09. Not My Responsibility

Finalizada em: 23/04/2022

Capítulo Único

No avião, com um óculos no rosto, estava indo para o interior. A verdade é que ela estava de saco cheio de toda loucura que era a sua vida, e não era para menos. Fazia uns meses que ela havia começado a sofrer uma onda de perseguição e todos diziam que fazia parte de ser famosa, mas para ela, eram só as pessoas sendo pessoas. Assim que desceu do avião, caminhou para fora do aeroporto e viu o carro do seu avô, a esperando.
— Vovô! — Exclamou ela, entrando no carro.
— Ainda não. — Respondeu o motorista, que não era o seu avô, para sua surpresa.
— E você, quem é? — Perguntou.
— Ben, trabalho na fazenda do seu avô e vim aqui buscar a estrela. — Respondeu ele, com uma cara feia. Ela pensou em responder, mas ignorou. Fizeram todo o trajeto em silêncio, ela aproveitou para checar a paisagem, até que o carro parou no meio do caminho. — Droga, eu tinha que ter vindo de caminhonete! — Resmungou o homem, espiou pela janela e eles estavam no meio da lama.
— Era só o que faltava. — Murmurou ela.
— Você pode dar partida no carro e acelerar? — Perguntou o homem do lado de fora, ela pulou para o banco do motorista e fez o que o homem pediu, olhando pelo retrovisor percebeu que o que fez deu um banho de lama no homem, que apareceu no vidro como se fosse um monstro da lama, e ela não segurou a risada.
— Do que está rindo? A princesinha nunca viu lama na vida? — Perguntou ele, tirando um tanto de lama com a mão e passando no rosto dela tão rápido que ela não pôde reagir.
— Que diabos?! Você enlouqueceu??? — Ela estava claramente nervosa, o que fez o homem rir.
— Sai do carro e me ajuda a empurrar. — Ordenou ele, fazendo-a cruzar os braços. Ele suspirou ao ver a cena da mulher parada de braços cruzados. — Olha, eu sei que a senhorita não está acostumada a receber ordens, mas ninguém passa nessa estrada e não funciona sinal de celular, se não sairmos daqui, vamos ter que passar a noite, então poderia fazer o favor de me ajudar a empurrar? — Pediu ele, bufou e saiu do carro.
— Você passou por aqui na ida? — Perguntou ela, enquanto ia para o lado dele.
— Não com esse carro, seu avô precisou ir em uma fazenda do outro lado da cidade e trocou de carro comigo no centro, não faço ideia de como ele passou aqui. — Explicou ele, os dois colocaram as mãos atrás do carro. — 1, 2, 3 e… — Empurraram juntos, umas duas vezes, e de nada adiantou.
— Não tem nenhuma tábua aqui por perto? — Perguntou ela.
— Se tivesse eu já teria colocado. — Respondeu o homem.
— Olha aqui, senhor…
.
— Senhor , você deveria ter olhado a estrada antes de nos atolar na lama, só estou tentando ajudar. — Bufou, cruzando os braços.
— Já que estamos ambos atolados na lama… — Ele passou a perna atrás da dela e a derrubou. — Agora estamos em pé de igualdade. — Ela queria matá-lo, mas ao ver seu reflexo no vidro do carro, caiu na gargalhada.
— Olha para a minha cara! — Disse, rindo e apontando para o reflexo, ficou confuso, mas começou a rir com ela. — Literalmente um dia atrás eu não podia sair na rua com a maquiagem borrada que alguém usava isso contra mim, não podia colocar uma roupa que eu queria, porque muitos gostavam e muitos usavam isso contra mim, sempre. Todo mundo tem opiniões sobre as minhas músicas, o meu corpo, minhas roupas, e nenhum deles me conhece de verdade. — Ela continuava rindo.
— E isso é engraçado? — Perguntou ele.
— Não, essa é uma risada de alívio, de poder me olhar cheia de lama e não ter medo de ser fotografada ou julgada. — Ela sorriu.
— Bom, eu estou te julgando, essa meleca escorrendo no seu cabelo tá estranha! — Brincou ele, apontando para o cabelo dela, que deu um tapa leve em sua mão.
— Já se olhou no espelho? — Perguntou, e ambos riram.
— Achei que você fosse a típica estrelinha mimada. — Disse , encostando no carro.
— Todos acham muitas coisas de mim, é incrível, nada que eu faço passa despercebido. — Ela fechou os olhos. — Vim fugir um pouco disso, sei que é meu trabalho, mas é exaustivo! Se eu vestir o que é confortável, eu não sou uma mulher, se eu tirar as camadas de roupa, eu sou uma vadia.
— Parece ser bem cansativo mesmo. — Respondeu ele, agora sério.
— Sim, é como se meu valor fosse baseado apenas na percepção dos outros, mas eu sei que não é minha responsabilidade. — Ela sorriu, percebeu que estava desabafando para um completo estranho e parou, e ele percebeu.
— Não se preocupe, nada que me disse vai sair daqui, nem que você está toda suja de lama com meleca de lama escorrendo no seu cabelo de milhões. — Os dois riram, ela se sentiu confortável com um completo estranho, coisa que não sentia há muito tempo.
— Obrigada, foi legal desabafar um pouco. — Ela olhou para o horizonte e o sol estava se pondo.
— Não me agradeça ainda, continuamos presos aqui.






Fim!



Nota da autora: oii gente, tudo bem? espero que sim! espero que tenham gostado, vou deixar meu insta de autora, pra vcs conferirem minhas outras fics, e o grupo no whatsapp de leitoras, beijos!





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