Capítulo Único
- Eu não vou saber viver sem você. Eu não aceito, eu te amo tanto. – eu já me acabava em lágrimas, ele não podia fazer isso comigo, eu o amava tanto.
- Não faz assim, . Não tem jeito, eu quero terminar! – A cada palavra ouvida, eu só sabia chorar mais e mais.
- Me diz aonde foi que eu errei... Eu posso consertar ser uma pessoa melhor pra você. Eu já sei, tem outra mulher, né? Não destrói nosso relacionamento, eu sei que você me ama e... – eu tentava lhe abraçar, mas ele se esquivava.
- , calma, ei! Senta aqui – apontou o sofá e me sentei ao seu lado – não é questão de ter uma pessoa ou não. Se tiver, não importa. Eu não amo mais você!
Aquelas palavras me quebraram ao meio, como assim não me amava mais? Eu fiz tanto por nós. Ele estava sendo cruel comigo, jogando tudo fora, por quê? Ele se levantou para ir embora.
- , para, por favor, espera. Não vai embora assim... Eu não consigo. Me diz o que eu fiz pra te aborrecer?
- Você me sufoca, é isso. Tu és grudenta demais. – eu estava em choque, isso era motivo para terminar? - Eu sei que tá doendo, mas vai passar – ele enxugou minhas lágrimas, elas escorriam como cachoeira – , não dá mais pra continuar com você! Entende!
- Não seja cruel! Tá doendo tanto – eu estava desesperada, surpresa, eu nunca pensei que eu o sufocasse, ele nunca havia reclamado disso. Aquilo era absurdo.
- Vai doer, fazer o quê? Eu não tenho culpa. – ele já se encaminhava para saída da minha casa.
- Vou lutar por nós, eu não vou deixar você ir embora assim. – corri em sua direção, tentei abraçá-lo, ele se esquivou.
- Lutar pra quê? Acabou, , põe na sua cabeça, a-ca-bou! – ele soletrou a palavra, como se eu fosse burra. – Isso tudo foi um erro.
- Não acabou, e não foi um erro! Eu não posso aceitar que você termine a nossa relação por um motivo fútil – que gosto amargo eu sentia na boca. Acima de tudo, eu estava decepcionada.
- Chega, pra mim já deu, todos têm seu limite, e o meu se foi! – ele já estava na porta segurando a maçaneta.
- , seja sincero, o que houve com amor, que um dia nós uniu? – não era possível que alguém mudasse tanto assim.
- Ele morreu – bateu a porta da minha casa e saiu.
Então acabou, realmente tinha acabado, eu só sentia dor, muita dor, eu tinha abdicado de tudo por ele, agora eu não tinha nada. Eu chorava muito, havia um nó em minha garganta. Eu não sabia como continuar sem ele, foram três anos de namoro para ter um fim por um motivo tolo!
Eu não sabia a quem recorrer, eu tinha largado os meus amigos, porque ele não gostava deles, agora ele foi embora... Meus pais moravam em outra cidade, vim para cá com minha melhor amiga para cursar a faculdade que eu sempre sonhei. Ela havia se afastado, e tudo o que eu queria era voltar no tempo...
25 de Fevereiro de 2014
Minha melhor amiga e eu havíamos passado em uma universidade pública da capital, morávamos em uma república com mais cinco meninas, era divertido lá e estávamos adorando o inicio do ano letivo. Eu estudava de manhã, infelizmente minha amiga estudava a noite, então eu sempre ia sozinha para faculdade.
Todos os dias eu pegava um ônibus em direção à zona central às 06h30min até eu o vê-lo: O menino do ônibus. Ele também estava sempre no mesmo horário que eu, só que o itinerário era diferente, ele embarcava em uma lotação que o deixava no metrô mais próximo do nosso bairro. Eu só o observava, ele era lindo demais. Inúmeras vezes eu tentei me aproximar dele, mas sempre recuava por não ter coragem e achar que ele nunca me daria bola.
O observei dar sinal para o ônibus e embarcar, e mais uma vez perdi uma oportunidade. Já fazia mais ou menos uns dois meses que eu estava no ponto no mesmo horário que ele. Comecei a notá-lo, pois sua beleza era fora do comum. De tanto observá-lo descobri que ele sempre olhava o aplicativo para ver se o ônibus demoraria, que sempre se vestia de roupa social, exceto de sexta e que principalmente tinha uma carinha tão doce... Ai, gente, eu estava realmente interessada nele.
Eu prometo que amanhã eu falo com ele! Acho que não conseguirei cumprir a promessa, tinha um agravante contra mim: a timidez.
Segui minha rotina e embarquei também no ônibus em direção ao centro, iria para a universidade, cursava biomedicina e amava mais do que tudo. Na parte da tarde eu trabalhava em uma empresa de call center como operadora de teleatendimento, meu objetivo inicial era me tornar supervisora para ganhar mais, porém a timidez ainda me atrapalhava, eu já havia tentado várias vezes processos seletivos, mas sempre me reprovavam por esse motivo.
Estava distraída pensando na vida escutando música em pé no ônibus, infelizmente não consegui sentar até meu celular tocar e me tirar de meus devaneios.
- Amiga, tu pegou o telefone do boy? – ri, só podia ser me abordando dessa forma logo cedo, quando sai de casa ela ainda dormia.
- Bom dia, ! Você tá bem? – revirei os olhos.
- Estou ótimaaa! – ela nem se importou com a minha voz debochada - Você não me respondeu, criatura! Pegou ou não?
- Ai, , o que você acha? – eu queria me bater, a coragem chegou aqui e passou bem longe, era extremamente medrosa.
05 de Maio de 2014
Eu o olhava encantada, já fazia um tempo que o observava, mas hoje havia acordado decidida, eu falaria com ele, ou trocaria de nome! Resolvi me aproximar dele, mas quando estava quase o tocando o viu estender a mão para parar o ônibus, e o vi embarcar e sem pensar duas vezes subi atrás. Gente, eu tô louca! O ônibus estava razoavelmente cheio, tinha alguns bancos vazios, o vi sentar-se no último banco do ônibus que tinha cinco lugares, me sentei ao seu lado.
Já tinha se passado dez minutos e eu não havia falado nada, estava sem coragem novamente. Resolvi mandar mensagem para :
Peguei o mesmo ônibus que o menino, o que eu faço? Me ajudaaaaaa!
Ela tinha que me responder logo, ele poderia descer do ônibus a qualquer momento e eu não saberia se teria a coragem novamente de desviar minha rota e possivelmente perder a primeira aula da faculdade. Aquilo era insano... Senti meu celular vibrar, olhei e vi que era uma mensagem de .
Mals a demora...Tive uma ideia, tu é frouxa demais pra tomar alguma atitude direta então anota teu número na nota do seu celular, cutuca o boy e mostra a nota, confia, veada, ele vai anotar seu número.
Eu olhei disfarçadamente para o boy, ele escutava música enquanto olhava para a janela. Era uma ótima ideia. Graças a eu não teria que falar nada, só mostrar o celular, que tudo desse certo. Respondi a mensagem:
Tô tão nervosa, mas ok. Vou fazer isso, que frio na barriga, meu Deus!
Eu abri o bloco de notas do celular e anotei meu número. Tinha feito a parte mais fácil, agora me restava a difícil. Olhei para o boy novamente, distraído escutando música. Era agora, minhas mãos tremiam e suavam, meu coração estava disparado, o cutuquei e ele me olhou, Eu sentia minhas bochechas pegarem fogo.
- Pois não? – a voz dele era rouca, aquela voz... ai, Deus! Esqueci como se respirava, apenas mostrei o telefone para ele – O que é essa quantidade de números? – Eu tentava falar, mas minha voz não saia, ele pareceu confuso.
