta e a caixinha que estavam ao seu lado. Primeiro abriu a carta.

“Pode ser estranho toda essa situação, mas eu não via forma melhor para me expressar. , você esteve um mês comigo e foi esquisito, confesso. Mas foi um dos melhores que eu já tive, porque você estava lá. Se fosse qualquer outra pessoa eu duvidaria ser tão especial quanto foi estar com você.
Eu não vou enrolar muito, eu apenas quero dizer que eu ando agradecendo ultimamente uma dose de bebida e um amigo mulherengo que me trouxeram direto a você.
Em pensar que você poderia estar se casando com ele nesse momento me dá um certo desconforto e sim, eu descobri quem seria seu misterioso noivo e que por um grande acaso era um dos meus melhores amigos, o que tecnicamente podemos achar loucura.
Sem mais enrolação, eu gostaria de saber se você realmente gostaria de passar esses próximos meses comigo. Não forçosamente, mas por vontade. Não sei se você sente o mesmo, mas eu realmente sinto que tudo isso daria certo.
Eu preciso de um resposta porque, afinal… Eu já amo você.
.”


A garota abriu a caixinha e definitivamente seu coração cortou ao ver um dos anéis mais lindos dentro dela.
“Porque você não disse nada, , foi a única coisa em que pensou, abaixando sua cabeça no volante se arrependendo de ter saído do apartamento sem tê-lo escutado.
“Ele está na fila para embarcar, não o perca”. Recebeu uma mensagem onde não havia o número salvo, ou seja, não sabia quem estava fazendo aquilo, mas a estava salvando de certa forma que nem mesmo imaginava. Era isso o que ele quis dizer com “voltando para sua casa”.
Sua persistência em que o trânsito estaria bom esse momento era grande porém não teve sorte, há alguns minutos do aeroporto um acidente havia acontecido e acabou fazendo com que toda a rua fosse interditada e passasse de um em um. Enquanto isso era possível ver se despedindo de alguns amigos que o estavam ajudando, de qualquer forma, mesmo que estava brigado com ela, esperava com que ela viesse e o impedisse de ir, ou quem sabe, que ela fosse com ele.
- Droga! - bateu as mãos no volante. - O vôo dele já vai sair, eu preciso de tempo. - ela não pensou duas vezes, desceu do carro e o deixou para trás, saindo correndo em direção ao aeroporto. Correu o mais rápido que podia, não demorando tanto para chegar.
- Onde ele está? - perguntou a um dos amigos assim que os viu.
- Ele já embarcou. - disse o garoto. - Mas você pode tentar vê-lo ainda, ele está pela entrada onze.
- Obrigada! - ela apenas disse, indo em direção ao local indicado, mais uma vez, olhares a julgavam.
- Você não pode passar daqui sem seu cartão de embarque, senhorita. - disse a mulher.
- Nós já nos conhecemos? - a olhou curiosa.
- Sim! - ela soltou risinho fraco. - Na capela, mas isso não vem ao caso no momento, ou você compra uma passagem e vai com ele ou você não o vê tão cedo, sua escolha. Sim ou não.
já não sabia o que pensar, quem era aquela mulher? Largaria tudo por ele? Apenas o conhecia há um mês e alguns dias, mas parecia como se fossem anos, como se tudo aquilo realmente tivesse que acontecer.
- Você tem cinco minutos para decidir seu destino. - a mulher sorriu e se virou para o portão de embarque, adentrando nele e desaparecendo em seguida. Com isso, se virou e olhou em direção a todo o aeroporto pensando a respeito do que a mulher havia dito até que uma voz veio.
- ? - escutou uma voz claramente reconhecível.
- ? - o viu do outro lado da sala assim que voltou em direção a ela.
- Você veio se despedir - ele sorriu fraco, mas ainda sim decepcionado.
- Eu vim para te fazer uma pergunta! - ela disse agoniada.
- O quê? - ele perguntou confuso.
- Isso tudo é verdade? - ela levantou a carta e a caixa. - Você realmente se sente assim?
- Podemos dizer que pode ser pior do que está escrito. - ela sorriu ao escutar. - Pode ser estranho pelo pouco de tempo. - ele tentou passar pelo portão de embarque, mas o mesmo disparou a sonar. - Mas eu realmente me sinto assim quando o assunto é você e eu não…- ela o interrompeu.
- Eu também me sinto assim! - ela disse, o interrompendo. - Desculpe não ter deixado você falar antes, desculpe jogar toda minha felicidade pela bolsa de estudos e não te escutar, me sinto tão egoísta agora quanto quando saímos para comer. - ela disse, o fazendo rir.
- Eu queria poder te abraçar - ele disse e a fila avançou com ele avançando junto, deixando os dois serem separados por um vidro.
- Eu vou atrás de você! - ela disse, e ele não entendeu pelo vidro abafar sua conversa.
- O quê? - ele deixou algumas pessoas passarem em sua frente, voltando ao portão para poder escutá-la. - O que você disse? - ele perguntou mais uma vez.
- Eu vou atrás de você! - ela disse de novo e dessa vez deixando uma respiração profunda junto com um sorriso surgir em seus lábios. - Se você quiser, claro, eu vou atrás de você na Coreia.
- Você arriscaria tudo? - ele perguntou, ainda achando não ter escutado certo.
- Por você? - ela sorriu. – Por que não?
- Eu vou te esperar. - ele sorriu. - Promete?
- Se eu já fiz a promessa em frente à Elvis Presley. - seu sorriso aumentou. – Por que não na sua frente mais uma vez?
- Eu ainda acho que era um Mariachi. - ele comentou, deixando-a para trás e seguindo a fila, através do vidro ela pode ver ele partindo. Antes que embarcasse por completo ele se virou e disse algo que ela entendeu completamente e respondeu em seguida, fazendo o soltar um sorriso maior antes de ir.
- A gente se vê logo. - foram as últimas palavras proferidas por ela.


Fim.



Nota da autora: Vocês aqui mais uma vez!!! Eu to agradecendo mais uma vez por quem leu e está lendo, eu sei que o final pode ter sido sugestivo mas eu digo que sim terá uma continuação e eu espero que vocês tenham gostado da primeira parte, amei muito esse casal desmiolado e vocês?
Agradeço as amigas que me ajudaram com o plot porque vocês sabem o quão complicado foi essa letra? Hahahaha
Enfim, até a próxima.
Ps: prometo desenvolver ela melhor na segunda parte.
Xoxo Laysa
Saranghae



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