09. Crazy

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Troy estava preso naquele mesmo ciclo, esse em que ele se via há alguns meses com sua namorada, Christian. Começava com alguma coisa pequena que um dos dois implicava, depois a discussão ia ficando cada vez mais calorosa e no final acabava com os dois exaustos e ela sempre com o mesmo pensamento de que não sabia se esse era compartilhado com seu companheiro. Mas o querer ir embora a consumia naquela hora, porém sempre acabava pesando o ficar e o ir, e por não chegar à conclusão do que seria mais fácil fazer, sempre ficava sentada em algum canto da casa, suspirando fundo, tentando segurar o choro, tentativas essas que nem sempre eram sucedidas. Às vezes as lágrimas inundavam seu rosto. Nesse momento ela estava assim, ele estava em algum lugar da residência que eles moravam juntos e ela esperava que ele não estivesse fazendo o que ela estava pensando.

Um ano atrás

Troy já não sabia dizer quantas vezes passou por aquela cena com Christian, a mala parada ao lado da porta, com ela fazendo seu drama logo pela manhã. Era uma cena que ele havia visto inúmeras vezes.
Ele ficava ali parado ao batente da cozinha, esperando sua namorada de anos terminar. Se um dia ela fosse realmente embora, ele se surpreenderia, afinal sua mala sempre estava vazia quando ele pegava depois do sexo dê reconciliação.
Christian tinha esse jeito impulso que às vezes, mesmo ele não admitindo, acabava com ele, mas ao mesmo tempo o deixava completamente louco. Meu Deus, como aquela mulher mexia com cada parte dele, cada músculo, osso e neurônio. Ele amava ser desafiado e ela o desafiava diariamente.
Ele nem se lembrava o porquê de aquilo ter começado. Se lembrava de motivos antigos que levaram a situações como aquelas antigamente. Alguma garota, algo que ele fez em casa que ela não gostou ou qualquer outro motivo que se possa pensar.
As coisas sempre acabavam com sexo de reconciliação depois das gritarias. Ela era louca, para ele no sentido bom, e deixava ele louco de amor junto.
O engraçado era que a mala que ela sempre fazia, depois da reconciliação ele sempre pegava para guardar e estava vazia.

Um mês atrás

Ele havia saído por apenas cinco minutos. Foi atrás da bebida que sua namorada havia pedido, a festa estava lotada e ele nem sabia direito de quem a casa em que se encontrava era, mas eles sempre acabavam em lugares assim por conta de seus amigos. Quando voltou de encontro aos seus conhecidos, viu a cena que o fez sentir sufocado. Sua namorada ria com a companhia que se encontrava e ficou assim até que olhou na direção de seu namorado, notando assim sua presença de volta.
— Não acredito que você estava no colo dele. — Troy seguia para fora da festa depois da cena que viu.
— Como você é exagerado, ele é só meu amigo. — Ela andava atrás dele, revirando os olhos.
— Eu sempre sou o exagerado, né? Não sei por que já não me acostumei com isso, você nunca está errada.
— Não é bem assim.
— Sempre é assim. O problema é que você não imagina as situações ao contrário, você nunca se coloca no meu lugar.
— Não é bem assim. O que você viu não é nada demais.
Ela encostou em seu braço, o fazendo olhá-la de relance.
— Você é muito linda, sabia?
— Por que isso do nada?
— Porque isso diz muito sobre o fato que eu não consigo ficar irritado por uma quantidade de tempo boa com você.

Um mês depois

Ele estava muito decidido naquele dia. Parecia que toda e qualquer dúvida tinha sumido da sua mente. Apesar das lembranças desses anos juntos lhe inundarem, ele sabia que o certo precisava ser feito. Não era como se ele tivesse se conformado ou como se não fosse sofrer, ele sabia o que eles sentiam um pelo outro, mas, apesar das inúmeras discussões, eles nunca tinham chegado ao ponto que chegaram naquela noite, não daquele jeito, não com a perda de respeito mútuo que aconteceu. O ocorrido só mostrou para ele o nível de desgaste que a relação se encontrava, porque tinha certeza de que um tempo atrás isso nunca teria ocorrido.

Algumas horas antes

Eles estavam aproveitando a reunião na casa de uma amiga em comum do casal. A noite estava sendo divertida, apesar da reunião conter poucas pessoas, tinha umas que Troy não estava familiarizado. Christian estava um pouco afastada, quando uma garota desconhecida se aproximou dele. Ele não estava muito interessado em lhe dar bola, mas também não queria ser grosso. Enquanto as perguntas ainda estavam no nível considerado comum, ele respondeu todas da maneira mais tranquila, por cima, mas quando ela começou a se aproximar e passar o dedo por seu braço, ele começou a ficar desconfortável. Quando ia tomar a iniciativa de afastar a garota, viu uma sombra seguir para outro cômodo, olhou ao redor e percebeu que sua namorada não estava ali, por isso foi atrás dela.

— Ah, então você está aqui — ele disse, se aproximando e abraçando a garota por trás.
— Vê se me larga, idiota — ela disse em um tom mais alto, não chegava aos gritos, mas mais alto do que de costume.
— O que aconteceu? — ele perguntou assustado.
— O que aconteceu? O que aconteceu? O QUE ACONTECEU É QUE VOCÊ ESTAVA FLERTANDO COM AQUELA GAROTA.
— O que, você tá doida? A gente só estava conversando.
Ela saiu batendo o pé do cômodo atual em que eles se encontravam e voltou para o lugar onde todo mundo estava.
— Amor, espera…
Ele pegou em seu braço levemente, com o intuito de fazê-la parar, logo antes de sentir o ardor na sua bochecha. Todo mundo agora presente no recinto tinha esboçado a mesma reação que ele, de choque. Soltou seu braço e direcionou a sua mão à bochecha, seus olhos encheram de lágrimas e sua namorada parada em sua frente o olhava quase chorando também.
— Não acredito que você fez isso.
Foi a última coisa que ele disse antes de sair sozinho, deixando-a com todos seus amigos que estavam por perto e que haviam presenciado a cena.

Algumas horas depois

Os degraus da escada começaram a ranger, indicando que alguém estava descendo. Ele apareceu na sala com as malas em mãos e ela teve seus pensamentos confirmados.
— Troy, amor, por favor, a gente pode resolver. A gente sempre resolve, não importa o que aconteça.
— Lembra que você me disse que nunca consegue decidir se é mais fácil ir embora ou ficar? — ele disse, parando de andar, olhando na direção dela para responder. — Então, estou decidindo isso por você.
Ele se virou e caminhou até a porta, a abriu sem hesitar e não olhou mais para trás. Saiu por ela decidido a não voltar mais. Ela não lhe trazia mais aquela sensação de euforia e sim de medo dele acabar enlouquecendo com aquelas brigas. Ele costumava amar o jeito de viver da garota que compartilhou anos da sua vida, mas certas loucuras são demais para serem aceitas por certas pessoas.


FIM



Nota da autora: Oi, amores, tudo bem?
Muito obrigada para quem leu até aqui, espero que tenham gostado. <3

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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