– Nossa! É o número do seu celular? – Maneei a cabeça positivamente, estava extremamente envergonhada. – Ok, vou anotar seu número, é isso o que quer que eu faça, certo? – mais uma vez mexi a cabeça em um sim – Qual é o seu nome? – Como se fala mesmo? Como eu sou idiota, trouxa... Acho melhor escrever, mostrei meu celular novamente – Hum... , bonito nome. – eu sorri, encabulada.
- , você é muda? – eu quis morrer, sentia-me patética. Era claro que o garoto acharia isso de mim já que eu não havia pronunciado uma palavra sequer. Se eu pudesse cavar um buraco naquele momento, eu faria isso. Tentei falar, mas mais uma vez as palavras não saiam, apenas balancei negativamente a cabeça. – Certo, hãn, eu preciso descer agora, estou chegando ao meu trabalho, mas foi um prazer, eu acho.
O vi se levantar desajeitadamente e apertar o botão para acionar a parada obrigatória, acenou positivamente e enfim desceu do ônibus. Se pudesse sumir, eu o faria. Eu havia estragado tudo, ele nunca me ligaria, isso estava tão claro como neve. Resolvi mandar mensagem para .
, fiz o que vc me mandou e deu certo ele anotou meu número. Mas eu estraguei tudo, eu não consegui falar nadinha e o boy achou que eu era muda! Quero sumir, bicha!
Resolvi descer daquela lotação, já que ela não servia para chegar à universidade, atravessei a rua para pegar outro ônibus sentido contrário, eu necessitava pegar o segundo tempo de aulas. Senti o celular vibrar, era resposta de .
OMG, chocada com farofa! Hahahah tu é a pior. Calma, vamos esperar quem sabe ele não te manda mensagem? Aguenta um pouco, mana!
Enquanto olhava o whats vi uma mensagem de umas das garotas no grupo da sala informando que tinha atividade em dupla. Resolvi correr para a faculdade, sabia que essas atividades em sala valiam meio ponto e aquilo era extremamente importante para quando não se quer reprovar. Cheguei relativamente rápido na universidade, subi as escadas, entrei no meio da aula, sentei-me ao lado de , o único sem dupla, eu faria com ele, era a melhor pessoa daquela sala. O cumprimentei discretamente.
- , o que é pra fazer? – ele me explicou que a professora havia entregado os dados de um paciente fictício e que precisávamos identificar e classificar os microrganismos causadores das enfermidades apresentadas por ele. Corremos para entregar a atividade e felizmente fizemos no tempo proposto e saímos da sala para o intervalo.
- , pega uma mesa que eu vou buscar nosso café da manhã. Salada de frutas, certo? – dava uma vontade de apertar o , ele sempre pagava meu café da manhã, mesmo eu dizendo inúmeras vezes que não precisava.
- Sim, certinho. – sentei-me à mesa. Enquanto o esperava resolvi checar o celular, nenhuma mensagem de número desconhecido, a esperança estava morrendo. Tinha mensagem de .
, não é possível que tu não dê uma bola dentro. Chocada, era tão fácil...
Ai, , eu sei... As palavras não saiam da minha boca, eu me senti tão idiota.
e eu éramos amigas desde a infância, ela me conhecia como ninguém. Eu queria ter aquela autoconfiança que ela possuía, mas não conseguia e com toda a certeza aquilo me atrapalhava demais. chegou e se assustou quando olhou para mim, a manteiga derretida aqui estava com lágrimas nos olhos.
- O que houve? – ele me abraçou forte, tentando me consolar, eu lhe agradeci aquilo estava sendo ótimo.
- Eu não quero falar sobre isso – me soltei do seu abraço – cadê minha salada de frutas? – ele me deu e me deliciei. – Tô te devendo minha vida. – Ele riu, conversamos sobre algumas coisas e senti meu celular vibrar, mas não dei importância. O sinal para o início das aulas havia tocado, fomos para a sala, nos sentamos, resolvi checar o celular e não acreditei quando vi:
Meu dia não poderia ter começado melhor! <3 Quando escutarei sua voz? Xx , o garoto do ônibus.
Eu consegui, eu tinha finalmente um sim. Eu estava extremamente feliz.
04 de fevereiro de 2015
Já fazia nove meses que eu estava ficando com , eu era inteiramente dele, não tinha olhos para ninguém, eu acho que já o amava, queria oficializar a nossa relação, queria namorar ele. Todos falavam que ele me enrolava, eu não achava. Ele havia me contado que havia sido traído e tinha medo de entregar seu coração de novo, eu o respeitava e lhe dava o seu devido tempo.
Hoje eu estava decidida, eu não podia mais esperar, era tudo ou nada, hoje eu lhe pediria em namoro, eu gostava dele, e o queria pra mim, queria casar, ter filhos, construir um lar, uma família. Era precipitado pensar em tudo isso, eu sei, mas era inevitável.
Havia combinado de encontrá-lo em um restaurante na zona central da cidade, eu estava nervosa, com medo e ansiosa, era hoje. Cheguei ao local combinado e o encontrei na porta, ele me esperava. Sorrateiramente, tampei seus olhos:
- Adivinha quem é? – engrossei minha voz, para que ele não percebesse que era eu. Percebi que ele sorriu, ele já sabia.
- É uma garota muito linda, um sorriso contagiante, decidida... São tantas qualidades, . – eu sorri, era por isso que eu lhe amava cada dia mais. Tirei minhas mãos de seus olhos, me virei a sua frente e lhe beijei.
Entramos e logo encontramos uma mesa e nos acomodamos ali. Comemos a entrada, logo veio o prato principal, jantamos e antes da sobremesa eu decidi que era o momento certo:
- , você foi o melhor presente que eu ganhei quando cheguei nessa cidade, você é uma pessoa maravilhosa, divertida, carismática, é lindo – ele me olhava atento e eu estava com as bochechas vermelhas – Enfim, eu te amo – ele me olhou surpreso. – Namora comigo? – pronto eu tinha dito e meu Deus, seu olhar era indecifrável, será que ele aceitaria? Minha boca estava seca, minhas mãos suavam.
- , eu... Estou bem surpreso. Mas quer saber? Eu aceito – parece que um peso havia saído das minhas costas, Deus ele tinha aceitado! Eu estava explodindo de felicidade – Mas era eu que deveria ter pedido! – eu ri.
- O importante é que o pedido foi feito. – me estiquei sobre a mesa e lhe beijei apaixonadamente.
- Pelo menos deixa que eu compre as alianças, por favor? – nós rimos e pedimos a sobremesa.
- Tá bom, eu prometo que deixo - Estava tudo perfeito em minha vida. Tinha ao meu lado a pessoa que eu sempre sonhei.
07 de março de 2016
- , para com isso! – eu o olhava assustada, ele nunca havia agido daquela forma.
- Eu vou acabar com a cara desse idiota! – tentou avançar em , mas eu não deixei mais uma vez.
- Vem, tô aqui te esperando, machão – o incitava, ele estava transtornado e com muita raiva. – Tu és um imbecil.
Tudo começou porque e eu estávamos estudando para a matéria de Farmacologia, eu pedi para que ele fosse ao meu apartamento para me ajudar, já que eu tinha uma imensa dificuldade no entendimento. O fato era que eu não havia combinado nada com , por estarmos próximos da semana de provas. Ele chegou de repente em meu apartamento, e acabou presenciando ali. Eu sabia que ele tinha ciúmes dele, mas aquilo estava fora dos limites, ele avançou em cima do por besteira, não estávamos fazendo nada demais.
- Por favor, chega! Só estávamos estudando, . Não seja desnecessário! – eu tentava controlar os ânimos, mas era uma tarefa difícil.
- Cala a boca, ! Essa merda tá acontecendo por sua culpa. Você tava querendo dar pra esse otário. Vadia. – eu já chorava a essa altura, nunca havia me sentido tão ofendida. Tudo aconteceu muito rápido, quando eu vi havia partido pra cima de , ele batia com muita força, eu estava chocada.
