09. Mistake

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo 1.

Dois relacionamentos sérios, dois fracassos... Claro, dois homens errados. O pior de todos os relacionamentos que teve é que sempre ela era o "mais" da relação. Era ela quem se dedicava mais, era ela quem lutava mais e, por fim, era ela quem se ferrava mais. O pior de tudo isso é que sua maior decepção amorosa era consigo mesma. Por sentir necessidade de amar alguém, e só encontrar a pessoa certa no momento mais errado da vida dos dois ou da dela, mas faz parte. Um dia a gente casa, compra uma bicicleta e ganha um companheiro para as pedaladas, pensou ela.
Frustrada. Sim, era isso o que a descrevia agora. Frustrada. De correr atrás, de ser a mesma idiota e de perdoar quantas vezes fosse preciso, mas agora seria diferente. John não seria mais um problema em sua vida, na verdade nenhum homem seria mais problema em sua vida. Bem, era isso o que ela pensava. Ela era totalmente dependente de John. Dependia dele para viver. Era isso, ela não vivia sem ele. Ela precisava de consolo. Precisava de alguém que entendesse seus sentimentos. Havia meses que a sua reação havia esfriado, nem mesma ela sabia o porquê. Ele havia ficado estranho, distante dela. Ele já não era mais o John que ela havia conhecido há dois anos atrás, era um John frio, sem sentimentos e que só pensava em seu próprio nariz. Poucas vezes ia vistá—la. Um cara tão diferente de antes. Certamente, esse não era o John que ela havia amado por dois longos e maravilhosos anos, claro, antes de descobrir de seus mal feitos. Ela tinha uma imensa vontade perguntá—lo se ele ainda nutria o mesmo sentimento por ela, como ela por ele, queria saber se ele ainda a amava ou se ainda pensava nela quando ia se deitar. Suspirou cansada. Como ela não pôde imaginar? Ele havia mesmo a deixado! Bem que todos a avisaram: “Ele não é bom para você, ”.

Chegava agora, cansada de mais um dia de trabalho. Não que ela odiasse o que fazia, porque não odiava. Amava a livraria e não fazia isso apenas pelo dinheiro, fazia também porque gostava de ler cada dia uma nova história, de viajar num mundo onde só existe ela e as belas histórias que fixavam em sua mente. Não havia algo que a fazia tão bem, quanto à biblioteca, ou melhor, do que os livros. Cumprimentou seu pai e sua querida mãe, e juntou—se a eles na mesa para o jantar.
Em silêncio, o almoço seguiu. Levou seu prato para a cozinha e subiu para o seu quarto. Sua cabeça rodava de tantos acontecimentos acumulados. Lembrou—se das palavras frias de John “Eu nunca te amei, . Desculpe—me se fiz parecer isso.”. As lágrimas rolavam uma por uma por sua face. Abraçou seu pequeno urso e deixou que elas caíssem, formando então um enorme nó em seu peito.

O relógio marcava as 8h00 da noite. Como de costume, vestiu—se e seguiu para a casa de . Bateu na porta e foi recebida com um abraço confortante. As lágrimas mais uma vez rolavam pelo seu rosto. fechou a porta atrás de si e puxou—a para o sofá.
— O que você tem, ? – perguntou preocupado.
— Ele me deixou,
, não chore – pediu. Passou as mãos nos cabelos da menor, alisando—os. Ela não estava bem, e de certa forma, nada ficaria bem. Ela sabia que o único abraço que a reconfortava era o dele, por isso que ele era o seu melhor amigo, ele sempre ajudava quando ela não estava bem. Ele sempre esteve com ela e ela sempre esteve com ele.
— Eu não sei mais o que fazer, .
— Ele não te merece, .
— Eu sei, mas eu... Eu o amo.
— Você sabe que se continuar com ele você vai sofrer mais do que agora. E, aliás, você é linda! Não precisa desse idiota para sobreviver. Você sabe muito bem que ele não te merece – o silêncio reinou na sala, mas era isso o que ela queria e era isso o que ela precisava e ele sabia disso, por isso deixou que ela ficasse por um longo tempo com a cabeça em seus ombros, até ela parar de chorar — Que tal um filme e um chocolate caseiro? – perguntou, sabendo que a garota amava se entupir de chocolate quando estava triste, e amava também um bom filme de romance.
— Você me conhece melhor do que ninguém – beijou a bochecha do garoto, que lhe devolveu com um sorriso. Colocaram então o filme para assistir, no quarto do menino, enquanto o chocolate já estava depositado na cama. colocou sua cabeça no peito de e se aconchegou mais. , por sua vez, acabou dormindo. Não gostava de romance, mas gostava de deixar a sua pequena feliz. E poderia assistir mil vezes, desde que o sorriso estampado no rosto dela nunca acabasse e nem o brilho que nele existia. Por isso que fazia suas vontades, pelo simples fato de vê—la sorrir, e por amar seu sorriso. Mas de fato, ele não considerava isso como mais do que amor de irmãos. E para concluir, ela também não o considerava mais do que um irmão. Eles nunca haviam pensado em se beijar, ou em namorar por um segundo se quer. A amizade de ambos sempre veio em primeiro lugar, e eles respeitavam isso. passou os dedos pelas tatuagens do menino e sorriu, lembrando—se de quando ele havia feito aquela tatuagem. Ninguém sabia o quanto aquela tatuagem significava para ela.


