09. All For One

Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Let's celebrate today 'cause there'll never be another
Vamos celebrar o hoje, pois nunca mais teremos algo assim.

~ * ~

19h02min
12 horas e 58 minutos para as férias de verão acabarem.
Às sete e dois, ele teve uma ideia maluca.

~ * ~

- O último dia de férias. - disse, e pude sentir o seu suspiro quente no topo da minha cabeça.
Estávamos deitados em uma rede, no jardim da minha casa, vendo as estrelas brilhantes no céu; eu sempre venho aqui para ver as estrelas junto a , o meu melhor amigo. Lembro, como se fosse ontem, o dia que nos conhecemos.
Estávamos no oitavo ano, e ele veio falar comigo sobre o trabalho de artes e acabou derrubando tinta azul no meu cabelo. Entre gritos e pedidos de desculpas, nos tornamos amigos e, desde então, não nos separamos mais. Desde aquele dia, nos tornamos um por todos, todos por um. Agora ele está aqui comigo, preocupado com o último dia de férias.
Viro o meu rosto para contemplar o seu.
- Pois é. – é a única coisa que eu consigo sibilar no momento.
- Queria fazer algo diferente essa semana. Uma aventura – ele começa a dizer, com o seu olhar sonhador de sempre. - Algo bom, pois teremos que fazer aquele estúpida redação de “Em minhas férias, eu...”
- Você tem razão. – digo, não tenho nada para colocar nessa redação, e hoje é o último dia de férias, duvido que conseguirei algo bom o suficiente em 13 horas. - Mas não teremos nada bom o suficiente para colocar lá, de qualquer forma. Falta pouco menos de 13 horas para as aulas começarem. Não teremos nada para colocar lá.
Ele demora alguns segundos para me responder. O seu olhar tem um brilho, aquele brilho que eu conheço muito bem dos meus longos anos sendo amiga dele. Esse brilho quer dizer encrenca.
- E se fizermos desta noite a melhor noite de nossas vidas? – ele diz, como se isto fosse a coisa mais fácil de todas.
- E como faremos isto, hein, sabichão? – digo, o desafiando. nunca foi bom com ideias, sempre dava algo errado, e tenho quase certeza que nessa não vai ser diferente das demais.
Se vocês não estão me entendendo, irei dar alguns exemplos de ideias do que não deram certo:
No nono ano, teve a brilhante ideia de fazer uma festa de despedida para a professora de Filosofia; alguns diziam que ela estava com seus dias contados, e entendeu que ela estava perto de morrer, então resolveu fazer uma festa para que a professora se sentisse especial e querida por todos os alunos. O seu ato foi fofo, até ele fazer um discurso sobre morte, como a vida da professora foi boa e como ela nos ajudou, e a professora ficou pasma com o que dizia, pois ela não iria morrer, só tiraria algumas férias. Essa nem foi a pior parte: mandou fazer um bolo em forma de caixão. A professora ficou louca com aquilo e foi embora de vez da escola.
não é muito bom com ideias, e tenho certeza que essa ideia não será nada boa como as anteriores que ele teve.
- E se a gente fizer desta a melhor noite de nossas vidas? – ele repete, sorrindo. – Eu já fiz uma lista do que podemos fazer.
- Você o quê? – pergunto, sem entender o que ele está falando, ou muito menos o que ele quer fazer.
- Vai vestir uma roupa bem bonita, que você vai entender tudo. – ele diz, beijando o topo da minha cabeça e saindo em disparada para a sua casa, que fica longo em frente à minha.


~ * ~

19h40min
12 horas e 20 minutos para as férias de verão acabarem.
Às sete e quarenta, ele jogou pedrinhas na minha janela

