se olhou no espelho e a única coisa que ela não fazia era se olhar de verdade. Tudo o que enxergava era uma versão irreal e distorcida de si mesma. A menina de 16 anos só conseguia imaginar como sua vida seria se fosse um pouco mais magra, ou de tivesse os seios maiores ou o corpo mais definido, como as mulheres que ela via nas redes sociais. E por mais que seus pais e suas amigas dissessem que ela é linda e que deveria confiar mais em si mesma, a única coisa que conseguia enxergar era uma garota sem graça, que nunca seria nada.
Com vergonha de como era e por achar que nunca seria atraente para ninguém, ela demorou várias semanas para fazer um perfil na nova rede social, que era uma febre em Mansfield, sua cidade: a Catchy. Nesse site era possível conversar com pessoas de qualquer lugar do mundo, de forma aleatória. A cada clique que você dava na tela inicial, uma nova conversa iniciava.
Na primeira vez que entrou, usou seu próprio nome e foto, mas sentia que as pessoas não demonstravam qualquer interesse em manter a conversa depois que viam como ela era. Isso a deixou ainda pior e fez com que ela criasse uma forma estranha de se comunicar por lá: passou a usar uma foto de uma das suas amigas da escola, sem ela saber. Alisson não fazia muito o tipo de quem usava essas redes sociais, então não teria problema em cruzar com a amiga por lá. Além disso, quais seriam as chances de alguém de sua cidade aparecer por lá numa conversa com ela. E mesmo que pudesse, ela tinha a opção de mostrar sua foto só quando quisesse, então se alguém que morasse por perto surgisse para conversar, ela podia ignorar e seguir para outra pessoa. A parte boa do Catchy, é que se você gostasse de alguém e quisesse conversar novamente, você podia mandar uma solicitação de amizade. Com isso, tinha vários amigos que juravam que estavam conversando com a Mille, a personagem que ela criou.
tinha 16 anos, estava no segundo ano da escola e gostava de sair com os amigos, assistir séries e cuidar de suas plantas. Morava em Cleveland com seus pais e sua irmã mais nova. Já tinha 17 anos, gostava de ler romances de suspense e espionagem, ouvir podcasts sobre crimes e parecia incapaz de manter uma planta viva por mais de três dias. Morava em Mansfield com sua mãe e seus dois irmãos mais velhos. De uma forma torta, era tudo o que queria ser e não conseguia. A versão ideal que imaginava de si mesma.
tinha mais de 300 amigos no Catchy e conversava diariamente com vários deles. A maioria eram rapazes interessados em conhecê-la melhor, alguns faziam até planos de irem encontrá-la, mas ela sempre arrumava uma desculpa qualquer para que o encontro não acontecesse, até porque a não existia. Tudo estava indo bem e seguindo perfeitamente o plano, até que conhece .
tinha 19 anos, estava em seu primeiro ano na faculdade e ainda estava se adaptando à nova rotina longe de casa, na Universidade do Michigan, e que antes ele morava em Detroit com o pai e a madrasta. A distância de Detroit para Mansfield era grande o bastante para a menina não se preocupar com conhecer Alisson, então se sentiu segura para, ao mesmo tempo, ser ela mesma e continuar fingindo que era outra pessoa.
Logo na primeira conversa os dois se deram bem, descobriram que gostavam das mesmas músicas, das mesmas séries e filmes. A conversa fluiu tão bem, que até esqueceu que não estava sendo ela mesma e falou sobre os seus próprios gostos, não as histórias inventadas de . E para a sua surpresa, não achou estranho o fato da menina gostar de podcasts, música pop punk e livros de suspense. Na verdade, ele quis saber quais livros ela tinha lido no ano e seus preferidos.
Eles conversaram diariamente pelas últimas duas semanas e a menina tinha achado estranho o fato de o rapaz não pedir nenhuma foto dela, porque, normalmente, era a primeira coisa que faziam. Mas também achou bom, porque conseguiu curtir todo aquele tempo sem sentir que estava mentindo, pelo menos não completamente. Até que o momento chegou e no meio de uma conversa sobre futebol, quando ela disse que torcia para os Bengals junto com os irmãos e que já tinha ido a um jogo, disse que queria ver uma foto.
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É estranho a gente se falar por todo esse tempo e eu nem saber como você é, rs
Enviado às 22:48
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É tão complicado assim você me mandar uma foto?
Enviado às 22:49
começou a mentir, tentando evitar ao máximo mandar a foto. Porque sabia que no momento que enviasse a foto da Alisson, tudo viraria uma mentira. Por mais que tivesse dado outro nome e tudo mais, ela estava sendo ela mesma, disse tudo o que gostava, contou coisas sobre a sua própria vida para e sentia que deveria ser verdadeira, mas também sentia que não conseguia. Havia algo nela que não permitia, que a bloqueava, como um instinto de defesa, que a impedia de fazer qualquer coisa que viesse a magoá-la.
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E se eu mandar uma minha antes? Assim você não vai ficar com tanta vergonha
Enviado às 22:53
? Ainda tá aí??
Enviado às 23:05
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unnamedfile.jpeg
Enviado às 23:08
Pronto, agora é sua vez kkk
Enviado às 23:08
Não precisa se assustar
Enviado às 23:08
era… muito bonito.