Capítulo 2.

sussurrou baixinho, para que ele acordasse.
— Hm – resmungou ainda sonolento. Xingou—a mentalmente por tê—lo acordado naquele horário em pleno sábado.
— Meu pai vai me matar – fechou os olhos fortemente por apenas pensar na discussão que teria quando chegasse a sua casa. Levantou—se rapidamente e abriu as cortinas do quarto de .
– resmungou novamente, incomodado com a forte claridade.
— Eu não tenho a manhã toda, – falou e saiu para a cozinha. Pegou os ingredientes para fazer o bolo que ele tanto amava. Pensou em recheá—lo com cobertura de chocolate e começou a misturar os ingredientes. Já com a massa pronta e a forma untada, colocou o bolo na forma e depois depositou no forno. Ao se virar, seu rosto encheu—se de farinha de trigo.
– o repreendeu e tomou a farinha de suas mãos, enchendo suas mãos e jogando nele.
— Ah , eu tinha acabado de trocar de blusa.
— Você quem começou – fez bico e ele riu, beijando sua bochecha.
— Está sujo aqui, olha – passou um pouco de chocolate em seu rosto e gargalhou. E, pela primeira vez desde que ela havia acordado, não havia gastado um minuto de seu tempo pensando em John. , por sua vez, correu atrás de com a farinha nas mãos. Jogou um monte em seu cabelo. Ainda com a panela em mãos, passou o chocolate por todo cabelo e pelo rosto de . Ele passou o dedo pelo rosto e lambeu.
— Seu nojento – riu e caminhou até a porta.
– chamou—a e ela se virou – Me deixa limpar isso — apontou para a bochecha da menina e passou o dedo cheio de chocolate pelo rosto dela.
— Se continuarmos assim, o bolo irá queimar – caminharam para a cozinha e o bolo estava pronto. Colocaram a cobertura e depois o atacaram. A fome que sentiam era imensa – Vou ligar para o meu pai, enquanto você toma banho – assentiu e foi para o banheiro.
Após a ligação, ela passou em frente ao banheiro na mesma hora que saía e sem querer se esbarraram. Um choque elétrico passou pelo corpo de ambos. Nenhum dos dois sabia o que era, pois nunca acontecera isso uma vez se quer. Sem saber o que fazer, entrou no banheiro e se escorou na porta. Estava ficando louca. Pensou ela.

— É a minha vez de escolher o cd de hoje – falou entrando no carro.
— Você já escolheu ontem, .
— Deixa só essa vez, por favor – fez bico e ele riu concordando.

Chegaram à casa da mãe de . depositou seu celular no sofá como de costume, e Carmem apareceu começando com o sermão.
— Eu não acredito, Thompson, que você passou a noite inteira fora e nem para avisar seus pais.
— Desculpa, mãe. Eu acabei dormindo no meio do filme.
— Vocês ainda me matam do coração – falou e os dois riram. Subiram as escadas e foram para o quarto de .
— E o que você pretende fazer agora?
— Eu não sei, geralmente você quem dá ideia.
— Eu tenho fome – revirou os olhos com o comentário do menino.
— Me diga quando você não tem fome?
— Poderíamos reunir o pessoal e ir para a festa do Matt, o que acha? – concordou e mandou a mensagem para os amigos – Pronto.

Vestiu seu vestido preto que havia comprado naquele fim de semana. Colocou seu salto, passou sua maquiagem e por fim, enrolou as pontas de seu cabelo. estava pronta para enlouquecer qualquer cara que a visse daquele jeito. Ela estava mais bonita que o normal. Olhou—se pela última vez no espelho, antes de escutar a buzina do carro de a enlouquecer pela segunda vez. Ele estava lindo, pensou ela ao sentar ao lado do garoto. Ele sorriu e ela beijou sua bochecha, deixando a marca de seu batom vermelho. Soltou um risinho e ele a olhou confuso.
— Tem batom em sua bochecha – passou a mão por ela, limpando a marca que deixou. Os olhos de estavam fixados nos olhos dela. Desceu o olhar para seus lábios, agora tão chamativos. O único desejo dele naquele momento era beijá—la. Deus, como ele tinha vontade de beijá—la.
? – o chamou, tirando—o de seus devaneios e ele sorriu de lado, tentando espantar aquela idiotice de sua cabeça – Vamos? – perguntou estranhando o comportamento do amigo.
— Ah... Vamos – saíram com o carro e chegaram à festa do Matt. Caminharam até a mesa onde todos se encontravam e sentaram—se na mesma. passou os olhos por todos e sentiu a falta da .
— Onde está a ? – perguntou.
— Ela já deve estar chegando – respondeu.
— Quer beber algo? – gritou para que ela o escutasse devido à música alta.
— Quero – respondeu – Ah – chamou—o antes que saísse — Quero a bebida mais forte.
— Devagar, – soltou um risinho e saiu para pedir as bebidas. Passou longos minutos e o não chegou à mesa.
— O está demorando – falou.
— Não se preocupe, . Ele está muito bem – respondeu sorrindo. Apontou com a cabeça para onde ele estava. Os olhos curiosos de seguiram o olhar de que ainda ria da cena. estava mais uma vez agarrando uma menina. Revirou os olhos pelo esquecimento do menino. E em um ato repentino ela se levantou da mesa e foi ao banheiro. Um nó se formou em sua garganta e algo dizia que aquela morena não era coisa boa. Retocou o batom e deu de cara com , que junto consigo trazia duas bebidas. Entregou uma a e puxou—a para a pista. A dança estava animada, e ela se divertia como nunca. Seu sorriso se fechou ao ver aquela cena. John estava se agarrando com uma loira qualquer que ela nem se deu o luxo de saber quem era. Mesmo que ela não tenha nada com ele, doía. Doía vê—lo com outra em apenas alguns dias. Tudo bem que ele era solteiro, mas ela ainda o amava e ele estava ali, na frente dela se agarrando com outra. Seus olhos já estavam marejados. A vontade de chorar era imensa, e ela o fez. Tudo o que queria era ir para casa e ter uma boa noite de sono.