- Nunca se dirija a ela dessa forma, seu verme – a cada palavra proferida, dava um soco no rosto de .
Comecei a gritar por ajuda, até que apareceram meus vizinhos e tiraram de cima de , o primeiro sem nenhum arranhão, já o segundo pingando sangue. Corri para acudir , ele estava horrível, acariciei seus cabelos, ele me confrontou.
- Você me ama, ? – mas é claro que eu amava, que pergunta imbecil.
- Sim, te amo muito. – acariciei seus cabelos, enquanto eu o ajudava a se sentar, - vamos ao médico, ok? – me olhava de olhos arregalados, eu sabia que ele me questionava, eu sei que havia me chamado de vadia, mas ele estava de cabeça cheia.
- Então escolhe agora: eu ou o ? – não esperava por isso, como assim escolher? Eu amava os dois, não podia e não queria escolher, estava louco.
- Que isso, , por favor! Vamos ao hospital, sim? – ele me empurrou levemente. me encarava, eu o amava, ele era meu melhor amigo, me acolheu nessa cidade, me ajudava nas tarefas, pagava sempre meu café da manhã, era alguém que eu queria para sempre em minha vida.
- Só saio daqui depois que você me responder. – Deus, eu simplesmente não posso escolher.
- Eu... – olhava para ambos – Eu... – me interrompeu.
- Anda, , não hesita! – já aparentava estar mais calmo, meu amigo era realmente bom de briga. Eu queria tanto que eles se dessem bem... Eu tinha que respondê-lo, a cada minuto ele sangrava mais.
- , vai embora, por favor – meu coração partia, mas eu esperava que ele entendesse, precisava de cuidados médicos já que seu supercilio havia sido aberto. Aquele olhar de quebrou meu coração em infinitas partes.
- , você prefere ficar com um cara que te humilha te chamando de vadia a mim, que sou seu melhor amigo? Que cuido de você, a única pessoa que eu pensei que levaria até a colação é você... Eu simplesmente não posso acreditar nisso. – não faz assim, – Você fez tua escolha, não me procura mais!
- , por favor, espera! – eu tentei impedir que ele saísse dessa forma da minha casa.
- , deixe-o ir – e eu o deixei, aquilo doía em mim de uma forma inexplicável. Eu sabia que ele não me procuraria mais, eu não sabia o que fazer. – Vamos ao hospital agora, vida? – Resolvi levá-lo era o que tinha que ser feito no momento, ele necessitava de cuidados com urgência. Espero que um dia possa me perdoar.
17 de julho de 2016
- , o Christian é maravilhoso! Ajuda-me nos afazeres domésticos, me busca todos os dias na universidade. A única coisa que eu sinto falta é de não te ver todos os dias. – eu sorri, eu também sentia muitas saudades da minha amiga, mas eu estava realmente feliz por ela.
- Não tem importância, – ela fez careta quando pronunciei seu nome – Seu nome é lindo, para de ser fresca. Enfim, a gente dá um jeito de se ver, não vim aqui? – ela sorriu, e me abraçou. Ficamos um tempo assim, até eu me distanciar e pegar alguma coisa pra comer em sua geladeira, intimidade é fogo.
- E o , ? Notícias? – , como eu sentia saudade dele, eu tentei procurá-lo no dia seguinte àquela fatídica briga, mas ele não quis saber de mim.
- Ah, ele está bem... Mas não olha mais pra mim. Eu tive que procurar outra pessoa pra fazer trabalhos comigo, agora nas férias não tenho mais o visto. Eu sinto tantas saudades dele – peguei um iogurte e o abri, aquele assunto me deixava extremamente chateada.
- Oh, amiga! Eu imagino que sinta mesmo. Ele era seu best na faculdade e na vida. – pegou um iogurte pra ela também. – Aquele seu namorado...
- , não fala assim. é meu amor. – continuei comendo, enquanto a encarava.
- Ele te faz mal, amiga. Olha o que ele fez com sua amizade com o , ele tanto fez que você se afastou dele. - eu não gostava que colocasse como vilão da história, ele me amava demais, era só isso.
- Chega! Eu não gosto que você fale dessa forma dele. Eu o amo, e isso basta! – lhe olhei severamente, espero que ela entenda e pare de falar mal dele.
- Não é questão de amar ou não. Você precisa largá-lo, ele te afasta de todo mundo que lhe quer bem, primeiro as garotas da república, ao qual ele chama de vadias, depois o . – aquilo estava cansativo.
- , eu não vou terminar com ele e – parece que tudo veio como um clique, havia insinuado que era afim dele, e que faria de tudo para nos separar, mas agora tudo ficou bem claro pra mim. Os sinais estavam na minha cara, ela sempre o criticava, me dizia que ele não prestava, que era um mau caráter, que me iludia, até insinuou sobre traição. Como eu não percebi antes? - Bem que o me disse que você tentaria fazer isso, eu não quis acreditar, mas agora faz sentido.
- Do que você está falando, ? – cínica, era isso que era! Eu não queria acreditar, mas essa implicância toda, não tinha outra explicação.
- Que você está apaixonada pelo – ela me olhava surpresa, como se não acreditasse. Deus, ele tinha razão.
- , você está cega! Eu não tenho nenhum tipo de interesse, eu tô casada e – eu a interrompi.
- Casada para esquecer meu namorado! Você é escrota, ! – eu não reconhecia , minha melhor amiga, como pude ser cega e confiar nela. tentou me alertar, mas eu não escutei, agora está ai pra que quem enxergar.
- Vai embora da minha casa! – ela abriu a porta, eu já ia em direção a saída quando ela segurou meu braço e me encarou firmemente - Sabe o que me consola? Que uma hora a máscara dele vai cair, espero que não seja tarde demais! – eu sai sem olhar para trás, magoada e chateada por descobrir de verdade qual era o caráter da minha amiga.
Atualmente...
Seis dias haviam se passado, e não atendia minhas ligações, havia me bloqueado no whatsapp, mudado o status do relacionamento no facebook, apagado nossas fotos, e por fim me bloqueado do aplicativo também. Agora eu não tinha acesso a mais nada de sua vida, ele me excluiu de tudo relacionado a ele. Como alguém mudava tanto? Parecia que tinham substituído meu namorado por uma pessoa cruel, sem coração, fria. Tudo o que tínhamos vivido não significava nada para ele. Deus, me acorda desse pesadelo, por favor!
Estava de férias da faculdade e do estágio, achei que viajaríamos para Porto Seguro como havíamos combinado há algumas semanas, mas acabou que não rolou. Eu só queria entender o que eu tinha feito de tão errado. Ele disse que o sufocava, isso era uma tremenda mentira. Eu sempre lhe dei espaço, ele disse que não me amava mais, aquilo doeu tanto.
Escutei a campainha tocar, fui atender arrastada, tudo o que eu queria era ficar afundada nas cobertas assistindo a filmes mais tristes que minha situação de vida, quando abri a porta fiquei completamente surpresa, era .
- , o que faz aqui? – eu estava realmente surpresa, eu esperava que qualquer um batesse em minha porta, mas não minha melhor amiga.
- Vim te ver, ué – foi entrando em meu apartamento e se jogando no sofá – , você está um bagaço. – seu olhar era reprovador. Eu realmente estava, vestia uma camisa velha, calça moletom, meias e chinelo havaianas e meus cabelos estavam parecendo um ninho de passarinho.
- , eu... Eu achei que você não quisesse mais saber de mim. – sentei-me ao seu lado no sofá, enquanto a encarava. Eu havia lhe dito tantas coisas, eu a magoei profundamente. – Me desculpa, eu não sei onde estava com a cabeça quando me afastei de você.