Os olhos castanhos escuros brilhavam tão fortemente, que pareciam ter vida própria naquela foto. A linha marcada de seu maxilar, levava para um queixo perfeito, coisa que nem sabia que existia, e terminava num sorriso que a deixou brevemente sem ar. A menina estava perdida e tinha total noção disso. Como que ela podia, no auge de sua total falta de autoconfiança, acreditar que alguém como poderia se interessar por alguém como ela? não tinha escolha. Ela começou aquela história como e terminaria como .
ficou um longo tempo sem digitar nada após abrir a foto e se preocupou que até mesmo a foto da amiga tivesse sido “pouco” para ele. Não que eles fossem ter qualquer futuro, mas ela gostaria de, ao menos, continuar conversando com ele. era muito legal e sabia que não tinham muitos garotos como ele por aí. A menina se sentiu culpada por ter falado algo errado e preocupada por ter o afastado de alguma forma, mas se sentiu mais aliviada quando viu que ele estava digitando, mas o alívio durou pouco.
:
Alisson???
Enviado às 23:15
Alisson, é você?
Enviado às 23:15
Essa foto é da minha prima, quem é você e por que está usando uma foto da minha prima?
Enviado às 23:15
fechou a conversa na mesma hora e ficou alguns minutos encarando a tela, sem saber o que fazer. era primo da Alisson? Ela nunca tinha comentado sobre um primo com esse nome ou família em Detroit. De onde tinha surgido isso agora? E quais eram as chances disso acontecer num mundo tão grande?
A menina ficou desesperada, sem saber o que fazer. Pensou em ligar para a amiga, mas isso seria assumir a culpa de estar usando a sua foto para enganar várias pessoas. Talvez ignorasse tudo e visse que era uma brincadeira de mal gosto e nem levasse a diante. Bem, era isso que ela esperava. Porque se ele fosse pesquisar a fundo, com as informações que tinha dela, não seria muito difícil para Alisson descobrir que era que usava suas fotos.
Já estava tarde e a menina precisava dormir, mas ela não conseguia. Encarava o teto e o telefone, esperando a amiga ligar aos berros, perguntando onde ela estava com a cabeça quando decidiu fazer uma burrice dessas. Esperou por alguns minutos, uma, duas horas... até que pegou no sono. Acordou assustada após um pesadelo, onde todas as pessoas que ela tinha enganado descobriam quem ela era e iam até a escola para encontrá-la. E se via cercada de mais de 200 pessoas estranhas e furiosas, mas seu olhar só conseguia focar no rapaz com uma expressão decepcionada mais ao fundo: .
Quando chegou na escola naquela manhã, ficou com os olhos fixos na porta, esperando que Alisson entrasse. Ela conseguiria saber o quão estava encrencada apenas pela forma que a amiga entraria. Dois minutos se passaram, mas pareceu uma eternidade, e logo a menina passou pela porta, passando a mão pelos cabelos presos no alto da cabeça e coçando os olhos, como se estivesse com sono. Se jogando na cadeira ao lado de , Alisson olhou na direção da amiga e bocejou, como se isso explicasse o seu cansaço aparente.
- Eu mal consegui dormir essa noite. – falou, puxando o caderno de história da mochila e colocando em cima da mesa. – Acredita que um primo da minha mãe, que eu não vejo há anos, me mandou um monte de mensagem ontem de madrugada, falando que tem alguém usando minha foto naquele aplicativo idiota, o Catchy?
- Usando sua foto? – perguntou, assustada. Seus olhos se arregalaram, como se ela sentisse que seria pega a qualquer momento.
- Ele estava conversando com essa menina há muito tempo e ontem eles resolveram trocar fotos, ele enviou a foto dele, mas quando ela enviou a dela, era uma foto minha. – Alisson puxou o telefone do bolso e mostrou o print que tinha enviado. – Eu só achei bizarro como a pessoa foi escolhe logo uma foto minha, sabe? E como ainda fazem fake, isso é tão... velho.
- Esse seu primo, ele falou alguma coisa a pessoa, sei lá, sobre como ela é...
- Ele me mandou alguns prints, mas são muitas conversas, não sei se vou conseguir ler tudo. Mas pelo o que ele falou, ela só estava usando minha foto, não estava tentando se passar por mim ou coisa assim. Então menos mal, né...
- É, menos mal. – respondeu, vendo a amiga dar de ombros e imitou o gesto, respirando aliviada, percebendo que ela não faria mais nada.
- Eu só fico me perguntando o que leva alguém a agir assim. A pessoa deve se sentir muito mal consigo mesma. Sei lá, complicado, não parecia que ela queria enganar o . Quando ele pediu a foto, ela não quis enviar, tentou dar uma desculpa e depois enviou uma foto qualquer. Será que tá escondendo alguma coisa? Será que ela é mais velha? Será que é um homem? – Alisson começou a rir muito alto, chamando atenção das pessoas ao redor. tentou rir junto, para manter as aparências, mas estava muito nervosa para fingir qualquer coisa. Fora que ficou com a frase da amiga presa na sua mente e sabia que não sairia nem tão cedo.
“Ela deve se sentir muito mal consigo mesma”.