Capítulo 3.

pensou na possibilidade de ligar para , mas não o fez. Ele estava feliz de mais para se preocupar com ela. Ao menos ela achava isso, mas não era bem assim, não mesmo. Ele sairia até de outro estado para protegê—la, pois ele odiava vê—la chorar. As bochechas de tomavam a cor preta da maquiagem borrada, ela estava tão triste. Nada dava certo para o lado dela. Talvez, só talvez ela tivesse jogado pedra na cruz.
Após contar para o acontecido, ele saiu em disparada para a porta. A preocupação era óbvia em seu rosto. Não havia ficado frustrado por tê—lo interrompido de ficar mais algum tempo com aquela morena da qual não se lembrava do nome. Havia ficado até feliz. Ela beijava super mal. Pensou ao passar na porta, e convenhamos que ele deixaria qualquer menina para cuidar de sua amiga. Procurou sua amiga por todo canto e achou—a sentada em um banco. Aproximou—se mais e sentou—se ao lado da garota.
?
me contou o que aconteceu mais cedo – pausou e a abraçou – Ele não merece suas lágrimas, princesa. Não gosto de te ver chorar, parece que levam uma parte de mim.
— Eu não esperava encontrar com ele tão cedo – suspirou deixando uma lágrima cair, mais uma vez.
— Quer ir para casa?
— Não, minha mãe vai me questionar. Eu devo estar horrível – falou, mas ele achava totalmente ao contrário.
— Então vamos para minha casa? – perguntou e ela afirmou o seguindo até o carro.
— Obrigada – o abraçou, antes de entrarem no carro. retribuiu o abraço e beijou sua bochecha. Inalou o perfume tão doce de e quis ficar ali por várias horas, dias ou até anos abraçado—a. Separaram ainda sem jeito, e entraram no carro.
Chegaram à casa de e ela se acomodou no sofá. sentou—se também, ao lado dela. colocou as pernas em seu colo. Antes de começarem a fazer qualquer coisa, ela adormeceu. pegou—a no colo e a levou para o seu quarto. Tirou seu vestido e Deus, que visão era aquela? Ele nunca a tinha a assim. Ficou alguns minutos encarando—a até ela se mexer na cama. Balançou sua cabeça negativamente, tentando expulsar aquele pensamento e pegou sua camisa, vestiu—a em sua pequena e deitou—se ao seu lado.
sabia das vontades dela. Sabia quando ela estava triste e quando precisava de chocolate para melhorar. Sabia do que ela gostava e que nunca trocaria um bom livro por uma festa. Sabia que ela preferia esperar um príncipe encantado – mesmo que já tenha dado errado duas vezes seguidas – do que sair por aí beijando todos à sua frente, como a maioria de suas amigas faziam. Ele sabia que ela era diferente de todas as outras. Diferente e especial. Ela tinha um sorriso único e pensava de uma maneira diferente. Ele se perguntava em meio aos seus pensamentos o porquê de tanto pensar nela ultimamente. Tudo bem que ela era sua melhor amiga, mas nunca ele havia pensado tanto nela igual andava pensando ultimamente. Ele procurava uma posição confortável para dormir, mas não conseguia, não quando ela estava ali. Mas como isso podia acontecer? Ele já havia dormido com ela milhares de vezes e nenhuma delas ele tinha ficado tão estranho e com uma imensa vontade de agarrá—la. Não, ele nunca pensou nisso e agora esses pensamentos vieram para atrapalhar tudo.

— Não, . Depois da noite de ontem eu não tenho vontade de ir para nenhuma festa mais – respondeu depois de perguntar a ela se queria ir a uma festa com ele e seus amigos.
— Apenas nessa quarta, – ela negou mais uma vez – Por favor, anjo.
— Não, . Eu só quero meus livros e uma boa panela de chocolate.
— Todos nossos amigos vão.
— Tenho que estudar para a prova.
— Todo mundo sabe que você começa a estudar uma semana antes.
— Argh... Se eu me arrepender de ter ido a essa festa, , considere—se morto.
— É por isso que eu te amo – beijou a bochecha de . Ela havia corado, mas ela nunca ficava assim.
— Agora me leve em casa ou então nada feito.
— Eu sabia que tinha algo no meio – pegou as chaves do carro em cima da bancada e a puxou para o carro.

chamou sua amiga após avista—la tomando sol. Estava agora na casa do . Ele havia convidado os amigos para um churrasco, e é claro que ninguém havia recusado.
— Hey, sentou—se ao lado de e observou os meninos tomarem banho – O que está esperando para mostrar esse corpinho e parar de encarar o ? – engoliu em seco e olhou para sua amiga.
— Quem está encarando? – riu do desespero da amiga e colocou seus óculos.
— Esquece – falou, sabendo que a amiga nutria sentimentos pelo , mas não admitia para si mesma. bufou e tirou suas roupas ficando apenas de biquíni. Sentou—se ao lado da e começara uma conversa animada.
— Quando eu disser já – avisou o e gritou – JÁ – pegou as meninas em seus colos e correram até a piscina. Os gritos finos e as risadas tomaram conta do quintal. Quem via aquela cena achava até engraçado. Como não podiam estar juntos com tanto tempo de amizade?
— Odeio você, .
— Ela ficou bravinha – riu e levou um murro – Outch – resmungou – isso dói, sabia?
— GUERRA – gritou em cima das costas de e jogando água em sua amiga. Antes de resmungar, a colocou em suas costas e começou a guerra. Jake pulava em cima das costas do e Jessy na do .
— Você está tampando minha visão, Thompson.
— Cale a boca, – falou alto.
— Mas eu não consigo ver nada.
— AHHH – gritou após Jessy empurrá—la para a água. Antes de cair na piscina, agarrou fortemente os ombros de , fazendo o mesmo cair junto dela na água – Seu gordo – falou saindo da água.
— Você quem me puxou – se defendeu.
— Mas você caiu de cima de mim – cruzou os braços em um ato um tanto quanto infantil, fazendo o menino gargalhar. colocou na borda da piscina e a abraçou. Sem saber, os pelos do braço de se eriçaram. Era isso uma coisa boa?


Capítulo 4.