- , eu te desculpo, eu sou trouxa, não consigo ficar com raiva de você. – sorriu - Eu vim aqui porque fiquei preocupada com você. Aquele idiota te afastou de todos, você estava cega por ele, não via o mau caráter que ele sempre foi. – Eu, a essa altura, já chorava de novo, as lágrimas rolavam que eu nem percebia.
- Ele terminou comigo porque eu sou grudenta, ! – ela me abraçou fortemente, ali eu me senti acolhida, como eu pude me afastar da minha melhor amiga?
- Ele terminou porque se cansou de você, isso foi desculpa. Carnaval chegando ele vai arrebentar a boca do balão enquanto você chora por ele. – às vezes a sinceridade de acabava comigo.
- Se cansou de mim? Isso não pode ser, . – eu estava perplexa, será?
- Sim, , infelizmente. Ele te afastou de todo mundo pra te ter somente pra ele. Te deixar vulnerável, para depois aprontar. – ela acariciou meu rosto - Agora vai tomar um banho, se trocar, que a gente vai dar uma volta.
- Espera, e o Christian? Vocês estão bem, quero saber da sua vida.
- Estamos ótimos, vamos oficializar nossa união, ou seja, vamos nos casar. Agora banho!
- Sério, amiga? Que lindo, eu estou realmente feliz por você – eu ia falando e ia me empurrando para o banheiro. – Vocês vão ter filhos?
- Vamos, mas só quando eu me formar em fisioterapia, estiver atuando na área. – eu ia tirando a roupa e entrando chuveiro, enquanto minha amiga separava a roupa que eu usaria.
- Eu ainda poderei ser sua madrinha? – gritei do banheiro, tudo que eu queria era recuperar o máximo possível minha amizade com ela. Eu nunca deveria ter acreditado em , nunca faria algo assim.
- Claro que sim, mas sem no altar, por favor!
- Certo, sem no altar – terminei de tomar banho, vesti uma calcinha e o sutiã e sai do banheiro, para colocar a roupa que ela havia separado. – Eu tenho medo de não ser capaz de esquecê-lo. Eu o amo tanto.
- Olha, , não vai ser fácil, mas eu estou aqui do seu lado – apertou minha mão me passando confiança – Aos poucos você perceberá que ele é uma pessoa insignificante, cruel e mesquinha. – lhe escutar falando daquela forma me doía, mas ela infelizmente tinha razão.
- Obrigada, lhe amo muito! – vesti a roupa, lhe abracei apertadamente.
- Também te amo – me soltou – Agora vamos ao primeiro passo para você esquecer por completo o idiota do . ‘Bora ver gente, tomar um ar puro, sair dessa bad.
- Pra onde a gente vai? – lhe perguntei curiosa.
- A gente vai à casa do para você se desculpar com ele. – arregalei meus olhos, ele não queria me ver, estava louca.
- , por favor, me odeia, ele não quer saber de mim e - ela me interrompeu.
- Você de fato nunca tentou conversar com ele, peça desculpas, faça a sua parte, ok? – assenti, e lá vamos nós.
***
Eu estava nervosa, eu tentaria reaver a amizade de , eu sei que eu havia pisado imensamente na bola com ele e o que eu tinha feito não havia perdão, mas eu estava arrependida do momento em que havia decidido optar por . Era tudo muito complexo. Ele abriu a porta, e quis fechá-la novamente.
- , não faz isso! – intercedia por mim – Eu pedi que ela viesse aqui. Nos receba, por favor? – ele não disse nada, apenas abriu mais a porta e permitiu que nós entrássemos. As coisas continuavam as mesmas, a organização de era invejável.
- Estou todo a ouvidos. Pode começar a falar, ! – certo, agora era a parte difícil.
- , eu quero que saiba que aquele dia eu não optei por , eu só queria que ele fosse ao médico, e a única coisa que o faria ir, era eu falando o que ele gostaria de ouvir. Eu quero que me desculpe por ter me afastado de você, sua presença é, e sempre foi essencial em minha vida. Lhe quero perto de mim para sempre. – respirei fundo, as lagrimas desciam, Deus como era chorona.
- Você só está aqui por que terminou com ele, não é? – ai, agora ele havia me pegado, será que se eu estivesse com eu teria lhe procurado algum dia?
- Não é só por isso. Eu quero reaver sua presença em minha vida, você faz muita falta – tentei me aproximar, mas ele se afastou. só assistia a tudo calada.
- Certo, eu preciso pensar, . Não é fácil pra mim, eu estou muito magoado com você, eu te conhecia antes dele surgir em sua vida, e você o tratou como prioridade, cedendo aos seus caprichos. – ele estava coberto de razão, eu não deveria ter feito o que fiz. – Pode, por favor, ir embora?
- Certo. Eu espero que você um dia possa me desculpar – me levantei de seu sofá, se levantou também, ele se encaminhou a porta e a abriu. Sai de lá com lágrimas nos olhos, mas mais leve. Eu agora torcia para que ele me perdoasse. me abraçou de lado, enquanto nós caminhávamos.
***
Seis meses haviam se passado, e eu com a ajuda de e de , sim ele havia me perdoado, segui em frente havia conseguido colocar uma pedra no assunto . Ele havia conseguido estragar tudo o que havia de melhor em mim, Graças a Deus eu havia recuperado os meus amigos, e havia aprendido a lição de que uma amizade vale mais do qualquer relacionamento.
Hoje era sábado, iria ao cinema com , estava o conhecendo de outra forma, se é que me entendem... Estava investindo em uma possível relação com ele, esperava que desse certo, era uma pessoa maravilhosa, e por que não tê-lo ao meu lado como namorado?
Resolvi ir ao shopping mais cedo, precisava comprar umas blusinhas novas, as que eu tinha estavam bem batidas, estava chegando na loja quando eu o vi, ele estava lindo como sempre, mas a barba estava por fazer, ele me viu e se aproximou de mim, tentei me esquivar, mas ele foi mais rápido e segurou meu braço:
- , como você está? – eu fiz com que ele soltasse meu braço, lhe encarei.
- Estou ótima! Agora, Tchau! – tentei sair dali, mas mais uma vez ele segurou meu braço – Que saco! O que quer?
- Me desculpar, e te dizer que eu continuo sendo sempre seu amor. E que no final do caminho eu reconheci que eu não poderia te esquecer, não por completo. – eu sorria por dentro, aquela sensação que eu estava sentido era magnifica, eu me sentia vingada.
- Você não pôde me esquecer, você não pôde me arrancar. Você decidiu buscar outros amores, e viu que não é fácil encontrar quem te ame melhor do que eu. Viu pouco a pouco que de tudo eu não era tão ruim assim. Você pensou em nós e viu que era muito melhor, não é?- ele me olhava arrependido, eu só sentia pena do ser desprezível que ele havia se tornado pra mim.
- Sim, volta pra mim, ? Eu prometo nunca mais pisar na bola contigo. – eu sorri, meu sorriso era diabólico, ele se assustou, nunca havia conhecido a minha versão que não era apaixonada por ele.
- Nunca! – o olhei com desprezo no olhar, me virei para sair quando ele me chamou, me virei e o encarei.
- O que houve com amor, que um dia nos uniu, como pôde morrer?
- Você o matou!
Sai de lá triunfante, eu havia conseguido superá-lo, eu estava pronta para enfim seguir em frente, e eu faria isso ao lado de , eu finalmente havia conseguido! Eu estava plena, eu estava imensamente livre e feliz.
- Não faz assim, . Não tem jeito, eu quero terminar! – A cada palavra ouvida, eu só sabia chorar mais e mais.
- Me diz aonde foi que eu errei... Eu posso consertar ser uma pessoa melhor pra você. Eu já sei, tem outra mulher, né? Não destrói nosso relacionamento, eu sei que você me ama e... – eu tentava lhe abraçar, mas ele se esquivava.