~ * ~

bateu na minha porta, 30 minutos depois de ter me deixado sozinha dentro daquela rede. Como ele havia pedido, me arrumei. Vesti uma roupa casual, um vestido florido e sandálias, acho que não preciso mais do que isso.
E por que mesmo eu aceitei isto?
Amanhã terei que acordar às sete para ir à escola, e o quer que a gente saia para fazer sabe-se lá o quê. Estava prestes a desistir, mas essa ideia foi embora quando eu ouvi as pedrinhas serem jogadas contra a minha janela.
- . – ouço a voz do , ela era meio sussurrada, mas era possível ouvir.
Dou uma última olhada no espelho e acho que está bom para uma aventura que eu desconheço, talvez o também esteja vestido no mesmo estilo que eu, ou ele pode estar totalmente diferente do que eu escolhi.
Coloco minha cabeça para fora da janela, e a primeira coisa que vejo é o , vestido com uma regata azul e shorts que vão pouco abaixo do joelho. Ele estava lindo, muito lindo... E estava com uma roupa parecida com o estilo que eu escolhi, e isto é ótimo. Os seus olhos foram de encontro ao meu, e o brilho que tinha neles passava uma animação semelhante ao dia que ele me fez fugir até o circo, pois ele queria ver os trapezistas.
havia colocado uma escada perto da minha janela, para que eu pudesse descer. Se minha mãe souber que estou fugindo um dia antes das aulas começarem, nem sei o que ela fará comigo.
- Vem logo. – ele diz, vendo a minha demora em descer a escada.
- Segura a escada, eu não quero cair. – sussurro de volta.
- Eu nunca vou te deixar cair, . – ele diz, com um tom lindo e fofo.
joga a mochila, que antes estava em seu ombro, no chão, e segura a escada. Coloco as minhas pernas para fora da janela e coloco os meus pés na escada; o medo de cair sobe da ponta do meu pé até a minha espinha. segura a escada, de maneira firme, até que eu coloque meus pés no chão.
- Obrigada. – digo.
Ele sorri para mim.
- O que faremos agora? – pergunto, preocupada com a resposta que ele possa dar.
- Faremos tudo que está nesta lista – ele diz, me entregando um pedaço de papel.
O papel havia 8 coisas a se fazer: algumas loucas, outras até divertidas.
- Eu não vou fazer isto. Vou voltar para o meu quarto, de onde eu nunca deveria ter saído. – digo, já tentando subir as escadas. Não quero me meter em encrenca com a diretora, sem nem ao menos as aulas terem começado.
- Por favor, por mim. – ele diz, com seus olhinhos pidões. – Não posso fazer isso sem você. Um por todos, todos por um, esqueceu?
sabe bem como me fazer mudar de ideia.
- Qual o nosso primeiro destino? – pergunto, deixando claro que irei passar por isto com ele.
- Vamos até a escola. – ele diz, com um sorriso lindo no rosto.


~ * ~

20h
11 horas para as férias de verão acabarem.
Às oito ele me fez pular outra janela

~ * ~

Estávamos na parte dos fundos da escola, onde há a única janela que não é trancada em toda escola; ela dá no corredor que fica a sala dos professores e a sala do diretor. está animado em invadir a escola, e eu não estou animada para adiantar a voltar à escola.
- Vamos, eu te ajudo. – fala, já com as mãos em minha cintura.
A janela é alta, mas com a ajuda de , eu consigo passar por ela com facilidade. Minutos depois, pula a janela. Os seus olhos ainda estão com um brilho de animação; ele parece feliz com toda esta situação. Bom, queria estar tão feliz quanto ele.
- E o que faremos agora? – a pergunta faz sorrir quase malignamente.
- Agora invadiremos a sala dos professores. Eles terão uma bela surpresa.


~ * ~

20h07min
10 horas e 57 minutos para as férias de verão acabarem.
Às oito e sete ele me fez invadir uma sala

~ * ~

- Pronto, já invadimos. E agora? – digo, olhando para as paredes sem vida da sala dos professores.
- Vamos dar vida a esta sala. – diz, tirando duas latas de tinta da cor rosa e dois pinceis, de dentro da mochila.
Arregalo os meus olhos.
- Não. Se eles nos pegarem, estaremos de castigo antes mesmo das aulas começarem. – retruco, preocupada com toda a situação.
Ele olha para o relógio.
- Temos dez minutos, vamos logo. – diz.
- Não! – digo, sem me importar com o olhar pidão de .
- Por favor. – ele pede, colocando as mãos em meu rosto e fitando os meus olhos.
Droga, aquele olhar difícil que não me deixa dizer não.
- Tudo bem. – digo, e dá um enorme sorriso e beija a minha bochecha, fazendo-a formigar.
- Obrigado. – começa a pintar as paredes de maneira desastrada, minutos depois vou junto a ele e lhe ajudo.