— Quando? – perguntou para quando estavam no vestiário, trocando de uniforme para a educação física.
— Quando o quê? – perguntou elevando uma sobrancelha demonstrando confusão.
— Quando você vai admitir ao que gosta dele?
— Você está louca! é meu melhor amigo, .
— Eu vi como você olha para ele, .
— Você ficou completamente maluca – riu.
— Tudo bem, então – deu ombros e saiu do banheiro. E então a mente de começou a trabalhar. Ela gostava mesmo do ou era apenas coisa da cabeça de ? Balançou a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos e seguiu sua amiga para a quadra.

Ela havia mesmo pensado na possibilidade de amar o o dia inteiro e isso fez com que sua noite se prolongasse em meio a pensamentos. “Era loucura”, pensou ela, “eu nunca vi o de outra forma, como pôde acontecer isso agora?”. Levantou—se da cama sabendo que não iria dormir nem um pouco mais e vestiu—se para mais um dia de aula. Arrumou seus cabelos e colocou algo em seu rosto para disfarçar as olheiras. E olha só que ironia, seu dia viajou mais uma vez para . Ela não queria pensar nele, mas era inevitável. Talvez, só talvez ela tenha ficado impressionada com o que disse. Era muita loucura para uma só mente. Pensou ela.
— Você sumiu hoje – falou ao encontrar escorada em seu carro.
— Eu queria ficar um pouco sozinha – ele assentiu e entraram no carro.
— Você quer que eu te pegue na livraria hoje? – perguntou.
— NÃO – falou um pouco alto – Quer dizer, não precisa, eu vou passar na casa de falou e assentiu. Deixou—a em casa e seguiu seu rumo. Ela estava totalmente estranha, e ele havia percebido isso desde que colocou os olhos nela essa manhã. Ele sentiu vontade de perguntá—la o porquê de estar agindo assim, mas ele tinha total certeza de que ela não queria contar, por isso nem arriscou fazê—lo.

Uma semana se passou desde então. continuava estranha, afastada de todos, sem saber o que fazer. Todo dia, desde quando acordava até quando ia se deitar, estava em seus pensamentos. Ela tinha certeza de que estava apaixonada, toda vez se pagava olhando para ele e suspirava, sentia arrepios quando ele a tocava, ela ficava nervosa e tinha várias borboletas no estômago quando ele chegava perto. Ela tomou uma decisão: ela iria até ele e se declararia. Claro que sua coragem era pouca, mas era a sua felicidade. Pensou na possibilidade se sair machucada, pois era um puta de um galinha, e talvez fosse isso que havia atraído: seu jeito, seu sorriso, seus cabelos, seus lindos olhos . E lá estava ela, entrando numa fria pela terceira vez. Ela pensou, repensou e pensou também na possibilidade de se machucar, mas ela não se importava. Já na porta da casa de , tocou a campainha duas vezes. Suas mãos estavam suando. E seu nervosismo era visto de longe. Seus pés ficaram inquietos. , sonolento, abriu a porta para a garota e caminhou até o sofá, como de costume.
— Espero que seja coisa boa – falou e uma garota saiu de seu quarto, ainda descabelada e com os saltos em mãos.
— É... Eu volto mais tarde – falou e deu a volta, antes mesmo de pensar em se sentar no sofá. Mas o que ela queria mesmo? Que ele a escutasse?
— Espere, . Ela já está de saída.
— Eu não sei como dizer – suspirou e criou coragem – Eu não sei quanto tempo levei pra descobrir que... Eu te amo, .
ficou sem palavras. Ele não sabia o que falar. Antes que ele pudesse responder, a menina que havia então passado a noite em sua casa, como uma diversão, ficou ao seu lado e sorriu sinicamente para ela.
— Se precisar de mais noites como essa, me liga.
a chamou – Não se afaste de mim, por favor. Eu não quero te fazer sofrer, você sabe como eu sou. Sabe que não sou o cara certo pra você. Eu mesmo sei que sou um imprestável, quebro o coração de todas e eu não quero que se afaste de mim por isso.
— Eu não vou – interrompeu—o e sorriu, com várias lágrimas nos olhos – Mesmo que isso custe a minha felicidade. Eu amo muito você e não quero me afastar por coisas bobas, certo? – perguntou, querendo também acreditar em suas palavras como fez. Ele a abraçou, confortando—a e beijou sua bochecha.
Ela sabia que nada em sua vida dava certo. Achava—se feia, pensava ela que não conseguia ser amada por ninguém, mas que não era de todo uma verdade. Ele gostava dela e muito. Só que era um enorme problema, pois a possibilidade de perdê—la era maior e o medo também. Ele podia ter uma pose de um homem forte, de quem não chorava, mas ele tinha medo, e seu maior medo era perdê—la, como perdeu sua mãe. E, como eu já havia mencionado, ele não a considerava mais do que uma irmã e era seu dever protegê—la, certo?


Capítulo 5.

já havia perdido as contas de quantas meninas havia pegado naquela semana, e sem contar que na sua frente. Se ele sabia dos seus sentimentos, podia ao menos sair de perto. Mas ele não tinha a mínima obrigação e ela sabia disso e sabia também o quanto doía vê—lo assim. Prometeu a si mesma que não iria a festa nenhuma que ele estivesse. E olha que ironia, lá estava ela se arrumando para o aniversário da . Ela não podia faltar e se faltasse, a matava antes da hora e, bem, não era isso que ela queria. Suspirou olhando—se no espelho.
— Pronta? – entrou no quarto e abriu um enorme sorriso quando a viu – Uau!
— Acreditaria se eu falasse a você que estou doente? – negou com a cabeça – Droga, . Eu não quero vê—lo pegando mais alguma menina, isso me machuca, sabia?
— Faça como ele.
— O quê? – perguntou confusa – Eu não vou sair por aí pegando todos os caras que me vier pela frente.
— Não isso, bobinha – riu – Fique com quem você quiser, mas fique na frente dele.
— Isso não vai mudar nada – suspirou pela segunda vez – Ele não gosta de mim assim, amiga.
— Jura que não? – assentiu – Vamos ao menos tentar, okay? – perguntou sabendo que ele gostava dela, mas não queria admitir nem para si mesmo, imagina para as outras pessoas.
— Tudo bem – deu por vencida e a amiga comemorou.