- , calma, ei! Senta aqui – apontou o sofá e me sentei ao seu lado – não é questão de ter uma pessoa ou não. Se tiver, não importa. Eu não amo mais você!
Aquelas palavras me quebraram ao meio, como assim não me amava mais? Eu fiz tanto por nós. Ele estava sendo cruel comigo, jogando tudo fora, por quê? Ele se levantou para ir embora.
- , para, por favor, espera. Não vai embora assim... Eu não consigo. Me diz o que eu fiz pra te aborrecer?
- Você me sufoca, é isso. Tu és grudenta demais. – eu estava em choque, isso era motivo para terminar? - Eu sei que tá doendo, mas vai passar – ele enxugou minhas lágrimas, elas escorriam como cachoeira – , não dá mais pra continuar com você! Entende!
- Não seja cruel! Tá doendo tanto – eu estava desesperada, surpresa, eu nunca pensei que eu o sufocasse, ele nunca havia reclamado disso. Aquilo era absurdo.
- Vai doer, fazer o quê? Eu não tenho culpa. – ele já se encaminhava para saída da minha casa.
- Vou lutar por nós, eu não vou deixar você ir embora assim. – corri em sua direção, tentei abraçá-lo, ele se esquivou.
- Lutar pra quê? Acabou, , põe na sua cabeça, a-ca-bou! – ele soletrou a palavra, como se eu fosse burra. – Isso tudo foi um erro.
- Não acabou, e não foi um erro! Eu não posso aceitar que você termine a nossa relação por um motivo fútil – que gosto amargo eu sentia na boca. Acima de tudo, eu estava decepcionada.
- Chega, pra mim já deu, todos têm seu limite, e o meu se foi! – ele já estava na porta segurando a maçaneta.
- , seja sincero, o que houve com amor, que um dia nós uniu? – não era possível que alguém mudasse tanto assim.
- Ele morreu – bateu a porta da minha casa e saiu.
Então acabou, realmente tinha acabado, eu só sentia dor, muita dor, eu tinha abdicado de tudo por ele, agora eu não tinha nada. Eu chorava muito, havia um nó em minha garganta. Eu não sabia como continuar sem ele, foram três anos de namoro para ter um fim por um motivo tolo!
Eu não sabia a quem recorrer, eu tinha largado os meus amigos, porque ele não gostava deles, agora ele foi embora... Meus pais moravam em outra cidade, vim para cá com minha melhor amiga para cursar a faculdade que eu sempre sonhei. Ela havia se afastado, e tudo o que eu queria era voltar no tempo...
25 de Fevereiro de 2014
Minha melhor amiga e eu havíamos passado em uma universidade pública da capital, morávamos em uma república com mais cinco meninas, era divertido lá e estávamos adorando o inicio do ano letivo. Eu estudava de manhã, infelizmente minha amiga estudava a noite, então eu sempre ia sozinha para faculdade.
Todos os dias eu pegava um ônibus em direção à zona central às 06h30min até eu o vê-lo: O menino do ônibus. Ele também estava sempre no mesmo horário que eu, só que o itinerário era diferente, ele embarcava em uma lotação que o deixava no metrô mais próximo do nosso bairro. Eu só o observava, ele era lindo demais. Inúmeras vezes eu tentei me aproximar dele, mas sempre recuava por não ter coragem e achar que ele nunca me daria bola.
O observei dar sinal para o ônibus e embarcar, e mais uma vez perdi uma oportunidade. Já fazia mais ou menos uns dois meses que eu estava no ponto no mesmo horário que ele. Comecei a notá-lo, pois sua beleza era fora do comum. De tanto observá-lo descobri que ele sempre olhava o aplicativo para ver se o ônibus demoraria, que sempre se vestia de roupa social, exceto de sexta e que principalmente tinha uma carinha tão doce... Ai, gente, eu estava realmente interessada nele.
Eu prometo que amanhã eu falo com ele! Acho que não conseguirei cumprir a promessa, tinha um agravante contra mim: a timidez.
Segui minha rotina e embarquei também no ônibus em direção ao centro, iria para a universidade, cursava biomedicina e amava mais do que tudo. Na parte da tarde eu trabalhava em uma empresa de call center como operadora de teleatendimento, meu objetivo inicial era me tornar supervisora para ganhar mais, porém a timidez ainda me atrapalhava, eu já havia tentado várias vezes processos seletivos, mas sempre me reprovavam por esse motivo.
Estava distraída pensando na vida escutando música em pé no ônibus, infelizmente não consegui sentar até meu celular tocar e me tirar de meus devaneios.
- Amiga, tu pegou o telefone do boy? – ri, só podia ser me abordando dessa forma logo cedo, quando sai de casa ela ainda dormia.
- Bom dia, ! Você tá bem? – revirei os olhos.
- Estou ótimaaa! – ela nem se importou com a minha voz debochada - Você não me respondeu, criatura! Pegou ou não?
- Ai, , o que você acha? – eu queria me bater, a coragem chegou aqui e passou bem longe, era extremamente medrosa.
05 de Maio de 2014
Eu o olhava encantada, já fazia um tempo que o observava, mas hoje havia acordado decidida, eu falaria com ele, ou trocaria de nome! Resolvi me aproximar dele, mas quando estava quase o tocando o viu estender a mão para parar o ônibus, e o vi embarcar e sem pensar duas vezes subi atrás. Gente, eu tô louca! O ônibus estava razoavelmente cheio, tinha alguns bancos vazios, o vi sentar-se no último banco do ônibus que tinha cinco lugares, me sentei ao seu lado.
Já tinha se passado dez minutos e eu não havia falado nada, estava sem coragem novamente. Resolvi mandar mensagem para :
Peguei o mesmo ônibus que o menino, o que eu faço? Me ajudaaaaaa!
Ela tinha que me responder logo, ele poderia descer do ônibus a qualquer momento e eu não saberia se teria a coragem novamente de desviar minha rota e possivelmente perder a primeira aula da faculdade. Aquilo era insano... Senti meu celular vibrar, olhei e vi que era uma mensagem de .
Mals a demora...Tive uma ideia, tu é frouxa demais pra tomar alguma atitude direta então anota teu número na nota do seu celular, cutuca o boy e mostra a nota, confia, veada, ele vai anotar seu número.
Eu olhei disfarçadamente para o boy, ele escutava música enquanto olhava para a janela. Era uma ótima ideia. Graças a eu não teria que falar nada, só mostrar o celular, que tudo desse certo. Respondi a mensagem:
Tô tão nervosa, mas ok. Vou fazer isso, que frio na barriga, meu Deus!
Eu abri o bloco de notas do celular e anotei meu número. Tinha feito a parte mais fácil, agora me restava a difícil. Olhei para o boy novamente, distraído escutando música. Era agora, minhas mãos tremiam e suavam, meu coração estava disparado, o cutuquei e ele me olhou, Eu sentia minhas bochechas pegarem fogo.
- Pois não? – a voz dele era rouca, aquela voz... ai, Deus! Esqueci como se respirava, apenas mostrei o telefone para ele – O que é essa quantidade de números? – Eu tentava falar, mas minha voz não saia, ele pareceu confuso.
– Nossa! É o número do seu celular? – Maneei a cabeça positivamente, estava extremamente envergonhada. – Ok, vou anotar seu número, é isso o que quer que eu faça, certo? – mais uma vez mexi a cabeça em um sim – Qual é o seu nome? – Como se fala mesmo? Como eu sou idiota, trouxa... Acho melhor escrever, mostrei meu celular novamente – Hum... , bonito nome. – eu sorri, encabulada.