~ * ~

20h10min
10 horas e 50 minutos para as férias de verão acabarem.
Às oito e dez ele me fez se sentir diferente

~ * ~

Estávamos pintando a parede há 3 minutos, quando o sujou o meu rosto de tinta.
- Você fica linda com o rosto sujo de tinta. – diz, passando o polegar sujo em meu rosto. Ele começou a se aproximar, me fazendo sentir o corpo gelado e borboletas no estômago.
Ele estava bem perto quando espirrei em seu rosto.
- Desculpa. – falei, rindo.
- Sem problemas. – ele respondeu meio sem jeito e logo depois voltou a pintar a parede.
Não sei o que deu em mim, mas ainda estou sentindo borboletas em meu estômago por ainda está ao lado dele.


~ * ~

20h17min
10 horas e 43 minutos para as férias de verão acabarem.
Às oito e dezessete ele disse que queria roubar um carro

~ * ~

As paredes da sala dos professores ficaram até bonitas com tinta rosa, não ficou lá essas coisas, mas os professores terão uma bela surpresa quando verem paredes rosas ao invés de paredes brancas e imundas.
- Bom trabalho, pequena. – diz com animação no olhar.
Esse olhar já está começando a me dar medo.
- Qual o próximo item de sua lista? – pergunto, sem tirar os olhos dos seus.
- Roubar um carro. – ele responde, e eu arregalo os olhos.
- Você só pode está louco!
- Não se preocupe, o carro que vamos roubar é do meu irmão. – explica, como se isto ainda não fosse uma coisa ruim.
- Ainda continua sendo uma coisa ruim – digo.
- Ah, qual é? – ele diz com um tom de insatisfação. – Sei que você quer roubar para ver a cara do meu irmão quando não encontrar o carro dele na garagem. – retruca, como se lesse meus pensamentos.
Querer ver a cara do otário do irmão do quando não encontrar o carro... Eu quero ver é o desespero dele, mas isso parece tão errado.
- Você não vai aceitar um ‘não’ como resposta, não é? – pergunto, e ele balança a cabeça em negativa.

Suspiro, antes de responder:
- Então vamos logo roubar esse carro. – digo, e dá um gritinho de alegria.
Olha no que eu fui me meter.


~ * ~

20h35min
10 horas e 25 minutos para as férias de verão acabarem.
Às oito e trinta e cinco ele roubou o carro do irmão

~ * ~

O levantou a porta da garagem, bem devagar, com medo de seu irmão escutar. O irmão do mora sozinho em uma casa perto da escola, o que ficou mais fácil para a gente, já que estamos a pé.
- Pegue as chaves do carro. – sussurrou.
- Onde elas estão? – sussurro de volta.
- Não sei, procura. – ele sussurrou, também procurando as chaves.
Procuramos as chaves por todo lugar, mas sem sucesso algum.
- Não encontro em lugar nenhum. – digo, já ficando com raiva de não encontrar as malditas chaves.
- Achei! – gritou.
- Shhh! Seu irmão vai escutar!
Ele soltou uma risada.
- Onde estão? – pergunto, olhando para o mesmo ponto onde seus olhos estão fixos, mas não consigo ver as chaves.
- Estão ali. – ele aponta para um ponto escuro, bem alto. Com a pouca claridade, consigo enxergar as chaves.
As chaves estão em um ponto alto, em cima de um pequeno armário. É tão alto, que nem mesmo o com sua altura toda iria alcançar.
- E como vamos pegar elas? – sussurro.
Ele para um segundo para pensar até ter uma ideia.
- Vem aqui - pede.
- O quê?
- Vem aqui. Vou te levantar, e você pega as chaves.
- Mas eu estou de vestido. – digo.

- Não tem problemas. – ele sorri de lado para mim. – Eu já vi suas pernas descobertas antes.
Arregalo os olhos e dou uma tapa do braço dele.
- Vem logo, . – ele insiste, com os seus olhos brilhando.
- Tá bom. – digo, indo em sua direção.
coloca as mãos em minha cintura e me levanta, para que eu possa pegar as chaves. Suas mãos fazem o meu vestido arrebitar, mostrando mais do que devia. Peguei as chaves e, minutos depois, me colocou no chão, passando as mãos pela lateral da minha cintura, me causando arrepios.
- Aqui estão as chaves. – entrego-as a ele.
Ele pega as chaves da minha mão e sorri, ainda com o mesmo brilho de animação nos olhos.
- Preparada para roubar um carro?