Já estava escuro do lado de fora, tinha voltado da escola há muito tempo e se trancou no quarto desde a hora que chegou. Estava deitada na cama, encarando o teto, como se tentasse encontrar respostas para perguntas que nem ela mesma sabia quais eram. Mas de uma coisa ela tinha certeza: todas aquelas mentiras que ela inventou não estavam certas e, uma hora ou outra, ela seria pega. E será que no final das contas valeria a pena?
Rolando o feed do seu Instagram, encarava as fotos das pessoas, imaginando como seria ter as suas vidas. Talvez o corpo da Hailee, o sorriso perfeito da Chloe, o carro incrível que o Steve dirigia, os vários amigos que o Joshua saia todos os finais de semana e, principalmente, o namorado extremamente apaixonado da Ester. Não ele, especificamente, mas alguém que gostasse dela dessa forma.
Por mais que sempre que olhava o seu Instagram e se sentisse inferior a todas as meninas que seguia, no fundo sabia que aquilo não deveria mexer tanto com ela. Só que saber é uma coisa e realmente não deixar que isso a atingisse era algo totalmente diferente. Ela tinha 17 anos, queria ser desejada como as garotas mais populares da escola. Queria que suas fotos fossem curtidas, queria receber os mesmos elogios, queria ser igual a todas elas.
Mas a verdade é que a menina se sentia totalmente deslocada, como se não pertencesse àquele mundo. Como se ao se olhar no espelho, só conseguisse se imaginar mais bonita, mais interessante, mais feliz. Talvez fosse pura inveja de tudo o que os outros tinham. Ou talvez ela estivesse tão cansada de ser ela mesma, que preferiu inventar outra pessoa, outra vida. E se fosse isso, provavelmente tinha um problema ainda maior.
estranhou quando Alisson não apareceu na escola no dia seguinte e nem respondeu suas mensagens. Pensou que tinha acontecido alguma coisa com a amiga e decidiu que iria passar na sua casa depois da aula. Mas assim que se estava chegando, viu a amiga sentada na varanda da sua própria casa e logo sentiu uma pontada na boca do estômago. Algo não estava certo.
- Era você que estava se passando por mim? – Alisson perguntou, com a voz baixa, com o tom mostrando mais preocupação do que raiva.
- O que? – respondeu, tentando se fazer de desentendida.
- , não mente pra mim, eu li todas as conversas... – a amiga deixou a frase morrer. sabia que qualquer pessoa que a conhecesse, o mínimo que fosse, saberia que era ela ali.
- Eu posso explicar.
- E tem explicação? – Alisson perguntou, a deixando sem saber o que dizer. – E sabe qual é o maior problema? Nem é o fato de você ter usado a minha foto ou de ter enganado o meu primo. É você estar enganando você mesma. Aonde você queria chegar com isso? Qual era a sua ideia com isso? Enganar as pessoas e se sentir melhor? Não é legal brincar assim, .
- Eu não estava brincando com ninguém, Alisson. Você não fala sobre o que não sabe, tá?
- O que eu não sei? – a menina falou, vendo a amiga passar por ela, na direção da porta. – Me fala, o que eu não sei?
- Que a minha vida é uma merda? Que eu preferia mil vez ser qualquer outra pessoa a ser eu mesma? Que toda vez que eu me olho no espelho eu me sinto mal? Então me desculpa se eu fiz o seu primo sofrer sem saber. Me desculpa se eu usei a sua foto para fazer as pessoas falarem comigo, para fazer as pessoas gostarem de mim. Porque, adivinha, quando eu usava a minha, ninguém queria falar comigo. Me desculpa se eu enganei todas as pessoas do mundo, enquanto estava tentando, apenas, enganar a mim mesma. – despejou todas aquelas palavras em cima da amiga, que a encarava, totalmente sem reação. Elas se encararam por alguns segundos, até que entrou pela porta e deixou Alisson parada na varanda, ainda digerindo tudo o que tinha escutado.
A menina entrou em seu quarto e bateu a porta atrás de si. Sentou no computador e respirou fundo, enquanto ele ligava. Ela precisava acabar com tudo isso e uma vez por todas. Entrou pela primeira vez no Catchy desde que tudo tinha acontecido e ignorou todas as mensagens não lidas que estavam lá a sua espera. Abriu a conversa com e respirou fundo, enquanto deixava suas inseguranças de lado e abria seu coração.
cogitou entrar em contato com todas as pessoas que falou com no Catchy, mas eram muitas pessoas e a maioria nem valia muito a pena. Então ela tomou uma decisão que seria mais fácil: excluir a conta. Fazendo isso, ela não teria mais o contato do , mas depois de toda essa confusão, não teria porque ela manter o perfil ou muito menos forçar um contato com o rapaz. Por isso ela nem pensou duas vezes antes de apagar o perfil e deixar no passado, junto com todas as histórias que ela inventou, num mundo que não existe.
Com muito esforço, se colocou diante do espelho e tentou se olhar com olhos mais suaves e menos agressivos, sem tantas cobranças ou críticas. Tentando encontrar alguma que gostasse no que via. E decidiu que ficaria ali, parada, até que conseguisse encontrar uma coisa. Analisou cada pedaço do seu corpo com cuidado, eliminando qualquer pensamento pesado, focando apenas no lado bom. Ela podia não ter o corpo mais curvilíneo ou ser a garota mais bonita da escola, mas deveria ter algo ali para ela se orgulhar. E se vendo sem tantas amarras pela primeira vez, percebeu como o formato dos seus olhos era bonito. Isso fez com que um sorriso verdadeiro surgisse em seus lábios e sabe o que ela descobriu nesse momento? Que seu sorriso também era bonito.