- , você é muda? – eu quis morrer, sentia-me patética. Era claro que o garoto acharia isso de mim já que eu não havia pronunciado uma palavra sequer. Se eu pudesse cavar um buraco naquele momento, eu faria isso. Tentei falar, mas mais uma vez as palavras não saiam, apenas balancei negativamente a cabeça. – Certo, hãn, eu preciso descer agora, estou chegando ao meu trabalho, mas foi um prazer, eu acho.
O vi se levantar desajeitadamente e apertar o botão para acionar a parada obrigatória, acenou positivamente e enfim desceu do ônibus. Se pudesse sumir, eu o faria. Eu havia estragado tudo, ele nunca me ligaria, isso estava tão claro como neve. Resolvi mandar mensagem para .
, fiz o que vc me mandou e deu certo ele anotou meu número. Mas eu estraguei tudo, eu não consegui falar nadinha e o boy achou que eu era muda! Quero sumir, bicha!
Resolvi descer daquela lotação, já que ela não servia para chegar à universidade, atravessei a rua para pegar outro ônibus sentido contrário, eu necessitava pegar o segundo tempo de aulas. Senti o celular vibrar, era resposta de .
OMG, chocada com farofa! Hahahah tu é a pior. Calma, vamos esperar quem sabe ele não te manda mensagem? Aguenta um pouco, mana!
Enquanto olhava o whats vi uma mensagem de umas das garotas no grupo da sala informando que tinha atividade em dupla. Resolvi correr para a faculdade, sabia que essas atividades em sala valiam meio ponto e aquilo era extremamente importante para quando não se quer reprovar. Cheguei relativamente rápido na universidade, subi as escadas, entrei no meio da aula, sentei-me ao lado de , o único sem dupla, eu faria com ele, era a melhor pessoa daquela sala. O cumprimentei discretamente.
- , o que é pra fazer? – ele me explicou que a professora havia entregado os dados de um paciente fictício e que precisávamos identificar e classificar os microrganismos causadores das enfermidades apresentadas por ele. Corremos para entregar a atividade e felizmente fizemos no tempo proposto e saímos da sala para o intervalo.
- , pega uma mesa que eu vou buscar nosso café da manhã. Salada de frutas, certo? – dava uma vontade de apertar o , ele sempre pagava meu café da manhã, mesmo eu dizendo inúmeras vezes que não precisava.
- Sim, certinho. – sentei-me à mesa. Enquanto o esperava resolvi checar o celular, nenhuma mensagem de número desconhecido, a esperança estava morrendo. Tinha mensagem de .
, não é possível que tu não dê uma bola dentro. Chocada, era tão fácil...
Ai, , eu sei... As palavras não saiam da minha boca, eu me senti tão idiota.
e eu éramos amigas desde a infância, ela me conhecia como ninguém. Eu queria ter aquela autoconfiança que ela possuía, mas não conseguia e com toda a certeza aquilo me atrapalhava demais. chegou e se assustou quando olhou para mim, a manteiga derretida aqui estava com lágrimas nos olhos.
- O que houve? – ele me abraçou forte, tentando me consolar, eu lhe agradeci aquilo estava sendo ótimo.
- Eu não quero falar sobre isso – me soltei do seu abraço – cadê minha salada de frutas? – ele me deu e me deliciei. – Tô te devendo minha vida. – Ele riu, conversamos sobre algumas coisas e senti meu celular vibrar, mas não dei importância. O sinal para o início das aulas havia tocado, fomos para a sala, nos sentamos, resolvi checar o celular e não acreditei quando vi:
Meu dia não poderia ter começado melhor! <3 Quando escutarei sua voz? Xx , o garoto do ônibus.
Eu consegui, eu tinha finalmente um sim. Eu estava extremamente feliz.
04 de fevereiro de 2015
Já fazia nove meses que eu estava ficando com , eu era inteiramente dele, não tinha olhos para ninguém, eu acho que já o amava, queria oficializar a nossa relação, queria namorar ele. Todos falavam que ele me enrolava, eu não achava. Ele havia me contado que havia sido traído e tinha medo de entregar seu coração de novo, eu o respeitava e lhe dava o seu devido tempo.
Hoje eu estava decidida, eu não podia mais esperar, era tudo ou nada, hoje eu lhe pediria em namoro, eu gostava dele, e o queria pra mim, queria casar, ter filhos, construir um lar, uma família. Era precipitado pensar em tudo isso, eu sei, mas era inevitável.
Havia combinado de encontrá-lo em um restaurante na zona central da cidade, eu estava nervosa, com medo e ansiosa, era hoje. Cheguei ao local combinado e o encontrei na porta, ele me esperava. Sorrateiramente, tampei seus olhos:
- Adivinha quem é? – engrossei minha voz, para que ele não percebesse que era eu. Percebi que ele sorriu, ele já sabia.
- É uma garota muito linda, um sorriso contagiante, decidida... São tantas qualidades, . – eu sorri, era por isso que eu lhe amava cada dia mais. Tirei minhas mãos de seus olhos, me virei a sua frente e lhe beijei.
Entramos e logo encontramos uma mesa e nos acomodamos ali. Comemos a entrada, logo veio o prato principal, jantamos e antes da sobremesa eu decidi que era o momento certo:
- , você foi o melhor presente que eu ganhei quando cheguei nessa cidade, você é uma pessoa maravilhosa, divertida, carismática, é lindo – ele me olhava atento e eu estava com as bochechas vermelhas – Enfim, eu te amo – ele me olhou surpreso. – Namora comigo? – pronto eu tinha dito e meu Deus, seu olhar era indecifrável, será que ele aceitaria? Minha boca estava seca, minhas mãos suavam.
- , eu... Estou bem surpreso. Mas quer saber? Eu aceito – parece que um peso havia saído das minhas costas, Deus ele tinha aceitado! Eu estava explodindo de felicidade – Mas era eu que deveria ter pedido! – eu ri.
- O importante é que o pedido foi feito. – me estiquei sobre a mesa e lhe beijei apaixonadamente.
- Pelo menos deixa que eu compre as alianças, por favor? – nós rimos e pedimos a sobremesa.
- Tá bom, eu prometo que deixo - Estava tudo perfeito em minha vida. Tinha ao meu lado a pessoa que eu sempre sonhei.
07 de março de 2016
- , para com isso! – eu o olhava assustada, ele nunca havia agido daquela forma.
- Eu vou acabar com a cara desse idiota! – tentou avançar em , mas eu não deixei mais uma vez.
- Vem, tô aqui te esperando, machão – o incitava, ele estava transtornado e com muita raiva. – Tu és um imbecil.
Tudo começou porque e eu estávamos estudando para a matéria de Farmacologia, eu pedi para que ele fosse ao meu apartamento para me ajudar, já que eu tinha uma imensa dificuldade no entendimento. O fato era que eu não havia combinado nada com , por estarmos próximos da semana de provas. Ele chegou de repente em meu apartamento, e acabou presenciando ali. Eu sabia que ele tinha ciúmes dele, mas aquilo estava fora dos limites, ele avançou em cima do por besteira, não estávamos fazendo nada demais.
- Por favor, chega! Só estávamos estudando, . Não seja desnecessário! – eu tentava controlar os ânimos, mas era uma tarefa difícil.
- Cala a boca, ! Essa merda tá acontecendo por sua culpa. Você tava querendo dar pra esse otário. Vadia. – eu já chorava a essa altura, nunca havia me sentido tão ofendida. Tudo aconteceu muito rápido, quando eu vi havia partido pra cima de , ele batia com muita força, eu estava chocada.
- Nunca se dirija a ela dessa forma, seu verme – a cada palavra proferida, dava um soco no rosto de .
Comecei a gritar por ajuda, até que apareceram meus vizinhos e tiraram de cima de , o primeiro sem nenhum arranhão, já o segundo pingando sangue. Corri para acudir , ele estava horrível, acariciei seus cabelos, ele me confrontou.
- Você me ama, ? – mas é claro que eu amava, que pergunta imbecil.