e chegaram à festa e os olhares masculinos voltaram—se para elas, o que deixaram as meninas com um pouquinho de inveja. À medida que andavam, recebia os parabéns e arrastava a amiga para a mesa dos outros amigos.
— Finalmente – falou.
— Boa noite para você também, falou e tinha sumido em meio à multidão. Conversaram animadamente por alguns minutos. voltou à mesa com um garoto e apresentou—o para todos da mesa.
— Gente, esse é o – o garoto sorriu exibindo toda sua fileira de dentes brancos – Foi dele que eu falei hoje mais cedo – sorriu – Faça bom aproveito – sussurrou para e sentou—se ao lado do , iniciando uma conversa animada. O mesmo acontecia com e . sentia seu rosto queimando de raiva e nem sabia o porquê. Ela estava sorrindo, mas era para outro e não para ele. Suspirou esperando que Melody chegasse a tempo. chamou—a para dançar e ela aceitou. Foi então que começou a se estressar, falava rudemente com todos na mesa que estranharam o comportamento, mas não desconfiaram de nada. Melody chegou logo depois e foi deixada de lado. assistia a cena se corroendo de raiva e o que menos esperava, aconteceu. Sua (sim, sua ) beijava e isso foi o bastante para perder seu controle. puxou Melody para seu colo e beijou—a ferozmente.
— Vai devagar aí, “coisinha” – falou para , numa tentativa de arrancar sorrisos e conseguiu. Todo mundo da roda ria, mas não ele. Ele não queria Melody ali, estava mais do que claro. Ele queria o dia inteiro o perturbando, porque era ela e mais ninguém quem ele amava. Todas as tentativas foram falhas. Todas as tentativas de achar alguém que lhe desse prazer por uma noite. Tudo bem que davam, mas não era isso que ele queria mais. Claro que não. Era ela. Era ela que ele queria, para sempre e para todo o sempre. Para uma vida inteira e, se pudesse, em outra vida e em todas as vidas que ele tivesse. Mas, ele não precisava convencer apenas a si mesmo... Precisaria admitira a ela, e não fazia ideia de como. Ela já deixou claro que o amava e a única coisa que ele fez foi virar as costas e pegar todas em sua frente. E agora lá estava ele, pela primeira vez, se corroendo de ciúmes de vê—la ali, se agarrando com um cara qualquer. Além de tê—lo deixado de lado.
— O que aconteceu com você, ? – a voz enjoada de Melody entrou em seus ouvidos e ele precisou muito desviar sua atenção do “novo casal” para dar atenção a sua peguete, mas ele não conseguia.
— Preciso ir ao banheiro – respondeu—a e correu para o banheiro, bem longe daquilo que se passava diante de seus olhos. Abriu a porta e trancou—a rapidamente para ninguém pudesse entrar. Jogou água em seu rosto para tentar esquecê—la, mas não era o suficiente, era preciso mais que um balde d’água gelada para isso. Visto que não ia resultar, voltou para seu lugar na mesa. Ele queria voltar atrás, queria ser o cara certo para ela.


Capítulo 6.

Naquela noite, se sentia sufocado. Não olhá—la estava ficando difícil e ele, bem, ele estava quase para agarrá—la ali mesmo. Sua boca com um batom avermelhado a tornava mais sexy. Seu corpo balançava de um lado para o outro conforme a música e ele já sentia as gotas de suor escorrendo pelo seu rosto. Ele a comparava entre as mais lindas de seu grupo, mas não havia nenhuma que dançasse tão bem quanto ela e por isso ela chamava a atenção de todos daquela festa. Olhares de malícia misturados de desejo eram dados para ela. olhava para os homens que a secavam com o rosto já vermelho de raiva e com as mãos fechadas, prontas para matar alguém que a tocasse ou ao menos encostassem no que era seu. Ele já a denominava como sua. E só de vê—la dançar ele já ficava duro. Os seus amigos riam do estado em que ele se encontrava, mas a verdade era que ele não conseguia evitar. Ele estava tão linda e ao mesmo tempo tão sexy. Ele já não sabia mais o que havia feito para ela ficar com raiva de si. Se lhe perguntassem seu nome ele responderia , e a idade dele ele responderia também. Só havia uma resposta naquela noite, que sempre foi . quem o completava. quem ele amava e era simplesmente a mulher de seus sonhos.

1 mês depois...