~ * ~

21h10min
9 horas e 50 minutos para as férias de verão acabarem.
Às nove e dez ele disse que queria ir a um bar.

~ * ~

- Vai mais devagar! – grito, vendo que ele estava indo rápido. Muito, muito, muito rápido.
- Devagar não tem graça. – ele respondeu, rindo escandalosamente.
Estou começando a ficar com medo do .
- Eu não quero morrer – digo.
- Você não vai morrer hoje. – ele diz. – Não deixaria isto acontecer com você.
Sorrio para ele, mas ainda com medo.
- O que faremos agora? – pergunto, com medo do que está por vir.
- Eu quero ir a um bar.
- Fazer o que em um bar? – pergunto, e ele me olha com obviedade.
- Vamos beber, claro. – sorri.

- Não! – digo. – Não temos idade para isto. Não devíamos nem está dirigindo...
- Ah, , seja menos certinha pelo menos uma vez na vida. – ele pede, com o seu melhor sorriso.


~ * ~

21h35min
9 horas e 25 minutos para as férias de verão acabarem.
Às nove e vinte e cinco ele me fez querer me divertir.

~ * ~

- Mais uma rodada de bebida. – diz. Ele me fez beber um pouco de vodca e uísque, o gosto não era ruim, mas aquilo não fazia o meu tipo.
Suas palavras de horas atrás me fizeram pensar. Passei toda a minha vida com medo de fazer as coisas, com medo do que poderia acontecer comigo, sem me divertir. Hoje parece um bom dia para se divertir. Junto a , eu posso me divertir. Mesmo que seja só por uma noite. Eu quero me divertir. Eu vou me divertir.


~ * ~

21h36min
9 horas e 24 minutos para as férias de verão acabarem.
Às nove e vinte e seis ele me chamou para dançar.

~ * ~

desceu mais uma dose de uísque garganta abaixo, e logo depois colocou o seu olhar em cima de mim, com um sorriso encantador no rosto.
- Vamos dançar. – disse, já me puxando.
Não fiz nenhuma objeção, afinal de contas, eu queria dançar com ele.


~ * ~

21h37min
9 horas e 23 minutos para as férias de verão acabarem.
Às nove e vinte e sete ele dançou comigo.

~ * ~

Uma música animada começou a tocar, e começou a dançar de uma maneira estranha. Eu estava realmente me divertindo com aquilo. Pela primeira vez na minha vida, não tive vergonha de dançar.
tirou a camisa e começou a girar ela no ar, de uma maneira estranha.
- Coloca a camisa, . – repreendi, rindo.
- Ah, você está adorando isto. – ele disse, dançando de uma maneira estranha. – Vamos lá, mexe esses quadris. – colocou as mãos em meus quadris, mexendo-os para lá e para cá.
- Eu não sou uma boa dançarina – disse.
e eu rimos.


~ * ~

21h38min
9 horas e 22 minutos para as férias de verão acabarem.
Às nove e vinte e oito ele me fez sentir estranha mais uma vez

~ * ~

- Você está linda. – ele disse, passando as mãos em meu rosto.
Aquele toque fez as minhas pernas tremerem e meu rosto ficar vermelho da cor de um pimentão.
- Você fica tão linda, assim, vermelha. – disse.
Não sei o que está acontecendo com ele, ou comigo, mas o meu coração está acelerado como nunca senti antes e eu não sei por que isto está acontecendo com o . Nunca me senti assim perto dele.
- Qual o próximo item da lista? – pergunto, tentando desviar do assunto.
Ele sorri de uma maneira diabólica.
- A próxima é surpresa. – ele diz, me puxando para mais perto para dançar mais uma música.
E aquela sensação estranha volta a tomar conta de todo o meu corpo.


~ * ~

22h08min
8 horas e 52 minutos para as férias de verão acabarem.
Às dez e oito ele me enfrentar um medo.