- Sim, te amo muito. – acariciei seus cabelos, enquanto eu o ajudava a se sentar, - vamos ao médico, ok? – me olhava de olhos arregalados, eu sabia que ele me questionava, eu sei que havia me chamado de vadia, mas ele estava de cabeça cheia.
- Então escolhe agora: eu ou o ? – não esperava por isso, como assim escolher? Eu amava os dois, não podia e não queria escolher, estava louco.
- Que isso, , por favor! Vamos ao hospital, sim? – ele me empurrou levemente. me encarava, eu o amava, ele era meu melhor amigo, me acolheu nessa cidade, me ajudava nas tarefas, pagava sempre meu café da manhã, era alguém que eu queria para sempre em minha vida.
- Só saio daqui depois que você me responder. – Deus, eu simplesmente não posso escolher.
- Eu... – olhava para ambos – Eu... – me interrompeu.
- Anda, , não hesita! – já aparentava estar mais calmo, meu amigo era realmente bom de briga. Eu queria tanto que eles se dessem bem... Eu tinha que respondê-lo, a cada minuto ele sangrava mais.
- , vai embora, por favor – meu coração partia, mas eu esperava que ele entendesse, precisava de cuidados médicos já que seu supercilio havia sido aberto. Aquele olhar de quebrou meu coração em infinitas partes.
- , você prefere ficar com um cara que te humilha te chamando de vadia a mim, que sou seu melhor amigo? Que cuido de você, a única pessoa que eu pensei que levaria até a colação é você... Eu simplesmente não posso acreditar nisso. – não faz assim, – Você fez tua escolha, não me procura mais!
- , por favor, espera! – eu tentei impedir que ele saísse dessa forma da minha casa.
- , deixe-o ir – e eu o deixei, aquilo doía em mim de uma forma inexplicável. Eu sabia que ele não me procuraria mais, eu não sabia o que fazer. – Vamos ao hospital agora, vida? – Resolvi levá-lo era o que tinha que ser feito no momento, ele necessitava de cuidados com urgência. Espero que um dia possa me perdoar.
17 de julho de 2016
- , o Christian é maravilhoso! Ajuda-me nos afazeres domésticos, me busca todos os dias na universidade. A única coisa que eu sinto falta é de não te ver todos os dias. – eu sorri, eu também sentia muitas saudades da minha amiga, mas eu estava realmente feliz por ela.
- Não tem importância, – ela fez careta quando pronunciei seu nome – Seu nome é lindo, para de ser fresca. Enfim, a gente dá um jeito de se ver, não vim aqui? – ela sorriu, e me abraçou. Ficamos um tempo assim, até eu me distanciar e pegar alguma coisa pra comer em sua geladeira, intimidade é fogo.
- E o , ? Notícias? – , como eu sentia saudade dele, eu tentei procurá-lo no dia seguinte àquela fatídica briga, mas ele não quis saber de mim.
- Ah, ele está bem... Mas não olha mais pra mim. Eu tive que procurar outra pessoa pra fazer trabalhos comigo, agora nas férias não tenho mais o visto. Eu sinto tantas saudades dele – peguei um iogurte e o abri, aquele assunto me deixava extremamente chateada.
- Oh, amiga! Eu imagino que sinta mesmo. Ele era seu best na faculdade e na vida. – pegou um iogurte pra ela também. – Aquele seu namorado...
- , não fala assim. é meu amor. – continuei comendo, enquanto a encarava.
- Ele te faz mal, amiga. Olha o que ele fez com sua amizade com o , ele tanto fez que você se afastou dele. - eu não gostava que colocasse como vilão da história, ele me amava demais, era só isso.
- Chega! Eu não gosto que você fale dessa forma dele. Eu o amo, e isso basta! – lhe olhei severamente, espero que ela entenda e pare de falar mal dele.
- Não é questão de amar ou não. Você precisa largá-lo, ele te afasta de todo mundo que lhe quer bem, primeiro as garotas da república, ao qual ele chama de vadias, depois o . – aquilo estava cansativo.
- , eu não vou terminar com ele e – parece que tudo veio como um clique, havia insinuado que era afim dele, e que faria de tudo para nos separar, mas agora tudo ficou bem claro pra mim. Os sinais estavam na minha cara, ela sempre o criticava, me dizia que ele não prestava, que era um mau caráter, que me iludia, até insinuou sobre traição. Como eu não percebi antes? - Bem que o me disse que você tentaria fazer isso, eu não quis acreditar, mas agora faz sentido.
- Do que você está falando, ? – cínica, era isso que era! Eu não queria acreditar, mas essa implicância toda, não tinha outra explicação.
- Que você está apaixonada pelo – ela me olhava surpresa, como se não acreditasse. Deus, ele tinha razão.
- , você está cega! Eu não tenho nenhum tipo de interesse, eu tô casada e – eu a interrompi.
- Casada para esquecer meu namorado! Você é escrota, ! – eu não reconhecia , minha melhor amiga, como pude ser cega e confiar nela. tentou me alertar, mas eu não escutei, agora está ai pra que quem enxergar.
- Vai embora da minha casa! – ela abriu a porta, eu já ia em direção a saída quando ela segurou meu braço e me encarou firmemente - Sabe o que me consola? Que uma hora a máscara dele vai cair, espero que não seja tarde demais! – eu sai sem olhar para trás, magoada e chateada por descobrir de verdade qual era o caráter da minha amiga.
Atualmente...
Seis dias haviam se passado, e não atendia minhas ligações, havia me bloqueado no whatsapp, mudado o status do relacionamento no facebook, apagado nossas fotos, e por fim me bloqueado do aplicativo também. Agora eu não tinha acesso a mais nada de sua vida, ele me excluiu de tudo relacionado a ele. Como alguém mudava tanto? Parecia que tinham substituído meu namorado por uma pessoa cruel, sem coração, fria. Tudo o que tínhamos vivido não significava nada para ele. Deus, me acorda desse pesadelo, por favor!
Estava de férias da faculdade e do estágio, achei que viajaríamos para Porto Seguro como havíamos combinado há algumas semanas, mas acabou que não rolou. Eu só queria entender o que eu tinha feito de tão errado. Ele disse que o sufocava, isso era uma tremenda mentira. Eu sempre lhe dei espaço, ele disse que não me amava mais, aquilo doeu tanto.
Escutei a campainha tocar, fui atender arrastada, tudo o que eu queria era ficar afundada nas cobertas assistindo a filmes mais tristes que minha situação de vida, quando abri a porta fiquei completamente surpresa, era .
- , o que faz aqui? – eu estava realmente surpresa, eu esperava que qualquer um batesse em minha porta, mas não minha melhor amiga.
- Vim te ver, ué – foi entrando em meu apartamento e se jogando no sofá – , você está um bagaço. – seu olhar era reprovador. Eu realmente estava, vestia uma camisa velha, calça moletom, meias e chinelo havaianas e meus cabelos estavam parecendo um ninho de passarinho.
- , eu... Eu achei que você não quisesse mais saber de mim. – sentei-me ao seu lado no sofá, enquanto a encarava. Eu havia lhe dito tantas coisas, eu a magoei profundamente. – Me desculpa, eu não sei onde estava com a cabeça quando me afastei de você.
- , eu te desculpo, eu sou trouxa, não consigo ficar com raiva de você. – sorriu - Eu vim aqui porque fiquei preocupada com você. Aquele idiota te afastou de todos, você estava cega por ele, não via o mau caráter que ele sempre foi. – Eu, a essa altura, já chorava de novo, as lágrimas rolavam que eu nem percebia.
- Ele terminou comigo porque eu sou grudenta, ! – ela me abraçou fortemente, ali eu me senti acolhida, como eu pude me afastar da minha melhor amiga?