Depois de pensar bastante no que iria fazer, decidiu. Ele havia então tomado uma decisão. Ele precisava dela e era isso o que o fez mudar de opinião. Era atrás dela que ele iria. Correu de sua casa até a casa dela. E ao vê—la de longe, seu coração disparou. A tristeza tomou conta de si, mas antes que pudesse recuar ele gritou.
!
.
— Eu... Eu... – suspirou, sabia que estava a perdendo, por isso ele estava ali. Ele sabia que iria perdê—la para o e tinha medo disso. E ele sabia também que ele não havia sido o que ela queria, o que ela precisava, mas estava ali, tentando mudar seus conceitos, tentando voltar atrás em suas palavras para ter o que nunca foi seu.
— Será que você podia me contar depois? Eu preciso ir ali com o .
— Tudo bem – sorriu forçadamente – Bem, eu vou indo ali, passo em sua casa mais tarde, pode ser?
— Certo. Eu vou estar lá as oito – assentiu e saiu, mas era demasiado tempo, e ele não queria esperar isso tudo. Ele queria contar a ela que ele a amava e se precisasse contaria para mundo inteiro ouvir. Sentou—se na calçada e suspirou. As coisas começaram a complicar e ele se odiava por ser tão idiota, e se ela não o quisesse ele entenderia, ele foi idiota uma amizade intera para merecer seu perdão justo agora que ela estava feliz. Ele esperou—a ali naquela calçada até a sua volta e quando ela voltou, selou seus lábios nos de e despediu—se dele.
— Faz muito tempo que você está aqui?
— Não – mentiu – Cheguei agora apouco.
— Vamos? – perguntou e ajudou a se levantar. Entraram em casa e Carmem perguntou o motivo do sumiço do menino.
— Não foi nada, dona Carmem – mentiu.
— E como sua mãe está?
— Mãe – a repreendeu – Vamos – puxou—o para seu quarto – E então? – perguntou com uma imensa curiosidade.
— Bem, eu... eu estive com saudades – xingou—se várias vezes por não falar o que queria.
— E veio me perturbar? – perguntou incrédula.
— Sim.
— De todas as pessoas do mundo, você era a única que eu achei que não iria me decepcionar, mas você me provou totalmente o contrário. Você me fez ter esperança de que iria mudar, mas toda vez você estava, em minha frente, com outra. E o pior de tudo foi que você sabia o que eu sentia, e você parou de vir aqui me pegar para ir à escola, parou de vir aqui em casa. Você podia ao menos me escutar, mas eu não posso obrigar ninguém a ficar – suspirou.
— Eu... – a interrompeu.
— Eu ainda não acabei – virou as costas e continuou – Você teve longos dias, longas horas para me procurar. E quando eu estou feliz, vem você outra vez. O que você quer? Diz—me logo, porque eu já não consigo mais entender. Hora me ignora, hora me trata bem. Eu não sou idiota, . Eu preciso viver a minha vida também, porque ficar sofrendo por você não vai me levar a lugar algum.
— Você não sabe como eu me senti quando descobri que eu te amo – arregalou os olhos e continuou – Ninguém mais me reconhece, nem mesmo eu. Não consigo olhar para nenhuma mulher mais que não seja você. Céus, ! Eu não consigo nem dormir sem pensar um minuto se quer em você. Até nos jogos eu já perdi as contas que quantas vezes eu fiquei distraído pensando em como seria se você estivesse ali, como seria se nós dois estivéssemos juntos. Porque, porra, eu amo você. E eu nunca te trocaria por centenas de meninas. Eu nunca me arrependi tanto quanto me arrependi de ter te dito que não era o cara certo pra você. Certamente eu não sou, mas você sim é a garota certa pra mim — virou—se confusa e com várias lágrimas nos olhos.
— Eu preciso que você vá embora – suspirou – Da minha casa e da minha vida.
— Desculpe—me, . Eu... eu...
— Vamos, , estou esperando.
, me perdoa – rapidamente entrou no quarto, interrompendo a fala de .
— É melhor você ir, (.
— Mas eu... – suspirou e se virou – Eu não vou desistir de você, .


Capítulo 7.

Uma semana se passou desde então e era tudo muito estranho. Eles não conversavam, não sorriam e nem se quer se olhavam. O arrependimento corroia , e escondia sua tristeza por trás de um pequeno sorriso. Todo mundo perguntava o que havia acontecido, queriam saber o motivo do afastamento. tinha em mente ir atrás dela, mas tinha medo. Não era o medo de perdê—la, porque isso aos poucos já estava acontecendo, mas sim o medo dela rejeitá—lo como da última vez. Devo dizer de antemão que desistir não estava em seus planos.
tentava não pensar um minuto se quer em , mas ela não conseguia. Não conseguia porque ele sempre dava um jeito de aparecer, sempre em festas, dessa vez sem companhia e ela, bem, ela tinha o Mas, devo dizer que não é isso o que ela queria. Ela queria para todo o sempre, assim como ele a queria. Mas eles eram hipócritas demais para ficarem juntos. Hipócritas por fingirem que não se conhecem, quando na verdade conheciam um ao outro mais do que se conhecem.
decidiu mais uma vez ir atrás dela, ele havia cometido erros demais para se preocupar com isso agora. Pegou seu all star já surrado pelo tempo de uso na porta e calçou—os rapidamente. Ainda tinha medo dela o rejeitar, mas não se importava. Ele perdeu tempo demais tentando ser o cara que todas queriam, quando ele podia ser o cara que apenas ela queria, o cara que ela merecia. tocou a campainha quando chegou ao portão da casa de . Dona Carmem havia então atendido e visto que não queria nem ao menos ver e avisou—o de que ela não estava, porém ele não havia acreditado. Sorriu amarelo e esperou—a fechar a porta. Assim feito, ele foi para o fundo e jogou algumas pedrinhas no quarto de . Ainda sonolenta, abriu a janela.
— O que você veio fazer aqui? – perguntou magoada ao ver quem era.
— Eu peço desculpas.
— Desculpas não vão apagar o que você fez – respondeu e fechou a janela. E, mais uma vez as lágrimas desciam pelo seu rosto. Ela já estava farta dessa rotina de chorar por todos os dias. Depois de ter lavado o rosto e ter pego as chaves do carro da mãe, avisou que iria sair. Entrou rapidamente no carro e arrancou, deixando apenas a poeira e um arrependido para trás. E ela dirigiu por várias horas sem se cansar, pois a única coisa que queria era ficar longe de todos, e quando fala todos, incluo em primeiro lugar. Sua cabeça estava conturbada, ela não sabia mais o que fazer, queria apenas dirigir e dirigir por uma eternidade era melhor do que sumir, pensou ela. Já eram duas da manhã e seu celular não parava de tocar, mas ela não se importava e já sabia até quem era. Desligou—o quando sua cabeça estava quase para explodir e voltou a dormir.