Talvez fosse isso que faltava pra ela: estar em paz, mesmo que por um instante.
E era assim que ela pretenderia seguir, vivendo um dia após o outro, se conhecendo um pouco melhor, encontrando um motivo novo para gostar de si mesma.
estava tão distraída se encantando por si mesma no espelho, que se assustou com a notificação do celular.
começou a seguir você
enviou uma mensagem
A menina sentiu as mãos suarem e foi como o chão tremer sob os seus pés. Ela precisou se sentar na cama para não cair. Como ele tinha a encontrado tão rápido? Será que Alisson tinha passado seu perfil pra ele ou o rapaz tinha procurado pelo nome dela entre os amigos da prima? Mas não tinha por que se importar com isso agora, porque o problema era outro. tinha a encontrado e estava falando com ela. Provavelmente falando diversos absurdos, sobre como não se deve usar a foto dos outros e nem inventar identidades falsas na internet. não tinha coragem de abrir a mensagem, mas não podia se esconder e fugir de tudo para sempre, não é mesmo? Só que ela não esperava ler o que estava escrito naquela mensagem.
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Oi, . Muito prazer em, finalmente, te conhecer.
Enviado às 16:18
Com vergonha de como era e por achar que nunca seria atraente para ninguém, ela demorou várias semanas para fazer um perfil na nova rede social, que era uma febre em Mansfield, sua cidade: a Catchy. Nesse site era possível conversar com pessoas de qualquer lugar do mundo, de forma aleatória. A cada clique que você dava na tela inicial, uma nova conversa iniciava.
Na primeira vez que entrou, usou seu próprio nome e foto, mas sentia que as pessoas não demonstravam qualquer interesse em manter a conversa depois que viam como ela era. Isso a deixou ainda pior e fez com que ela criasse uma forma estranha de se comunicar por lá: passou a usar uma foto de uma das suas amigas da escola, sem ela saber. Alisson não fazia muito o tipo de quem usava essas redes sociais, então não teria problema em cruzar com a amiga por lá. Além disso, quais seriam as chances de alguém de sua cidade aparecer por lá numa conversa com ela. E mesmo que pudesse, ela tinha a opção de mostrar sua foto só quando quisesse, então se alguém que morasse por perto surgisse para conversar, ela podia ignorar e seguir para outra pessoa. A parte boa do Catchy, é que se você gostasse de alguém e quisesse conversar novamente, você podia mandar uma solicitação de amizade. Com isso, tinha vários amigos que juravam que estavam conversando com a Mille, a personagem que ela criou.
tinha 16 anos, estava no segundo ano da escola e gostava de sair com os amigos, assistir séries e cuidar de suas plantas. Morava em Cleveland com seus pais e sua irmã mais nova. Já tinha 17 anos, gostava de ler romances de suspense e espionagem, ouvir podcasts sobre crimes e parecia incapaz de manter uma planta viva por mais de três dias. Morava em Mansfield com sua mãe e seus dois irmãos mais velhos. De uma forma torta, era tudo o que queria ser e não conseguia. A versão ideal que imaginava de si mesma.
tinha mais de 300 amigos no Catchy e conversava diariamente com vários deles. A maioria eram rapazes interessados em conhecê-la melhor, alguns faziam até planos de irem encontrá-la, mas ela sempre arrumava uma desculpa qualquer para que o encontro não acontecesse, até porque a não existia. Tudo estava indo bem e seguindo perfeitamente o plano, até que conhece .
tinha 19 anos, estava em seu primeiro ano na faculdade e ainda estava se adaptando à nova rotina longe de casa, na Universidade do Michigan, e que antes ele morava em Detroit com o pai e a madrasta. A distância de Detroit para Mansfield era grande o bastante para a menina não se preocupar com conhecer Alisson, então se sentiu segura para, ao mesmo tempo, ser ela mesma e continuar fingindo que era outra pessoa.
Logo na primeira conversa os dois se deram bem, descobriram que gostavam das mesmas músicas, das mesmas séries e filmes. A conversa fluiu tão bem, que até esqueceu que não estava sendo ela mesma e falou sobre os seus próprios gostos, não as histórias inventadas de . E para a sua surpresa, não achou estranho o fato da menina gostar de podcasts, música pop punk e livros de suspense. Na verdade, ele quis saber quais livros ela tinha lido no ano e seus preferidos.
Eles conversaram diariamente pelas últimas duas semanas e a menina tinha achado estranho o fato de o rapaz não pedir nenhuma foto dela, porque, normalmente, era a primeira coisa que faziam. Mas também achou bom, porque conseguiu curtir todo aquele tempo sem sentir que estava mentindo, pelo menos não completamente. Até que o momento chegou e no meio de uma conversa sobre futebol, quando ela disse que torcia para os Bengals junto com os irmãos e que já tinha ido a um jogo, disse que queria ver uma foto.
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É estranho a gente se falar por todo esse tempo e eu nem saber como você é, rs
Enviado às 22:48
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Mas eu já disse como eu sou, não tem muita diferença entre eu e qualquer garota da minha idade kkk
Enviado às 22:48
Mas eu já disse como eu sou, não tem muita diferença entre eu e qualquer garota da minha idade kkk
Enviado às 22:48
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É tão complicado assim você me mandar uma foto?