~ * ~

me fez ficar de olhos fechados todo o caminho de ida até o nosso próximo destino. Bom, ele não está indo de acordo com a lista, disso eu posso ter certeza. E ele está fazendo coisas que não estavam na lista, como o que ele está fazendo agora.
- Aonde você está me levando? – pergunto.
Gritos histéricos de animação e de terror invadiram os meus ouvidos.
- Que diabos é isto? – exclamo, já preocupada com o que está por vir.
tira a venda dos meus olhos e exclama:
- Surpresa!
O que eu vejo é um parque de diversões, com carrosséis, roda gigante e uma enorme e medonha montanha-russa. olhava com animação para a montanha-russa, depois ele desviou o olhar para mim, um olhar sugestivo que me fez entender na hora quais eram os seus planos.
- Nem pensar! – digo. – Eu não vou naquela montanha russa.
- Vamos lá! – ele diz. – Na minha lista diz: superar um medo. Temos que fazer isso.
- Tá, mas por que tem que ser o meu medo? – digo, colocando as mãos na cintura. – Você ainda tem medo de mar e tudo mais, não tem?
- Isso vai ficar para a próxima. – ele diz, com um sorriso lindo no rosto. – Agora vamos enfrentar esse seu medo.
- E por que eu faria isso? – arquei a sobrancelha. Vamos ver quanto persuasivo consegue ser.
- Porque você é brava, honesta e bonita. – ele diz. – E... – ele pega na minha mão e balança para lá e para cá. – Eu te desafio.
- Golpe baixo! – digo. – Você sabe que eu não recuso um desafio, mas desta vez, acho que posso me aproveitar da situação. – digo, pensando em uma maneira de se aproveitar do . – Se eu for naquilo – aponto para a montanha russa, sentindo um leve frio em minha barriga. – Você terá que carregar meu material escolar por todo um mês.
Ele para um momento para pensar.
- Justo. – ele diz, me puxando pela mão. – Mas isso só vai valer se você não vomitar. – ele diz, e eu giro os olhos.
Só de olhar para o quanto a montanha-russa é medonha, já fazia os meus cabelos ficarem de pé. passou todo o tempo da fila segurando a minha mão, talvez para que eu não sentisse medo. Tentando me acalmar, mantive o meu olhar nas luzes que piscavam logo acima do carrossel, e elas giravam e giravam.
- Chegou a hora. – disse.
Respiro fundo.
- Ok – falo, segurando firme na mão dele.
me guia até um banco que fica bem no meio e se senta ao meu lado.
- Preparada para enfrentar um medo? – pergunta, segurando firme a minha mão.
- Se você segurar a minha mão, sim. – digo, sorrindo, e ele aperta mais a minha mão.
E então a montanha russa começou a andar.


~ * ~

23h35min
7 horas e 25 minutos para as férias de verão acabarem.
Às onze e trinta e cinco ele ficou andando em círculos

~ * ~

Minhas pernas ainda tremiam, mas até que não tinha sido ruim a sensação de descer a montanha russa. Se eu vou voltar a andar naquilo? Nunca.
Fazia mais de meia hora que o estava andando, em círculos, com o carro; talvez ele não saiba onde ir.

- Aonde estamos indo? – pergunto.
- Agora, nenhum lugar. – ele responde, curvando na mesma esquina pela quinta vez.
- E o que estamos fazendo, afinal?
- Andando em círculos. – ele fala. – Na lista diz: andar em círculos durante 1h.
- , você é louco! – digo, rindo da sua alegria em andar em círculos.
- Só se for louco por você. – ele retruca com um sorriso lindo no rosto.
Eu sorrio timidamente, mas não sei o que dizer.


~ * ~

00h00min
6 horas e 00 minutos para as férias de verão acabarem.
Às doze ele me fez comer um enorme sanduiche.