— O que faz aqui? — perguntou ao ver sentado aos pés de sua cama.
— Não quero que me ignore – a respondeu.
— Vá embora, por favor.
— Não, . Eu não irei embora até sabe o motivo por me ignorar tanto. Porra, eu pedi para você não se afastar, eu amo você, e precisava de sua amizade mais do que tudo nesse mundo. Eu sei que errei, assim como todo mundo erra, mas droga, você fugiu e se afastou. Você levou metade de mim e eu pedi para que não se afastasse, eu avisei que não era o cara certo para você. Todo mundo sabe como sou, e você sabia mais do que todo mundo – com água nos olhos, respondeu:
— Você foi um idiota.
— Eu sei! Eu sou um idiota, eu perdi você, . E agora estou aqui, pedindo perdão por todos os meus erros, o que eu nunca havia feito, por ninguém, e tudo isso por você. Desde que você me deixou, algo estalou e eu percebi que era tarde demais. Eu preciso só de você, . E é com você que eu quero estar por toda eternidade. É você que eu amo e é simplesmente você quem me completa – os dois estavam tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro. selou seus lábios nos dela – Eu te amo – selou seus lábios mais uma vez – Eu te amo – e selos seu lábio no dela mais uma vez, dessa vez pedindo passagem para que ambos trocassem o que queriam desde que se conheceram. puxou—a para mais perto na intenção de que ela não o soltasse nem por um segundo se quer. Terminaram o beijo e ela sorriu. – Eu te amo – falou mais uma vez voltando a beijá—la. Os dois precisavam daquilo, precisavam mais do ar que respiravam. E eles queriam de novo e de novo e mais quantas vezes precisaram. Precisavam matar a saudade um do outro. Precisavam saciar o desejo que tanto os rondou nesses últimos meses.
— Eu não quero que me deixe – falou após acabar o beijo e encostarem as testas.
— Eu não vou. Enquanto eu tiver você em minhas mãos eu vou ser o cara mais sortudo do mundo – ambos sorriram e trocaram um beijo.
— Eu te amo – falou baixinho, mas o bastante para que , ainda agarrado a ela, escutasse.
— Shhh – sussurrou no ouvido de – Não fala nada, não por agora – e eles ficaram muito tempo agarrados e precisariam mais do que aquilo para matar essa saudade.


Capítulo 8.

Para o espanto de todos, e entraram de mãos dadas na escola e o sorriso de orelha a orelha. Era esse o novo assunto da escola: e namorando. E eles, claro, não podiam estar mais felizes.
— Eu avisei – falou após encontrar e se pegando no corredor.
— Vai pra lá, – resmungou .
— Preciso de uma conversa séria com você mais tarde, dona – o casal sorriu e saíram para as aulas, o que os separavam até chegar a hora da merenda. O grupo de amigos se reuniu na mesma mesa e começavam uma animada conversa. Zoavam o novo casal e o , por não ter coragem ainda de pedir a em namoro.
— Eu sabia que isso um dia iria acontecer – falou após todos calarem.
— Todos nós sabíamos, falou, revirando os olhos.
— Vocês perderam tempo demais esperando o tempo passar – comentou.
— Sério, ? – indagou confuso, sabia que a amiga passava pela mesma situação. revirou os olhos e escorou—se na parede. Depois de um tempo conversando o sinal tocou avisando—os que teriam que voltar para as aulas.
— Eu preciso de férias – comentou ao chegar à sala de aula.
— Apenas um mês – respondeu – E finalmente livres da escola.
— Eu sei e mal posso esperar pela nossa formatura – respondeu. – Você vai comigo, não vai ? – perguntou ao namorado. E finalmente podia chamá—lo assim, esperou tanto tempo por esse momento. Ela só tinha uma cura, cura chamada . E isso a deixava feliz, mais que tudo nesse mundo. Abraçou—o de lado e depositou um curto beijo em seus lábios.
— Te amo – falou após o professor entrar na sala e mandar ir para seu lugar.

— MÃE – gritou, e ao perceber que ela estava na sala tampou a boca – Cheguei.
— Tenho uma notícia.
— E o que está esperando? – perguntou sorrindo.
— Eu e o seu pai... Hm... Decidimos nos mudar para Nova York – ao ouvir tudo aquilo e digerir, deixou que sua mochila caísse de seus ombros – Daqui um mês, pois resolvemos esperar sua formatura – completou.
— Mas o quê? Como? Mãe, não... – não sabia o que falar, ela não queria, de forma alguma. Ela queria viver ali até a sua morte.
— Seu pai ganhou uma promoção no trabalho – explicou.
— Eu não vou – respondeu decidida.
— Até que tenha seus 18 anos completos, , viverá em baixo do nosso teto – terminou de falar e saiu, deixando uma arrasada para trás. Lágrimas brotavam de seus olhos e ela não tinha outra opção a não ser chorar. E assim o fez. Seu nariz estava vermelho, maquiagem borrada, mas ela não se importava. Mandou uma mensagem rapidamente para .

“Preciso de você”
“Estou a caminho”

respondeu. Ele sabia que ela não estava bem, ela sempre mandava isso quando estava chorando ou triste. Preocupado, correu para o carro e dirigiu para a casa de o mais rápido possível.

— O que aconteceu? – perguntou após entrar a casa de sem mesmo bater a porta. Encontrou—a encolhida em cima do sofá.
— Eu, eu vou mudar de cidade, . Para bem longe daqui.
— Não, . Você não vai. Podemos ficar apenas nós dois aqui. Eu deixo você morar comigo – respondeu—a desesperado. Ele tinha medo de perdê—la como da última vez. E estava disposto a tudo para não perdê—la por um segundo se quer. Só pensar na possibilidade de perdê—la, seu coração doía. E ele nunca iria aceitar, nunca. Logo agora que estavam tão juntos, já tinham aceitado os erros um do outro, já tinham percebido que se completavam e não queriam mais esvaziar o que preencheram.
— Não adianta – choramingou – Já conversei com minha mãe.
— Vamos dar um jeito – pausou e completou a abraçando. – Juntos.


Capítulo 9.