Enviado às 22:49
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É que eu já tive problemas com isso
Enviado às 22:49
É que eu já tive problemas com isso
Enviado às 22:49
começou a mentir, tentando evitar ao máximo mandar a foto. Porque sabia que no momento que enviasse a foto da Alisson, tudo viraria uma mentira. Por mais que tivesse dado outro nome e tudo mais, ela estava sendo ela mesma, disse tudo o que gostava, contou coisas sobre a sua própria vida para e sentia que deveria ser verdadeira, mas também sentia que não conseguia. Havia algo nela que não permitia, que a bloqueava, como um instinto de defesa, que a impedia de fazer qualquer coisa que viesse a magoá-la.
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E se eu mandar uma minha antes? Assim você não vai ficar com tanta vergonha
Enviado às 22:53
? Ainda tá aí??
Enviado às 23:05
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Tô
Enviado às 23:07
Tudo bem, pode mandar
Enviado às 23:07
Tô
Enviado às 23:07
Tudo bem, pode mandar
Enviado às 23:07
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Enviado às 23:08
Pronto, agora é sua vez kkk
Enviado às 23:08
Não precisa se assustar
Enviado às 23:08
era… muito bonito.
Os olhos castanhos escuros brilhavam tão fortemente, que pareciam ter vida própria naquela foto. A linha marcada de seu maxilar, levava para um queixo perfeito, coisa que nem sabia que existia, e terminava num sorriso que a deixou brevemente sem ar. A menina estava perdida e tinha total noção disso. Como que ela podia, no auge de sua total falta de autoconfiança, acreditar que alguém como poderia se interessar por alguém como ela? não tinha escolha. Ela começou aquela história como e terminaria como .
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instagram01.jpeg
Enviado às 23:10
instagram01.jpeg
Enviado às 23:10
ficou um longo tempo sem digitar nada após abrir a foto e se preocupou que até mesmo a foto da amiga tivesse sido “pouco” para ele. Não que eles fossem ter qualquer futuro, mas ela gostaria de, ao menos, continuar conversando com ele. era muito legal e sabia que não tinham muitos garotos como ele por aí. A menina se sentiu culpada por ter falado algo errado e preocupada por ter o afastado de alguma forma, mas se sentiu mais aliviada quando viu que ele estava digitando, mas o alívio durou pouco.
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Alisson???
Enviado às 23:15
Alisson, é você?
Enviado às 23:15
Essa foto é da minha prima, quem é você e por que está usando uma foto da minha prima?
Enviado às 23:15
fechou a conversa na mesma hora e ficou alguns minutos encarando a tela, sem saber o que fazer. era primo da Alisson? Ela nunca tinha comentado sobre um primo com esse nome ou família em Detroit. De onde tinha surgido isso agora? E quais eram as chances disso acontecer num mundo tão grande?
A menina ficou desesperada, sem saber o que fazer. Pensou em ligar para a amiga, mas isso seria assumir a culpa de estar usando a sua foto para enganar várias pessoas. Talvez ignorasse tudo e visse que era uma brincadeira de mal gosto e nem levasse a diante. Bem, era isso que ela esperava. Porque se ele fosse pesquisar a fundo, com as informações que tinha dela, não seria muito difícil para Alisson descobrir que era que usava suas fotos.
Já estava tarde e a menina precisava dormir, mas ela não conseguia. Encarava o teto e o telefone, esperando a amiga ligar aos berros, perguntando onde ela estava com a cabeça quando decidiu fazer uma burrice dessas. Esperou por alguns minutos, uma, duas horas... até que pegou no sono. Acordou assustada após um pesadelo, onde todas as pessoas que ela tinha enganado descobriam quem ela era e iam até a escola para encontrá-la. E se via cercada de mais de 200 pessoas estranhas e furiosas, mas seu olhar só conseguia focar no rapaz com uma expressão decepcionada mais ao fundo: .
Quando chegou na escola naquela manhã, ficou com os olhos fixos na porta, esperando que Alisson entrasse. Ela conseguiria saber o quão estava encrencada apenas pela forma que a amiga entraria. Dois minutos se passaram, mas pareceu uma eternidade, e logo a menina passou pela porta, passando a mão pelos cabelos presos no alto da cabeça e coçando os olhos, como se estivesse com sono. Se jogando na cadeira ao lado de , Alisson olhou na direção da amiga e bocejou, como se isso explicasse o seu cansaço aparente.
- Eu mal consegui dormir essa noite. – falou, puxando o caderno de história da mochila e colocando em cima da mesa. – Acredita que um primo da minha mãe, que eu não vejo há anos, me mandou um monte de mensagem ontem de madrugada, falando que tem alguém usando minha foto naquele aplicativo idiota, o Catchy?
- Usando sua foto? – perguntou, assustada. Seus olhos se arregalaram, como se ela sentisse que seria pega a qualquer momento.
- Ele estava conversando com essa menina há muito tempo e ontem eles resolveram trocar fotos, ele enviou a foto dele, mas quando ela enviou a dela, era uma foto minha. – Alisson puxou o telefone do bolso e mostrou o print que tinha enviado. – Eu só achei bizarro como a pessoa foi escolhe logo uma foto minha, sabe? E como ainda fazem fake, isso é tão... velho.