~ * ~

- Que lugar é esse? – pergunto, assim que o carro para em frente a uma lanchonete estranha em uma rua que eu nunca vi na vida.
- Esta é a melhor lanchonete de todas. – ele diz, normalmente. – Vamos! – ele pegou na minha mão e me saiu puxando.
Estou com a leve sensação de que irei ficar sem braço em breve.
Olho para o relógio e já é meia noite. Arregalo os meus olhos e olho para o .
- , já é meia noite. – digo ao , mas é como se falasse para as paredes, pois ele nem me dá ouvidos.
- A noite é uma criança. – ele responde, minutos depois.
Eu o sigo para dentro da lanchonete.
- Boa noite, meus jovens. – o homem baixinho diz, por detrás de um vidro provavelmente à prova de bala.
- Hey, Jon! – fala, notavelmente animado. – Prepara dois daqueles mega sanduíches, por favor.
- É pra já, Raposa. – ele diz para o , e eu desato a rir.
- Raposa? – pergunto em meio a risos. – Isso é sério?
- Sim, sou bem famoso por aqui. – responde com um ar de superioridade.
Começo a rir dele, é realmente um louco!
Um lindo louco.
Minutos depois, o Jon trouxe sanduiches assustadoramente grandes. sorriu tanto que até soltou um gritinho, me assustando.
- Aqui está seus sanduiches, Raposa. – o velho disse, e eu desatei a rir de novo.
Estava curiosa para saber a origem do seu apelido um tanto exótico.
- Por que Raposa? – pergunto quando o velho Jon está distante o suficiente para não escutar nada.
parou um momento para pensar, enquanto temperava os sanduiches com os mais diversos temperos que estavam pela mesa.
- Lembra-se de quando eu tinha o meu cabelo vermelho? – ele pergunta.
Lembro muito bem de quando o tinha cabelo vermelho, e como eu poderia me esquecer daquela coisa horrível? Aquilo foi de longe a coisa mais louca que o fez de todas as suas loucuras.
Aceno com a cabeça, esperando que ele conclua a história.
- Bom, a primeira vez que eu vim aqui foi nessa época, e os caras começaram a me chamar de Raposa por causa da cor do meu cabelo... Até que lembrava uma raposa, não? – ele disse em meio a risos.
Até que lembrava mesmo.
Ele pegou um dos pratos com os sanduíches temperados e colocou em minha frente, e eu arregalei os olhos, surpresa com o tamanho daquele sanduíche.
- No três. – ele disse, pegando o sanduíche com as duas mãos, algo que seria impossível de se fazer só com uma mão só.
- No três o quê? – questiono.
- A gente dança ragatanga. – ele disse, revirando os olhos. – Não é obvio? Vamos comer o sanduíche, Avoada. – odeio quando ele me chama assim.
Fito o sanduíche por alguns segundos, ele é enorme e cheio de gordura. Desvio o olhar para , que me fita com curiosidade, solto um riso e digo:
- Ainda bem que não comemos isto antes de ir à montanha russa. – digo, e ri.
- Verdade. – ele admite, antes de atacar o seu sanduíche. Eu o observo, por incontáveis segundos, e logo depois o imito.


~ * ~

02h10min
3 horas e 50 minutos para as férias de verão acabarem.
Às duas e dez ele me levou a praia.

~ * ~

Depois de tacar seis ovos podres na casa da diretora, me trouxe a uma praia belíssima, uma que eu nunca tinha visto na vida.
- . – chamo, maravilhada. – Esta praia é belíssima! Por que você não me trouxe aqui antes? – digo, realmente impressionada com tamanha beleza daquela praia.
- Queria te trazer aqui em um momento especial. – ele explicou, pegando em minha mão. – E este é um momento extremamente especial.
Ele sorriu, olhando bem fundo em meus olhos.
- Vamos nadar! – exclamou, tirando a camisa e já correndo para o mar.
Vendo que fiquei para trás, sem me mover, ele fez cara de desanimado e gritou, já dentro d’agua:
- Você não vem?
- Hm... Não. – digo, convicta de que não irei nadar.
vem correndo em minha direção e me pega nos braços, e eu começo a bater as pernas e braços desesperadamente, tentando me soltar do , algo quase impossível de acontecer pelo tamanho da força que ele coloca para me segurar.
- Ah, mas você vai. – ele diz, correndo até o mar e me jogando lá, logo em seguida.
A água faz com que o vestido grude em meu corpo imediatamente, e o começa a rir, dando tapas e socos na água, com o intuito de me molhar.
- E é assim? – digo e começo a jogar água no também.
Em meio a brincadeiras e risadas, nem percebi que o estava chegando mais perto de mim, e aos poucos, ele ia fazendo movimentos delicados.



~ * ~

02h15min
3 horas e 45 minutos para as férias de verão acabarem.
Às duas e quinze ele me beijou.

~ * ~

Com calma, ele encostou sua mão em meu rosto, fazendo movimentos lentos com o polegar em minha bochecha.
- Você é linda, sabia? – ele disse de forma delicada.
Eu não conseguia dizer nada.
passou a mão pelo meu rosto e depois me puxou para mais perto de si, selando os nossos lábios.
Era um beijo lento, mas cheio de amor e carinho. Ele passou as mãos pelo meu rosto novamente, me puxando para mais perto ainda. Nunca havia tido um beijo como aquele; todos os meus beijos eram às pressas, para que ninguém visse, mas aquele era calmo e sem pressão. Todos os movimentos de faziam um fogo subir da ponta do meu dedão até a ponta do meu último fio de cabelo.
Aquele é o melhor beijo de todos.