— Por que vocês dois não fogem juntos para Londres? – pronunciou enquanto todos estavam em uma roda, pensativos e quietos. A ida de era trágica e ninguém queria que os dois ficassem separados.
— Eu acho arriscado demais – falou, mas não podia negar que era uma boa ideia, e se fosse possível ela iria com ele para qualquer lugar.
— Qual é, . Eu acho tão bonito quando o casal foge de casa. E eu não estou exagerando. Aqui você não vai poder se formar em fotografia e em Londres você pode até ir.
— Mas... – tentou retrucar, mas nada saía. E foi então que ela pensou na possibilidade de dar errado e não conseguisse se quer um lugar onde morar.
— Meus pais têm um apartamento em Londres – avisou.
— E você nem vai sair do país, falou, e todos concordaram.
— Vocês falam como se estivéssemos em livros! – cruzou os braços.
— Não é todos os dias que podemos fazer da nossa vida um livro – retrucou e fez bico.
— E se der errado? E se ficarmos em escassez de dinheiro? Ou pior...
— Você faz perguntas demais – revirou os olhos – Se eu estivesse em seu lugar, não pensaria duas vezes. Era a minha vida que estaria em jogo, se eu não lutar por ela, quem vai lutar?
— E não é de se jogar fora – brincou , arrancando risadas de todos.
— Preciso de um tempo – Harry arregalou os olhos, com um imenso medo de que ela o deixasse, e de que esse tempo fosse dado ao relacionamento.
— Um tempo? – perguntou não querendo acreditar.
— Não em nós dois, bobinho – falou e riu – Para pensar. Temos um mês daqui até lá.
— Não quero que me deixe – resmungou selando um beijo em seus lábios.
— Não vou. Vamos ficar juntos! Quero ter 3 filhos e muitos netos e tudo isso com você!
— A parte das fraldas não é minha – fez uma careta, demonstrando nojo e riu.
— Parem de ser melosos – revirou os olhos – Essa conversa toda me deixou com fome.
— Quem paga a pizza? – perguntou rindo,
— Nós mulheres temos nosso direito – se defendeu – Os homens que dividam – todos se levantaram indo rumo à pizzaria.
— Assim não vale – revirou os olhos.
— Fique quieto, retrucou, rindo.
— Desculpe—me, moça, mas nós homens também temos direitos – riu e bateu com a mão na cabeça de .
— Outch – resmungou.


Capítulo 10.

Um mês havia se passado. Todos já estavam formados e a família de pronta para sair daquela cidade pacata. suspirou e abraçou , que pegou as malas dela em seguida e as jogou pela janela.
— Tem certeza disso? Tem tudo aqui, tem sua vida, sua família... – perguntou preocupada.
, eu quero apenas você. Quero buscar minha felicidade junto a ti e se não for com você, ninguém mais pode trazê—la.
— Te amo – sussurrou pulando a janela junto a .
— Quem está aí? – perguntou o pai de saindo no quintal de sua casa. O casal escondeu—se de trás da moita e o pai de gritou novamente – QUEM ESTÁ AÍ? – nenhuma resposta foi dada até então. segurou na mão de e puxou—a até o carro. Entraram e deram a partida. O pai de saiu de casa e assistiu o carro se afastar e se perguntou o que fazia na rua naquela hora. Confuso, entrou em casa e voltou a dormir.
, você acha que vai dar certo? – perguntou preocupada – Não temos mais ninguém. Nossos pais vão ficar longe, e...
— Shhh, . Desde que você esteja ao meu lado, o resto fica sendo apenas resto – sorriu exibindo sua fileira de dentes completamente brancos e confiou então em . Esperava acreditar que depois da loucura que fizeram seriam felizes e erro nenhum do passado os incomodariam. E, com essa expectativa, o casal fugiu. Fugiu para bem longe dos olhos de todos os que conheciam. Iriam começar uma nova vida, um novo caminho. Iriam começar do zero e finalmente ninguém os atrapalhariam.
Sorrindo, saíram da cidade. O cheiro da grama verde invadiu o carro e eles só pensaram em como era bom ficarem juntos. Sentiam finalmente a liberdade. colocou a cabeça para fora do carro e gritou. Gritou por estar sendo liberta agora, estava feliz e queria mostrar ao mundo que podia fazer tudo o que quisesse. Passaram horas e horas cantando as músicas que gostavam, sorriam um para o outro e cada vez ficavam mais longe de casa e mais perto da realidade.
O nascer do sol estava lindo. Pararam o carro e foram para um lugar onde a grama estava verde. Sentaram—se um ao lado do outro, abraçados, e assim assistiram o nascer do sol. O cheiro da grama invadiu suas narinas. Respiraram profundamente e sorriram um para o outro. Estava tudo tão perfeito, tão surreal. Queriam sentir o que estavam sentido hoje mais vezes e continuarem como estavam.
— Tenho fome – avisou após sua barriga dar sinal de vida.
— Vamos parar para comer – respondeu—a e mais uma vez pegaram estrada.
A felicidade bateu a porta e eles entraram e estavam feliz. Se perguntassem qual seu maior erro, eles responderiam: a perda do tempo. Qual é! Todos nós temos uma vida e se não aproveitarmos o tempo que ganhamos, nunca vamos ser felizes. Eles perceberam isso, e com medo de que o tempo passasse, voltaram para o outro. Nós seres humanos somos tão dependentes dos outros, buscando a felicidade neles. Será que somos incapazes de fazermos nossa felicidade? Não precisamos buscar a felicidade em outro alguém ou procurarmos nossa “outra metade” somos felizes por completo, fazemos nós mesmos a nossa felicidade. Desejo a você, caro leitor, que não dependa de outro alguém para fazer sua felicidade, mas que você, busque e conquiste—a. Desejo também, que conquiste seus sonhos, como e fizeram. Não espere o tempo passar, não temos todo tempo do mundo. Não fique ai de braços cruzados, está esperando o quê para correr atrás de seus sonhos?


FIM



Nota da autora: Eu esperava que dessa fic saísse ao menos algo bom, mas o final não foi o esperado e o que eu planejava. Bem, espero que tenham gostado e agradeço de coração quem me ajudou ao longo do caminho. Agradeço de coração Amanda, por ter me ajudado a pensar um pouco. Agradeço a vocês por estarem lendo agora, e por não me matarem pelo final. Até uma próxima.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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