- Esse seu primo, ele falou alguma coisa a pessoa, sei lá, sobre como ela é...
- Ele me mandou alguns prints, mas são muitas conversas, não sei se vou conseguir ler tudo. Mas pelo o que ele falou, ela só estava usando minha foto, não estava tentando se passar por mim ou coisa assim. Então menos mal, né...
- É, menos mal. – respondeu, vendo a amiga dar de ombros e imitou o gesto, respirando aliviada, percebendo que ela não faria mais nada.
- Eu só fico me perguntando o que leva alguém a agir assim. A pessoa deve se sentir muito mal consigo mesma. Sei lá, complicado, não parecia que ela queria enganar o . Quando ele pediu a foto, ela não quis enviar, tentou dar uma desculpa e depois enviou uma foto qualquer. Será que tá escondendo alguma coisa? Será que ela é mais velha? Será que é um homem? – Alisson começou a rir muito alto, chamando atenção das pessoas ao redor. tentou rir junto, para manter as aparências, mas estava muito nervosa para fingir qualquer coisa. Fora que ficou com a frase da amiga presa na sua mente e sabia que não sairia nem tão cedo.
“Ela deve se sentir muito mal consigo mesma”.
Já estava escuro do lado de fora, tinha voltado da escola há muito tempo e se trancou no quarto desde a hora que chegou. Estava deitada na cama, encarando o teto, como se tentasse encontrar respostas para perguntas que nem ela mesma sabia quais eram. Mas de uma coisa ela tinha certeza: todas aquelas mentiras que ela inventou não estavam certas e, uma hora ou outra, ela seria pega. E será que no final das contas valeria a pena?
Rolando o feed do seu Instagram, encarava as fotos das pessoas, imaginando como seria ter as suas vidas. Talvez o corpo da Hailee, o sorriso perfeito da Chloe, o carro incrível que o Steve dirigia, os vários amigos que o Joshua saia todos os finais de semana e, principalmente, o namorado extremamente apaixonado da Ester. Não ele, especificamente, mas alguém que gostasse dela dessa forma.
Por mais que sempre que olhava o seu Instagram e se sentisse inferior a todas as meninas que seguia, no fundo sabia que aquilo não deveria mexer tanto com ela. Só que saber é uma coisa e realmente não deixar que isso a atingisse era algo totalmente diferente. Ela tinha 17 anos, queria ser desejada como as garotas mais populares da escola. Queria que suas fotos fossem curtidas, queria receber os mesmos elogios, queria ser igual a todas elas.
Mas a verdade é que a menina se sentia totalmente deslocada, como se não pertencesse àquele mundo. Como se ao se olhar no espelho, só conseguisse se imaginar mais bonita, mais interessante, mais feliz. Talvez fosse pura inveja de tudo o que os outros tinham. Ou talvez ela estivesse tão cansada de ser ela mesma, que preferiu inventar outra pessoa, outra vida. E se fosse isso, provavelmente tinha um problema ainda maior.
estranhou quando Alisson não apareceu na escola no dia seguinte e nem respondeu suas mensagens. Pensou que tinha acontecido alguma coisa com a amiga e decidiu que iria passar na sua casa depois da aula. Mas assim que se estava chegando, viu a amiga sentada na varanda da sua própria casa e logo sentiu uma pontada na boca do estômago. Algo não estava certo.
- Era você que estava se passando por mim? – Alisson perguntou, com a voz baixa, com o tom mostrando mais preocupação do que raiva.
- O que? – respondeu, tentando se fazer de desentendida.
- , não mente pra mim, eu li todas as conversas... – a amiga deixou a frase morrer. sabia que qualquer pessoa que a conhecesse, o mínimo que fosse, saberia que era ela ali.
- Eu posso explicar.
- E tem explicação? – Alisson perguntou, a deixando sem saber o que dizer. – E sabe qual é o maior problema? Nem é o fato de você ter usado a minha foto ou de ter enganado o meu primo. É você estar enganando você mesma. Aonde você queria chegar com isso? Qual era a sua ideia com isso? Enganar as pessoas e se sentir melhor? Não é legal brincar assim, .
- Eu não estava brincando com ninguém, Alisson. Você não fala sobre o que não sabe, tá?
- O que eu não sei? – a menina falou, vendo a amiga passar por ela, na direção da porta. – Me fala, o que eu não sei?
- Que a minha vida é uma merda? Que eu preferia mil vez ser qualquer outra pessoa a ser eu mesma? Que toda vez que eu me olho no espelho eu me sinto mal? Então me desculpa se eu fiz o seu primo sofrer sem saber. Me desculpa se eu usei a sua foto para fazer as pessoas falarem comigo, para fazer as pessoas gostarem de mim. Porque, adivinha, quando eu usava a minha, ninguém queria falar comigo. Me desculpa se eu enganei todas as pessoas do mundo, enquanto estava tentando, apenas, enganar a mim mesma. – despejou todas aquelas palavras em cima da amiga, que a encarava, totalmente sem reação. Elas se encararam por alguns segundos, até que entrou pela porta e deixou Alisson parada na varanda, ainda digerindo tudo o que tinha escutado.