~ * ~

02h17min
2 horas e 42 minutos para as férias de verão acabarem.
Às duas e dezessete disse que me amava.

~ * ~

- Eu te amo, . – disse, ofegante.
Eu assenti.


~ * ~

02h17min
2 horas e 42 minutos para as férias de verão acabarem.
Às duas e dezessete eu também disse que o amava.

~ * ~

- Eu também te amo, . – digo de forma calma. – Eu sempre te amei.
Com um sorriso no rosto, ele selou nossos lábios mais uma vez.


~ * ~

03h00min
1 horas para as férias de verão acabarem.
As três ele me levou para casa

~ * ~

De mãos dadas, me levou até a janela do meu quarto, com um sorriso enorme no rosto. Eu não estava muito diferente.
- Até amanhã. – disse, passando os dedos sob o meu cabelo molhado e dando um breve beijo no topo da minha testa.
- Até. – respondi, ainda um pouco envergonhada com os fatos da noite.
foi embora sem dizer mais nada, mas com um sorriso bobo no rosto.
Acho que o meu rosto não estava muito diferente do dele.


~ * ~

07h25min
As férias já acabaram

~ * ~

Estava sentada em frente ao portão da escola, e em breve o sinal tocaria e começaria mais um ano letivo. E se depender de mim, este será o melhor ano da minha vida.
O assunto da escola é a sala dos professores que levou uma reforma de última hora; eu ri dos comentários de pavor dos professores, que acharam que aquilo foi obra de algo sobrenatural.
irá adorar esses comentários.
Estou ansiosa para que chegue. Mal consegui dormir pensando nele e em seus beijos. Fico imaginando que ele estava do mesmo jeito que eu, repassando todos aqueles momentos em sua cabeça, assim como eu.
Então, ele se aproximou de mim, cabeça baixa e envergonhado. Não sei o porquê, mas minha mão começou a tremer.
- Hey. – ele disse, tão envergonhado quanto eu.
- Olá! – digo com um sorriso no rosto.
- Passei... – ele respira fundo. – Passei a noite toda pensando em você.
- Eu também. – digo. – A noite foi muito legal, acho que finalmente tivemos um verão de verdade.
- Sim. – ele concorda com um sorriso no rosto e me puxa pela mão.
- Finalmente teremos algo legal para colocar naquela redação estupida também. – falo.
abre os braços, e eu logo entendo que ele quer um abraço. Sem pensar, coloquei minhas mãos envolta de seu pescoço e fiquei na ponta dos pés; havia me esquecido o quanto ele é mais alto que eu. rodeou-me com seus braços fortes, e eu sentia suas mãos fazendo um leve carinho no meio de minhas costas enquanto sentia sua respiração. Então, ele colocou os seus lábios quentes e úmidos sob os meus. E naquele momento, eu soube que era o que eu queria para mim.
Aos poucos, ele se afastou e olhou em meus olhos, com um sorriso bobo no rosto, e seus olhos brilhavam. Acho que ele era o meu reflexo, pois sinto que não estava tão diferente dele.
- Já tenho um título para a minha redação. – ele fala.
- Tem? Qual? – pergunto, entrelaçando os nossos dedos.
- Em minhas férias, eu me apaixonei pela garota mais perfeita deste mundo. – ele diz, e eu abro um enorme sorriso no rosto.
- Esse título é muito grande, não? – pergunto, então ele abre um sorriso maior ainda.
- Só não é maior que meu amor por você. – ele diz e sela nossos lábios em um beijo, mais uma vez.
É, finalmente consegui um verão perfeito e memorável.


The summer that we wanted
O verão que nós queríamos.

~ * ~




Fim



Nota da autora: Ok, essa não é minha melhor fanfic, mas foi o melhor que eu consegui de última hora. Estava sem tempo para escrever, mas lutei contra o tempo e cá estou eu, 31/5 [o prazo é até 1/6] às 22:05 escrevendo esta nota. Espero que vocês tenham gostado dessa farofa que ficou. Quero agradecer por me aceitarem para escrever essa fanfic. :) xx


ATÉ A PROXIMA! Bya Fonseca xx





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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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