- Ele terminou porque se cansou de você, isso foi desculpa. Carnaval chegando ele vai arrebentar a boca do balão enquanto você chora por ele. – às vezes a sinceridade de acabava comigo.
- Se cansou de mim? Isso não pode ser, . – eu estava perplexa, será?
- Sim, , infelizmente. Ele te afastou de todo mundo pra te ter somente pra ele. Te deixar vulnerável, para depois aprontar. – ela acariciou meu rosto - Agora vai tomar um banho, se trocar, que a gente vai dar uma volta.
- Espera, e o Christian? Vocês estão bem, quero saber da sua vida.
- Estamos ótimos, vamos oficializar nossa união, ou seja, vamos nos casar. Agora banho!
- Sério, amiga? Que lindo, eu estou realmente feliz por você – eu ia falando e ia me empurrando para o banheiro. – Vocês vão ter filhos?
- Vamos, mas só quando eu me formar em fisioterapia, estiver atuando na área. – eu ia tirando a roupa e entrando chuveiro, enquanto minha amiga separava a roupa que eu usaria.
- Eu ainda poderei ser sua madrinha? – gritei do banheiro, tudo que eu queria era recuperar o máximo possível minha amizade com ela. Eu nunca deveria ter acreditado em , nunca faria algo assim.
- Claro que sim, mas sem no altar, por favor!
- Certo, sem no altar – terminei de tomar banho, vesti uma calcinha e o sutiã e sai do banheiro, para colocar a roupa que ela havia separado. – Eu tenho medo de não ser capaz de esquecê-lo. Eu o amo tanto.
- Olha, , não vai ser fácil, mas eu estou aqui do seu lado – apertou minha mão me passando confiança – Aos poucos você perceberá que ele é uma pessoa insignificante, cruel e mesquinha. – lhe escutar falando daquela forma me doía, mas ela infelizmente tinha razão.
- Obrigada, lhe amo muito! – vesti a roupa, lhe abracei apertadamente.
- Também te amo – me soltou – Agora vamos ao primeiro passo para você esquecer por completo o idiota do . ‘Bora ver gente, tomar um ar puro, sair dessa bad.
- Pra onde a gente vai? – lhe perguntei curiosa.
- A gente vai à casa do para você se desculpar com ele. – arregalei meus olhos, ele não queria me ver, estava louca.
- , por favor, me odeia, ele não quer saber de mim e - ela me interrompeu.
- Você de fato nunca tentou conversar com ele, peça desculpas, faça a sua parte, ok? – assenti, e lá vamos nós.
Eu estava nervosa, eu tentaria reaver a amizade de , eu sei que eu havia pisado imensamente na bola com ele e o que eu tinha feito não havia perdão, mas eu estava arrependida do momento em que havia decidido optar por . Era tudo muito complexo. Ele abriu a porta, e quis fechá-la novamente.
- , não faz isso! – intercedia por mim – Eu pedi que ela viesse aqui. Nos receba, por favor? – ele não disse nada, apenas abriu mais a porta e permitiu que nós entrássemos. As coisas continuavam as mesmas, a organização de era invejável.
- Estou todo a ouvidos. Pode começar a falar, ! – certo, agora era a parte difícil.
- , eu quero que saiba que aquele dia eu não optei por , eu só queria que ele fosse ao médico, e a única coisa que o faria ir, era eu falando o que ele gostaria de ouvir. Eu quero que me desculpe por ter me afastado de você, sua presença é, e sempre foi essencial em minha vida. Lhe quero perto de mim para sempre. – respirei fundo, as lagrimas desciam, Deus como era chorona.
- Você só está aqui por que terminou com ele, não é? – ai, agora ele havia me pegado, será que se eu estivesse com eu teria lhe procurado algum dia?
- Não é só por isso. Eu quero reaver sua presença em minha vida, você faz muita falta – tentei me aproximar, mas ele se afastou. só assistia a tudo calada.
- Certo, eu preciso pensar, . Não é fácil pra mim, eu estou muito magoado com você, eu te conhecia antes dele surgir em sua vida, e você o tratou como prioridade, cedendo aos seus caprichos. – ele estava coberto de razão, eu não deveria ter feito o que fiz. – Pode, por favor, ir embora?
- Certo. Eu espero que você um dia possa me desculpar – me levantei de seu sofá, se levantou também, ele se encaminhou a porta e a abriu. Sai de lá com lágrimas nos olhos, mas mais leve. Eu agora torcia para que ele me perdoasse. me abraçou de lado, enquanto nós caminhávamos.
Seis meses haviam se passado, e eu com a ajuda de e de , sim ele havia me perdoado, segui em frente havia conseguido colocar uma pedra no assunto . Ele havia conseguido estragar tudo o que havia de melhor em mim, Graças a Deus eu havia recuperado os meus amigos, e havia aprendido a lição de que uma amizade vale mais do qualquer relacionamento.
Hoje era sábado, iria ao cinema com , estava o conhecendo de outra forma, se é que me entendem... Estava investindo em uma possível relação com ele, esperava que desse certo, era uma pessoa maravilhosa, e por que não tê-lo ao meu lado como namorado?
Resolvi ir ao shopping mais cedo, precisava comprar umas blusinhas novas, as que eu tinha estavam bem batidas, estava chegando na loja quando eu o vi, ele estava lindo como sempre, mas a barba estava por fazer, ele me viu e se aproximou de mim, tentei me esquivar, mas ele foi mais rápido e segurou meu braço:
- , como você está? – eu fiz com que ele soltasse meu braço, lhe encarei.
- Estou ótima! Agora, Tchau! – tentei sair dali, mas mais uma vez ele segurou meu braço – Que saco! O que quer?
- Me desculpar, e te dizer que eu continuo sendo sempre seu amor. E que no final do caminho eu reconheci que eu não poderia te esquecer, não por completo. – eu sorria por dentro, aquela sensação que eu estava sentido era magnifica, eu me sentia vingada.
- Você não pôde me esquecer, você não pôde me arrancar. Você decidiu buscar outros amores, e viu que não é fácil encontrar quem te ame melhor do que eu. Viu pouco a pouco que de tudo eu não era tão ruim assim. Você pensou em nós e viu que era muito melhor, não é?- ele me olhava arrependido, eu só sentia pena do ser desprezível que ele havia se tornado pra mim.
- Sim, volta pra mim, ? Eu prometo nunca mais pisar na bola contigo. – eu sorri, meu sorriso era diabólico, ele se assustou, nunca havia conhecido a minha versão que não era apaixonada por ele.
- Nunca! – o olhei com desprezo no olhar, me virei para sair quando ele me chamou, me virei e o encarei.
- O que houve com amor, que um dia nos uniu, como pôde morrer?
- Você o matou!
Sai de lá triunfante, eu havia conseguido superá-lo, eu estava pronta para enfim seguir em frente, e eu faria isso ao lado de , eu finalmente havia conseguido! Eu estava plena, eu estava imensamente livre e feliz.
Fim!
Nota da autora: Fiquei imensamente grata por ter pegado essa música e por ter retratá-la nessa fanfic. Infelizmente essa história foi baseada em fatos reais. Enfim, é isso espero que gostem!
Beijos <3
Outras Fanfics:
Longs:
I Won't Forget You
Originais/Finalizada
Ficstapes:
02. Os Anjos Cantam
Ficstape #090 - Jorge e Mateus/Finalizada
03. Sk8er Boi
Ficstape #069 - Avril Lavigne/Finalizada
05. She Moves In Her Own Way
Ficstape #094 - The Kooks/Finalizada
06. Don't Forget
Ficstape #099 - Demi Lovato/Finalizada
08. Rock Wiyh You
Ficstape #100 - Michael Jackson/Finalizada
Nota da beta: Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Beijos <3
Outras Fanfics:
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Ficstape #100 - Michael Jackson/Finalizada
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