A menina entrou em seu quarto e bateu a porta atrás de si. Sentou no computador e respirou fundo, enquanto ele ligava. Ela precisava acabar com tudo isso e uma vez por todas. Entrou pela primeira vez no Catchy desde que tudo tinha acontecido e ignorou todas as mensagens não lidas que estavam lá a sua espera. Abriu a conversa com e respirou fundo, enquanto deixava suas inseguranças de lado e abria seu coração.
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Oi, . Sei que você deve ter muitas perguntas para mim, mas não sei se vou conseguir responder muitas, mas vou tentar explicar algumas coisas. Sim, eu estava usando uma foto da Alisson. E não, eu não sabia que ela era sua prima. Ela é minha amiga, ou era, não sei. As coisas estão estranhas, mas isso não vem ao caso. O que eu queria mesmo era te pedir desculpas por mentir sobre quem eu sou e falar a verdade pela primeira vez. Na verdade, não. Você foi a pessoa com quem eu mais falei a verdade em toda a minha vida, que eu mais consegui falar sobre meus medos, minhas dificuldades e meus sonhos. O engraçado mesmo é que eu só menti sobre o mais fácil. Enfim, eu me chamo , tenho 17 anos e moro em Mansfield com minha mãe e meus dois irmãos mais velhos. Eu realmente amo ler romances de suspense e espionagem, ouvir podcasts sobre crimes, pop punk e sou fã dos Bengals. Desde o primeiro dia eu gostei de conversar com você e durante o tempo que passei aqui, eu aprendi que sempre que eu era eu mesmo, as coisas não davam muito certo, então eu criei um mecanismo de defesa, assim eu me protegia de alguma forma. E esse mecanismo se chamava , tinha 16 anos e se aparecia muito com a Alisson. As rejeições que ela sofria não me atingiam tanto quanto as que eu sofria. E acredite, eu sofria muitas. Talvez não tenha sido a melhor forma de lidar com as coisas, mas foi a melhor que eu encontrei. Só me sinto mal disso ter magoado pessoas que eu me importo no meio do caminho. E caso não tenha entendido, você é uma delas também. Acho que falei demais, só espero que você possa me desculpar algum dia.
Enviado às 14:36
Oi, . Sei que você deve ter muitas perguntas para mim, mas não sei se vou conseguir responder muitas, mas vou tentar explicar algumas coisas. Sim, eu estava usando uma foto da Alisson. E não, eu não sabia que ela era sua prima. Ela é minha amiga, ou era, não sei. As coisas estão estranhas, mas isso não vem ao caso. O que eu queria mesmo era te pedir desculpas por mentir sobre quem eu sou e falar a verdade pela primeira vez. Na verdade, não. Você foi a pessoa com quem eu mais falei a verdade em toda a minha vida, que eu mais consegui falar sobre meus medos, minhas dificuldades e meus sonhos. O engraçado mesmo é que eu só menti sobre o mais fácil. Enfim, eu me chamo , tenho 17 anos e moro em Mansfield com minha mãe e meus dois irmãos mais velhos. Eu realmente amo ler romances de suspense e espionagem, ouvir podcasts sobre crimes, pop punk e sou fã dos Bengals. Desde o primeiro dia eu gostei de conversar com você e durante o tempo que passei aqui, eu aprendi que sempre que eu era eu mesmo, as coisas não davam muito certo, então eu criei um mecanismo de defesa, assim eu me protegia de alguma forma. E esse mecanismo se chamava , tinha 16 anos e se aparecia muito com a Alisson. As rejeições que ela sofria não me atingiam tanto quanto as que eu sofria. E acredite, eu sofria muitas. Talvez não tenha sido a melhor forma de lidar com as coisas, mas foi a melhor que eu encontrei. Só me sinto mal disso ter magoado pessoas que eu me importo no meio do caminho. E caso não tenha entendido, você é uma delas também. Acho que falei demais, só espero que você possa me desculpar algum dia.
Enviado às 14:36
cogitou entrar em contato com todas as pessoas que falou com no Catchy, mas eram muitas pessoas e a maioria nem valia muito a pena. Então ela tomou uma decisão que seria mais fácil: excluir a conta. Fazendo isso, ela não teria mais o contato do , mas depois de toda essa confusão, não teria porque ela manter o perfil ou muito menos forçar um contato com o rapaz. Por isso ela nem pensou duas vezes antes de apagar o perfil e deixar no passado, junto com todas as histórias que ela inventou, num mundo que não existe.
Com muito esforço, se colocou diante do espelho e tentou se olhar com olhos mais suaves e menos agressivos, sem tantas cobranças ou críticas. Tentando encontrar alguma que gostasse no que via. E decidiu que ficaria ali, parada, até que conseguisse encontrar uma coisa. Analisou cada pedaço do seu corpo com cuidado, eliminando qualquer pensamento pesado, focando apenas no lado bom. Ela podia não ter o corpo mais curvilíneo ou ser a garota mais bonita da escola, mas deveria ter algo ali para ela se orgulhar. E se vendo sem tantas amarras pela primeira vez, percebeu como o formato dos seus olhos era bonito. Isso fez com que um sorriso verdadeiro surgisse em seus lábios e sabe o que ela descobriu nesse momento? Que seu sorriso também era bonito.
Talvez fosse isso que faltava pra ela: estar em paz, mesmo que por um instante.
E era assim que ela pretenderia seguir, vivendo um dia após o outro, se conhecendo um pouco melhor, encontrando um motivo novo para gostar de si mesma.
estava tão distraída se encantando por si mesma no espelho, que se assustou com a notificação do celular.
começou a seguir você
enviou uma mensagem
A menina sentiu as mãos suarem e foi como o chão tremer sob os seus pés. Ela precisou se sentar na cama para não cair. Como ele tinha a encontrado tão rápido? Será que Alisson tinha passado seu perfil pra ele ou o rapaz tinha procurado pelo nome dela entre os amigos da prima? Mas não tinha por que se importar com isso agora, porque o problema era outro. tinha a encontrado e estava falando com ela. Provavelmente falando diversos absurdos, sobre como não se deve usar a foto dos outros e nem inventar identidades falsas na internet. não tinha coragem de abrir a mensagem, mas não podia se esconder e fugir de tudo para sempre, não é mesmo? Só que ela não esperava ler o que estava escrito naquela mensagem.
:
Oi, . Muito prazer em, finalmente, te conhecer.
Enviado às 16:18
Fim.
Nota da autora:
Hello! Depois de anos longe de ficstape, aqui estou eu novamente, ainda mais nesse cd que foi um vício nesse ano de 2021 (muito provavelmente vocês vão ler isso daqui há muito tempo kkk). Desde a primeira vez que ouvi o Sour, essa foi uma das minhas músicas preferidas, principalmente pela letra e pela mensagem. Acho incrível como a Olivia, já tão nova, tenha tanta clareza pra escrever uma letra assim.
Sobre o plot, bem, na minha cabeça parecia ótimo, mas na hora de passar pro pape ficou complexo demais para o tempo que eu tinha, já que enrolei demais, mas pelo menos eu entreguei e é isso que importa, né?
Foi um prazer participar e estar envolvida num ficstape de novo.
Beijo grande a todas!
Outras Fanfics:
»Ficstapes&Mixtapes«
01. Mama Do - Ficstape #088: Turn It Up
01. Run Away With Me - Ficstape #101: Emotion
02. All These Years - Ficstape #132: Camila
03. As Long As You Love Me - Ficstape #029: Greatest Hits – Chapter One
03. Stay With Me - Ficstape #010: In A LonThat Hour
04. 18 - Ficstape #003: Four
04. I'm With You - Ficstape #069: Let Go
05. Delicate - Ficstape #097: reputation
05. Love Yourself - Ficstape #052: Purpose
05. Stella - Ficstape #096: Nothing Personal
06. N° 1 Party Anthem - Ficstape #001: AM
06. No Worries - Ficstape #011: AM
07. This is The End - Ficstape #057: Can’t Stop Won’t Stop
08. Kennedy Curse - Ficstape #063: Forever Halloween
08. Sandcastles - Ficstape #064: Lemonade
08. Tenerife Sea - Ficstape #009: X
08. When I'm at Home - Ficstape #084: Pioneer
09. Cherry Bomb - Ficstape #075: Guardians of The Galaxy
09. Sad Songs - Ficstape #063: Forever Halloween
10. Fire Meet Gasoline - Ficstape #007: 1000 Forms of Fear
10. Hey Stephen - Ficstape #025: Fearless
10. How You Get The Girl - Ficstape #004: 1989
10. I Only Wanna Talk To You - Ficstape #071: LovThat Little LonThat
11. Same Mistakes - Ficstape #024: Up All Night
14. Everything Has Changed - Ficstape #027: Red
Bônus: Grown Woman - Ficstape #027: Beyoncé
Mixtape: I Don't Want to Miss a Thing - Awesome Mix: Vol 1 "80/90's"
Mixtape: Salute - Awesome Mix: Vol 4 "GirlPower"
Mixtape: Fênix - Awesome Mix: Vol 5 "Brasil 2000's"
»Shortfics«
100 Vezes Você - McFLY/Finalizadas
Aquela dos Trinta - McFLY/Finalizadas
Antes das Seis - Especial de Agosto
Midnight in Paris - Especial de Agosto
Nothing Left To Lose - Especial do Dia dos Namorados
Raining in Paris - Especial da Saudade
Untangle Me - Especial da Equipe
What Goes Around... Comes Around - Restritas/Finalizadas
What Goes Around... Comes Around II - Restritas/Finalizadas
»Andamento«
Dylan - Outros/Em Andamento
Pretty Hurts - Restritas/Em Andamento
»Finalizadas«
Enchanted - McFLY/Finalizadas
When I'm Hurt - McFLY/Finalizadas
Hello! Depois de anos longe de ficstape, aqui estou eu novamente, ainda mais nesse cd que foi um vício nesse ano de 2021 (muito provavelmente vocês vão ler isso daqui há muito tempo kkk). Desde a primeira vez que ouvi o Sour, essa foi uma das minhas músicas preferidas, principalmente pela letra e pela mensagem. Acho incrível como a Olivia, já tão nova, tenha tanta clareza pra escrever uma letra assim.
Sobre o plot, bem, na minha cabeça parecia ótimo, mas na hora de passar pro pape ficou complexo demais para o tempo que eu tinha, já que enrolei demais, mas pelo menos eu entreguei e é isso que importa, né?
Foi um prazer participar e estar envolvida num ficstape de novo.
Beijo grande a todas!
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»Finalizadas«
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